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Prevenção

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O preparo adequado para lidar com uma situação de 
emergência diminui a possibilidade de ela resultar em 
morbidade significativa ou morte. O conhecimento 
prévio da condição física do paciente permite ao 
cirurgião-dentista incorporar modificações no plano de 
tratamento odontológico. 
Objetivos da Avaliação 
1. Determinar a capacidade do paciente em tolerar 
fisicamente o estresse envolvido no tratamento 
planejado. 
2. Determinar a capacidade do paciente em tolerar 
psicologicamente o estresse envolvido no tratamento 
planejado. 
3. Determinar se as modificações no plano de 
tratamento são necessárias para permitir ao paciente 
tolerar melhor o estresse envolvido no tratamento 
planejado. 
4. Determinar se o uso da sedação é justificado: 
a. Determinar qual técnica de sedação é a mais 
apropriada. 
b. Determinar se existem contraindicações a quaisquer 
medicamentos a serem utilizados no tratamento 
planejado. 
Os dois primeiros objetivos envolvem a capacidade do 
paciente em tolerar o estresse envolvido no tratamento 
planejado. Esse estresse pode ser tanto fisiológico 
quanto psicológico. Muitos, se não a maioria dos 
pacientes com condições médicas preexistentes, são 
menos capazes de tolerar os níveis usuais de estresse 
associados ao tratamento odontológico. Esses pacientes 
têm maior chance de exacerbações agudas de suas 
condições médicas preexistentes quando expostos ao 
estresse. 
Exemplos dessas condições preexistentes incluem 
angina pectoris, epilepsia, asma e anemia falciforme. 
Embora a maioria dos pacientes seja capaz de tolerar o 
tratamento odontológico, o cirurgião-dentista deve 
determinar, antes de o tratamento começar: 
(1) o problema potencial 
(2) o nível de severidade do problema 
(3) o efeito potencial no tratamento odontológico 
planejado. 
O estresse excessivo pode também ser deletério à pessoa 
que não possui comprometimento sistêmico. Medo, 
ansiedade e dor – especialmente a dor repentina e 
inesperada – podem gerar mudanças agudas na 
homeostasia corporal. Muitos pacientes odontológicos 
experimentam emergências médicas relacionadas ao 
medo (psicogênicas), as quais incluem a hiperventilação 
e a síncope vasodepressora (desmaio). 
O terceiro objetivo na avaliação física é determinar se o 
tratamento odontológico planejado requer modificações 
para permitir que o paciente tolere melhor o estresse. 
Em alguns casos, um paciente saudável pode tolerar o 
tratamento fisicamente, mas é incapaz de fazê-lo 
psicologicamente. 
O paciente com comprometimento médico também se 
beneficia com as modificações no plano de tratamento 
que visem a minimizar o estresse. Os cirurgiões-
dentistas devem sempre se lembrar de que pacientes 
com comprometimento sistêmico (como tantos outros 
pacientes que não tenham comprometimento sistêmico) 
constantemente temem o tratamento odontológico, o 
que pode aumentar o risco de uma emergência médica 
quando combinado à tolerância reduzida para o estresse. 
Protocolos para redução do estresse, auxiliam o 
cirurgião-dentista a minimizar o estresse provocado 
pelo tratamento odontológico (p. ex., intraoperatório, 
pré-operatório). Quando o paciente precisar de ajuda 
para lidar com o tratamento odontológico, o cirurgião-
dentista pode considerar o uso de sedação. Determinar 
a necessidade dessas técnicas, selecionando a mais 
apropriada e escolhendo o(s) medicamento(s) mais 
apropriado(s) para o paciente, faz parte do objetivo final 
da avaliação física. 
Avaliação Física 
O termo avaliação física descreve as etapas envolvidas 
no preenchimento dos objetivos já mencionados. A 
avaliação física na odontologia consiste – minimamente 
– no questionário de história médica, exame físico e 
diálogo com o paciente (anamnese). 
Munido dessas informações, o cirurgião-dentista pode 
melhor (1) determinar a condição física e psicológica do 
paciente, permitindo ao dentista (2) atribuir uma 
classificação do fator de risco do paciente; (3) buscar 
consulta médica; e (4) instituir modificações 
apropriadas no tratamento. 
Questionário de história médica 
Prevenção 
O uso de um questionário de história médica, escrito e 
preenchido pelo paciente, é uma necessidade moral e 
legal nas profissões de saúde. Além disso, um 
questionário de história médica fornece ao cirurgião-
dentista informações valiosas sobre a condição física e 
psicológica do paciente. 
Muitas versões desses questionários de história médica 
estão disponíveis. Entretanto, existem dois tipos 
básicos: um formulário resumido da história médica e 
um formulário mais completo. O formulário reduzido, 
com geralmente uma página, fornece informação básica 
sobre a história médica do paciente e idealmente é 
adequado para o cirurgião-dentista que possua 
experiência clínica considerável em avaliação física. 
Para usar o formulário reduzido efetivamente, o 
cirurgião-dentista deve ter um entendimento completo 
do diálogo com o paciente, necessário para auxiliar na 
determinação da avaliação do risco. 
O dentista também deve ser experiente no uso e na 
interpretação das técnicas de avaliação física. 
Infelizmente, muitos profissionais utilizam esse 
formulário reduzido ou uma modificação deste, em 
primeiro lugar, como forma de conveniência para seus 
pacientes. O formulário completo, geralmente com duas 
ou três páginas, fornece um sumário detalhado da 
condição física passada e atual do paciente. Ele é 
utilizado com frequência nos estabelecimentos de 
ensino, e para tal é o ideal. 
Qualquer questionário de história médica pode se 
mostrar extremamente valioso ou totalmente 
dispensável. O valor final do questionário reside na 
capacidade do cirurgião-dentista em interpretar o 
significado das respostas e de obter a informação 
adicional pelo exame físico e diálogo com o paciente. 
O histórico de saúde é dividido em seções relacionadas 
aos sinais e sintomas (“Você já vivenciou?”), doenças 
diagnosticadas (“Você tem ou já teve?”), tratamentos 
médicos (incluindo medicamentos e outros 
componentes fisiologicamente ativos) e diversas outras 
questões. 
Uma crítica sobre a maioria dos questionários 
atualmente disponíveis é a ausência de questões sobre 
os sentimentos dos pacientes em relação à odontologia. 
Recomenda-se que uma ou mais questões relacionadas 
ao assunto sejam incluídas: (1) Você se sente muito 
nervoso em relação ao tratamento odontológico? (2) 
Você já teve uma experiência ruim no consultório 
odontológico? 
Questionário de história médica 
1.A sua saúde geral é boa? 
Comentário: uma pergunta genérica buscando a 
impressão geral que o paciente tem sobre a sua saúde. 
Estudos têm demonstrado que uma resposta “sim” à 
essa pergunta não necessariamente está correlacionada 
com a saúde atual do paciente. 
2. Houve alguma mudança na sua saúde no último 
ano? 
3. Você já foi hospitalizado ou teve alguma doença 
séria nos últimos 3 anos? Em caso positivo, por quê? 
4. Você está sob tratamento médico agora? Qual o 
motivo? Qual a data do último exame médico? Qual 
a data do último exame odontológico? 
Comentário: As questões 2, 3 e 4 buscam informações 
sobre mudanças recentes na condição física do paciente. 
Em todos os casos de resposta positiva, um relato 
profundo pelo paciente deve ocorrer, determinando a 
natureza precisa da mudança no estado de saúde, tipo de 
procedimento cirúrgico ou doença, bem como os nomes 
de quaisquer medicamentos que o paciente possa estar 
usando para tratar no problema. 
5. Você já teve problemas com algum tratamento 
odontológico prévio? 
Comentário: Eu percebo que muitos adultos ficam 
relutantes em admitir verbalmente ao dentista, 
higienista, ou assistente, seus temores sobre o 
tratamento odontológico, por medo de serem rotulados 
de “crianças”. Isto é especialmente verdadeiro com 
homens jovens, no final da adolescência ou no começo 
da 2ª década de vida; eles tentam “encararcomo 
homens” ou “aceitar uma situação difícil porque não há 
nada a ser feito” em vez de admitir seus temores. Com 
frequência, tal comportamento viril resulta em um 
episódio de síncope vasodepressora. 
6. Você está com dor agora? 
Comentário: O principal motivo desta questão se 
relaciona à odontologia. Seu objetivo é determinar o que 
motivou o paciente à busca do tratamento odontológico. 
Se dor ou desconforto estiverem presentes, o cirurgião-
dentista pode precisar tratar o paciente imediatamente 
ou emergencialmente, enquanto numa situação mais 
normal o tratamento pode ser postergado até visitas 
futuras. 
7. Dor torácica (angina) 
Comentário: Um histórico de angina (definida, em 
parte, como dor torácica desencadeada pelo esforço e 
aliviada pelo repouso) geralmente indica a presença de 
um grau significativo de doença da artéria coronária 
com isquemia do miocárdio. O fator de risco para o 
paciente típico com angina estável é classe 3 na 
American Society of Anesthesiologists (ASA). A 
redução do estresse é extremamente recomendada para 
estes pacientes. Pacientes com angina instável ou de 
início recente representam riscos ASA classe 4. 
8. Tornozelos inchados? 
Comentário: tornozelos inchados (edema depressível 
ou edema dependente, ou sinal do cacifo) indicam 
possível insuficiência cardíaca (IC). Entretanto, veias 
varicosas, gravidez e disfunção renal são outras causas 
do edema nos tornozelos. Pessoas saudáveis que ficam 
em pé por muito tempo (p. ex., policiais e membros da 
equipe odontológica) também podem desenvolver 
edema nos tornozelos. 
9. Dificuldade respiratória? 
Comentário: Embora o paciente possa responder 
negativamente às questões específicas sobre a presença 
de diversas desordens cardíacas e pulmonares (p. ex., 
angina pectoris, insuficiência cardíaca, enfisema 
pulmonar), sinais e sintomas clínicos de doença 
cardíaca ou pulmonar podem estar evidentes. Uma 
resposta positiva a essa questão nem sempre indica que 
o paciente tem tal doença. Para determinar com mais 
precisão a condição do paciente antes do tratamento 
odontológico, uma avaliação posterior é sugerida. 
10. Perda recente de peso, febre, suores noturnos? 
Comentário: a questão se refere principalmente a 
ganho ou perda inesperada de peso, e não à dieta 
intencional. Mudanças inesperadas no peso indicam 
insuficiência cardíaca, hipotireoidismo (aumento de 
peso), hipertireoidismo, carcinoma generalizado, 
diabetes melito não controlado (perda de peso), ou 
muitas outras desordens. A presença de febre e suores 
noturnos deve ser pesquisada, a fim de determinar se 
esses sintomas são inocentes ou talvez pistas para a 
presença de um problema mais significativo, como 
tuberculose. 
11. Tosse persistente, tosse com sangue? 
Comentário: uma resposta positiva a essa questão 
exige um diálogo profundo para determinação da causa 
da tosse persistente ou da hemoptise (esputo tingido de 
sangue). As causas mais comuns da hemoptise são 
bronquite/bronquiectasia, neoplasias e tuberculose. 
Uma tosse crônica pode indicar tuberculose ativa ou 
outras desordens respiratórias crônicas, como a 
bronquite crônica. Tosse associada à infecção do trato 
respiratório superior confere uma classificação ASA 2 
ao paciente, enquanto uma bronquite crônica num 
paciente que fumou mais de um maço de cigarros 
diariamente pode indicar doença pulmonar crônica e 
conferir uma classificação de risco ASA 3 ao mesmo. O 
cirurgião-dentista deve pesar os riscos cuidadosamente 
antes de administrar depressores do sistema nervoso 
central (SNC) – especialmente os opioides e 
barbitúricos, os quais deprimem o sistema respiratório 
mais do que os outros (p. ex., benzodiazepínicos) – em 
pacientes que exibem sinais de reserva respiratória 
diminuída (ASA 3 e 4). 
12. Problemas de sangramento, a pele fica facilmente 
roxa? 
Comentário: discrasias sanguíneas como a hemofilia 
estão associadas a sangramento prolongado ou 
equimoses frequentes. Tais situações podem exigir 
modificações de certas formas de terapia odontológica 
(p. ex., cirurgia e administração de anestésicos locais) e 
assim devem ser apresentadas ao cirurgião-dentista 
antes de o tratamento começar. Modificações no plano 
de tratamento odontológico podem ser necessárias 
quando o risco de sangramento excessivo 
provavelmente estiver presente. 
13. Problemas sinusais? 
Comentário: Problemas sinusais podem indicar 
presença de alergia (ASA 2), a qual deve ser relatada no 
histórico do paciente; ou infecção do trato respiratório 
superior (ASA 2), como num resfriado comum. O 
paciente pode experimentar algum desconforto 
respiratório quando colocado na posição supina; esse 
desconforto também pode estar presente quando o 
lençol de borracha é utilizado. Modificações específicas 
no tratamento – postergar o tratamento até que o 
paciente possa respirar mais confortavelmente, limitar o 
grau de reclinação na cadeira e cancelar o uso do lençol 
de borracha – são atitudes aconselháveis. 
14. Dificuldade de deglutição? 
Comentário: A disfagia, ou dificuldade para 
deglutição, pode ter muitas causas. Antes de começar 
qualquer tratamento odontológico, o cirurgião-dentista 
deve buscar determinar a etiologia e severidade dos 
sintomas do paciente. 
15. Diarreia, constipação, sangue nas fezes? 
Comentário: Avaliação é necessária para determinar se 
problemas gastrintestinais estão presentes, muitos dos 
quais requerem que o paciente seja medicado. As causas 
para sangue nas fezes podem variar de eventos benignos 
autolimitantes a doenças seriamente ameaçadoras. 
Algumas causas comuns incluem fissuras anais, 
medicamentos que contêm aspirina, discrasias 
sanguíneas, varizes esofágicas, trauma por corpo 
estranho, hemorroidas, neoplasias, uso de esteroides 
orais, presença de pólipos intestinais e trombocitopenia. 
16. Vômito frequente, náusea? 
Comentário: Diversas causas podem levar a náusea e 
vômito. Medicamentos, entretanto, estão entre as causas 
mais comuns de náusea e vômito. Opioides, digitálicos, 
levodopa e muitos medicamentos anticancerígenos 
atuam na zona de disparo do quimiorreceptor da área 
postrema e induzem o vômito. Medicamentos que 
frequentemente induzem a náusea incluem anti-
inflamatórios não esteroidais, eritromicina, 
antiarrítmicos cardíacos, medicamentos anti-
hipertensivos, diuréticos, antidiabéticos orais, 
contraceptivos orais e muitos gastrintestinais, como a 
sulfasalazina. Infecções gastrintestinais e sistêmicas, 
virais e bacterianas, provavelmente estão entre a 
segunda causa mais comum de náusea e vômito. 
17. Dificuldade de urinar, sangue na urina? 
Comentário: A hematúria, presença de sangue na 
urina, requer avaliação para determinar a causa, 
potencialmente indicativa de infecção ou obstrução do 
trato urinário. 
18. Tonturas? 
Comentário: Uma resposta positiva pode indicar 
hipotensão postural (ortostática) crônica, hipotensão 
sintomática, anemia ou ataque isquêmico transitório 
(AIT), uma forma de acidente vascular encefálico 
temporário. Além disso, pacientes com certos tipos de 
convulsões, podem se referir aos desmaios ou ataques 
de tontura. O cirurgião-dentista deve fazer uma 
avaliação posterior, incluindo a consulta com o médico 
do paciente. Um ataque isquêmico transitório representa 
um risco ASA 3, enquanto a hipotensão postural crônica 
normalmente representa um risco ASA 2 ou 3. 
19. Tilintar nos ouvidos? 
Comentário: O tinnitus ou tinido (sensação auditiva na 
ausência de som real em um ou ambos os ouvidos, como 
uma campainha, buzina, assovio ou clique) é um efeito 
adverso comum de certos medicamentos, incluindo 
salicilatos, indometacina, propranolol, levodopa, 
aminofilina e cafeína. Também pode ser visto em 
esclerose múltipla, tumor e infarto isquêmico. 
20. Dores de cabeça? 
Comentário: A presença de dor de cabeça deve ser 
avaliada para determinara causa. Causas comuns 
incluem dores de cabeça crônicas, cefaleia em salvas, 
enxaquecas e cefaleia tensional. Se necessário, a 
consulta com o médico do paciente é justificada. O 
medicamento ou medicamentos que o paciente possa 
estar utilizando para tratar os sintomas deve(m) ser 
determinado(s), porque muitos destes agentes podem 
influenciar o processo de coagulação do sangue. 
21. Ataques de desmaio? Comentário: Veja o 
comentário para a questão 18. 22. Visão borrada ou 
turva? 
Comentário: Uma visão borrada é um achado comum 
no envelhecimento do paciente. As causas principais de 
visão borrada e cegueira incluem glaucoma, retinopatia 
diabética e degeneração macular. A visão dupla, ou 
diplopia, geralmente resulta do descompasso do 
músculo extraocular, sendo que a causa precisa deve ser 
determinada. Causas comuns incluem o dano ao 
terceiro, quarto e sexto pares de nervos cranianos, 
secundário a miastenia gravis, distúrbios vasculares e 
tumores intracranianos. 
23. Convulsões? 
Comentário: Convulsões são emergências médicas 
bastante comuns na odontologia. O candidato mais 
provável para ter uma convulsão durante o tratamento 
odontológico é o paciente epilético. Mesmo pacientes 
epiléticos cuja condição se mantém bem controlada com 
medicamentos anticonvulsivantes podem desenvolver 
convulsões em situações estressantes, como as que 
podem ocorrer no consultório odontológico. O 
cirurgião-dentista deve determinar o tipo de convulsão, 
a frequência de ocorrência e o medicamento ou 
medicamentos utilizados para impedir a convulsão, 
antes do início do tratamento odontológico. A 
modificação no plano de tratamento utilizando os 
protocolos para redução do estresse (discutido no final 
deste capítulo) é sempre desejável para pacientes com 
histórico conhecido de convulsão. Pacientes epiléticos 
com convulsões sob controle (convulsões infrequentes) 
são risco ASA 2; aqueles com ocorrência mais frequente 
representam riscos ASA 3 ou 4. 
24. Sede excessiva? 
Comentário: A polidipsia, ou sede excessiva, é 
encontrada em diabetes melito, diabetes insípida e 
hiperparatireoidismo. 
25. Micção frequente? 
Comentário: A poliúria, ou micção frequente, pode ser 
benigna (muito consumo de líquido) ou sintoma de 
diabetes melito, diabetes insípida, síndrome de Cushing 
ou hiperparatireoidismo. 
26. Secura bucal? 
Comentário: O medo é uma causa comum de sensação 
de boca seca, especialmente no consultório 
odontológico. Existem outras causas de xerostomia, 
incluindo síndrome de Sjögren e radioterapia na 
cavidade oral. 
27. Icterícia? 
Comentário: A icterícia (pele, esclera ocular e 
membranas mucosas amarelas) ocorre pela deposição 
da bile em função do excesso de bilirrubina no sangue 
(hiperbilirrubinemia). É causada frequentemente por 
obstrução dos ductos biliares, destruição excessiva das 
hemácias (hemólise) ou distúrbio no funcionamento das 
células hepáticas. A icterícia é um sinal que pode indicar 
um problema benigno, como uma pedra na vesícula, 
obstruindo o ducto biliar comum, ou indicar um 
carcinoma pancreático, envolvendo a abertura do ducto 
biliar comum no duodeno. 
28. Dores/rigidez das articulações? 
Comentário: Um histórico de dor/rigidez nas 
articulações (artrite) pode estar associado com o uso em 
longo prazo de salicilatos (aspirina) ou outros anti-
inflamatórios não esteroidais (AINEs), alguns dos quais 
podendo alterar o processo de coagulação sanguínea. 
Pacientes com artrite que utilizam corticosteroides há 
muito tempo podem ter o risco aumentado de 
insuficiência adrenal aguda, especialmente aqueles 
pacientes que pararam o uso recentemente. Esses 
pacientes podem precisar reinstituir a terapia de 
corticosteroides ou podem necessitar de uma 
modificação (aumento) nas doses durante o tratamento 
odontológico, de tal forma que o corpo responderá 
melhor a qualquer estresse adicional que possa estar 
associado com o tratamento. Devido à possível 
dificuldade de posicionar o paciente confortavelmente, 
modificações talvez se mostrem necessárias ao 
posicionar o paciente com problemas articulares. A 
maioria dos pacientes que fazem uso dos 
corticosteroides é classificada como risco ASA 2 ou 3, 
dependendo do motivo pelo qual o paciente usa tais 
medicamentos e do grau de deficiência presente. 
Pacientes com grandes deficiências causadas pela artrite 
são considerados de ASA 3. 
Você Tem ou Já Teve? 
29. Doença cardíaca? 
Comentário: Esta questão tenta detectar a presença de 
qualquer tipo de doença cardíaca. Na presença de um 
“sim”, o cirurgião-dentista deve buscar uma informação 
mais específica/detalhada sobre a natureza e severidade 
do problema, assim como uma lista de quaisquer 
medicamentos de que o paciente faça uso para tratar esta 
condição. 
30. Ataque cardíaco, anormalidades no coração? 
Comentário: Ataque cardíaco é o termo leigo para 
infarto agudo do miocárdio (IM). O cirurgião-dentista 
deve determinar o tempo que se passou desde o infarto 
do miocárdio, sua severidade e o grau de dano residual 
ao músculo cardíaco, a fim de decidir se modificações 
no plano de tratamento são necessárias. Na maioria das 
vezes, o tratamento odontológico eletivo deve ser 
postergado em 6 meses após a ocorrência do infarto. A 
maioria dos pacientes pós-infarto do miocárdio são 
considerados risco ASA 3; entretanto, um paciente que 
tenha sofrido um infarto há menos de 6 meses do 
momento do tratamento odontológico planejado deve 
ser considerado risco ASA 4. Quando o dano residual 
ao miocárdio for pequeno ou inexistente, o paciente 
pode ser considerado risco ASA 2, após 6 meses. 
Insuficiência cardíaca (IC): o grau de insuficiência 
cardíaca (fraqueza da “bomba”) deve ser examinado 
através do diálogo com o paciente (anamnese). 
Quando o paciente possuir uma condição mais séria, 
como uma insuficiência cardíaca congestiva (ICC) ou 
dispneia (respiração trabalhosa) em repouso, 
modificações específicas no plano de tratamento são 
recomendadas. Nesta situação, o cirurgião-dentista deve 
considerar se o paciente necessita de suprimento de O2 
durante o tratamento odontológico. Enquanto a maioria 
dos pacientes com insuficiência cardíaca é classificada 
como ASA 2 (leve insuficiência cardíaca sem 
incapacitação) ou ASA 3 (incapacitação ocorrendo 
durante exercício ou estresse), a presença de dispneia 
em repouso significa risco ASA 4. 
Lesões cardíacas congênitas: Um diálogo mais 
completo com paciente é necessário para determinar a 
natureza da lesão e o grau de incapacitação que esta 
produz. Pacientes com tais lesões podem representar os 
riscos ASA 2, 3 ou 4. O cirurgião-dentista pode 
recomendar uma consulta com o médico, especialmente 
nos pacientes pediátricos, para julgar a severidade da 
lesão. Alguns tratamentos odontológicos podem 
necessitar profilaxia antibiótica. 
31. Sopros cardíacos? 
Comentário: Sopros cardíacos são comuns, mas nem 
todos os sopros são clinicamente significativos. O 
cirurgião-dentista deve determinar se um sopro é 
funcional (não patogênico ou ASA 2) ou se os sinais e 
sintomas clínicos de uma estenose ou regurgitação de 
válvula estão presentes (ASA 3 ou 4) e se a profilaxia 
antibiótica é justificada. O sintoma clínico fundamental 
de um sopro cardíaco significativo (orgânico) é a fadiga 
fácil. 
32. Febre reumática? 
Comentário: Uma história de febre reumática deve 
incitar o cirurgião-dentista a fazer perguntas mais 
aprofundadas ao paciente sobre a presença de doença 
cardíaca reumática. Se a doença cardíaca reumática 
estiver presente, a profilaxia antibiótica pode minimizar 
o risco de o paciente desenvolver endocardite bacteriana 
subaguda. Dependendo da severidade da doença e da 
presença de incapacitação, pacientes com doença 
cardíaca reumática podem ser risco ASA 2, 3 ou 4. 
Modificações adicionais no plano de tratamento 
odontológico podem ser recomendadas.33. “Derrame”, enrijecimento das artérias? 
Um paciente que tenha sofrido um acidente vascular 
encefálico tem risco aumentado de sofrer outro AVE ou 
convulsão caso ocorra uma hipóxia. Se o cirurgião-
dentista utilizar sedação no tratamento desse paciente, 
apenas níveis leves, como os utilizados na sedação por 
inalação ou sedação consciente, são recomendados. 
34. Pressão sanguínea elevada? 
Nos pacientes com histórico de pressão arterial elevada, 
o cirurgião-dentista deve determinar os medicamentos 
que o paciente esteja tomando, os potenciais efeitos 
adversos desses medicamentos e quaisquer possíveis 
interações com outros medicamentos. 
35. Asma, tuberculose, enfisema ou outra doença 
pulmonar? 
Determinar a natureza e severidade dos problemas 
respiratórios é parte essencial da avaliação do paciente. 
Muitos problemas agudos no ambiente odontológico 
estão relacionados ao estresse, aumentando a carga de 
trabalho do sistema cardiovascular e as necessidades de 
oxigênio de muitos tecidos e órgãos do corpo. A 
presença de doença respiratória severa pode influenciar 
significativamente o tratamento odontológico 
planejado. 
36. Hepatite, outra doença hepática? 
37. Problemas estomacais, úlceras? 
38. Alergias a: medicamentos, alimentos, látex? 
Comentário: O cirurgião-dentista deve avaliar a 
presença de alergias no paciente antes de administrar 
qualquer tratamento odontológico ou medicamento. A 
importância desta pergunta e da sua avaliação completa 
não pode ser subestimada. 
39. Histórico familiar de diabetes, problemas 
cardíacos, tumores? 
40. AIDS? 
41. Tumores, câncer? 
42. Artrite, reumatismo? 
43. Doenças oculares? 
44. Doença de pele? 
45. Anemia? 
46. Doença venérea (sífilis ou gonorreia)? 
47. Herpes? 
48. Doenças nos rins ou bexiga? 
49. Doença da tireoide ou da adrenal? 
50. Diabetes? 
51. Tratamento psiquiátrico? 
52. Tratamentos com irradiação? 
53. Quimioterapia? 
54. Válvula cardíaca protética? 
55. Prótese articular artificial? 
56. Hospitalização? 
57. Transfusões sanguíneas? 
58. Cirurgias? 
59. Marca-passo? 
60. Lentes de contato? 
Você está fazendo uso de: 
61. Drogas recreacionais? 
62. Drogas, medicamentos, remédios sem receita 
(incluindo a aspirina), remédios homeopáticos? 
63. Tabaco de qualquer espécie? 
64. Álcool? 
Mulheres apenas: 
65. Você está/poderia estar grávida/amamentando? 
66. Fazendo uso de contraceptivos? 
Todos os pacientes: 
67. Você tem/já teve quaisquer outras doenças ou 
problemas médicos NÃO listados neste formulário? 
 Exame físico 
Mesmo sendo o completo questionário de história 
médica de tamanha importância na verificação geral da 
saúde física e psicológica do paciente, o mesmo possui 
limitações. Para que o questionário de histórico de 
saúde seja válido, os pacientes devem (1) estar cientes 
da sua condição de saúde e de quaisquer condições 
sistêmicas existentes e (2) estar dispostos a compartilhar 
esta informação com o cirurgião-dentista. 
O exame físico fornece muitas dessas informações. Tal 
exame físico na odontologia consiste nos seguintes 
passos: 
Monitoração dos sinais vitais 
Inspeção visual do paciente 
Testes funcionais, quando indicado 
Ausculta, monitoramento (via eletrocardiograma) e 
testes laboratoriais cardíacos e pulmonares, quando 
indicados 
A avaliação física mínima dos pacientes deve consistir 
na mensuração dos sinais vitais e inspeção visual do 
paciente. O valor principal desse exame é fornecer ao 
cirurgião-dentista informações importantes sobre a 
condição física do paciente, enquanto o questionário de 
saúde fornece a informação do histórico médico do 
mesmo. 
De maneira ideal, o exame físico deve ser completado 
na consulta inicial, antes do início real do tratamento 
odontológico. Os sinais vitais obtidos nesta consulta 
preliminar, conhecidos como sinais vitais basais, 
possuem duas funções. Primeiro, eles ajudam na 
determinação da capacidade do paciente em tolerar o 
estresse envolvido no tratamento odontológico 
planejado. Segundo, tais sinais vitais basais são 
utilizados como padrão durante o tratamento de 
situações emergenciais em comparação com os sinais 
vitais obtidos durante a emergência. 
Sinais vitais 
1. Pressão sanguínea 
2. Frequência e ritmo cardíaco (pulso) 
3. Frequência respiratória 
4. Temperatura 
5. Altura 
6. Peso 
7. Índice de massa corporal(IMC) 
Pressão sanguínea arterial 
Um estetoscópio e um esfigmomanômetro com 
braçadeira são necessários, sendo considerados 
equipamentos básicos. 
Para o monitoramento pré-operatório de rotina da 
pressão arterial, o paciente deve estar sentado em 
posição ereta. O braço do paciente deve repousar ao 
nível do coração, relaxado, levemente flexionado, e 
sustentado por uma superfície firme. 
O paciente deve repousar por pelo menos 5 minutos 
antes de a pressão arterial ser registrada. Isso permite 
que indivíduo relaxe de tal forma que a pressão 
sanguínea registrada esteja mais próxima da leitura 
basal. Durante este momento, o cirurgião-dentista pode 
realizar outros procedimentos não invasivos, como uma 
revisão do questionário de história médica. 
Antes de ser posicionada no braço do paciente, a 
braçadeira deve ser esvaziada. A braçadeira deve ser 
colocada em volta do braço, uniforme e igualmente, ao 
redor do mesmo, com o centro da porção inflável sobre 
a artéria braquial e o tubo de borracha ao longo da 
porção medial do braço. A margem inferior da 
braçadeira deve ficar aproximadamente 1 polegada (2,5 
cm) acima da fossa antecubital. Sabe-se que a 
braçadeira está muito apertada quando 2 dedos não 
podem ser colocados sob a margem inferior da mesma. 
Uma braçadeira apertada diminui o retorno venoso do 
braço, resultando em medições erradas (pressão 
diastólica elevada). Já quando a braçadeira está muito 
larga (um problema bem mais frequente) a mesma pode 
ser removida do braço com uma simples puxada. Uma 
leve resistência deve ser sentida quando a braçadeira 
está colocada adequadamente. 
 
 
O pulso radial no punho deve ser palpado enquanto a 
pressão na braçadeira é aumentada rapidamente até 
30mmHg acima do ponto onde o pulso radial 
desaparece. A braçadeira deve então ser desinflada 
lentamente numa taxa de 2-3 mmHg por segundo até 
que o pulso radial reapareça. Isto é chamado de pressão 
sistólica pelo método palpatório. A pressão na 
braçadeira é então liberada completamente. 
A determinação real da pressão sanguínea arterial pelo 
método auscultatório é mais precisa e requer a palpação 
da artéria braquial, a qual está localizada na região 
medial da fossa antecubital. As olivas auriculares do 
estetoscópio devem estar voltadas para frente, quando 
colocadas nos ouvidos de quem ausculta. O diafragma 
do estetoscópio deve ser posicionado firmemente na 
região medial da fossa antecubital, sobre a artéria 
braquial. 
À medida que a braçadeira vai sendo esvaziada, o som 
auscultado vai passando por mudanças na qualidade e 
na intensidade. À medida que a pressão na braçadeira se 
aproxima da pressão diastólica, os sons se tornam 
surdos e abafados, e em seguida desaparecem. A 
pressão sanguínea diastólica pode ser mais bem 
determinada no momento em que os sons cessam 
completamente. 
Alguns erros relativamente comuns associados ao 
registro da pressão sanguínea arterial incluem os 
seguintes: 
Posicionamento frouxo da braçadeira, fornecendo 
leituras falsamente elevadas, o que provavelmente se 
encontra entre os erros mais comuns. 
Uso de um tamanho errado de braçadeira, o que pode 
resultar em leituras errôneas. 
Um hiato auscultatório pode ocorrer. 
O paciente pode estar ansioso. 
Frequência e ritmo cardíacos 
A frequência (pulso) e o ritmo cardíacos podem ser 
mensurados através da palpação de qualquer artéria 
imediatamente acessível. As mais utilizadas para 
medidas de rotina (não emergenciais) incluem a artéria 
braquial,localizada na região medial da fossa 
antecubital, e a artéria radial, localizada nas regiões 
radial e volar do punho. 
Outras artérias, como a carótida e a femoral, também 
podem ser utilizadas, mas raramente em situações de 
rotina porque não são tão acessíveis. Em situações de 
emergência, a artéria carótida deve ser palpada em vez 
das outras, porque é ela que libera sangue oxigenado 
para o cérebro. A palpação imediata e precisa desta 
artéria é essencial em situações de emergências. 
Quando se palpa o pulso, o cirurgião-dentista deve 
pressionar as porções distais dos dedos indicador e 
médio sobre a pele do paciente, leve o suficiente para 
sentir a pulsação, mas não tão firmemente a ponto de 
ocluir a artéria. O polegar não deve ser utilizado para 
monitorar o pulso porque contém sua própria artéria que 
pulsa. Situações têm surgido nas quais o batimento 
cardíaco mensurado tem sido o do dentista, e não o da 
vítima. 
Orientações para avaliação clínica. Os três fatores 
abaixo devem ser examinados quando a frequência e 
o ritmo cardíacos são monitorados: 
1. Frequência cardíaca (registrada como o número de 
batimentos por minuto) 
2. Ritmo cardíaco (regular ou irregular) 
3. Qualidade da pulsação (vazio, forte, cheio ou fraco) 
A frequência cardíaca deve ser avaliada por no mínimo 
30 segundos, idealmente por 1 minuto. A frequência 
cardíaca normal em repouso num adulto varia entre 60 
e 110 batimentos por minuto. Esta taxa é 
frequentemente mais baixa em atletas bem 
condicionados e elevada em pacientes apreensivos. 
Entretanto, processos patológicos clinicamente 
significativos também podem produzir batimentos 
cardíacos lentos (< 60 bpm = bradicardia) ou rápidos (> 
110 bpm = taquicardia). 
Frequência respiratória 
A frequência respiratória deve ser imperceptivelmente 
examinada. Pacientes cientes de que sua respiração está 
sendo observada geralmente não respiram 
normalmente. Por este motivo, a respiração deve ser 
monitorada imediatamente após a frequência cardíaca 
ter sido mensurada. A pessoa que registra os sinais vitais 
deve manter seus dedos no pulso radial ou braquial do 
paciente, depois de ter acessado a frequência cardíaca, 
contando as respirações através da observação da 
elevação e depressão do tórax do paciente, por no 
mínimo 30 segundos (idealmente 1 minuto). 
Temperatura 
A temperatura deve ser monitorada oralmente, se 
possível. O termômetro, esterilizado e já com a 
temperatura reduzida, deve ser colocado sob a língua do 
paciente, o qual não deve ter ingerido, fumado ou 
bebido qualquer coisa nos 10 minutos que precedem o 
registro. O termômetro deve permanecer na boca do 
paciente, fechada, por 2 minutos antes de sua remoção. 
No Brasil, a medição da temperatura via axilar é mais 
comumente utilizada, tornando-se, assim, clinicamente 
aceitável. 
Altura e peso 
Os pacientes devem ser questionados quanto a sua altura 
e peso, duas mensurações variáveis. 
Índice de massa corporal (IMC) 
O IMC é um número calculado a partir do peso e da 
altura do paciente. Esse número é um indicador bastante 
confiável da quantidade de gordura corporal para a 
maioria dos indivíduos e pode ser utilizado 
primariamente como um método de rastreio para as 
categorias de peso que podem estar associadas com 
problemas de saúde. 
Inspeção visual 
A inspeção visual do paciente pode fornecer ao 
cirurgião-dentista informações adicionais sobre a 
condição física e o grau de ansiedade do indivíduo. A 
observação da postura, do movimento corporal, da fala 
e da pele do paciente pode ajudar o dentista na detecção 
de desordens que previamente passaram despercebidas. 
Respostas rápidas às questões ou timbres de voz 
nervosos podem indicar ansiedade e uma possível 
necessidade para sedação durante o tratamento 
odontológico. 
Procedimentos adicionais na avaliação 
Após finalizar o preenchimento do questionário de 
história médica, o registro dos sinais vitais e o exame 
físico, uma avaliação mais profunda das desordens 
médicas específicas deve ser realizada. 
Este exame físico pode incluir a ausculta do coração e 
dos pulmões, o teste dos níveis de glicose sanguínea, o 
exame da retina, os testes de função da condição 
cardiorrespiratória (p. ex., teste da apneia), o exame 
eletrocardiográfico e a bioquímica sanguínea. 
Diálogo com o paciente 
Depois de reunir as informações previamente discutidas 
sobre a condição física do paciente, o cirurgião-dentista 
deve em seguida determinar qual significado, se 
existente, destas desordens, em relação ao tratamento 
odontológico planejado. 
Reconhecimento do Medo do Tratamento 
Odontológico e da Ansiedade 
A ansiedade aumentada e o temor frente ao tratamento 
odontológico podem gerar uma exacerbação aguda dos 
problemas médicos prévios, como angina pectoris, 
convulsões e asma, assim como outros problemas 
relacionados ao estresse, como a hiperventilação e 
síncope vasodepressora. 
Um dos objetivos na avaliação do paciente é determinar 
se o mesmo é psicologicamente capaz de tolerar o 
estresse associado com o tratamento odontológico 
planejado. Três métodos estão disponíveis para permitir 
ao cirurgião-dentista reconhecer a presença de 
ansiedade. O primeiro é o questionário de história 
médica; segundo, o questionário de ansiedade; e o 
terceiro, a arte da observação. 
Exame psicológico 
Verificar ansiedade e situações traumáticas que o 
paciente pode ter passado. 
Determinação do risco médico 
Após a finalização do exame físico e odontológico e da 
decisão sobre o plano de tratamento, o cirurgião-
dentista deve revisar todas as informações e responder 
as seguintes questões: 
 Este paciente será capaz, tanto física como 
psicologicamente, de tolerar com segurança 
relativa o estresse envolvido no plano de 
tratamento odontológico proposto? 
 O paciente possui um risco maior (de 
morbidade ou mortalidade) do que o usual 
durante o tratamento planejado? 
 Se o paciente apresenta risco aumentado, quais 
modificações no plano de tratamento, se 
necessárias, podem ser utilizadas para 
minimizar o risco no tratamento proposto? 
 O risco é muito elevado para o paciente ser 
tratado no meu consultório odontológico? 
Sistema de classificação da condição física ASA 
Sistema de Classificação da Condição Física ASA 
Essa classificação é um método no qual se pode estimar 
o risco médico do paciente agendado para “anestesia” 
frente ao procedimento cirúrgico. O sistema foi 
desenvolvido, em princípio, para pacientes que 
recebessem anestesia geral, mas desde sua introdução 
tem sido utilizado em todos os pacientes cirúrgicos, 
independente da técnica anestésica (anestesia geral, 
regional ou sedação consciente mínima ou moderada). 
ASA 1: Paciente normal, saudável, sem doença 
sistêmica. 
ASA 2: Paciente com doença sistêmica leve. 
ASA 3: Paciente com doença sistêmica grave 
ASA 4: Paciente com doença sistêmica incapacitante, 
sendo uma ameaça constante à vida. 
ASA 5: Paciente moribundo sem expectativa de 
sobreviver sem cirurgia. 
ASA 6: Paciente declarado com morte encefálica, cujos 
órgãos serão removidos para fins de doação. 
ASA E: Operação de emergência de qualquer variedade, 
com o E precedendo o número para indicar a condição 
física do paciente (p. ex., ASA E-3). 
ASA 1 
Pacientes ASA 1 são considerados normais e saudáveis. 
A revisão do histórico médico, avaliação física e todos 
os parâmetros de avaliação não indicam quaisquer 
anomalias. Os órgãos e sistemas principais – coração, 
pulmões, fígado, rins e SNC – parecem estar em boa 
forma. 
Pacientes ASA 1 são capazes de subir um lance de 
escadas ou andar dois quarteirões sem desconforto 
(dificuldade respiratória, fadiga fácil e dor torácica são 
sinais de desconforto). 
Fisiologicamente, pacientes ASA 1 devem ser capazes 
de tolerar qualquer estresse associado ao tratamento 
odontológico sem risco adicionalde complicações 
sérias. 
Psicologicamente, esses pacientes possuem pouca ou 
nenhuma dificuldade em lidar com o plano de 
tratamento. Pacientes saudáveis com pouca ou nenhuma 
ansiedade no consultório odontológico são 
considerados ASA 1 representando “sinal verde” para o 
tratamento. Modificações no plano de tratamento 
geralmente não são necessárias neste tipo de paciente. 
ASA 2 
Um paciente ASA 2 possui uma doença sistêmica leve 
ou é um paciente saudável (ASA 1) que demonstra 
ansiedade e medo extremo no consultório odontológico. 
Pacientes ASA 2 são capazes de subir um lance de 
escadas ou andar dois quarteirões, antes que o 
desconforto ocasione sua interrupção. 
Pacientes ASA 2 geralmente são menos tolerantes ao 
estresse do que os pacientes ASA 1; entretanto, ainda 
representam risco mínimo durante o tratamento 
odontológico. O tratamento odontológico de rotina 
(eletivo) é permitido, contanto que seja pelo menos 
considerada a modificação no tratamento, ou seja, 
levado em consideração o histórico médico do paciente. 
Exemplos de tais considerações ou modificações 
incluem o uso de antibióticos profiláticos ou técnicas 
sedativas, limitações na duração do tratamento e 
possível consulta médica. 
Uma classificação ASA 2 deve servir como “sinal 
amarelo”, um aviso para que o cirurgião-dentista 
proceda com o tratamento odontológico, porém com 
cautela. O tratamento odontológico eletivo é justificado 
em função do aumento mínimo do risco ao paciente 
durante o atendimento. Modificações no plano de 
tratamento também devem ser consideradas. 
Exemplos de condições/pacientes ASA 2 incluem: 
Diabetes Tipo 2 (bem controlado); 
Epilepsia (bem controlada). 
ASA 3 
Pacientes ASA 3 possuem uma doença sistêmica grave 
que limita sua atividade, mas não os torna incapazes. 
Em repouso, os pacientes ASA 3 não exibem sinais ou 
sintomas de desconforto e podem viver normalmente; 
entretanto, tal desconforto é exibido quando esses 
pacientes se deparam com um estresse fisiológico ou 
psicológico. Por exemplo, um paciente que tenha medo 
do tratamento odontológico e que possui angina pectoris 
pode estar normal (sem dor torácica) na recepção, mas 
a dor surge quando é colocado na cadeira odontológica. 
Pacientes ASA 3 são capazes de subir um lance de 
escadas ou dois quarteirões, mas terão que parar pelo 
menos uma vez para descansar enquanto caminham. 
Tais quais os pacientes ASA 2, estes são pacientes 
“sinal amarelo” (proceda com cautela). O tratamento 
odontológico eletivo não está contraindicado, mas o 
risco destes pacientes durante o tratamento 
odontológico se torna aumentado. Uma consideração 
séria deve ser feita para a possível modificação no plano 
de tratamento. 
Exemplos de condições/pacientes ASA 3 incluem: 
Angina pectoris (estável). 
Condição pós-infarto do miocárdio: mais de 6 meses 
antes da consulta odontológica e sem sinais ou sintomas 
residuais significativos. 
ASA 4 
Pacientes ASA 4 possuem uma doença sistêmica 
incapacitante, a qual é uma ameaça constante a suas 
vidas. Possuem problemas médicos graves que são mais 
significativos à saúde do que o tratamento odontológico 
eletivo planejado. Sempre que possível, o tratamento 
odontológico eletivo deve ser postergado até que a 
condição médica do paciente tenha melhorado pelo 
menos para a classificação ASA 3. 
Pacientes ASA 4 são incapazes de subir um lance de 
escada ou andar dois quarteirões planos. O desconforto 
está presente mesmo em repouso. Estes pacientes 
apresentam-se no consultório odontológico exibindo 
sinais e sintomas de sua doença. 
Uma classificação ASA 4 significa “sinal vermelho”, 
um aviso de que o risco envolvido no tratamento 
odontológico é muito grande para se permitir tratamento 
eletivo. O tratamento das emergências odontológicas, 
tais como dor ou infecção, deve ser o mais conservador 
possível, até que a condição física do paciente melhore. 
Sempre que possível, o tratamento odontológico deve 
ser não-invasivo, consistindo na prescrição de 
medicamentos, como analgésicos para dor e antibióticos 
para infecção. 
Em situações nas quais a intervenção imediata é julgada 
necessária (p. ex., incisão e drenagem, extração, 
extirpação pulpar), o paciente deve ser tratado em 
ambiente hospitalar, sempre que possível, ou em uma 
clínica odontológica que seja equipada o suficiente para 
o reconhecimento e tratamento de situações de 
emergência que possam acontecer. 
Embora pacientes hospitalizados ainda sejam de risco, 
a chance de sobrevivência pode ser maior no caso do 
surgimento de uma emergência médica 
aguda.Exemplos de condições ASA 4 incluem: Angina 
pectoris instável(angina pré-infarto). Infarto do 
miocárdio: nos últimos 6 meses. 
ASA 5 
Pacientes ASA 5 são moribundos e não é esperado que 
sobrevivam por mais do que 24 horas sem cirurgia 
planejada. Pacientes ASA 5 quase sempre estão 
hospitalizados (significa que estão no hospital, casa de 
repouso, ou instituições para pacientes terminais), sendo 
estes pacientes terminalmente doentes. Podem ser 
referidos como ONR (ordem de não reanimação) ou 
pacientes “sem código”. 
O tratamento odontológico eletivo, nesses casos, está 
contraindicado; entretanto o tratamento emergencial no 
âmbito do tratamento paliativo (isto é, alívio da dor) 
pode ser necessário. Uma classificação ASA 5 é um 
“sinal vermelho” para tratamento odontológico. 
Exemplos de condições ASA 5 incluem: Doença 
hepática terminal. Câncer terminal. 
Consulta médica 
A consulta médica não deve ser feita até que a avaliação 
odontológica e física seja completada. O cirurgião-
dentista deve estar preparado para discutir amplamente 
com o médico do paciente sobre o plano de tratamento 
odontológico proposto e quaisquer problemas 
antecipados. 
Uma das considerações mais importantes na consulta 
médica é a determinação da capacidade do paciente em 
tolerar com segurança relativa o estresse envolvido no 
tratamento odontológico proposto. O aconselhamento 
proveniente do médico do paciente deve ser 
cuidadosamente considerado. Sempre que houver 
dúvida após a consulta, uma segunda opinião, talvez de 
um especialista na área, deve ser buscada. 
Após receber o aconselhamento médico, o cirurgião-
dentista deve considerar a implantação de certas 
atitudes que visem a minimizar qualquer risco potencial 
ao paciente. O cirurgião-dentista em si tem a 
responsabilidade final pelo plano de tratamento 
odontológico e pelos riscos do atendimento. Os riscos 
não podem ser compartilhados com o médico do 
paciente. 
Na maioria dos casos, a consulta com o médico altera 
muito pouco ou em nada o plano de tratamento 
odontológico. Modificações específicas no plano de 
tratamento representam etapas muito importantes que o 
dentista deve conduzir para diminuir o risco ao paciente. 
Protocolo de diminuição do estresse 
Este protocolo é desenvolvido baseado na crença de que 
a prevenção ou a redução do estresse deve começar 
antes da consulta odontológica, continuar durante o 
tratamento e seguir pelo período pós-operatório, se 
necessário. 
Reconhecimento do risco médico e ansiedade 
O reconhecimento da presença de risco médico 
aumentado ou ansiedade e medo relacionados à 
odontologia representa o ponto de partida para 
tratamento do estresse. 
Consulta médica 
A consulta médica com o médico do paciente deve ser 
considerada em situações nas quais o cirurgião-dentista 
não tem certeza do grau de risco do paciente. A consulta 
médica não é necessária, nem recomendada, para todos 
os pacientes com problemas médicos. Entretanto, a 
consulta deve ser realizada quando o dentista não tiver 
certeza sobre a natureza da desordem do paciente ou das 
possíveis interações entre o problema de saúde e o 
tratamento odontológico planejado. 
O cirurgião dentista pode precrever medicamentos para 
o paciente com ansiedade fazer uso durante a noite 
anteriorao procedimento (pré-medicação); marcar 
consultas pela manhã para evitar a ansiedade e 
consequentemente perda do dia pelo paciente, que deixa 
de fazer suas atividades diárias pela expectativa do 
procedimento (agendamento da consulta). 
Minimizar o tempo de espera, para que esse paciente 
não fique esperando por muito tempo. Antes de começar 
qualquer tratamento em um paciente com 
comprometimento sistêmico, o cirurgião-dentista deve 
monitorar e registrar de rotina os sinais vitais pré-
operatórios. Tais sinais vitais registrados devem incluir 
pressão sanguínea arterial, frequência e ritmos 
cardíacos e frequência respiratória. 
Se a redução adicional do estresse for necessária durante 
o tratamento odontológico, qualquer técnica de sedação 
ou anestesia geral pode ser utilizada. O controle 
adequado da dor é essencial na redução do estresse. 
Isto é especialmente importante no caso do paciente 
com comprometimento médico. 
O tempo de duração do tratamento é significativo 
tanto no paciente com comprometimento médico quanto 
no paciente apreensivo. A menos que a condição física 
do paciente exija consultas curtas, o cirurgião-dentista 
deve considerar os desejos do paciente e decidir sobre a 
duração apropriada. 
Controle pós-operatório da dor e ansiedade 
O controle pós-operatório da dor e ansiedade é tão 
importante quando o controle pré-operatório e 
intraoperatório. O controle pós-operatório é ainda mais 
relevante no caso do paciente que é submetido a um 
procedimento potencialmente traumático, tal como o 
tratamento endodôntico, cirúrgico ou periodontal, 
reconstrução oral extensa ou procedimentos 
restauradores. O cirurgião-dentista deve considerar 
complicações potenciais que possam surgir nas 
primeiras 24 horas depois da consulta, discuti-las com o 
paciente e tomar as providências para auxiliar o paciente 
na prevenção e no tratamento dessas situações. Estas 
providências podem incluir: 
 Estar disponível pelo telefone 24 horas por dia. 
 Monitorar o controle da dor e prescrever 
medicação analgésica quando necessário. 
 Prescrever antibióticos se houver possibilidade 
de infecção. 
 Prescrever medicamentos ansiolíticos se o 
paciente necessitar. 
 Prescrever relaxantes musculares após terapia 
prolongada ou injeções múltiplas numa área 
(como o bloqueio do nervo alveolar inferior).

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