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Psicologia Forense
data: 01/03/23
→ A psicologia surgiu no Brasil logo no início do sec. XX,em um primeiro momento associado à Pedagogia. A partir de 1950 organizaram - se os primeiros cursos de formação de Psicologia e em 1962 se deu a regulamentação da profissão.
→ Tal como a Psicologia (ciência e profissão) , a área da psicologia jurídica também é recente em nosso país e floresceu a partir de 1955, com a edição no Brasil do livro espanhol Manual de Psicologia Jurídica, de Mira y Lopes (2008), um marco para essa área de conhecimento.
OBS: A psicologia jurídica diz respeito aos saberes psicológicos voltados para a prática do Direito. Dessa forma, o psicólogo coopera com o juiz, provendo análises da realidade psicológica e do contexto no qual os agentes do caso se encontram.
REFERÊNCIA HISTÓRICA: Sendo relativamente nova no Brasil, a psicologia jurídica, assim como a profissão do psicólogo. Sendo que a preocupação com a avaliação psicológica do criminoso, principalmente em relação aos portadores de doenças mentais, é muito antiga. 
De acordo com Lago et al. (2009), durante a idade média, as pessoas consideradas loucas podiam ter uma vida relativamente livre. Foi somente no séc. XVII, que os doentes mentais passaram a ser condenados à reclusão, sendo criado diversos estabelecimentos para indivíduos que ameaçavam a ordem e a moral da sociedade. 
Ainda conforme Lago et. al (2009), no séc. XVIII, Philippe Pinel (1745 - 1826), um médico francês, passou a liberar essas pessoas dos manicômios, prestando-lhes atendimento médico.
Leal (2008) versa que no início do séc. XIX, na França, alguns crimes foram desvendados por médicos, requisitados por juízes que queriam compreender a razão das ações criminosas que não eram motivadas por lucro financeiro ou paixões e que também não partiam de indivíduos que se encaixavam em quadros clássicos de loucura. Esses crimes pareciam ter outra estrutura, que se acreditava estar enraizada na própria natureza humana. 
Já na segunda metade do séc. XIX, a psicologia jurídica ficou em evidência com a publicação do livro Psychologie Naturelle, de Prosper Despine, em 1868, que apresentou estudos de casos de alguns criminosos da época.
De acordo com Leal (2008), nos seus estudos, Despine concluiu que, com exceção de poucos casos, os delinquentes não apresentavam enfermidades físicas ou mental, e que as anomalias dos delinquentes seriam de ordem de tendências e comportamentos morais, não afetando a capacidade mental dos sujeitos. Dessa forma, eles eram levados a agir desta maneira em virtude de tendências nocivas como o ódio, a vingança, a avareza, etc. (Leal,2008).
Para Despine, o delinquente possui deficiência ou carece de interesse por si mesmo, não possui empatia para com as pessoas, lhe faltando consciência moral e sentimento de dever, não é prudente nem simpático, nem mesmo capaz de arrependimentos. (Leal,2008).
OBS: Despine, ficou conhecido como o fundador da psicologia criminal e reconheceu a importância de + estudos relativos à essa linha de investigação.
Segundo Leal (2008) , outros pesquisadores, anteriores à Despine, já haviam realizado estudos a respeito da criminalidade; porém, apesar dos seus esforços na descrição dos aspectos psicológicos dos crimes e dos delinquentes, esses autores não tiveram a preocupação de construir uma teoria a respeito de seus dados e mostraram pouco rigor metodológico para a escolha dos casos.
OBS: Ainda conforme Leal (2008), por volta de 1875, o estudo da criminalidade passou a ser feito por meio da relação entre crime e criminosos.
Os novos estudos buscavam o entendimento dos fatores determinantes da criminalidade, da personalidade do delinquente e da sua conduta, e também exploravam as formas de ressocialização dos sujeitos delinquentes.
OBS: Esses estudos tinham como objetivo o esclarecimento dos atos a fim de poder preveni-los, evitando assim a sua reincidência.
Assim, a criminologia surge no cenário das ciências humanas , quando busca chegar ao diagnóstico etiológico do crime. Nessa busca por compreender e interpretar as causas da criminalidade, os mecanismos do crime e do ato criminal em si, conclui-se que esses fatores fazem parte do escopo delinquente, sendo assim uma expressão de sua personalidade.
OBS: Estudos do alemão Hans Kurella ( 1858- 1916), de 1893, sugeriram alguns traços característicos dos delinquentes: o parasitismo, a tendência a mentir, a falta de sentimento de honra, a falta de piedade, a crueldade, a presunção e a ânsia por prazeres.
Abragam Baes (1834- 1908), outro autor da mesma época, fala sobre a influência do meio sobre as tendências psíquicas das pessoas.
Hans Gross (1847-1915), pesquisador, jurista e criminologista austriaco, escreveu sobre os fatores psíquicos, que podem tomar parte na investigação e no julgamento do delito. Gross foi também o primeiro a produzir uma crítica da prova e do testemunho, desenvolvida mais tarde como um ramo da psicologia criminal.
Gustavo Aschaffenburg (1866 - 1944), por sua vez, publicou em 1908 uma revista de psicologia criminal, produzindo grande quantidade de material sobre o assunto e muitos outros estudos de caso. 
Segundo Brito (2012), a aproximação da psicologia com o direito, a partir das demandas do poder judiciário,ficou conhecida como psicologia do testemunho e tinha como objetivo realizar as pesquisas que pudessem indicar parâmetros que aferisse a fidedignidade ou não dos relatos dos indivíduos envolvidos em processos jurídicos. Ainda conforme a autora, essas pesquisas eram realizadas em laboratórios experimentais, nos quais desenvolveram estudos sobre a memória, a sensação e a percepção. Conforme Bastos (2003), foram também desenvolvidos testes que eram aplicados aos indivíduos a fim de compreender os comportamentos passíveis de ação jurídica. 
data: 08/03/23
Segundo Lago et al. (2009), psicólogos alemães e franceses desenvolveram trabalhos empírico experimentais sobre o testemunho e sua influência nos processos judiciais. Ainda de acordo com Lago et al. (2009),a partir dos estudos relacionados aos sistemas de interrogatório, a detecção de falsos testemunhos, as amnésias simuladas e aos testemunhos de crianças, houve uma ascensão da psicologia do testemunho.
Assim, os psicólogos clínicos começaram a colaborar com os psiquiatras nos exames psicológicos legais. Com o advento da psicanálise, o sujeito passou a ser valorizado de uma forma mais compreensiva, e o psicodiagnóstico criou força.
Lago et al. (2009), relata que pacientes mais graves eram tratados por psiquiatras em função da possibilidade de internação, e os menos graves, por psicólogos, que tinham o objetivo de buscar uma compreensão mais descritiva de sua personalidade.
No fim, por meio de estudos comparativos e representativos,foi demonstrado que os diagnósticos de psicologia forense podiam ser melhores que os dos psiquiatras. 
Por volta de 1950, Mira y Lopes publicaram o livro Manual de Psicologia Jurídica, descrevendo os fatores que levaram as pessoas a reagirem em situações de conflito e os classificando em herdeiros ( divididos em constituição corporal, temperamento e inteligência), mistos (referentes à caráter) e os adquiridos (experiências prévias de situações análogas, constelações, situação externa atual, tipo médio de reação social (coletiva), modo de percepção da situação).
No Brasil, a história da psicologia jurídica parece estar ligada ao surgimento da psicologia como uma área de conhecimento independente dentro das universidades . 
De acordo com Rovinski (2009), a ascensão dessa área de estudos se deu com a vinda de estrangeiros, como o polonês Waclaw Radecki (1887 - 1953) , que foi responsável pela criação do primeiro laboratório de psicologia da colônia de psicopatas, no Engenho de Dentro em 1937, que atualmente pertence à UFRJ. 
Em virtude da profissão do psicólogo somente ter sido reconhecida em 1962, no Brasil, a psicologia consiste nos saberes e fazeres dos campos médicos, filosóficos e educacional, por isso o Instituto de Psicologia era apenas um órgão suplementarda UFRJ. Mais tarde, em 1965, o Manual de Psicologia Jurídica de Mira y Lopes, foi editado no Brasil e se tornou um marco para essa área de conhecimento.
Conforme Brito (2012), essa publicação foi responsável por afirmar a psicologia como uma ciência que oferece as mesmas garantias de seriedade e eficiência que as outras disciplinas biológicas e atestar que os dados comprovados matematicamente, aferidos por meio de testes e traduzidos em percentis, garantem critérios de objetividade e neutralidade científica que embasam os trabalhos e pesquisas da área. Nesse livro estão contidas provas e técnicas que podem aferir e obter máxima sinceridade do testemunho, com a possibilidade de determinar a periculosidade dos entrevistados. A partir dele, fica evidente a relação da psicologia jurídica com o direito penal.
Outros pesquisadores, tanto do direito como da psicologia, se interessaram pelas questões da psicologia jurídica. Um exemplo, conforme Rovinski (2009), é Eliezer Schneider, um dos pioneiros da psicologia no Brasil, formado inicialmente em Direito, e que posteriormente ingressou no instituto de psicologia, em 1941.
Embora também tenha trabalhado com a psicometria, Schneider buscou compreender a personalidade do criminoso, a influência do sistema penal na recuperação(ou não) do preso e o papel de punição.
Além disso, se destacou, posteriormente, por estudar as influências sociais, culturais e econômicas na personalidade do criminoso, conforme Rovinski (2009), ao longo de sua carreira. Eliezer se destacou como docente e sempre buscou inserir nos currículos dos diversos cursos de formação de que participou a disciplina de psicologia jurídica. Esses dados históricos são relevantes para que possamos desenvolver uma reflexão sobre a prática profissional da psicologia junto às instituições e também sobre as mudanças que ocorreram ao longo do tempo, principalmente a partir de 1980. Isso porque, na primeira metade do séc. XX, os psicólogos eram vistos como meros “testólogos”, conforme Lago et al. (2009),pois eram responsáveis por realizar os testes e exames necessários para os psicodiagnósticos, considerados instrumentos que forneciam dados comprováveis matematicamente para os profissionais do Direito.
Segundo Bastos (2003), a prática profissional da época se baseava quase que exclusivamente na realização de perícias, exames criminológicos e pareceres psicológicos com base no psicodiagnóstico. Já nos dias atuais, o psicólogo utiliza estratégias de avaliação psicológica com objetivos bem definidos, visando a obter respostas para a solução de um problema.
De acordo com Lago et al. (2009), embora a testagem ainda seja uma atividade importante, entende-se que ela é apenas um recurso de avaliação . Além disso, o papel do psicólogo extrapolou a sua atuação, que inicialmente era estritamente na área criminal e se inseriu em outras esferas das instituições judiciárias.
A psicologia jurídica é um dos campos que mais cresceram nos últimos anos, tanto nacionalmente quanto internacionalmente. De certa forma, a psicologia jurídica já era praticada muito antes de a profissão do psicólogo ser regulamentada, mas após a sua regulamentação, o psicólogo pode ser incluído nas instituições jurídicas de forma oficial. 
A psicologia jurídica é uma área de especialidade da psicologia que, embora resulte em novos conhecimentos, a partir de seu estudo e desenvolvimento, pode-se utilizar do conhecimento produzido pela própria ciência psicológica.
Ainda conforme França, os objetos de estudo da psicologia jurídica são os comportamentos complexos de interesse jurídico. No entanto, é importante que se leve em consideração os limites da perícia, já que o conhecimento produzido por ela constitui um recorte da realidade, não podendo ser considerada a totalidade do indivíduo. 
OBS: A área de atuação da psicologia jurídica compreende as atividades realizadas por psicólogos em tribunais e fora deles, dando aporte ao campo do Direito.

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