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Fundamentos de Expressão e Linguagem Tridimensional I

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LICENCIATURA EM
 ARTES VISUAIS 
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E 
LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I
 
 
Semestre 5
Prof.ª Andréa Sulzer Gonçalves Rossi
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I�
UNIMES VIRTUAL
Universidade Metropolitana de Santos 
Campus II – UNIMES VIRTUAL
Av. Conselheiro Nébias, 536 - Bairro Encruzilhada, Santos - São Paulo
Tel: (13) 3228-3400 Fax: (13) 3228-3410
www.unimesvirtual.com.br
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.
R741l ROSSI, Andréa Sulzer Gonçalves
 Licenciatura em Artes Visuais: Fundamentos de Expressão e Linguagem 
 Tridimensional I. (por) Prof.ª Andréa Sulzer Gonçalves Rossi.
 Semestre 5. Santos: UNIMES VIRTUAL. 
 UNIMES. 2007. 106 p.
 
 1. Artes Visuais 2. Expressão e Linguagem Tridimensional I.
 
 CDD 657
www.unimesvirtual.com.br
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I �
UNIMES VIRTUAL
UNIMES - Universidade Metropolitana de Santos - Campus I e III
Rua da Cosntituição, 374 e Rua Conselheiro Saraiva, 31
Bairro Vila Nova, Santos - São Paulo - Tel.: (13) 3226-3400
E-mail: infounimes@unimes.br
Site: www.unimes.br
Prof.ª Rosinha Garcia de Siqueira Viegas
Fundadora 
 
Prof.ª Renata Garcia de Siqueira Viegas
Reitora da UNIMES
Prof. Rubens Flávio de Siqueira Viegas Júnior
Pró-Reitor Administrativo
Prof.ª Vera Aparecida Taboada de Carvalho Raphaelli
Pró-Reitora Acadêmica
Prof.ª Carmem Lúcia Taboada de Carvalho
Secretária Geral
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I�
UNIMES VIRTUAL
EQUIPE UNIMES VIRTUAL 
 
Supervisão de Projetos 
Prof.ª Ana Carolina Bazzo 
Prof.ª Creusa Maria Alves Santos 
Prof.ª Denyse Moreira Guedes 
Prof.ª Doroti de Oliveira Macedo 
Prof.ª Erika C. D’Anton Reipert 
Prof. Flávio Américo Tometti 
Prof.ª Jacqueline de Oliveira Lameza 
Prof. Marco Antonio Di Pinto 
Prof.ª Maria Emília Sardelich 
Prof.ª Maria Tereza Gingle Oliveira 
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Prof.ª Neuza Maria Souza Feitosa 
Prof.ª Regina Helena Tunes 
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Grupo de Apoio Pedagógico – GAP 
Prof.ª Denise Mattos Marino – Supervisão 
Prof.ª Alessandra Seki 
Prof.ª Denise Lemos 
Prof.ª Joice Firmino da Silva 
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Prof.ª Maria Eugênia de Oliveira Souza 
Prof.ª Monika Nascimento Moura 
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Luiz Felipe Silva dos Reis – Supervisão 
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Clécio Almeida Ribeiro 
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Felipe Sartori 
 
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William Souza - Supervisão de Edição 
Ana Paula Sandes 
Gabrielle Pontes 
Joice Siqueira 
Lílian Queirós 
Luiz Henrique Andrade de Oliveira 
Raphael Xavier
Stenio Elias Losada 
Victor Ruas da Costa
 
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Alexandre Amparo Lopes da Silva – Supervisão 
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Harald Michael Santos Puchreiter 
Marcelo da Silva Franco 
 
Apoio Administrativo 
Amanda Andrade Simões Pereira 
Angélica Dias Maria 
Anne Caroline Casimiro da Silva 
Camila Ramos de Araujo 
Cinthia da Silva Reis 
Denise Aparecida Ursini Marques Machado 
Jonia Antonia Fraiha Nunes 
Juliana Leonal Caratin Carelli 
Juliana Martins Silva 
Lisandra Aparecida Miguel da Silva 
Marília Carolina Mauricio da Silva 
Michele Pita de Oliveira 
Rúbia Lisboa da Silva Oliveira 
Simone Cristina Cristina de Lima 
Vagner Roberto de Souza Florindo 
 
Departamento Financeiro 
Antony Suzuki Perine 
Edson Reis 
Marcio Roberto Pereira 
Salim Salemi Neto
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I �
UNIMES VIRTUAL
AULA INAUGURAL
Durante nosso curso iremos estudar a importância da escultura para os dife-
rentes povos e épocas. Diferentemente das outras modalidades artísticas, a 
arte escultórica e suas técnicas desenvolveram-se num período curto. Assim 
que o homem começou a caçar percebeu que poderia fazer esculturas com 
os instrumentos que usava na caçada. Quando descobriu o fogo percebeu 
que o barro que utilizava para fazer suas figuras depois de queimadas ficava 
mais resistente e, assim, pôde utilizá-lo para utilitários, desde um simples 
pote até a construção de habitações. O fogo também derretia metais que 
possibilitaram uma nova técnica para a arte da escultura.
Além de esculpir, talhar e modelar, o homem podia moldar e, com essa 
técnica, fazer escultura em série. A cada época o homem pôde escolher o 
material que iria usar para as suas criações, pois já tinha o conhecimento 
das várias técnicas escúltóricas.
Essa variedade de técnicas possibilitava ao homem utilizar o material mais 
facilmente encontrado na região em que vivia. Se a região em que vivia era 
rica em argila, usaria a argila; se fosse rica em pedra, sua escultura seria 
feita em pedra e assim por diante.
Dominando as técnicas, o homem pôde experimentar novos materiais e 
possibilidades artísticas, e, dessa forma, contribuir para o seu tempo com 
suas criações.
Boa aula!
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I�
UNIMES VIRTUAL
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I �
UNIMES VIRTUAL
Índice
Unidade I - Arte de muitas crenças ................................................................... 11
Aula: 01 - As primeiras esculturas .............................................................................. 12
Aula: 02 - Cerâmica neolítica ...................................................................................... 14
Aula: 03 - Cerâmica do Oriente Médio ........................................................................ 17
Aula: 04 - Arte sírio-fenícia e persa ............................................................................. 19
Resumo - Unidade I ..................................................................................................... 21
Unidade II - Escultura grega .............................................................................. 25 
Aula: 05 - A escultura grega ........................................................................................ 26
Aula: 06 - Deuses e homens ....................................................................................... 29
Aula: 07 - Kouro e Kore I .............................................................................................. 32
Aula: 08 - Kouro e Kore II ............................................................................................. 35
Aula: 09 - Escultura clássica I ..................................................................................... 38
Aula: 10 - Escultura clássica II .................................................................................... 41
Aula: 11 - Arte helenística ........................................................................................... 44
Resumo - Unidade II .................................................................................................... 46
Unidade III - A arte e a sociedade cristãs .......................................................... 49 
Aula: 12 - Escultura e arquitetura romana I ................................................................. 50
Aula: 13 - Escultura e arquitetura romana II ................................................................ 52
Aula: 14 - Roma e bizantino ......................................................................................... 54
Aula: 15 - Islã e China - séculos II a XIII d.C. ............................................................... 56
Aula: 16 - A arte ocidental - séculos VI a XI ................................................................ 59
Aula: 17 - Escultura - século XII ..................................................................................61
Aula: 18 - Século XIII - o poder da Igreja ..................................................................... 64
Aula: 19 - Cortesãos e burgueses ............................................................................... 66
Aula: 20 - Final do século XV na Itália ......................................................................... 68
Aula: 21 - Alemanha e Países Baixos no começo do século XVI ................................. 70
Aula: 22 - Roma - início do século XVI ........................................................................ 73
Aula: 23 - Veneza e Itália setentrional no início do século XVI ..................................... 77
Aula: 24 - Europa católica - primeira metade do século XVII ....................................... 79
Resumo - Unidade III ................................................................................................... 81
Unidade IV - A arte européia e a cerâmica brasileira ......................................... 85 
Aula: 25 - Europa Católica, Primeira Metade do século XVII – parte II......................... 86
Aula: 26 - Itália - final do século XVII ........................................................................... 88
Aula: 27 - O século XIX ............................................................................................... 91
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I10
UNIMES VIRTUAL
Aula: 28 - O final do século XIX ................................................................................... 92
Aula: 29 - Revolução permanente – o século XIX ........................................................ 94
Aula: 30 - Arte experimental - a primeira metade do século XX .................................. 96
Aula: 31 - Cerâmica indígena ...................................................................................... 99
Aula: 32 - Escultura primitiva brasileira ..................................................................... 101
Resumo - Unidade IV ................................................................................................. 103
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I 11
UNIMES VIRTUAL
Unidade I
Arte de muitas crenças
 
Objetivos
Conhecer a função da escultura para os primeiros homens; reconhecer que todas 
as técnicas escultóricas foram criadas pelos homens pré-históricos.
Plano de Estudo
Esta unidade conta com as seguintes aulas:
Aula: 01 - As primeiras esculturas
Aula: 02 - Cerâmica neolítica
Aula: 03 - Cerâmica do Oriente Médio
Aula: 0� - Arte sírio-fenícia e persa
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I12
UNIMES VIRTUAL
Aula: 01
Temática: As primeiras esculturas
Prezado aluno, nesta aula você saberá como surgiram as 
primeiras esculturas e a importância da descoberta do fogo 
para a composição de esculturas e para a vida cotidiana, já 
que nesse período o homem deixou de ser nômade.
Desde sempre, o homem se utilizou da linguagem tridimensional para re-
presentar suas figuras: registrava os animais de sua preferência ou de seu 
conhecimento, suas caças, fazia amuletos e seus próprios instrumentos.
A primeira escultura feita pelo homem foi justamente uma escultura uti-
litária, o sílex, um objeto pontiagudo utilizado para caçar e retalhar suas 
presas. Foi feito de pedra lascada. Outras esculturas eram feitas de ossos 
de animais mortos. Eram usados tanto os ossos recobertos de carne quan-
to as galhadas de alce ou bisões.
As esculturas normalmente respeitavam o tamanho do material utilizado. Por 
falta de recursos que favoreciam a montagem, as peças eram pequenas. Se 
o osso utilizado era o osso da perna de um alce, a escultura iria respeitar esse 
tamanho, ela não poderia ser maior, pois não conseguiria juntar com outro 
pedaço. No caso das esculturas em pedras, o homem esculpia, geralmente, 
pequenos amuletos que, na maioria das vezes, cabiam em suas mãos.
 
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I 13
UNIMES VIRTUAL
O último período da pré-história, o neolítico, transformou a 
história humana. Foi nesse período que o homem deixou de 
ser nômade para ter uma vida mais estabilizada e, com isso, 
novas necessidades surgiram. Diante de novos desafios, o homem Neo-
lítico desenvolveu maneiras de tecer panos, fabricar cerâmicas, construir 
moradias, cuidar da agricultura, domesticar animais, além de descobrir o 
fogo por meio do atrito.
A descoberta do fogo fez surgir novas possibilidades para a arte tridimen-
sional. Um novo material para as esculturas: o barro, a argila, a cerâmica. 
Com a queima desse material puderam perceber sua resistência e que era 
inalterado em contato com a ação da água. A partir dessa descoberta fo-
ram feitas muitas esculturas utilitárias, como travessas, pratos, tigelas...
O artista do Neolítico também produzia cerâmicas com a preocupação es-
tética, com a beleza e não apenas com a preocupação utilitária. Com a 
descoberta do fogo também criou-se a escultura de metal.
 
As esculturas feitas de metal eram feitas a partir de uma 
forma de barro. Primeiramente, era feita essa forma de 
barro onde seria despejado o metal derretido. Depois de 
frio, a forma de barro era quebrada. O resultado era uma escultura com 
a configuração dada ao barro.
Graças ao costumes de antigas civilizações de enterrar junto com seus 
mortos seus pertences pessoais e figuras de guardiãs dos bons espíritos, 
pudemos conhecer as primeiras esculturas. As primeiras cerâmicas foram 
encontradas por volta de 5000 a.C originárias da Anatólia, Asia Menor.
 
A cerâmica sempre colaborou para o desenvolvimento de 
diferentes culturas e possibilitou intercambio entre os po-
vos. Por meio de pesquisas feitas por antropólogos, histo-
riadores e arqueólogos comprovaram, a partir das cerâmicas encontradas, 
a existência de antigos povos. Até a próxima aula!
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I1�
UNIMES VIRTUAL
Aula: 02
Temática: Cerâmica neolítica
Nesta aula falaremos das características das cerâmicas en-
contradas em várias regiões e povoados.
Para a cultura neolítica a cerâmica, como arte própria, suporte para pin-
tura e arte decorativa, era incomparavelmente superior. A argila muitas 
vezes substituiu a pedra na qualidade artística da obra escultórica. Por ser 
um material exeqüível e fácil de trabalhar, serviu para a produção escultó-
rica de consumo artesanal. O período deixou amostra significativa da arte 
escultórica, como as estatuetas femininas ajoelhadas de Samarra e Tell 
Halaf, na Mesopotâmia, os vasos antropomorfo e zoomorfo e representa-
ções femininas de Sesko e Starcevo, no sudeste Europeu.
As figuras femininas antropomorfas poucas vezes passam de 15 cm de 
altura. Sugerem representar mulheres com rasgos nos rostos. Geralmen-
te, as pernas estão separadas e os braços cruzados sobre o peito. Em 
outra série de figuras mais esquemáticas, são representadas em pé com 
as pernas juntas, às vezes muito curtas, os braços atrofiados e a cabeça 
sem detalhes. A parte inferior dessas figuras tem forma de pêra. Estas 
representações femininas se baseiam, fundamentalmente, na preponde-
rância de suas formas e nos caracteres sexuais, que representariam de 
maneira simbólica a importância que se concedia à fecundidade humana, 
bem como dos campos e rebanhos.
 
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I 1�
UNIMES VIRTUAL
No Alto Egito, as figuras de cerâmicas passaram a manifestar sua beleza 
em formas de uma elegância ondulada. A civilização criada ao redor do 
Nilo deixou um mostruário riquíssimo da criatividade de um povo que criou 
rituais de eternidade. A arte egípcia, em especial a escultura, ocupa um 
lugar de excelência por sua função social e seus conteúdos ideológicos, 
estéticos e formais. A escultura se recorta em projeção da vida religiosa, 
social e política do antigo Egito.
O valor mágico da imagem apreciada nos cultos aos mortos é uma heran-
ça da tradição do paleolítico.
Além da argila, os egípcios dispunham de uma infinidade de pedras (cal-
cário,granito, mármore...) que permitiam diferentes efeitos, variando as 
suas esculturas.
Com o objetivo de representar com realismo o defunto, o artista reproduz 
as características da raça na conformação do crânio, na silhueta nasal ou 
na delineação do olho. A cabeça era a parte mais significativa do corpo. O 
corpo era feito como se fosse apenas um simples suporte para a cabeça.
O rosto recebia uma atenção maior: o nariz, o queixo e os olhos eram real-
çados com incrustações de pedras, vidros e cobre.
A lei da frontalidade impunha que a imagem deve olhar totalmente diante 
do observador, pois ela é feita para ser observada somente de frente. Toda 
torção do corpo sugeria romper a visão frontal. Algumas, porém poucas, 
soluções eram dadas às esculturas: eram representadas sentadas, de pé 
ou iniciando uma marcha, de joelhos.
A grande característica das estátuas egípcias é a rigidez. Quando a ima-
gem é representada sentada, as possibilidades de representação dos bra-
ços são: apoiados sobre a saia e paralelos às pernas ou um braço estendi-
do e outro encolhido sobre o peito. 
 
 
O escriba sentado Anão Seneb e sua família
Cerca de 2480-2350 a. C Cerca de 2500 a.C
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I1�
UNIMES VIRTUAL
Se a figura estiver em pé, os braços se mantêm rígidos ao lado do corpo. O 
efeito não se modifica se o pé esquerdo se adianta representando o andar. 
Durante a XVIII dinastia, eram freqüentes as representações de maridos e 
mulheres sentados um junto a outro, deixando transparecer atitudes ter-
nas e íntimas.
As estátuas que representavam um casamento captam o casal abraçado 
cruzando mutuamente seus braços sobre as costas um do outro.
A escultura de Nefertiti é uma peça que recria um rosto que harmoniza a 
beleza e a majestade régia. É de calcário policromado; o rosto delicado e 
perfeito denuncia o perfil de uma princesa oriental com seu rosto oval e 
sobrancelhas arqueadas que acompanham o traço rasgado dos olhos.
O gosto pelo colossal que integrava a arquitetura e a escultura estava 
presente nos túmulos e nas imponentes esculturas que integravam esses 
túmulos. Com isso, a arte do Egito pretendia refletir o poderio, a iniciativa 
e a riqueza.
 
Templo de Ramsés II 1290-12250 a.C
 
Até a próxima aula!!!
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I 1�
UNIMES VIRTUAL
Aula: 03
Temática: Cerâmica do Oriente Médio
Nesta aula veremos a importância da argila e da cerâmica 
no Oriente Médio.
Uma das funções da argila no Oriente Médio era proteger as moradias com 
grandes plataformas e muros de contenção de água.
Ao contrário do Egito, a Mesopotâmia foi um território pobre em pedras 
e, como se sabe, os materiais sempre foram um fator determinante nas 
produções artísticas. A abundância e a qualidade da argila possibilitaram 
a modelagem e o desenvolvimento de estatuaria no qual a durabilidade 
tinha mais importância do que sua forma e função. O uso da argila era 
geral nessa civilização, pois não ficava restrita ao uso artístico. Com o 
desenvolvimento da glíptica foram usadas tabelas de argila para arquivar 
informações. Era nos templos sumérios que estavam guardadas as glíp-
ticas com as leis e regras da civilização, que eram conhecidas por me. 
Havia me para regular a sociedade, ou seja, para a produção de variadas 
tarefas. Os me eram escritos em placas de argila. As placas ou tabelas de 
argila eram os meios para a inscrição e propagação 
futura da informação. Tinham por função expandir 
idéias, cultura, civilização, sabedoria. Às placas de 
argila, depois de inscritas, eram queimadas e este-
rilizadas. Como já mencionamos, depois de queima-
da, a durabilidade da cerâmica garantia a existência 
de informação útil. Os me eram considerados como 
uma programação, um planejamento para deter-
minadas atividades: linhas de código, instruções, 
algoritmos. O conjunto dos me atuava como um 
sistema operativo e conjunto de aplicações, como 
suporte físico da informação.
Os tijolos gravados em relevo e esmaltados foram criados pelos antigos 
habitantes da Mesopotâmia e eram usados para decorar grandes superfí-
cies murais. Madeira e metal foram materiais menos importantes na pro-
dução de relevo e nas esculturas.
As escavações das antigas cidades de Summer possibilitaram resgatar 
cerâmicas de variadas técnicas de modelagem e decoração, além de está-
tuas e outros objetos em pedra, metal e minúsculos mosaicos.
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I1�
UNIMES VIRTUAL
Foram encontradas em Ur estatuetas de mulheres-pássaros 
inspiradas nas Vênus paleolíticas como amuletos da fertili-
dade. Apresentam-se numa figura híbrida de corpos femini-
nos e cabeça de pássaro.
Geralmente, são representadas com cabeças de pássaros coradas com 
crista ou por um toucado, ombros largos e angulosos, que sugerem asas. 
Desses ombros descem braços que terminam com dedos que se apóiam 
nas cinturas, as pernas são formadas por traços gravados numa única 
massa que vai dos quadris até os pés, que são formados por uma leve 
inclinação. Os seios são modelados e, paralelamente a eles, incisões des-
tacam o sexo de forma angular. A cabeça protuberante contrasta com o 
corpo estilizado e de quadris estreitos atenuados pelas linhas de trapézio 
invertido que formam os ombros e os braços.
A qualidade e maestria dos artistas sumérios têm como testemunhos nume-
rosas figuras de touros que foram cuidadosamente modeladas em argila. Para 
dar um efeito de maior realismo incrustavam pedras e pedaços de metais.
 
Os milênios IV e III a.C. marcam a rica produção artística de Summer. 
Essa produção foi marcada por representações de peças em argila, pe-
dra e metal. Por estar numa região de terras montanhosas, os materiais 
resistentes não eram abundantes e deveriam ter sido trazidos de outros 
lugares. Provavelmente, esta é a razão de as peças serem produzidas em 
dimensões reduzidas.
Como já comentamos, os povos da Mesopotâmia, com a re-
volução urbana, acostumaram-se a registrar seus contratos 
em tabelas de argila que eram certificados de validade à im-
pressão dos carimbos cilíndricos. O uso do carimbo era feito pelos povos 
do Oriente Próximo e Médio. Eram confeccionados em pedras lavradas ou 
como pasta endurecida. Sobre o cilindro eram gravadas cenas e alguma 
inscrição. Por final, esse carimbo era rolado sobre a argila umedecida das 
tabuletas que constavam o texto do contrato.
 
Até a próxima aula!!!
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I 1�
UNIMES VIRTUAL
Aula: 0� 
Temática: Arte sírio-fenícia e persa
A arte dessa civilização deixou como herança pequenas e ri-
cas peças estatuárias em argila e metal de representações de 
divindades, como Ball, Astarté, Adonis. As estatuetas eram 
representadas com as indumentárias fenícias, com o característico gorro 
pontiagudo. Algumas eram fundidas em bronze e imitavam figuras femininas 
de Summer, com perucas recolhidas na nuca, vestidas com túnicas ou nuas. 
As estatuetas masculinas apresentam-se em grande variedade.
Os fenícios trabalhavam em madeira de cedro, os babilônicos construíam 
os muros de tijolos e os persas trabalhavam esculturas de baixo-relevo 
que decoravam muros e paredes dos palácios e as superfícies sepulcrais.
Dois grupos da área da escultura se diferenciam: os baixos relevos em pe-
dra do palácio de Persépolis e os baixos-relevos em tijolos esmaltados 
do palácio de Susa.
Os baixos relevos Persépolis eram usados para decorar paredes e colunas. 
Os relevos de Persépolis foram feitos de pedras enquanto os de Susa foram 
feitos de tijolo queimado, já que Susa fica no país elamita, muito perto da 
Mesopotâmia, país da argila.
Os ceramistas persas utilizavam o método original da técnica do tijolo es-
maltado. Eles não utilizavam apenas a argila, pois faziam uma mistura de 
areia e cal que era levada ao forno. Após essa etapa desenhavam o contor-
no das figuras com esmalte azul enovamente era levado ao forno e, para 
finalizar o processo, era colorido o interior dos desenhos e, pela última vez, 
era levado ao forno.
Enquanto os baixos-relevos de Persépolis são sóbrios, os de Susa são pura cor.
 
 
 
 
 
Baixo - Relevo de Persépolis
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I20
UNIMES VIRTUAL
 
 
Baixo - Relevo de Susa
Micenas
Micenas era uma cidade do Peloponeso (Grécia) rica em ouro. Durante 
escavações foram encontrados vários cadáveres, os quais se encontra-
vam cobertos por máscaras de ouro. Máscaras funerárias encontradas 
nos túmulos modeladas em finíssimas folhas de ouro colocadas sobre ma-
deira esculpida reproduzem com certa fidelidade as feições do defunto; as 
outras são representações convencionais.
As máscaras mortuárias reproduzem uma forte impressão de atemporalidade. 
O sorriso em algumas aparece como uma sugestão. Esses artistas desconhe-
cidos conseguiram traduzir bem o silêncio da morte. Observe a imagem:
 
 
Até a próxima aula!
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I 21
UNIMES VIRTUAL
 
Resumo - Unidade I
Nesta unidade tratamos do surgimento das primeiras escul-
turas e da evolução do homem.
Discutimos a necessidade do homem em registrar seus contratos em ta-
belas de argila, que era o certificado de validade diante de uma nova rea-
lidade cotidiana.
Observamos as características das cerâmicas encontradas em várias re-
giões e povoados, bem como a importância da argila e da cerâmica para 
os povos do Oriente Médio.
 
Referências Bibliográficas
CHITI, J. F. Curso prático de cerâmica. Tomo I. Argentina: Edições Con-
dorhuasi, 1988.
DIAS, M. C. Temas e técnicas em artes plásticas. São Paulo: Editora de 
Cultura Espiritual, 1987.
GOMBRICH, E. H. A história da arte. São Paulo, LTC, 1996.
FREIRE, Cristina. Poéticas do processo, São Paulo, Iluminuras Ltda, 
1999.
MAYER, Ralph. Manual do artista. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
PEDROSA, Israel. O universo da cor. Rio de Janeiro: Senac, 2003.
POWELL, Harold. Cerâmica para iniciantes. Rio de Janeiro: Editora Tec-
noprint, 1984.
 
Bibliografia Complementar
CHITI, J. F. Cerâmica para niños. Argentina: Edição Condorhuasi, 1986.
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I22
UNIMES VIRTUAL
________Curso de cerâmica em um só tomo. 3. ed. Buenos Aires: 
Condorhuasi, 1983.
________ El libro del ceramistas. Buenos Aires: Condorhuasi, 1983. 
_______ Manual de esmaltes cerâmicos. Buenos Aires: Condorhuasi, 
1992.
GABBAI, M. B. Cerâmica, arte da terra. Buenos Aires: Callis, 1978.
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I 23
UNIMES VIRTUAL
Exercício de auto-avaliação I
1) A descoberta do fogo foi um grande avanço para a arte do homem pré-histórico. Quais 
afirmativas justificam essa afirmação? 
I) Com a queima do barro puderam perceber sua resistência e que era inalterado em contato 
com a ação água.
II) Depois da descoberta do fogo, o homem esculpia maior quantidade de pequenos amuletos 
que, na maioria das vezes, cabiam em suas mãos.
III) Com a prática da queima da argila foram feitas muitas esculturas utilitárias, como traves-
sas, pratos, tigelas etc.
IV) Criou-se a escultura de metal a partir de um molde de argila.
Estão corretas:
As afirmações I,II,IV.
As afirmações I,II,III.
As afirmações I,III,IV.
As afirmações II,II,IV.
2) O que são figuras femininas antropomorfas?
I) Não passam de 15 cm. de altura. Sugerem a representação de mulheres com rasgos nos 
rostos
II) Representações femininas se baseiam, fundamentalmente, na preponderância de suas for-
mas e nos caracteres sexuais.
III) Representam de maneira simbólica a importância que se concedia à fecundidade humana, 
à dos campos e rebanhos.
IV) São representadas em pé com as pernas juntas, às vezes muito curtas, os braços atrofiados 
e a cabeça sem detalhes.
Todas as afirmações estão corretas.
Nenhuma afirmação está correta.
Somente a afirmação III está correta.
Somente a afirmação IV está correta.
a)
b)
c)
d)
a)
b)
c)
d)
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I2�
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3) O que eram as glípticas?
Grandes muros de contenção de água.
A arte da estatuária.
Tabelas de argila para arquivar informações.
Minúsculos mosaícos.
�) Qual povo utilizava uma mistura de argila, areia e cal, que era levada ao forno e, após 
essa etapa, desenhava o contorno das figuras com esmalte azul, o que novamente era 
levado ao forno e, para finalizar o processo, era colorido o interior dos desenhos e, pela 
última vez, levado ao forno?
Persépolis
Susa
Fenicios
Babilonicos
a)
b)
c)
d)
a)
b)
c)
d)
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Unidade II
Escultura grega
 
Objetivos
Conhecer a nova representação do homem; identificar as esculturas clássica e 
helenística; reconhecer as diferentes técnicas de pinturas em cerâmica.
Plano de Estudo
Esta unidade conta com as seguintes aulas:
Aula: 0� - A escultura grega
Aula: 0� - Deuses e homens
Aula: 0� - Kouro e Kore I
Aula: 0� - Kouro e Kore II
Aula: 0� - Escultura clássica I
Aula: 10 - Escultura clássica II
Aula: 11 - Arte helenística
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Aula: 0�
Temática: A escultura grega
A origem do arcaísmo grego baseia-se fundamentalmente 
na cerâmica que era classificada em dois estilos: o geomé-
trico e o orientalizante. A denominação estilo geométrico 
apareceu diante da cerâmica da época na qual predominavam as formas 
decorativas geométricas. O estilo geométrico anunciava uma nova ma-
neira de ver a figura humana. No princípio, passou a moldar o corpo huma-
no e, depois, as atitudes.
As pequenas figuras de guerreiros ou de centauros exprimem a geome-
tria com uma animação que faltavam as estatuetas orientais. Os estilos 
geométrico e oriental se sobrepõem cronologicamente e muitas vezes ge-
ograficamente.
A prosperidade das cidades gregas e aos contratos comerciais cada vez 
maiores entre os gregos e as comunidades da Sírio-palestina, da Mesopo-
tâmia e do Egito contribuíram com uma significativa produção artística do 
período Arcaico. O fim do estilo geométrico é datado por volta de 750. A ex-
pansão comercial que levou a Grécia a ter contato cada vez maior com Egito, 
a Anatólia e o Oriente Médio, além das conquistas de Alexandre, o Grande, 
deram um impulso para os motivos orientais aparecerem na arte grega.
Os temas típicos do Oriente, como a rosácea, a palmeta, o grifo, a esfinge 
e a sereia, substituíram os tradicionais padrões geométricos dos vasos de 
cerâmica.
O centro artístico da Grécia deixou de ser Atenas para ser Rodes e, sobre-
tudo, Coríntio. O principal produto estético desse período é a cerâmica 
protocoríntia (725-650 a.C.) e coríntia (650-550 a.C.). 
A cerâmica protocoríntia tinha como motivos ornamentais básicos os 
frisos com animais e cenas bélicas, em escala reduzida, aptos a decorar 
pequenos vasos como aríbalos e píxides. Normalmente são usados para 
armazenar óleos e perfumes de luxo. São peças muito bem feitas tanto ao 
que se refere à qualidade técnica quanto ao aspecto decorativ. Apesar das 
pequenas dimensões são peças excepcionais
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I 2�
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Cerâmica protocoríntia (725-650 a.C.)
Nas cerâmicas coríntias, as figuras eram, em geral, pintadas em preto 
sobre fundo branco, com detalhes incisos sobre os quais era adicionado 
o vermelho.
 
 
 
 
Cerâmica coríntia (650-550 a.C.)
O estilo coríntio apresentava figuras maiores cujos desenhos eram um 
pouco menos cuidados. Embora ainda chapadas, as figuras transmitiam 
um sentido de realidade física pelas formas exuberantes cheias de deta-
lhes ornamentais e vazadas em meio a uma policromia simbólica.
 
A partir de 600, os artistas começaram a ter o costume de fa-
zer vasos de grandes dimensões, geralmente decorados com 
figuras humanas em cenas narrativas mitológicas ou de guer-
ras. Apesar de ser feita com um tipo deargila vermelha, a cerâmica coríntia 
é de cor amarela. Às vezes, as peças eram banhadas com engobe laranja 
para parecerem cerâmicas áticas, a fim de enganar os consumidores. 
Durante o século VII a.C. começou a desenvolver-se em Atenas o estilo 
proto-ático de cerâmica. A técnica foi adaptada graças ao conhecimento 
técnico da cerâmica coríntia. Em principio está vinculada à cerâmica ge-
ométrica, mas logo foram incorporados temas orientalizantes, o que a di-
ferenciou das coríntias. Caracterizam-se por figuras mais dimensionadas, 
todas esboçadas linearmente. Suas figuras não são pretas.
 
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 Cerâmica Ática Cerâmica de figura negra - 500 a.C
A partir de 500 a.C. a cerâmica de figuras negras desaparecia e, em 450, 
já não se encontravam esse tipo de cerâmica com qualidade. Só continua-
riam fabricando, em caso especial, para as ânforas que continham azeite, 
dadas como prêmio aos vencedores de jogos. Por tradição, continuavam 
fazendo figuras pretas no caso de ânforas-prêmios.
Cerâmicas de figuras vermelhas
Caracteriza-se pela inversão das cores. Seu realismo é conseguido por 
meio de estudos de anatomia do corpo humano e suas vestimentas que 
são representadas com todas as pregas e a leveza dos tecidos utilizados. 
Primeiramente, as figuras vermelhas se diferenciam apenas pela técnica, 
pois mantêm os mesmos temas da cerâmica de figuras negras. Ao final do 
séc. VI a técnica se aperfeiçoou quanto ao realismo e os pintores começa-
ram a se arriscar em desenhar figuras torcidas.
 
 
Cerâmica séc. V
No início do séc. V, os artistas começaram a representar com um incrível 
grau de realismo as vestimentas com cada uma das suas pregas. Apesar 
de os desenhos serem executados com uma técnica incrível, às vezes nos 
passa uma sensação de frieza.
No final do século V e começo do século IV, iniciava-se a decadência dessa 
cerâmica, tanto na questão de qualidade dos seus desenhos quanto na sua 
natureza de ser. Os artistas incorporavam em sua policromia o dourado, 
mas, mesmo assim, sua produção terminou em 450 a.C. 
Até a próxima aula!
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I 2�
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Aula: 0�
Temática: Deuses e homens
Temos registros de que as primeiras esculturas gregas fo-
ram feitas no século IX a.C. Eram pequenas figuras huma-
nas feitas de materiais muito macios e fáceis de manipular, 
como a argila, o marfim ou a cera. Esses materiais eram exclusivos até o 
período arcaico nos séculos VII e VI a.C., quando os gregos começaram 
a trabalhar a pedra. Os motivos mais comuns das primeiras obras eram 
simples estátuas de rapazes (kouros) e moças (korai). As figuras apresen-
tavam formas lisas, arredondadas e, esculpidas na pedra, mostravam uma 
beleza ideal.
O período do arcaísmo estendeu-se desde o inicio do século VI até apro-
ximadamente o ano 480 a.C. O objetivo da escultura desse período não 
era representar a realidade, mas apresentá-la. O termo representar indica 
a reprodução mais ou menos fiel. Apresentar a obra de arte não conduz a 
nada novo, apenas copia a realidade.
As figuras masculinas arcaicas são representadas por deuses atletas, os 
kouroi. Ao contrário do que se pensa, não eram retratados de forma natu-
ralista, como homens reais, eram verdadeiras criações nas quais os ho-
mens não se reconhecem, mas inspiravam-se nelas como se quisessem 
ser essas criações.
Os gregos nomeavam as coisas e as definia. Seus adjetivos eram um modo 
de definir, pois tentavam alcançar e exprimir o que era próprio de cada coi-
sa. Os escultores arcaicos captavam em suas obras essa definição das 
coisas. A história da escultura arcaica é a história de uma conquista de 
sentido. Segundo Aristóteles, “o tempo é, em si mesmo, causa de destrui-
ção mais do que criação”. 
Podemos perceber a influência egípcia na mais antiga escultura grega de-
dicada a Ártemis, virgem e defensora da pureza, protetora das parturientes 
e estava ligada a ritos de fecundidade. Os gregos tiveram contato com a 
escultura egípcia em Náucratis, colônia no delta do Nilo (650 a.C.).
As esculturas humanas tinham uma grande semelhança com as esculturas 
egípcias, as quais devem ter servido de modelo. Os escultores arcaicos 
apresentavam seus deuses e, ao esculpi-los, configuraram seu estilo.
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I30
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O papel da escultura arcaica e clássica vai além de ilustrar aquilo que já es-
tava dito em palavras. É a verdadeira criação que, de um modo encantador, 
introduziu caracteres capazes de atribuir o sentido de criadora da religião.
 
Ártemis
Segundo W.F. Otto são estas as características dos deuses gregos: o rosto 
divino não expressa a vontade. Toda forma de poderio e selvageria lhe é 
estranha. Em suas faces não se lê o sobressalto, mas sim a claridade dian-
te da qual as monstruosidades bárbaras se dissipam. Nenhuma raridade se 
desprende de seu olhar, nenhum enigma místico joga perdendo-se nesses 
lábios, nenhum excesso rasga o grande caráter da expressão e o distancia 
na direção do fantástico. A aparição divina não tem nenhum parecido com 
a irrupção sem medida da força do colossal; ela não suporta, de acordo 
com a maneira asiática, a potência mediante uma construção grotesca e 
multiplicada sobre a visão. Toda esta monstruosa dinâmica será igualmen-
te deixada de lado mediante a pura grandeza da natureza.
A escultura cumpre a função básica para a coletividade. É por meio dela 
que Deus se faz presente, ele está na natureza da qual fazemos parte, ele 
dá sentido à atividade cotidiana. A escultura espanta tudo que possa refe-
rir-se a semelhantes defeitos e penalidades.
As esculturas necessitavam de recursos específicos, próprios, nela encon-
tram-se características da religião, da poesia e da ideologia gregas.
A escultura grega nunca se submeteu a ilustrar o já dito, nem exaltar o 
estabelecido. Pela primeira vez na história, o artista avalia a imagem como 
um criador.
A estatuária grega foi assumindo um caráter próprio e acabou abandonan-
do definitivamente os padrões orientais. O estudo das proporções ofereceu 
a possibilidade de copiar fielmente a anatomia humana e, com isso, os 
rostos obtiveram expressividade e realismo. 
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I 31
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A escultura continuava a ser produzida em terracota e 
bronze, dentro da tradição estilística conhecida como de-
dálica; as que vieram da Mesopotâmia preocupavam-se, 
sobretudo, com a forma humana. Por volta de 650 a.C. as esculturas co-
meçaram a ser feitas em pedras de grandes proporções. A influência egíp-
cia aparecia cada vez mais e resultou nas famosas estátuas, em tamanho 
natural, de rapazes nus (kouroi) e de moças vestidas (korai), usadas em 
monumentos funerários e nos templos.
O século VII a.C. marcou, ainda, o início do uso de elementos escultu-
rais decorativos na arquitetura com o surgimento dos primeiros relevos a 
acompanhar os estilos dórico e jônico. 
 
 Kouroi Cleobis e Biton 5990 a.C. Kore de Peplo - 530 a. C.
 
Até a próxima aula!
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I32
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Aula: 0�
Temática: Kouro e Kore I
No período arcaico as esculturas femininas como os Kou-
ros foram uma manifestação inesgotável. O Kore ou Koré, 
que no plural é Korai, eram figuras de mulheres jovens, 
esculpidas em pé.
 
 
Hera de Samos
Como podemos observar, o Kore de Hera de Samos apresenta um proble-
ma central da estatuária grega: o corpo está integrado à coluna, as pregas 
da túnica caem retas, o que acentua a forma da coluna que o corpo co-
berto possui, os braços erguidos a partir do cotovelo em direção ao busto, 
pose dificilmente encontrada em outras Korai. Essas esculturas eram fei-
tas no mármore e a pele das esculturas femininas era deixada em branco. 
As Korai áticas, deusas e sacerdotisas, são representadas de forma ainda 
mais clara,a túnica (peplo) se estende de modo uniforme, recolhe-se em 
pregas, o que cria volume que faz lembrar as diversas partes do corpo. 
A kore sofre uma evolução formal ao longo do tempo tornando-se, em 
épocas posteriores, numa figura de formas mais suaves e arredondadas, 
em que o tecido da roupa e o corpo se ajustam com maior naturalidade. A 
kore serve de oferenda votiva aos deuses ou para ser colocada sobre um 
túmulo. A kore tem mais variações, acima de tudo no que diz respeito à 
indumentária e ao cabelo, que espelham a moda dos diferentes locais onde 
é produzida.
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I 33
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Kouros arcaico, c. 600-590 a.C. - Atenas
Kouros, grego jovem, no plural kouroi, é estatua de jovem do sexo mascu-
lino, como a kore apresenta-se sempre em pé, desnuda, cabelos longos fri-
sados, rosto sereno, o sorriso típico da escultura grega do Período Arcaico. 
Homero utilizava o nome kouro para se referir aos jovens soldados. Mais 
tarde, a palavra kouro passou a ser especificamente associada a um jo-
vem adolescente sem barba. Em 1890, o termo kouros passou a designar 
as estátuas desnudas. Kouroi também eram conhecidos normalmente por 
Apolos. Os kouros eram pintados de castanho. Pesquisas de historiadores 
registram que os primeiros kouroi eram feitos de madeira e não sobrevi-
veram até aos nossos dias devido à sensibilidade do material. Por volta do 
século VII a.C, os gregos passaram a dominar o trabalho em pedra, o que 
foi possível com o intermédio das ferramentas metálicas dos egípcios. 
Criam, então, kouroi em pedra, especialmente em mármore originário das 
ilhas de Paros e Samos.
 
Quando os artistas gregos começaram a fazer estátuas de 
pedras, partiram de onde egípcios tinham parado. Não se 
contentando apenas em seguir as regras dos egípcios, o 
artista começou a fazer suas próprias experiências. Ele decidiu investigar 
por sua própria conta, em vez de seguir velha a prescrição. O escultor 
grego queria saber como ele iria representar um determinado corpo. Os 
egípcios tinham baseado sua arte no conhecimento. Os gregos a usar os 
próprios olhos. Os kouroi são pautados por uma rígida simetria e frontalida-
de, característica assimilada das estátuas egípcias. Apesar de simularem 
dar passo à frente, as estátuas transmitem pouco movimento. Estas es-
tátuas apresentam uma ligeira inclinação para a frente, o que não permite 
que o peso do corpo assente somente na perna que fica recuada. 
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I3�
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Kouros, Atenas
A estrutura dessas estatuárias tem a forma triangular invertida. O tronco 
é largo e a cintura estreita, os músculos e as articulações são modulados 
de forma esquemática. Os braços caídos ao longo do corpo ou erguidos 
a partir do cotovelo formam um ângulo de 90º com o tronco; a cabeça é 
levemente inclinada e erguida; os olhos são direcionados para o ponto de 
vista do observador; os rostos são compostos como se cada elemento 
fosse independente. 
 
Até a próxima aula!
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I 3�
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Aula: 0�
Temática: Kouro e Kore II
A partir das decorações em cerâmicas podemos ter uma 
vaga idéia de como era a pintura grega, como nos vasos 
pintados no século VI a.C, em que ainda são encontrados 
vestígios dos métodos egípcios.
Com o passar do tempo, os artistas começaram a confiar no que seus 
olhos viam. Eles fizeram a maior de todas as descobertas - a descoberta 
do escorço. Foi um tremendo momento na história da arte quando, talvez 
um pouco antes de 500 a.C, os artistas se atreveram pela primeira vez a 
pintar um pé tal como é visto de frente. 
A grande revolução da arte grega, a descoberta de formas naturais e do 
escorço, ocorreu numa época que ficou conhecida como o mais assom-
broso período da história humana. Trata-se da época em que o povo das ci-
dades gregas começou a contestar as antigas tradições e lendas sobre os 
deuses e a investigar sem preconceitos a natureza das coisas; o período 
em que a ciência e a filosofia despertaram, pela primeira vez, entre os ho-
mens e quando o teatro se desenvolveu a partir das cerimônias em honra 
de Dionísio. Como os artistas gregos eram muito solicitados para fazerem 
esculturas humanas (um templo como o de Olímpia era todo rodeado de 
esculturas) aperfeiçoaram seu conhecimento do corpo humano em ação.
De todos os originais que chegaram até nós, as esculturas do Pathernon 
refletem essa nova liberdade talvez da maneira mais digna de admiração. 
O Pathernon foi terminado uns vinte anos depois do templo de Olímpia e, 
nesse breve espaço de tempo, os artistas tinham adquirido uma desenvol-
tura e facilidade cada vez maior na resolução de problemas de convincente 
representação. Como Fídias foi autor da estátua de Atenas no santuário, 
parece que sua oficina também tenha fornecido as outras esculturas que 
decoravam o templo.
Todas as obras gregas desse grande período mostram a sabedoria e a 
habilidade na distribuição de figuras, porém a recém-descoberta liberdade 
de representar o corpo humano em qualquer posição e movimento podia 
ser usada para refletir a vida interior das figuras representadas. Deveriam 
representar a “atividade da alma”, observando minuciosamente o modo 
como “os sentimentos afetam o corpo em ação”. O cabelo dos korai era 
representado longo e frisado. É como se fosse um casquete fixado no crâ-
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I3�
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nio. Os olhos possuem um aspecto similar ao da escultura egípcia, que era 
na altura copiada na produção cretense.
 
Mais tarde, estas estátuas passaram a assumir poses mais 
naturalistas e os penteados sofreram influência da moda da 
Grécia continental. Conforme a sociedade grega enriquecia 
e os artistas ganhavam maior confiança no seu trabalho de esculpir, as 
estátuas deixavam de ser do tamanho real humano para atingir um tama-
nho colossal mais ou menos quatro vezes maior. Com relação à escultura 
em mármore, demasiadamente dispendiosa, somente os mais abastados 
podiam pagar os escultores por essas obras. Os kouroi eram usados em 
duas situações: nos templos, como oferendas votivas, ou em túmulos en-
comendados por aristocratas, pessoas importantes, como representação 
do falecido como o ideal da masculinidade. Apesar disso, os kouroi não 
representam pessoas reais (os seus rostos não são retratos), mas antes 
uma representação simbólica do falecido. No final do século VI, os kouroi 
passaram a ser esculpidos de uma forma naturalista, o que dava a impres-
são de representar pessoas reais, mas não perderam totalmente a rigidez 
da tradição formal.
Os kouroi eram símbolos da riqueza e do poder da classe aristocrática 
grega. Só no século VI a.C, quando a classe aristocrática perdia poder, eles 
começaram a sair de moda na produção artística.
 
Coluna com figura masculina, Catedral de Lund na Suécia
Na Europa, encontram-se em colunas e igrejas figuras masculinas que pa-
recem surgir do interior do fuste (parte da coluna entre o capitel e a base) 
para o exterior. Esta figura, que apresenta indumentárias típicas do norte 
da Europa, tem somente um caráter decorativo e, embora seja possível 
que se trate de uma influência da tradição grega ou romana, não é possível 
categorizar estas figuras como kouros ou kore.
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I 3�
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Mais tarde, a escultura passou a ser representada em contrapposto total-
mente apoiada numa perna, deixando a outra livre, e o princípio do dina-
mismo tomou forma nas representações de atletas em plena ação. 
 
Entre os grandes artistas do classicismo estão: Policleto, 
Miron, Praxíteles e Fídias. Contudo, não se pode deixar de 
mencionar Lisipo, que, nas suas tentativas de plasmar as 
verdadeiras feições do rosto, conseguiu acrescentar uma inovação a esta 
arte, criando os primeiros retratos. Observe:
Escultura de Lisipo
Realize pesquisas de aprofundamento pessoal sobre o as-
sunto.Se houver dúvidas, converse com a tutoria. Até a 
próxima aula!
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I3�
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Aula: 0�
Temática: Escultura clássica I
Apesar de ser difícil a delimitação, entende-se que o classi-
cismo seja o progresso do período arcaico.
Entende-se por uma periodização mais ou menos real do classicismo: es-
tilo severo (480-450); realismo (390); estilo rico (420-370); classicismo 
ideal (450- 420). Esta seqüência cronológica, que tem a pretensão de ser 
realista, apresenta muitos problemas devido ao desaparecimento de mui-
tas obras que são conhecidas apenas por sua cópia ou réplica romana, o 
que dificulta o trabalho de especialistas ao ter de classificá-las numa exata 
seqüência cronológica. Essas cópias ou réplicas eram feitas com materiais 
diferentes dos originais, induzindo a uma visão equivocada e romanizada 
da estatuária clássica.
 
Historiadores consideram algumas esculturas fundamentais para o entendi-
mento e compreensão do classicismo. Auriga de Delfos (477, Museu Arque-
ológico de Delfos), o grupo de Tiranicidas (477, desaparecido), o Poseidon 
(460, Museu Nacional de Atenas) e Discóbolo (450, desaparecido).
 
Auriga de Delfos (auriga em grego significa “o que segura as rédeas”) é 
uma das obras da escultura grega sobrevivente deste período. Fez parte 
de um grupo do qual se conservou apenas essa figura. Há versões diver-
sas sobre esse conjunto de esculturas, e uma delas é que esse grupo era 
formado por quatro a seis cavalos e dois cavalariços, doado ao Santuá-
rio de Apolo em Delfos por Polizalos, em homenagem à vitória na corrida 
de carruagens dos Jogos Píticos de 478. A outra é que essa figura fazia 
parte do grupo de um cavalo e um pequeno escravo que acompanhava o 
príncipe no carro. Esta estátua oferece um sentido diferente do que devia 
apresentar se estivesse junto com o grupo. A primeira vista lembra as 
esculturas arcaicas por ser uma figura ereta, com túnicas largas e uma 
postura e uma atitude parcial. Porém, quando olhamos mais atentamente, 
percebemos que os pés se encontram obliquamente em relação ao corpo, 
o qual sugere uma leve torção lateral de acordo com braços e a cabeça. A 
rigidez da coluna é quebrada pelo volume da túnica apertada na cintura e 
solta no dorso.
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I 3�
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O aparecimento dessa tímida mobilidade cria na composição global da es-
tátua uma exigência da coerência do grupo. Não basta apenas estar uma 
parte do lado da outra (vai além das coerências individuais).
 
Auriga de Delfos cerca de 477 aC
Podemos perceber bem essa preocupação com o movimento, fortemente 
intensificado na intensão de Poseidon lançar o dardo. O momento de ten-
são e esforço é intensificado pela sutileza do calcanhar do pé direito levan-
tado, que se estende pelo corpo todo mostrando o trabalho da musculatura 
e a anatomia do do corpo humano.
 
Poseidon do Cabo cerca de 460 aC
A grande manifestação do classicismo nas esculturas decorativas dos 
templos de Zeus em Olímpia e no Pathernon da Acropólis ateniense. Do 
templo de Zeus restaram os frontões leste e oeste e algumas métopes.
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I�0
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Métope do templo de Zeus
Em fins do século V, os artistas tinham-se tornado plenamente conscientes 
de sua competência e eram reconhecidos da mesma forma pelo público. 
Embora fossem desprezados pelos esnobes, um número crescente de pes-
soas começou a se interessar pelo trabalho deles como obras de arte e não 
apenas por suas funções religiosas ou políticas.
As pessoas comparam os vários métodos, estilos e tradições que dis-
tinguiam os mestres em diferentes cidades. A comparação entre essas 
escolas estimulou o artista para esforços ainda maiores e ajudaram a criar 
aquela que admiramos na arte grega.
Na arquitetura, vários estilos começaram a ser usados. O Pathernon fora 
construído no estilo dórico, mas nos edifícios subseqüentes à acrópole 
foram introduzidas as formas do chamado estilo jônico.
 
 
 
 
 
Fachada do Paternon
As colunas do templo jônico são muito menos robustas e fortes. O capitel 
ou arremate deixou de ser uma simples almofada sem ornatos para ser 
ricamente decorado com volutas laterais.
Até a próxima aula!
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I �1
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Aula: 10
Temática: Escultura clássica II
 
O friso que percorre o Pathernon narra a procissão das 
Panatenéias, enquanto as métopes cenas das batalhas 
entre centauros e lápitas, já os frontões, por estarem mui-
to destruídos, não permitem uma reconstrução muito precisa.
O mesmo caráter de graciosidade e leveza marca também a escultura e a 
pintura desse período, que começa com a geração seguinte à de Fídias. Os 
artistas já não tinham qualquer dificuldade em representar o movimento, a 
perspectiva ou o escorço.
As esculturas do Pathernon tornaram-se a obra estatuária, a qual nenhuma 
obra monumental conseguiu se igualar. No templo de Apolo Epicurious 
os frisos narram também os temas preferidos dos gregos: combate entre 
centauros e lápitas, gregos e amazonas. 
 
 
Combate entre gregos e amazonas
Detalhe do Friso templo de Apolo Epicurios
No friso do mausoléu de Halicarnaso, os artistas limpam a composição e 
as figuras ganham amplitude de movimento.
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I�2
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Durante o século IV, o enfoque da arte sofreu uma mudança. 
As estátuas de Fídias ficaram famosas em toda Grécia. Os 
gregos educados passaram a discutir pinturas e estátuas 
como discutiam poemas e teatro; elogiavam sua beleza ou criticavam sua 
forma e concepção.
 
 
 
Atenas de Fídias
Entre as mais famosas estátuas de Vênus, a Vênus de Milo (assim chama-
da por ter sido encontrada na ilha de Melos) talvez seja a mais conhecida. 
Foi idealizada para ser vista de lado (Vênus estendia os braços para o 
Cupido) e podemos uma vez mais admirar a clareza e simplicidade com 
que o artista modelou o belo corpo, o modo como marcou suas principais 
divisões, sem jamais se tornar desarmonioso ou vago.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vênus de Milo
As cabeças de estátuas ou pinturas Gregas do século V, é claro, não são 
inexpressivas no sentido de parecerem opacas ou vazias, mas suas fei-
ções nunca parecem expressar qualquer emoção forte. Era o corpo e seus 
movimentos que esses mestres usavam para expressar o que Sócrates 
chamou de “atividade da alma”, porquanto pressentiam que o jogo fisionô-
mico iria distorcer e destruir a simples regularidade da cabeça.
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL I �3
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Na geração que se seguiu a Praxíteles, em fins do século IV, essa limitação 
foi gradualmente desfeita e os artistas descobriram meios de animar as 
feições sem lhes destruir a beleza. Mais do que isso, aprenderam a captar 
a atividade da alma de um indivíduo, o caráter particular de uma fisiono-
mia, e começaram a fazer retratos na nossa acepção da palavra.
A arte grega estava destinada a sofrer uma profunda mudança no período 
helenístico. Essa mudança pode ser notada em algumas das mais famo-
sas esculturas dessa era. Uma delas é um altar proveniente da cidade de 
Pérgamo, o qual foi erguido por volta de 170 a.C. No período helenístico, 
a arte já havia perdido largamente suas antigas vinculações com a magia 
e a religião. Os artistas passaram a se interessar pelos problemas de seu 
ofício em termos de arte pela arte.
Foi nessa época que as pessoas ricas começaram a cole-
cionar obra de arte, mandando copiar as mais famosas, se 
não pudessem obter as originais, e pagando preços fabulo-
sos pelas que podiam adquirir. Os escritores começaram a se interessar 
por arte e escreveram sobre as vidas de artistas, colecionaram anedotas 
sobre suas excentricidades e compuseram guias para turistas. Nas épo-
cas de Fídias e Praxíteles, o homem continuou sendo o tema principal de 
interesse do artista grego. No período helenístico, a época em que poetascomo Teócrito descobriram o encanto da vida simples entre pastores, os 
artistas também tentaram evocar os prazeres da existência campestres 
para os sofisticados habitantes da cidade. Essas pinturas não são vistas 
reais de determinadas casas de campo ou bonitas paisagens. São, antes, 
coleções de tudo o que compõe uma cena idílica, pastores e gados, ermi-
das rústicas, palacetes e montanhas distantes.
As obras mais recentes, mais inovadoras e confiantes da arte antiga pre-
servam ainda um remanescente do princípio que discutimos em nossas 
descrições da pintura egípcia. O conhecimento do contorno característico 
de cada objeto ainda contava tanto quanto a impressão real recebida atra-
vés dos olhos. Reconhecemos há muito tempo que essa qualidade não é 
um defeito da obra de arte, a ser lamentado e olhado com sobranceria, mas 
é possível atingir a perfeição artística dentro de qualquer estilo. Os gregos 
romperam os rígidos tabus do primitivo estilo oriental e enveredaram por 
um rumo e descoberta a fim de acrescentarem as imagens tradicionais do 
mundo um número cada vez maior de características obtidas por meio da 
observação, mas suas obras nunca se parecem com espelhos em que se 
refletem todos os recantos, ainda os mais casuais ou insólitos, da nature-
za. Ostentam sempre o cunho do intelecto que as criou.
Até a próxima aula!
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Aula: 11
Temática: Arte helenística
Arte helenística é o termo aplicado à arte do final do século 
IV até o final do século I a.C., no período helenístico, quando 
a civilização grega espalhou-se através do Mediterrâneo 
e Oriente Próximo.
No primeiro momento desse período, chamado de transição, as esculturas 
de Leocares, Briaxis e Lisipo resultaram no desenvolvimento do retrato e 
na aparição de obras, como o Sarcófago de Alexandre. O segundo período, 
no século seguinte, marcou um retorno ao classicismo, principalmente no 
que diz respeito ao retrato, mas seguia persistente ao exemplo de Lisipo no 
tratamento da escultura decorativa. No terceiro período, século III, os três 
centros artísticos passaram a ser Pérgamo, Rodes e Alexandria, que exer-
ciam sobre o resto do mundo grego uma influência notável. A arte desse 
século tem traços orientais, mas não são de característica estilística, pois 
as concepções do mundo oriental nada têm a ver com o grego.
O período helenístico teve sua evolução marcada pelo trauma da guerra do 
Peloponeso e, com isso, alterou os valores clássicos e o desenvolvimento 
de uma monarquia. Algumas obras, como a Vênus de Milo (150 a.C.), pre-
servaram as antigas tradições. A Vitória de Samotrácia (190 a.C.) é gran-
diosa na percepção e cheia de vida. A lateralidade dessa escultura conduz 
a uma visualização oblíqua, numa posição de perfil, posição oferecida hoje 
pela fotografia.
 
Vitória de Samotrácia (190a.C)
A arte helenística encontrava-se ao serviço dos soberanos e das classes 
sociais mais ricas, apresentando inovações técnicas e temáticas.
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Laocoonte
Um dos principais centros de produção escultórica foi Pérgamo. Nas obras 
misturam-se o patético e o teatral, como em Laocoonte, ao mesmo tempo 
em que se nota um revivalismo do idealismo clássico (Vênus de Milo, Vi-
tória de Samotrácia). Como novidade surgia a representação da infância, 
da velhice, da dor, da ira, das diferenças raciais. 
Infelizmente, temos de nos contentar com cópias romanas em mármores 
das peças originais feitas de bronze que, apesar de seu valor, nada têm 
a ver com as obras criadas em Pérgamo. Mas, graças a essas cópias, o 
resto de obras conservadas, os historiadores puderam construir um pano-
rama complexo de peças de Rodes e Alexandria, que se diferenciavam das 
formas descritivas de Pérgamo.
 
Até a próxima aula!
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Resumo - Unidade II
As primeiras esculturas gregas foram feitas no século IX 
a.C. Durante o período do arcaísmo, a cerâmica era classifi-
cada em dois estilos: o geométrico e o orientalizante.
Ainda nesse período, as esculturas masculinas foram uma manifestação 
inesgotável da arte. Vimos, ainda, o progresso do período arcaico: o classi-
cismo – em que se encontra a arte helenística. A arte helenística espalhou-
se com a civilização grega através do Mediteraneo e Oriente Próximo.
 
Referências Bibliográficas
CHITI, J. F. Curso prático de cerâmica. Tomo I. Argentina: Edições Con-
dorhuasi, 1988.
DIAS, M. C. Temas e técnicas em artes plásticas. São Paulo: Editora de 
Cultura Espiritual, 1987.
GOMBRICH, E. H. A história da arte. São Paulo, LTC, 1996.
FREIRE, Cristina Poéticas do processo, São Paulo, Iluminuras Ltda, 
1999.
MAYER, Ralph. Manual do artista. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
PEDROSA, Israel. O universo da cor. Rio de Janeiro: Senac, 2003.
POWELL, Harold. Cerâmica para iniciantes. Rio de Janeiro: Editora Tec-
noprint, 1984.
 
Bibliografia Complementar
CHITI, J. F. Cerâmica para niños. Argentina: Edição Condorhuasi, 1986.
________Curso de cerâmica em um só tomo. 3. ed. Buenos Aires: Con-
dorhuasi, 1983.
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________ El libro del ceramistas. Buenos Aires: Condorhuasi, 1983. 
_______ Manual de esmaltes cerâmicos. Buenos Aires: Condorhuasi, 
1992.
GABBAI, M. B. Cerâmica, arte da terra. Buenos Aires: Callis, 1978.
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Exercício de auto-avaliação II
1) Quais os temas da cerâmica protocoríntia ?
Pequenas figuras de guerreiros ou de centauros.
Estilo geométrico e oriental.
A rosácea, a palmeta, o grifo, a esfinge e a sereia.
As conquistas de Alexandre o Grande.
2 ) Em qual cerâmica, depois de queimada, é apresentada na cor amarela?
Cerâmica protocoríntia
Coríntia
Protoático
Cerâmicas de figuras vermelhas
3) O que é kouroi?
Indica a reprodução mais ou menos fiel.
Figuras masculinas arcaicas são representadas por deuses atletas.
Eram retratados de forma naturalista, como homens reais.
A estatuária grega de padrões orientais.
4) Quem foi o artista do classicismo grego a criar os primeiros retratos?
Lisipo
Policleto
Miron
Fídias
5) Qual foi o principal centro de produção escultórica da arte helenística?
Rodes
Alexandria
Pérgamo
Laocoonte
a)
b)
c)
d)
a)
b)
c)
d)
a)
b)
c)
d)
a)
b)
c)
d)
a)
b)
c)
d)
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Unidade III 
A arte e a sociedade cristãs
 
Objetivos
Conhecer a importância da arte estatuária para a igreja; reconhecer o poder da 
igreja sobre a arte e o artista; relacionar a arte escultórica à arquitetura; identifi-
car a narrativa bíblica nas esculturas e relevos.
Plano de Estudo
Esta unidade conta com as seguintes aulas:
Aula: 12 - Escultura e arquitetura romana I
Aula: 13 - Escultura e arquitetura romana II
Aula: 1� - Roma e bizantino
Aula: 1� - Islã e China - séculos II a XIII d.C.
Aula: 1� - A arte ocidental - séculos VI a XI
Aula: 1� - Escultura - século XII
Aula: 1� - Século XIII - o poder da Igreja
Aula: 1� - Cortesãos e burgueses
Aula: 20 - Final do século XV na Itália
Aula: 21 - Alemanha e Países Baixos no começo do século XVI
Aula: 22 - Roma - início do século XVI
Aula: 23 - Veneza e Itália setentrional no início do século XVI
Aula: 2� - Europa católica - primeira metade do século XVII
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Aula: 12
Temática: Escultura e arquitetura romana I
Não obstante, a arte mudou, em certa medida, quando Roma 
se tornou a senhora do mundo. Os artistas receberam novas 
tarefas e tiveram de adaptar seus métodos. A mais notável 
realização dos romanos foi, provavelmente, no domínio da engenharia civil. 
Conhecemos tudo sobre as suas estradas, seus aquedutos, seus banhos 
públicos. Mesmo as ruínas dessas construções ainda conservam um as-
pecto extremamente impressionante.
O mais famoso desses edifíciosromanos é a gigantesca arena conhecida 
como Coliseu e que excitou grande admiração em épocas subseqüentes. 
Em seu todo constitui uma estrutura utilitária, com três ordens de arcos 
sobrepostos, a fim de sustentar os assentos do anfiteatro interior.
Na construção do Coliseu foram usados os três estilos usados nas cons-
truções dos templos gregos. O andar térreo é uma variação do estilo dó-
rico; o segundo andar é jônico, e o terceiro e o quarto são meias colunas 
coríntias. Os arcos triunfais que os romanos erguiam em todo império, na 
Itália, França, Norte da África e Ásia causaram a impressão mais duradora 
de todas as suas criações arquitetônicas. Os arcos triunfais eram usados 
para emoldurar, acentuar a grande portada central e para flanqueá-la com 
aberturas menores. Essa invenção desempenhou escasso, ou nenhum, 
papel nas construções gregas, embora fosse possivelmente conhecida 
dos arquitetos gregos. Os romanos eram especialistas na arte de construir 
abóbada. Graças a vários expedientes técnicos, seus tetos eram construí-
dos na forma de abóbadas.
 
A principal finalidade da arte grega deixou de ser a harmo-
nia, a beleza da expressão dramática. Os romanos eram 
um povo prosaico, de grande sentido prático, e pouco se 
importavam com deuses fantasiosos. Seus métodos pictóricos de narrar 
as façanhas do herói provaram ser de grande valor para as religiões que 
entraram em contato com o extenso império.
A arte helenística e romana desalojou logo nos primeiros séculos depois 
de Cristo as artes dos reinos orientais.
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A escultura tinha florescido na Índia muito antes dessa influência helenís-
tica chegar ao país, mas foi na região fronteiriça de Gandara que a figura 
de Buda foi representada pela primeira vez mostrada nos relevos que pas-
saram a ser o modelo para arte budista posterior.
 
A arte grega e romana também ajudou os indianos a criar 
uma imagem do seu Salvador. Outra região oriental que 
também aprendeu a representar suas histórias sagradas 
para instrução dos crentes foi a judaica. Na realidade, a lei Judaica proibia 
a realização de imagens, com receio de que os judeus caíssem na idolatria. 
Entretanto, as colônias judaicas dedicaram-se a pintar as paredes de suas 
sinagogas com histórias do Antigo testamento.
Não é apenas nas obras religiosas do período de declínio e queda do Im-
pério Romano que podemos observar algo dessa mudança de interesse. 
Pareciam ser raros os artistas que se importavam com o que fora a glória 
da arte grega, seu refinamento e harmonia. As figuras retratadas foram 
testemunhas da ascensão do Cristianismo, o que significou o fim do mun-
do antigo.
 
Até a próxima aula!
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Aula: 13
Temática: Escultura e arquitetura romana II
Na primeira fase da arte românica destaca-se o baixo-relevo 
em mármore, pedra, madeira e marfim. Surgiram, depois, 
trabalhos ornamentais em capitéis com motivos vegetais e 
animais e em sarcófagos, mas as obras principais da escultura bizantina 
são as pequenas peças.
tSuas obras seguem algumas convenções, como a frontalidade, regras 
estabelecidas pelos sacerdotes e a caracterização de personalidades ofi-
ciais como personagens sagrados. A frontalidade é representada através 
da postura rígida, os olhos grandes direcionados para cima, pretendendo 
transmitir inquietações, o que leva o observador a uma atitude de venera-
ção pelo personagem representado. Ficava a cargo dos sacerdotes deter-
minar como seriam os gestos, a posição das mãos e dos pés, as dobras 
das roupas e os símbolos representados. No caso da caracterização de 
personagens oficiais, a representação os trataria como personagens sa-
grados e seriam colocadas auréolas em suas cabeças, símbolo que ca-
racteriza personagens sagrados. As grandes estátuas são de mármore, as 
pequenas organizadas em dípticos portáteis feitos em marfim. 
A questão de como decorar essas basílicas foi muito mais difícil e séria, 
porque a questão da imagem e seu uso na religião surgiu novamente e 
causou disputas muito violentas. Num ponto quase todos os primeiros 
cristãos concordavam: não deveria haver estátuas na Casa do Senhor. As 
estátuas se pareciam demais com aquelas imagens esculpidas de ídolos 
pagãos que a bíblia condenava.
Foi de uma importância imensa para a história da arte que uma autoridade 
tão grande tenha acudido em favor da pintura. Sua sentença era repeti-
damente citada sempre que as pessoas atacavam o uso de imagens nas 
igrejas. O tipo de arte que foi assim admitido era uma espécie restrita. 
Para que o propósito expresso por Gregório I fosse servido, a história tinha 
de ser contada da maneira mais clara e simples possível, e todo pó que 
pudesse desviar a atenção dessa finalidade principal e sagrada deveria ser 
omitido. No começo, os artistas ainda usaram os métodos narrativos que 
tinham sido desenvolvidos pela arte romana, mas, gradualmente, passa-
ram a concentrar-se cada vez mais no que era estritamente essencial.
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À primeira vista, essa pintura parece rígida e fria. Nada tem da 
mestria de movimento e expressão, que era o orgulho da arte 
grega e que persistiu até a era romana, mas a finalidade de seu 
uso era agora tão radicalmente diversa que não nos pode surpreender o fato 
de, superficialmente, as pinturas revelarem pouco de sua origem clássica.
Essa questão da finalidade apropriada da arte em igrejas provou ser de imen-
sa importância para toda a história da Europa. Pois constituiu uma das prin-
cipais questões que levaram as regiões orientais, de fala grega, do Império 
Romano, cuja capital era Bizâncio ou Constantinopla, a recusarem a chefia 
do Papa latino. Uma parte era contra todas as imagens de natureza religio-
sa. Eram os chamados iconoclastas ou “destruidores de imagens”. Em 745, 
levaram a melhor e toda a arte religiosa foi proibida na Igreja oriental, mas 
seus adversários estavam ainda menos de acordo com as idéias do Papa 
Gregório. Para eles, as imagens não eram apenas úteis. Eram sagradas.
Após um século de repressão, as pinturas numa igreja não mais puderam 
ser encaradas como meras ilustrações para uso daqueles que não sabiam 
ler. Eram vistas como reflexos misteriosos do mundo sobrenatural.
A igreja oriental não aceitava mais qualquer bela pintura de uma mãe com 
seu filho pequeno que poderia ser aceita como verdadeira imagem sacra 
ou “ícone” da mãe de Deus, mas apenas aquele tipo consagrado por uma 
tradição de séculos.
 
 
Madonna del Piero
Ao exigir dos artistas, que pintavam ou esculpiam, imagens sagradas que 
respeitassem estritamente os modelos antigos, a Igreja Bizantina ajudou 
a preservar as idéias e realizações da arte grega nos tipos usados para 
roupagens, faces ou gestos. Apesar de certa rigidez, a arte bizantina se 
manteve, portanto, mais próxima da natureza do que a arte do Ocidente 
em períodos subseqüentes. A necessidade de respeitar certos modos per-
mitidos de representar o Cristo ou a Virgem dificultou o ato de os artistas 
bizantinos desenvolverem seus dotes pessoais.
Até a próxima aula!
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Aula: 1�
Temática: Roma e bizantino
A escultura romana até o século II a.C. apresenta influência 
etrusca e, a seguir, helênica. Mais tarde, artistas gregos 
instalados em Roma fizeram réplicas e imitações das obras 
gregas mais apreciadas. Ao mesmo tempo, a escultura romana começava 
a desenvolver um estilo próprio. Os artistas e mesmo obras importantes, 
como a Ara pacis Augustae (Altar da paz de Augustus), permanecem anô-
nimas. Os romanos desprezavam a nudez atlética da escultura grega talvez 
pela ausência de estudos de anatomia nessa arte. 
O rosto é a parte mais importante das peças e são desenvolvidas ao má-
ximo as tendências realistas e psicológicas da época helenística. Os pri-
meiros retratos escultóricosdo século II a.C. denotam a fusão dos estilos 
etrusco, itálico e grego. Nos retratos do reinado de Augustus prevalece a 
influência grega, patente na idealização das figuras e na boa técnica do 
bronze. A tendência à idealização, para demonstrar a majestade impassí-
vel dos césares, continuou em retratos imperiais como os de Claudius e 
Nero, enquanto em outros, como o de Caracalla, transparece a personali-
dade atormentada do retratado.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Busto do imperador Hadrianus
A escultura floresceu nos séculos I e II, especialmente no reinado de Ha-
drianus, sob forte influência grega. Um segundo período áureo iniciou-se 
no ano 193, com Septimius Severus. Entretanto, as condições políticas a 
partir do século III e a mediocridade dos artistas trouxeram a decadência 
de todas as artes e da escultura em particular. Entre os objetos domésticos 
(lâmpadas, ferramentas, armas etc.), executados predominantemente em 
bronze, existem verdadeiras obras de arte.
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Destaca-se na escultura o trabalho com o marfim, principal-
mente os dípticos, obra em baixo relevo, formada por dois 
pequenos painéis que se fecham, ou trípticos, obras seme-
lhantes às anteriores, porém com uma parte central e duas partes laterais 
que se fecham.
 
Teodora
No ano de 311 d.C., o Imperador Constantino estabeleceu a Igreja cristã 
como poder no Estado; os problemas com que se defrontou foram enormes. 
As igrejas e salas que existiam eram pequenas e de aspecto insignificante. 
Assim, as igrejas não foram modeladas pelos templos pagãos, mas pelo 
tipo de vastos salões de reunião que nos templos clássicos eram conheci-
dos como basílicas, o que aproximadamente significa “salões reais”. Esses 
edifícios eram usualmente mercados cobertos e recintos para audiências 
públicas dos tribunais de justiça; consistiam principalmente em vastos sa-
lões oblongos, com compartimentos mais estreitos e mais baixos ao cor-
rer dos lados mais compridos, divididos do corpo central por colunatas. Na 
extremidade havia freqüentemente espaço para um estado semicircular 
(ou abside), onde o presidente da reunião, ou juiz, podia tomar assento.
A mãe do imperador Constantino erigiu uma dessas basílicas para servir 
de igreja e, por isso, o termo foi instituído e oficializado para as igrejas 
desse tipo.
Os escultores bizantinos inspiravam-se em temas religiosos, numa mistu-
ra de influências orientais e romanas. 
 
Até a próxima aula!
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Aula: 1�
Temática: Islã e China - séculos II a XIII d.C.
A religião dos conquistadores maometanos da Pérsia, Meso-
potâmia, Egito, África do Norte e Espanha era mais rigorosa 
em relação à representação das imagens do que o Cristia-
nismo jamais fora. A realização de imagens era terminantemente proibida. 
Como a arte não pode ser suprimida, e como não podiam representar seres 
humanos, deixaram a imaginação jogar com padrões e formas. Criaram as 
mais rendilhadas e sutis ornamentações conhecidas como arabescos.
A cerâmica constituiu a mais importante das primeiras artes decorativas 
dos muçulmanos. Na decoração da louça de barro esmaltado, a maior con-
tribuição islâmica para a cerâmica, eram empregados compostos metáli-
cos nos esmaltes que, quando queimados, transformam-se em películas 
metálicas iridescentes. Outros objetos cuja produção se destacou durante 
o período dos califados (do século VII ao XI) são o bronze e a madeira enta-
lhada do Egito, os estuques do Iraque e o marfim entalhado da Espanha. 
 
Prato com pavão real ( Séc. XVI ) 
Prato ( 1214-1215 AC) Cerâmica Trabalhada
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Cerâmica Trabalhada
Pouco se sabe da arte chinesa, mas é de conhecimento que o impacto da 
religião na China foi maior que no oriente. Os chineses foram muito eficien-
tes na arte de fundir o bronze desde data remota e de alguns dos vasos de 
bronze usados nos templos antigos remontarem ao primeiro milênio antes 
de Cristo, há quem diga que são mais antigos. Os nossos anais da pintura 
e escultura chinesas, entretanto, não são tão antigos.
Alguns dos grandes mestres da China parecem ter tido uma concepção do 
valor da arte semelhante à sustentada pelo Papa Gregório, o Grande. Eles 
concebiam arte como um meio de recordar ao povo os grandes exemplos 
de virtudes nas eras douradas do passado.
As primeiras esculturas chinesas eram figuras zoomórficas monumentais 
da época da dinastia Han, eram feitas em pedra ou em bronze. Sob o go-
verno da dinastia T’ang, espalharam-se as figuras em madeira pintada e 
folheadas a ouro, típicas da plástica indiana. 
 
Os escultores japoneses usaram como modelos os colos-
sais Budas, austeros da dinastia chinesa T’ang, combinan-
do-os com os preceitos históricos do xintoísmo. Os esculto-
res japoneses ainda resolveram colorir rostos e intensificar as feições para 
dar uma maior expressividade. Esse expressionismo foi transferido depois 
para as máscaras de teatro do século XV. 
Tanto os chineses quanto os japoneses demonstraram um refinamento 
singular e uma exigência de qualidade nos trabalhos em jade, bronze, cerâ-
mica e porcelana. As jóias e os objetos decorativos em jade, e os espelhos 
decorados eram muito cobiçados pelos aristocráticos mecenas japoneses. 
A porcelana faz parte da tradição: a mais representativa continua sendo 
azul cobalto e branca.
 
 
Dinastia Ching (1644-1911)
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Um dos rolos chineses ilustrados que foi preservado é uma coleção de 
grandes exemplos de senhoras virtuosas. Consta que remotam ao pintor 
Ku K`ai-chi, que viveu no século IV d.C. A ilustração mostra um marido 
acusando injustamente a esposa, e possui toda a dignidade e graça que 
associamos à arte chinesa. Suas ilustrações também pretendem expor 
uma lição de forma transparente. Nada existe de rigidez nessa obra chine-
sa primitiva, porque a predileção por linhas ondulantes insufla uma sensa-
ção de movimento em todo o quadro.
O Budismo influenciou a arte chinesa não só fornecendo aos artistas novas 
tarefas, mas introduzindo uma abordagem inteiramente nova da pintura, 
uma reverência pela realização do artista como não existiu na Grécia an-
tiga nem existiria na Europa até o Renascimento. Os chineses foram o 
primeiro povo que colocou o pintor no mesmo nível do poeta inspirado.
Os artistas devotos começaram a pintar água e montanha num espírito de 
reverência com o intuito de fornecer material para meditação profunda. 
Seus quadros eram guardados em recipientes preciosos e somente desen-
rolados em momentos de grande tranqüilidade.
Existe algo de maravilhoso nesse recato da arte chinesa. Em sua delibe-
rada limitação há um punhado de temas simples da natureza. Somente no 
século XVIII foi que os artistas japoneses se atreveram a aplicar métodos 
orientais e novos temas.
 
Até a próxima aula!
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Aula: 1�
Temática: A arte ocidental - séculos VI a XI
O período que se seguiu à era cristã primitiva, o período que 
sobreveio ao período de desmoronamento do Império Roma-
no, é conhecido como Idade das Trevas. Nesses séculos as 
pessoas viveram imigrações, guerras e sublevações, pois estavam mergu-
lhadas em escuridão e tinham poucos conhecimentos para guiá-las. Pouco 
se sabe a respeito desses séculos desconcertantes que se seguiram ao 
declínio do mundo antigo e precederam o surgimento dos paises europeus 
na configuração geográfica em que mais ou menos os conhecemos hoje.
Ao longo de quinhentos anos não surgiu nenhum estilo claro e uniforme. 
Entretanto, houve o conflito de um grande número de estilos diferentes 
que só começaram a fundir no fim desse período.
Por muito tempo, este período foi considerado decadente em relação às 
artes, porém estudos recentes confirmam que houve uma certa expressão. 
Podemos perceber

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