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20181108-233931

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EFEITOS COLATERAIS DOS 
 ESTERÓIDES ANABOLIZANTES ANDROGÊNICOS EM MULHERES 
 
KRENCZYNSKI, Karla Regina1 
DAL’APRIA,Helen Rejane 1 
RIBEIRO, Roberto Régis2 
 
 
RESUMO 
 
 
Este estudo bibliográfico, de caráter exploratório, objetiva realizar um levantamento 
bibliográfico sobre os principais efeitos colaterais observados em mulheres, decorrentes da 
utilização de esteroides androgênicos anabolizantes. Buscou-se conceituar suas propriedades e 
funções identificando os efeitos colaterais, estéticos e fisiológicos de seu uso. A pesquisa 
apresenta as consequências do uso indiscriminado, considerando o número significativo de 
mulheres que frequentam academias e utilizam o produto visando melhorar o desempenho e 
alcançar a estética corporal. Trata-se de um estudo de revisão de literatura, pesquisa em livros, 
artigos e alguns sites de instituições de ensino, de referência nacional, para interação e 
contextualização do tema. Na opinião dos autores consultados os resultados apontaram vários 
efeitos colaterais causados pelo uso não terapêuticos e abusivos dos EAA, provocando 
mudanças no organismo feminino. Observou-se, também, que quando bem administrado e 
prescrito por médicos, os esteroides interveem no tratamento de algumas doenças. Portanto, 
os efeitos dos EAA podem ser positivos ou negativos para a saúde das mulheres. Ressalta-se, 
porém, que a sua utilização sem a devida prescrição e orientação de profissionais da área 
médica, podem produzir efeitos colaterais gravíssimos e até irreversíveis. 
 
PALAVRAS CHAVE: Esteroides anabolizantes. Saúde das mulheres. Efeitos colaterais. 
Organismo feminino.Estética corporal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1Pós-graduando do curso de Bodybuilding coach da Faculdade Assis Gurgacz. 
2 Professor coorientador do Programa de Pós-Graduação da Faculdade Assis Gurgacz. 
 
 
 
2 
 
1. INTRODUÇÃO 
Os esteroides anabólicos androgênicos (EAA) constituem uma classe de hormônios 
naturais e sintéticos com propriedades de crescimento celular mássico e desenvolvimento de 
peculiaridades sexuais masculinas. A relevância educacional e social deste estudo consiste em 
conhecer as possíveis utilizações terapêuticas para os esteroides anabolizantes e os efeitos 
adversos do uso indiscriminado em mulheres. A importância da pesquisa se aplica, ainda, na 
orientação às mulheres, aos profissionais da área de Educação Física e a população em geral, 
considerando os efeitos do uso dessas substâncias no tratamento de doenças músculo 
esquelética, distúrbios hormonais, e até mesmo câncer(DUTRA, 2012). 
O uso de EAA é bastante comum entre atletas e fisiculturistas amadores. No Brasil, a 
prevalência de uso de EAA foi maior entre os professores de Educação Física (25,5%), 
quando comparados a outros grupos, como:profissionais, acadêmicos da área da saúde, 
adolescentes, homens e mulheres (ABRAHIN et al., 2011). Também, torna-se preocupante a 
prevalência do uso de anabolizantes entre professores e estudantes de academias, porém, com 
menor incidência entre mulheres e demais público revelando provável desconhecimento 
destes sobre os efeitos colaterais (ABRAHIN et al., 2013). 
Apesar da menor prevalência do uso de EAA pelo público feminino, cabe destacar o 
novo padrão de beleza idealizado pela sociedade em geral, e constantemente reforçado pelas 
mídias digitais, de um “corpo perfeito esculpido em músculos”. Este novo padrão de beleza 
feminino, têm contribuído para o aumento do uso ilegal de EAA pelo público feminino, que 
almeja um corpo escultural de forma rápida. Observa-se que, para alcançar tal objetivo, 
muitas mulheres se utilizam de esteroides anabolizantes sem a devida orientação de 
profissionais habilitados sobre suas implicações no organismo feminino. 
Os efeitos colaterais dos EAA em mulheres estão relacionados, principalmente às suas 
propriedades androgênicas e tóxicas, que podem afetar vários órgãos e sistemas. O risco à 
saúde pode ser potencializado diante da administração combinada de diversos EAA,com 
outras drogas do gênero, como: hormônio do crescimento (GH), insulina, efedrina, e óleos 
localizados. Esses efeitos ainda podem ser influenciados por outros fatores, tais como: tipo de 
administração, se via oral, injetável ou adesivo transdérmico; dosagem (normalmente é dose-
dependente); idade, como no caso de adolescentes em que pode ocorrer fechamento 
prematuro das epífises; sexo do usuário; predisposição genética; e o uso prolongado (WU, 
1997; HOFFHMAN; RATAMESS, 2006; FIGUEIREDO et al., 2011).Além disso, muitos 
frequentadores de academias têm dividido com os atletas os percentuais de uso destas drogas 
3 
 
que, em sua maioria, são substâncias de procedência duvidosa, muitas vezes, manipuladas 
sem cuidados adequados de higiene, proporcionando, inclusive, doenças infectocontagiosas(
1SILVA et al., 2002, apud AZAMBUJA, 2004). 
Com base no exposto, esta pesquisa objetiva realizar um estudo de caráter 
exploratório, por meio de levantamento bibliográfico sobre os principais efeitos colaterais 
observados em mulheres, decorrentes da utilização de esteroides androgênicos 
anabolizantes.Por meio dos conceitos de estudiosos sobre esteroides anabolizantes em termos 
de origem, propriedades androgênicas e anabólicas, pretende-se identificar os efeitos 
colaterais, estéticos e fisiológicos do seu uso por mulheres. Portanto, este estudo, caracteriza-
se pela abordagem qualitativa com procedimentos de pesquisa de revisão de literatura. 
A importância do estudo concentra-se em alertar as mulheres e a população em geral, 
sobre os efeitos colaterais do uso de esteroides anabolizantes sobre a saúde e integridade 
física, como também, pretende-se conscientizar os educadores físicos sobre a 
responsabilidade de transmissão de conhecimentos aos frequentadores de academias de 
ginástica, no sentido de promover uma população saudável e com qualidade de vida. Este 
estudo, também se destina a alertar autoridades e órgãos fiscalizadores sobre o necessário 
controle em relação à venda indiscriminada de tais produtos e sobre sua influência na saúde 
pública. 
2. MÉTODOS 
Trata-se de um artigo de revisão narrativa, considerando-se elegíveis à esta revisão os 
estudos que tiveram por objetivo realizar um levantamento bibliográfico sobre os principais 
efeitos colaterais observados em mulheres, decorrentes da utilização de esteróides 
androgênicos anabolizantes.As buscas dos termos desta revisão foram identificadas e 
selecionadas por dois revisores, de forma independente e conjunta. 
As bases de dados utilizadas foram os portais de pesquisa MEDLINE/PubMed, The 
Latin American and Caribbean Center of Information in Health Sciences (BIREME), 
EMBASE e SportDiscuss, além de teses, monografias e dissertações de mestrado. 
 
1SILVA, Clara Camilo Fernandes; SANTOS, Eduardo Francisco dos; RUIZ, Lorena Alves; 
SILVA, Matheus Victor da; SOUZA, Wendel Salviano de; Bioquímica: Esteróides 
Anabolizantes. Trabalho Acadêmico – 2º. Período Curso de Educação Física. Centro 
Universitário de Formiga – UNIFOR MG. 2012. 
 
Pubmed= 09 
Bireme = 14 
SportDiscus = 81 
Embase = 18 
Eliminados após a 
aplicação de filtros (n= 
61) 
Estudos eliminados 
após a leitura na 
integra (n=33) 
4 
 
 Foram utilizadas as seguintes palavras chaves e descritores: Esteróides anabolizantes. 
Saúde das mulheres. Efeitos colaterais. Organismo feminino e “bodybuilding”. 
Para os critérios de Inclusão e exclusão utilizou-se para a seleção dos estudos 
pertinentes aos objetivos da pesquisa e, para garantir a homogeneidade dos estudos, foram 
selecionados apenas os estudos que descrevem o efeito. Através dos conceitos de estudiosos 
sobre esteróides anabolizantes em termos de origem, propriedades androgênicas e anabólicas, 
buscou-se identificar os efeitos colaterais, estéticos e fisiológicos do seuuso por mulheres. 
Não foram inclusos os estudos realizados com animais; que não avaliaram o efeito. 
Portanto, este estudo, caracteriza-se pela abordagem qualitativa com procedimentos de 
pesquisa de revisão de literatura. 
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
3.1 Esteróides Anabolizantes 
Os esteróides anabolizantes são produzidos por células endócrinas, os hormônios são 
substâncias químicas que exercem influência fisiológica direta no metabolismo celular de 
diversos órgãos e tecidos, com a finalidade de promover o aumento ou diminuição da 
atividade de uma célula; desencadear processos de divisão celular mitótica e promover 
diferenciação celular. (ROCHA; AGUIAR; RAMOS, 2014). 
A biossíntese dos hormônios esteróides é restrita aos tecidos que expressam 
diferentes formas do complexo enzimático P-450, responsável pelo processamento da 
molécula de colesterol (BIANCO; RABELO, 1999). Em geral, os hormônios esteróides 
naturais são produzidos pelo córtex da glândula suprarrenal (ou adrenais), e pelas gônadas de 
homens e mulheres, ou seja, testículo e ovário, respectivamente (1SILVA; DANIELSKI; 
CZEPIELEWSKI, 2002,apud FORTUNADO et al., 2007; ROCHA; AGUIAR; RAMOS, 
2014). No homem, o testículo é responsável por aproximadamente 95% da produção dos 
hormônios esteróides, contra 5% via glândulas suprarrenais (MARQUES; PEREIRA; 
AQUINO NETO, 2003). Em mulheres jovens na condição pré-menopausa, 25% da produção 
de testosterona é desencadeada pelo ovário, enquanto os outros 75% são metabolizados nas 
adrenais. Na fase pós-menopausa, os ovários passam a produzir cerca de 50% da testosterona 
 
1FONTANELA JUNIOR, Roosevelt. Esteróides Anabolizantes. Revisão de Literaturra. 
Trabalho de Conclusão de Curso de Educação Física. Universidade Sul de Santa Catarina. 
Orientador Msc Erasmo Paulo Miliorini Ouriques. Palhoça SC 2015. 
 
5 
 
(ADASHI, 1994). Além dos ovários e glândula suprarrenal, os hormônios esteróides também 
podem ser produzidos nos tecidos periféricos adiposo, muscular e cutâneo (TAVARES, 
2006). 
Em termos estruturais, os hormônios esteróides são de natureza lipídica, por 
apresentarem um núcleo básico derivado da estrutura química do colesterol (BIANCO; 
RABELO, 1999; ROCHA; AGUIAR; RAMOS, 2014). Os hormônios esteróides são 
denominados por esteróides anabólicos androgênicos (EAA) por apresentarem efeitos 
androgênicos e anabólicos simultâneos. O caráter anabólico promove a síntese proteica 
muscular; enquanto o caráter androgênico acentua as características sexuais masculinas 
(1BACURAU, 2004, apud FONINI, 2006).Hormônios como a testosterona, (SILVA; 
DANIELSKI; CZEPIELEWSKI, 2002; MACHADO, 2002), esteróide sexual mais abundante, 
a ponto de ser considerado o hormônio testicular fundamental (MARQUES; PEREIRA; 
AQUINO NETO, 2003), é responsável pelas características sexuais associadas ao sexo 
masculino e pelo processo anabólico dos tecidos somáticos (SILVA; DANIELSKI; 
CZEPIELEWSKI, 2002). De acordo com Marques, Pereira e Aquino Neto (2003),a 
concentração de testosterona na circulação sanguínea é cerca de dez vezes maior do que a 
dihidrotestosterona (DHT), relacionado ao crescimento de pelos no rosto e corpo, queda de 
cabelos, e acne e oleosidade. Na mulher, esses hormônios também são produzidos, entretanto 
em menores quantidades, pelas glândulas suprarrenais. 
Os EAA de origem sintética compreendem formulações químicas derivadas dos 
hormônios sexuais, geralmente, o hormônio masculino testosterona, e são comumente 
chamadas por anabolizantes (NASCIMENTO, 2016).Deste modo, os EAA apresentam efeitos 
androgênicos e anabólicos, correlatos ao seu precursor, à testosterona. São considerados 
efeitos androgênicos, o desenvolvimento de características masculinas, do trato reprodutivo 
masculino; particularidades sexuais secundárias (como o espessamento das cordas vocais e 
crescimento de pelos no corpo);além da manutenção da função reprodutiva. Já o estímulo à 
fixação do nitrogênio, e consequente aumento da síntese protéica, especialmente nas células 
de músculos esqueléticos, compreende um efeito anabólico que aumenta a massa muscular 
(SILVA; DANIELSKI; CZEPIELEWSKI, 2002; NASCIMENTO, 2016). 
 
1FONINI, Ricardo Ubiratã. Descrição e implicância do uso de esteróides anabólicos 
androgenicos sobre o organismo humano. Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura em 
Educação Física, do Departamento de Educação Física, Setor de Ciências Biológicas, da 
Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2006. Disponível: 
<https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/48248/MONOGRAFIA%20RICARDO%20UBIRAT
A%20FONINI.pdf>. Acesso em: 28 jun. 2018. 
https://www.infoescola.com/hormonios/testosterona/
https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/48248/MONOGRAFIA%20RICARDO%20UBIRATA%20FONINI.pdf
https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/48248/MONOGRAFIA%20RICARDO%20UBIRATA%20FONINI.pdf
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Logo, o termo anabolizante faz referência à presença de propriedades anabólicas. O 
metabolismo anabólico no organismo compreende a produção de moléculas complexas a 
partir de moléculas simples. Como a ação anabólica dos esteróides está concentrada nos 
tecidos musculares e ósseo, é comum o desenvolvimento destes, diante do estímulo a divisão 
celular e crescimento (NASCIMENTO, 2016). 
Os anabolizantes derivados da testosterona são formulados de modo e reduzir o 
potencial dos efeitos androgênicos e favorecer os efeitos anabólicos (SILVA; DANIELSKI; 
CZEPIELEWSKI, 2002) de modo a aumentar a capacidade de retenção de nutrientes 
ingeridos durante a alimentação, com ênfase a retenção de nitrogênio proteico e não proteico, 
para a consequente transformação em proteína (MACHADO, 2002). 
Os hormônios esteróides podem ser classificados em três grupos: grupo dos 
estrogênios que possui 18 átomos de C, no qual falta a radical metila em C10; grupo dos 
androgênios que se constitui de 19 átomos de carbono e é conhecido como C19 e o grupo dos 
corticosteroides que se organizam em uma cadeia lateral em C17 e são conhecidos como C21 
ou grupo da pregnana (ZANINI,1982). Para efeito de ilustração, a Figura 1 apresenta a 
estrutura química de esteroides anabolizantes. 
Figura 1 - Estrutura química deesteroides androgênicos anabolizantes. (a) Prasterona; (b) 
Testosterona; (c)Methandrostenolone; (d) Oxandrolona; (e) Estanozolol; e 
(f)DrostanolonePropionate. 
(a)
 
(b)
 
(c)
 
(d)
 
(e) (f)
7 
 
 
Fonte: Neves, Caldas (2017). 
 
3.1.1. Indicação Clínica de Esteroides Anabolizantes 
Os esteróides anabolizantes possuem várias aplicações clínicas no tratamento de 
distúrbios e enfermidades. A Lei n° 9.965 de 2000,que restringe a venda de esteróides ou 
peptídeos anabolizantes, estabelece em seu Artigo 1°, que em termos legais, apenas médicos e 
dentistas estão capacitados para prescrever o uso de EAA (BRASIL, 2000). A Tabela 1 
apresenta a lista de substâncias anabolizantes passíveis de comercialização no Brasil, mas 
sujeitas a receita de controle especial. 
 
Tabela 1 -Substâncias Anabolizantes Sujeitas a Receita de Controle Especial. 
 
N° SUBSTANCIAS ANABOLIZANTES 
1 ANDROSTANOLONA 
2 BOLASTERONA 
3 BOLDENONA 
4 CLOROXOMESTERONA 
5 CLOSTEBOL 
6 DEIDROCLORMETILTESTERONA 
7 DROSTANOLONA 
8 ESTANOLONA 
9 ESTANOZOLOL 
10 ETILESTRENOL 
11 FLUOXIMESTERONA OU FLUOXIMETILTESTERONA 
12 FORMEBOLONA 
13 MESTEROLONA 
14 METANDIENONA 
15 METANDRANONA 
16 METANDRIOL 
17 METENOLONA 
18 METILTESTOSTERONA 
19 MIBOLERONA 
20 NANDROLONA 
21 NORETANDROLONA 
22 OXANDROLONA 
8 
 
23 OXIMESTERONA 
24 OXIMETOLONA 
25 PRASTERONA DEIDROEPIANDROSTERONA - DHEA 
26 SOMATROPINA (HORMONIO DO CRESCIMENTO HUMANO) 
27 TESTOSTERONA 
28 TEMBOLONA 
Fonte: BRASIL (2017). 
 
O tratamento ginecológico convencional de reposição hormonal com estrogênio, em 
mulheres com quadro de menopausa ou irregularidade hormonal, podeprovocar sangramento 
endometrial. Nesses casos, o sangramento pode ser evitado a partir do tratamento que concilia 
a administração de estrógenos com substâncias andrógenas (SOUZA, 2002). Além da 
reposição hormonal, a administração controlada de estrógenos associados à progesterona em 
mulheres de até 60 anos, com alto índice de fraturas decorrentes da perda óssea associada à 
menopausa, promoveu influência positiva na massa óssea, apesar do decaimento ósseo 
representar um déficit de estrogênio (PARDINI, 2014).Os tratamentos com EAA, também 
conhecidos por terapia androgênica, para recomposição do decaimento da massa óssea, ou 
remediação da osteoporose, têm ganhado adeptos, assim como no tratamento da anemia 
causada por falhas na medula óssea ou nos rins (AZAMBUJA, 2004). 
Existem relatos da aplicação de EAA no tratamento de câncer em estágio avançado, de 
modo a auxiliar na reposição de massa muscular. A administração de EAA também possuem 
efeitos paliativos na evolução no câncer de mama, entretanto o retardamento da doença é 
baixo se comparado aos tratamentos convencionalmente adotados (SOUSA, 2002; 
AZAMBUJA, 2004).Ainda, a terapia androgênica pode ser utilizada no tratamento da 
obesidade, doenças cardiovasculares (AZAMBUJA, 2004). 
3.1.2. Efeitos Colaterais de Esteróides Anabolizantes em Mulheres 
Os esteróides andrógenos anabolizantes, como o termo sugere, possuem características 
andrógenas e anabólicas. A demanda pela droga pelo público feminino, geralmente está 
relacionada a questões estéticas, portanto, deseja-se às suas propriedades anabólicas, apesar 
de seu caráter androgênico indissociável. A Tabela 2 relaciona exemplos de efeitos colaterais 
tipicamente andrógenos e anabólicos. 
Tabela 2- Efeitos androgênicos e anabólicos decorrentes do uso de EAA. 
Efeitos Androgênicos Efeitos Anabólicos 
Desenvolvimento da genitália interna e externa ↑ massa muscular esquelética 
9 
 
Espessamento das cordas vocais ↑concentração de hemoglobina 
↑ libido ↑ hematócrito 
↑ secreção nas glândulas sebáceas ↑ retenção de nitrogênio 
↑ pelos ↓ gordura corporal 
Padrão masculino de pelos pubianos ↑ deposição óssea de Ca2+ 
Fonte: Fortunato; Rosenthal; Carvalho (2007, p. 1419). 
Os esteróides androgênicos são hormônios que exercem influência ao longo de toda a 
vida de homens, responsáveis por funções importantes de diferenciação sexual, na formação 
uterina, desenvolvimento secundário na puberdade, amadurecimento sexual e fertilidade na 
fase adulta. Portanto, é plausível que a administração de EAA por mulheres, acarretará no 
afloramento de características típicas masculinas. Estas características, ou efeitos indesejados, 
incluem em um primeiro estágio a modificação na voz, crescimento de pelos na face 
(1BAHRKE, 2004,apud LIMA; CARDOSO, 2011), amenorréia, aparecimento de acne, e pele 
oleosa. A continuidade do uso de EAA pode promover o desenvolvimento da musculatura 
padrão masculina, além de calvície, hipertrofia do clitóris e rouquidão da voz. Após a 
administração contínua, esses efeitos podem se tornar irreversíveis, mesmo com a cessação do 
uso (2ROSE; NÓBREGA, 1999, apud AZAMBUJA, 2004). 
A administração de EAA na puberdade pode reduzir o potencial de crescimento ósseo, 
por influenciar o fechamento das epífises ósseas (2ROSE; NÓBREGA, 1999, apud 
AZAMBUJA, 2004) 
Em termos de aparelho reprodutor feminino, o uso contínuo de esteróides 
anabolizantes pode (I) reduzir os níveis dos hormônios luteinizantes, folículo-estimulante, dos 
estrogênios e da progesterona; (II) desencadear a inibição do folículogênese e da ovulação; e 
(III) ocasionar alterações do ciclo menstrual que incluem o prolongamento da fase folicular, 
 
1LIMA, A. P.; CARDOSO, F. B. Alterações Fisiológicas e Efeitos Colaterais 
Decorrentes da Utilização de Esteroides Anabolizantes Androgênicos. Revista 
Brasileira de Ciências da Saúde, v. 9, n. 29, 2011. 
2AZAMBUJA, Cati Reckelberg. O uso de recursos ergogênicos farmacológicos por 
praticantes de musculação das academias de Santa Maria, RS. Monografia apresentada ao 
Curso de Especialização do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Movimento Humano, 
Área de Concentração em Fisiologia do Exercício, da Universidade Federal de Santa Maria 
(UFSM), 2004. 
 
10 
 
encurtamento da fase lútea e mesmo amenorréia (1MAHER, 1983,apud FONTANELA 
JUNIOR, 2015). Em termos estéticos, a registros que o uso de EAA promove em mulheres a 
retração dos seios, e o aumento do clitóris (1BAHRKE, 2004,apud LIMA; CARDOSO, 2011), 
como pode ser visualizado naFigura 2. 
Figura 2- Efeito de anabolizantes em mulheres: aumento do clitóris 
 
Fonte: SILVA, et al., (2012). 
O distúrbio decorrente do aumento da produção endógena de andrógenos em mulheres 
pelo uso de EAA tem sido correlacionado com as enfermidades de hiperplasia adrenal 
congênita (CAH), síndrome do ovário policístico (PCOS), síndrome de insensibilidade 
androgênica (AIS) e 5-diactase deficiência (2WOOD; STANTON, 2012,apud HUANG; 
BASARIA, 2017). 
A síndrome do ovário policístico (PCOS) está entre as doenças recorrentes no público 
feminino, sendo a doença reprodutiva de distúrbio endócrino mais comum entre atletas 
olímpicas femininas. Sua ocorrência é superior à da amenorréia hipotalâmica, que 
frequentemente resulta deficiência calórica (HAGMAR et al., 2009). A Figura 3 apresenta 
graficamente dados de incidência da PCOS em mulheres atletas de elite, em comparação com 
a população em geral não atleta. 
Figura 3- Incidência da síndrome do ovário policístico (PCOS) em atletas e não atletas. 
 
1FONTANELA JUNIOR, Roosevelt. Esteróides Anabolizantes. Revisão de Literaturra. 
Trabalho de Conclusão de Curso de Educação Física. Universidade Sul de Santa Catarina. 
Orientador Msc Erasmo Paulo Miliorini Ouriques. Palhoça SC 2015. 
 
 
 
11 
 
 
Fonte: Dadgostaret al., (2009); Eliakim et al., (2010); Knochenhauer et al., (1998). 
Além dos efeitos típicos como a masculinização, risco aumentado de osteoporose; 
rouquidão e engrossamento da voz; outros efeitos adversos graves são: mudanças na pele; 
dores de cabeça e de estômago; retenção de água e sais; psicoses; aumento da agressividade; 
dores articulares; risco aumentado de rompimento muscular e do tendão (por estes não 
acompanharem o crescimento dos músculos); sangramento no nariz; insônia e atrofia 
uterina(FONTANELA JUNIOR, 2015). 
Vale ressaltar que a totalidade dos efeitos colaterais associados ao uso de esteróides 
anabolizantes andrógenos por um longo período, tanto em doses terapêuticas como supra 
fisiológicas, ainda são desconhecidas (1BAHRKE, 2004, apud LIMA; CARDOSO, 2011). 
3.1.3. Efeitos do EAA no Sistema Nervoso Central 
A administração de esteróides androgênicos anabolizantes, de forma geral, provoca 
uma série de efeitos colaterais relacionados ao desequilíbrio no sistema nervoso central. Em 
especial, disfunções psiquiátricas, distúrbios do sono, alterações neuro-hormonais (PAGONIS 
et al., 2006),variações de humor (euforia), elevação da autoestima, desequilíbrio emocional, 
impulsividade, aumento da agressividade, libido, aumento do apetite, depressão pós-ciclo, 
dependência, e aumento da prolactina. A principal consequência do aumento da prolactina 
 
1LIMA, A. P.; CARDOSO, F. B. Alterações Fisiológicas e Efeitos Colaterais 
Decorrentes da Utilização de Esteroides Anabolizantes Androgênicos. Revista 
Brasileira de Ciências da Saúde, v. 9, n. 29, 2011. 
 
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Atleta de Elite Não Atleta
12 
 
envolve alterações fisiológicas na produção de leite em mulheres lactantes e alterações da 
função reprodutiva. A prolactina influencia múltiplos processos biológicos afetando diversos 
aspetos da homeostasiahumana (GUELHO et.al., 2016). 
Os hormônios esteróides atuam no sistema nervoso central alterando a excitabilidade 
neuronal através da interação com receptores de membrana em vários neurotransmissores, 
principalmente no sistema GABA. O sistema GABA atua como principal neurotransmissor 
inibitório do sistema nervoso central (SNC). Em virtude de sua distribuição disseminada, os 
receptores de GABA influenciam muitos circuitos e funções neurais. Os fármacos que 
modulam os receptores de GABA afetam a reatividade e a atenção, a formação da memória, a 
ansiedade, o sono e o tônus muscular. Tais alterações aumentam a excitabilidade neuronal, 
contribuindo para a redução da eficácia do sono e aumento da latência para início do sono 
(VENÂNCIO et al., 2008). 
As investigações sobre os possíveis efeitos neuroquímicos dos EAA têm-se centrado, 
em parte, nos sistemas monoaminérgicos (serotonina, dopamina)1, que estão envolvidos em 
comportamentos agressivos e desenvolvimento de dependência de drogas2(HALUCH, 2014). 
O uso de esteróides anabolizantes androgênicos reduz os níveis de serotonina (também 
denominada por 5-hidroxitriptamina ou 5-HT)de modo a alterar a densidade de receptores 
serotoninérgicos 5HT (1B) e 5HT (2)[4], provocando o aumento da atividade sexual durante 
um ciclo de uso de esteróides, seguido de quadro de depressão pós-ciclo com a retirada da 
droga (HALUCH, 2014). 
A serotonina desempenha um importante papel no sistema nervoso, com diversas 
funções, como: alterações de humor (TONSA, 2018), liberação de alguns hormônios, 
regulação do sono, temperatura corporal, apetite, atividade motora e funções cognitivas. 
Níveis altos de serotonina tem ação inibitória sobre o hipotálamo, reduzindo a liberação de 
gonadotrofinas, responsáveis pela resposta sexual (HALUCH, 2014). Níveis baixos de 
serotonina no cérebro ou anormalidades em seu metabolismo podem desencadear condições 
neuropsíquicas, como o Mal de Parkinson, Distonia neuromuscular, Mal de Huntington, 
tremor familiar, síndrome das pernas inquietas, além de provocar ansiedade, comportamento 
 
1 A serotonina - É um hormônio peptídeo excitatório produzido nos neurônios serotononérgicos, secretada pelo 
cérebro. A dopamina (DA) é um neurotransmissor monoaminérgico, da família das catecolaminas e 
das feniletilaminas que desempenha vários papéis importantes no cérebro e no corpo. O cérebro contém várias 
vias dopaminérgicas, uma delas desempenha um papel importante no sistema de comportamento motivado a 
recompensa(MANCINI; HALPERN, 2002). 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Neurotransmissor
https://pt.wikipedia.org/wiki/Monoamina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Catecolamina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Feniletilamina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Via_mesol%C3%ADmbica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Via_mesol%C3%ADmbica
13 
 
compulsivo e agressivo, vontade de comer doces, problemas afetivos (TONSA, 2018), 
depressão diante do desequilíbrio do sistema serotoninérgico e problemas com o sono. 
Os distúrbios no sono, relacionados ao baixo nível de serotonina, evidenciados em 
usuários de EAA, frequentemente são acompanhados de aumento da temperatura corporal, e 
suor noturno excessivo (HALUCH, 2014). O aumento da temperatura decorrente do nível de 
serotonina, também pode ser observado nas fases do ciclo menstrual, e na menopausa 
(1TOUZET et al., 2002; EMPSON; PURDIE, 1999, apud SILVA, 2009). 
Entre os usuários de EAA, observa-se que, mesmo baixo nível de serotonina no pós-
ciclo não significa melhora da libido, porque houve um desequilíbrio do sistema 
serotoninérgico, alterando a regulação dos receptores com o uso de esteróides. A libido 
também depende do equilíbrio de outros hormônios, como DHT e estradiol, e isso explica 
porque mulheres tem aumento na libido com qualquer esteróide androgênico, e homens 
apenas com testosterona (HALUCH, 2014). 
Conforme SILVA (2009), no caso das mulheres, estudos de vários autores 
(DEECHER et al., 2008; COHEN et al., 2006; FREEMAN et al., 2004; FREEMAN et al., 
2006), apontam que a transição para a menopausa é o momento em que a mulher está mais 
suscetível a distúrbios como depressão, principalmente aquelas que já possuem histórico da 
doença ou de distúrbio pré-menstrual.2Deecher et al. (2008,apud SILVA, 2009) perceberam 
que algumas mulheres possuem um aumento na vulnerabilidade para distúrbios de humor, 
intensificadas pelas flutuações hormonais que ocorrem na fase lútea, no pós-parto e na fase de 
perimenopausa. As alterações são agravadas com o uso de esteróides, uma vez que se 
intensifica a diminuição dos níveis de serotonina. 
 
1SILVA, Hadassa Batinga da. Fogachos e sua relação com os ritmos circadianos de 
temperatura periférica do punho, atividade/repouso e estados de humor em mulheres na 
pós-menopausa. Orientador: Luiz Menna-Barreto. Dissertação (Mestrado) – Universidade de 
São Paulo. Instituto de Ciências Biomédicas. Departamento de Fisiologia e Biofísica. Área de 
concentração: Fisiologia Humana. Linha de pesquisa: Cronobiologia. São Paulo, 2009. 
Disponível em: 
<file:///C:/Users/Dell%20Brasil/Downloads/HadassaBatingaSilva_Mestrado%20(1).pdf>. 
Acesso em: 28 jun. 2018. 
 
 
 
file:///C:/Users/Dell%20Brasil/Downloads/HadassaBatingaSilva_Mestrado%20(1).pdf
14 
 
De acordo com 1Berendsen(2000); Deecher et al. (2008); Cohen et al. (2006)(apud 
SILVA, 2009) os hormônios estrógeno e progesterona estão presentes no sistema nervoso 
central interagindo com os sistemas serotoninérgico, noradrenérgico e colinérgico de 
receptores e neurotransmissores. Considerando que ambos os hormônios estão envolvidos na 
regulação do humor, mediante receptores de estrógeno, e no ajuste da termorregulação, pode-
se concluir que a função termorregulatória seja modulada tanto pela serotonina quanto pelo 
estrógeno, pois, quando há uma diminuição de seus níveis, desencadeiam-se tanto alterações 
nos estados de humor quanto ocorrências de fogacho. 
Assim sendo o neuroreceptor 5-HT1 reduz a temperatura corporal (hipotermia) e o 
neuroreceptor 5-HT2 eleva a temperatura (hipertermia), ocorrendo durante a fase de ondas 
lentas do sono o pico mínimo da temperatura corporal. A dopamina está associada ao sistema 
de recompensa do cérebro, ao prazer. Dessa forma, situações agradáveis, sexo, alimento, 
drogas, podem aumentar a liberação de dopamina no cérebro, particularmente nas áreas tais 
como o núcleo accumbens e o córtice pré-frontal. Baixos níveis de dopamina desencadeiam 
irritabilidade, agitação, cansaço e insônia. Esses sintomas, como aumento do apetite, da 
irritabilidade e da prolactina, são muitas vezes associados a alguns esteróides androgênicos, 
principalmente a trembolona, o esteróide anabolizante mais androgênico (HALUCH, 2014). 
3.1.4 Efeitos dos EAA no Sistema Cardiovascular 
A administração de EAA por mulheres, mesmo por um curto período de tempo pode 
ocasionar efeitos colaterais irreversíveis. Entre os efeitos indesejáveis que acometem o 
sistema cardiovascular, causados pela administração de substâncias anabólicas, registram-se: 
hipertensão, hipertrofia ventricular, arritmia, trombose, infarto do miocárdio e até mesmo 
morte súbita (2EVANS,2011,apud LIMA; CARDOSO, 2011). 
No sistema cardiovascular, o uso de EAA podem provocar efeitos diretos no 
miocárdio e vascularização e efeitos indiretos por alteração do perfil lipídico e da coagulação 
sanguínea. Quanto aos efeitos diretos, há relatos de enfarte do miocárdio e morte súbita em 
atletas jovens usuárias de EAA, mas sem antecedentes de patologia cardíaca e artérias 
coronárias normais na autópsia. Nesses casos, a autopsia evidenciou hipertrofia ventricular 
 
 
 
2LIMA, A. P.; CARDOSO, F. B. Alterações Fisiológicas e Efeitos Colaterais 
Decorrentes da Utilização de Esteroides Anabolizantes Androgênicos.Revista 
Brasileira de Ciências da Saúde, v. 9, n. 29, 2011. 
15 
 
associada à miocitólise, fibrose e contração miocárdica. Já os efeitos secundários, envolvem 
dislipidemia e alteração do perfil sanguíneo caraterizada pelo aumento de LDL e diminuição 
de HDL, alterações da coagulação, e consequentemente, predisposição a um maior risco de 
aterosclerose, enfarte do miocárdio e acidente vascular cerebral (ROCHA; AGUIAR; 
RAMOS, 2014). 
A morte súbita em decorrência do uso crônico de doses suprafisiológicas (1FINESCHI 
et al., 2001; FINESCHI et al., 2007,apud ROCHA; ROQUE; OLIVEIRA, 2007), têm sido 
registradas com bastante preocupação, apesar da dificuldade de diagnóstico. 
Complicações, tais como a aterosclerose e o infarto agudo do miocárdio (IAM) em 
usuários de esteróides anabolizantes podem ocorrer devido a alterações no metabolismo de 
lipoproteínas e presença de disfunção endotelial (2HARTGENS etal, 2004; KUIPERS et al, 
1991, apud ROCHA; ROQUE; OLIVEIRA, 2007, p.474). 
De acordo com OVIEDO (2013): 
 
[...] à medida que o corpo perde a capacidade de filtrar o sangue, as toxinas 
se acumulam provocando a retenção de fluidos, por conseguinte, aumento da 
pressão arterial e, por fim, falência renal. Ainda mais graves são as 
consequências cardíacas, já que os esteróides alteram dramaticamente os 
níveis de colesterol, aumentando os riscos de ataque cardíaco ou AVC. Os 
EAAs abaixam os níveis de colesterol HDL, da corrente sanguínea. O HDL 
é um colesterol considerado bom e que protege o sistema cardiovascular das 
doenças. 
 
Desta forma, a utilização de esteróides anabolizantes por mulheres necessita maior 
atenção considerando que o infarto se tornou foco da atenção de cardiologistas e 
ginecologistas por ser a principal causa de óbitos entre as mulheres, excedendo em 5 a 6 vezes 
os óbitos causados por câncer de mama e, em pelo menos 2 vezes, a soma de todas as causas 
específicas do sexo feminino, como mortalidade materna, cânceres de ovário, trompa, 
endométrio e outros. Ressalta-se que a coronariopatia, na mulher, é desenvolvida na 
 
1ROCHA, F. L.; ROQUE, F. R.; OLIVEIRA, E. M. Esteróides anabolizantes: mecanismos de 
ação e efeitos sobre o sistema cardiovascular. O Mundo da Saúde, v. 31, n. 4, p. 470-477, 
2007. 
 
 
 
16 
 
menopausa, com a queda dos hormônios ovarianos e a transição definitiva dos anos 
reprodutivos para os não-reprodutivos. Nesse estágio, a dita proteção do sexo feminino perde-
se, elevando-se em 4 vezes o risco de doença, quando comparada com a fase pré-menopausa. 
(SILVA; MARQUES, 2007, p. 212) 
Enfatiza-se a necessidade de cuidados especiais às mulheres no período da menopausa. 
As dislipidemias, em geral, prevalecem nas mulheres, basicamente, pela instalação da 
menopausa. Com o declínio dos níveis de estrogênio, ocorrem mudanças no perfil lipídico, 
com queda do colesterol HDL e aumento progressivo do colesterol LDL, do colesterol total e 
dos triglicerídeos, favorecendo o aparecimento de doença arterial coronariana (SILVA; 
MARQUES, 2007, p.236). 
Estudos de autores citados por Rocha, Roque e Oliveira (2007), avaliaram o efeito de 
esteróides na função vascular observando que a participação do endotélio na produção de 
substâncias vasodilatadoras pode estar comprometida (AMMARETAL, 2004; 
EBENBICHLER et al., 2001). O uso prolongado de esteróides anabolizantes pode estimular a 
agregação plaquetária (FERENCHICK, 1991) e aumentar a atividade da lipase 
triglicerídicahepática (HTGL). O aumento na atividade desta enzima pode estar 
correlacionado com a diminuição nos níveis plasmáticos de HDL (GLAZER, 1991), ou, 
ainda, com o aumento nas concentrações plasmáticas de LDL como resultado do aumentado 
catabolismo das VLDL (lipoproteínas de muito baixa densidade), podendo potencializar a 
aterosclerose (BALDO-ENZIETAL, 1990). A facilitação da formação de trombo pelo uso de 
esteróides anabolizantes pode estar, portanto, associada a aumentos na agregação plaquetária, 
ou, ainda, a aumentos de fatores pré-coagulantes (SADERETAL, 2001). 
Cita, ainda, Rocha, Roque e Oliveira (2007) a importância moduladora do endotélio na 
função vasomotora, capaz de produzir fatores vasoativos que podem promover o relaxamento 
ou a contração do vaso, a presença de disfunção endotelial ocasionando prejuízo na função 
vascular e o desenvolvimento de diversas patologias cardiovasculares. A diminuição na 
microvasculatura provoca um desequilíbrio entre a oferta e a demanda de oxigênio ao 
miocárdio, principalmente durante o exercício físico afetando o desempenho da função 
cardíaca. 
Portanto o uso de esteróides anabolizantes reduz a função diastólica do ventrículo 
esquerdo, ocasionando alterações estruturais e funcionais da musculatura cardíaca através de 
efeitos diretos e/ou indiretos, podendo provocar e perpetuar doenças cardiovasculares. 
17 
 
Profissionais de educação física, profissionais da saúde e poder público têm 
responsabilidades sobre a contenção do uso indiscriminado destas substâncias. O papel de 
todos é importante para equacionar esse problema de saúde pública. Há necessidade de 
reavaliação, conscientização, educação e racionalização do uso de esteróides e suas relações 
com as questões de saúde. 
3.1.5 Efeitos dos EAA no Sistema Endócrino e Muscular 
Os efeitos dos EAA sobre o aparelho reprodutor feminino incluem a redução dos 
níveis circulantes do hormônio luteinizante, do hormônio folículo-estimulante, dos 
estrogênios e da progesterona; inibição da foliculogênese e da ovulação; alterações do ciclo 
menstrual que incluem o prolongamento da fase folicular, encurtamento da fase lútea e, em 
alguns casos, ocorrência de amenorréia (TEIXEIRAet al., 2016). 
Nas mulheres, os efeitos dos EAA sobre os sistemas endócrino e reprodutivo também 
provocam vários efeitos indesejados, dentre eles: masculinização, devido ao aumento dos 
pelos faciais, tom de voz mais grave, atrofia mamária e diminuição da gordura corporal; 
irregularidades no ciclo menstrual, como amenorréia, e atrofia uterina em consequência do 
desequilíbrio hormonal; características virilizantes, como aumento da libido, hipertrofia 
clitoriana; resistência à insulina e intolerância à glicose. Dentre estes, destacam-se a 
irreversibilidade do aumento do clitóris e da modificação da voz para um tom mais 
grave(FERREIRA et al., 2007). 
Por outro lado, verificam-se indicações médicas para o uso de androgênios no 
tratamento de distúrbios ginecológicos, por vezes associados a estrogênios para a reposição 
hormonal pós-menopausa, ou para eliminar sangramentos endometrial, realizado apenas com 
estrógenos. A testosterona tem um efeito paliativo em algumas mulheres em fase de 
tratamento de câncer de mama. Doentes em fase terminal do câncer, muitas vezes também 
fazem uso desse mesmo medicamento hormonal para ganhar peso (1SOUSA, 2002, apud 
MELUZZI; SILVA FILHO, 2017). 
 
1MELLUZZI, M. D.; SILVA FILHO, J. N. Efeitos do uso de esteroides anabolizantes por 
mulheres. Ver Educación Fisica y Desportes, v. 22, n. 235, 2017. Disponível em: 
<http://www.efdeportes.com/efd235/efeitos-do-uso-de-esteroides-anabolizantes.htm>. 
Acesso em: 28 jun. 2018. 
 
18 
 
Posto isto, os medicamentos surgem, supostamente para prevenir doenças relacionadas 
com a diminuição da produção hormonal, nomeadamente, a osteoporose, doença cardíaca, 
AVC e doença senil. 
 A autora Pardini (2014,apud MELUZZI; SILVA FILHO, 2017), explica que a 
reposição hormonal de estrógeno isolado ou associado à progesterona a uma determinada 
classe de mulheres, com alto índice de fraturas, é eficaz na prevenção da perda óssea 
associada à menopausa e na redução da incidência de fratura vertebral e não vertebral. 
Embora a magnitude do decaimento na renovação óssea esteja relacionada aos níveis de 
estrogênio, a reposição em doses menores teminfluência positiva na massa óssea da maioria 
das mulheres. Com base nas ênfases, a Terapia de Reposição Hormonal na Menopausa 
(THM) é a terapia de primeira linha nesses casos. 
 Alguns autores defendem que o tratamento com testosterona aumenta a satisfação 
sexual, com influência positiva no humor e bem-estar de maneira global, bem como, atua na 
densidade óssea em mulheres com baixos níveis de testosterona. Porém, não há dados 
suficientes que possam respaldar a indicação do uso da testosterona por mulheres. A questão 
exige estudos mais aprofundados sobre o tratamento com testosterona sem estrogenoterapia 
concomitante. Este deve ser monitorizado clinicamente e, se necessário, deve-se proceder à 
avaliação laboratorial para monitorização de possíveis teores supra fisiológicos de 
testosterona (1FINOTTI, 2016, apud MELLUZZI; SILVA FILHO,2017). 
Convém citar, ainda, que os hormônios esteróides têm sido administrados para 
reposição de testosterona, nos casos em que, por algum motivo patológico, tenha ocorrido um 
déficit. Em doses terapêuticas, é utilizado também para tratamento de diversas condições 
clínicas, caracterizadas por deficiências androgênicas naturais, tais como: hipogonadismo, 
desnutrição, puberdade anormal, micropênis neonatal, deficiência parcial em idosos e 
deficiência secundária por doenças crônicas, contracepção hormonal masculina, osteoporose, 
anemia plástica, impotência sexual (por insuficiência testicular), eu nuquismo (castração) e 
 
1MELLUZZI, M. D.; SILVA FILHO, J. N. Efeitos do uso de esteroides anabolizantes por 
mulheres. Ver Educación Fisica y Desportes, v. 22, n. 235, 2017. Disponível em: 
<http://www.efdeportes.com/efd235/efeitos-do-uso-de-esteroides-anabolizantes.htm>. 
Acesso em: 28 jun. 2018. 
19 
 
baixa estatura devido à síndrome de Turner (1GOLDBERG, etal., 2012, apud OVIEDO, 
2013). 
 Neste sentido, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (2SBEM, 
2017,apud MELLUZZI; SILVA FILHO, 2017), explica que nas mulheres as dosagens de 
testosterona são úteis para diagnosticar excesso de androgênios e não sua falta. 
Em adolescentes podem ocorrer lesões no aparelho locomotor, ou seja, no sistema 
musculoesquelético, pois a estrutura osteoarticular não acompanha o crescimento 
muscular.Também pode ocorrer necrose avascular da cabeça femoral, alterações ultra 
estruturais nas fibras colágenas, risco de lesões músculo-tendíneas, tendo como fator de risco 
o aumento da força muscular acompanhada da diminuição da elasticidade dos tendões e 
fechamento precoce das epífises ósseas, sendo essa alteração irreversível (FERREIRA et al, 
2007). 
Atribuem-se, à classe dos esteróides androgênico-anabólicos constituídos por 
testosterona e afins, os efeitos ligados à diferenciação sexual (androgênicos) e retenção de 
nitrogênio (anabólicos). Na mulher adulta com hipogonadismo e na menopausada, em que o 
músculo está comprometido, além de estradiol é possível o uso de testosterona e seus 
precursores para tratar ou prevenir a astenia e sarcopenia. Estradiol também aumenta o 
desenvolvimento muscular, ativando a proliferação e diferenciação de células satélites, e 
preservando a população de mioblastos através de ação antiapoptótica. Adicionalmente, o 
estradiol fortalece a ligação da miosina a actina, essencial à contração muscular (HALBE; 
CUNHA; MORI, 2013). 
Alerta-se para a associação dos EAA com alterações da função hepática (aumento de 
transaminases, fosfatase alcalina, bilirrubina conjugadas e proteínas séricas).Também estão 
 
1OVIEDO, Eddie Alfonso Almmario. As Consequências do uso indevido dos Esteroides 
Anabolizantes Androgênicos nas esferas civil, penal e administrativa: conhecer, 
prevenir, fiscalizar e punir. Monografia apresentada para à obtenção do título de Bacharel 
em Direito, no curso de Graduação da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília. 
Orientador: Prof. Dr. Malthus Fonseca Galvão Brasília - DF 2013. Disponível em: 
<http://bdm.unb.br/bitstream/10483/5848/1/2013_EddieAlfonsoAlmarioOviedo.pdf>. Acesso 
em: 28 jun. 2018. 
 
2MELLUZZI, M. D.; SILVA FILHO, J. N. Efeitos do uso de esteroides anabolizantes por 
mulheres. Ver Educación Fisica y Desportes, v. 22, n. 235, 2017. Disponível em: 
<http://www.efdeportes.com/efd235/efeitos-do-uso-de-esteroides-anabolizantes.htm>. 
Acesso em: 28 jun. 2018. 
 
http://bdm.unb.br/bitstream/10483/5848/1/2013_EddieAlfonsoAlmarioOviedo.pdf
20 
 
descritos casos de icterícia, geralmente após 2 a 5 meses de consumo e colestase, 
principalmente com os agentes alquilados. Ainda estão associados com peliose hepática 
(quistos hemorrágicos no fígado) e adenomas hepatocelulares, sobretudo se administrados em 
altas doses (ROCHA; AGUIAR; RAMOS, 2014). 
Outros problemas hepáticos têm sido documentados, como hepatite peliótica (cistos de 
sangue no fígado e de etiologia desconhecida), além do risco aumentado de câncer hepático.O 
risco para problemas hepáticos parecem estar relacionados, principalmente, ao uso abusivo de 
EAAorais (17α-alquilados), por serem mais tóxicos e resistentes ao metabolismo hepático 
(HOFFHMAN; RATAMESS,2006). 
Apesar dos efeitos indesejáveis o uso terapêutico dos EAA pela comunidade médica, a 
partir da década de 50, está sendo empregado no tratamento de: hipogonadismo, micropênis 
neonatal, deficiência androgênica em homens idosos, na contracepção hormonal masculina, 
no tratamento de osteoporose (favorecendo o equilíbrio de cálcio e reduzindo a reabsorção 
óssea), na anemia causada por falhas na medula óssea ou nos rins, notratamento de câncer de 
mama avançado, em jovens com estatura exagerada, na sarcopenia relacionada ao HIV em 
pacientes hipogonadais e eugonadais, sarcopenia relacionada a cirrose alcoólica, a doença 
pulmonar crônica, e da sarcopenia em pacientes com queimaduras graves, além de promover 
benefícios a portadores da síndrome de Turner e de Duchenne (1SILVA et al., 2002,apud 
FONINI, 2006). 
É necessário, portanto, ressaltar que o uso terapêutico se aplica de inúmeras formas e 
para inúmeras patologias, e as doses, fármacos ou formas de administração se distinguem 
justamente neste ponto ao se falar do uso para efeitos sobre a composição corporal e/ou ao 
desempenho esportivo. Segundo o Colégio Americano de Medicina Desportiva, na presença 
de uma boa dieta, a utilização de EAA contribui para o aumento de peso, principalmente no 
compartimento de massa corporal magra(FONINI, 2006). 
 
 
1FONINI, Ricardo Ubiratã. Descrição e implicância do uso de esteróides anabólicos 
androgenicos sobre o organismo humano. Monografia apresentada ao Curso de 
Licenciatura em Educação Física, do Departamento de Educação Física, Setor de Ciências 
Biológicas, da Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2006. Disponível: 
<https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/48248/MONOGRAFIA%20RICARDO%
20UBIRATA%20FONINI.pdf>. Acesso em: 28 jun. 2018. 
 
https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/48248/MONOGRAFIA%20RICARDO%20UBIRATA%20FONINI.pdf
https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/48248/MONOGRAFIA%20RICARDO%20UBIRATA%20FONINI.pdf
21 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Para a realização deste estudo foram utilizados estudos de autores que discorreram 
sobre os efeitos dos EAA, no organismo humano, considerando a escassa literatura sobre os 
efeitos dos anabolizantes no organismo feminino, em seus estudos. Lima e Cardoso (2011) 
estudaram a fisiologia hormonal dos esteróides e seus mecanismos de ação, reforçando a 
colocação de que a totalidade dos efeitos colaterais associados ao uso de EAA por um longo 
período, tanto em doses terapêuticas como supra fisiológicas, ainda são desconhecidas. 
Abrahin et al. (2013) registrou em seus estudos científicos e pesquisas realizadas em 
Belém (PA), a prevalência maiordo uso de EAA entre professores e estudantes de Educação 
Física, quando comparados a outros grupos de usuários. Em síntese, Machado etal. (2002), 
também realizou pesquisa em Aracaju (SE) enfatizando em seus estudos os riscos do uso de 
EAA não clínico em relação a saúde física e comportamental dos usuários. 
 Por sua vez Azambuja (2004) desenvolveu estudos sobre o uso de recursos 
ergogênicos farmacológicos por praticantes de musculação das academias de Santa Maria 
(RS) confirmando a sua utilização por este público para fins estéticos, ressaltando que a 
administração de EAA em mulheres resulta em alterações masculinizantes ocorrendo 
crescimento de pelos na face, modificação na voz e até hipertrofia do clitóris. 
Nesta contextualização os autores Bianco e Rabelo (1999); Rocha, Aguiar e Ramos 
(2014); Silva, Danielski e Czepielewski (2002);e Nascimento (2016), focaram em seus 
estudos os conceitos dos EAA, discorrendo sobre a estrutura química, como ocorrem as 
propriedades anabólicas metabolizadas pelo organismo e os efeitos de sua concentração nos 
tecidos ósseo, muscular e demais órgãos do corpo. Marques, Pereira e Aquino Neto (2003), 
conceituaram o perfil esteroidal e a importância do monitoramento do uso de EAA, 
identificando fatores que acarretam alterações. 
Nesta mesma direção Fonini (2006) descreveu sobre a implicância do uso de EAA 
sobre o organismo humano caracterizando e denominando as substancias. Estudos deste autor 
confirmou a utilização terapêutica dos EAA pela comunidade médica no tratamento de 
patologias, como no tratamento de osteoporose em idosos, incluindo neste público as 
mulheres. O autor ressalta que as doses fármacos, dietas e formas de administração se 
distinguem, contribuindo, por vezes, para o aumento de peso, principalmente no 
compartimento de massa corporal magra. 
Considerando os efeitos no organismo feminino, os estudos de Fontanella Junior 
(2015) focalizam os efeitos adversos dos EAA no aparelho reprodutor feminino, além de 
22 
 
mudanças na pele, masculinização, dores de cabeça, enfim muitas outras sequelas são geradas 
no pelo uso contínuo dessas drogas. Entre elas verifica-se o rebaixamento dos níveis dos 
hormônios luteinizantes, folículo-estimulante, dos estrogênios e da progesterona, provocando 
a inibição da foliculogênese e da ovulação, bem como, alterações do ciclo menstrual. 
Ferreira et al.(2007) abordaram tópicos relevantes sobre os mecanismos de ação e os 
efeitos colaterais dos EAA, enfatizando a importância da prevenção quanto aos efeitos 
colaterais. Para os autores os efeitos indesejáveis dos EAA influenciam o sistema endócrino e 
reprodutivo das mulheres resultando no desequilíbrio hormonal e na redução dos níveis 
circulantes do hormônio luteinizante. 
 Assim também, Teixeira et al.(2016), referenciou em suas pesquisas bibliográficas 
sobre o uso de EAA e outros suplementos que estas substâncias vêm aumentando, 
ultrapassando o esporte e ganhando espaço na sociedade. Suas pesquisas ratificaram os efeitos 
dos EAA sobre o aparelho reprodutor feminino incluindo a redução dos níveis circulantes do 
hormônio luteinizante e as implicações no sistema endócrino e muscular confirmando os 
estudos citados anteriormente. 
Sobre a questão, Meluzzi e Silva Filho (2017), em artigo realizado através de revisão 
de literatura, conclui que os EAA estão sendo agregados, de forma indiscriminada, para a 
melhora do desempenho em atividades físicas e para fins estéticos. A pesquisa dos autores 
também condena o uso não terapêutico dos EAA evidenciando as mudanças provocadas no 
organismo feminino. Porém, observa que os efeitos dos EAA podem positivos quanto 
negativos para a saúde das mulheres, citando indicações médicas para o uso de androgênios 
no tratamento de distúrbios ginecológicos, por vezes associados a estrogênios para a reposição 
hormonal pós-menopausa. Assim, recomenda seu uso com orientação por profissionais da 
área médica e confirma a necessidade de estudos mais aprofundados sobre o tratamento com 
testosterona sem estrogenoterapia concomitante. 
Nesta discussão enfatizam-se os estudos de Haluch (2014) em seu site, quando 
referem-se a ação susceptível dos receptores de serotonina 5HT (1B) ou 5HT (2) e o seu papel 
na mediação de estados emocionais e na mudança de comportamento entre abusadores de 
esteroides. Este autor refere-se aos efeitos neuroquímicos dos EAA em mulheres relatando os 
efeitos fisiológicos. Os estudos de Tonsa (2014) também apresentam as funções da serotonina 
no organismo, quanto às sensações de bem estar, bem como, relata as anormalidades que 
ocorrem no metabolismo com a sua falta, envolvendo condições neuropsíquicas sérias, como: 
Mal de Parkinson, Distonia neuromuscular, tremor familiar, síndrome das pernas inquietas, 
23 
 
problemas com o sono, além de outros males como agressividade, comportamento 
compulsivo e problemas afetivos. 
Merece ênfase também o estudo de Pardini (2014) sobre Terapia de Reposição 
Hormonal na menopausa considerando a importância do uso terapêutico dos hormônios. Este 
autor expõe em sua pesquisa o risco-beneficio da utilização de EAA por mulheres, e a 
necessidade de se promover a administração controlada de estrógenos associados à 
progesterona em mulheres no período da menopausa. 
Silva e Marques (2007) através de seus estudos concluíram que o infarto está matando 
mulheres mais do que o câncer de mama. Sua pesquisa apontou que uma em cada duas 
mulheres vem a óbito por IAM (Infarto Agudo do Miocárdio) ou acidente vascular encefálico 
(AVE) excedendo em até 6 vezes os óbitos causados por câncer de mama e excluindo 
significativamente a mortalidade por outros tipos combinados de neoplasias. Salienta que este 
índice pode ser explicado pela queda de estrógeno na menopausa, uma vez que, os estrogênios 
promovem elevados teores de lipoproteínas de alta densidade (HDL) responsáveis por manter 
as artérias livres de arteriosclerose. 
Oviedo (2013) realizou estudos sobre as consequências do uso indevido dos EAA nas 
esferas civil, penal e administrativa enfatizando o grande problema a cerca das vendas ilegais, 
falsificações e condições de higiene em sua fabricação. Em seus estudos também se refere aos 
riscos de AVC pelo uso de EAA decorrente da influencia nos níveis do HDL da corrente 
sanguínea comprometendo o sistema cardiovascular. Conclui-se que a utilização de 
esteróides anabolizantes por mulheres necessita maior atenção considerando, também, os 
riscos de infarto. 
Rocha, Roque e Oliveira (2007) também avalia o efeito de esteróides na função 
vascular, citando estudos de vários autores com relação a produção de substancias 
vasodilatadoras, estímulo à agregação plaquetária, potencialização à arteriosclerose, bem 
como a disfunção endotelial que pode ocasionar levando prejuízo à função vascular e o 
desenvolvimento de diversas patologias cardiovasculares. 
Outros autores como Halbe, Cunha e Mori (2013) referem-se em seus estudos a função 
do estradiol no desenvolvimento muscular, ativando a proliferação e diferenciação de células 
satélites, e preservando a população de mioblastos através de ação antiapoptótica. Hoffhman e 
Ratamess (2006), fazem considerações sobre os problemas hepáticos decorrentes do uso EAA 
como hepatite peliótica (cistos de sangue no fígado e de etiologia desconhecida), além do 
risco aumentado de câncer hepático. 
24 
 
Enfatizam-se os estudos de Pedroso (2012) sobre a ação dos EAA no sistema nervoso 
central evidenciando os efeitos neurológicos negativos consideráveis em decorrência do uso 
abusivo ou crônico de esteróides anabolizantes. 
Evidenciaram-se nos estudos dos autores, os efeitos adversos do uso dos esteróides 
anabolizantes, os quais são proporcionalmente maiores do que os benefícios. Conforme 
estudos laboratoriais e terapêuticos a ocorrência de tumores no fígado, problemas no sistema 
cardiovascular, aparelho reprodutor e noestado psicológico dos indivíduos sobrepõe-se aos 
efeitos positivos. 
Diante das evidencias frisa-se a importância de estudos mais aprofundados sobre 
alterações fisiológicas, cardiovasculares, neuro-hormonais ou estruturais e psicológicas 
decorrentes do uso de esteróides anabolizantes para melhor entendimento dos efeitos adversos 
de uma droga em consumo crescente na sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
5. CONCLUSÃO 
Este estudo bibliográfico registrou resultados positivos no uso terapêutico para o 
tratamento de anomalias decorrentes da falta de hormônios em mulheres. Quando 
clinicamente controlado, pode contribuir fisiologicamente para obtenção de resultados 
favoráveis. 
No entendimento dos autores estudados, os efeitos adversos negativos abrangem 
maiores proporções do que os benefícios. Apontaram para os riscos de doenças coronarianas, 
implicações no sistema nervoso central, sistema muscular, hepático e alterações 
psicossomáticas desenvolvidas pelo uso abusivo dessas substâncias. 
Na busca por um corpo perfeito, o uso de esteróides anabolizantes androgênicos vem 
aumentando, fazendo-se necessária a conscientização educacional sobre as potenciais 
seqüelas que o uso pode causar. 
 
. 
 
 
26 
 
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