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Dados lntemaclonals do Catalogagao na Publlcaeao (CIP) (Camara Brasllelra do Llvro, SP, Brasll) Libineo, lose Carlos Didatica / ]os6 Carlos Libaneo. - 2. ed. - Sao Paulo : Cortez, 2013. Bibliografia. ISBN 978-85-249-1603-8 1. Ensino m6dio - Brasil 2. Pedagogia 3. Pratica de ensino I. Tfulo. 10-04191 CDD-371.3 Indlces para cat£Iogo slstematlco: 1. Didatica : Educacao 371.3 2. Pratica pedag6gica : Educacao 371.3 Joseoarlo§Libaneo DIDfiTIGn 2!ediBio Llreimpre§§io ©TRErv2££ftg£QQD'e:,to:€DITORa ©ffima Apresenta€ao Sumario cAplTULo 1 Pritica educativa, Pedagogia e Didatica ................. „.„ Pratica educativa e sociedade Educacao, instru€ao e ensino Educacao escolar, Pedagogia e Didatica ........................ A Didatica e a formacao profissional do professor ...... I )'1 '^,I,11^ |t i"t (`.il.Itts Libaneo `.11|111 `' projeto grdf ico.. DAIC I 'riiilllrii[fro de originais.. VieeT\te Cechelero /`'t'(I/.`it7(): Sandra Brazil ( .tw//Jo.i/.ft7o: Linea EditoTa Ltda. ` `iiiil.ilclia€ito editorial.. Darilo A. Q. Molales Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou duplicada sem autoriza€ao expressa do autor i. do editor. ® 1999 by lose Carlos Libaneo Direitos para esta edicao CORTEZ EDITORA Rua Monte Alegre, 1074 -Perdizes 05014-001 -Sao Paulo -SP Tel.: (11) 3864-0111 Fax: (11) 38644290 E-in ai I : cortez@cortezed itora.com.br www.cortezeditora.com.br ]mpri`ss() na fndi.1 -abril de 2016 Sugest6es para tarefas de estudo Bibliografia complementar CApiTULo2 Didatica e democratiza€ao do ensino ........................... A escolarizacao e as lutas democraticas ......................... 0 fracasso escolar precisa ser derrotado...„ .................... As tarefas da escola ptiblica democratica ...................... 0 compromisso social e 6tico dos professores .............. Sugest6es para tare fas de estudo Bibliografia complementar 13 14 21 23 26 29 30 32 33 39 44 48 49 50 :s`o:G!:.#d.a..9S;q20ruo Ap|TULo3 Didatica: teoria da instru€ao e do cnsinti ............. „ ..... A Didatica como atividade ped€igt'tgic{` c`ii`ol:ir ............ Objeto de estudo: o processo de c`iisin{t ......................... Os componentes do processo did.itico ........................... Desenvolvimento hist6rico da Did.itica e tendencias pedag6gicas Tendencias pedag6gicas no Brasil e a Didatica ............. A Didatica e as tarefas do professor ............................... Sugest6es para tarefas de estudo Bibliografia complementar cAp`TULo4 0 Processo de ensino na esco|a As caracteristicas do processo de ensino ....................... Processos didaticos basicos: ensino e aprendizagem... Estrutura, componentes e dinamica do processo de ensmo 98 A estrutura€ao do trabalho docente ............................... 103 o carater educativo do processo de eusino e o ensino cn'tico Sugest6es para tare fas de estudo Bibliografia complementar cAp[TULo5 0 Processo de ensino e o estudo ativo 0 estudo ativo e o ensino A atividade de estudo e o desenvolvimcnto intelectual Algumas formas de estudo ativo Fatores que influem no estudo ativo .............................. Sugest6es para tare fas de estudo Bibliografia complementar CAPITULo6 0s objetivos e conteddos de ensino ............................. A importancia dos objetivos educacionais .................... Objetivos gerais e objetivos especificos .......................... Os contetidos de ensino Crit6rios de sele€ao Sugest6es para tarefas de estudo Bibliografia complementar CAPITULo7 0s m6todos de ensino Conceito de metodo de ensino A rela€ao objetivo-contetido-rfetodo ............................. Os principios basicos do ensino 131 132 135 140 157 160 162 164 165 169 170 Classificacao dos metodos de ensino .................. `........... 176 Meios de ensino Sugest6es para tarefas de estudo Bibliografia complementar CApituLo8 A aula como forma de organiza€ao do ensino ............ 195 Caracteristicas gerais da aula Estrutura€ao didatica da aula Tipos de aulas e metodos de ensino ............................... 210 A tarefa de casa Sugest6es para tarefas de estudo Bibliografia complementar CApiTULog A avalia€ao escolar Uma definicao de avaliacao escolar ................................ Avaliacao na pratica escolar Caracteristicas da avalia€ao escolar ................................ Instrumentos de verifica€ao do rendimt`iito i:sc{}lar .... Atribui€ao de notas ou conceitos Sugest6es para tarefas de estudo Bibliografia complementar CAPITULO IO O planejamento escolar Importincia do planejamento escolar ............................ 246 Requisitos gerais para o planejamento .......................... 250 0 plano da escola 0 plano de ensino 0 plano de aula Sugest6es para tarefas de estudo Bibliografia complementar CAPITULO 11 Rela€6es professor-aluno na sala de aula .................... Aspectos cognoscitivos da intera€ao .............................. Aspectos socioemocionais A disciplina na classe Sugest6es para tarefas de estudo Bibliografia complementar Bibliografia geral Sobre o autor Apresentacao Os professores de Didatica e os alunos de cursos de forma€ao de professores ten em maos urn manual de estudo. Nele estao contidos os temas que presumivelmente formam o conjunto dos conhecimentos e praticas escolares necessarios para que o futuro professor possa assumir uma sala de aula. Adota-se, neste trabalho, o ponto de vista de que a Didatica e uma materia-sintese, porque agrupa organicamente os conteti- dos das demais mat6rias que estudam aspectos da pratica educativa es- colar - as chamadas ciencias pedag6gicas (Filosofia da Educa€ao, Psico- logia da Educa€ao, Sociologia da Educa€ao e outras correlatas) - e as metodologias especificas das materias do ensino de 10 grau. Em outras palavras, considera-se a Didatica como uma materia de integra€ao: ela se nutre dos conhecimentos e praticas desenvolvidos nas metodologias es- pecfficas e nas outras ciencias pedag6gicas para formular generaliza€6es em tomo de conhecimentos e tarefas docentes comuns e fundamentais ao processo de ensino. 0 que se pretende, neste livro, 6 proporcionar conhecimentos te6ri- cos e praticos que possibilitem aos professores: a)percepcaoecompreensaoreflexivaecriticadassitua€6esdidaticas, no seu contexto hist6rico e social; b) compreensao critica do processo de ensino na sua funcao de asse- gurar, com eficacia, o encontro ativo do aluno com as mat6rias escolares e, portanto, das condi€6es e modos de articula€ao entre os processos de transmissao e assimila€ao de conhecimentos; c)compreensaodaunidadeobjetivos-contetidos-m6todosenquanto i`spinha dorsal das tarefas docentes de planejamento, dire€ao do proces- so de ensino e aprendizagem, e avalia€ao; d) dominio de m6todos, procedimentos e formas de dire€ao, organi- za€ao e controle do ensino face a situa€6es didaticas concretas. 0pressuposto,assim,6queoprofessornecessitadeumainstrumen- taliza€ao ao mesmo tempo te6rica e t6cnica para que realize satisfatoria- mente o trabalho docente, em condi€6es de criar sua pr6pria didatica, ou seja, sua pritica de ensino em situa€6es didaticas especificas conforme o contexto social em que ele atue. Este livro esta organizado em onze capitulos, cada qual desdobrado em t6picos e seguido de sugest6es de tarefas de estudo. Ao final de cada capitulo foi incluida uma bibliografia complementar. Os capitulos obedecem a uma sequencia 16gica, com contetidos que vao dos aspectos gerais aos especificos. Isto nao impede que o professor organize outra sequencia e acrescente temas nao considerados. Tamb6m poderaocorrerasupeaposi€aodeassuntostratadosemoutrasdisciplinas; nesse caso, cabe ao professor entrar em entendimento com os demais colegas para decidir a extensao e o grau de aprofundamento de tais as- suntos. Por exemplo, os Capitulos 1 e 2 tratam de temas relacionados com Sociologia da Educa€ao, assim como os 6, 10 e 11 apresentam t6picosli- gados a Sociologia da Educacao e Estrutura e Funcionamento do Ensino. EosCapitulos4,5e8temmuitoemcomumcomPsicologiadaEduca€ao. Entretanto, havendo ou nao simultaneidade, a recorrencia do mesmo assunto em contextos ou momentos diferentes 6 ben6fica aos alunos. Primeiro,porqueoestudodequalquermateriarequeracompreensaoda educa€ao escolar na sua globalidade, isto 6, nos seus vinculos com o con- junto dos processos sociais; segundo, porque a recordacao e a repeticao ajudam a fixar e consolidar os conhecimentos. Os capftulos sao desenvolvidos em graus variados de aprofunda- mento. 0 professor deve selecionar conceitos e ideias mais relevantes, empregarrecursosdidaticos(comoesquemasegfaficos)e,principalmen- te, ajudar os alunos no manejo do livro, na leitura e compreensao dos textos, destaque de ideias principais, consulta bibliografica, formula€ao de problemas e perguntas etc. As dificuldades encontradas no estudo nao podem levar os i`l`ii`tt` cio desanimo. 0 professor deve colocar essas dificuldades como cli`si`t`i`t,i a vencer. Muitos assuntos serao melhor assimilados ao longo do curs`t; outros ganharao significado com a pratica profissional. Os alunos devcm ser encorajados a buscar mais conhecimento, a ampliar sua visao dcis coisas, a se manterem informados dos acontecimentos politicos, econ6- micos, culturais e educacionais, a discutirem com fundamento os proble- mas da profissao, da cidade e do pats. Para isso, precisam convencer-se da importancia do estudo sistematico e ganhar confian€a em rela€ao as suas pr6prias possibilidades intelectuais. Para o planejamento, sequencia e organiza€ao da materia e desen- volvimento das aulas recomenda-se que o professor leia todo o livro a fim de assimilar seu contetido e as propostas metodol6gicas quanto a dire€ao do processo de ensino. De nada adiantara o curso de Didatica se o professor fizer uma coisa e os alunos forem levados a fazer outra. Ou seja, conv6m que a cada aula ele desenvolva uma pratica de ensino, uma metodologia,emconsonanciacomasexpectativasqueeletememrela€ao aomodocomoosalunos,futurosprofessores,deveraoatuarnaprofissao docente. Quanto ao planejamento, o professor encontrara nos Capitulos de 6 a 10 uma orienta€ao para a formula€ao de objetivos, a sele€ao e orga- niza€ao de contetidos e desenvolvimento metodol6gico. Havendo mais de urn professor, sera preciso programar a sequencia dos capitulos con- juntamente. Para o desenvolvimento das aulas, al6m das indica€6es contidas no Capitulo 8, sugere-se prever uma varia€ao das atividades de eusino, en- tremeando aulas expositivas de varios tipos, trabalho independente dos alunos, trabalhos com grupos menores. Convem que, em determinados momentos de execu€ao da programa€ao, os pr6prios alunos assumam essasatividades,semprecomaorienta€aopfeviadoprofessor.Recomen- da-se especialmente que os alunos leiam livros e artigos, tendo em vista nao apenas desenvolver o habito da leitura, mas leva-los a confrontar pontos de vista diferentes, ampliar a compreensao dos temas, adquirir disciplinaintelectual,conquistaracoragemdadtividaeaindependencia de pensamento. Emrela€aoastarefasdeestudocolocadasaofim`ldecadacapitulo, o professor deve considers-las como sugest6es. Elas podem ser empre- gadasnasvariasetapasoupassosdidaticosdaaula.Entretanto,efunda- mental que simultaneamente as aulas em classe sejam dadas tare fas de pesquisa em escolas da cidade. Evidentemente, isto depende de como a escola e os professores organizem o esfagio. Finalmente, cabe uma considera€ao a respeito da rela€ao entre Di- datica,metodologiasespecfficasdasmaterias,praticadeensinoeestagio. Arigor,aDidatica6pfaticadeensino,assimcomosaopraticadeensino todas as materias profissionalizantes e as metodologias especfficas. Ou seja,todasasmat6riasdocurriculopartein,incluemelevamapraticade ensino. Em particular, ha uma fecunda€ao mtitua entre Didatica e as metodologias especfficas, nao se concebendo uma sem as outras. Seria desejavelqueosprofessoresdessasmaterias,bemcomodasdemaisma- t6riasprofissionalizantes-umavezquetodossaoformadosnocursode Pedagogia - dominassem o contetido da Didatica e das metodologias deensinodasmateriasdasquatros6riesiniciaisdo1°grau.Napratica, essasitua€aonemsempreseverifica;assimasescolasdeveriamassegurar otrabalhocoordc#¢deentreessesprofessoresparaqueoestagiosejauma tarefa conectada com os programas. Tal resultado depende da forma de organiza€ao curricular adotada em cada escola. A prepara€ao deste livro nao seria possivel sem a contribui€ao de colegas,professores,alunoscomosquaisforamdiscutidasestasquest6es, por meio de conversas, debates, cursos e conferencias. Como em toda ciencia,aPedagogiaeaDidaticanaopodemdispensarointercambiode opini6eseareferenciacontinuaapraticareal.Algunaspessoasdedicaram seu precioso tempo a ler os originais, sugerir modifica€6es e mostrar outras perspectivas de enfoque dos temas. Essas pessoas foram: Selma GarridoPimenta,MarliElisaD.A.Andie,MariaLticiaLeonardiLibaneo, MariaAugustadeOliveira,MariadasGra€asFerreira,ElionoraDelwing Ko ff,asquaisdesejoregistrarmeussincerosagradecimentos. 0 A1'tor Capftul® 1 Pratica educativa, Pedagogia e Didatica Iniciamos nosso estudo de Didatica situando-a no conjunto dos co- nhecimentos pedag6gicos e esclarecendo seu papel na formacao profis- sional para o exercicio do magist6rio. Do mesmo modo que o professor, na fase inicial de cada aula, deve propor e examinar com os alunos os contetidos e atividades -OS paraoestudodadisciplina, que serao desenvolvidos, preparando- tambemnestelivrocadacapituloseinicia com o delineamento dos temas, indicando objetivos a alcangar no proces- so de assimila€ao consciente de conhecimentos e habilidades. Este capitulo tern como objetivos compreender a Didatica como urn dos ramos de estudo da Pedagogia, didatico a praticos finL±id-n8.is necessarios para orientar a e indicar os conhecimentos te6ricos e acao pedag6gico-didatica na escola. E=ia`eraremos, em primeiro lugar,que o processo de ensino objeto de estudo da Didatica - nao pode ser tratado como atividade restrita ao espaco da sala de aula. 0 trabalho docente e uma das modali- dades especificas da pratica educativa mais ampla que ocorre na socie- dade. Para compreendermos a importancia do ensino na forma€ao hu- mana,6precisoconsidera-lonoconjuntodastarefaseducativasexigidas /f pela vid-a em sociedade.j9j:±±p€±eq±±sjn!ive,±#gaLa±e.o|i±£a_P±ati_€`a~`.d.a ~`''' educa€ao nos seus vfr`t€ulos ^cg,qu a prati_c.a ap_c_iLg±glgb.al_£ a_` P`edagggi.a. g;nd'6`a-Diaa`ti_-ia`up_a.gis_cip`linaqug_<er_§tTd_a,p.§.tg.bjetivQs,__9.a._co.r±!eridQ.s, osmeiosea-scondic6esqoprgfe§99,49eps,in_O_t€±9_9€P.yi5_tq.`eprfq.I±`qa.d~es -L-` --_ ---.--,- _ *usCs%::+:£€,=+:£S:=:=£B=g:i=;elasefundamentanapedagogia; Ao estudar a educa€ao nos seus aspectos sociais, politicos, econ6mi- cos, psicol6gicos, para descrever e explicar o fen6meno educativo, a Pe- dagogia recorre a contribui€ao de outras ciencias como a Filosofia, a Hist6ria, a Sociologia, a Psicologia, a Economia. Esses estudos acabam por conver8ir na Didatica,uma vez que esta €~9~rty_e_c`ip_enL±p_s_oiEisty.g±eip,g_igs£L__a_£ reine em seu campo de acao pedag6gica na escola. Alem fimt^imeno social e universal, sendo uma atividade humana necessaria a i.xistencia e ao funcionamento de todas as sociedades. Cada sociedade prccisa cuidar da forma€ao dos individuos, auxiliar no desenvolvimen- tt} de suas capacidades fisicas e espirituais, prepara-los para a participa- t`.io ativa e transformadora nas varias instancias da vida social. Nao ha sociedade sem pratica educativa nem pratica educativa sem sociedade. A pr§±ica€d±±sa!i}za nao e apenas uma exigencia da vida em sociedade, mas tambem o orocesso de rover os individuos dos conhecimentos e \` ------- __ .__-; ------ ii= ------ 3= `,--_= ==s. __ =-=T = -_==== = --L ----'-== `----- disso,sendoaeduca€aoumapraticasocialqueacol+-teceemumagrande variedade de institui€6es e atividades humanas (na familia, na escola, no trabalho, nas igrejas, nas organiza€6es politicas e sindicais,nos meios de comunica€ao de massa etc.), podemos falar de uma pedagogia familiar, de uma pedagogia politica etc. e, tamb6m, de uma pedagogia escolar. Nessecaso,constituem-sedisciplinaspropriamentepedag6gicastaiscomo a Teoria da Educacao, Teoria da Escola, Organizacao Escolar, destacan- do-se a Didatica como Teoria do Ensino. Nesse conjunto de estudos indispensaveis a forma€ao te6rica e pra- tica dos professores, a Didatica ocupa urn lugar especial. Com efeito, a atividadeprincipaldoprofissionaldomagist6rio6oLj=LnL=±pr±`qELe_g2rfes- ELe_peei5i8i_I,_9_rg.apizLa_rL=Q€e±aj ilri_65: timular dos E em funcao da condu€ao do processo de ensinar, de suas finali- dades, modos e condi€6es, que se mobilizam os conhecimentos pedag6- gicos gerais e especificos. Neste capitulo serao tratados os seguintes temas: • pratica educativa e sociedade; • educacao, instru€ao e ensino; • Educacao Escolar, Pedagogia e Didatica; • a Didatica e a forma€ao profissional dos professores. Pratica educativa e sociedade 0 trabalho docente € parte integrante do processo educativo mais global pelo qual os membros da sociedade sao preparados para a parti- cipa€ao na vida social. A educa€ao - ou seja, a pratica educativa - e urn iencias culturais aue os tomam transforma-lo em da coletividade. a atuar no meio social e a de necessidades econ6micas, Pormeiodaaj;€igf|d_ucL±v,aoE± •Soclals oliticas o meio social exerce influencias sobre os individuos e estes, ao assinilarin-e recriarem essas inflrfencias, tomam-se-, _ _.-- capazes de ao ativa e transformadora em relacao ao meio social. Tais influencias se manifestam atraves de conhecimentos,iiiiiii-e_xLpgELa.=± X:a~[9~r.es,crencas, e costumes acurnu- lados por muitas gera€6es de individuos e grupos, transmitidos, assimila- dos e re_cli©d_9_s..pelas novas gera€6es. Em sc7.£!.c!o ¢mpJo, aeducacaaa6ifr- pree'n'de os processos formativos que ocorrem no meio social, nos quais os individuos estao envolvidos de modo necessario e inevitavel pelo simples fato de existirem socz.¢Jme#£c; neste sentido, a pratica educativa existe em uma grande variedade de institui€6es e atividades sociais de- correntes da organiza€ao econ6mica, politica e legal de uma sociedade, da religiao, dos costumes, das formas de convivencia humana. Em se"£z.- do csfr!.to, a educa€ao ocorre em institui€6es especfficas, escolares ou nao, comfinalidadesexplicitasdeinstru€aoeensinomedianteumaa€aocons- ciente,deliberadaeplanificada,emborasemseparar-sedaquelesproces-j sos formativos gerais. Os estudos que tratam das diversas modalidades de educa€ao cos- tumam caracterizar as influencias educativas como nao intencionais e intencionais. A ed«c¢ffo 7!Go 7.«fc7tc!.o77flJ refere-se as influencias do contex- to social e do meio ambiente sobre os individuos. denominadas de si€ao educa€ao informal, de conhecimentos, experie Tais influencias, tamb6m correspondem a processos de aqui- s, ideias, valores, praticas,, que nao estao ligados especificamente a uma instituicao e nem sao intencionais e .€ojisrieLnjes.Saositua€6eseexperiencias,porassimdizer,`£g§±±eig££gg= embora influam na forma€ao humana. fi o caso, por exemplo, das formas econ6micas e politicas de organiza€ao da socie- ti^inc.is,nao dade, das rela€6es humanas na familia, no trabalho, na comunidade, dos grupos de convivencia humana, do clima sociocultural da sociedade. `\objetfv#c:_ffifg€g::L%[,e:etfee:ee.::e:c¥muoe:Col:Saseomd:ueed+:_:#=:a a extras-scorl;i. rii -riin-;--ri:iEfriffil+ffiade, uma c£_n+Lc±±ps±g por parte do :dpur:::s°sro#au¥;:[9tu:-j5e_:¥9gs-e:-:+f~=f~::t::,end:[¥:sC:e:::,£risvefjsa£;::s°a£:i: de urn canal de televisao, do radio, do cartaz de propaganda, do compu- tador etc. Ha quetpqos, tecpicas, lugar€§ e condi€6es criadas deliberadamente±t§.para suscitar Prevl-9i ideias, conhecimentos, valores, atitudes,comportamentos.Sabinuiiasasform-a-sde a, conforme o educa ao nao formal f5TrHo_;i;i6mT5€;lcHr_convencional fliapque se educa€ao intencional ro pretendido, variam os meios. Podemos falar da quando se trata de atividade educativa estruturada (comoeocasodemovimentossociais__ , `J_=T ` {-_ r±_.±_`.`±=c_i-:;-_ _.jT=_I+-._z=ar±_I ggipizados, dos meios de comunica€ao de massa etc.) e da |a_§~aiie±deiustru€ao e edu-realiza nas escolas ou outras cacao(igrejas,sindicatos,partidos,empresas)implicandoac6esdeensino pedag6gico_s~.explicit_os,si:ieF,a|£ZLFo`,~P-i6Tc-6a-i`±:£=ni6: 5--aiffi €9.P 9bje_t£Y9§ didaticos. Cumpre acentuar, no entantoTqlle escolar s'e destaca entre as demais formas de educa€aointencionalporser suporte e requisito delas. Com efeito, 6 aLj2§s8±±±iz±g§g±4§iLca que Possi- bilita aos individuos ap±givizeiiar e iLn!erpreta_r, consciente e criticamente,bilitaaosindividuosaj2rdaL¥imnrE2rgt_a_r,£g: outras influencias educativas. E impossivel, ha i"ra-g-r`€`s±;lcientificosetetnicos,ecomopesoc.adavez maior de outras influencias educativas (mormente os meios de comuni- ca€ao de massa), a participacao efetiva dos individuos 6 grupos nas de- cis6es que permeiam a sociedade sem a educacao intencional e sistema- tizada provida pela educa€ao escolar. As formas que assume a pratica educativa, sejam nao intencionais ou intencionais, formais ou nao formais, escolares ou extraescolares, se interpenetram. 0?.#;,h:contextualizado que lhe faz exig€ de a€ao. Vejamos sociedade e educa€ao. sociedade atual, com o onde quer que se de, 6 sempre uma subordina ao a sociedade ;elhe.pr9¥±o|rdise_e.§im±s estabelecem os vinculos entre Conforme dissemos, a ca que ela educa arte integrante ao e urn das relac6es sociais, culturais de uma determinada sociedade. Na o social.social. Isso signifi--i-I s€9pe.givq£,.B9.I_i_ticasi. sociedade brasileira atual, a estrutrl-fa. social se apresenta dividida em classes e grupos sociais com interessesdistintoseantag6nicos;essefatorepercutetantonaorganiza€ao econ6mica e politica quanto na pratica educativa. Assim, as finalidades e os meios da educacao subordinam-se a estrutura e dinamica das relac6es entre as classes sociais, ou seja, sao socialmente determinados. Que significa a expressao ``a educa€ao e socialmente determinada"? Significaquea educativa, eespecialmente os e contetidos doensinoeotrabalhodocente,flo,±£tf|mjpe±s±asL'' •-:i:i:zgf%':#::;:aod: efeito, a pratica educativa que ocor- assim como os acontecimentos da vida cotidiana, os fatos politicos e econ6micos etc. -±s_terminadapo_r va::==:=:=::ifufr££s=O#:H:+:±fg-::d£;;-:=[¥::;=£=:{ig#aui=Ofcs£:£d-::t-gsr: organiza sao uma decorrencia do fato de que, desde o inicio da sua exis- tencia,oshomensvivememgrupos;suavidaestanadependenciadavida de outros membros do grupo social, ou seja, a hist6ria humana, a hist6ria da sua vida e a hist6ria da sociedade se constituem e se desenvolvem na dinamica das relac6es sociais. Este fato e fundamental para se compreen- der que a organizacao da sociedade, a existencia das classes sociais, o papel da educa€ao estao implicados nas formas que as relac6es sociais vao assumindo pela a€ao pratica concreta dos homens. Desde o inicio da hist6ria da humanidade, os individuos e grupos travamrela€desreciprocasdiantedaF_s£_essir±agl_eL±f!_?_b_a^E.a_r_epLCLgpj±[±L- |=:`-:=:::-:;::=5:::::=£==g:.aEdsess:Snr:;aa€s6feosrvma:spda:So=g€:Pz:: €ao do trabalho e, especificamente, uma divisao do trabalho conforme sexo,idade,ocupa€6es,demodoaexistirumadistribuicaodasatividades entre os envolvidos no processo de trabalho. Na his't6ria da sociedade, nem sempre houve uma distribui€ao por igual dos produtos do trabalho, tanto materiais quanto espirituais. Com isso, vai surgindo nas rela€6es sociais a desigualdade econ6mica e de classes. Nas formas primitivas de rela€6es sociais, os individuos tern igual usufruto do trabalho comum. Entretanto, nas etapas seguintes da hist6ria da sociedade, Cada vez mais ±±9LS_=±£i.Qaprst±+gs.dp`trarb?I.bg.dostraba- Sii tici.ntua a distribui€ao desigual dos individuos em. distintas atividades, bcmcomodoprodutodessasatividades..Adivisaodotrabalhovaifazen- tloconqueosindividuospa§semaocupardifeienteslugaresnaativida-de produtiva. Na.sociedade escravista, os meios de trabalho e o pr6prio trabalhador(escravo)'saopropriedadedosdonos.deterras;nasociedade feudal, os trabalhadores (servos) sao obrigados a trabalhar gratuitamen- te as terras do senhor feridal ou a pagar-lhe tributos. Seculos mais tarde, na sociedade' capitalista, ocorreu uma divisao entre os propriefarios pri- vados dos meicjs de produ€ao (empresas, .inaquinas, bancos, instrumen- tos de trabalho etc.) e os que vendem a sua for€a de trabalho.para obter os meios da sua.subsistencia, os trabalhadores que vivem do salario. • As rela€6es sociais no capitalismo sao, assim, fortemente marcadas PeladJ±zisa±ed.e=`s=o_cierd;a_e_em`classesrnaqualcapitalistasetrabalhadores ocupam|.¥garLfsj2pg§!g£.£_ap_tag6_ric.Qas±±g.ppg_c`es§_Q~dep.r`Qdysao:.Aclas- se social proprietar'ia dos meios de produ€ao retira seus lucros da explo- ra€ao do trabalho. da classe trabalhadora. Esta, a qual pertencem cerca de 70°/o` da populaca6 brasileira, 6.obrigada a trocar sua capacidade de tra- balho por urn salario que nao.cobre as suas nece.ssidades vitais e fica privada, tamb6.in, da satisfa€ao de suas necessidades espirituais e cultu- rais: A aliena€ao econ6mica dos meiosL£_p_rpdutos do trabalho dos traba- lhadores, que desigualdadesgc~ia|econ~s_eque_n_ciie§,_d`sfifiLy_es``nascondi€6esdevidada` grande maiori-a.aa` popula€ao trabalhadora. Este 6 o traco fundamental do sistema de orgahiza€ao das rela€6es sociais em nossa sociedade. Adesigualdad6entreoshomens,quenaorigem6umadesigualdade econ6mica no seio das rela€6es entre as classes sociais, determina nao apenas as condi€6e; materiais de vida e de trabalho dos individuos mas tamb6m a diferenciacao no acesso a cultura espiritual, a. educacao. Com efeito a classe social dominante retem os meios de Droducao material como e ao mesmo tempo tima aliena€ao espiritual, determina tamb6m os meios de producao cultural e da tendendo a co- 5iEfviETo-a6s seus interesses. Assim, a educacao que--o-S-riabalha- a6f€Ts``fEC-ebefa~viJ§tai±rih€ipfa-Iife`niE-prepara-losparatrabalhofisico,para atitudes conformistas, devendo contentar-se com uma escolarizacao defi- ciente. Alem disso, a minoria dominantedisp6e de meios de difundir a sua pr6pria concepcao de mund.o (ideias, valore.s, praticas sobre a vida, o trt`bcilho, as rela€6es humanas etc.) Para justificar, ao seu modo, o sistema de rela€6es sociais que caracteriza a sociedade capitahista. o sistema e-dirfeTa=fiv-o,-. incl-tiindo -as Tais ideias, va- loresepriticas,apre`septeq9~s,pfl_apjpg.ri±Lf£T_giv~api£.c_gmg±£pres_gLn±`gtLi- vosdosinteressesdetodasa§classessociais,`s_aq.9_qLUE.i.e£~o£_t¥P_e__¢_ep9- e~scE;-fa's; -a;-igi-aja-s,L' //=_ge__i_f±9t98±asagenciasdeforma€aoprofissionaI,osmeiosdecoquunica€aodemassa,ci,/ §j±lm__mL9iQj2:i]£i±£8i£±9I2±:gLg±e_ba_§Sed±ideo_lQg]iaj±QmiminLag±g Consideremos algumas afirma€6es que sao passadas nas conversas, nas aulas, nos livros didaticos: • ``0 governo sempre faz o que e possivel; as pessoas 6 que nao / colaboram " ; `\ • ``Os professores nao tom que se preocupar com politica; o que . devem fazei 6 cumprir sua obrigacao na escola"; . • '`A educa€ao 6 a mola do sucesso para subir na vida"; • ``Nossa sociedade e democratica poique da oportunidades iguais . a todos. Sa a pe.ssda nao tern born empr.ego ou nao`consegue es- . tudar e porque tern limitac6es individuais''; • ``As.crian€as sao indisciplinadas e relapsas porque seus pais nao lhes dao educa€ao conveniente em casa''; . • ``As crian€as repetem de ano porque nao.se esfor€am; tudo na vida. depende de esfor€o pessoal'{; • ``Bom aluno e aquele que sabe obedecer". Essas e outras opini6es mostram ideias e:valores que nao condizem com a realidade social. Fica parecendo qua o goveino se poe acima dos conflitos entre as classes sociais e das desigualdade§, fazendo recair os problemas na incomp6tencia das pessoas, e que a escolariza€ao pods reduzir as diferen€as sociais, porque da oportunidade.a todos. Problemas que sao decorrentes da estrutura social sao tornados como problemas in- dividuais. Entretanto, s5o meias verdades, sao concep€6es parciais da realidade que escondem os conflitos sociais e tentam passar uma ideia positivadascoisas.Pessoasdesavisadasacabamassumindoessascren€as, valoresepraticas,comosefizessempartedanormalidadedavida;acabam acreditando que a.sociedade e. boa, os individuos 6 que destoam. . A edu€ativa, portanto, 6 parte integrante da dinamica das ±Oindie§ fi+rii5 dylg3±a~r-s~u-a-s •finalidades e •' processossaodeterminadosporinteressesantag6nicosdasclassessociais. No trabalho docente, presentes interesses de turais - sendo manifesta€ao da pratica educativa, estao toda ordem - sociais, que precisam ser oliticos, econ6micos, cul- compreendidos pelos professores. Por outro radoT€precisocompreender,¥ETmBEHTtLffique as rela€des sociais existentes na nossa sociedade nao sao esfaticas, imutaveis, estabelecidas para sem- pre.Elassaodinamicas,umavezqueseconstituempelaa€aohumanana vidasocial.Issosignificaqueasrela€6essociaispodemsertransformadas pelos pr6prios individuos que a integram. Portanto, na sociedade de classes, nao 6 apenas a minoria dominante que poe em pratica os seus interesses. Tamb6m as classes trabalhadoras podem elaborar e organizar concretamente os seus interesses e formular objetivos e meios do proces- so educativo alinhados com as lutas pela transformacao do sistema de rela€6es sociais vigente. 0 que devemos ter em mente 6 que uma educa- €ao voltada para os interesses majorifarios da sociedade efetivamente se defronta com limites impostos pelas rela€6es de poder no seio da socie- dade. Por isso mesmo, o reconhecimento do docente olitico do trabalho Fizemos essas considerac6es para mostrar que a pfatica educativa, a vida cotidiana, as rela€6es professor-alunos, os objetivos da educa€ao, o trabalho docente, nossa percep€ao do aluno estao ce±r_e_gados de sigpi--ue se constituem na dinamica das rela 6es entre classes, S±igi.Q`S_Qfr~_e_ntfel±gmfng+,£,_m±±±!be±±Lsijp|z£Ln|Le adultos.Saoossereshumanosque,nadiversidadedasrelac6esreciprocas --.i-_, ,_-'- _` que travam em varios contextos, dao significado as coisas, as pessoas, as ideias; e socialmente que se formam ideias, opini6es, ideologias. Este fato e fundamental para compreender como cada sociedade se produz e se desenvolve, como se organiza e como encaminha a pratica educativa por meio dos seus conflitos e suas contradic6es. Para quem lida com a edu- cacao tendo em vista a forma€ao humana dos individuos vivendo em contextos sociais determinados, 6 imprescindivel que desenvolva a capa- cidade de descobrir as rela€6es sociais reais implicadas em cada aconte- cimento, em cada situa€ao real da sua vida e da sua profissao, em cada mat6ria que ensina como tamb6m nos discursos, nos meios de comuni- i`.i€ao de massa, nas rela€6es cotidianas na familia e no trabalho. 0 ecifico de atua profissional e politica do professori :I ``*i`olt], a qual cabem tarefas de assegurar aos alunosurn s6lido dominio deco±ecgiv±ntgs_Eha±±j±idadgaQ4g§§nynlvimpntndpsuasJ=apacid_aLdgs intelectuais, + _. _- _ representam deJ?£F£?_in-,€!critico e criativo. Tais tare fas uma significativa contribui€ao para a forma€ao de cidadaos ativos, criativos e criticos, capazes de participar nas lutas pela trfe-. macao social. Podemos dizer que, quanto mais se diversificam as formas de educacao extraescolar e quanto mais a minoria dominante refina os meios de difusao da ideologia burguesa, tanto mais a educacao e;colar adquire importancia, principalmente para as classes trabalhadoras. Ve-se que a responsabilidade social da escola e dos professores 6 muito grande, pois cabe-lhes escother dade deve ser de socie- uais contetidos e ==:=:oThne:cprop£:o=:od==t=:==:=:=edn:to=c:paa:f:± pi?-!ic!:.`.`p-``1`.`j!:r:`¥ir in nos movimentos___s_Qciais. Tal como a educa€ao, tamb6m o ensino 6 determinadosocialmente. Ao mesmo tem- po que cumpre objetivos e exigencias da sociedade conforme interesses de grupos e classes sociais que a constituem, o ensino cria condi€6es metodol6gicas e organizativas para o processo de transmissao e assimi- 1a€ao de conhecimentos e desenvolvimento das capacidades intelectuais e processos mentais dos alunos tendo em vista o entendimento crftico dos problemas sociais. Educa€ao, instrucao e ensino Antes de prosseguirmos nossas considera€6es, convem esclarecer o significado dos termos educa€ao, instru€ao e ensino. £dwcoffo 6 urn con- ceito amplo que se refere ao processo de desenvolvimento unilateral da personalidade,envolvendoaformacaodequalidadeshumanas-fisicas, morais, intelectuais, est6ticas - tendo em vista a orientacao da atividade humana na sua relacao com o meio social, em determinado contexto de rela€6es sociais. A educa€ao corresponde, pois, a toda modalidade de influencias e inter-rela€6es que convergem para a forma€ao de tra€os depersonalidadesocialedocarater,implicandoumaconcep€aodemun- do, ideais, valores, modos de agir, que se traduzem em convicc6es ideo- 16gicas, morais, politicas, principios de a€ao frente a 5itua€6es reais a ' ii I _m rf u_ _ : " !j I i -` i J!+ .E i I` ;i I • ! i Ei E ® I F= =L : :' ensino;emora-FroE=fria6E!§ie:j2j3Pg:P 1,\,..`-`--``.-, 1*2tHinHa norasearado_dLa~vi_a .a, E E ' Aforma€a noerenizi::,,:i,.:i,,,.:,,.,,i:I, 'tica Magna. ~_~,_____±m£!gdgLsde~eEgiv_corre spondentes, -- 1j i `Il`naeeo_do PLreeeqsam P9 -`--- ` i9nge-do \ffind uatro omiin`d57dFmTafEa-n`d6EFE6riz~~~- € 8lllllsmo alca±cLis.e_u_Q ±|e_t_i_Y.9 atividade }irttvercondi€6es para _P€ rese nte, _8JPP9jt\tsiam d.aLPQli_rEa+2!JLu± P psfco[og]a_gE¥_±e]_e_ ep cL=-C -9-8- ensmo. i £ -_..---..----- P[!.et-cl9qc`:t'a!tir_es+-.v_J! .¥_r: 6 ----_- OuJ HRERErmE I, i )i aprendizaem'' ., I` #i. ( i ' ® ® ® ® ® ® I \(: : i"i' ;I h : I I ; I 0 1' I ` 1 : i.; 1 n i I €1' iI I + EI H 1 :;i i re •, i! r I : : EE i yE u hi L I,, ,\ I I,, i I.I., DL',(` in n, i i I,ll, I \i ( L i \ \ : '1 i `1 ( i;: :(I 11 i11 (I, 6 lj \1 l ;i 11 11 -` _ - -_ .. _ - '. - - ` .. .. ._ = - - _ - - - .. = = ± = ; I '1 1 i I. . + ., I, . I)I( -I ,I - -- -- - __ _ - 1 g -- Fi fe \ ® -_ .- 1 11, i i: I \ I I i oil i I I Ei L I I 11 : I \ I I I I A _ _ _ gi v. A } a -a p- „ -- -, ' - -- -I- TT ® E ?+ + ( ji L a sequencia do ensino de acordo com a materia ensinada, caracteristictis tit i grupo de alunos e de cada aluno e situa€6es didaticas especificas. Nas aulas se conjugam diversas formas didaticas, por meio dii+ quais 6 estabelecida a correspondencia entre tipos de aulas e m6todtt.` de ensino. Neste capitulo serao trabalhados os seguintes temas: • caracteristicas gerais da aula; • estruturacao didatica da aula; • tipos de aula e m6todos de ensino. Caracteristicas gerais da aula Se considerarmos o processo de ensino como uma a€ao conjunta do professor e dos alunos, na qual o professor estimula e dirige atividades em fun€ao da aprendizagem dos alunos, podemos dizer que a aula 6 {i forma didatica basica de organiza€ao do processo de ensino. Cada aula 6 uma situa€ao didatica especifica, na qual objetivos e contetidos se com- binam com m6todos e formas didaticas, visando fundamentalmente propiciaraassimilacaoativadeconhecimentosehabilidadespelosalunos. Na aula se realiza, assim, a unidade entre ensino e estudo, como que convergindo nela os elementos constitutivos do processo didatico. De acordo com esse entendimento, o termo aula nao se aplica somen- teaaulaexpositiva,masatodasasformasdidaticasorganizadasedirigidas direta ou indiretamente pelo professor, tendo em vista realizar o ensino e a aprendizagem. Em outras palavras, a aula 6 toda situa€ao didatica na qual se p6em objetivos, conhecimentos, problemas, desafios, com fins ins- trutivos e formativos, que incitam as crian€as e jovens a aprender. Consideremos, pois, que, na maior parte das vezes, nao temos uma aula, mas urn conjunto de aulas, visto que os resultados do processo de ensino nao sao obtidos instantaneamente, e sim pelo trabalho continuo do professor, estruturado no plano de ensino e nos pianos de aulas. Em correspondencia com as finalidades, principios, elementos cons- titutivos e meios da educa€ao escolar -objetos de estudo deste livro - as aulas devem cumprir as seguintes exigencias: • amplia€ao do nivel cultural e cientifico dos alunos, €`sscgui.mitltt profundidade e solidez aos conhecimentos assimilados; • sele€ao e organiza€ao de atividades dos alunos que possibilit"n desenvolver sua independencia .de pensamento, a criatividadi` `` o gosto pelo estudo; • empenho permanente na forma€ao de m6todos e habitos de estudo; • forma€ao de habilidades e habitos, atitudes e convic€6es, que permitamaaplica€aodeconhecimentosnasolu€aodeproblemas em situa€6es da vida pratica; • desenvolvinento das possibflidades de aproveitamento escolar de todos os alunos, diferenciando e individualizando o ensino para atingir niveis relativamente iguais de assimila€ao da materia; • valoriza€ao da sala de aula como meio educativo, para formar as qualidades positivas de personalidade dos alunos; • condu€ao do trabalho docente na classe, tendo em vista a forma- €aodoespiritodecoletividade,solidariedadeeajudamtitua,sem prejuizo da aten€ao as peculiaridades de cada aluno. Estrutura€ao didatica da aula 0 trabalho docente, sendo uma atividade intencional e planejada, rcquer estrutura€ao e organiza€ao, a fim de que sejam atingidos os obje- tivos do ensino. A indica€ao de etapas do desenvolvimento da aula nao significa que todas as aulas devam seguir urn esquema rigido. A op€ao Llor qual etapa ou passo didatico e mais adequado para iniciar a aula ou i` conjuga€ao de varios passos numa mesma aula ou conjunto de aulas clepende dos objetivos e contetidos da mat6ria, das caracteristicas do grupo de alunos, dos recursos didaticos disponiveis, das informa€6es obtidas na avalia€ao diagn6stica etc. Por causa disso, ao estudarmos os passos didaticos, 6 importante assinalar que a estruturacao da aula e urn processo que implica criatividade e flexibilidade do professor, isto 6, a perspicacia de saber o que fazer frente a situac6es didaticas especificas, cujo rumo nem sempre 6 previsivel. Devemos entender, portanto, as etapas ou passos didaticos comt) tarefas do processo de ensino relativamente constantes e comuns a tod{is as mat6rias, considerando-se que nao ha entre elas uma sequencia neces- sariamente fixa, e que dentro de uma etapa se realizam simultaneament{` Outras. Os passos didaticos sao os seguintes: prepara€ao e introdu€ao dt` mat6ria; tratamento didatico da mat6ria nova; consolida€ao e aprimor.i~ mento dos conhecimentos e habilidades; aplicacao; controle e avalia€ao. Esquema das fases coordenadas do processo de ensino PREPARACAO E INTRODUCAO PROBLEMA E ORIENTACAO TRANSMISSA0 E ASSIMILACAO DA MATERIA NOVA I Aspectos externos (metodos de ensino) I Aspectos internos (metodos de assimilacao ativa) -percep¢ao -forma¢ao de conceitos -desenvolvimento de capacidades cognoscitiva e operativa NOVAS PERGUNTAS ' ARTICULACAO : ENTREASFASES : ', MEDIANTE: ' _ : -Consolidacao : _ : -Rec6rda€ao i ; -Sistematizacao i -Fixacao ' : -Aplicacao I \1/ AVALIACAO E CONTROLE TRABALHO COM A MATERIA VELHA - Ex-ercicios - Recordacao -Memorizacao (Adaptacao de esquema desenvolvido por L. Klingberg,1978) 0 esquema mostra a dinamica e a interdependencia entri. .i.i l`.ih`.* tl` i prt7cesso de ensino. A prepara€ao e a introdu€aoimplicam o i`ii(I.I.I,i\'.`- mcnto com os conhecimentos anteriores (materia velha), demari`tii``l{t t t iiiovimentodoconhecimentovelhoaonovb,donovoaovelho;jah€iiuiui i`nla€amentostamb6mcomoutrasfun€6esdidaticasdoprocessodetr.iiis- missao/assimila€ao: a consolida€ao, a recorda€ao, a fixa€ao etc. A transj- \`{io para a mat6ria nova implica a orientacao didatica para os objetivos, `iiie consiste em ajudar os alunos a tomarem consciencia das tare fas que t{trao pela frente e dos resultados gradativos esperados deles. A mat6ria lit.va, por sua vez, implica a consolidacao, recorda€ao, sistematiza€ao, I.ixa€ao da materia anterior. A aplica€ao, na qual os alunos mostram ca- iit`cidade de utilizar autonomamente conhecimentos e habilidades ad- iiiiiridos, tamb6m assegura o enlace entre mat6ria velha e materia nova; i.i que tern por funcao a ligacao dos conhecimentos com a pratica, e mo- iiiento de culminancia parcial do processo de ensino. A avaliacao se co- iwcta a todas as demais fases, pois lhe cabe verificar e qualificar o grau ``ili que estao sendo alcan€ados os objetivos; todavia, € tamb6m urn mo- iiii`nto relativamente conclusivo da fase terminal do tratamento da rna- lt'`ria nova. Vejamos algumas indicac6es para o desenvolvimento das fases ou I..`ssos didaticos: 1. Prepara€do e introducdo da mat6ria Esta fase corresponde especificamente ao momento inicial de prepa- I.,i``{ioparaoestudodematerianova.Compreendeatividadesinterligadas: i iirepara€ao pfevia do professor, a prepara€ao dos alunos, a introdu€ao ` ln materia e a coloca€ao didatica dos objetivos. Embora venham tratadas ```[i.iradamente, isso nao significa que devam ser tomadas numa sequen- `i., rigida. Antes de entrar na classe e iniciar a aula, o professor precisa prepa- I.,ir-se atrav6s de urn planejamento sistematico de uma aula ou conjunto `li` i`ulas. A prepara€ao sistematica das aulas assegura a dosagem da ma- I``ritledotempo,oesclarecimentodosobjetivosaatingiredasatividades i iu`` serao realizadas, a prepara€ao de recursos auxiliares do ensino. No inicio da aula, fl prep#r¢£de dos ¢Jw7!os visa criar condic6es d{` t``` tudo:mobiliza€aodaatencaoparacriarumaatitudefavoravelaoestii{lit, organiza€aodoambiente,suscitamentodointeresseeliga€aodam.il`.`ii.I nova em rela€ao a anterior. Os professores mais experientes confiri"w n a importancia de incitar os alunos para o estudo: ``Acho que nao se deve iniciar uma aula abruptamente, mas com urn papo inicial para que os alunos se descontraiam. Se 6 uma aula de Analise Sintatica, em vez de chegar ao quadro-negro e colocar, de chofre, a teoria e os exemplos, a gente come€a conversando, pede a classeparaformarumafrase.Enecessariopartirdeumpontoemque os alunos participem, para nao ficarem naquela atitude passiva." ``Cada aula minha ten muito a ver com a aula anterior, mostro onde paramos, pergunto aos alunos se a gente segue em frente ou nao. Eu gosto de situar os alunos naquilo que foi visto antes e que sera visto hoje". (Libineo,1984, p. 152) A motiva€ao inicial inclui perguntas para averiguar se os conht`{`i mentosanterioresestaoefetivamentedisponiveiseprontosparaocoii]i`` cimento novo. Aqui o empenho do professor esta em estimular o raciou nio dos alunos, instiga-los a emitir opini6es pr6prias sobre o qui. aprenderam,faze-losligaroscontetidosacoisasoueventosdocotidiciiit`, A corre€ao de tarefas de casa pode tomar-se importante fator de refoi.t`'t I e consolida€ao. As vezes havera necessidade de uma breve revisao (retu pitula€ao) da mat€ria, ou a retifica€ao de conceitos ou habilidades insu ficientemente assimilados. Como se ve, a preparacao dos alunos 6 un`,i atividade de sondagem das condi€6es escolares prfevias dos alunos pa in enfrentarem o assunto novo. A z.7tfrodwffro do assunto, que obviamente ja se iniciou, 6 a concatem` €ao da mat6ria velha com a materia nova. Nao 6 ainda a apresenta€ao iln mat6ria, `'dar o ponto", como se diz, mas a liga€ao entre no€6es que {i+, alunosjapossuamemrela€aoamaterianova,bemcomooestabelecim" to de vinculos entre a pratica cotidiana e o assunto. 0 melhor procetli mento para isso 6 apresentar a mat6ria como urn problema a ser resolv i do,emboranemtodososassuntosseprestemaisso.Medianteperguntti*, trocas de experiencias, coloca€ao de possiveis soluc6es, estabelecimeli lt I de rela€6es causa-efeito, os problemas atinentes ao tema vao se encami iili,iliil{i para tornar-se tamb6m problemas para os alunos i" *Ii.i \'i`I.i iu,iLi{`ii.Comissovaosendoapontadosconhecimentosquesti{"w`**.win.+ `lt iiii i n.ir e as atividades de aprendizagem correspondentes. 0 p«)l`t``+*` }i. I,ii..i, tintao, a coJocflffo c7!.dfl'f!.cfl dos ob/ieffros,. uma vez que 6 o estuilti `l.I I n .vii mat6ria que possibilitara o encontro de solu€6es. Os objetivos iliil i- ` "n t) rumo do trabalho docente, ajudam os alunos a terem clareza dos ri.*il I tados a atingir. Trata-se, evidentemente, de objetivos viaveis, possi- \'t`i* ilc serem atingidos. A16m disso, vale muito aqui a consciencia social i.itiiliticadoprofessornosentidodeproporobjetivos,contetidosetarefas `iiii` tenham significado real para a experiencia social dos alunos. Os I il lit.tivos dao o tom educativo da instru€ao, pois que excedem o simples i I I tminio de conhecimentos, determinando a orienta€ao para o desenvol- \' in`i`nto da personalidade do aluno na sua rela€ao ativa com a realidade. ` lI``i` professora de Portugues diz a esse respeito: ``Eu come€o discutindo com os alunos a importancia da lingua para a hist6ria dos homens, a importancia da expressao humana. Mesmo durante o ano eu volto a falar sobre isso. Outra coisa 6 que eu s6 con- sigo o interesse da turma quando eles sabem o `para que' esfao fazen- do aquilo." Na mesma linha escreve uma professora de Hist6ria: "Por mais te6rico que seja urn trab{ilho na sala de aula, os alunos con- seguem acompanhar, colaborar, interessar-se, desde que entendam duas perspectivas: a utilidade do conhecimento e o exercicio mental decorrente desse conhecimento. Atr.is desse exercicio ten uma viven- cia, uma experiencia, urn conhecimento. Eu acredito que, mesmo aquelas mat6rias mais te6ricas conseguem atrair os alunos, se a gente consegue faze-los sentir a importciiicia do exercicio de reflexao, e com- preenderem que aquele coithecimento C. titil, embora nao de imediato". (Libaneo, 1984, p. 159 e 164) Dada a suma importancia dos objetivos da direcao e controle da •`t ividade do professor e dos alunos, eles clevem ser recordados em todas A.i i.tapas do ensino. Esse cuidado auxilia a avalia€ao diagn6stica, assim t'ttmo evita a dispersao, impedindo que aspectos secundarios tomem t`{inta do essencial no desenvolvimento do plano de unidade. A dura€ao desta etapa depende da materia, do tipo de aula, do pre- paro prfevio ou do nivel de assimila€ao dos alunos para enfrentarem o assunto novo. Evidentemente, se 6 inicio de uma unidade de ensino, o tempo sera maior. 2. Tratamento did6tico da mat6ria nova Dissemos anteriormente que os passos do ensino nao sao mais que func6es didaticas estreitamente relacionadas, de modo que o tratamento didatico da materia ja se encontra em andamento. Mas aqui ha o prop6- sitodemaiorsistematiza€ao,envolvendoonexotransmissao/assimila€ao ativa dos conhecimentos. Nesta etapa se realiza a percep€ao dos objetos e fen6menos ligados ao tema, a forma€ao de conceitos, o desenvolvimen- to das capacidades cognoscitivas de observa€ao, imagina€ao e de racio- cinio dos alunos. Na transmissao prevalecem as formas de estrutura€ao e organiza€ao 16gica e didatica dos contetidos. Na assimila€ao, importam os processos da cogni€ao mediante a assimila€ao ativa e interioriza€ao de conhecimentos, habilidades, convic€6es. Como sao momentos interde- pendentes, ha ai uma rela€ao recfproca entre m6todos de ensino e meto- dos de assimilacao, ou seja, entre aspectos externos e intemos do m6todo. Os aspectos externos sao a exposi€ao do professor, a atividade relativa- mente independente dos alunos, a elabora€ao conjunta (conversa€ao). Os aspectos internos compreendemas fung6es mentais que se desenvolvem no processo da cogni€ao, tais como a percep€ao, as representa€6es, o pensamento abstrato, mobilizados pelas fun€6es ou fases didaticas. Os aspectos extemos do m6todo nao sao suficientes para se obter a realiza€ao dos objetivos do ensino. Se fosse assim, o ensino meramente expositivo e verbalista seria justificado. Mas, como se trata de assegurar a iniciativa, a assimila€ao consciente e o desenvolvimento das potencia- lidades intelectuais do aluno sao os aspectos intemos do m6todo que vao determinar a escolha e diferencia€ao dos aspectos extemos. Podemos dizer, por outras palavras, que o que determina a forma extema de estru- turar o ensino 6 o processo de conhecimento que o aluno realiza, no qual ativa as suas habilidades e capacidades e desenvolve os seus processos mentais. Conhecer e compreender os aspectos internos do mc.tttilti ``` I I im I.i- rcfa indispensavel ao professor; para isso, precisa dominar ctiliht`ti lii``Ii - t{)s da Psicologia da Educa€ao. Comecemos por entender o processo .de transmissao/assjm i I.i\ut t i`omo urn caminho que vai do nao-saber para o saber, admitindo-sc IT`i`` a ensino consiste no dominio do saber sistematizado e nao de qualqtii`r s{iber. Entretanto, nao existe o nao-saber absoluto, pois os alunos sao portadoresdeconhecimentoseexperiencias,sejadasuapraticacotidiana, seja aqueles obtidos no processo de aprendizagem escolar. Essa consta- t{`cao nos leva a ideia de que esse processo se desenvolve em niveis cres- centes de complexidade. Vejamos como isso se da. A assimilacao de boa parte dos conhecimentos que comp6em o en- sino de 1° grau se inicia pela percep€ao ativa da realidade. A percep€ao 6 umaqualidadedanossamentequepermiteoconhecimentoouatomada decontatocomascoisasefen6menosdarealidade,pormeiodossentidos. A assimila€ao consciente dos conhecimentos come€a com a percep€ao .itiva dos objetos de estudo com os quais o aluno se defronta pela primei- ra vez ou temas ja conhecidos que sao enfocados de urn novo ponto de vista ou de uma forma mais organizada. Apercep€ao,que6umprocessodetrazercoisas,fen6menoserela€6es para a nossa consciencia, 6 a primeira familiarizacao do aluno com a mat6ria, formando na sua mente no€6es concretas e mais claras e ligando os conhecimentos ja disponiveis com os que estao sendo assimilados. Os alunossaoorientadosparaperceberobjetosreais,assimilarasexplica€6es do professor, reavivar percep€6es anteriores, observar objetos e fen6me- nos no seu conjunto e novas relac6es com outros objetos e fen6menos, confrontar no€6es do senso comum com os fatos reais. Enfim, trata-se de trazer a mente dos alunos uma grande quantidade de dados concretos, 1eva-los a expressar opini6es, formando na sua mente no€6es concretas e mais claras dos fatos e fen6menos ligados a mat6ria, para chegar a elabo- racao sistematizada na forma de. conhecimentos cientificos. Algumas atividades que preparam os alunos para a perce€ao ativa sao as seguintes: pedir aos alunos que digam o que sabem sobre o assun- to; leva-los a observar objetos e fen6menos e a verbalizar o que estao vendo ou manipulando; colocar urn problema pratico cuja solu€ao seja possivelcomosconhecimentosdamat6rianova;fazerumademonstra€ao pratica que suscite a curiosidade e o interesse; registrar no quadro-negro as informa€6es que os alunos vao dando, de forma a ir sistematizando essas informa€6es. A percep€ao pode ser direta ou indireta. Pela via direta, ha urn con- fronto com as coisas, fen6menos e processos da realidade estudada por meio de experimentos simples, estudo do meio, demonstra€ao. Pela via indireta,oprofessorrecorreaexplica€aodamateria,estudoindependen- te dos alunos, conversa€ao dirigida, a fim de que o aluno va formando noc6es; para isso utiliza-se de ilustrac6es, desenhos, mapas e a pr6pria representa€ao verbal dos objetos de estudo. As duas vias devem ser empregadas na percep€ao e assimila€ao de conhecimentos novos. Cabe ao professor, conforme os objetivos, as con- di€6es e meios didaticos disponiveis, a natureza do assunto e a especifi- cidade de cada mat6ria, escolher ou combinar as vias pelas quais os alunos travam o primeiro contato com a mat6ria nova. A via direta 6, certamente, mais rica e mais suscetivel de gerar boas representa€6es. Entretanto, a via indireta 6 a mais frequente na sala de aula, o que requer do professor cuidados especiais com a linguagem (expressar-se com cla- reza,usarvocabularioacessiveletc.),poisaexplicacaovisaobteraliga€ao da percep€ao sensorial e do pensamento na mente dos alunos. A primei- ra compreensao que os alunos adquirem da mat6ria determina a quali- dade, a clareza e a precisao dos conceitos que vao sendo formados. Mas isto nao quer dizer que haja separa€ao entre percep€ao e assi- mila€ao, entre conhecimento sensorial e conhecimento racional - urn pratico, outro te6rico. Por urn lado, o conhecimento racional se assenta no conhecimento sensorial, pois a materia-prima do pensamento sao os fatos, objetos, acontecimentos do mundo real; por outro, o conhecimento sensorialjaimplicaumconhecimentoracional,poisquandoobservamos urn fato (por exemplo, a chuva) ja temos certas ideias sobre ele. Urn psic6logo norte-americano, David Ausubel, escreveu que urn dostra€osmaistipicosdaaprendizagemsignificativa6justamenteofato de o conhecimento novo a ser intemalizado estar logicamente relaciona- do com os conhecimentos mais antigos existentes na mente do aluno. Ele diz que os conhecimentos antigos (ou velhos) sao como ``ancoras'' (que seusamparamanterosbarcosparadosnacorrenteza),combasenasquais sao assimilados conhecimentos novos. A percep€ao ativa, sensorial, dos fatos e fen6menos correspondc ao I iu`. t)bservamos no mundo exterior; pofem, a compreensao e a reflex{i{t I I ` ` siias propriedades essenciais ultrapassam as possibilidades do conhc- `'iliii`nto sensorial. No processo de assimila€ao ativa, ao conhecimento `t`Iisorial se integra a atividade do pensamento abstrato que implica a I ` ti`macao de conceitos. Considere-se que os processos de analise, sintese, iltstra€ao e generaliza€ao, pr6prios das formas superiores do conheci- Ii`{`nto, nao apenas contem elementos sensoriais, como tamb6m estes i niplicam aqueles, evidentemente dentro do nivel de desenvolvimento ``{ tgnoscitivo alcan€ado pelo aluno. Essa interpenetra€ao entre conhecimento sensorial e conhecimento r.`cional significa que, no processo didatico, ha urn constante vaivem i`i`tre conhecimento novo e conhecimento velho, entre o concreto e o iibstrato. A assimilacao da materia nova 6 urn processo de interligacao ttntre percep€ao ativa, compreensao e reflexao, de modo a culminar com •` formacao de conceitos cientfficos que sao fixados na consciencia e tor- i`ados disponiveis para a aplicacao. Conv6m assinalar urn aspecto fundamental da percep€ao ativa con- tluzida didaticamente. A percep€ao sensivel de objetos, fen6menos e processos da natureza e da sociedade e o tipo da conhecimento pelo qual se inicia o tratamento cientifico da realidade. Ao se observar a ligacao i`ntre objetos e fen6menos, suas propriedades essenciais, tambem se ana- lisa a interven€ao da pratica social, a hist6ria da liga€ao da atividade humana com o objeto de estudo para satisfazer necessidades humanas. Na medida em que o processo educativo 6 indissociavel da vida pratica, a percep€ao 6 condicionada a essa atividade pratica, que evidentemente tern a ver com a vida material e social dos alunos. Assim, as tarefas do- centes de orienta€ao da percep€ao ativa devem convergir para incremen- tar capacidades cognoscitivas, operativas e a capacidade critica, simulta- neamente. Assim, no estudo de urn tema 6 fundamental que o professor oriente os alunos no confronto entre as no€6es sobre os fatos e os fatos mesmos, uma vez que se trata de forma-las em concordancia com eles. No processo de aproxima€ao das no€6es cientificas (por exemplo, carac- teristicas e propriedades do ar) 6 necessario estabelecer nexos sociais implicitos nessas no€6es, pois o conhecimento ten sua origem e sua des- tina€aona pratica social. 0 ar 6 urn elemento constante da natureza e da vida humana. Ele nao e apenas uma substancia quinica da atmosfera, mas esta na fabrica, em casa, na cidade, no campo. I urn conhecimento cientifico saber que, por exemplo, sob determinadas condi€6es do pro- cesso de producao, o ar € prejudicial as pessoas e que essas condi€6es podem ser alteradas pela a€ao humana. Cumpre ressaltar, assim, que na forma€ao de conceitos tamb6m esta implicita a atividade do sujeito na pritica social, porquanto o aluno se reconhecenosconceitosquelhesaosignificativos.Osprocessosdeapreen- sao das qualidades e caracteristicas de objetos e fen6menos (mat6ria de estudo) e a forma€ao dos correspondentes conceitos cientificos estao vinculados a dire€ao da atividade humana, seus objetivos e motivos, a experiencia social e cultural do aluno, a seus valores, conhecimentos e atitudes frente ao mundo. Podemos sintetizar os momentos interligados do processo de trans- missao-assimilacao, que e a base metodol6gica para o tratamento didati- co da materia nova: • uma aproxima€ao inicial do objeto de estudo para ir formando as primeiras no€6es, por meio da atividade perceptiva, sensorial. Isso se faz, na aula, por interm6dio da obs6rva€ao direta, conver- sa€ao didatica, explorando a percep€ao que os alunos ten do tema estudado; deve-se ir gradativamente sistematizando as no€6es; • elabora€5o mental dos dados iniciais, tendo em vista a compreen- sao mais aprofundada por meio da abstracao e generaliza€ao, ate consolidar conceitos sobre os objetos de estudo; • sistematiza€ao das ideias e conceitos de urn modo que seja possi- vel operar mentalmente com eles em tare fas te6ricas e praticas, em fun€ao da mat6ria seguinte e em fungao da solu€ao de proble- mas novos da mat6ria e da vida pratica. Neste processo os conhecimentos vao sendo consolidados, o que exige frequente sistematiza€ao da mat6ria, recapitula€ao e exercicios. Por isso, o tratamento da mat6ria nova 6 inseparavel da etapa de pre- paracao e introdu€ao, da etapa de consolida€ao, da etapa de aplica€ao e avaliacao. 3. Consolida€do e aprimoramento dos conhecimentos e habilidades Nas etapas anteriores, o trabalho docente consistiu em pi.ttvi`i` .`* condic6es e os modos de assimilacao e compreensao da materia pi`ltt.+ alunos, incluindo ja exercicios e atividades praticas para solidific{ir i` compreens5o. Entretanto, o processo de ensino nao para ai. E preciso que os conhe- cimentos sejam organizados, aprimorados e fixados na mente dos alunos, a fim de que estejam disponi'veis para orients-los nas situa€6es concretas deestudoedevida.Domesmomodo,emparalelocomosconhecimentos epormeiodeles,6precisoaprimoraraformacaodehabilidadesehabitos para a utiliza€ao independente e criadora dos conhecimentos. Trata-se, assim, da etapa da consolida€ao, tambem conhecida entre os professores como fixacao da materia. Este importante momento do processo de ensino ten sido reduzido, na escola, a repeti€ao mecanica do ensinado, para o aluno reter a materia pelo menos ate a pr6xima prova. Os exercicios e tare fas se destinam a aplica€ao direta, retilinea, de regras decoradas, sem mobilizar a atividade intelectual, o raciocinio, o pensamento independente dos alunos. A con- solida€ao dos conhecimentos e da forma€ao de habilidades e habitos incluem os exercfcios de fixa€ao, a recapitula€ao da mat6ria, as tarefas de casa, o estudo dirigido; entretanto, dependem de que os alunos tenham compreendido bern a mat6ria e de que sirvam de meios para o desenvol- vimento do pensamento independente, do raciocinio e da atividade mental dos alunos. Por essa razao, as tarefas de recorda€ao e sistematiza- €ao, os exercicios e tarefas, devem prover ao aluno oportunidades de estabelecer rela€6es entre o estudado e situa€6es novas, comparar os conhecimentos obtidos com os fatos da vida real, apresentar problemas ouquest6esdiferentementedecomoforamtratadasnolivrodidatico,p6r em pratica habilidades e habitos decorrentes do estudo da mat6ria. Aconsolida€aopodedar-seemqualqueretapadoprocessodidatico: antes de iniciar materia nova, recorda-se, sistematiza-se, sao realizados exercicios em relacao a materia anterior; no estudo do novo contetido, ocorre paralelamente as atividades de assimilacao e compreensao. Mas constitui, tainb6m, urn momento determinado do processo didtitico, quando 6 posterior a assimila€ao inicial e compreensao da materia. A consolida€ao pode ser reprodutiva, de generalizacao e criativa. A reprodutiva ten urn carater de exercita€ao, isto e, ap6s compreender a mat6ria os alunos reproduzem conhecimentos, aplicando-os a uma situa- cao conhecida. A consolidacao generalizadora inclui a aplica€ao de co- nhecimentos para situac6es novas, ap6s a sua sistematiza€ao; implica a integra€aodeconhecimentosdeformaqueosalunosestabele€amrela€6es entre conceitos, analisem os fatos e fen6menos sob vdrios pontos de vista, fa€am a liga€ao dos conhecimentos com novas situa€6es e fatos da prati- ca social. A consolidacao criativa se refere a tarefas que levam ao aprimo- ramento do pensamento independente e criativo, na forma de trabalho independente dos alunos sobre a base das consolida€6es anteriores. Os procedinentos de consolida€ao que mencionamos se interpene- tram. Os exercfcios levam a fixa€ao e forma€ao de habilidades e habitos, auxiliandoasistematiza€ao.Arecapitual€ao(revisao,recorda€ao)sepres- ta a firmar conhecimentos anteriores e liga-los aos novos, dando mais eficacia aos exercicios. A sistematiza€ao, pela qual se forma a estrutura 16gica da materia na mente do aluno com a ajuda do professor, favorece a recapitula€ao e da uma base mais s6lida para a realiza€ao de exercfcios. 4. A aplica€do A aplica€ao 6 a culminancia relativa do processo de ensino. Ela ocor- re em todas as demais etapas, mas aqui se trata de prover oportunidades para os alunos utilizarem de forma mais criativa os conhecimentos, unin- do teoria e pratica, aplicando conhecimentos, seja na pr6pria pratica es- colar (inclusive em outras materias), seja na vida social (nos problemas do cotidiano, na familia, no trabalho). 0 objetivo da aplica€ao 6 estabele- cer vinculos do conhecimento com a vida, de modo a suscitar indepen- dencia de pensamento e atitudes criticas e criativas expressando a sua compreensao da pratica social. Ou seja, a fungao pedag6gico-didatica da aplica€ao 6 a de avan€ar da teoria a pratica, 6 colocar os conhecimentos disponiveisaservicodainteapreta€aoeanalisedarealidade.Nemsempre sera facil aos alunos expressarem nas provas, nos exercicios, nas tarefas, as liga€6es, vinculos e rela€6es entre os conhecimentos sistematizados e a vida pratica. Entretanto, 6 na aplica€ao que os alunos podem ser obser- vi`dos em termos do grau em que conseguem transferir conhei`jmi`i`ltt.` ptlra situac6es novas, evidenciando a compreensao mais global do ()bji.I I i i]e estudo da mat6ria. Aaplica€aodeconhecimentosehabilidadessup6eoatendimentod(` determinadas exigencias didaticas, de responsabilidade do professor: • formula€ao clara de objetivos e adequada selecao de contetidos que propiciem conhecimentos cientificos, no€6es claras sobre o tema em estudo, sistematizacao de conceitos basicos que formam aestruturadosconhecimentosnecessariosacompreensaodecada tema; • liga€ao dos contetidos da mat6ria aos fatos e acontecimentos da vida social e aos conhecimentos e experiencias da vida cotidiana dos alunos, de modo que a realidade social concreta suscite pro- blemas e perguntas a serem investigados no processo de trans- missao/assimila€ao da materia e em rela€ao aos quais se da a aplica€ao de conhecimentos. 5.Controleeavalia€dodosresultadosescolares A verifica€ao e controle do rendimento escolar para efeito de avalia- cao e uma fun€ao didatica que percorre todas as etapas do ensino, e abrange a considera€ao dos varios tipos de atividades do professor e dos alunos no processo de ensino. A avalia€ao do ensino e da aprendizagem deve ser vista como urn processo sistematico e continuo, no decurso do qual vao sendo obtidasinforma€6es e manifesta€6es acerca do desenvol- vimento das atividades docentes e discentes, atribuindo-lhes juizos de valor. Os resultados relativos que decorrem desse processo dizem respei- to ao grau em que se atingem os objetivos e em que se cumprem exigen- cias do dominio dos conteddos, a partir de parametros de desempenho escolar. Para isso, sao empregados procedimentos e instrumentos de mensura€ao (observa€ao, provas, testes, exercicios te6ricos e praticos, tare fas) que proporcionam dados quantitativos e qualitativos. A avaliacao cumpre, ao menos, tres fun€6es. Aj!"ffro pcdrg6g!.co-d+ d¢f!.co se refere aos objetivos gerais e especificos, bern como aos meios e I - ? L . - I- , I _I __ _I _= =- I I L ±^ _- L =L Il l I_ + Il l +n dn I : I patas. _dua s ® ]1 •i ® ® D .I I D Ilfl ® ® 1' 1 £ S I ® ;.ii a C\a,JI® C\a, a E25 9®I0I6 >Ji.a'u , in11,aln0S i gg ina 'n ==I.®3 5'u=I3® u, >Ia5 cofyIa'I0 i tDJa0 a unDBa 'a 9ai 9CL®II0 #CL @ L^rhJDrr'u,=8 SaU, ii ;i ; !j iI #o= Ea; i!\!! 118 ;`'5 un®`I®ru 0t rT'®r\0a'EZU,r\Ja,BIII® 'V,tJa'8 ±g 5 i; ! i; g g; AaZ gf i a .? .g ' g if i +inC`aau n unina,Iaa a® 8t i ' ® 8 t 8 , - E = ru -II a I. iE ! a'® Ia I ®nnIaFac5C'03a'1aIa®=aIU,-5in = Thinun1^as oS ® :; : arT1unIllZa=iinZ5=rT15a•0 5`9na ii j ii i #o !! ii i g3 ! • 0 ® u l a J> rl !. * ± = aZ F E g +IllC ` in aaun O J' a E= ;F! : : : : : i : : : : : : : ; i : : : : : : :I aIlluninZ5=iinZ5=in5aaa C|F5•0 i I I \
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