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Hanseníase: Causas, Sintomas e Diagnóstico

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Hanseníase
A hanseníase é doença infectocontagiosa
crônica, causada pelo Mycobacterium
leprae, que tem tropismo por células da
pele e nervos periféricos, e que pode levar
à incapacidade física;
Primeira doença humana em que se
atribui uma etiologia bacteriana;
Embora curável, seu diagnóstico causa um
grande impacto psicossocial, pelas
deformidades físicas e os preconceitos e
estigmas que envolvem a doença desde a
antiguidade.
Epidemiologia:
Endêmica em países da Ásia, África e
América Latina;
Brasil responsável pela endemia no
continente americano;
Ambos os sexos, qualquer idade.
Etiologia:
Mycobacterium leprae;
BAAR: cora em vermelho pela fucsina
ácida;
Parasita intracelular obrigatório
(macrofagos);
Reprodução muito lenta - 11 a 16 dias. No
ambiente sobrevive de 36h a 9 dias;
Afinidade: pele e nervos. Tropismo pelas
células de Schwann e do sistema
reticuloendotelial;
Não cultivável em meios artificiais;
Nos tecidos: isolados ou em globias
(unidos pela gléia).
Transmissão:
Contato com doentes das formas
contagiosas não tratados;
Eliminação de bacilos pelas vias aéreas
superiores;
Hansenomas, ulcerados;
Período de incubação prolongado - 3 a 5
anos / 10 anos.
Resposta Imunológica:
Suscetibilidade individual;
90% tem defesas naturais geneticamente
determinada com o M. leprae;
Existe correlação bem nítida entre a
apresentação clínica da doença e o grau
de imunidade específica do paciente;
Quando o sistema linfócito-macrófago é
competente, a pessoa infectada não
adoece;
Capacidade do macrófago lidar ou não o
M. leprae;
Dependendo da subpopulação de
linfócitos T que for estimulada haverá
predominância de mecanismos de
contenção ou disseminação da infecção;
A capacidade do M. leprae de regular a
produção de citocinas e induzir respostas
Th1 ou Th2 contribui para a variedade de
apresentações clínicas da doença;
Hanseníase: doença espectral com 2
polos.
Classificação:
Classificação de Madri:
❖ Indeterminada;
❖ Tuberculóide;
❖ Borderline ou dimorfa;
❖ Virchowiana.
Classificação operacional (OMS) -
baseado no número de lesões de pele.
❖ Paucibacilar - até 5 lesões;
❖ Multibacilar - mais de 5 lesões.
Quando suspeitar?
Principais nervos periféricos acometidos:
❖ Ulnar;
❖ Tibial posterior;
❖ Fibular.
O comprometimento dos troncos
nervosos é observado quando houver:
❖ Espessamento;
❖ Dor espontânea ou à palpação;
❖ Alteração da função
sensitivo-motora da área de
inervação.
Manifestações Clínicas:
Manifestações neurológicas podem
anteceder as lesões cutâneas;
Sensação parestésica nas extremidades;
Pesquisa de sensibilidade térmica,
dolorosa e tátil.
Hanseníase Indeterminada:
Mancha hipocrômica ou
eritemato-hipocrômica;
Uma ou poucas;
Borda bem ou mal delimitada;
Alteração da sensibilidade térmica,
sensibilidade dolorosa normal ou pouco
alterada;
Hipohidrose;
Rarefação de pelos;
Sem espessamento neural, alteração
motora ou trófica;
Diagnóstico diferencial:
❖ Eczematide;
❖ Pitiríase versicolor;
❖ Vitiligo;
❖ Leucodermias;
❖ Nevo hipocrômico.
Hanseníase Tuberculóide:
Lesões placa eritematosa-infiltradas, com
bordos bem definidos, podendo ter
configuração anular ou circundada;
Poucas lesões (de 1 a 5);
Queda de pelos;
Hipoidrose ou anidrose;
Hipoestesia ou anestesia precoce;
Comprometimento neural: um ou poucos
nervos;
Diagnóstico diferencial:
❖ Dermatofitose;
❖ Granuloma anular;
❖ Sarcoidose.
Hanseníase Dimorfa ou Boderline
(formas instáveis):
Lesões infiltradas anulares em “queijo
suíço” ou foveolares - eritematosas ou
ferruginosa;
Distribuição assimétrica;
Um pavilhão auricular infiltrado;
Comprometimento neural assimétrico;
Características de HT e HV no mesmo
paciente devido à instabilidade
imunológica.
Hanseníase Virchowiana /
Lepromatoso:
Placas infiltradas, tubérculos e nódulos,
em geral distribuição simétrica;
Comprometimento de todo tegumento;
Madarose bilateral;
Fácies leonina;
Lóbulos auriculares;
Mucosas (nariz, faringe, laringe), olhos;
Anestesia em “luvas” e/ou “botas” -
polineurite simétrica;
Doença sistêmica (adenopatia, fígado,
testículos);
Diagnóstico diferencial:
❖ Sífilis secundária;
❖ Leishmaniose difusa;
❖ Neurofibromatose.
Manifestações Neurológicas:
Pode ser a única manifestação (neural
pura);
M. leprae - neurotropismo;
Ataca o sistema nervoso periférico;
❖ Sensitivo: hipoestesia ou
anestesia;
❖ Autônomo: redução ou ausência
de sudorese;
❖ Motor: paralisias e amiotrofias.
Térmica, dolorosa e tátil;
Neuropatia desmielinizante.
Avaliação Motora:
Pesquisa da força muscular;
Avaliação das deformidades;
❖ Mão em garra (nervo mediano e
ulnar);
❖ Garra cubital (nervo ulnar);
❖ Mão caída (nervo radial);
❖ Pé caído (marcha escarvante) -
nervo ciático poplíteo externo;
❖ Dedo em martelo e mal perfurante
plantar (nervo tibial posterior);
❖ Lagoftalmo (nervo facial);
❖ Anestesia da córnea e conjuntiva
(nervo trigêmeo).
Exame Baciloscópico:
Auxilia nos diagnósticos difíceis;
Resultado: índice baciloscópico
❖ Diferente de 0 é multibacilar;
❖ Igual a 0 é paucibacilar.
Resultado negativo não exclui o
diagnóstico.
Exame Histopatológico (biópsia):
Em casos de difícil diagnóstico;
Diagnóstico diferencial com outras
doenças.
Exame dos Contatos:
Todos que moram juntos precisam ser
examinados;
Vacina BCG: a indicação da vacina e de
acordo com a cicatriz vacinal.
❖ Indivíduo com uma ou nenhuma
cicatriz - prescrever uma dose da
BCG;
❖ Indivíduo com duas cicatrizes da
BCG - não prescrever.
Tratamento:
PQT - U (Poliquimioterapia única):
❖ Rifampicina 600 mg + dapsona 100
mg + clofazimina 300 mg,
supervisionado 1 x/mês;
❖ Dapsona 100 mg/dia + clofazimina
50 mg/dia autoadministradas
diariamente;
❖ Paucibacilar: 6 doses (cartelas) em
ate 9 meses;
❖ Multibacilar: 12 doses (cartelas)
em ate 12 meses;
❖ Medidas de prevenção de
incapacidades;
❖ Geralmente bem tolerado;
❖ Efeitos adversos:
❖ Rifampicina - rash cutâneo
generalizado;
❖ Clofazimina - xerose,
pigmentação da pele;
❖ Dapsona - anemia hemolítica.
Estados Reacionais:
São reações inflamatórias imunomediadas
que podem acometer os pacientes antes,
durante ou após o tratamento com a
poliquimioterapia, representando uma
urgência;
Podem persistir mesmo após anos do
término da poliquimioterapia;
Pode acontecer em qualquer forma
clínica, exceto na forma indeterminada;
Estados reacionais são a principal causa de
lesões de nervo e incapacidade
provocadas pela hanseníase;
Fatores desencadeantes: infecções,
medicamentos, vacinas, afecções
periodontais, AÇO, estresse;
Reação tipo 1 (reversa):
❖ Reação de hipersensibilidade tipo
tardia (IV);
❖ Súbito aumento da resposta imune
mediada por células aos antígenos
do M. leprae.
➢ Eritema, edema, infiltração
e dor nas lesões
preexistentes; o limite das
lesões tornam-se mais
definidos;
➢ Surgimento de novas lesões
com as mesmas
características;
➢ Intumescimento e dor nos
nervos periféricos neurite
aguda;
➢ Aumento das áreas
hipoestésicas e anestésicas;
hiperestesia;
➢ Edema de mãos e pés;
➢ Progressão para
deformidades;
➢ Neurite silenciosa.
Reação tipo 2:
❖ HV ou HD;
❖ Reação de hipersensibilidade por
imunocomplexos (III);
❖ Depósito de imunocomplexos nos
tecidos e vasos;
❖ Reação as substâncias liberadas
pelos bacilos destruídos.
❖ Sintomas sistêmicos: febre,
prostração, anorexia e
artralgia;
❖ Linfonodomegalia;
❖ Nódulos e placas eritematoso
dolorosos na pele de aspecto
normal por todo o corpo;
❖ Manifestações extracutâneas:
adenomegalia,
orquiepididimite, uveíte,
hepatite, artrite, GNF por
imunocomplexos,
hepatoesplenomegalia;
❖ Exames: leucocitose, anemia.
Tratamento:
❖ Reação tipo 1: Prednisona;
❖ Reação tipo 2:
➢ Talidomida 100 - 400
mg/dia;
➢ Associar prednisona se
houver neurite, lesão
ocular, orquite, mão e pé
reacional, eritema nodoso
ulcerado;
➢ Mulher em idade fértil:
prednisona.

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