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Exame Fisico Pediatrico - RESUMO

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Carolina Pithon Rocha | Medicina | 5o semestre
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�am� Físic� Pediatric�
ABORDAGEM
PRÉ-ESCOLAR:
Esta é a faixa etária em que se encontra maior resistência à execução do exame. O
maior desafio para o médico é completar o exame evitando o choro, luta física ou pais
perturbados. Se esse alvo é alcançado, há uma grande satisfação para todos: criança, pais e
médico.
Aqui, mais do que em outras idades, é importante o médico saber como "quebrar o gelo"
através de uma conversa amigável, uma brincadeira, com o uso de brinquedos ou os
próprios objetos de exame. É necessário avisar sobre todos os procedimentos,
especialmente os desagradáveis e os dolorosos; se possível, demonstrando em si mesmo
ou em algum boneco. Com as crianças mais velhas desta faixa, conversar durante o
exame, evitando períodos prolongados de silêncio (a criança pode pensar que o
médico está zangado).
ESCOLAR:
Nesta faixa etária, praticamente não se encontram problemas de resistência ao exame. A
chave é uma conversa amigável com a criança sobre assuntos variados, tais como escola
ou amigos, passando daí a explicações sobre os procedimentos do exame físico.
Atentar para o pudor da criança, conservando parte da roupa enquanto se examina o
resto do corpo. Geralmente as crianças preferem os irmãos e/ou o progenitor do sexo
oposto fora da sala. A ordem do exame pode ser a mesma usada em adultos.
ADOLESCENTE:
Alguns adolescentes preferem que o exame seja feito na ausência dos pais. Essa
decisão deve sempre ficar a critério do paciente. Os adolescentes apreciam ser tratados
como adultos e esperam isso do médico. O exame físico deve ser aproveitado para
orientar sobre mudanças corporais típicas da adolescência, elucidando as dúvidas
apresentadas. Levar em consideração o pudor do paciente no tocante ao exame dos
genitais, sempre pesando o benefício e o desconforto ou constrangimento causados
eventualmente pelo procedimento, assim como a experiência do examinador
Orientações Gerais:
lavar as mãos antes e depois do exame , sempre informar para o acompanhante e para
criança o que está sendo feito, pedir para tirar a roupa, pode ser iniciado no colo da mãe
e organização da sequência "da cabeça aos pés", porém deixar às partes mais
incomodadas para o final do exame
* sempre avaliar o paciente com acompanhante, se acompanhante sair por algum
motivo, aguardar para retornar
em bebês sempre analisamos sem roupa mas de fralda, na última etapa tirar a fralda (na
hora que for pesar e aproveitar para olhar a genitália e a parte anorretal)
ausculta primeiro antes da criança chorar, antes de colocar na maca para palpação…
se a criança chorou e abriu a boca, já aproveitamos para olhar a boca, os dentes, a garganta
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Antropometria (no começo ou no final da consulta)
- peso (sem roupa - tirar fralda, fazemos no final)
- altura/comprimento
- perímetro cefálico (até 2 anos)
- IMC (Peso/Altura 2 -> peso em Kg e altura em M, às vezes transformar unidade
caso for gramas e centímetros)
- colocar no gráfico da OMS/MS (classificar criança)
- anotar na caderneta da criança
Peso (kg)
- peso: crianças sem roupa, bebês sem fraldas
- balança pediátrica (bandeja que têm uma capacidade de pesar crianças de até
20kg) ou de adulto (criança que já fica em pé)
- peso por subtração (quando a criança não fica parada -> pesar a criança sem
roupa no colo da mãe, depois pesar só a mãe e subtrair)
Estatura (metros)
- estatura (medindo a criança deitada, posição supina) e comprimento (altura da
criança em pé - normalmente a partir dos 2 anos)
- estadiômetro ou régua medidora
- conferir medida - passível de erros
a estatura não perde, caso de dúvidas, remediar
Perímetro cefálico - fazer até 2 anos de idade
- usar fita métrica inelástica
- conferir medida
- medir a maior circunferência da cabeça que normalmente é
a fronto-occiptal
O que fazer com todos esses dados? Anotar na caderneta
Gráfico de perímetro cefálico
Sinais Vitais
- temperatura
- frequência respiratória: deverá ser contatada em 1
minuto inteiro (a respiração da criança não é rítmica
como a nossa). Os bebês têm muita respiração
abdominal e aí podemos contar enquanto o bebê está no
colo da mãe sem a blusa.
- frequência cardíaca e pulsos -> parear com o pulso
radial, o que auscultamos no mesmo ritmo que palpamos,
é a frequência cardíaca
- saturação de oxigênio (se disponível)
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Exame Físico Por Sistemas
Inspeção Geral
- visao de conjunto: impressão geral do paciente (ex: bom, regular ou mau estado
geral), se está ativa, brincando, sorrindo
- estado de consciência
- aparência (saudável ou enfermo)
- grau de atividade
- desenvolvimento e distribuição do tecido adiposo
Pele, Mucosa e Tecido Subcutâneo
- inspeção: coloração da pele e mucosa; icterícia, palidez; lesões elementares;
turgor e elasticidade da pele
- palpação: mucosas da criança, tecido subcutâneo, edema (extremidades: pé e
mão)
A pele do recém-nascido possui muitas características especiais. Geralmente a textura é
macia e lisa e a coloração rosa-pálido. Grande parte dos recém-nascidos desenvolve
icterícia no segundo ou terceiro dia de vida, que persiste por cerca de uma semana
(icterícia fisiológica). Outra peculiaridade é a presença de áreas azul-escuro mal definidas,
localizadas sobre as nádegas e a região lombo-sacra, denominadas manchas
mongólicas. São mais comuns em bebês negros e orientais e desaparecem entre um e
cinco anos.
Gânglios Linfáticos
inspeção e palpação de principais cadeias de linfonodos
- localização
- tamanho
- consistência
- sensibilidade
- mobilidade
- sinais flogísticos
Cabeça e Pescoço
inspeção e palpação:
das fácies (atípica e típica), cabelo e penugem (implantação, cor e tipo), unhas
crânio: confirmação, fontanelas, craniotabes, perímetro cefálico (normal, plagiocefalia,
braquicefalia e escafocefalia)
fontanela anterior ou bregmática
(fecha entre 9 a 18 meses)
fontanela posterior ou lambdóide
(fecha até 2 meses)
nas fontanelas, caso deprimida ->
desidratação profunda, caso
tensa e abaulada -> hipertensão
intracraniana -> meningite, infecciosa, neoplásica…
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orelhas: forma e posição, secreção, implantação do pavilhão auricular, dor a palpação,
otoscopia
nariz: obstrução, mucosa, batimentos de asa de nariz
boca: dentes, gengiva, língua, amígdalas, lábios, mucosa oral, palato
pescoço: tumorações, lesões, rigidez, palpação da traquéia, pulsações, fúrcula
esternal, rigidez da nuca
Tórax: cardiovascular e respiratório
Inspeção
- forma, simetria, mobilidade, sinais de raquitismo
- respiração: tipo, ritmo, amplitude, frequência, esforço
- ictus cordis: impulsões, tamanho
- mamas: desenvolvimento, simetria
- tufos capilares na região sacral
Percussão
- som claro pulmonar, timpanismo ou macicez
Palpação
- linfonodos supraclaviculares
- tumorações
- mamas: dor, calor, tumorações, coloração
- expansibilidade
- frêmito toracovocal; frêmito cardíaco
- pontos dolorosos, pesquisa de sensibilidade
Ausculta
- ruídos respiratórios audíveis sem estetoscópios
- sons respiratórios normais, ruídos adventícios
- precórdio: bulhas, ritmo, sopro e estalidos
Abdômen
Inspeção
- forma: plano, abaulado, escavado, distendido
Durante o choro, pode-se também perceber se há hérnias umbilicais, ventrais, ou
diástases dos retos. Lembrar que o abdômen da criança, principalmente em lactentes,
é protuberante devido ao pouco desenvolvimento da musculatura da parede.
- coloração
- coto/cicatriz umbilical: forma, secreção,
hiperemia (artéria e veia que levam a circulação
central da criança - se tiver inflamação, pode
causar sepse. Não é para ta com cheiro
desagradavel)
- massas visíveis, cicatrizes
- movimentos e alterações de parede
- circulação colateral
- lesões de pele
Ausculta
- peristaltismo
- fístula arteriovenosa "sopros arteriais"
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Os ruídos hidroaéreos estão aumentados nas gastroenterites ou na obstrução
mecânica do delgado e diminuídosno íleo paralítico.
Percussão
- delimitação das vísceras
- sensibilidade
- espaço de Traube
- ascite
Palpação Superficial
- sensibilidade
- turgor e elasticidade da pele
- tensão da parede abdominal
Palpação profunda
- anel umbilical, coto e cicatriz umbilical
- diástase dos músculos reto-abdominais
- sensibilidade
- fígado, baço, massas, lojas renais e rins
Genitália
inspeção
- adaptação da uretra
- coloração
- secreções
- lesões de pele/assadura
- pelos
Palpação
- pulso femoral
- linfonodos inguinais
- genitália
- testículos (sempre palpar em meninos pois podem não estar no bolso escrotal)
* meninos comum ter fimose -> prepúcio mais alongado que acaba ficando fechado ->
no bebê é fisiológica que essa aderência vai cedendo. Quando têm 2 a 3 anos faz uma
avaliação
Região Anorretal
Inspeção
- coloração
- secreção
- tumorações, fissuras, prolapso retal
- lesões de pele
- nádegas: forma
Palpação
- tumorações
- perfuração anal
- fosseta anal
- cicatrização
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Locomotor
Inspeção
- articulações: aumento de tamanho, simetria,
coloração
- curvaturas da coluna (escoliose, cifose, lordose),
joelhos (geno valgo ou varo) e pés
- musculatura: simetria
- movimentos da cintura e dos membros
- anormais: coreia, tremores, fasciculações, mioclonia
Palpação
- articulações, temperatura, edema, mobilidade,
crepitação, dor, tamanho
- musculatura: trofismo, tônus, força muscular
- manobra de Ortolani - avaliar displasia ou luxação do quadril (pequeno
lactente até 3 meses). Não sente e não ouve nada, caso haja crepitação
-> deslocamento quadril
Extremidades (Membros Superiores e Inferiores)
Inspeção e palpação
- perfusão
- edema
Sistema Nervoso Central
- função cerebelar: coordenação, equilíbrio, marcha
- nervos cranianos
- função motora: postura, tônus, força muscular, simetria e paralisias
- reflexos
- observar comportamento e interação
Pesquisa de reflexos primitivos (medular, campo arco reflexo -
todas crianças devem nascer com esses reflexos e depois
trocam os primitivos pelos posturais e adaptativos)
- preensão palmar (até 4-6 meses)
- preensão plantar (até 15 meses)
- reflexo de Moro (até 5 meses)
- reflexo tônico cervical (até 3 meses)
- marcha reflexa (até 1-2 meses)
- reflexo da busca ou voracidade (até 4 meses)
- reflexo cutâneo plantar (até 18 meses)
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DNP -> desenvolvimento da criança

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