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Cargas de trabalho no treinamento esportivo Ph.D Tiago Veltri “carga de treinamento” entende-se a medida quantitativa do trabalho de treinamento desenvolvido. Ciclo de supercompensação e adaptação O fenômeno do treinamento chamado supercompensação, também conhecido como lei de Weigert da supercompensação e que denominou a síndrome geral de adaptação (base da sobrecarga progressiva). Supercompensação é uma relação entre trabalho e regeneração que conduz a adaptação física superior bem como à estimulação metabólica e neuropsicológica Falar de EPOC 4 Plano de acordo ao nível de tolerância Idade biológica e cronológica Idade de treinamento Histórico de treinamento Status de saúde Estresse e a taxa de recuperação Plano de acordo ao nível de tolerância Idade biológica e cronológica A idade biológica é mais precisa que a idade cronológica. Um dos melhores indicadores é a maturação sexual, pois indicam um aumento dos níveis de testosterona circulante. Combinação de altas cargas e altos volumes é preocupante para atletas jovens em função do desenvolvimento de lesões. Plano de acordo ao nível de tolerância Idade de treinamento É definida como o número de anos em que o indivíduo tem estado a preparer-se para um atividade esportiva; é diferente da idade biológica. Plano de acordo ao nível de tolerância Histórico de treinamento Um atleta que empreendeu substancial treinamento multilateral tem mais probabilidade de desenvolver os níveis de aptidão necessários para tolerar altas cargas de trienamento em comparação com um atleta menos bem treinado. Plano de acordo ao nível de tolerância Status de saúde Um atleta doente ou lesado terá sua capacidade de trabalho reduzida e muitas vezes não será capaz de tolerar as cargas de treinamento prescritas. Plano de acordo ao nível de tolerância Estresse e a taxa de recuperação Fatores do dia a dia que afetam a tolerância ao treinamento. Ex.: Viagens, demandas de trabalho extra. Apereiçoamento ao treinamento Estímulo (carga) crescente adaptação melhoria do desempenho Falta de Estímulo platô falta de melhoria Estímulo excessivo má-adaptação redução no desempenho Aperfeiçoamento ao treinamento A adaptação a longo prazo do organismo do atleta ao processo de treinamento pode ocorrer de várias formas (Meerson, 1986; Meerson; Pshennikova, 1988; Platonov, 1988): acúmulo de elementos estruturais dos órgãos e dos tecidos que asseguram o crescimento de suas reservas funcionais, tais como o aumento do volume de massa muscular, o crescimento do consumo máximo de oxigênio, etc.; aperfeiçoamento da estrutura coordenadora dos movimentos; aperfeiçoamento dos mecanismos reguladores que asseguram a atividade de diversos componentes do sistema funcional do organismo; adaptação psicológica às particularidades da atividade competitiva, aos meios de influência de treinamento e às condições do treinamento em competição. 14 Especificidade da adaptação Neuromuscular: Aumentar a eficiência dos movimentos e aumentar a taxa de disparo da unidade motora (taxa de codificação) Metabólica: Aumentar os estoques de CrP, glicogênio, diminuir o acúmulo de ácido lático. Cardiopulmonar: Aumentar o VO2 máx, aumentar o volume do ventrículo esquerdo e aumentar o volume do pulmão. Fases de supercompensação Fases de supercompensação Fase I – Duração de 1 à 2 horas. Fases de supercompensação Fase 2 – Duração 24 à 48 h. Fases de supercompensação Fase III – 36 à 72 horas Fases de supercompensação Duração de 3 à 7 dias Fases de supercompensação Efeitos positivos Efeitos negativos Fases de supercompensação Atletas de alto rendimento desenvolvem melhor quando participam de seções de treinamento com maior frequência Maior frequência Fases de supercompensação Alta frequência de estímulos máximos podem prejudicar o desempenho. Conteúdo da carga A carga pode ser determinada por dois aspectos do treinamento: o primeiro é o nível de especificidade, e o segundo é o potencial de treinamento. Nível de especificidade: ocorre pela maior ou menor similaridade ao exercício competitivo. Isso permite englobar os exercícios em dois grupos: os de preparação especial e os de preparação geral. Potencial de treinamento: define-se como a forma em que a carga estimula a condição do atleta. O potencial de treinamento dos exercícios reduz-se com o crescimento da capacidade de rendimento, por isso surge a necessidade de variar os exercícios e usa-se a intensidade para seguir alcançando implementos em seu rendimento. A eficiência de um programa de treinamento decorre de manipulações de: Volume – Tempo, distância ou repetições Intensidade - peso, velocidade ou potência de saída Densidade – frequência Volume Componente primário do treinamento. O volume do treinamento incorpora as seguintes partes essenciais: O tempo ou duração do treinamento A distância coberta ou volume de carga no treinamento resistido (ou seja volume de carga = series de treinamento x repetições x resistência em quilogramas). O número de repetições de um exercício ou elemento técnico que um atleta exeuta num dado tempo. A definição mais simplista de volume seria a quantidade total de atividade executada no treinamento. Como avaliar o volume de treinamento? Para esportes como corrida, ciclismo, canoagem e remo, a unidade é distância percorrida. No levantamento de peso é volume de carga ou toneladas métricas do treinamento, expressas em quilogramas (volume de carga = sérias x repetições, por si só, são consideradas como uma estimative pobre do trabalho realizado. Repetições podem ser usados para atividades pliométricas ou atletismo. O tempo parece ser um denominador comum para maioria dos esportes, embora a expressão apropriada de volume possa ser um fator de tempo e distância (corer 12 km em 60 min). Quais são os métodos para aumentar o volume de treinamento do atleta? Três métodos eficazes: Aumentar a densidade (ou seja, frequência) do treinamento Aumentar o volume dentro da sessão de treinamento Fazer as duas coisas Aumento no volume de treinamento anual O tempo que os atletas passam treinando aumento consideravelmente ao longo das décadas. Abadjiev e Faridjiev relataram que levantadores de peso na Bulgária aumentaram o volume de trienamento 625% entre 1966 e 1984 – de 800 a 5800 toneladas métricas, repectivamente.. Fiskerstrand e Seiler relataram que entre 1970 e 2001, o volume de trienamento aumentou 22% para os remadores noruegueses de classe internacional. Importante ressaltar que esse aumento de volume é relativo para cada esporte. Intensidade Definição de intensidade no esporte seria o trabalho realizado por um espaço de tempo ou potência de saída, força de oposição ou velocidade de progressão. Quanto mais trabalho o atleta executa por unidade de tempo maior será a intensidade. Método de intensidade baseado no Sistema de energia primária envolvida na atividade Método de intensidade baseado no Sistema de energia primária envolvida na atividade Zonas de intensidade 1 – Exercícios nessa zona dependem quase que exclusivamente do metabolismo anaeróbio e duram até 6 s. A intensidade nessa zona é mais alta que o VO2máx do atleta. Principal Sistema de síntese de ATP é o Sistema Fosfagênio (ATP-CP). Exercícios nessa intensidade geram um deficit de oxigênio grande e são limitados pelo conteúdo de ATP-CP. Método de intensidade baseado no Sistema de energia primária envolvida na atividade Zonas de intensidade 2 – é uma zona de alta intensidade, incluindo atividade que duram de 6 e 30 s (ex corrida de 100 e 200 m). O metabolismo tem a combinação do Sistema fosfagênio e do Sistema glicolítico para suportar essa intensidade. Há um acúmulo de lactato devido ao metabolismo glicolítico aumentado. Método de intensidade baseado no Sistema de energia primária envolvida na atividade Zonas de intensidade 3 – Estão relacionadas a atividadesmoderadamente altas que duram de 30s à 2 min. O metabolismo tem a combinação do Sistema glicolítico rápido e lento. Há um acúmulo de lactato devido ao metabolismo glicolítico. Método de intensidade baseado no Sistema de energia primária envolvida na atividade Zonas de intensidade 4 – Estão relacionadas a atividades moderadas que duram de 2 a 3 min. O metabolism tem a combinação do Sistema glicolítico lento e via oxidativa. A maioria das atividades classificadas nesta zona conta igualmente comsistemas de energia aeróbios e anaeróbios. Método de intensidade baseado no Sistema de energia primária envolvida na atividade Zonas de intensidade 5 – Estão relacionadas a atividades moderadamente baixas que duram de 3 a 30 min - Ex.: 1500 m. O metabolismo oxidativo é predominante e um suporte cardiovascular é fundamental para o sucesso nessa atividade. Método de intensidade baseado no Sistema de energia primária envolvida na atividade Zonas de intensidade 6 – Estão relacionadas a atividades de baixa intensidade - Ex.: maratona, triatlo, ciclismo. O metabolismo oxidativo é predominante e um suporte cardiovascular é fundamental para o sucesso nessa atividade. FC de repouso mede-se de manhã, após o sono, em posição deitada. FC máxima mede-se num teste veloergométrico crescente em graus com o trabalho até a exaustão ou através de fórmulas matemáticas. Exemplo: um indivíduo que apresenta uma frequência cardíaca de repouso de 50 batimentos por minuto e, no teste de esforço máximo, chegou a 188 batimentos por minuto (bpm), trabalhando com frequência de 160 bpm, estará trabalhando em que intensidade? 39 Organização da carga Entende-se por organização de carga a sistematização no período de tempo determinado. a distribuição da carga durante o tempo; Ex: sessão, microciclo, mesociclo e macrociclo. A interconexão dessas cargas. Ex: os exercícios de caráter aeróbio são executados depois das cargas do tipo anaeróbio alático. Assim, quando visualizamos a carga do ponto de vista pedagógico, ela se divide em máxima (90-100%), submáxima (75-90%), média (60-75%), moderada (45-60%), baixa (30-45%) e insignificante (até 30%), e cada um desses estímulos apresenta suas características específicas. Relação VOLUME vs INTENSIDADE A periodização do treinamento tenta atingir resultados de volume e intensidade de treinamento de forma flutuante. Quando a intensidade é alta o volume é baixo Quanto maior a carga de trabalho maior o estresse fisiológico (diminuição dos substratos energéticos), aumento em distúrbios hormonais e aumento de fadiga neuromuscular. Altas cargas de trabalho desenvolvem aptidão aeróbia. Quais são as estratégias para aumentar a carga de trabalho. A) Aumentar o n. de repetições por série aumentar a distância com uma diminuição de intensidade B) aumentar o número de series, exercícios ou ambos. C) Manipular a densidade de treinamento (E.: a frequência de treinamento dentro do microciclo ou dia de treinamento). Varição do treinamento no decorrer do ano Com a evolução do atleta o volume diminuirá enquanto a intensidade irá aumentar. Mais ênfase deve ser dada ao treinamento tático e técnico. Dinâmica para aumentar volume e intensidade Estratégias para alterar o volume de treinamento Aumentar a duração da sessão de treino Aumentar a densidade do treinamento Aumentar o número de repetições, series exercícios ou elementos técnicos por sessão de treinamento Aumentar a distância percorrida ou a duração por repetição ou exercício Dinâmica para aumentar volume e intensidade Estratégias para alterar a intensidade do treinamento Aumentar a velocidade do movimento Aumentar a carga no treinamento de força Aumentar a potência de saída Diminuir o interval de repouso entre repetições ou exercícios táticos Exigir que o atleta realize trabalho de treinamento aeróbio, intervalado ou tático numa maior porcentagem da FC Aumentar o número de competições na fase de treinamento Zona Alvo de Treinamento Aeróbico 1- Calcular INDIVIDUALMENTE os valores de Fc máx de acordo com a equação proposta. 2- Identificar os percentuais da Zona Alvo para os diferentes objetivos de melhoria da aptidão física. 3- Distinguir as limitações existentes entre as diversas equações de estimativa da FC max. Revisão de literatura a respeito das equações de Cálculo da FC máx. FC máx = 220 – IDADE ( KARVONEN, 1957 ) ?? FC máx = 205 – (0,42 x idade ) para indivíduos destreinados (SHEFFIELD,1965) FC máx = 198 – ( 0,42 x idade ) para indivíduos treinados ( SHEFFIELD,1965) FC máx = 210 – ( 0,65 x idade) ( JONES et al, 1975 ) ACSM FC max = 208 – ( 0,7 x idade) ( TANAKA et al, 2001) Comparações entre as equações Exercício inicial: Calcule os valores de FC máx para a sua idade nas equações apresentadas e responda se existem diferenças para a predição de treinamento entre os valores encontrados ? Cálculo da Zona Alvo ( ACSM ) FC máx = 210 – ( 0,65 x idade ) Limite. INF = FC máx x ( I/100 ) Limite. SUP = FC máx x ( I/100) I = percentual da intensidade máxima (%) Calcule uma zona de treinamento entre 40 e 60% da FC máx, considerando um indivíduo de 55 anos de idade? Outra forma de cálculo que utiliza a estimativa através da RESERVA DA FREQUÊNCIA CARDÍACA Significa a diferença existente entre a FC max e a FC de repouso EXEMPLO DA FC reserva Exemplo com os mesmos dados do exemplo anterior Idade = 35 anos e Fc repouso = 70 bpm FC máxima : 220 – idade = 185 BPM. FC de repouso = 70 bpm Fc RESERVA = Fc max – Fc repouso 185 – 70 = 115 BPM Zonas de Treinamento Intensidade %FCreserva %FCmax Muito leve < 20% < 35% Leve 20% - 39% 35% - 54% Moderado 40% - 59% 55% - 69% Difícil 60% - 84% 70% - 89% Muito difícil ≥ 85% ≥ 90% Máximo 100% 100% FCtreino = FCrepouso + ((FCmax - FCrepouso) x (intensidade/100)); ou FCtreino = FCrepouso + (FCreserva x (intensidade/100)). Quais os limites (%) que devo selecionar para o treinamento de meu aluno ? Resposta Depende seu objetivo Como Controlar o treino ? Deve existir o mínimo de investimento... Percentuais de trabalho Zona de atividade Moderada 50 a 60% da FC máx Zona de Controle de Peso 60 a 70% da Fc máx Zona Aeróbica 70 a 80 % da Fc máx Zona de Limiar Anaeróbico 80 a 90 % da Fc máx Zona de Esforço Máximo 90 a 100% da Fc máx Avaliação cardíaca do atleta e zonas de treinamento Avaliação cardíaca do atleta e zonas de treinamento
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