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Resenha do livro DIDÁTICA - José Carlos Libâneo

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LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. (Coleção magistério. Série 
formação do professor). 
 
CAPÍTULO 1: Prática educativa, pedagogia e didática. 
Neste primeiro capítulo, o autor, deixa claro os conceitos e as diferenças de 
Pedagogia e Didática, dizendo que a Pedagogia é a ciência que estuda a prática educacional e 
a importância de fazer uma relação do que se ensina e o que se vive em sociedade, sendo que 
a Didática é uma disciplina que mostra o começo, meio e fim de como se dá essa educação em 
função da sociedade. Segundo Libâneo (1994, p. 17): “Não há sociedade sem prática 
educativa e nem prática educativa sem sociedade.” 
Esta prática educativa se divide da seguinte maneira: Educação não-intencional 
(informal), com influencias advindas das experiências sócio-culturais vividas pelo indivíduo, 
sem prévia organização ou intencionalidade; Educação Intencional (formal), parte do 
princípio institucional, tendo como base objetivos conscientes que tragam informações 
organizadas e planejadas para a formação deste indivíduo. 
Libâneo afirma que as relações sociais e seu contexto histórico estão diretamente 
ligados a formação das práticas educacionais com o decorrer do tempo, tornando estas 
práticas um reflexo da sociedade contemporânea. Conforme a sociedade modifica sua relação 
com o indivíduo e vice-versa, a prática educacional adapta-se com a carga de significados, 
valores e normas que estas relações produzem. Mesmo este sistema educacional atendendo as 
exigências sociais, classista, ainda sim propõe uma dinâmica envolvendo novos 
conhecimentos, trabalhando a capacidade intelectual do indivíduo, capacitando-o para uma 
visão crítica desta mesma sociedade. 
Acredito ser imprescindível citar os conceitos de Educação, Instrução e Ensino, 
formulados pelo autor: 
Educação é o conceito amplo que se refere ao processo de desenvolvimento 
onilateral da personalidade, envolvendo a formação de qualidades humanas. A 
instrução se refere a formação intelectual, formação e desenvolvimento das 
capacidades cognoscitivas mediante o domínio de certo nível de conhecimentos 
sistematizados. O ensino corresponde a ações, meios e condições para realização da 
instrução. (LIBÂNEO, 1994, p. 23) 
 
Vemos, então, que a somatória ou complementação desses três elementos se dá 
dentro da instituição escolar, através do que chamamos de educação formal (intencional), 
esclarecendo suas particularidades e mostrando que esses três elementos são complementares 
e não sinônimo um do outro como durante muito tempo se pensava. 
Cometemos o mesmo erro quando falamos de Educação escolar, Pedagogia e 
Didática, quando, também, são complementares, sendo a Educação escolar responsável pela 
sistematização das informações que irão instruir os alunos, de forma organizada, intencional e 
mantendo uma relação direta com as relações sociais. Pedagogia é a ciência que estuda a 
educação como fenômeno evolutivo da humanidade, voltado à própria educação, e Didática é 
a disciplina pedagógica que mostra os métodos e objetivos de como os conteúdos deverão ser 
trabalhados, fazendo a seleção desses conteúdos de acordo com a realidade social dos alunos. 
Mas a didática não é uma disciplina onipresente, existem outras que dão suporte técnico e 
conceitual para a melhor compreensão dos aspectos cognoscitivos, para os quais a Didática é 
trabalhada. 
 
CAPÍTULO 2: Didática e democratização do ensino. 
É dever da sociedade e do Estado escolarizar a todos com ensino básico, onde os 
conhecimentos sistematizados sejam acessíveis e estes integrantes da sociedade tornando-se 
esclarecidos e democratizando a capacidade de dinamizar de forma eficaz com seus direitos e 
deveres. Nas palavras de Libâneo: 
 
A escolarização tem, portanto, uma finalidade muito prática. Ao adquirirem um 
entendimento crítico da realidade através do estudo das matérias escolares e do 
domínio de métodos pelos quais desenvolvem suas capacidades cognoscitivas e 
formam habilidades para elaborar independentemente os conhecimentos, os alunos 
podem expressar de forma elaborada os conhecimentos que correspondem aos 
interesses majoritários da sociedade e inserir-se ativamente nas lutas sociais. 
(LIBÂNEO, 1994, p. 35) 
 
A escola deve exercer um papel maior ao proposto nos últimos tempos, deve ser 
um agente transformador da sociedade e aliada das lutas populares, com intuito unificador de 
forças, para que essa maioria não seja excluída e discriminada por falta te instrução ou 
consciência do seu papel nessa transformação. Definir-se como cidadão e integrante/agente do 
processo seja, talvez, o principal objetivo da escolarização defendida por Libâneo. 
Entendo que os propósitos educacionais ao qual a escola, professores, gestores e a 
própria comunidade escolar estão envolvidos parecem equivocados, buscando uma adaptação 
inútil neutralizando as capacidades desses jovens de autonomia intelectual e visão crítica, 
podendo buscar novas possibilidades e meios de transformação da sociedade em que vivem, 
mas que só será possível através da escolarização (educação+instrução+conhecimento). 
O envolvimento dos educadores em movimentos sociais tem caráter político, 
trazendo consigo uma vertente de lutas por direitos beneficiando indistintamente todos 
aqueles que precisam de uma escolarização de qualidade e gratuita, com um ensino básico 
comum a todos tendo como conceito um padrão de qualidade educacional, levando-se em 
consideração a realidade do aluno, suas experiências e sua condição sócio-cultural, sendo este 
sistema de ensino “unitário”, “democrático” e “gratuito”. 
Tratando-se do fracasso escolar, Libâneo menciona um estudo feito pela Fundação 
Carlos Chagas que analisou diversos fatores para o não sucesso dos alunos no 
desenvolvimento escolar, foi detectado fatores individuais, sociais, familiares e econômicos, 
porém o aspecto determinante para desistência e reprovação (LIBÂNEO, 1994, p. 40): “foi de 
a escola, na sua organização curricular e metodológica, não estar preparada para utilizar 
procedimentos didáticos adequados para trabalhar com as crianças pobres.” 
Entendendo que o fracasso escolar pode ser motivado pelas condições 
psicológicas e emocionais das crianças, mas não podem ser apontados como fatores fatalistas, 
mesmo que esse aluno tenha problemas de ordem psicológica e características genéticas 
diferenciadas, ainda sim pode ser trabalho sua capacidade intelectual, inerente a todos nos, 
através de atividades que desenvolvam sua maturidade e capacidade de escolha. 
A democratização da escola pública baseia-se em quatro importantes tarefas. A 
primeira é a escolarização básica de no mínimo 8 anos; segunda, domínio das matérias, por 
parte dos alunos, através da sistematização desses conhecimentos; terceira, desenvolver a 
capacidade e habilidade intelectual do aluno; e a quarta, organizar internamente a escola 
através de participação democrática de todos os envolvidos na instituição. Estas tarefas devem 
ser desenvolvidas de acordo com o planejamento proposto para todas as matérias no ano 
letivo. 
 
CAPÍTULO 3: Didática: teoria da instrução e do ensino. 
 Ficaram anteriormente esclarecidos os conceitos de didática e pedagogia, neste 
momento trataremos da sua importância no fazer pedagógico direcionando os objetivos sócio-
políticos e as técnicas necessárias de acordo com a realidade da escola e da comunidade 
escolar. Tratando-a como cerne da pedagogia, já que a didática (LIBÂNEO, 1994, p. 52): 
“investiga as condições e formas que vigoram no ensino e, ao mesmo tempo, os fatores reais 
(sociais, políticos, culturais, psicossociais) condicionantes das relações entre a docência e a 
aprendizagem.” 
Como a educação escolar tem caráter social, podemos dizer que a didática é um 
conjunto de tarefas visando o processo ensino-aprendizagem que proporcionará subsídios a 
sua clientela, utilizando-se desses conhecimentos como ferramenta para umapossível 
transformação de aspectos aparentemente insolúveis da sociedade. Para tanto, entende-se que 
dentro da escola a didática é uma relação entre professor-aluno-conhecimento/matéria, sendo 
que os pais devem ser inseridos nessa dinâmica trazendo para dentro da escola as diversidades 
sociais que mais cedo ou mais tarde serão enfrentadas pelos alunos, assim como, também 
devem ser levados conhecimentos adquiridos dentro do espaço escolar para a sociedade 
através de agentes multiplicadores (os próprios pais). 
 O professor também tem um papel muito importante nesse processo ensino-
aprendizagem, mas não só como detentor do conhecimento ou mediador dos conteúdos, o 
professor deve ser reflexivo no ponto de vista humano capaz de se inserir no contesto em que 
a escola e os alunos se encontram, não só como agente, mas como fator passivo das 
transformações sociais, tendo em vista que o professor também é um integrante da sociedade 
em todos os aspectos. A sua filosofia de vida e sua própria vida devem servir de referência 
para suas ações pedagógicas, pois aqueles alunos com os quais o professor lida 
cotidianamente representa o que um dia aquele mesmo professor foi, é ou será. 
O processo didático é constituído por três elementos fundamentais, segundo 
Libâneo: 
os conteúdos das matérias que devem ser assimilados pelos alunos de um 
determinado grau; a ação de ensinar em que o professor atua como mediador entre 
os alunos e as matérias; a ação de aprender em que o aluno assimila consciente e 
ativamente as matéria e desenvolve suas capacidades e habilidades. (LIBÂNEO, 
1994, p. 56) 
 
Mas, nem sempre, a didática teve seu conceito formado ou a estrutura em que se 
apresenta nos dias de hoje. A princípio, quem inseriu as primeiras idéias a respeito de uma 
sistematização e organização projetada de conhecimentos para um ambiente escolar foi Amós 
Comênios, através de pensamentos que difundiam a defesa por um ensino mais democrático e 
acessível a todos (séc. XVII). Depois, vieram as idéias de Rousseau dizendo que (LIBÂNEO, 
1994, p. 60): “são os interesses e necessidades imediatas do aluno que determinam a 
organização do estudo e seu desenvolvimento”. Mas, quem colocou essas idéias em prática foi 
o Pedagogo Pestalozzi, implementando esse fundamento atribuindo aos alunos a importância 
da sensibilidade de observação do mundo que os cerca, considerando os aspectos 
psicológicos. E, ainda, com intenções de encontrar uma fórmula sistemática de ensino, temos 
os esclarecimentos de Herbart com os quatro passos didáticos: clareza, associação, 
sistematização e método, que mais tarde foram aprimorados por seus seguidores. 
Esses pensamentos são a base das concepções pedagógicas conhecidas como 
Pedagogia Tradicional e Pedagogia Renovada, que se iniciou na Europa e depois se espalhou 
pelo mundo. 
 
CAPÍTULO 4: O processo de ensino na escola. 
Em se tratando das características do processo de ensino, define-se como ensino 
tradicional aquele em que: o professor tem papel ativo, sendo o aluno mero repetidor dos 
conteúdos previamente analisados e interpretados; a excessiva importância do livro didático; a 
pura transmissão de conhecimento de forma homogenia, sem respeitar as dificuldades 
individuais de cada aluno; os conteúdos são apenas transmitidos, não existe referência prática 
ou aplicação proveitosa para a vida cotidiana do aluno. 
Vejamos, agora, o conceito de ensino, segundo Libâneo, referindo-se a esse 
processo como gradativo e continuo de caráter intencional e sistemático. Os resultados 
esperados do ensino são o pleno desenvolvimento das capacidades cognoscitivas dos alunos, 
assegurando a transmissão e assimilação dos “conteúdos do saber”. Deve-se compreender que 
as atividades de ensinar e aprender são indissociáveis, o professor deve organizar os 
conteúdos tornando-os acessíveis a compreensão e, portanto, o aprendizado, sendo que só 
existirá aprendizado se houver por parte do aluno interesse nos conteúdos trabalhados. 
Por isso, é também papel do professor trazer os conteúdos para a realidade do 
aluno, mostrando seu lado prático e útil. 
Libâneo, também, define o que é aprendizagem, dizendo que esta se dá em 
qualquer lugar e a qualquer momento, independentemente da intencionalidade do indivíduo 
de aprender e das condições espaço/temporais para que aprendizagem aconteça, mostrando 
duas subdivisões dentro desse conceito, o da aprendizagem casual e a aprendizagem 
organizada. A primeira acontece de forma espontânea, na convivência social, na observação 
do ambiente e em contato com registros literários. A segunda tem objetivos claros e 
específicos, com direcionamento dos conteúdos previamente planejados para serem 
trabalhados num determinado período. 
Quando ocorre a aprendizagem efetiva Libâneo classifica como “processo de 
assimilação ativa”, existindo uma relação exitosa entre o sujeito e o objeto de conhecimento 
desenvolvendo, no decorrer da vida, a capacidade cognitiva da criança. Dentro desse processo 
existem dois níveis de aprendizagem: o reflexo, obtido na maioria das vezes de forma 
inconsciente através das sensações dos órgão do sentindo, adaptação ao ambiente ao qual o 
individuo se encontra desde o nascimento até o final de sua vida; e o cognitivo, (LIBÂNEO, 
1994, p. 84) “aprendizagem de determinados conhecimentos e operações mentais, 
caracterizado pela apreensão consciente, compreensão e generalização das propriedades e 
relações essenciais da realidade”. 
 
CAPÍTULO 5: O processo de ensino e o estudo ativo. 
Iniciarei a discussão do processo de ensino e o estudo ativo, onde Libâneo, diz: 
 
A aprendizagem não resulta apenas de necessidades e interesses internos da criança, 
nem é um processo no qual as crianças escolhem o que querem fazer; é, antes, um 
processo no qual elas vão desenvolvendo e modificando suas forças físicas e mentais 
por influência de conhecimentos e atividades vindos de fora, da experiência humana 
acumulada pelas gerações ao longo da história. (LIBÂNEO, 1994, p. 104) 
 
No processo ensino-aprendizagem e contextualização das matérias o papel do 
professor é muito importante, pois é ele quem planeja e executa os conteúdos fazendo uma 
relação coerente destes conteúdos com a realidade do aprendiz. Devendo o professor ter 
domínio da matéria que será trabalhado durante o ano, fazendo os alunos refletir, trazendo os 
novos conhecimentos para sua vida de forma útil. 
Para Libâneo, a forma de “estudo ativo” esta diretamente relacionada às 
atividades propostas pelo professor e as habilidades e comportamento do aluno em sala de 
aula. O aluno tem que se disciplinar e saber usar as ferramentas oferecidas pelos professores. 
Os professores têm que utilizar tarefas que auxiliem na aprendizagem do conteúdo, como por 
exemplo: Exercícios de reprodução; Tarefas de reprodução para o estudo; Tarefas na fase de 
assimilação da matéria; Tarefas na fase de consolidação. 
Podemos perceber que existe uma gradação nas tarefas de acordo com o nível de 
aprendizagem do aluno e do avanço nos conteúdos. Libâneo sempre deixa claro que é 
extremamente importante que os conteúdos devem ter uma utilidade prática na vida dos 
alunos, por tanto o professor utilizará atividades que partam ou que incluam o cotidiano 
dessas crianças, esteja ela em uma cidade grande, cidade pequena, meio rural, meio indígena, 
etc. 
O autor, também, cita três fatores que influenciam no estudo ativo: 1) A 
incentivação (ou estimulação) para o estudo; 2) O conhecimento das condições de 
aprendizagem do aluno; 3) A influência do professor e do ambiente escolar. 
Vejamos o que Libâneo diz sobre o fator 1: 
 
A motivação é, assim, o conjunto das forças internas que impulsionam o nosso 
comportamento para objetivos e cuja direção é dada pela nossa inteligência. 
Entretanto, as forças internas do nosso organismo são condicionadas por forças 
externas que modificam o direcionamento da nossa motivação.Chamamos de forças 
externas o ambiente social: a família, as relações sociais nas quais estamos 
envolvidos, os valores culturais dos diversos grupos sociais, os meios de 
comunicação e, evidentemente, a escola e os professores. (LIBÂNEO, 1994, p. 110) 
 
Entende-se que a motivação inicial vem do próprio individuo e será moldada ou 
encaminha por outros diversos fatores. Neste caso a escola e a família podem ser mais do que 
um fator externo, pode ser também um fator determinante nas escolhas e direcionamento das 
motivações internas da criança/jovem. 
Antes do estimulo o professor deve ter sensibilidade percebendo qual a 
capacidade do aluno em assimilar determinados conteúdos, observando seu comportamento 
natural e aproveitando seus conhecimentos prévios. A partir daí, então, o professor irá 
motivar, como fator externo, o aprendizado daquilo que se pretende. 
Libâneo, chama atenção para as práticas utilizadas pelos professores em sala de 
aula como castigos e agressões físicas ou verbais, sendo desestimulantes, por outro lado as 
aulas não podem apenas basear-se nos interesses das crianças, sendo de suma importância a 
organização dos estudos criando um equilíbrio entre os interesses e aquilo que precisa ser 
aprendido. 
No fator 2, serão avaliados as condições em que os alunos se encontram para que 
aprendam ou construam novos conhecimentos, saber se aquela criança/jovem tem alguma 
base educacional, partindo do princípio cultural, ou seja, conhecimento acumulado e 
adquirido através de sua convivência familiar e social, além de suas experiências como 
condições de habitação, alimentar, saúde. 
Em se tratando do terceiro fator, a postura do professor é o que vai determinar se 
sua influência será positiva ou negativa. É imprescindível que o professor entenda e se 
coloque com firmeza na direção da classe, no entanto, tem que respeitar o aluno, seus limites, 
suas barreiras, suas angustias e dificuldades. 
Uma visão holística para com a educação é essencial ao entendimento dos 
interesses dos jovens, vemos nas palavras de Libâneo que não se trata somente da 
institucionalização e sistematização do saber, mas também da forma como se vê a educação e 
objetivos traçados para um futuro que se baseia pura e simplesmente pelo que se tem hoje. 
Nas instituições de ensino importa-se muito com os resultados que estes jovens 
podem trazer ou refletir para a educação nacional, até mesmo porque existe uma preocupação 
político-educacional focada em números que em geral não corresponde à realidade, pois 
sabemos que os métodos utilizados para a avaliação desses alunos e os resultados mostrados 
nas negociações internacionais são meramente demonstrativos. 
Precisamos entender o que de fato se passa na realidade vivida por cada uma 
dessas crianças que em geral são lembradas apenas como números estatísticos e não como 
indivíduos, tornando ainda mais difícil um diagnóstico preciso de suas necessidades, 
carências, desejos, sonhos, objetivos e expectativas. Pois é a partir disso que a educação 
deveria começar a pensar suas novas metas e projeção de futuro. Segundo Freire isso se 
denomina “humanização da educação”. 
Partir do princípio do interesse humano, real, é o que fará surgir novas idéias 
voltadas para esses interesses reais com melhor aproveitamento por parte do aprendiz, com 
melhor desempenho em atividades contextualizadas, compreensão de mundo, visão crítica, 
identificando seu papel na sociedade e cultivando interesses individuais sabendo respeitar os 
limites dos outros.

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