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SUMÁRIO 1. NOÇÕES BÁSICAS DE DERMATOLOGIA 2. A QUÍMICA DO PEELING 3. FÓRMULAS CLÁSSICAS DE PEELINGS E FÓRMULAS DE CUIDADOS ADJUVANTES COM A PELE 4. DOCUMENTAÇÃO E FOTOGRAFIA MÉDICA 5. A CONSULTA 6. PLANEJAMENTO DO TRATAMENTO 7. TRATAMENTO 8. PEEL NAVIGATOR 9. INDICAÇÕES 10. CASOS CLÍNICOS 11. PEELINGS QUÍMICOS - PARTE DE UMA ABORDAGEM DE TRATAMENTO COMBINADO 12. AUXÍLIOS CLÍNICOS 13. APÊNDICE Tratamento 7.1 Preparação para o Tratamento ............................. 76 7.2 Posicionamento e Iluminação ............................... 76 7.3 Materiais de Trabalho ............................................ 77 7.4 Métodos Anestésicos ............................................. 80 7.5 Regras Básicas ........................................................ 82 7.6 Técnicas de Aplicação ............................................ 84 7.7 Peelings superficiais .............................................. 86 7.8 Peelings médios ..................................................... 93 7.9 Peelings profundos ............................................... 99 7.10 Complicações e seu Manejo ................................ 108 Guia Ilustrado para Peelings Químicos 7 7 Tratamento O tratamento em si deve ocorrer sem pressões temporais. Como os peelings químicos exigem uma adesão extremamente alta, é reco- mendada uma sessão de aconselhamento adicional no dia do trata- mento, mesmo que consultas prévias tenham sido realizadas. O significado da terapia tópica precisa ser enfatizado mais uma vez antes da primeira remoção, e a compreensão desse conceito pelo pa- ciente deve ser verificada. Este capítulo trata de todos os aspectos relevantes para a administ- ração de um peeling químico. Uma descrição das variáveis com as quais a profundidade de penet- ração de um peeling pode ser alterada e do tratamento adjuvante pré e pós-peeling é acompanhada de uma discussão das possíveis complicações durante o curso do tratamento, bem como suas abor- dagens de manejo. 7.1 Preparação para o Tratamento O planejamento e a preparação do tratamento são elementos essen- ciais para garantir resultados de tratamento bem-sucedidos. Os seguintes aspectos precisam ser considerados: • desejos do paciente (consulte a seção 5.1 Esclarecendo as expectativas) • resultados clínicos (incluindo um exame minucioso da pele e di- agnóstico de quaisquer verrugas suspeitas etc.) juntamente com a necessidade estética e médica de peeling (consulte a seção 5.3 Exame da pele) • Tipo de pele de Fitzpatrick (ver secção 5.3.2 Tipo de pele e pig- mentação) • história médica e possíveis contraindicações (ver secção 5.2 História médica e estética) • o objetivo do peeling, bem como o método mais adequado para a sua entrega (ver Capítulo 6). É necessário executar o seguinte: • informar o paciente sobre o curso clínico e o resultado clínico esperado • instruir o paciente sobre a terapia tópica adjuvante e o que você faz e o que não faz a respeito • obtenção do consentimento informado por escrito do paciente • documentar os achados iniciais • preparar ou obter as soluções de peeling corretas • pré-tratamento das áreas dinâmicas da face com toxina botulíni- ca, se necessário, para potencializar o resultado final do peeling (consulte o Capítulo 6). Como mencionado nos capítulos anteriores, é essencial que o profis- sional descarte e faça um diagnóstico de lesões de aparência suspei- ta (com a ajuda de um dermatologista, se necessário) na área a ser tratada. Isso também deve ser minuciosamente documentado nas notas e acompanhado por fotografias médicas. O programa de pré-tratamento é de importância significativa. O pa- ciente precisa entender e aceitar que deve preparar a pele para o peeling em casa por algumas semanas antes do peeling em si. A na- tureza do tratamento antes do peeling influenciará o efeito do feel- ing durante a aplicação e pode ser um fator contribuinte para definir o resultado do tratamento. Durante a consulta do paciente, portan- to, o paciente precisará ser instruído da seguinte maneira: 1. Tratar as áreas acordadas com os produtos tópicos apropria- dos para os cuidados com a pele, conforme prescrito pelo médico, por 2 a 4 semanas antes do peeling. 2. Para evitar aplicar maquiagem ou qualquer produto para a pele no próprio dia da descamação e limpar a pele completamente em casa ou na clínica na chegada (consulte Dica prática, canto superior direito). Dica prática A limpeza da área a ser esfoliada pode ser feita logo antes do peeling em si. Dessa forma, os pacientes que costumam repetir tratamentos superficiais de peeling repetidos ainda podem chegar com sua ma- quiagem diária ou outros produtos para a pele. Dica prática Os autores recomendam que um posicionamento em decúbito dorsal (horizontal) com a cabeça levemente elevada em um travesseiro seja mantido para todos os peelings, para garantir que o tratamento seja re- alizado com segurança e eficácia. 7.2 Posicionamento e Iluminação O tratamento deve ser o mais confortável possível tanto para o médico quanto para o paciente, uma vez que pode exigir um período considerável de tempo. Em relação ao profissional, é importante considerar uma postu- ra confortável sentada ou em pé, em particular, para otimizar os níveis de conforto durante o trabalho. Além disso, todas as regiões de tratamento precisam ser facilmente acessíveis durante o procedimento. É importante ressaltar que, durante o peeling, as interrupções devem ser mantidas no mínimo na sala de tratamento, para garantir que o profissional possa acom- panhar de perto o curso clínico do peeling, para evitar complicações. Em relação ao paciente, seu posicionamento durante o procedimento deve permitir que todas as regiões de tratamento sejam facilmente acessíveis ao profissional, além de garantir que o paciente esteja confortável durante o comprimento do peeling. O nível de conforto e flexibilidade que a cadeira ou o sofá de tratamento precisa proporcionar depende da área de trata- mento e da natureza e duração do procedimento de remoção. É de opin- ião dos autores que todos os peelings realizados, superficiais, médios ou profundos, devem ser realizados com o paciente em decúbito dorsal (hor- izontal) e a cabeça levemente elevada em um travesseiro. Isso é impor- tante, pois garante que a solução de peeling não escorra e reduz qualquer risco de derramamento em áreas de alto risco (por exemplo, olhos / super- fícies mucosas) ou naquelas que não são para tratamento. Um peeling facial com o paciente totalmente reclinado e a cabeça leve- mente elevada e apoiada com um travesseiro de pescoço pode ser mais confortável para o paciente durante um tratamento mais duradouro. Uma posição relaxada também pode ser alcançada colocando-se uma 76 7 Tratamento almofada sob os joelhos. Ao tratar o pescoço e o colo, a posição do pa- ciente também precisa permitir que a cabeça seja inclinada para trás. O tratamento das costas geralmente requer que o paciente se sente em um banquinho ou deite de frente. Ao descascar o aspecto dorsal das mãos, é aconselhável colocá-las em uma superfície plana para o trata- mento. O paciente também pode fazer um punho, apertando a pele no aspecto dorsal das mãos e facilitando a aplicação do peeling. Um peeling químico requer boa iluminação. Mesmo que os tratamentos de peelings superficiais e médios não exijam luzes da sala de operações, as áreas-alvo precisam estar bem iluminadas, para que as reações cutâneas durante o peeling possam ser monitoradas com precisão, per- mitindo que o profissional as responda de maneira eficiente e eficaz. 7.3 Materiais de Trabalho A seção a seguir descreve os materiais, fórmulas e acessórios ne- cessários para o tratamento de peeling, além do agente de peeling e das preparações tópicas adjuvantes. 7.3.1 Materiais para o peeling Limpeza e desengorduramento Antes da solução de peeling ser aplicada, a pele, previamente preparada com produtos de cuidados com a pele diariamente,também deve ser cuidadosa- mente limpa pelo médico. Os detergentes podem ser suficientes para esse fim, dependendo do peeling planejado e das condições da pele; desinfecção adicional com etanol e desengorduramento com aceitação podem ser ne- cessárias. O desengorduramento mais agressivo é importante em pacientes com um tipo de pele oleosa. As empresas que comercializam peelings comer- ciais também oferecem soluções de limpeza, géis ou mousses já fornecidos. Caneta marcador cirúrgica Antes de um peeling profundo de fenol, realizado como um tratamen- to facial completo ou em combinação com um peeling médio de ácido tricloroacético (TCA), a face deveria ser dividida em áreas individuais us- ando uma caneta marcador cirúrgica. Isso permite ao profissional um melhor controle do processo de aplicação. Além disso, ao realizar peel- ings médios ou profundos, é útil marcar a mandíbula do paciente en- quanto ele está sentado na posição vertical. Posteriormente, quando o paciente se reclina na cadeira ou no sofá para um peeling no rosto, é fácil ver onde o peeling precisa terminar e ser aplicado no pescoço. Aplicadores Pontas do algodão (cotonetes), escovas, ou compressas de algodão / gaze são normalmente utilizados para aplicar as soluções de peeling. É sensato ter vários tamanhos à mão, de acordo com o tamanho da área de tratamento. As esco- vas mais finas são adequadas para descamação facial superficial, enquanto as escovas maiores e mais lisas são aplicadoras eficazes para uma descamação nas costas, por exemplo. É importante ressaltar que, ao usar um cotonete de al- godão ou gaze embebido na solução de peeling, ele deve ser limpo completa- mente antes da aplicação e, igualmente, ao usar um pincel, ele também deve ser limpo contra a borda do recipiente, para remover o excesso de fluido antes de usá-los para aplicar a fórmula de peeling na pele. Isso garante uma aplica- ção de peeling igualmente distribuída e, por sua vez, um bom resultado clínico. Gel e espátula Alguns peelings são formulados como géis aplicados com uma espá- tula de madeira. Vazamentos e escoamentos indesejados durante a aplicação são menos prováveis ao usar um gel. Esta forma farmacêu- tica é preferida por muitos profissionais devido à sua facilidade de uso. No entanto, os usuários devem ser alertados de que existe a possibilidade de interação entre os íons H + no agente de peeling e os polímeros de gel, o que pode prejudicar a eficácia da esfoliação. Os profissionais precisam avaliar se conseguem lidar com uma solução ou se sentem mais seguros com uma preparação de gel. Palitos de dente Se uma solução de peeling precisar ser aplicada com muita pressão, isso pode ser feito com um palito de dente com algumas fibras de al- godão enroladas na ponta. Fig. 7.1 Ao adotar uma postura confortável e conveniente, o profissional pode manter a concentração durante toda a sessão e garantir seu con- forto corporal. Fig. 7.2 Alguns pacientes desfrutam do efeito de resfriamento de uma toalha molhada embebida em água fria após o peeling (desde que não ten- ham sido tratados com AS, uma vez que este peeling contraindica um trata- mento de resfriamento úmido pós-peeling). 77 7 Materiais de Trabalho Esse método é adequado para o tratamento de linhas profundas focais, rugas, cicatrizes e sardas focais (por exemplo, nas costas das mãos). Elementos de refrigeração O resfriamento proporciona um alívio simples e rápido das sensações de desconforto ou calor que podem ocorrer durante o peeling. Qual acessório é o mais adequado para isso depende do método de peeling e da nature- za do desconforto produzido. Sabe-se que os peelings superficiais de AHA causam um leve desconforto, que pode ser gerenciado durante o trata- mento, resfriando a área com um ventilador manual ou elétrico. As sen- sações de queimação que podem ocorrer com um peeling de TCA em pa- cientes sem anestesia podem ser aliviadas com compressas frias embrul- hadas em panos de algodão seco. O resfriamento a seco deve ser aplicado durante breves interrupções do peeling e / ou após a sua finalização, de acordo com o que o paciente está relatando e solicitando. Desde que a solução de peeling não contenha ácido salicílico (consulte a seção 7.7.2 Peeling de AS e a seção 7.7.3 Peeling de Jessner), ‘resfria- mento úmido’ com panos úmidos ou emulsões de óleo / água pode ser adequado para acalmar a pele após o peeling também. No entanto, es- tes não devem ser usado durante o peeling, pois podem diluir a solução de peeling aplicada. Além disso, para acalmar a pele após um peeling facial, existe uma variedade de produtos de resfriamento semelhantes a máscaras, que parecem esteticamente atraentes e são fáceis de aplicar. Emulsões e vaselina Dependendo dos sintomas clínicos, pode ser aplicado óleo hidratante / água ou emulsões água / óleo ou vaselina após uma remoção química. As recomendações para o agente tópico adequado em cada caso são fornecidas nas seções que descrevem os métodos de remoção individual (consulte a seção 7.7 Peelings superficiais). Luvas O profissional deve usar luvas durante o peeling para garantir um tratamento higiênico e proteger contra o contato indesejado com a solução de peeling. Luvas de látex (se não houver alergia ao paciente) ou luvas de nitrilo são uma boa opção, mas o vinil não é elástico o suficiente e não é su- ficientemente resistente a soluções contendo TCA e fenol. Soluções de irrigação ocular Se uma solução de peeling acidentalmente entrar em contato com o olho, o médico deve garantir que uma solução de irrigação apropriada esteja disponível para remediar a situação imediatamente. Ao realizar um peeling profundo com fenol, uma seringa contendo glicerina sem- pre deve estar disponível para esse fim. Caso seja necessário, abra os olhos do paciente com o polegar e o indicador e aplique 3 a 4 gotas de glicerina de uma seringa (sem a agulha presa) diretamente no espa- ço entre o olho e a pálpebra inferior e feche suavemente a pálpebra in- ferior e superior sobre a glicerina aplicada para distribuir o agente. Caso o médico não tenha certeza e precise de mais assistência, deve consultar um oftalmologista imediatamente. Para outros peelings, deve-se manter à mão água facilmente acessível ou soro fisiológico neutro para irrigar imediatamente os olhos, se necessário. Nota Lembre-se de que, assim como a tolerância dos paci- entes em relação ao peeling varia, o mesmo ocorre com a aceitação de bolsas de gelo. Alguns pacientes as acham muito calmantes, enquanto outros acham a sensação de frio intensa e desconfortável. Os pacien- tes também podem se sentir desconfortáveis com o peso das bolsas de resfriamento em sua pele recém- esfoliada. Alguns autores, portanto, usam compressas frias para proporcionar alívio sintomático da sensação de queimação após o peeling de TCA. Fig. 7.3 Compressas de gaze e Q-tips de tamanhos variados são comu- mente usados como aplicadores para um meio ou peeling profundo. Os peelings superficiais de AHA, AP ou AS são facilmente aplicados com um pincel. A escolha do aplicador depende da solução de peeling usada, da região a ser tratada e da técnica de aplicação preferida do profissional. Fig. 7.4 Os peelings profundos de fenol requerem acessórios especiais: tiras de fita adesiva para um possível curativo oclusivo e solução de glicerina para aplicação, caso alguma das soluções de fenol acidentalmente entre em con- tato com os olhos do paciente. 78 7 Tratamento 7.3.2 Agentes tópicos adjuvantes e medicamentos para tratamento de feridas O tratamento de cuidados com a pele adjuvante tem um papel terapêutico essencial a ser desempenhado em peelings superficiais, médios e em menor grau nos peelings profundos. Os produtos especialmente desenvolvidos para essa finalidade podem ser comprados de farmácias ou diretamente dos fabricantes de peeling e são explorados em detalhes no Capítulo 3. Medicamentos adicionais e agentes focais tópicos são usados no pós-tratamento de peelingsmédios e profundos com o objetivo de apoiar o curso de cicatrização da pele. Pomadas antibióticas A terapia tópica da pele durante a fase de cicatrização é ajustada de acordo com o estágio de cicatrização e as necessidades individuais do paciente. Se houver suspeita de cura prejudicada, pode ser necessário usar uma pomada antibiótica (por exemplo, gentamicina, mupirocina). Compressas de soro As compressas de soro (NaCl a 0,9%) são aplicadas após um peeling mé- dio ou profundo para hidratar a pele tratada e inflamada. O vinagre de vinho branco pode ser adicionado ao soro para reduzir o pH da solução aquosa e também para seu efeito antimicrobiano. Água de rosas também pode ser adicionada para uma fragrância particularmente agradável. Profilaxia ao herpes simplex A profilaxia ao herpes simplex oral (na forma de aciclovir ou um pró-fár- maco de aciclovir [por exemplo, valaciclovir]) deve ser sempre fornecida para todos os tipos de peeling, caso exista um histórico positivo de her- pes simplex. Além disso, ao realizar todos os peelings médios e profun- dos, mesmo sem histórico positivo de herpes simples, os autores reco- mendam que os pacientes recebam terapia profilática. Uma variedade de métodos de tratamento é utilizada, e alguns autores recomendam iniciar o medicamento profilático 24 horas antes do peeling, enquanto outros iniciam no dia do próprio peeling. No que diz respeito à duração da medicação profilática, alguns autores recomendam que seja contin- uada por 5 a 7 dias após o peeling, ou até a cura estar completa, en- quanto outros recomendam especificamente 8 dias de duração para peelings médios e 10 dias para peelings profundos . É importante apre- ciar a importância deste tratamento como parte do tratamento pós- peeling, para garantir resultados clínicos seguros e eficazes. Medicação anti-inflamatória O tratamento com esteróides ou anti-histamínicos pode ser adminis- trado se o paciente apresentar uma reação inflamatória incomu- mente forte ao peeling. A administração profilática de medicamen- tos anti-inflamatórios não é aconselhável, pois a inflamação deliber- adamente induzida estimula a neossíntese do colágeno. 7.3.3 Especificações para um peeling profundo de fenol Eletrocardiograma Quando um peeling de fenol de rosto inteiro está sendo realizado, a função cardiovascular do paciente precisa ser monitorada usando um eletrocardio- grama (ECG) durante o tratamento. O risco potencial de arritmia causado por uma absorção excessivamente rápida através da pele pode ser evitado pela desaceleração intencional da aplicação da solução de fenol, com inter- valos entre cada uma das áreas de tratamento divididas, garantindo vários intervalos durante todo o peeling; (veja a seção 7.9.1 Peeling de fenol). Fluidos intravenosos A administração intravenosa de líquido na forma de 1 a 1,5 L de NaCl ou solução de Ringer estimula a diurese durante o tratamento e acelera a eliminação renal do fenol. Curativos de fita A fim de melhorar o efeito de um peeling profundo de fenol, um cu- rativo com fita pode ser aplicado a seções específicas da face tratada ou a toda a face após o peeling. Tiras adesivas impermeáveis de cer- ca de 2,5 cm de largura são geralmente preferíveis para esse fim. Ti- ras mais estreitas (cerca de 1,5 cm de largura) são usadas na região periorbital e ao redor da boca. Tipo de compressa Composição e preparação Soro fisiológico NaCl a 0,9% em água; água de rosas pode ser adicionada. Soro fisiológico com vinagre de vinho branco 1 colher de chá de vinagre de vinho branco para ½ litro de solução de NaCl a 0,9%; água de rosas pode ser adicionada. Substituto para soro fisiológico Ferva 1 colher de sopa de sal em 1 li- tro de água para esterilizar e deixe es- friar; água de rosas pode ser adicionada. Tab. 7.1 Fórmulas sugeridas para soluções de NaCl que podem ser usadas como compressas de resfriamento pós-peeling. O paciente deve ser informado sobre como usar o procedimento acima ade- quadamente e obter as soluções relevantes antes do tratamento com peelings. Dica prática Após o peeling, os pacientes podem esfriar a pele em casa, conforme recomendado. Panos umedeci- dos ou compressas leves são medidas adequadas. Após um peeling médio ou profundo, os pacientes podem tomar banho sob um jato suave de água morna a partir do dia 2 ou 3. Quando estiverem no banho, os pacientes devem ser instruídos a não di- recionar a corrente de água para a pele esfoliada, mas garantir que o jato de água aponte suave- mente para o topo da cabeça e desça suavemente pelo rosto, pescoço, etc. do paciente. Dica prática Para minimizar o edema grosseiro que aparece nas pri- meiras 48 horas após um peeling profundo de fenol, o paciente deve ser aconselhado a dormir com a cabeça elevada (45 graus) ou potencialmente tratada com um medicamento diurético nos primeiros 2 dias após o peeling, se o profissional considerar necessário. 79 7 Materiais de Trabalho 7.4 Métodos anestésicos O início da dor durante um peeling químico depende de vários fa- tores, incluindo: • as substâncias ativas utilizadas e suas concentrações • profundidade de penetração do peeling • a espessura da pele na área a ser tratada • sensibilidade individual do paciente. As intervenções estéticas necessárias variam desde a aplicação a curto pra- zo de estímulos frios locais para peelings superficiais, até bloqueios nervo- sos regionais e até sedação e analgesia oral com peelings profundos. A anestesia tópica superficial com agentes tópicos ou com anestésicos locais infiltrativos não é recomendada com peelings. Os peelings de face dividida, realizados por L. Wiest, mostraram resultados piores com o peeling médio, onde um creme anestésico foi aplicado antes do peel, comparado ao lado sem anestesia. Além disso, o aumento da hi- dratação do uso de um anestésico tópico afetará a absorção do ácido, por isso é melhor evitar. 7.4.1 Analgesia geral Peelings profundos de fenol e alguns peelings profundos de ATC po- dem exigir sedação e analgesia geral com a ajuda do anestesista, ou pelo menos o uso de analgésicos orais ou intramusculares junta- mente com medicamentos anti-ansiedade. O efeito desejado da an- algesia é garantir que ela atue durante a duração do peeling e por mais 8 horas depois. Pacientes ansiosos ou extremamente sensíveis devem receber sedação. 7.4.2 Bloqueios nervosos A anestesia regional pode ser usada com TCA médio ou TCA combi- nado e peeling com fenol profundo. Em geral, é suficiente administrar 0,5 a 1 ml de anestésico local por nervo (por exemplo, prilocaína a 0,5%, mepivacaína a 0,5%, bupiv- acaína a 0,25%). Regional nerve blocks Fig. 7.5 Representação esquemática das áreas correspondentes da face supridas por nervos específicos, que podem ser bloqueados. A região inervada fornecida pelo nervo oftálmico (V1) é anestesiada pelo bloqueio de seus ramos terminais distais, incluindo o nervo supratroclear (1), bem como os ramos medial (2) e lateral (3) do nervo supraorbital. A região su- prida pelo nervo maxilar (V2) é anestesiada pelo bloqueio de seus ramos terminais, incluindo os nervos zigomático-temporal (4), zigomático-facial (5) e infraorbital (6). A analgesia da região mandibular (V3) é obtida pelo bloqueio do segmento distal do nervo mandibular, o nervo mental (7). Pode haver sobreposição entre essas regiões “bloqueadas” ao realizar blo- queios nervosos individuais. Fig. 7.6 Representação esquemática dos locais de injeção na analgesia médio-facial superior regional. 1 Bloqueio do nervo supratroclear, acesso na margem supraorbital medial. 2 Bloqueio do nervo supraorbital, ramo medial, acesso na incisura frontal. 3 Bloqueio do nervo supraorbital, ramo lateral, acesso no forame supraorbital. 4 Bloqueio do nervo zigomático-facial, acesso pelo forame zigomático-facial. 5 Bloqueio do nervo infraorbital, acesso percutâneo no forame infraor- bital; na técnica intraoral, a agulha é inserida no sulco gengivobucal superior da cavidade oral sobre o dentecanino e direcionada para o fo- rame infraorbital palpado até que o contato ósseo seja feito. 6 Bloqueio de nervo mental, acesso extraoral no forame mentual. 1 23 4 5 6 7 V1 V2 V3 1 2 3 4 5 6 80 7 Tratamento Fig. 7.7 Bloqueio do nervo supratroclear. O bloqueio é obtido ent- rando no ângulo medial superior da órbita. Bloqueios nervosos regionais Fig. 7.8 Bloqueio do nervo infraorbital: o método intraoral (esquerda) é mais elegante e menos doloroso para o paciente do que a técnica extraoral (dire- ita). Para a técnica intraoral, a agulha é inserida no sulco gengivo-vestibular superior da cavidade oral sobre o dente canino e direcionada ao forame infraor- bital palpado até o contato ósseo. Fig. 7.9 Para o bloqueio do nervo mental intraoral, a agulha é inserida no sulco gengivo-vestibular inferior do vestíbulo oral, próximo ao primeiro e se- gundo pré-molares; na técnica extraoral, a agulha é inserida lateralmente em ângulo, direcionando-a para o forame mental palpado. 81 7 Métodos anestésicos 7.4.3 Complicações potenciais A administração de um bloqueio de nervo periférico próximo à área de tratamento requer conhecimento, experiência e habilidade em anestesia local e regional. As complicações específicas da injeção se manifestam principalmente na forma de pequenos hematomas e edema localizado, que geralmente desaparecem após alguns dias. A irritação nervosa causada pela própria agulha é rapidamente rever- sível. Se a anestesia desejada não for alcançada, isso pode ser devi- do a uma técnica de injeção inadequada ou possivelmente devido a variantes anatômicas nos nervos. Antes que um anestésico local seja utilizado, será necessário descartar qualquer intolerância ou alergia conhecida à substância ativa e aos conservantes da formulação; isso é feito enquanto registra o histórico médico do paciente. O conser- vante 4-hidroxibenzoato de metila é adicionado aos frascos para doses múltiplas e o dissulfito de sódio é encontrado como conser- vante em frascos e ampolas contendo adrenalina adicionada. Os sinais de alerta de uma reação alérgica incluem eritema cutâneo, inquietação, ansiedade e dispneia. Também podem ocorrer: er- itema, urticária, queda de pressão arterial, taquicardia, náusea, vômito, dores abdominais, broncoespasmo, parada respiratória com hipóxia ou parada circulatória. O quadro clínico completo dessa rea- ção alérgica é conhecido como choque anafilático. Pode ocorrer intoxicação se o anestésico local for acidentalmente adminis- trado em um vaso sanguíneo ou em dose excessiva. A intoxicação cardíaca é precedida por sensações subjetivas, como tontura, gosto metálico na boca, zumbido, confusão, repetição persistente de palavras, inquietação e tremor. Esses sinais de alerta devem sempre ser levados a sério. A administ- ração do anestésico local deve ser interrompida assim que os primeiros sin- tomas aparecerem. A excitação do sistema nervoso central manifesta-se como respiração irregular, tiques musculares, náusea, vômito, convulsões generalizadas e aumento da taxa de pulso e pressão arterial. A intoxicação grave pode levar à perda de consciência, parada respiratória, bradicardia, queda da pressão arterial e, finalmente, parada cardíaca. 7.5 Regras básicas Os vários peelings diferem em relação a: os principais objetivos do tratamento para os quais são usados; suas técnicas de aplicação; o curso clínico pós-tratamento; e seus tratamentos tópicos adjuvantes. No entanto, certas regras básicas aplicam-se aos peelings químicos, e o profissional precisa estar familiarizado com eles, independente- mente de o peeling ser superficial, médio ou profundo. Mesmo que a solução de descasque seja projetada para uma profun- didade de penetração específica, os resultados clínicos podem variar consideravelmente. É importante compreender que a abordagem pré-tratamento, a qualidade da pele e a técnica de aplicação podem afetar significativamente o resultado clínico de qualquer peeling (ver Fig. 2.10, p. 28 / ver seção 2.1.1 Resultados clínicos de peeling). É importante que o profissional adquira experiência completa e sufi- ciente das diferentes peelings, a fim de poder dominá-las e alcançar metas de tratamento individuais e personalizadas. Para poder fazer um peeling com segurança e eficácia, o profissional precisa saber: • quais substâncias ativas estão sendo aplicadas • a potencial invasividade da fórmula usada • a natureza da superfície da pele sendo esfoliada (pré-tratamento e limpeza da pele) • como a profundidade da penetração aparece na pele • como a aplicação pode ser controlada adequadamente (consulte a seção 7.6 Técnicas de Aplicação) • que tipo de curso clínico pós-peeling pode ser esperado • como o tratamento pós-peeling deve ser implementado e geren- ciado caso surjam complicações • os prováveis resultados do peeling. O objetivo do tratamento clínico e uma maneira adequada de alcançá-lo precisam ser planejados com antecedência. O profissional precisa decidir qual solução de peeling é ideal e o paciente deve obter instruções detal- hadas sobre o plano de tratamento pré e pós-peeling. O curso de trata- mento subsequente deve ser ajustado individualmente. A aparência clíni- ca da superfície da pele durante o peeling deve ser monitorada cuidadosa- mente, pois mostra ao profissional como o peeling está funcionando e quando o procedimento precisa ser interrompido. Isso requer observação cautelosa das reações da pele durante o tratamento de peeling. Nas pala- vras do Dr. Mark Rubin: “Nunca saia da sala durante o peeling!” 7.5.1 Limpeza e desengorduramento Um peeling, seja superficial, médio ou profundo, funciona melhor em uma superfície da pele completamente limpa e desengordurada. O pa- ciente deve remover toda a maquiagem antes da limpeza com deter- gente e, quando necessário, desengordurar a pele com um solvente orgânico (acetona e / ou álcool) ocorre como a primeira etapa do trata- mento. Essa etapa muito completa pode levar até 2 minutos e é ajusta- da de acordo com os recursos topográficos e individuais e de acordo com o peeling planejado. A limpeza de ‘produtos químicos’ pode con- sumir muito tempo em um paciente seborreico ou em alguém que usou maquiagem de camuflagem. O significado dessa limpeza não deve ser subestimado. Um peeling superficial de AHA aplicado à pele mal pre- parada tem pouco ou nenhum efeito. Um peeling médio, se realizado na pele insuficientemente desengordurada, pode levar a uma absorção desigual da solução de peeling e a um resultado insatisfatório. 7.5.2 Tratamento pré e pós-peeling A terapia tópica diária com produtos especificamente adaptados deve começar o mais tardar duas semanas antes do (primeiro) peel- ing e deve continuar por um tempo apropriado após o peeling (con- sulte a seção 7.7 Cascas superficiais). No caso de peelings superfici- ais, exerce uma influência decisiva no efeito clinicamente visível e na obtenção dos objetivos estéticos. Nota Para o tratamento destas complicações, o leitor é remetido para as recomendações dadas na literatu- ra Anestesiologia atual (ver Morgan e Mikhail, 2013), entre outras diretrizes atuais locais. O profis- sional também deve manter um kit de acidentes sempre à mão e verificá-lo regularmente para ga- rantir que esteja completo, atualizado e funcional. 82 7 Tratamento Com peelings médios e profundos, as preparações tópicas são usa- das para preparar a pele para o peeling, acelerar a cicatrização de fe- ridas e otimizar o resultado final. Ensaios de comparação lado a lado mostraram que a pele tópica antes e depois de um peeling médio de TCA parece criar um peeling mais uniforme, com cicatrização mais rápida (Hevia et al, 1991; Humphreys et al, 1996; Kim et al, 1996). A seleção de produtos tópicos adjuvantes é variada e deve ser adap- tada aos requisitos, que dependem: • do peeling • do tipo de pele • da tolerabilidade da pele • da indicação clínica. Importância do pré-tratamento ao realizar um peeling combinado de Jessner + TCA Fig.7.13 Fase de reparo, dias após o peeling. No lado esquerdo do paci- ente, a pele do pescoço mostra uma coloração marrom uniforme e parece estar cicatrizando uniformemente e sem complicações. No lado direito do paciente, a descoloração desejada é apenas parcialmente aparente; no lado direito do pescoço, até a área infraclavicular, o peeling parece ter quase nenhum efeito e nenhuma esfoliação está ocorrendo. A comparação lado a lado mostrou que os peelings superficiais de TCA atuam menos uniforme- mente na pele mal preparada. Fig. 7.12 Frost nível I a II após a aplicação de 20% de TCA após a solução de Jessner. No lado esquerdo do paciente, um frost uniforme se forma virtualmente em todo o colo. Por outro lado, o lado direito do colo do paciente tende a mostrar manchas brancas isoladas de frost em uma base eritematosa. Fig. 7.11 Ponto final de peeling de Jessner aproximadamente 2 sema- nas após o início do tratamento pré-peeling. Após uma técnica uniforme de aplicação de peeling nos dois lados, é perceptível que o frost de Jessner se desenvolve de maneira diferente no lado direito da colagem do paciente em comparação com o esquerdo, onde mais manchas de frost são visíveis. Fig. 7.10 Ponto de partida de uma comparação lado a lado para analisar a importância da base de pomada de pré-tratamento para o resultado de um peeling combinado de TCA. No lado direito do paciente, a base não foi aplicada com precisão e profundidade nessa área (compare com a aplicação uniforme no lado esquerdo do paciente). 83 7 Regras básicas O tratamento pré-peeling não deve ter um efeito irritante. Onde ne- cessário, a dose de tretinoína deve ser reduzida ou os produtos tópi- cos aplicados apenas a cada 3 dias. O mesmo se aplica ao tratamen- to pós-peeling após um peeling médio ou profundo. O uso de tera- pia despigmentante e produtos que contenham tretinoína só deve começar quando a reepitelização estiver concluída. Cremes, loções e soluções sem óleo são adequados em pacientes com pele oleosa, tipos 1 e 2 de de Fitzpatrick. Em pacientes com uma pele mais seca e mais sensível, recomenda-se preparações tópicas à base de óleo. Em vez dos AHAs, às vezes irritantes, o uso de gluconolactonas ou poli-hidroxiácidos também deve ser considerado se o paciente tiver uma pele particularmente sensível. Estas substâncias provaram melhorar a barreira e a função da barreira epidérmica (Edison et al, 2004; Green et al, 2009; Hachem et al, 2010) e estão associados a reações cutâneas menos irritativas. As fórmulas contendo ácido salicílico são úteis se for necessário um efeito queratolítico adicional, por ex. em pacientes com pele hiperceratótica. Pacientes com Fitzpatrick tipo 3 e superior da pele precisam ser tratados com produtos tópicos contendo um agente clare- ador da pele, como a hidroquinona, antes e depois do peeling para evi- tar hiperpigmentação pós-inflamatória. O mesmo se aplica quando os peelings superficiais são destinados ao tratamento de áreas de des- e hiperpigmentação. Existem outras substâncias despigmentantes, como o ácido cójico, que podem ser usadas como uma alternativa à hidroqui- nona. (Para obter mais informações sobre os diferentes agentes clare- adores da pele e seus mecanismos de ação e regulamentos legais, con- sulte a seguinte literatura publicada e reveja as diretrizes do seu país: Rendon e Gaviria, 2005; Sarkar et al, 2002; Boissy et al, 2005; Kim et al, 2002; Hakozaki et al, 2002; eMatsuda et al, 2008.) Se forem usados peelings superficiais para tratar a acne, o ácido azelaico pode ser aplicado topicamente como parte do tratamento adjuvante. Esta substância ativa possui outras propriedades (descamação, antisséptico, despigmentante) que podem potencialmente melhorar os resultados da casca. Além disso, as fórmulas contendo peróxido de benzoíla (BPO) rep- resentam uma opção de tratamento de suporte para a acne antes e de- pois do peeling e podem ser obtidas sem receita médica. É importante ter em mente que os agentes anti-acne devem ser usados como adjuvantes, se necessário, mas não como substitutos das prescrições tópicas adju- vantes, essenciais para otimizar a regeneração epidérmica no contexto de peelings superficiais repetitivos. Essas prescrições de substâncias que con- tenham pH 3,5 a 4,0, como AHAs ou retinóides, são projetadas especifi- camente para melhorar a regeneração e a função da barreira epidérmica se forem aplicadas diariamente para acompanhar os tratamentos superfi- ciais do peeling. Os autores defendem a aplicação da prescrição esfoliati- va e possivelmente queratolítica pela manhã e pelo agente acne à noite. Depois que o paciente aplicou a preparação cosmecêutica em todas as áreas de tratamento, ele pode usar seus cosméticos diários. 7.5.3 Proteção solar O paciente deve ser aconselhado a evitar exposição excessiva ao sol e to- mar banho de sol a partir do momento em que começar a usar a tera- pia adjuvante cosmecêutica (2 a 4 semanas antes do peeling) até o mo- mento em que a fase pós-peeling estiver concluída, dados os efeitos da AHA ou agentes contendo retinóides aumentam a sensibilidade da pele à luz solar. A prevenção rigorosa do sol precisa ser mantida com peelings médios e profundos. Simultaneamente, é importante recomendar filtros solares com alto fator de SPF, além de forte capacidade de bloqueio de UV-A e UV-B. Kim et al, 2010 declaram que o aspecto mais importante em relação à proteção tópica do sol é garantir que uma quantidade su- ficiente da pomada protetora seja aplicada. A aplicação de 2 mg/cm2 para proteção ideal é recomendada pelos autores. Recomenda-se ao leitor que consulte a literatura complementar para obter mais detalhes sobre as substâncias e preparações disponíveis para esse fim (De Villa et al, 2011; Hwang et al, 2011; Miyamura et al, 2011). Também é reco- mendável a proteção física do sol (chapéu / camisa / óculos de sol. 7.5.4 Proteção dos olhos e áreas sensíveis durante o peeling Existe uma variedade de recomendações no que diz respeito a garantir que áreas sensíveis (por exemplo, olhos, superfícies mucosas, etc.) sejam protegidas durante um peeling. Ao considerar a proteção dos olhos, al- guns profissionais defendem capas / escudos de superfície, enquanto outros os consideram pesados, um obstáculo ao tentar aplicar fina- mente a solução de peeling perto das pálpebras e, finalmente, ocasion- almente causando um efeito diluidor sobre o peeling adjacente causado pelo estímulo das lágrimas. Além disso, alguns peelings e autores expe- rientes protegem a boca, narinas e vincos alar com petrolato antes de peelings superficiais, enquanto outros recusam, explicando que o petro- lato pode influenciar a penetração da solução de peeling e pode levar a resultados desfavoráveis. Para peelings médios e profundos, a proteção oclusiva da região periorbital ou perioral geralmente não é recomenda- da, pois essas são precisamente as áreas solicitadas para o tratamento de rejuvenescimento. No geral, uma variedade de recomendações dife- rentes é proposta na literatura e na prática clínica e, como tal, os autores deste livro aconselham o leitor a seguir as instruções conforme as dire- trizes do fabricante de peelings, a preferência e a experiência pessoais. 7.6 Técnicas de Aplicação Antes de aplicar um peeling, o paciente deve ser solicitado a remov- er suas lentes de contato, brincos e colares. Depois disso, uma pequena quantidade da solução de peeling é colocada em um recip- iente separado, por ex. um pequeno pote de vidro, que pode ser se- gurado na mão livre do profissional. Se forem utilizados vários vasos, eles devem ser rotulados adequadamente para evitar confusões. A quantidade de solução necessária depende da área de tratamento; A experiência demonstrou que 2 a 4 ml são suficientes para o rosto e o pescoço. Vários aplicadores podem ser usados, dependendo da solução de descamação e da preferência individual. Por exemplo, pedaços de gaze devem ser colocados na área de trabalho para re- movercotonetes embebidos na solução. Faz sentido iniciar o aplica- tivo na testa, pois essa é a área menos sensível da face. Observando primeiro a reação da pele à solução selecionada e à técnica de apli- cação nessa área, o médico pode ajustar o procedimento subse- quente de acordo com o resto da face. A ‘arte do peeling’ consiste em ajustar a técnica às descobertas individuais e à qualidade da pele e reagir imediatamente a quaisquer eventos inesper- ados que possam exigir o término prematuro do procedimento. Por esse motivo, a regra mais importante do peeling é acompanhar de perto a rea- ção da pele do paciente. A profundidade de penetração de um peeling pode ser principalmente aprimorada aplicando uma quantidade maior da solução de remoção (por exemplo, trabalhando com um aplicador mod- 84 7 Tratamento Pressão de aplicação Fig. 7.14 Uma das maneiras de controlar a profundidade de penetração de um peeling é através da pressão da aplicação. A solução é trabalhada mais pro- fundamente na pele à medida que mais pressão é aplicada com um cotonete ou gaze. Esta técnica é particularmente importante para peelings médios e pro- fundos e permite que o efeito clínico seja regulado. Checklist: Como aplicar peelings: superficiais (sem frost) • avaliar indicação e tipo de pele • aconselhar sobre o tratamento tópico adjuvante pré-peeling • limpeza • levar em consideração a espessura variável da epiderme • comece com uma baixa concentração no primeiro peeling e depois aumente e ajuste a tolerância do paciente • aplique o peeling uniformemente • ajustar a quantidade de solução utilizada e a pressão de aplicação, bem como o tempo de ex- posição ao agente esfoliante antes da neutralização (quando apropriado) de acordo com os achados clínicos e a reação subjetiva do paciente • entre os peelings, aconselhar a aplicação diária de produtos para a pele. Checklist: Como aplicar peelings: médios e profundos • avaliar o status das linhas / rugas, tipo de pele e cor da pele • aconselhar sobre o tratamento pré-peeling • ajuste a fórmula aos achados • levar em consideração a espessura variável da epi- derme e derme • desengordurar completamente a pele (especial- mente se você usa TCA) • ajuste a quantidade de solução aplicada, a pressão de aplicação e a frequência de estratificação aos achados da pele • aplique o peeling uniformemente • garantir monitoramento rigoroso e apoio psicológi- co durante a fase pós-peeling. eradamente úmido vs. bastante úmido) ou usando uma técnica de aplica- ção mais agressiva (ou seja, esfregar a solução na pele vs. pintá-la leve- mente na pele). Segundo Hetter, 2000 e Stone, 1998, a profundidade de penetração de peelings médios e profundos pode ser ajustada não ape- nas pela pressão da aplicação, mas também pelo número de demãos (frequência de estratificação / estratificação aplicada). Ao recobrir, os pro- fissionais diferenciam entre pincelar (aplicação unilateral) e esfregar (apli- cação bilateral). Um número maior de demãos / camadas em uma área es- pecífica intensificará o nível de frost sem a necessidade de aumentar a pressão de aplicação. A melhor escolha das variáveis de aplicação de- pende do método de remoção, da solução de remoção e dos acessórios utilizados (consulte os Checklists Como aplicar peeling abaixo). Caution During application, never hold the container with the peel solution over the patient’s face where the product could drip or accidently spill over. 85 7 Técnicas de Aplicação Superficial AG 20% 50% 70% espessura da pele e conteúdo lipídico pré-tratamento tópico número e frequência dos peelings anteriores de AHA limpeza e desengorduramento quantidade de solução de peeling duração até a neutralização A B C D E Vesículas Eritema significativo Eritema leve Desfecho clínico Grau de peeling (A–E) Profundidade do peeling e fatores de influência Fórmulas de peeling Fig. 7.15 Resumo dos peelings superficiais de ácido glicólico (AG). A ilustração mostra os graus de peeling pretendidos, os desfechos clínicos corre- spondentes e os fatores que influenciam o resultado dos peelings de AG. Os peelings de AG geralmente são aplicadas como parte de um curso com con- centrações crescentes. O primeiro peeling, por exemplo espera-se que AG a 20% atinja apenas as camadas epidérmicas superficiais (grau A a B). O desfecho clínico é eritema leve a mais significativo. Utilizando concentrações mais elevadas de p. 50% a 70% de AG nas sessões seguintes (dependendo da sensi- bilidade individual do paciente à solução), um peeling de grau B a C pode ser alcançado. Se a solução de peeling atingir a membrana basal, a pele reagirá clinicamente com vesículas. Os graus de peeling, pontos finais e fatores de influência ilustrados também se aplicam a outros representantes de AHAs e AP, exibindo propriedades químicas semelhantes. 7.7 Peelings Superficiais 7.7.1 Peeling de AHA e AP O AHA e o ácido pirúvico (AP) têm um efeito principalmente epi- dérmico. Seu efeito cosmético resulta da terapia de longo prazo, que envolve sessões repetidas de peeling com concentrações cres- centes, acompanhadas de tratamento adjuvante tópico diário pré e entre peelings. Os peelings individuais influenciam a superfície da pele em uma ex- tensão tão pequena que os pacientes não sofrem nenhum prejuízo em sua aparência. Dor e complicações são altamente improváveis. Como os tratamentos se adaptam prontamente à vida cotidiana, às vezes também são chamados de “peelings da hora do almoço’. As indicações incluem: • manchas na pele • zonas de hiperpigmentação • melasma • acne vulgar • acne papulopustulosa • rosácea • zonas de hiperceratose • primeiros sinais de envelhecimento da pele. Limpeza e desengorduramento Antes de aplicar a solução hidrofílica de AHA ou AP, a pele precisa ser com- pletamente limpa e desengordurada. Isso é feito com detergentes alcalinos, aplicados com uma compressa de gaze ou uma bola de algodão. A intens- idade deste processo também pode ser controlada pela pressão e pela frequência de aplicação. Os peelings de AHA comercialmente disponíveis Checklist antes do tratamento: • faixa de cabelo ou touca cirúrgica • proteção para os olhos e áreas sensíveis, se ne- cessário (por exemplo, tapa-olhos e vaselina ) • limpador (e cotonete de gaze / algodão) • álcool para desengordurar, se necessário • fórmula de peeling contendo AHA ou AP • neutralizador • luvas sem látex • recipiente pequeno • escovas de aplicação • ventilador (manual ou elétrico pequeno) para refrigeração • toalhas • água fria. 86 7 Tratamento são comercializados juntamente com os produtos de limpeza correspon- dentes; caso contrário, o profissional pode usar o produto de sua escolha. Aplicação A solução de peeling líquida é melhor aplicada com uma escova pla- na para um trabalho rápido e para reduzir o desperdício observado com o uso de aplicadores de ponta de algodão. No entanto, lembre- se de que, ao usar um pincel, é muito difícil aplicar pressão; portan- to, os pincéis não são adequados para todos os tipos de peelings. A área a ser tratada precisa ser mantida generosamente umedecida durante todo o tratamento de peeling e não deve secar. O profissional deve avaliar o desenvolvimento do eritema sob uma boa luz e ajustar o tempo de exposição à solução com base na rea- ção da pele do paciente e na experiência subjetiva do tratamento. A solução de peeling deve ser aplicada em áreas sensíveis logo após o término do tratamento. Fig. 7.16 A pele precisa ser completamente limpa e desengordurada an- tes que um peeling de AHA ou AP seja aplicado. Fig. 7.17 Aplicar peeling com um gel é particularmente fácil de usar e uma boa opção para um profissional com experiência limitada. O risco de com- plicações indesejadas é menor com um gel do que com uma solução. Nota Com os peelings superficiais de AHA, os profissionais são frequentemente aconselhados a tomar cuidado e evitar aplicar a solução de peel nos olhos, lábios, nari- nas e vincosalar. Além disso, áreas sensíveis precisam ser protegidas (por exemplo, ao redor dos olhos, do- bras alares e superfícies mucosas) com vaselina. Os au- tores, no entanto, não concordam com esta técnica de proteção que envolve a aplicação de vaselina porque a aplicação de preparações à base de parafina fre- quentemente leva a “sangramento” desses materiais na área circundante, impedindo acidentalmente a ab- sorção do ácido na área tratada também. Fig. 7.18 Soluções personalizadas de AHA ou AP são comumente aplicadas com um pincel. A escova é mergulhada na solução e depois limpa contra a borda do recipiente para remover o excesso de fluido. Depois disso, a superfície da pele é umedecida com rapidez e uniformidade. Escovas de ventilador menores são usadas para o rosto, enquanto escovas maiores e planas são recomendadas para áreas de tratamento maiores (por exemplo, pescoço, colo, costas). 87 7 Peelings Superficiais Neutralização Para finalizar o peeling, os ácidos livres são neutralizados com um al- calino. A neutralização ocorre quando o desfecho pretendido apa- rece na forma de eritema ou nas primeiras pequenas bolhas na pele, dependendo se o peeling deve atingir os graus A, B ou C (consulte a seção 8.1.2 Peeling). O neutralizador pode ser pulverizado sobre a pele na forma de uma solução ou aplicado na forma de gel ou creme. A neutralização com um spray é desagradável para muitos pacientes e, portanto, deve ser realiza- da área por área: após um peeling facial, é melhor começar com a testa e neutralizar apenas metade da face, lembrando que o peeling da out- ra metade do rosto que ainda não foi neutralizado continuará a pene- Fig. 7.19 Ao neutralizar com um spray, é produzida espuma na pele até que a reação termine. Isso facilita para o profissional determinar quando a neutralização terminou seu curso completo, completando assim a remoção. Fig. 7.20 Após a neutralização, a superfície da pele é bem seca e um creme com pH de 3,0 a 4,5 é aplicado. Isso normaliza o pH da superfície da pele, que foi alterada para uma faixa fortemente alcalina pela neutralização. Cuidado Antes do peeling, verifique se está disponível um suprimento suficiente de neutralizador. Verifique se o frasco de spray está bem cheio e se o bico está limpo e intacto. Caso contrário, qualquer interrup- ção do processo de neutralização pode comprome- ter o sucesso do tratamento. Os peelings de AHA e AP que não são neutralizadas a tempo podem le- var a bolhas e crostas confluentes. Em caso de emergência, os agentes de peeling podem ser di- luídos e neutralizados com bastante água fria. Cuidado Às vezes, os fabricantes de peelings superficiais re- comendam a neutralização após um tempo de ex- posição fixo. Os autores não recomendam esse mé- todo, pois a reação de um indivíduo a um peeling não pode ser prevista antes do tratamento. Portan- to, o uso de um temporizador não substitui a ob- servação cuidadosa da pele. Dica prática Para um resultado ótimo do tratamento, a reco- mendação dos autores é inicialmente realizar três a cinco tratamentos em intervalos de 2 semanas, segui- dos por peelings adicionais em intervalos mais longos. Alguns pacientes terão um peeling de AHA a cada 4 a 6 semanas durante anos. Quanto tempo um trata- mento deve continuar depende da necessidade es- tética ou médica e da disciplina do paciente. Parece razoável continuar esfoliando intermitentemente esses pacientes, desde que continuem vendo melho- rias. No entanto, quando a resposta do paciente atinge um platô, faz pouco sentido continuar esfoli- ando o paciente com o mesma peeling e, portanto, outras opções de peeling podem ser necessárias. Recomendações de anestesia: Para aliviar o leve desconforto de queimadura, a pele pode ser resfriada com um ventilador (manual ou elé- trico) durante o tratamento e com compressas frias e panos úmidos após o término do peeling. 88 7 Tratamento 10% 15% 20% 30% AS Superficial Precipitado branco em um eritema- fundo de tous A B C D E espessura e oleosidade da pele pré-tratamento tópico limpeza e desengorduramento quantidade de solução de peeling Desfecho clínico Grau de peeling (A–E) Profundidade do peeling e fatores de influência Fórmulas de peeling Fase do tratamento Procedimento Antes do peeling • Exame inicial e concordância por escrito dos prós e contras do paciente. • Início da terapia tópica adjuvante (2 a 6 semanas antes do peeling). Primeiro peeling • Remoção de maquiagem, limpeza da pele, aplicação da solução de peeling. • Parando a casca no ponto final desejado (neutralização após um peeling de AHA ou AP). • Máscara de resfriamento, maquiagem opcional. • Aconselhar proteção solar física e / ou tópica. Tratamento entre peelings • Continuação da terapia tópica adjuvante. Segundo peeling (após 2 semanas o mais cedo) • Veja acima; adaptação da fórmula e técnica de aplicação de acordo com o curso do primeiro peeling. Tratamento entre peelings • Continuação da terapia tópica adjuvante. Peelings subsequentes • Ver acima. Tab. 7.2 Resumo de um tratamento com um peeling superficial de ‘hora do almoço’. Fig. 7.21 Resumo de peelings superficiais de AS. Em solução pura, o AS é geralmente empregado em concentrações entre 10% e 30% para obter um peeling superficial de grau B. O agente hidrofóbico não deve ser usado em concentrações mais altas devido ao risco de possível absorção percutânea. Pelo mesmo motivo, áreas maiores da pele devem ser tratadas com uma concentração máxima de 15% de AS. O desfecho clínico do peeling superficial de AS de grau B é a precipitação branca do AS (não deve ser confundida com um frost!) em um fundo eritematoso. O AS também pode ser usado em soluções combi- nadas com AHA, comercializadas por muitos fabricantes de peelings comerciais, podendo ser usadas para um efeito de peeling de graus A a C. trar mais fundo. Para fazer isso, vire a cabeça do paciente levemente para o lado, pulverize a solução e deixe escorrer. Na linha do cabelo, apli- que a solução com uma toalha pequena. Proceda da mesma maneira na outra metade do rosto, antes de pulverizar o neutralizador no pescoço. Um spray final completo deve seguir para garantir que nenhuma área esfoliada seja deixada de fora. Para fazer isso, prepare o paciente e pul- verize a área tratada generosamente mais uma vez. Pequenas áreas de formação de espuma indicar as regiões que ainda não foram neutraliza- das. Para finalizar, enxugue o rosto com uma toalha. É importante que a neutralização seja realizada rapidamente, para garantir que a reação de esfoliação seja interrompida em tempo útil. Se um gel ou creme neu- tralizante é usado em vez de um spray, não é tão fácil acompanhar o curso da reação de neutralização na pele, mas esse método é percebido como mais agradável por alguns pacientes. 7.7.2 Peeling de ácido salicílico (AS) 89 7 Peelings Superficiais Limpeza O desengorduramento da superfície da pele antes do peeling de AS não precisa ser tão meticuloso quanto antes do peeling de AHA. Como o AS é lipofílico, ele penetra rapidamente na barreira lipídica. Em qualquer caso, no entanto, recomenda-se a remoção completa da maquiagem com um detergente. Os pellings de AS comercial- mente disponíveis são geralmente comercializadas juntamente com produtos de limpeza adequados. Aplicação A solução ou gel de AS é mais fácil de aplicar com um pincel ou cotonete. Como o álcool evapora rapidamente, são necessários pouco mais de 2 ml de solução para esfoliar o rosto e o pescoço. No entanto, pode ser ne- cessária a aplicação de várias camadas de solução de peeling para atingir o ponto final desejado. O peeling de AS deve ser interrompido quando aparecer eritema marcado. Nenhuma neutralização é necessária. A aplicação de produtos tópicos calmantes não é aconselhável após o peeling de AS, pois os cremes reagem com os cristais do AS na pele formando uma pasta. O primeiro passo é lavar bem as áreas de trata- mento com água 2 a 6 horas após o peeling.Uma emulsão de óleo / água de refrigeração ou um hidratante suave podem ser aplicados. Um peeling de ácido salicílico (AS) também pode ser considerado como um peeling de ‘hora do almoço’ já que o tratamento não leva a um tempo de ina- tividade significativo. Por sua vez, o efeito clínico pretendido aparece apenas após várias sessões repetidas, juntamente com a terapia tópica adjuvante apro- priada. Em comparação com os pellings superficiais de AHA, o AS também tem um efeito queratolítico, tornando os peelings de AS adequados em zonas de hiperqueratose (onde o córtex do estrato é espessado). As indicações incluem: • manchas na pele • zonas de hiperpigmentação • melasma • acne vulgar • acne papulopustulosa • zonas de hiperqueratose. Fig. 7.22 O álcool evapora relativamente rapidamente da superfície quente da pele, e o AS cristaliza. Como resultado, a solução aplicada deixa cristais para trás ao longo das pinceladas, que se parecem com pó na pele. Essa reação cutânea não deve ser confundida com o “frost” observado nos peel- ings de TCA, fenol ou resorcinol. Antes de tratar as costas, o paciente deve ser avisado para usar roupas de algodão. Nota Os pacientes que apresentam histórico de alergia à aspirina também devem ser advertidos contra o uso desse peeling. Um peeling de AS puro dissolvido em álcool pode ter um efeito irritante. É particularmente adequado para o tratamento da acne que afeta as costas, onde a pele é mais espes- sa e menos sensível. No entanto, a absorção per- cutânea de AS precisa ser levada em consideração ao aplicar a solução em grandes áreas como essas. Houve relatos de absorção sistêmica, dependendo da concentração do peeling e do tamanho da área a ser tratada, principalmente quando a pele é oclu- ída após o peeling. O dano renal é possível se mais de 30 µg / ml de AS for detectado no sangue. Os primeiros sinais de uma intoxicação sistêmica com ácido salicílico podem se apresentar na forma de equilíbrio prejudicado, como vertigem ou zumbido. Portanto, as seguintes recomendações devem ser seguidas ao administrar o peeling de AS: • aplique soluções de peeling com no máximo 15% de AS nas costas • esfolie menos de 20% da superfície corporal por tratamento • realizar tratamentos nas costas apenas em paci- entes saudáveis (jovens com acne) sem distúrbios renais • evite tomar ácido acetilsalicílico (AAS; aspirina) por pelo menos uma semana antes do peeling para reduzir o risco de salicilismo • aconselhar o paciente a beber o máximo de água possível (pelo menos 1,5 l / dia) no dia do peeling e no dia seguinte (você também pode fornecer uma garrafa de água durante o peeling) • aconselhe os pacientes a consultar seu médico imediatamente se desenvolverem efeitos colat- erais sistêmicos, como zumbido ou vertigem. Checklist prior to starting the treatment: • faixa de cabelo ou touca cirúrgica • limpador (cotonete de gaze / algodão) • fórmula de peeling contendo AS • luvas • recipiente pequeno • escovas • ventilador (manual ou elétrico pequeno) para refrigeração • toalhas. 90 7 Tratamento Página em branco Página em branco Página em branco Página em branco