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Fisiologia - Bioenergética

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Fisiologia do Exercício
Bioenergética: Fornecimento e Utilização de Energia
BIOENERGÉTICAS são vias metabólicas capazes de converter nutrientes alimentares numa forma de energia biologicamente utilizável. ENERGIA é a capacidade em gerar trabalho, e METABOLISMO é um conjunto de reações químicas responsáveis pelos processos de síntese (reações anabólicas) e degradação (reações catabolizas) dos nutrientes das células. 
· Formas de Energia 
Toda a energia existente na Terra é oriunda do sol. As plantas usam a energia luminosa do Sol para realização das reações bioquímicas que formam carboidratos, gorduras e proteínas. Os animais (e seres humanos também) comem vegetais e outros animais para obter a energia necessária a manutenção das atividades celulares. 
A energia existe em várias formas, como a QUIMICA, MECANICA, térmica, eletromagnética. O ciclo energético biológico ocorre quando utilizamos carboidratos, gorduras e proteínas (substratos dos alimentos) para obter a energia química. As fibras musculares convertem esta energia química em energia mecânica, usada na realização do movimento. O processo bioenergético de conversão da energia química em energia mecânica requer uma série de reações bioquímicas rigidamente controladas.
Combustíveis para o exercício
O corpo usa os nutrientes carboidratos, gorduras e proteínas como fornecedores de energia para a manutenção das atividades celulares, tanto em repouso como durante o exercício.
Durante o exercício, os nutrientes primários usados para a obtenção de energia são as gorduras e os carboidratos, as proteínas contribuem com uma pequena parte da energia total utilizada. 
· Carboidratos
Os carboidratos são compostos por átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio. Os armazenados forncem ao corpo uma forma de energia rapidamente disponibilizada, onde 1g rende cerca de 4 kcal de energia. Tem como função primária o fornecimento de energia para o trabalho celular.
Em repouso os carboidratos são convertidos em glicogênio e armazenados tanto no fígado quanto nas fibras musculares. Durante o exercício, por exemplo, as células musculares individuais quebram o glicogênio em glicose (glicogenólise), e usa a mesma como fonte de energia para a contração.
Glicogenólise: processo de quebra do glicogênio em glicose, que ocorre nas fibras musculares e no fígado.
· Gorduras
A gordura corporal armazenada é um combustível ideal para o exercício prolongado, pois a velocidade da liberação de energia originaria das gorduras é mais lente. As moléculas de gordura contem grande quantidade de energia por unidade de peso, onde 1g de gordura contém 9 kcal de energia, contente estoque de energia potencial maiores do que os carboidratos.
A gordura é armazenada em forma de triglicerídeos e quebrada (lipólise) em ácidos graxos, que são utilizados para fornecer energia aos músculos e tecidos do corpo. 
Lipólise: processo de quebra de triglicerídeos em ácidos graxos e glicerol. 
As gorduras podem ser classificadas em quatro grupos: 
· Ácidos graxos: tipo primário de gordura usada pelas células musculares para gerar energia.
· Triglicerídios: estocados em células musculares.
· Fosfolipídios: fornece integridade estrutural nas membranas celulares e de uma bainha isolante em torno das fibras nervosas, não é fonte de energia para os músculos. 
· Esteroides: componente das membranas celulares, síntese de hormônios sexuais, não é fonte de energia para os músculos. 
· Proteínas
As proteínas são compostas por subunidades chamadas de aminoácidos como fonte de combustível em potencial, 1g de proteína contém 4 kcal de energia.
As proteínas têm papel auxiliar como substrato durante as atividades de endurance (aeróbicos), podendo fornecer de 5% a 10% da energia necessária para manter o exercício prolongado, porém, a magnitude da sua contribuição depende da intensidade e duração do exercício e disponibilidade de substratos. 
 Adenosina Trifosfato – ATP 
A adenosina trifosfato ATP é a fonte de energia imediata para contração muscular. Na ausência de ATP em quantidade suficiente, a maioria das células morre rapidamente. 
As células musculares armazenam quantidades limitadas de ATP, com isso, a célula deve ter vias metabólicas capazes de produzir ATP rapidamente, para isso, utiliza uma via ou uma combinação de três vias metabólicas: 
· Formação de ATP por quebra de fosfocreatina (PC – alático);
· Formação de ATP via degradação de glicose ou glicogênio (denominado glicólise - lático); 
· Formação oxidativa de ATP 
As vias de PC e glicólise não envolve o uso de O², denominadas de ANAERÓBIAS. A via oxidativa utiliza O², denominado de metabolismo AERÓBICO.
 Anaeróbico Alático (fosfogênio) 
O método mais rápido de produzir ATP envolve a doação de um grupo fosfato e sua energia de ligação da PC ao ADP para formar o ATP (reação catalisada pela enzima creatina quinasse). Tão rapidamente quanto o ATP é quebrado em ADP + P; no início do exercício, o ATP é ressintetizado pela reação PC. Entretanto, as células musculares armazenam apenas pequenas quantidades de PC e, dessa forma, a quantidade total de ATP que pode ser formada por essa reação é limitada. 
A combinação de ATP armazenado e PC são denominadas sistema ATP-CP ou sistema do fosfagênio. A formação de novo de PC requer ATP e somente ocorre durante a recuperação do exercício. 
Esse sistema fornece energia para contração muscular no início do exercício e durante o exercício de alta intensidade e curta duração, como numa corrida de 50m, salto em altura, levantamento de peso rápido, arremessadores, pois requer alguns segundos para serem concluídas. (Energia imediata até 3 – 15 segundos). 
OBS: Representa a fonte mais rapidamente disponível do ATP que vai ser utilizada pelos músculos. A ingestão de grandes quantidades de creatina pode melhorar o desempenho no exercício. 
 Anaeróbico Lático (Glicolítico) 
	A glicólise envolve a quebra de glicose ou glicogênio para formação de duas moléculas de piruvato ou lactato, ou seja, a glicólise é uma via usada para transferir energia de ligação da glicose para reunir o P ao ADP, e produz um ganho líquido de duas moléculas de ATP e duas moléculas de lactato por molécula de glicose.
	Nessa via tem uma produção limitada de ATP, ocorre acumulo de ácido lático (que pode causar fadiga muscular) e fornece energia em curto prazo (primeiros 1 – 3 minutos).
 Aeróbico (Oxidativo)
	A produção aeróbica de ATP ocorre dentro da mitocôndria e envolve a interação de duas vias metabólicas: o ciclo de Krebs e a cadeia transportadora de elétrons. O ciclo de Krebs complementa a oxidação (remoção de hidrogênio) de carboidratos, gorduras ou proteínas usando NAD+ e FAD como transportadores de hidrogênio, que contém a energia em potencial presente nas moléculas de alimentos. 
OBS: O sistema aeróbico é a desintegração aeróbica de carboidratos, gorduras e proteínas. 
	A produção aeróbica de ATP possui 3 estágios:
· 1°: geração de uma molécula central composta por dois carbonos, acetil-CoA.
· 2°: oxidação de acetil-CoA no ciclo de Krebs.
· 3°: processo de fosforilação oxidativa (formação de ATP) na cadeia transportadores de elétrons
A respiração aeróbica possui a fase anaeróbica e a fase aeróbica. A fase anaeróbica é composta pela glicólise, que também ocorre na respiração anaeróbia. Essa etapa se refere à transformação da glicose em ácido pirúvico ou piruvato. No decorrer dessas reações anaeróbicas, a molécula de adenosina difosfato, ou ADP, recebe um fosfato gerando, assim, o ATP. Mais especificamente, ao fim dessas reações ocorreu o consumo e a produção de energia, sendo assim é possível afirmar que o saldo das reações é a produção de duas moléculas de ATP e outras duas de piruvato para cada molécula de glicose.
Após a etapa anaeróbica ocorre a etapa aeróbica. Os piruvatos produzidos migram para as mitocôndrias onde ocorrerá a fosforilação oxidativa que realizam a degradação do ácido pirúvico até que se formem água e gás carbônico. Esse evento possui alto rendimento, resultando em um saldo de 36 moléculas de ATP para cada molécula de glicose. Issoquer dizer que, enquanto a respiração anaeróbica gera apenas dois ATPs, a aeróbica acaba gerando 36 além dos dois gerados pela glicólise.Relações entre o metabolismo de proteínas, carboidratos e gorduras. A interação geral entre a quebra metabólica desses três alimentos é frequentemente referida como reservatório metabólico.
	Para criar ATP o sistema aeróbico não e tão rápido como os outros, porém produz energia por muito mais tempo, sendo usado para exercícios de longa duração, como corridas, pedaladas, futebol, basquete. 
Metabolismo aeróbico das gorduras e proteínas
	As gorduras (triglicerídeos) são quebrados para formar ácidos graxos e glicerol. Os ácidos graxos podem formar a acetil-CoA (processo chamado betaoxidação) e assim entrar no ciclo de kreps.
OBS: A energia produzida pelas gorduras é de 5,6 mol de ATP por mol de O2 utilizada, comparada com a produção dos carboidratos de 6,3 ATP por mol de O2. Como a liberação do O2 é limitada pelo sistema de transporte do oxigênio, os carboidratos são o substrato preferido durante o exercício de alta intensidade.
As proteínas contribuem pouco para a produção de energia (4,1kcal/g), sendo utilizada somente quando as demais reservas estão deprimidas. A proteína é quebrada em suas subunidades de aminoácidos. Os eventos subsequentes dependem de quais aminoácidos são envolvidos. Alguns aminoácidos, por exemplo, podem ser convertidos em glicose ou piruvato, enquanto outros são convertidos em aceti l-CoA, e outros ainda em intermediários do ciclo de Krebs.
Metabolismo do Exercício
· Necessidades energéticas no repouso 
Em repouso, quase 100% da energia (ATP) requerida para manter as funções corporais é produzida por metabolismo aeróbico. 
Como a mensuração do consumo de O2 é um índice de produção aeróbica de ATP, a mensuração do consumo de O2 em repouso é baixa e permanece constante. 
EX: Um jovem adulto que pesasse 70 kg, por exemplo, consumiria cerca de 0,25 L de oxigênio/minuto. Esse consumo é traduzido em um consumo de O2 relativo de 3,5 mL de O/kg (peso corporal) por 2 minuto.
VO2 = 3,5 mL de O2/kg/min
	A fonte de energia sendo 2/3 de gorduras e 1/3 de carboidratos. 
 Consumo de Oxigênio VO²
VO² é o consumo de oxigênio pelo organismo em uma determinada intensidade de trabalho, tendo como base a captação de oxigênio, transporte de oxigênio no sangue e a utilização deste oxigênio. Determinado pelo Débito Cardíaco (DC) e pela Diferença arteriovenosa de oxigênio (a-v O2).
VO2 = DC x Dif (a-v O2)
Resultado dado em L/min ou Ml/kg/MIN
 Consumo máximo de O² (VO² máx)
O VO² máx é a capacidade máxima que o organismo de um indivíduo tem de captar e utilizar o oxigênio do ar ambiente para gerar trabalho. Representa a carga de trabalho mais alta atingia durante um teste geralmente quando o indivíduo chega a exaustão.
OBS: e a variável fisiológica que mais reflete a capacidade aeróbica de um indivíduo. 
· Do repouso ao exercício 
Na transição do repouso para o exercício leve ou moderado, o consumo de O² aumenta rapidamente atingindo um estado estável em 1 – 4 minutos. Durante esse período, enquanto o consumo de O² não aumenta o suficiente, as fontes de energia anaeróbica contribuem para a produção de ATP no início do exercício, desta forma, os níveis de ATP na musculatura praticamente permanecem inalteradas, ainda que a taxa de utilização do ATP tenha aumentado. Entretanto, conforme o consumo de O² em estado estável é alcançado, as necessidades de ATP do corpo vão sendo atendidas pelo metabolismo aeróbio.
OBS: A via ATP-CP é a primeira via bioenergética a ser ativada, seguida pela glicólise e, por fim, da produção de energia aeróbica.
	O Déficit de Oxigênio é o atraso do consumo de oxigênio que ocorre no início do exercício, definido pela diferença entre o consumo de oxigênio nos primeiros minutos de exercício e um período equivalente após o estado estável ser alcançado. 
O fato de haver uma "defasagem" ou retardo até o consumo de oxigênio aumentar e atingir um nível de estado estável nos informa que o metabolismo aeróbio (fosforilação oxidativa) não é totalmente ativado no início do exercício, tendo predominância do sistema anaeróbico lático.
Indivíduos treinados atingem o estado estável de VO² mais rápido, apresentando um menor déficit. Isso se dá pela capacidade bioenergética aeróbica estar mais bem desenvolvida sendo ativada antes, decorrente das adaptações cardiovasculares ou musculares induzidas pelo treinamento., acarretando uma produção menor de lactato e H+.
· Recuperação após o exercício
A taxa metabólica de um indivíduo continua alta por alguns minutos imediatamente após o exercício, tendo como influencia a intensidade do exercício. O VO² em estado estável é alcançado em 5 minutos após o exercício. 
	O Débito de Oxigênio ou EPOC é o consumo de oxigênio elevado (acima do nível de repouso) após o exercício. Pode ser dividido em duas partes:
· Fase de recuperação rápida: imediatamente após o exercício (cerca de 2-3 minutos após o exercício), onde ocorre a restauração das reservas de oxigênio-mioglobina, dos níveis sanguíneos de oxigênio e o reabastecimento das reservas de creatina fosfato. 
· Fase de recuperação lenta: persiste por mais de 30min após o exercício
A captação de O² é maior e permanece elevada durante um período mais longo após o exercício de alta intensidade em comparação ao de baixa e moderada intensidade. Comparado com o exercício de intensidade moderada, o EPOC é maior durante o exercício de alta intensidade pois:
· A produção de calor e a temperatura corporal são maiores.
· A PC é depletada (eliminada) em uma maior extensão e é necessário mais O² para sua ressíntese.
· Os níveis mais elevados de lactato no sangue significam que é necessário mais O² para a conversão de lactato em glicose na gliconeogênese, mesmo se estiverem envolvidos apenas 20% do lactato.
· Os níveis de adrenalina e noradrenalina são muito maiores.
A Remoção do lactato é mais rápida durante o exercício leve e continuo em comparação ao observado na recuperação em repouso. Isso se dá, pois, o exercício leve intensifica a oxidação do lactato pelo musculo ativo. Exercícios com intensidades mais altas ocasionam uma produção muscular aumentada de lactato e, assim, dificultando a remoção. 
O Limiar de Lactato é o ponto no qual o ácido lático aumenta sistematicamente durante o exercício. Com o aumento da intensidade do exercício ocorre o aumento do lactato (exponencialmente). Isso pode indicar: 
· Predição do desempenho 
· Indicação da intensidade de treinamento 
 Respostas metabólicas ao Exercício: Influencia da duração e intensidade
 Alta Intensidade e curta duração (2 a 3min) 
	A energia usada para esse tipo de exercício é fornecida primariamente pelas vias anaeróbicas, tendo o carboidrato como combustível principal. 
· Até 20 seg: via ATP-CP
· De 20 a 45 seg: Glicólise
· > 45 seg: ATP-CP + glicólise + metab aeróbio
Exercício intenso com duração aproximada de 60 segundos usa uma proporção de produção de energia de 70% anaeróbia e 30% aeróbia, enquanto os exercícios com duração de 2-3 minutos empregam vias bioenergéticas de 50% anaeróbias e 50% aeróbias, praticamente na mesma proporção para suprir o ATP necessário. 
 Exercício Prolongado (>10 minutos) 
	A energia necessária a realização do exercício prolongado é fornecida primariamente pelo metabolismo aeróbico, no início do exercício há um déficit de oxigênio que acaba sendo necessário a utilização do sistema anaeróbico e ATP-PC. 
Em exercício de até 20min, utiliza principalmente o carboidrato, a partir de 30min há o predomínio da utilização de gorduras. 
· Seleção do Substrato 
Vários fatores determinam se o substrato primário usado durante o trabalho é gordura ou carboidrato, tais como: 
· Dieta
· Intensidade do exercício
· Duração do exercício
As dietas ricas em gorduras e pobres em carboidratos promovem uma alta taxa de metabolismo de gordura. 
Os exercícios de baixa intensidade usam primariamente gordura como combustível (>30% VO2max), enquanto o carboidrato constitui a fonte energética primaria durante o exercíciode alta intensidade (>70% VO2max). Já durante o exercício de baixa intensidade e longa duração, há um desvio gradual de carboidratos para gorduras (>30 min). 
OBS: As proteínas contribuem com menos de 2% do substrato usado durante o exercício com duração máxima de 1 horas, podendo atingir 5-15% nos minutos finais do exercício com mais de 3h de duração.
 Exercício de baixa intensidade é melhor para queimar gordura? 
À primeira vista, o exercício de baixa intensidade pareceria melhor porque um alto percentual de gasto energético é derivado da oxidação de gordura. Entretanto, deve-se ter em mente que, como o gasto energético total também é muito baixo nesses exercícios de baixa intensidade, apenas uma pequena quantidade de gordura é oxidada. A taxa total de gasto energético é 2,5x maior a 50% do VO2máx do que a 20 %do VO2máx, a quantidade absoluta de gordura metabolizada é 33% maior durante o exercício realizado a 50% do VO2máx. 
Fazer exercícios de moderada para baixa intensidade são melhores para perda de gordura durante o exercício. Exercícios mais intensos são melhores para ganho de condicionamento físico e você continua perdendo gordura após o exercício, por até 48 horas.
 Ressíntese do Glicogênio Muscular 
Os carboidratos são armazenados como glicogênio tanto no músculo como no fígado. As reservas musculares de glicogênio fornecem uma fonte direta de carboidratos para o metabolismo energético muscular já as reservas de glicogênio hepáticas atuam como forma de reposição da glicose sanguínea, ou seja, quando os níveis de glicemia caem durante o exercício prolongado, a glicogenólise hepática é estimulada e há liberação de glicose no sangue. Essa glicose, então, pode ser transportada para o músculo em contração e usada como combustível.
A reposição plena do glicogênio muscular após um exercício leva vários dias, dependendo do tipo de exercício e da quantidade de carboidratos que o indivíduo consome. 
 Por que paramos o exercício? 
· Depleção de Fosfocreatina
· Depleção do Glicogênio (atv com duração superior a 30 min)
· Acúmulo de lactato e H+ (especialmente em eventos com duração inferior a 30 min)
· Fadiga Neuromuscular
· Stress
Mensuração de trabalho, potência e gasto energético.
· Trabalho
Trabalho é definido como o produto da força pela distância em que a força atua:Trabalho = Força (N) X Distância (m) = Joule
· 1 Kgm = 9,81 J
· 1 Kcal = 426,85 kgm; 4,186 KJ ou 4186 J
A unidade do SI para força é o Newton (N), e para distância é o metro (m).
Exemplos:
1. Exercício de levantamento de peso (10kg) percorrendo uma distância de 2 metros.
Trabalho = 10kg X 2m
20 Kgm ou 196,2 Joules (20Kgm X 9,81 J) 
2. Realizar um levantamento na barra. Se a pessoa pesa 70 Kg e a barra estiver a 0,75 metros acima do queixo, nesse caso o trabalho durante o levantamento seria:
Trabalho = força x distância
Trabalho = 70 Kg x 0,75 m
Trabalho = 52,5 kgm
· Determine quantos joules de trabalho realizou a pessoa para completar o levantamento.
52,5 Kgm X 9,81 J = 	515,02 J
· Quantas quilocalorias foram despendidas?
1 Kcal ----- 4186 J
X ------515,02 J
X = 4186 J / 515,02 J = 8,12 Kcal
· Potência 
Potencia é o termo usado para descrever quanto trabalho é realizado por unidade de tempo. A unidade do SI para potência é o watt (W), que é definida como 1 joule por segundo.
Potência= trabalho / tempo (s) = W
· 1W = 1 J / s
· 1 Hp = 745 W
A potência descreve a velocidade com que o trabalho é realizado, ou seja, quanto maior a potência, menor o tempo de trabalho. 
 Mensuração de trabalho e potência 
	O termo ERGOMETRIA refere-se a quantificação do trabalho realizado. O ERGÔMETRO refere-se ao aparelho utilizado para quantificar o trabalho realizado. Temos os seguintes ergômetros que são comumente usados: 
 Banco de Step (em degrau) 
	Esse ergômetro consiste em subir e descer um degrau em uma velocidade especifica. Tem como vantagem: 
· Baixo custo;
· Portabilidade;
· Testes rápidos e bem relacionados com capacidade funcional. 
Tem como desvantagem: 
· Pouca padronização;
· Mais útil para estimar capacidade de endurance (resistência) do que capacidade máxima;
· Receio de quedas pelos pacientes. 
Exemplos:
1. Homem de 70 kg sobe e desce de um step de 30 cm (0,3m) de altura, durante 10 minutos, a uma velocidade de 30 passos/min. 
Força: 686,7 (70 kg x 9,81N/kg)
Distância: 0,3 x 30 passos x 10 min = 90m
Trabalho: 686,7N x 90m = 61.803 J ou 61,8 kj
Potência: 61.803 J / 600s = 103 J/s ou 103 W
OBS: 600s = 1min tem 60s, se foi realizado durante 10 min, então foi um total de 600 segundos, pois o tempo para calcular potência deve estar em segundos. 
 Bicicleta Ergométrica 
	Esse ergômetro é uma bicicleta de exercício estacionaria que permite mensurar com acurácia a quantidade de trabalho realizado. Tem como vantagens: 
· < Preço, < tamanho, mais silenciosa e mais segura que a esteira;
· Menor movimentação de tronco e MMSS (facilita monitoração);
· Não influenciada pelo peso corporal;
· Diversas equações de predição de VO2 para uma determinada carga
Tem como desvantagens:
· Atividade menos comum;
· Desconforto do branco. 
 Esteira Ergométrica 
	Esse ergômetro tem uma taxa de trabalho variável. Para quantificar um trabalho na esteira, depende da massa corporal, velocidade, inclinação da esteira e da eficiência da marcha (tamanho e frequência das passadas, equilíbrio, suporte). Tem como vantagem: 
· Exige maior demanda metabólica (6-11% > que a bicicleta), e possivelmente maior stress cardíaco e ventilatório;
· Atividade + comum no dia-a-dia.
Tem como desvantagem: 
· Dificuldade na estimativa de trabalho (estimativas indiretas de VO2 podem ser inacuradas);
· > custo;
· > tamanho;
· Mais difícil para aferição da FC e PA
 Gasto Energético
· Calorimetria Direta 
Quando o corpo usa energia para realizar trabalho, há liberação de calor. Essa produção de calor pelas células ocorre via respiração celular (bioenergética) e trabalho celular. A taxa de produção de calor em um indivíduo é diretamente proporcional à taxa metabólica. Dessa forma a mensuração da produção de calor (calorimetria) de um indivíduo fornece uma mensuração direta da taxa metabólica.
· Alimentos + O² → ATP + calor
· Trabalho → calor (proporcional à taxa metabólica)
· Calorimetria Indireta 
Também usada para calcular a taxa metabólica, a calorimetria indireta não envolve a quantificação direta da produção de calor, e sim pelo consumo de O². 
· Alimentos + O² → Calor+ CO² + H20
Existe uma relação direta entre o consumo de O² e a quantidade de calor produzido no organismo. Portanto, a quantificação do consumo de O² fornece uma estimativa do gasto energético. Apesar de não exato, o gasto energético (ou calórico) do exercício é estimado em aproximadamente 5 kcal por cada litro de O² consumido. Dessa forma um indivíduo que se exercita com um consumo de oxigênio de 2,0 L/min ira gastar aproximadamente 10 kcal (ou 42 kj) de energia por minuto. A colorimetria indireta pode ser metida por:
· Máscara ou bocal com clipe nasal
· Sistema moderno (analisador de gases)
· Vo² - Consumo de oxigênio 
· Produção de CO2A calorimetria direta utiliza a quantificação da produção de calor como um indicador do gasto energético.
A calorimetria indireta utiliza a quantificação do consumo de O2 para estimar o gasto energético do
· MET (equivalente metabólico) 
A necessidade de exprimir o custo energético do exercício em termos simples levou ao desenvolvimento do termo MET, ou equivalente metabólico, usado para representar o metabolismo em repouso A taxa metabólica em repouso varia com a idade e o gênero, sendo menor nas mulheres do que nos homens, e diminuindo com o avanço da idade. Por convenção 1 MET equivale ao VO2 de repouso, ou seja, 3,5 ml.kg.min. 
· MET: 3,5 ml O2 / min / kg OU 1 kcal/kg/h
EX: Uma atividade física que exige um VO2 de 35 ml.kg.min gera 10 METS de gasto energético.
 Calculo de Metabolismo Basal: 
Equação de Harris- Benedict
· Homem GEB = 66,47 + (13,7 x Peso) + (5 x Altura) - (6,755 x Idade)
· Mulher GEB = 655 + (9,6 x Peso) + (1,85 x Altura) - (4,676 x Idade)
OBS: P = pesoem kg / A = altura em cm / I = idade em ano.
Multiplique a taxa metabólica basal (cálculo anterior) pelo gasto energético do dia e descubra quantas calorias ingerir diariamente. 
· Sedentários: 1.2 (pouco ou nenhum exercício)
· Levemente ativo: 1.375 (exercício leve 1 a 3 dias por semana)
· Moderadamente ativo: 1.55 (exercício moderado, faz esportes 3 a 5 dias por semana)
· Altamente ativo: 1.725 (exercício pesado de 5 a 6 dias por semana)
· Extremamente ativo: 1.9 (exercício pesado diariamente e até 2 vezes por dia).
Exemplos:
1. Calcule o gasto energético de um homem, 32 anos, 1,70 metros, 65 kg, sedentário, pratica pouco ou nenhum exercício físico.
Homem GEB = 66,47 + (13,7 x 65 kg) + (5 x 170cm) - (6,755 x 32 anos)
66,47 + 890,5 + 850 – 216,16 = 1590,81
1590,81 x 1.2 = 1908,97 calorias por dia 
Controle Neurológico do Movimento
O sistema nervoso fornece ao corpo um meio rápido de comunicação interna, que nos permite movimentar, conversar e coordenar a atividade de bilhões de células. Assim a atividade neural é essencialmente importante para a capacidade corporal de manter a homeostasia.
· Organização do Sistema Nervoso
Anatomicamente, o SN é dividido em duas partes: Sistema Nervoso central e Sistema Periférico:
SNC: Constituído pelo Encéfalo e a Medula Espinal. 
SNP: Constituído pela Divisão Aferente (sensorial), Divisão Eferente (motora). A Divisão Eferente é subdividia em Sistema Nervoso Autônomo Involuntário (musculo cardíaco, glândulas sudoríparas, salivares) e Sistema Nervoso Somático Voluntário (Musculo esquelético).
 Sistema Nervoso Central 
· Encéfalo 
O encéfalo é dividido em 3 partes: cérebro, cerebelo e tronco encefálico. 
 Cérebro 
No Cérebro temos o Córtex Motor responsável pela organização do movimento complexo, armazenamento das experiências aprendidas e recepção de informações sensoriais. 
O Tálamo é considerado o centro de integração sensorial, pois faz a transmissão de impulsos sensitivos originários da medula espinhal, do cerebelo, do tronco encefálico e de outras regiões do cérebro ate o córtex cerebral. Desempenha um papel importante na cognição (obtenção de conhecimento) e na consciência, além de ajudar na regulação das atividades autônomas. 	
	Os Gânglios da Base fazem a seleção e inicio de movimentos escolhidos de natureza sustentada e repetitiva (balanço dos braços na marcha), além de fazer o planejamento e execução dos movimentos.
OBS: Disfunção nos gânglios causa rigidez, tremor e acinesia. 
 Cerebelo
O cerebelo é responsável pelo equilíbrio do corpo, pelo tônus e vigor muscular, pela orientação espacial e pela coordenação dos movimentos. 
Considerado o sistema de integração geral do movimento, recebe informações corticais, dos gânglios da base, dos proprioceptores, informações visuais e da posição do corpo. Compara a atividade programada com a realmente possível, fazendo ajustes corretivos, e facilita os padrões de movimento, suavizando e coordenando todas as atividades motoras. 
 Tronco Encefálico
O tronco encefálico é responsável pela coordenação da função da musculatura esquelética, pela manutenção do tônus muscular, pelo controle das funções cardiovasculares e respiratórias, e pela determinação do estado de consciência. 
 Medula Espinal
A medula espinhal recebe as informações de diversas partes do corpo e as enviam para o encéfalo e vice-versa. Ela é capaz de elaborar respostas rápidas em situações de emergência, sem a interferência do encéfalo (reflexo de retirada). 
 Sistema Nervoso Periférico
O SNP possui 43 pares de nervos, sendo 12 pares Cranianos (ligados ao encéfalo) e 31 pares Raquidianos ou Espinhais (ligados a medula).
A divisão sensorial transmite informações sensoriais ao SNC, informações essas obtidas pelos mecanorreceptores, termorreceptores, nociceptores, fotorreceptores, quimiorreceptores. 
A divisão motora tem o SN autônomo e o SN Somático. 
 Sistema Nervoso Autônomo
O SNA é parte da divisão motora do SNP, subdividido em Simpático e Parassimpático. Controla as funções internas involuntárias: 
· Frequência Cardíaca 
· Pressão arterial 
· Distribuição sanguínea
· Respiração
· Neurônios
Neurônio é a unidade funcional do sistema nervoso, que possui capacidade de gerar e propagar sinais elétricos (impulsos), dividido em três regiões: 
· Corpo Celular: centro de operação que contém o núcleo;
· Dendritos: Área receptora que conduz os impulsos elétricos em direção ao corpo celular; 
· Axônio: transporta a mensagem elétrica para longe do corpo celular, em direção a outro neurônio ou órgão efetor. 
 Atividade elétrica em neurônios 
Potencial de ação é o modo como os neurônios transmitem os impulsos. Depois que um potencial de ação é gerado, uma sequência de trocas iônicas ocorre ao longo do axônio para propagar o impulso nervoso. Essa troca iônica ao longo do neurônio ocorre de modo sequencial. A repolarização ocorre imediatamente após a despolarização, resultando no retorno do potencial de repouso da membrana com o nervo pronto para ser estimulado novamente. 
O desenvolvimento de um impulso nervoso é chamado da lei do tudo ou nada, ou seja, após viajar por todo o comprimento do axônio, o impulso neural permanece tão forte quanto era no ponto de estimulação inicial. 
Os neurônios se comunicam por junções denominadas sinapses, que consiste em um espaço entre a terminação sináptica do neurônio pré-sináptico e um dendrito de um neurônio pós-sináptico. 
OBS: A transmissão dos impulsos se da pela liberação de neurotransmissores (acetilcolina, noradrenalina e dopamina).
· Informação sensorial e reflexos
O reflexo motor simples é uma resposta pré-programada, normalmente de proteção, tendo uma resposta mais rápida do que se fosse consciente. 
Os receptores sensoriais especializados presentes em músculos e tendões, são sensíveis a distenção, a tensão e a pressão, são chamadas proprioceptores musculares, ou receptores cinestésicos, e incluem os fusos musculares, órgãos tendinosos de Golgi e receptores articulares.
Os propriceptores articulares mandam informações sensoriais de o ângulo articular, da aceleração da articulação e o grau de deformação produzido pela pressão, e incluem as terminações nervosas livres, receptores do tipo golgi e corpúsculos de pacini. 
 Fuso Muscular 
O fuso muscular leva informações sensoriais sobre as modificações de comprimento e tensão das fibras musculares. Eles respondem a distensão através de atividade reflexa de contração mais vigorosa (reflexo de estiramento).
Os fusos levam informações ao encéfalo sobre o comprimento e estado contrátil para manutenção do tônus, postura e execução dos movimentos. 
 Órgão Tendinoso de Golgi 
O OTG está localizado nos tendões, e tem como função identificar sobrecargas contrateis, gerando uma reação inibitória a contração muscular e agindo como forma de proteção as fibras musculares (reflexo do estiramento inverso / miotático invertido). 
· Função motora somática e neurônios motores
O neurônio somático que inerva as fibras de músculo esquelético é denominado motoneurônio. Nota-se que o corpo celular dos neurônios está localizado junto à medula espinal. 
O axônio do motoneurônio sai da medula espinal como nervo espinal e se estende para o músculo que deve inervar. Depois de chegar ao músculo o axônio se divide em ramos colaterais. Cada ramo colateral inerva uma única fibra muscular. Cada motoneurônio e todas as fibras musculares por ele inervadas formam a chamada unidade motora.
O número de fibras musculares por neurônio motor geralmente se relaciona a função motora especifica desse musculo. 
Cada fibra muscular é inervada por apenas um neurônio, no entendo, um neurônio pode inervar milhares de fibras musculares (razão de inervação). Todas as fibras musculares de uma unidade motora são do mesmo tipo, que são recrutadas de maneira ordenada. 
OBS: Músculos menores possui uma maior quantidade de motoneurônios, pois inervam uma quantidade menor de fibras musculares, para movimentos delicados.
· Movimento Voluntário
Todos os atos voluntários são realizados pelo comendo do cérebro. O estimulo captadoé transmitido pelos nervos sensitivos até o cérebro e por meio dos nervos motores aos órgãos efetores. Em um ato voluntário, a resposta é voluntária e consciente. 
OBS: O movimento voluntário é resposta eferente originada a partir do centro integrador (medula espinhal, regiões inferiores do encéfalo, córtex). 
 O exercício melhora a saúde do encéfalo 
Estudos revelam que o exercício melhora a função encefálica e produz efeitos na memória, aprendizado e depressão. 
Principalmente em idosos, o exercício pode proteger contra vários tipos de demência. 
O exercício aeróbico regular promove casta de sinalização de fatores de crescimento encefálico que: 
· Melhora aprendizado e memória
· Estimula a formação de novos neurônios
· Melhora o fluxo sanguíneo e vascular encefálico
· Atenua os mecanismos que causam depressão
Concluindo: 
As divisões sensoriais do SNP mantem o SNC informado sobre o que ocorre no corpo. o SNC interpreta todas as informações sensoriais aferentes e decide como responder. A divisão motora do SNP informa os músculos exatamente quando e com que intensidade agir. A divisão autônoma do SNP ajusta as funções fisiológicas do organismo para assegurar que as necessidades dos tecidos sejam supridas. 
Controle Muscular do Movimento
O corpo humano possui três tipos de músculos: musculo liso, cardíaco e esquelético. 
O Musculo Liso compõe os órgãos ocos como vasos sanguíneos, trato gastrointestinal, bexiga e útero. Tem contração involuntária e lente, e peristálticas coordenadas. 
O Musculo Cardíaco é composto pelo miocárdio, sendo considerado um musculo estriado. Tem contrações involuntárias (SNA). 
Vamos dar ênfase no musculo esquelético. 
· Musculo esquelético 
O corpo humano possui mais de 600 músculos, compondo 40 a 50% do peso corporal, sendo considerado um musculo estriado. Os músculos esqueléticos são responsáveis pelos movimentos voluntários e contornar o exterior do corpo. Possui 3 funções principais: 
· Geração de força para locomoção e respiração
· Geração de força para sustentação postural
· Produção calor durante exposição ao frio
 Estrutura do Musculo Esquelético
Os músculos esqueléticos estão presos aos ossos por meio de um tecido conjuntivo robusto, chamado de tendões e no meio deles está o ventre muscular composto pelas fibras musculares (células musculares). 
A membrana celular que circunda a fibra muscular é denominada sarcolema. Em baixo do sarcolema está o sarcoplasma, que contém as miofibrilas que são numerosas estruturas filamentosas, onde estão contidas 2 proteínas contrateis: 
Miosina: filamentos grossos
Actina: filamentos finos que possui mais 2 proteínas a Tropomiosina e Troponina que regulam o processo contrátil. 
OBS: O arranjo entre actina e miosina confere aspecto estriado ao musculo. 
As miofibrilas podem ser subdivididas em segmentos individuais chamados de sarcômeros. Os sarcômeros estão separados uns dos outros por uma lamina chamada de LINHA Z. Os filamentos de miosina estão na parte escura do sarcômero, chamado de BANDA A, enquanto os filamentos de actina estão na parte clara, denominada de BANDAS I. No meio da BANDA temos a LINHA M. 
No interior do sarcoplasma do musculo, temos uma rede de canais que cerca cada miofibrila. Um deles é o Retículo Sarcoplasmático, que armazena o cálcio, que quando liberado, exerce papel de deflagração da contração muscular. 
O outro é o Túbulo Transverso, que sai do sarcolema para dentro da fibra muscular e atravessa totalmente a fibra. Todas essas partes desempenham uma função na contração muscular.
· Contração Muscular 
 Teoria dos Filamentos Deslizantes 
A contração muscular é explicada pela teoria dos filamentos deslizantes. As fibras musculares se contraem por meio do encurtamento de duas miofibrilas, que se deve ao deslizamento da actina sobre a miosina, isso resulta na diminuição da distância entre uma linha Z e outra.
A miosina possui numerosas pontes cruzadas que se estendem como “braços” e se prendem na actina. A ligação da miosina à actina resulta na formação da ponte cruzada de miosina que move a molécula de actina na direção do centro do sarcômero. Esse "puxão" da actina sobre a molécula de miosina ocasiona o encurtamento do músculo e gera força.
É dividia em 5 etapas:
· Repouso: quando o musclo 
· Excitação-Acoplagem
· Contração
· Restauração
· Relaxamento
 Repouso 
Para o musculo contrair o Cálcio de liga a troponina, fazendo com que a tropomiosina libere os sítios de ligação da actina para que a miosina se ligue e ocorra a ponte cruzada, com isso a contração. Durante o repouso, não temos a estimulação do cálcio na troponina, e com isso a tropomisiona não libera o sitio de ligação para a miosina se ligar na actina, mantendo o musculo em repouso. 
OBS: o cálcio serve como chefe, a troponina como fechadura e a tropomiosina como a porta que abre quando a chave se liga na fechadura. 
 Excitação – Acoplagem 
O termo acoplamento excitação – contração refere-se a sequência de eventos que produzem a despolarização do musculo (excitação) que leva ao encurtamento do musculo e a produção da força (contração). 
O processo de excitação começa com a chegada do impulso nervoso a junção neuromuscular. O potencial de ação oriundo do motoneurônio causa a liberação de acetilcolina na fenda sináptica da junção neuromuscular. A Acetilcolina liga-se aos receptores existentes na placa motora, produzindo um potencial de placa terminal que leva a despolarização da célula muscular. Essa despolarização é conduzida adiante ao longo dos túbulos transversos, profundamente localizados na fibra muscular, resultando na liberação de cálcio do reticulo sarcoplasmático. 
 Contração
O processo de contração é quando o potencial de ação atinge o reticulo sarcoplasmático, liberando o cálcio que se difunde no musculo e se liga a proteína TROPONINA e produz uma mudança de posição da TROPOMIOSINA (localizadas na actina), de modo que os sítios ativos da actina fiquem expostos permitindo a ligação de uma ponte cruzada de miosina na molécula de actina.
 Restauração 
A enzima ATPase mais uma vez quebra) o ATP ligado à ponte cruzada de miosina e fornece a energia necessária ao posicionamento da ponte cruzada de miosina para refixação a outro sítio ativo na molécula de actina. Esse ciclo de contração pode ser repetido enquanto houver Ca+ 1ivre disponível para se ligar à troponina e o ATP puder ser hidrolisado para fornecer energia.
 Relaxamento
O sinal de parada da contração é aa ausência de impulso nervoso na junção neuromuscular, fazendo com que uma bomba de cálcio, localizada no reticulo sarcoplasmático, comece a deslocar o cálcio de volta para o reticulo. A remoção do cálcio da troponina faz com que a tropomiosina se desloque de volta para a cobertura dos sítios de ligação da actina, cessando a interação das pontas cruzadas, miosina e actina. 
· Tipos de Fibras Musculares 
As fibras musculares são classificadas em duas categorias gerais: fibras lentas, de tipo I (também denominadas fibras de contração lenta): e fibras rápidas, de tipo II (também chamadas de fibras de contração rápida). 
O músculo humano possui apenas um tipo de fibra muscular lenta (tipo I), porém existem duas subcategorias de fibras musculares rápidas (tipo II): as fibras do tipo IIa e (b) as fibras de tipo IIx. Embora alguns músculos sejam compostos predominantemente por fibras rápidas ou por fibras lentas, a maioria dos músculos do corpo contém uma mistura de tipos de fibras lentas e rápidas.
 Fibras Lentas (50%) ou Tipo I 
São fibras oxidativas lentas ou contração lenta, vermelhas pela presença de mioglobina, possui muitas enzimas oxigativas (mitocôndrias) e maior quantidade de capilares. Possui grande capacidade aeróbica e grande resistência a fadiga, sendo adaptável ao treinamento especifica. 
 Fibras Rápidas 
Tipo IIx
	Possui glicolíticas rápidas ou concentração rápida, sendo de cor branca, com presença de poucas mitocôndrias e consequentemente, menor resistência a fadiga muscular. Possui muitas enzimas glicoliticas / ATPase, com reticulo sarcoplasmático mais desenvolvido. 
Grandecapacidade anaeróbica, com maior força contrátil e velocidade e também é adaptável ao treinamento especifico. 
Tipo IIa – Fibras Intermediarias 
Possui fibras glicoliticas oxidativas rápidas e mistura as características do tipo I e IIX. 
A distribuição dois tipos de fibras no musculo é variável conforme a função muscular, a idade e a genética. 
· Fadiga Muscular 
A diminuição da capacidade muscular de gerar potência é denominado de fadiga. A fadiga muscular é definida como a redução da produção de potência muscular que pode ocasionar uma diminuição, tanto da geração de força como da velocidade de encurtamento do músculo.
A fadiga muscular difere da lesão muscular, pois a fadiga é reversível com algumas horas de repouso, enquanto a recuperação total de uma lesão muscular pode demorar de dias a semanas.
A fadiga muscular pode ser causada por diversos fatores, como o acúmulo de lactato, íons hidrogênio, ADP, fosfato inorgânicos e radicais livres nas fibras musculares ativas. Coletivamente, o acúmulo desses metabólitos rompe a homeostase muscular e diminui o número de pontes cruzadas ligadas à actina, ocasionando a diminuição da produção de força. 
· Controle da força de contração
O controle da contração pode ser dividido em 3 tipos:
· Agonista: motor primário (contrai, encurta);
· Antagonista: se opõe a ação do agonista (alonga);
· Sinergista: auxilia, participando da estabilização das articulações. 
· Ação Muscular 
A ação muscular descreve o processo de desenvolvimento de força muscular, os diferentes tipos de contrações musculares. 
 Estática / Isométrica
A ação isométrica é quando o musculo esquelético gera uma força sem que haja um encurtamento muscular significativo, ou seja, a tensão muscular aumenta, mas o membro não se move, pois não a deslizamento das miofibrilas, também chamado de EXERCICIO ESTÁTICO. As ações isométricas são comuns nos músculos posturais do corpo. 
 Dinâmica / Isotônica 
A ação isotônica acarreta uma geração de força pelo musculo promovendo um encurtamento muscular e movimento articular, ou seja, o membro se move. Dois tipos de ações musculares podem ocorrer durante um exercício dinâmico: 
Ação Concêntrica: ocorre a aproximação das miofibrilas e encurtamento muscular. 
Ação Excêntrica: ocorre o afastamento das miofibrilas e alongamento muscular, serve para segurar a parte concêntrica. 
· Geração de Froça
A geração da força muscular vai depender da quantidade de unidades motoras que vão ser atividades nos músculos (princípio do tamanho), os tipos de unidades motoras que vão ser ativadas (fibras rápidas ou lentas), o comprimento inicial do musculo, o ângulo articular e a natureza da estimulação neural. 
A graduação da força contrátil vai depender da somação de múltiplas unidades motoras, ou seja:
· Maior número de unidades recrutadas, maior será a força;
· Maior número de fibras / unidades recrutadas, maior será a força;
· Maior o tamanho das fibras, maior será a força. 
Controle Cardiocirculatório Durante o Exercício 
A circulação sanguina reque a ação de uma bomba muscular, o CORAÇÃO, que cria a pressão necessária para circular o sangue dentro do sistema, esse sangue viaja o corpo saindo do coração pelas ARTÉRIAS e retornando pelas VEIAS. 
Para atender às demandas musculares por oxigênio aumentadas durante o exercício, são necessários dois ajustes principais do fluxo sanguíneo: débito cardíaco aumentado (maior quantidade de sangue bombeado por minuto pelo coração) e uma redistribuição do fluxo sanguíneo dos órgãos inativos para os músculos esqueléticos ativos. 
· Estrutura do Coração
O coração possui 4 câmaras, o átrio direito e esquerdo, e o ventrículo direito e esquerdo. O sangue se move dos átrios para os ventrículos, e desse ele é bombeado para dentro das artérias. Para prevenir o retorno do sangue, o coração possui valvas de mão única. Temos a valva tricúspide (direita) e a valva bicúspide (esquerda). O retorno do sangue das artérias para dentro dos ventrículos é evitado pela válvula semilunar pulmonar (ventrículo direito) e valva semilunar aórtica (ventrículo esquerdo). 
 Circulação Pulmonar ou pequena circulação
O sangue rico em CO² daí do ventrículo direito, pela artéria pulmonar, e segue para o pulmão antes de retornar ao átrio esquerdo, pelas veias pulmonares. 
 Circulação Sistêmica ou grande circulação 
O sangue rico em O² sai do ventrículo esquerdo, através da artéria aorta, e segue para todo o corpo antes de retornar ao átrio direito, pelas veias cavas. 
· Ciclo Cardíaco 
O ciclo cardíaco refere-se ao padrão repetitivo de contração e relaxamento do coração. A fase de contração é denominada sístole e o período de relaxamento é chamado de diástole.
· Atividade Elétrica 
O nodo sinoatrial (localizado no átrio direito, atua como marca-passo cardíaco) libera a atividade elétrica de forma espontânea, e quando dispara o sinal elétrico a onda de despolarização dissemina-se ao longo dos átrios e resulta na contração atrial. 
A onda de despolarização é transportada por meio de um tecido condutor especializado, que irradia a partir de uma pequena massa de tecido muscular denominado nodo atrioventricular (localizado no assoalho do átrio direito). O nodo AV conecta os átrios aos ventrículos, que passa pelo feixe de his e se ramifica em duas vias condutoras denominados feixes direito e esquerdo. Ao chegarem aos ventrículos, essas vias condutoras ramificam-se em fibras menores denominadas fibras de Purkinje. As fibras de Purkinje, então, espalham a onda de despolarização totalmente pelos ventrículos.
· Pressão Arterial
A pressão arterial consiste na força exercida pelo sangue contra as paredes arteriais e é determinada pela quantidade de sangue bombeada e intensidade da resistência ao fluxo.
Pressão Arterial Sistólica (PAS): Valor de pressão durante o pico sistólico (120 mm Hg).
Pressão Arterial Diastólica (PAD): Valor de pressão durante o final da diástole (80 mm Hg)
OBS: A pressão arterial normal de um homem adulto é 120/80, enquanto a pressão de mulheres adultas tende a ser menor (110/70). 
A pressão arterial média PAM é determinada por dois fatores: o débito cardíaco e a resistência vascular total. O débito cardíaco é a quantidade de sangue bombeado do coração e a resistência vascular total consiste na soma da resistência ao fluxo sanguíneo exercido por todos os vasos sanguíneos sistêmicos.
Dessa forma um aumento do débito cardíaco ou da resistência vascular resulta em aumento da pressão arterial média (são proporcionais). 
Alguns fatores que influenciam a PA:
· Aumento da resistência periférica;
· Aumento do volume sanguíneo; 
· Aumento da frequência cardíaca;
· Aumento do volume sistólico;
· Aumento da viscosidade do sangue. 
 Pressão arterial no exercício físico
A PAS aumenta durante o exercício físico, pois ocorre o aumento do fluxo sanguíneo para que o O² possa abastecer mais rapidamente a musculatura em trabalho. Após o exercício a PAS diminui, causada pela hipotensão arterial pós esforço. Na PAD ocorre uma leve oscilação, em torno de 5 a 10mmHg, que tanto pode ser ascendente como descendente.
· Regulação da frequência Cardíaca 
Durante o exercício, a quantidade de sangue bombeada pelo coração deve mudar em função da alta demanda da musculatura esquelética por oxigênio. Os dois fatores mais proeminentes que influenciam a frequência cardíaca são os sistemas nervosos parassimpáticos e simpáticos. 
As fibras parassimpáticas que suprem o coração constituem parte do NERVO VAGO que agem na diminuição da frequência cardíaca pela ação nos nodos SA e AV, diminuindo suas atividades. 
As fibras simpáticas atingem o coração por meio dos NERVOS ACELERADORES CARDIACOS, que inerva o nodo SA e os ventrículos, causando um aumento da frequência cardíaca (cronotropismo) e da força de contração (inotropismo). 
 Frequência Cardíaca no exercício físico 
A FC aumento durante o exercício pela redução do tônus vagal e aumento da atividade simpática sobre o coração. O treinamento pode apresentar efeitos crônicos como a bradicardia de repouso e a diminuição da FC para uma mesmaintensidade do exercício pós-treinamento. 
· Débito Cardíaco (DC) 
Débito cardíaco é o volume de sangue bombeado pelo ventrículo para a circulação em 1 minuto (5 a 6L/min). O DC é o produto da frequência cardíaca pelo volume sistólico. 
DC = 	Volume sistólico
X
Frequência Cardíaca
Dessa forma o débito cardíaco pode aumentar em decorrência da elevação da frequência cardíaca ou do volume sistólico. Quando em exercício intenso o coração pode bombear de 4 a 7x mais do que o normal. 
 Definições 
Pré - carga: pressão de sangue (volume diastólica final) presente no ventrículo do coração, após seu enchimento passivo. 
Pós-carga: dificuldade enfrentada pelo ventrículo, durante o processo de ejeção (resistência vascular).
Mecanismo de Frank-Starling: capacidade do coração de se adaptar a variações do volume sanguíneo modificando sua contratilidade.
 Débito Cardíaco e Volume Sistólico no exercício físico
O DC aumenta de acordo com a carga de trabalho, assim como o volume sistólico que realiza até 40 a 60% da sua capacidade máxima além de ocorrer o aumento do retorno venoso e da pré-carga. 	
Em exercícios dinâmicos após –carga é reduzida por conta da vasodilatação, e em exercícios isométricos o DC aumenta, mas o volume sistólico permanece constante. 
· O DC tende a diminuir linearmente com a idade, pois ocorre a diminuição da frequência cardíaca. 
· Retorno Venoso 
A principal variável que influencia o volume diastólico final (VDF) é a taxa de retorno venoso para o coração. Um aumento do retorno venoso resulta em elevação do VDF e, portanto, no aumento do volume sistólico. A regulação do retorno venosos durante o exercício é dado por 3 mecanismos: 
· Vasoconstrição
· Bomba muscular: ação de bombeamento da musculatura esquelética em contração.
· Difusão respiratória: ação bombeadora do sistema respiratório (pressão negativa). 
· Distribuição de oxigênio para o musculo 
Durante o exercício intenso, a necessidade metabólica de oxigênio na musculatura aumenta em muitas vezes. Para atender a essa demanda a frequência cardíaca deve aumentar, e para que isso aconteça, ocorre o aumento do debito cardíaco e redistribuição do fluxo sanguíneo dos órgãos inativos para a musculatura esquelética em trabalho. 
OBS: O fluxo sanguíneo aumenta onde a demanda é maior. 
	Na redistribuição do fluxo sanguíneo pode-se perceber que 80 a 85% do DC vai para os músculos esqueléticos durante o exercício máximo. O fluxo sanguíneo que vai para os musculo é controlado de acordo com as necessidades dos próprios tecidos, onde ocorre uma regulação local (autorregulação), alteração nos metabólitos locais e a vasodilatação das arteríolas, que nutrem a musculatura esquelética. 
	As alterações da FC e da PA durante o exercício refletem o tipo, intensidade e a duração do exercício realizado e até das condições ambientais. 
· Do repouso para o exercício 
No início ocorre um rápido aumento da frequência cardíaca e do volume sistólico e, consequentemente, aumento do debito cardíaco. 
Se a taxa de trabalho for constante e estiver abaixo do limiar do lactato, um platô de estado estável em termos de FC, VS e DC são alcançados dentro de 2 a 3 minutos. 
 Exercício Incremental 
Nesse exercício ocorre um aumento progressivo de DC e FC, proporcional ao aumento do consumo de O². Com o aumento do suprimento sanguíneo de O² ao musculo, temos a garantia de que conforme a necessidade de sintetizar ATP (para suprir a energia usada na contração muscular) aumenta o suprimento de O² que chega ao músculo também aumenta. Entretanto, tanto o débito cardíaco quanto a frequência cardíaca atingem um platô a cerca de 100% de VO²máx. 
Esse ponto representa um teto máximo para o transporte de oxigênio até a musculatura esquelética que está sendo exercitada. Acredita-se que isso ocorra ao mesmo tempo em que o consumo máximo de oxigênio é alcançado.
 Exercício Intermitente 
O exercício intermitente é caracterizado por períodos de intervalo durante o exercício. Nesses intervalos pode haver recuperação completa ou não da PA e FC, isso depende do condicionamento do indivíduo, da duração e intensidade do exercício e da condição ambiental. 
 Exercício Prolongado 
Nos exercícios prolongados de carga constante o DC é mantido durante todo o exercício, o VS reduz enquanto a FC aumenta. Devido ao aumento da temperatura corporal, desidratação e da queda do volume plasmáticos temos um DESVIO CARDIOVASCULAR.
 O aumento da temperatura corporal tem como resultado a vasodilatação cutânea que pode causar desidratação, além da redução do retorno venoso que causa redução do VS. 
 Exercício para Braço X Perna 
O mecanismo de frequência cardíaca aumenta em exercícios de braço por conta do maior fluxo simpático ao coração, e o mecanismo de pressão arterial aumenta também em exercícios de braço por conta da vasoconstrição dos grupos musculares inativos. 
· Recuperação do Exercício 
O tempo de recuperação varia de acordo com a intensidade e duração do exercício. 
Os indivíduos treinados possuem um melhor poder de recuperação que os indivíduos não treinados, pois não atingem uma FC tão alta. 
Sistema Respiratório Durante o Exercício Físico
O principal proposito do sistema respiratório é fornecer um meio de trocas gasosas entre o ambiente externo e o corpo, ou seja, ele fornece ao individuo um meio de repor O² e eliminar o CO² presente no sangue. 
A troca de O² e CO² entre o pulmão e o sangue é resultado de dois processos: 
Ventilação: processo mecânico de deslocamento de ar para dentro e para fora dos pulmões. 
 Difusão: consiste no movimento aleatório das moléculas, de uma área de alta concentração para outra de menor concentração.
· Estrutura do Sistema Respiratório
O sistema respiratório é composto por um grupo de passagens que filtram e transportam o ar ate os pulmões onde ocorrem as trocas gasosas no interior dos alvéolos. 
 Narinas e fossas nasais 
Nas narinas e nas fossas nasais ocorre a entrada e a saída de ar do organismo, onde o nariz faz a filtração do ar e as fossas nasais o aquecimento e umidificação. 
Faringe 
A faringe é a cavidade comum do ao sistema digestório e respiratório, localizado logo à frente das vértebras cervical, também conhecida popularmente como garganta.
Laringe
A laringe é um tubo cartilaginoso, que contem a epiglote e as cordas vocais, localizado logo acima da traqueia. 
Traqueia 
A traqueia é formada por anéis cartilaginosos incompletos, que tem a presença de epitélio ciliado com glândulas caliciformes, responsáveis pela produção de muco. Na bifurcação da traqueia temos a Carina, que se ramifica em brônquios fontes direito e esquerdo. 
Brônquios e Bronquíolos 
Os bronquíolos têm como função transportar o ar até os alvéolos pulmonares, onde ocorre a hematose (troca gasosa). Os bronquíolos constituem as ramificações terminais dos brônquios que penetram os alvéolos pulmonares. Dentro do pulmão, os brônquios de primeira ordem se ramificam em brônquios de segunda e terceira ordem.
Brônquios principais D e E Brônquios Lobares Brônquios Segmentares Bronquíolos Terminais. 
Alvéolos 
Os alvéolos são bolsas de ar ricamente vascularizadas, pois é o local onde ocorre a HEMATOSE (trocas gasosas). E nos alvéolos que o sangue venoso se torna sangue arterial, pela eliminação do CO² e entrada de O² no sangue. 
Pulmão 
O pulmão abriga uma grande parte das vias aéreas (parte do brônquio principal e suas subdivisões e zona respiratória) e permite a expansão e ganho de volume. 
OBS: O pulmão Direito é mais largo porem mais curto e possui 3 lobos, o esquerdo possui 2 lobos.
Pleura
Ambos os pulmões, direito e esquerdo, são envolvidos por um conjunto de membranas denominado pleura. A PLEURA VISCERAL adere a superfície externa do pulmão, enquanto a PLEURA PARIETAL reveste as paredes torácicas e o diafragma. 
Essas duas pleuras estão separadas por uma fina camada de líquido. Que atua como lubrificante e permite o deslizamento suave de uma pleura sobre a outra. A pressão existente na cavidade pleural (pressão intrapleural) é menor que a pressão atmosférica e se torna ainda maisbaixa durante a inspiração fazendo o ar inflar os pulmões. 
· Zona Condutora 
A zona condutora é responsável pela passagem de ar, e também pela filtração, aquecimento e umidificação do mesmo, prevenindo a desidratação (ressecamento) do tecido pulmonar. 
A zona condutora é composta pelo nariz, a nasofaringe, a laringe, a traqueia, os brônquios, os bronquíolos e os bronquíolos terminais.
· Zona Respiratória 
A zona respiratória é o local onde ocorre a troca gasosa entre o ar e o sangue, graças aos alvéolos, que possuem uma espessura de uma única camada celular. Com o objetivo de impedir o colapso alveolar e diminuir a tensão superficial, as células alveolares do tipo II sintetizam e liberam o liquido SURFACTANTE. 
· Músculos Respiratórios 
Os músculos que participam da inspiração além do diafragma, durante o exercício, são os ECOM, escalenos, intercostal externo e peitoral menos. 
Os músculos que participam da expiração durante o exercício são os intercostais internos, obliquo externo e interno, reto abdominal e transverso abdominal. 
· Mecânica Ventilatória 
A ventilação pulmonar ocorre graças ao fluxo de massa, que se refere ao movimento das moléculas ao longo de uma passagem em decorrência de uma diferença de pressão. Sendo assim, a inspiração ocorre porque a pressão no interior dos pulmões cai, ficando menor que a pressão atmosférica, já a expiração ocorre quando a pressão dentro dos pulmões ultrapassa a pressão atmosférica. 
Inspiração
O diafragma é o musculo mais importante para a inspiração, inervado pelo nervo frênico. Quando se contrai, o diafragma força os conteúdos abdominais para baixo, em conjunto as costelas são erguidas para fora, causando uma expansão pulmonar, resultando em uma diminuição da pressão intrapulmonar (abaixo da pressão atmosférica) possibilitando o fluxo de ar para dentro dos pulmões. 
Expiração 
A expiração é passiva durante a respiração normal e tranquila, ou seja, em repouso, nenhum esforça muscular é necessário para que a expiração ocorra, pois o pulmão e as paredes torácicas são elásticos, e tendem a voltar ao normal após a expansão na inspiração. Porem, durante o exercício a expiração se torna ativa, e os músculos acessórios empurram o diafragma para cima e as costelas são puxadas para baixo e para dentro, resultando em uma redução do volume torácico. 
Repouso:
· Insp: diafragma
· Exp: passiva
Exercicio:
· Insp: diafragma + intercostais externos + músculos acessórios da inspiração
· Exp: abdominais + intercostais internos
· Volumes e capacidade pulmonar
Volume Residual (VR) 
Volume de gás que permanece nos pulmões após uma expiração máxima.
Volume Corrente (VC)
Quantidade de ar inalada ou exalada em uma respiração, durante uma respiração tranquila.
Volume de Reserva Inspiratório (VRI)
Quantidade de ar em excesso do VC que pode ser inalada com esforço máximo.
Volume de Reserva Expiratório (VRE)
Quantidade de ar em excesso do VC que pode ser exalada com esforço máximo.
Capacidade Vital (CV)
Quantidade de ar que pode ser exalada vigorosamente após uma inspiração máxima. (CV= VRE + VC + VRI).
Capacidade Inspiratória (CI)
Quantidade máxima de ar que pode ser inalada após uma expiração normal (CI = VC + VRI).
Capacidade Residual Funcional (CRF)
Quantidade de ar que permanece nos pulmões após uma expiração normal (CRF = VR + VRE).
Capacidade Pulmonar Total (CPT)
Quantidade máxima de ar nos pulmões ao final de uma inspiração máxima (CPT = VR + CV).
	O volume/volume por minuto é calculo pelo volume correte multiplicado pela frequência respiratória. VE = VC x FR
A ventilação é calculada pela ventilação alveolar multiplicado pela ventilação do espaço morto. V = VA + VEM
· Espaço Morto
Denomina-se espaço morto as regiões ocupadas por ar, onde não ocorrem trocas gasosas (hematose). Pode ser espaço morto fisiológico ou anatômico. 
Anatômico: espaços em que não há hematose, porque não existe epitélio especializado nesta função. Por exemplo: traqueia, brônquios e bronquíolos.
Fisiológico: ar que entra nos alvéolos, mas não participam efetivamente da hematose. Por exemplo, durante uma respiração tranquila de pé, os alvéolos da parte inferior do pulmão são mais utilizados, mas durante o exercício o espaço fisiológico diminui, pois todos os alvéolos são solicitados. 
 Ventilação durante o exercício
No inicio do exercício, observa-se um aumento do volume corrente e um discreto aumento da frequência respiratória. Com o aumento progressivo da intensidade do exercício ocorre um aumento da frequência respiratória e o volume corrente estabiliza, o espaço morto fisiológico diminui. 
· Difusão 
O pulmão é projetado de modo eficiente para que a difusão (passiva) de gases ocorra através da membrana alveolar para dentro e para fora da circulação sanguínea. Isso se deve, pois: 
· Ampla área de superfície total disponível para difusão.
· Membrana alveolar extremamente delgada
 	A quantidade de O² e CO² dissolvida no sangue segue a Lei de Henry, que diz que a difusão é influenciada por: 
· Temperatura do sangue
· Solubilidade dos gases
· Pressão parcial do gás
Como a temperatura do sangue não sofre alteração significativa durante o exercício e a solubilidade do gás permanece constante o principal fator a determinar a quantidade de gás dissolvida é a pressão parcial.
· Fluxo Sanguíneo para os pulmões
Um aspecto interessante da circulação pulmonar é que, durante o exercício, a resistência no sistema vascular pulmonar diminui em consequência da distensão dos vasos e recrutamento de capilares previamente não usados. Essa queda da resistência vascular pulmonar ocasiona o aumento do fluxo sanguíneo pulmonar durante o exercício com aumentos relativamente pequenos na pressão arterial pulmonar. 
Na posição em pé, a maior parte do fluxo sanguíneo para o pulmão é distribuída para a base do pulmão por ação da força gravitacional.
· Relação Ventilação-Perfusão V/Q
Para que as trocas gasosas sejam normais, é preciso haver uma correspondência entre a ventilação e o fluxo sanguíneo (perfusão Q), ou seja, mesmo que um alvéolo seja bem ventilado, as trocas gasosas somente serão normais se o fluxo sanguíneo para os alvéolos corresponder adequadamente à ventilação.
A proporção ventilação-perfusão (V/0) ideal é igual a 1 ou pouco mais, porém a proporção V/Q não e igual a 1 em todo o pulmão, variando de acordo com a parte do órgão que esta sendo considerada. 
Shunt, localizado na base do pulmão, possui menos ventilação e mais perfusão, já no espaço morto fisiológico, localizado no ápice, possui menos perfusão e mais ventilação. 
· Transporte de O² pelo sangue 
Cerca de 99% do O² transportado no sangue esta combinado com a hemoglobina (formando a oxiemoglobina) e somente 1% é dissolvido no sangue. Cada molécula de hemoglobina pode transportar quatro moléculas de O². 
Quando o PO² (pressão parcial de O2 dissolvida no sangue arterial) é alto o O² se liga a hemoglobina (pelo capilar pulmonar) e quando o PO² é baixo o O² é liberado da hemoglobina. 
Curva de dissociação de oxiemoglobina 
A combinação do O² à hemoglobina no pulmão é chamada carga, enquanto a liberação do O² da hemoglobina nos tecidos é denominada descarga. A carga e descarga são reações reversíveis. 
Desoxiemoglobina + O² oxiemoglobina
Fatores que determinando a direção dessa reação são:
· PO² do sangue 
· Afinidade de ligação entre Hb e o O²
Uma PO² alta desloca a reação para a direita (carga) enquanto uma PO² baixa desloca a reação para a esquerda 
Exemplificando: 
 PO² alta nos pulmões ocasiona o aumento da P02 arterial e a formação de oxiemoglobina, a afinidade da Hp por O² esta aumentada. 
 PO² baixa no tecido periférico (músculo esquelético) acarreta diminuição da PO² nos capilares sistêmicos e com isso o O² é descarregado da hemoglobina para ser utilizado nos tecidos.
O músculo exercitando-se é ácido, hipercárbico (↑ CO2) e quente e ele beneficia-se com o descarregamento aumentado de O2 nos seus capilares. A força da ligação entre o O2 e a hemoglobina é enfraquecida pela diminuição do pH do sangue (aumento da acidez), que resulta naintensificação da descarga de O² nos tecidos. Esse fenômeno é representado por um deslocamento "à direita" da curva da oxiemoglobina, denominado efeito de Bohr. 
Hemoglobina X Mioglobina
A mioglobina é uma proteína ligadora de oxigênio presente nas fibras dos músculos esqueléticos e no miocárdio (não no sangue), que atua como transportadora, deslocando o O² da membrana celular muscular para a mitocôndria. 
A mioglobina possui maior afinidade pelo O² do que a hemoglobina e, por esse motivo, a curva de dissociação da oximioglobina é bem mais íngreme do que para a hemoglobina, para valores de PO2 bem abaixo do que é necessário para a Hb. 
· Transporte de CO² pelo sangue 
O CO² é transportado no sangue de três formas: 
· Dissolvido no plasma (10%)
· Ligado a hemoglobina (20%)
· Em forma de bicarbonato (70%) 
	Quando o sangue chega aos capilares pulmonares, a PCO² do sangue é maior do que nos alvéolos e assim o CO² se difunde para fora do sangue por meio da interface hematogasosa. No pulmão, a ligação do O² à Hb resulta na liberação de íons hidrogênio ligados à hemoglobina e promove a formação de ácido carbônico. O Efeito Haldane é a capacidade da hemoglobina de liberar CO² e H+ em locais de alta concentração de O². 
· Controle da Ventilação 
Sensores, como quimiorreceptores, o pulmão e outros receptores, enviam um sinal aferente para o controlador central da respiração, composto pelo Bulbo, Ponte, medula e outras partes do cérebro, sobre as alterações do meio interno do corpo, como alterações de PO² e de H+, e esse centro envia por vias eferentes sinais para os músculos respiratórios, os efetores, para aumentar ou diminuir a ventilação. 
Fatores Adicionais Durante o Exercício
Durante exercícios físicos, o individuo começa a respirar pela boca por conta de uma broncodilatação causada pela liberação de catecolaminas na circulação (adrenalina, noradrenalina e dopamina).
O sistema pulmonar limita o desempenho máximo no exercício?
Em indivíduos saudáveis, a resposta é NÃO, pois a fadiga muscular respiratória não e limitante (o diafragma é altamente resistente a fadiga). Geralmente não ocorre hipoxemia significativa, e sempre temos certa reserva ventilatória permanente. 
Respostas Hormonais ao Exercício
· Neuroendocrinologia 
O sistema nervoso e endócrino estão envolvidos na regulação de diversas funções, trabalhando juntos para manter a homeostase. Os dois sistemas diferem na forma de emissão da mensagem: o sistema endócrino libera HORMONIOS (sinais endócrinos) no sangue, enquanto o sistema nervoso utiliza nervos para transmitir neurotransmissores (sinais sinápticos) para transmitir mensagens de um nervo ao outros, ou de um nervo para um tecido. 
As glândulas endócrinas liberam hormônios diretamente no sangue, que chegam ate um tecido para exercer determinado efeito, para que isso ocorra, o tecido precisa ter um receptor proteico especifico. 
O sistema endócrino é formado pelo: 
· Hipotálamo 
· Hipófise
· Paratireoides
· Tireoide 
· Adrenais 
· Pâncreas 
· Ovários (mulher)
· Testículos (homem) 
 Classificação dos hormônios 
Os hormônios podem ser esteroides e não esteroides: 
Os Esteróides são lipossolúveis (solúveis em gordura) e são liberados pelo córtex adrenal (cortisol e aldosterona), pelos ovários (estrogênio e progesterona), pelos testículos (testosterona) e pela placenta (estrogênio e progesterona). 
Os Não - Esteróides não são lipossolúveis, possuem aminas/peptidios e são sintetizados a partir dos aminoácidos (hormônios da tireoide e da medula adrenal).
Como um hormônio produz seu efeito? 
Os hormônios são transportados pela circulação para todos os tecidos, mas afetam apenas alguns deles. Os tecidos que respondem a hormônios específicos possuem receptores proteicos capazes de ligar-se a esses hormônios.
O número de receptores pode diminuir quando essas moléculas ficam expostas a um nível cronicamente elevado de um hormônio (subregulação) resultando em diminuição da resposta para a mesma concentração hormonal. O caso oposto (exposição crônica a baixas concentrações de determinado hormônio) pode acarretar aumento no número de receptores (suprarregulação) e o tecido se torna muito reativo ao hormônio disponível. 
Após se ligar a um receptor em uma membrana o principal efeito de alguns hormônios é ativar as moléculas de transporte presentes no interior da membrana ou próximo a ela para aumentar o movimento de substratos ou íons de fora para dentro da célula (funciona como chave-fechadura). 
· Hipófise 
A hipófise esta localizada na base do cérebro, acoplada ao hipotálamo. A glândula possui dois lobos: lobo anterior (adeno-hipófise) que é uma glândula endócrina verdadeira, e o lobo posterior (neuro-hipófise) que é tecido nervoso que se projeta desde o hipotálamo. Os dois lobos estão sob controle direto do hipotálamo. 
 Hipófise Anterior (Adeno-Hipófise) 
A hipófise anterior secreta hormônios em resposta a fatores liberados e inibidores secretados pelo hipotálamo, que são: 
· Hormônio do crescimento (GH)
· Tireotropina (TSH)
· Adrenocorticotropina (ACTH)
· Gonadotrópico (FSH e LH)
· Prolactina (PRL)
· Endorfinas
Embora a prolactina estimule diretamente a mama para produzir leite à maioria dos hormônios secretados pela hipófise anterior controla a liberação de outros hormônios.
OBS: exercícios são fortes estimulantes para o hipotálamo. 
Hormônio do Crescimento - GH
O GH exerce efeitos no crescimento de todos os tecidos. A secreção do hormônio do crescimento é controlada pela liberação de hormônios secretados pelo hipotálamo. 
O GH é um hormônio anabólico que mantem os níveis de glicose sanguínea por: 
· Opor-se à ação da insulina para redução da glicose plasmática.
· Aumentar a síntese de glicose de novo no fígado (gliconeogênese).
· Aumentar a mobilização de ácidos graxos do tecido adiposo (aumento da mobilização de gorduras AGL). 
Durante o exercício ocorre o aumento agudo da amplitude do pulso de GH, e os efeitos podem persistir por varias horas. Com o aumento da intensidade do exercício ocorre aumento também da liberação de GH. 
Efeitos: 
· Aumento da massa magra por retenção de agua
· Mínimos ganhos em massa corporal magra e em força (quando utilizado com o treinamento de resistência)
· Têm como efeito adverso a retenção de agua e edema, dores articulares e musculares. 
· Distúrbios na sua liberação para causar nanismo/gigantismo e acromegalia 
Prolactina
A prolactina inicia e facilita a secreção do leite. Ela aumenta com a elevação da intensidade do exercício, retornando ao seu estado normal após 45min. Pode inibir função ovariana e participar das alterações menstruais em atletas. 
Hormônio Foliculo Estimulante (FSH) e Luteinizante (LH) 
Esses hormônios estimulam o crescimento e secreção hormonal dos órgãos sexuais. Estimulam a produção de testosterona nos testículos e de estrogênio nos ovários. Os exercícios causam pouco ou nem uma mudança. 
Endorfinas 
Durante os exercícios físicos ocorre o aumento da secreção de endorfinas, com > 70% VO²máx em treinados e não treinados. Elas diminuem a dor e a ansiedade, causando euforia e auxiliam no controle do apetite, além de aumentar a sensibilidade aos efeitos dos opióides. 
 Hipófise Posterior (Neuro-hipófise) 
A hipófise posterior propicia um local de armazenamento para dois hormônios: 
· Ocitocina 
· Hormônio antidiurético (ADH ou vasopressina) 
Hormônio Antidiurético (ADH)
O ADH reduz a perda de agua do corpo, e favorece a reabsorção de água dos túbulos renais, retornando aos capilares, fazendo a manutenção dos líquidos corporais. Sua liberação é estimulada por: 
· Elevada osmolalidade plasmática (baixa concentração hídrica), que pode ser causada por suor excessivo.
· Baixo volume plasmático, que pode ser decorrente da perda de sangue ou de uma reposição inadequada de liquido. 
Durante o exercício ocorre o aumento da excreção de ADH (quando > 60% VO²max), buscando manter a volemia e minimizar os riscos de desidratação. 
Ocitocina
A ocitocina estimula a musculatura lisa, especialmente por ocasião do parto, estando também envolvida na resposta deejeção do leite. Aumenta a sua excreção durante o exercício. 
· Tireoide 
A glândula tireoide é estimulada pela excreção do TSH no hipotálamo. Libera 3 hormônios: 
· Triiodotironina (T3)
· Tiroxina (T4)
· Calcitonina 
A T3 e T4 funcionam como hormônios permissivos por permitirem que outros hormônios exerçam completamente seus efeitos, aumentando o metabolismo celular, aumentando em ate 4x a Taxa Metabolica Basal. 
A calcitonina esta envolvida secundariamente na regulação do cálcio plasmático. A medida que aumenta a concentração do cálcio, aumenta a liberação da calcitonina. Esse hormônio bloqueia a liberação de cálcio dos ossos e estimula a excreção desse ion nos rins para que ocorra a redução da concentração plasmática de cálcio. 
· Paratireoide
O hormônio paratireóideo (PTH) é o principal hormônio envolvido na regulação do cálcio plasmático. A glândula paratireoide libera o paratormônio em resposta a baixas concentrações plasmáticas de cálcio, estimulando a liberação de cálcio pelo osso no plasma e aumentando a reabsorção renal e intestinal. Durante o exercício ocorre o aumento da liberação de PTH. 
· Glândula Suprarrenal
A glândula suprarrenal é composta por duas glândulas:
Medula Adrenal
A medula adrenal secreta as catecolaminas adrenalina e noradrenalina, fazendo parte do SNA Simpático. Tem como efeitos:
· Aumento da FC, PA, da respiração e da força de contração;
· Aumento da taxa metabólica;
· Aumento da glicogenólise;
· Aumenta da liberação de glicose e ácidos graxos livres no sangue.
Em resposta a intensidade do exercício, conforme aumenta a porcentagem de VO²Max, ocorre um pequeno aumento da adrenalina e um aumento bem mais significativo da noradrenalina. 
Córtex Adrenal 
O córtex adrenal secreta hormônios esteroides que podem ser classificados em mineralocorticoides (aldosterona), glicocorti-cóides (cortisol) e esteroides sexuais. 
Mineralocorticóides (aldosterona) 
A Mineralocorticóides controla a concentração de sódio (NA+) e potássio (K+) extracelular pelo Sistema Renina - Angiotensina
Reduções no volume plasmático, uma queda na pressão arterial no rim ou um aumento na atividade simpática nervosa para os rins estimulam células renais especiais a secretarem uma enzima chamada renina. Essa enzima ingressa no plasma e converte seu substrato (angiotensinogênio) em angiotensina I, que, por sua vez, é convertida nos pulmões em angiotensina II, pela enzima conversora de angiotensina. A angiotensina II estimula a liberação de aldosterona, que aumenta a reabsorção/retenção de Na+ e K+, mantendo o volume plasmático e pressão arterial. 
Quando a intensidade do exercício se aproxima de 50% do V02máx, ocorre aumento paralelo nas concentrações de renina, angiotensina e aldosterona. 
Glicocorticoides (Cortisol)
O cortisol contribui para a manutenção da glicose plasmática durante o jejum/exercício prolongado, pois:
· Promovem a degradação de proteínas nos tecidos para a formação de aminoácidos, que, em seguida, são utilizados pelo fígado para formar glicose de novo (gliconeogênese).
· Estimulam a mobilização de ácidos graxos livres do tecido adiposo.
· Estimulam as enzimas hepáticas envolvidas na via metabólica que resulta na síntese de glicose.
· Bloqueiam a entrada da glicose nos tecidos. forçando-os a utilizarem mais ácidos graxos como combustível.
O hipotálamo secreta hormônio liberador corticotrófico (CRH), que faz com que a hipófise secrete mais ACTH para a circulação geral. O ACTH se liga aos receptores no córtex suprarrenal e aumenta a secreção de cortisol. À medida que o nível de cortisol vai aumentando, o CRH e o ACTH são inibidos. 
· Gônadas
Testosterona e estrogênio são os principais esteroides sexuais secretados pelos testículos e ovários, respectivamente.
Estrogênio e Progesterona 
Esses hormônios regulam a ovulação, menstruação, gravidez e dão as características femininas para as mulheres. A excreção aumenta com exercícios agudos, dependendo da fase do ciclo menstrual (controverso). 
Testosterona 
A testosterona é tanto um esteroide anabólico (síntese de tecido muscular, conteúdo de miofibrilas, tamanho da placa motora) como androgênico (promoção de características masculinas), por estimular a síntese de proteínas e ser responsável pelas mudanças características ocorridas em meninos durante a adolescência e conducentes à alta relação entre massa muscular/massa de gordura.
Em homens e mulheres destreinados, ocorre o aumento da testosterona com exercícios de força ou aeróbico, principalmente na recuperação. 
Esteroides Anabólicos e Desempenho 
Dependendo da concentração, o uso de andrógena causa aumentos na massa corporal magra, massa muscular e força dos homens. Quando andrógenos e treinamento de resistência são combinados, ocorrem maiores ganhos do que os obtidos com o uso exclusivo de qualquer dessas intervenções.
Nos homens os efetios adversos podem causar distúrbios do humor e do comportamento, maior risco de doença cardiovascular, disfunção hepática e ginecomastia (desenvolvimento das mamas). Nas mulheres os efeitos adversos são parecidos com a dos homens, porem com efeito mais virilizantes como aumento do clitóris e aprofundamento da voz. 
· Pâncreas 
O pâncreas secreta a insulina, glucagon e a somatostatina. 
Insulina
A insulina regula a entrada da glicose sanguínea nas células, e reduz a sua concentração no sangue. Ela estimula os tecidos a captar moléculas de nutrientes, como glicose e aminoácidos e estoca-los sob forma de glicogênio, proteínas e gorduras. Com o exercício, ocorre o aumento da sensibilidade a insulina por até 48h depois.
Glucagon 
O glucagon estimula a glicogenólise (mobilização da glicose das reservas hepáticas) e glicogênese hepáticas em situações de hipoglicemia. O glucagon é liberado de forma tardia com o exercício, pois ele possui uma ação de manutenção da glicemia com a progressão do exercício e depleção do glicogênio muscular. 
Exercícios superiores a 30 min:
Concentração de insulina tende a diminuir, e o glucagon aumenta gradualmente durante o exercício, fazendo com que a concentração de glicose permanece estável. 
· Eritropoetina 
Esse hormônio é liberado pelos rins em decorrência de hipoxemia, estimulando a produção de hemácias na medula óssea. 
· Efeitos Hormonais sobre o metabolismo e a energia 
A manutenção da glicemia durante o exercício se dá pelo:
· Aumento da mobilização da glicose hepática-ocasionado pelo glucagon, adrenalina e noradrenalina.
· Síntese hepática de glicose a partir de aminoácidos e glicerol (glicogênese) – GH
· Bloqueio da entrada de glicose nas células – dado pelo cortisol
· Mobilização de ácidos graxos do tecido adipose – dado pelo cortisol, GH, glucagon, adrenalina, noradrenalina.

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