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AULA 1 Mudanças no mundo do trabalho e formação integral


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19/03/2023 12:15 Mudanças no mundo do trabalho e formação integral
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02624/index.html# 1/28
Mudanças no mundo do trabalho e formação integral
Profª. Natânia Lopes
Descrição
A formação omnilateral e suas relações com o trabalho enquanto papel dos indivíduos na organização produtiva da sociedade.
Propósito
Compreender o papel da formação do indivíduo na sua inserção da cadeia produtiva da sociedade em que vive é fundamental para identificar a
educação profissional como importante processo formativo do cidadão brasileiro.
Objetivos
Módulo 1
A formação pro�ssional no Brasil
Reconhecer conteúdos e práticas a partir da perspectiva histórica da formação profissional.
Módulo 2
O trabalho na sociedade contemporânea
Reconhecer ferramentas conceituais para uma análise crítica do processo de formação profissional.
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Módulo 3
Educação na Era da Informação
Identificar o planejamento e a oferta de educação tecnológica.
Módulo 4
Educação e transformação social
Relacionar a formação integral e ominilateral à uma concepção mais ampla de educação.
1 - A formação pro�ssional no Brasil
O conceito de formação omnilateral é importante para se vislumbrar alternativas ao papel de reprodução das desigualdades sociais que a
estrutura educacional acaba cumprindo no sistema capitalista.
Pensar em mundo do trabalho, bem como na formação necessária para que os futuros trabalhadores (portanto, atuais estudantes) possam
exercer seu papel de forma mais harmônica possível, é fundamental para entender as sociedades contemporâneas.
Por isso, neste conteúdo, entenderemos os princípios e as relações que organizam a cadeia produtiva da qual os indivíduos participam com
seu trabalho para manter a sociedade em funcionamento e como a educação participa disso, bem como seu potencial transformador para a
efetivação de uma sociedade mais justa e igualitária, de inspiração humanista.
Como você poderá perceber, ao se tratar de formação omnilateral, estamos entrando em uma área de conceituação muito específica, o
pensamento marxista: uma interpretação sociopolítica-econômica da sociedade. Assim, você poderá encontrar argumentos posteriores que
enriqueçam ou até contradigam tal interpretação. Afinal, isso é verdadeiramente produzir conhecimento, não é verdade?
Introdução
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https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02624/index.html# 3/28
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer conteúdos e práticas a partir da perspectiva histórica da formação
pro�ssional.
Panorama histórico da formação pro�ssional no Brasil
Geralmente, o tema da perspectiva histórica da formação profissional é abordado, em educação, do ponto de vista da necessidade social da escola
e da progressiva massificação da educação no Brasil pensando-se a implementação do sistema educacional situada nos tempos da colonização.
Destaca-se, inicialmente, o papel dos jesuítas como primeiros formadores, encarregados de transmitir o saber religioso e moral, além dos
conteúdos acadêmicos, na colônia, bem como catequizar os povos indígenas.
Os jovens filhos dos grandes proprietários de terra eram iniciados nas leituras dos clássicos da filosofia e literatura greco-romanas; a uma camada
média, composta de filhos de colonos, eram ensinadas as letras e a matemática básicas; enquanto os indígenas, tidos por selvagens, recebiam
apenas lições religiosas consideradas requisitos de civilidade e aperfeiçoamento da sua humanidade.
Anchieta e Nóbrega na cabana de Pindobuçu, por Benedito Calixto (1927).
A influência da educação jesuítica persiste até os dias atuais. Os jesuítas conceberam uma maquinaria escolar que não só contribuiu para dotar as
crianças de um estatuto especial, como também influenciou a organização das instituições escolares das épocas posteriores, incluindo as
universidades.
Foi nos colégios jesuíticos que se desenvolveu a pedagogia do controle, em que os aprendizes, colocados em
espaços fechados, sob forte esquema disciplinar, eram submetidos a um processo de transmissão de saberes,
devidamente selecionados pelos mestres e organizados em diferentes níveis e programas de dificuldade
crescente, que lhes impedia o desenvolvimento da autonomia.
(HORIKAWA, 2015, p. 13)
A pedagogia do controle (HORIKAWA, 2015), entendida como o funcionamento dos colégios jesuítas, faz parte da sociedade de controle,
vigilância e disciplina. Cadeiras enfileiradas, filas de alunos nos pátios e nos corredores, homogeneização das turmas e a concepção de ensino-
aprendizado que prescreve papeis imiscíveis no sentido de quem ensina (professor) e quem aprende (aluno), além de castigos e sistemas de
recompensas.
Temos assim em tela uma escola que começa como parte do processo colonial de dominação e prepara os filhos dos aristocratas para estudarem
nas universidades sediadas nas metrópoles. Os colégios jesuíticos, portanto, já implementam uma ordem acadêmica atravessada pelas relações de
poder e hierarquias coloniais.
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Prédio da Antiga Faculdade de Medicina da Bahia, em Salvador.
Em fins do século XVIII e na primeira metade do XIX, com a vinda da família real portuguesa para o Brasil, algumas importantes escolas são criadas:
a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho (que provia a formação na área de engenharia), a Escola Médico-Cirúrgica da Bahia, fundada
pelo Príncipe Regente com o nome de Escola de Cirurgia, a Academia Médico-Cirúrgica no Rio de Janeiro e os Cursos Jurídicos de São Paulo e
Olinda.
A educação profissional (HORIKAWA, 2015) sempre esteve relacionada ao projeto de sociedade do período histórico em que ela ocorre. Assim é
que, entre os séculos XVIII e XIX, toma a forma de um projeto de secularização do Estado-Nação e passa a ser então regida por uma ótica liberal
relacionada à ideia de progresso econômico e cultural no mundo. Os novos princípios basilares da organização escolar não são mais os religiosos
aqui, mas sobretudo os da liberdade e do direito à propriedade privada.
Atenção
A meritocracia se estabelece agora como pressuposto lógico na medida em que se admite que as desigualdades devem ser explicadas pelas
diferenças das qualidades intelectuais. E a educação passa ser uma tarefa centralizada pelo Estado com vistas ao desenvolvimento da Nação,
menos para qualificar o povo e habilitá-lo para o trabalho e mais para efetivar um papel de Estado provedor capaz de garantir o funcionamento das
instituições.
Nesse mesmo período, o ensino de ofícios dividia-se entre o recrutamento forçado de “vadios” nos Arsenais da Marinha do Brasil, formados para
atuar como operários e os Colégios de Fábricas, criados por D. João IV, para atender à educação de aprendizes vindos de Portugal para atuarem no
ramo das artes e vestuário, logo fechados pela metrópole, temerosa da independência da colônia em relação aos aspectos culturais ligados ao luxo,
dos quais Portugal era provedor, o que colocava metrópole e colônia em lugares simbólicos muito bem definidos.
Só em 1827 a Câmara aprovou o projeto da Comissão de Instrução que organizava o ensino público pela primeira vez no Brasil. Neste projeto, a
instrução ficou dividida em quatro graus distintos (1- Pedagogias, que se destinava ao 1º grau; 2 - Liceus, que seria o 2º grau; 3 - Ginásios,
destinados a transmitir conhecimento relativo ao 3º grau; e 4 - Academias destinadas ao ensino superior), com o ensino de ofícios incluído na 3ª
série das escolas primárias, e depois nos Liceus no estudo de desenho, necessário às artes e ofícios (GARCIA, 2000, p.3).
Com a República, a educação no país passou por um problemático e tímido processo de democratização.
adios
Os homens consideradosvadios, nessas circunstâncias, constituíam os recrutas que seriam adestrados no serviço naval, enquanto os marinheiros
mercantes seriam aproveitados como experientes homens do mar. Por adestramento e por absorção, a Marinha valeu-se de ambas as fontes de
recrutas durante as duas guerras em que foi preciso utilizar forças navais (FONSECA, 2016, p. 131).
A Casa Caetano de Campos, em São Paulo, foi construída em 1894 para sediar a primeira Escola Normal da Capital.
Criou-se a Escola Normal, voltada para a formação de professores primários, de caráter profundamente elitista e cujo público educando era
constituído majoritariamente de jovens moças abastadas em busca de erudição para o desempenho da sociabilidade das altas classes burguesas
do país e não de formação para atuação profissional.
Culturalmente, vinha sendo gestada no país, desde o período jesuítico, uma concepção que alinhava o trabalho aos estratos mais baixos da
população, sobretudo os trabalhos físicos e manuais, associados no imaginário social aos escravos e indígenas. De modo que a classe média
resistia à ideia de uma educação voltada para o trabalho.
No início do século XX, finalmente, foram abertas escolas de profissionalização em todas as capitais brasileiras e, em 1910, havia dezenove escolas
instaladas no país. Eram escolas precárias do ponto de vista das suas instalações físicas e do ensino, mas que ganharam fôlego com a Primeira
Guerra Mundial, quando o Brasil, ao enfrentar problemas com o processo de importação, foi obrigado a concentrar esforços nas indústrias nacionais
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e precisou de mão de obra qualificada para o trabalho. É aqui que se consolida uma ruptura crucial para história da formação profissional no país,
uma ruptura entre a educação e a profissionalização.
“Aos trabalhadores era destinada uma formação voltada para o treinamento, adestramento até porque a nossa indústria ainda era bastante
elementar, baseada no artesanato e manufatura com poucas exigências.” (GARCIA, 2000, p. 7)
Re�exão
Esta divisão de caminhos, que separa o ensino da profissionalização, manifesta-se também na separação entre uma formação integral dos
educandos e sua mera capacitação de acordo com um conjunto de habilidades relacionadas à assimilação maquinal dos conteúdos. E esta partição
reflete uma atribuição de papeis a classes sociais distintas.
O papel do Ensino Básico na formação pro�ssional nos dias atuais
Do ponto de vista sociológico, isto é, daquele que se volta para a compreensão dos funcionamentos da sociedade, podemos perceber que as
clivagens relacionadas à classe social se manifestam na estrutura do ensino básico, que se divide em público e privado.
No Brasil especificamente, onde o ensino público é precarizado, as classes sociais subalternas geralmente acabam sendo o principal público a
que se destina esse serviço, enquanto as classes sociais mais abastadas se concentram no ensino privado, regido pela gramática do mercado.
Podemos atribuir esta diferença, ao menos em parte, ao fato de a escola pública estar ligada à lógica do direito à educação, dentro de um contexto
cultural no qual os direitos estão relacionados à ideia do “mínimo” (“o mínimo necessário à sobrevivência”), estando mais no registro de um direito
de acesso do que uma formação em sentido amplo, ligada ao desenvolvimento da personalidade humana do educando.
Início do ano letivo no Colégio Pedro II em 1957.
Por uma perspectiva antropológica, no entanto, esta que se concentra mais nos fenômenos sociais tal como acontecem no chão (um foco mais
microscópico dos fenômenos sociais, abarcando o imaginário social e seus conflitos com outras dimensões da vida), devemos admitir que as
escolas públicas figuram neste imaginário social como um ambiente saudável e produtivo para a sociabilidade das crianças e jovens pobres. Nas
escolas, os educandos, além de adquirirem conhecimentos e terem maiores chances de alcançar alguma mobilidade social, terão diante dos seus
olhos o “bom exemplo dos professores”, carreira que acena como uma possibilidade de ascensão para os mais pobres.
Nessa perspectiva, a escola se apresenta como o lugar seguro, contrastando com os ambientes perigosos por onde a criança ou jovem porventura
circulem; muitas vezes, seu próprio ambiente de moradia. Desfrutar de um tempo na escola passa a ser mais seguro do que o espaço público,
onde essas pessoas encontram lazer nas suas relações de vizinhança e parentesco.
A escola é, sobretudo, pensada como um meio de acesso e construção direta da cidadania, uma vez que o educando e seus familiares podem
acessar outros direitos a partir da frequência do aluno à escola: lá, as crianças e jovens poderão fazer refeições, deslocar-se pela cidade em
transportes públicos graças à gratuidade a que os estudantes têm direito etc.
Re�exão
Neste sentido, quando se pensa na formação profissional no ensino básico, percebe-se que a escola pública parece estar voltada para a formação
de uma mão de obra abundante e subqualificada: os futuros profissionais que são preparados com o “mínimo”, sendo este mínimo, às vezes, a
própria sobrevivência a contextos socioterritoriais violentos.
O ensino privado, por outro lado, principalmente no nível médio, volta-se mais para a formação superior e complementar e, portanto, produz em larga
escala uma mão de obra mais qualificada, voltada para atuar em outros setores e cargos, diferente da clientela da educação pública básica, sendo
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mais bem remunerada e gozando de status social superior.
Este mecanismo parece assim reproduzir uma certa estrutura de classes sociais. Nesse sentido, pode-se afirmar que o ensino de nível médio é o
mais difícil de ser nivelado para a redução das desigualdades estruturais que se processam na educação básica brasileira, pois ele possui uma
dupla função quando se pensa na educação em continuidade com o mundo do trabalho: no ensino público, ele prepara para o mundo do trabalho e
no privado, para a continuidade da formação profissional.
É preciso conferir uma identidade ao Ensino Médio a fim de que ele possa contribuir para a formação integral dos estudantes. Formação essa
voltada para a superação da dualidade entre cultura geral e cultura técnica; formação profissional e formação acadêmica.
O ensino, seja ele profissional ou médio, deve ser orientado à formação de cidadãos capazes de compreender a realidade social, econômica,
política e cultural e do mundo do trabalho para nela inserir-se e atuar de forma ética e competente, técnica e politicamente, visando contribuir
para a transformação da sociedade e função dos interesses sociais e coletivos.(CENTENO; TIMÓTEO, 2013, p. 18)
Entendemos, assim, que o ensino médio pode ser pensado como educação profissional no sentido largo, quando diz respeito àqueles que contarão
apenas com esta formação para ocupar seus lugares do mercado de trabalho. Funções que incluam, por exemplo, matemática básica e o domínio
geral da língua portuguesa, ferramentas de interpretação, noções de história e de língua estrangeira etc. Apenas uma pequena parcela do público
educando, formada pelo sistema educacional do país, passará à formação continuada e especializada pela qual deve passar a mão de obra
qualificada.
Educação pro�ssional da Educação Básica
Assista agora a um vídeo que apresenta um panorama acerca dos principais equívocos e possibilidades da educação profissional da Educação
Básica.
O ensino superior público e privado e a pro�ssionalização
O ensino superior privado, no Brasil, possui características muito próprias, provenientes de uma herança histórica.
Duas dessas características marcam o desenvolvimento do ensino superior no Brasil. A primeira é seu caráter
tardio, pois as primeiras instituiçõesde ensino superior são criadas apenas em 1808 e as primeiras
universidades são ainda mais recentes, datando da década de 1930, século XX. A segunda, que nos interessa

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de modo especial, é o desenvolvimento precoce de um poderoso sistema de ensino privado paralelo ao setor
público. Já na década de 1960, este setor adquire novas características.
(DURHAM, 2003, p. 1)
Essas características fizeram com que o ensino superior privado no país se voltasse para absorver um público específico, quando do florescimento
deste setor do ensino nos anos 1970, no Brasil. Tratava-se de uma população mais velha, já inserida no mercado de trabalho e para quem a
formação de nível superior significava ascensão imediata na carreira, para cargos superiores ou aumento de remuneração em trabalhos que essas
pessoas já atuavam.
Assim, o ensino superior privado terminou por contemplar esses antigos egressos do ensino médio que não tinham podido entrar no ensino superior
imediatamente.
Consequentemente, houve no ensino privado, nos anos 1970 e 1980, uma predominância de oferta de cursos noturnos a fim de atender a
especificidade da sua clientela. O mais curioso (DURHAM, 2003) é que nas universidades públicas, nos anos 1980, justamente nestas em que se
exaltava a democracia e o compromisso com as classes populares, a resistência à criação de cursos noturnos foi generalizada, à exceção da
Universidade de São Paulo, que já tinha cursos noturnos desde os anos 1950. Dessa feita, é o ensino privado que acaba se voltando, nas últimas
décadas, no Brasil, para educação massiva de nível superior.
Atenção
Outro ponto a se destacar é a importância da bagagem cultural do aluno durante a sua formação (BOURDIEU, 1998). Ainda que houvesse um
sistema de ensino capaz de oferecer uma formação equânime, os alunos partiriam de lugares diferentes em função das suas próprias referências
acumuladas graças a seus trânsitos particulares e pertencimentos sociais. É o que o autor chama de capital cultural.
Se, portanto, pudéssemos desconsiderar os grandes abismos educacionais no país, admitir que a todos os cidadãos seria ofertada uma educação
de qualidade, ainda assim o fato de um indivíduo provir de família mais abastada, contando, por exemplo, com viagens desde a mais tenra infância
para países de língua inglesa, o fato deste dispor de uma vasta biblioteca em sua casa herdada dos pais e dos avós o lançaria na frente daquele
outro aluno que mal dispõe de um espaço adequado para estudar, está mal nutrido e precisa cumprir com todo o tipo de tarefas fora da escola para
que seu ambiente familiar funcione, como cuidado de irmãos e tarefas domésticas, trabalhos etc.
Assim, desde que o ensino superior passa a ser massivamente ofertado à população, podemos falar, de fato, numa ampliação das perspectivas de
ascensão e inclusão social, considerando-se que o impacto dessas ascensões ocupacionais e projeções de classe implicarão nas gerações
seguintes, produzindo um efeito cumulativo em termos de formação e inserção no mercado de trabalho em cargos mais bem remunerados. Passa-
se a observar, com isso, uma ampliação do número de trajetórias de ascensão familiar.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Compreender, ainda que de forma panorâmica, o impacto deixado pela História da Educação de nosso país é fundamental. E um dos mais
importantes aspectos está na primeira experiência educacional que tivemos. Assim, é correto afirmar sobre a educação jesuítica no Brasil
colonial que:
A
Tratou-se de uma educação disciplinadora cujos propósitos do ensino e conteúdos diferiam em função da classe social a que
se destinava.
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Parabéns! A alternativa A está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EA%20educa%C3%A7%C3%A3o%20jesu%C3%ADtica%20era%20profundamente%20controladora%20e%20disciplinadora%2C%20tendo%
Questão 2
O Ensino Superior é um grande desafio para os projetos educacionais, no mundo todo. E, no Brasil, assumiu características ainda mais
específicas. Marque a alternativa correta sobre o ensino superior privado no Brasil.
Parabéns! A alternativa E está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EO%20ensino%20superior%20privado%20de%20fato%20absorve%20um%20p%C3%BAblico%20espec%C3%ADfico%3B%20aqueles%20in
B Foi uma forma de educação democrática que se distanciava dos propósitos da Coroa.
C Apoiou-se nos princípios da omnilateralidade, mas fracassou na sua missão educativa.
D Apoiou-se em princípios cristãos que em nada se aliavam ao projeto político reservado à colônia pela metrópole portuguesa.
E Seus vestígios encontram-se nas escolas ainda nos dias atuais, como o princípio da laicidade, entre outros.
A
Estabeleceu-se no Brasil durante o período colonial, absorvendo parte do ensino jesuítico e acenando como a única
possibilidade de ensino superior da colônia.
B Defende uma educação meritocrática ignorando a bagagem cultural dos alunos para a qual alertava Bourdieu.
C Demanda dos educandos um compromisso integral, de forma que se torna impossível trabalhar e estudar ao mesmo tempo.
D Concorre com o ensino público disputando os investimentos do Estado e o público estudante.
E
Nos anos 1970 e 1980, a oferta de formação superior noturna àqueles que haviam ingressado no mercado de trabalho, logo
após conclusão da formação básica.
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2 - O trabalho na sociedade contemporânea
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer ferramentas conceituais para uma análise crítica do processo de
formação pro�ssional.
Conceituando trabalho
Quando se pensa em trabalho, no senso comum, costuma-se pensar, na verdade, apenas no trabalho como o conhecemos atualmente, situado no
modo de produção capitalista da sociedade em que vivemos. O trabalho é aí entendido como sinônimo de função, ocupação ou emprego. No
entanto, podemos conceituar trabalho, em linhas gerais, como a capacidade de gerar riqueza.
Não a riqueza acumulada nos bolsos e cofres e contas bancárias de uma minoria, pois o fato de a riqueza ter sido assim acumulada também é um
tipo de acaso histórico; uma especificidade também da nossa sociedade e do sistema socioeconômico que a organiza. Quando dizemos que o
trabalho é atividade geradora de riquezas, estamos falando da geração de recursos úteis à vida humana e que tornam viável e otimizam nossos
modos de ocupar o mundo.
Comentário
O trabalho pode ser pensado como uma ferramenta adaptativa ao meio. Todas as espécies, assim, o praticam: abelhas que constroem suas
colmeias, macacos que utilizam instrumentos disponíveis na natureza, como um galho fino de um arbusto para apanhar formigas de dentro dos
formigueiros ou pedras para bater e quebrar cocos, castanhas e frutas duras. Costuma-se pensar os seres humanos como especialmente dotados
para o trabalho. Mas isso não é verdade. Tampouco nosso trabalho é melhor ou superior aos das outras espécies animais. Como em todos os
casos, ele tem apenas especificidades.
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O trabalho humano tem, principalmente, a especificidade de contribuir para o acúmulo de conhecimento, de modo que certo grupo, pertencente à
mesma cultura, pode eventualmente alcançar resultados mais eficientes em seu trabalho graças à construção feita pelo trabalho dos que vieram
antes.
Um exemplo são as obras arquitetônicas que foram sendo aprimoradas ao longo do tempo, também o aprimoramentodas técnicas mais diversas,
úteis à vida dos grupos humanos e a tecnologia.
A perspectiva sociológica do trabalho teve grande influência do pensamento marxista, crítico à acumulação capitalista às custas da exploração do
trabalho e do trabalhador. Diz-se que o capitalismo é um sistema socioeconômico que torna o trabalho alheio àquele que o desempenha.
Alheio em pelo menos dois sentidos: no sentido de que o operário médio não tem qualquer afinidade com os saberes envolvidos no processo
produtivo de que ele participa, uma vez que a especialização faz com que ele domine e compreenda apenas uma pequena parte de uma longa
cadeia. E no sentido de que muitas vezes o empregado não terá poder aquisitivo suficiente para usufruir do próprio bem de cuja produção ele
participa.
Sob determinada perspectiva, é possível perceber a relação entre o capitalismo, com sua forma de dividir e operar o trabalho, e o ideal de ascese
protestante (WEBER, 2005). Não é à toa, dirá o autor, que o capitalismo se consolida no mesmo período histórico que o protestantismo.
Primavera, por Pieter Bruegel (1565).
scese protestante
Embora seja um termo mais utilizado em religiões orientais, a ascese se caracteriza pela busca de elevação do homem crente à transcendência. No
caso, a ascese protestante (nascida a partir do século XVI), diz respeito, embora não de forma unânime, às características pessoais que marcam tal
elevação. A prosperidade econômica é, assim, entendida como recompensa divina pela obediência aos preceitos religiosos.
Assim é que o lucro como benção e sinal da predestinação implicará os homens no trabalho dentro da nova ordem burguesa, diferentemente do
sistema feudal, em que a prática religiosa católica que constituía o sustentáculo ideológico da sua ordem simbólica e social pensava a acumulação
como um mal, pecado relacionado à avareza.
Atualmente, em nosso contexto cultural, a divisão social do trabalho é imensa; há diversas funções, cada qual com remuneração e status específico.
E por isso é possível perceber que tanto a exploração do trabalhador continua existindo (MARX, 1983) quanto uma moralidade de fundo religioso
(WEBER, 2005) que justifica as práticas laborais ligadas à obtenção de lucro. Apresenta-se, assim, uma espécie de incitação ao trabalho que pensa
o tempo livre como tempo nulo, como tempo desperdiçado. Com todas as transformações no mundo do trabalho ao longo de duzentos anos no
Ocidente, esses mecanismos estruturais seguem em funcionamento, embora haja reviravoltas, reinvenções e novas roupagens.
É possível pensar o processo de globalização como uma espécie de vingança do grande capital contra as conquistas da classe trabalhadora
(FRIGOTTO, 2013). Uma espécie de efeito rebote do Estado de bem-estar social, esse período histórico em que vigora a ideia de que o trabalho (aqui
no sentido de emprego; trabalho remunerado) é um direito do cidadão. Isso coloca um limite para a alienação do trabalho empreendida pelo
capitalismo selvagem:
Na medida em que o emprego é encarado como um direito de integrar-se ao consumo, à vida e ao futuro, firma-
se a ideia de que, se o mercado privado não oferece emprego, o Estado tem a obrigação de fazê-lo. Trata-se de
um Estado capaz de fazer política econômica e social a partir de um fundo público progressivo. (...) De todo
modo, as gerações assalariadas dos anos 1930 até os anos 1980 no Brasil, mesmo sob duas ditaduras e
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curtos períodos de democracia, puderam programar minimamente seu futuro, antes do golpe militar de 1964, o
empregado que atingisse 10 anos de emprego ganhava estabilidade. O custo da demissão era altíssimo.
(FRIGOTTO, 2013, p. 7)
É como se, no presente, o capital tivesse perdido a sua capacidade civilizatória, diz Frigotto (2013). E passa a destruir, para sustentar sua lógica de
acúmulo, os direitos conquistados pela classe trabalhadora a emprego, saúde, educação, aposentadoria etc.
Globalização e trabalho
Assista agora a um vídeo que aborda os impactos da globalização na constituição do papel do trabalhador nas sociedade contemporâneas.
Formação integral e omnilateral
O trabalho alienado possui relações específicas com um certo tipo de educação, a que podemos chamar de unilateral (MARX, 1983).
A educação unilateral das escolas e instituições de ensino que preparam profissionais para atuar no mercado de uma sociedade, cuja economia é
organizada pelo modo capitalista de produção, é especializada, tecnicista, instrumental e puramente conteudista. É, ela mesma, alienada do aluno e
de suas necessidades como ser humano e indivíduo.
Linha de montagem da Ford em 1928.
A educação omnilateral, por outro lado, seria uma educação mais ampla, completa no sentido de promover a reflexão em vários sentidos para além
dos conteúdos imediatamente aplicáveis a áreas de saber determinadas. Uma educação crítica, portanto, capaz de prover ao indivíduo ferramentas
para a vida de um modo geral. Esta deveria ser atenta às necessidades do educando e às suas aspirações, não se curvando à fragmentação do
saber disciplinar. Aproxima-se assim da ideia de uma educação interdisciplinar e politécnica. Mas a omnilateralidade, ou seja, essa forma de educar
que vem por todos os lados (MARX, 1983) não estaria restrita aos conteúdos; além de extrapolar a fragmentação dos saberes em disciplinas
isoladas, ela deveria extrapolar os próprios conteúdos acadêmicos e alcançar conhecimentos artísticos e referências culturais de todo tipo, além de
trabalhos manuais e mesmo de uma relação integrada com a natureza.
mnilateral
O termo omnilateral aparece pela primeira vez nos Manuscritos Econômico-filosóficos, de 1844. Marx apresenta essa contraposição ao distinguir a
atividade vital humana dos demais animais, que produzem unilateralmente. Em contraste, a formação humana é omnilateral e universal: ela produz e
reproduz a natureza inteira, livre da carência imediata. O trabalho é, portanto, uma ação corporal intencional e, como tal, envolve a plenitude das

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capacidades intelectuais e sensitivas do ser humano. É este agir corporal transformador que mobiliza e demanda o pensar, isto é, a construção da
consciência (DELLA FORTE, 2014, 388-389).
Atenção
Assim aparece a ideia de uma sociedade utópica em que as pessoas poderiam pescar à tarde, pastorear à noite e fazer crítica literária após as
refeições (MARX, 1983).
Apenas uma educação multidimensional, plural, mais completa do que esta que conhecemos (que é voltada apenas para as exigências de um
mercado de trabalho que funciona com a máxima especialização da mão de obra) poderia promover um tal estilo de vida; ao mesmo tempo
camponês e intelectual, onde as urgências mais ordinárias entrariam em uma dança perfeitamente coordenada com a erudição e os saberes
entendidos como refinados. A pesca e o pastoreio, como tarefas desempenhadas por um mesmo homem capaz de fazer crítica literária após as
refeições, traduzem um novo tipo de sujeito, habitante de um outro tipo de sociedade, que possui outra cultura.
A educação omnilateral é aquela capaz de formar indivíduos íntegros, completos, dotados de múltiplas habilidades e capaz de desempenhá-las,
portanto, com a máxima liberdade e, ao mesmo tempo, a maximização dos resultados da produção, em uma dimensão coletiva.
Outra vez retornando a um ponto de vista mais antropológico, isto é, atento aos fenômenos tais como se processam “no chão”, podemos perceber
que, ainda que a educação omnilateral seja, no atual contexto, uma utopia, os conteúdos e a vivência escolares e acadêmicos promovem uma
transformação da visão de mundo dos educandos.
Ocorrem mudanças naqueles que estão em formação que certamente superam em muito a aplicação direta de conteúdos em avaliações e
profissõesfuturas. Isso porque a escola, a universidade, os colégios e cursos são também ambientes de uma sociabilidade pautada na troca de
conhecimento e há muita saúde intelectual, ética e moral nesse convívio também, apesar das óbvias limitações e problemas, que também existem.
Princípios fundamentais
Podemos eleger como princípios que pautam a presente discussão: a educação, o trabalho, a igualdade, a vida plena, a inclusão e o
desenvolvimento sociais, além de uma dimensão coletiva da existência humana. A educação como princípio implica em reconhecer um direito à
formação de indivíduos críticos, de cidadãos efetivamente, em vez de se pensar a educação como mero direito de acesso a um punhado de
conteúdos mais ou menos coesos, muito bem apartados em disciplinas e burocratizados.
Também o trabalho, entendido em sua integralidade como atividade que efetiva a humanidade em nós, representa uma contribuição inestimável que
une cada indivíduo à sociedade a qual pertence. Como elos de uma imensa corrente não apenas sincrônica (que é como quando pensamos a
divisão do trabalho tecnocrata e superespecializada da sociedade capitalista contemporânea), mas que se desenrola na linha do tempo, através da
história, como acúmulo de conhecimento, de técnica e de tecnologia.
Estes princípios relacionados à integralidade são mais adequados para se alcançar uma vida plena, digna, em que a satisfação esteja resguardada
nos múltiplos aspectos da existência: no trabalho, no processo de ensino-aprendizagem, no plano social e coletivo e na realização individual como
parte de um todo. Para tanto, a inclusão precisa ser tomada como um valor inegociável.
O conto clássico São Julião Hospitaleiro, de Gustave Flaubert, apresenta-nos uma analogia interessante. Julião era um menino nobre que havia sido
criado por seus pais para ser um homem virtuoso. A ele foi ensinada a arte da caça, dentre outras habilidades caras àquela cultura. O rapaz cresce
corajoso e afeito às artes aprendidas. Possui vastas coleções de animais de caça e armas que, com o tempo, passam a compor com ele uma
espécie de máquina mortífera.
É quando Julião é tomado por uma desmedida das suas próprias destrezas e acaba incorrendo num desequilíbrio: raiva, vontade de destruição.
Julião queria tomar todas as vidas dos animais da floresta. Um dia sai para caçar e extermina muitos animais, vaidoso.
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Detalhe de Paisagem com caça ao coelho, por Pieter Brueghel.
ustave Flaubert
Gustave Flaubert (1821-1880) foi escritor francês, representante do Realismo. Talvez sua mais importante obra seja a polêmica Madame Bovary, que
quase o colocou atrás das grades.
Com sua espada e montado sobre o seu cavalo, corta as pernas de um galo por diversão. Então chega a uma clareira onde há uma família de cervos
e mata todos.
O cervo maior, tendo sido flechado na testa, lança-lhe um feitiço antes de morrer: que ele terminaria por matar os próprios pais, como uma forma de
vingança da natureza contra o seu bruto excesso. É um alerta sobre um encaminhamento que se abaterá contra Julião, que de fato, termina por
matar os pais, ainda que tente resistir a essa profecia.
Édipo e Antígona, por Johann Peter Krafft (1809).
Julião, este Édipo cristão da literatura clássica francesa, só alcança a redenção quando se despe de si mesmo e acolhe um mendigo leproso em sua
casa, com quem se deita em sua cama para lhe aquecer o corpo na hora derradeira da sua morte. Julião será canonizado e ficará conhecido por
isso, com nome de São Julião Hospitaleiro. E se é mesmo possível estabelecer um paralelo entre Julião e Édipo, o que essa história nos ensina, por
meio da sensibilidade artística de seu autor, é que uma possibilidade de saída do individualismo moderno é a inclusão, aceitação incondicional do
outro em toda a sua alteridade. Nisso consiste o pilar de uma sociedade mais humanista.
A educação omnilateral pretende não apenas formar indivíduos com múltiplas habilidades em diversos âmbitos da vida, mas viabilizar uma
sociedade mais harmônica, sem separações, exclusões. Uma sociedade de princípios humanistas. Para tanto, é necessário que indivíduos críticos
possam dela participar politicamente.
É nesse sentido que Julião pode nos ajudar. A educação omnilateral parte do pressuposto de que educação é um dispositivo que funciona entre a
produção e reprodução da sociedade. E que a consolidação de uma sociedade humanista se dá pelo conhecimento clássico acumulado
historicamente, ou seja; pela apropriação do trabalho e da história pelos homens. Não por alguns homens; uma minoria de esclarecidos; mas pela
massa.
O que na filosofia marxista se chama de superestrutura, isto é, a dimensão cultural da sociedade (o conhecimento científico, filosófico, artístico...),
também está concentrado nas mãos de uma minoria, assim como a infraestrutura, isto é, a dimensão material (terras, propriedades, fábricas,
maquinário). Uma educação omnilateral, assim, deve ter sobretudo um caráter revolucionário: transformador do sistema de exploração do trabalho e
do alheamento humano característico da sociedade capitalista.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O trabalho humano pode ser pensado em dois sentidos: um mais largo, outro mais estrito, sendo esta última a acepção que circula no senso
comum. São eles, respectivamente:
Parabéns! A alternativa B está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3ENo%20senso%20comum%2C%20trabalho%20%C3%A9%20sin%C3%B4nimo%20de%20ocupa%C3%A7%C3%A3o%20no%20mercado%2C
Questão 2
O individualismo moderno é uma dimensão cultural fundamental do capitalismo, por que a lenda do conto de Flaubert pode ser tomada como
uma crítica à desmedida individualista?
A
A ocupação remunerada do indivíduo na sociedade e a função que ele desempenha na sua vida pessoal e afetiva,
principalmente a familiar.
B
A produção de riqueza através do conhecimento acumulado ao longo dos tempos e a ocupação remunerada do indivíduo na
sociedade.
C
A produção em larga escala, geralmente caracterizada pela globalização; e a produção em âmbito nacional, muitas vezes
marcada pelo protecionismo.
D
O trabalho orgânico do próprio corpo para manter a vida e o trabalho rotineiro que fazemos para contribuir com o meio em que
vivemos.
E
A produção humana em todos os períodos históricos desde que se estabeleceram as culturas civilizadas e o trabalho animal
como as colmeias e mesmo aqueles usados pelos chimpanzés.
A Porque revela o seu aspecto violento e aponta a ética da inclusão como possibilidade de redenção.
B Porque mostra como o homem pode ser mais frágil que o animal, uma vez que o cervo lança um feitiço em Julião.
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Parabéns! A alternativa A está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EA%20viol%C3%AAncia%20do%20personagem%20Juli%C3%A3o%20contra%20os%20animais%20representa%20uma%20desmedida%2
lo%20libera%20Juli%C3%A3o%20do%20seu%20sofrimento.%20A%20hist%C3%B3ria%20pode%20ser%20pensada%20ent%C3%A3o%20como%20f%C3
3 - Educação na Era da Informação
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car o planejamento e a oferta de educação tecnológica.
De�nição e breve histórico do conceito de “educação tecnológica”
O termo “educação tecnológica” aparece pela primeira vez na obra de Karl Marx já em meados do século XIX. Faz parte do princípio da
omnilateralidade e se refere, em linhas gerais, à união da instrução ao trabalho material produtivo, pois a erudição, apartada da roda da produção de
riquezas a seremcoletivizadas a fim de contribuir para o desenvolvimento humano global, não passaria de uma mera forma de acumulação; mais
uma, dentre todas aquelas que Marx denuncia.
C Porque trabalha com categorias polares: dentro/ fora; certo/errado; bom/ mau.
D
Porque o individualismo moderno, representado na psicanálise pelo mito de Édipo, é a única força capaz de subverter as bases
do sistema de exploração capitalista.
E Porque o conto de Flaubert anuncia a derrocada capitalista e com ela o recuo da cultura individualista.
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Em 1866, Marx prepara um texto-manifesto para ser lido no Primeiro Congresso da Associação Internacional dos Trabalhadores. Nele, o autor fala
sobre a importância da questão educacional para os trabalhadores. Em um contexto, como o da Inglaterra pós-Revolução Industrial, havia um novo e
imenso fenômeno em franca expansão: o da maquinaria industrial como marca maior do processo produtivo modernizado. A ciência, representada
pelas máquinas, entrava na produção e compunha com a força humana, a matéria-prima da economia.
Caso ainda não tenha ficado claro o sentido e a importância do fenômeno do alheamento do trabalhador em relação aos frutos do seu trabalho,
também chamado de alienação do trabalhador, podemos recorrer a uma rápida comparação explicativa: se o artesão do sistema feudal ou o
homem do campo antes da mecanização, por exemplo, dominavam todas as etapas da produção (o relojoeiro escolhia a madeira para a confecção
dos seus relógios, montava seu mecanismo e vendia o seu produto depois), o trabalhador da fábrica, na linha de montagem, apenas apertava o
botão, outro punha uma peça no produto em construção que passava pela esteira, outro encaixotava e assim por diante.
Se, por um lado, o advento científico de que fala Marx tornou a indústria capaz de criar produtos mais complexos e em grande quantidade, por
outro, o trabalhador perde a noção da forma de construção do próprio produto que sai das suas mãos. É a divisão do trabalho com uma
especialização cada vez mais acentuada.
Assim, ao mesmo tempo em que havia um entusiasmo com a modernização e uma expectativa de aumento da qualidade de vida pelo aumento da
oferta de produtos, o que se via acontecer era uma intensa exploração da mão de obra não qualificada que trabalhava nas fábricas: longas jornadas,
condições insalubres de trabalho, ausência de direitos trabalhistas que dessem garantias mínimas ao trabalhador e trabalho infantil.
O manifesto ressaltava a importância de as crianças serem retiradas das fábricas e terem acesso à educação pública e gratuita. Para Marx, o tripé
da educação que deveria ser destinada à classe trabalhadora consistiria em: educação intelectual, educação corporal e educação tecnológica.
Esta última consiste na iniciação em princípios gerais e de caráter científico de todo o processo de produção e, ao mesmo tempo, inicia as crianças
e adolescentes no manejo de ferramentas elementares dos diversos ramos industriais (MARX, 1983, p. 60) visando à unificação do ensino com a
produção material.
Percebemos assim que, para Marx, era urgente que a especialização que alheava o trabalhador do seu próprio trabalho fosse revertida através de
uma educação que lhe devolvesse às rédeas dos saberes que organizam a produção.
Planejamento e oferta de educação tecnológica na atualidade
Desde Marx, o termo “educação tecnológica” passou a assumir outros sentidos, porque a tecnologia transformou-se demasiadamente desde o
século XIX. Se a expressão antes se referia ao conhecimento do maquinário indispensável para que o trabalhador se apropriasse do saber sobre a
totalidade do processo produtivo, atualmente a expressão aparece fortemente associada:
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À ideia de um ensino técnico de cunho profissionalizante.
Às ferramentas tecnológicas que podem sem aplicadas em qualquer nível ou modalidade de ensino.
Atenção
Alguns economistas nomeiam o momento histórico econômico em que vivemos de 4ª Revolução Industrial, ou Indústria 4.0. Este momento seria
caracterizado por uma transição importante do modo de produção atual para uma outra forma de organização econômica e social, fortemente
pautada na incorporação de inovações tecnológicas.
De fato, todos acompanhamos as rápidas transformações que a tecnologia viabiliza nos modos de vida ocidentais. No nível industrial, a aplicação
tecnológica galopa com a utilização de inteligência artificial, big data (uso de grandes volumes de dados que permite, além de outras coisas,
identificar precisamente perfis de consumidores, por exemplo), robótica e nanotecnologia, que produzem uma espiração de informação e
desenvolvimento técnico sem precedentes na história. Sendo assim, a educação e a gestão do seu perfil tecnológico pelos governos precisam
também dar conta das novas ferramentas.
A Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica, órgão que faz parte do Ministério da Educação, é responsável por coordenar, implementar e
regular as políticas públicas relacionadas à educação profissional e tecnológica.
Entre as suas atribuições, consta a promoção de programas e ações destinados ao desenvolvimento da educação profissional e tecnológica, nos
diferentes níveis e modalidades de ensino, especialmente em relação à integração com o ensino médio, à educação de jovens e adultos, à inovação,
à educação a distância, à difusão do uso das tecnologias educacionais e à certificação profissional de trabalhadores (BRASIL, 2021a).
Esses programas ou ações da Secretaria preveem um alinhamento entre as inovações tecnológicas incorporadas aos cursos e as demandas do
mundo do trabalho, bem como realizam investimentos do Ministério da Educação em modernização das estruturas dos cursos técnicos oferecidos
por institutos federais. Um desses programas é o Educação do Mundo 4.0, idealizado para responder às necessidades da chamada Quarta
Revolução Industrial – a Revolução Digital.
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Apesar de o nome ter surgido da Indústria 4.0, a Educação 4.0 não remete apenas a fábricas ou linhas de produção, tendo em vista que seus
impactos afetam todos os setores da sociedade que possam ter seus processos automatizados e/ou digitalizados, ao transformar a relação
estabelecida entre as pessoas e as máquinas, com a geração de inúmeras possibilidades de inovações.
O modelo é baseado na solução de problemas, em especial os potencializados pelas demandas futuras da sociedade como um todo, que
requererão o desenvolvimento de habilidades fundamentais para esta nova ordem, tais como criatividade, empreendedorismo, competências
socioemocionais, entre outras (BRASIL, 2021b).
A articulação entre a “educação tecnológica” e a omnilateralidade no manifesto dos trabalhadores do século XIX possui muitas relações com a
forma como essas questões se manifestam, articuladas, na sociedade atual. A tecnologia atualmente promete avanços na sociedade e na cadeia
produtiva, ou seja; no mundo do trabalho, que apenas uma formação que contempla múltiplas competências do indivíduo pode atender.
Mas para que o projeto de uma sociedade melhor se realize; melhor no sentido de que todos possam usufruir dos adventos técnicos e tecnológicos
com melhorias substanciais na qualidade de vida, é preciso que a dimensão do humano seja priorizada em relação à busca do lucro. Uma educação
omnilateral precisa de uma nova relação com os conteúdos culturais. Se a circulação de conteúdos tem sido potencializada pela comunicação e
interação humanas mediadas pelas tecnologias, é preciso que haja uma apropriação plena desses mesmos conteúdos, ou seja, livre de soberanos
interesses de mercado pelo lucro.Este ponto ficará mais claro adiante.
Indústria cultural, fragmentação e reprodução de conteúdos
A chamada Escola de Frankfurt, aproveitando-se de conceitos da filosofia de Marx aos da filosofia de Weber, propôs pensar que a mesma produção
em massa aplicada nas fábricas do séc. XIX passou a ser aplicada também à produção artística. Assim, se a obra de arte se distingue de outros
objetos pela sua autenticidade, que é o segredo da sua “aura”, quando as empresas começam a se dedicar à produção e a venda de arte, a arte é
transformada em entretenimento.
Passando a ser reproduzidos para o consumo em massa, os objetos artísticos precisam ser menos ousados e inovadores e mais triviais.
Ao mesmo tempo em que se tem uma ampliação de acesso do povo a bens culturais antes apenas acessíveis às elites, o objeto artístico
massificado, também empobrecido, tende a se tornar esvaziado da sua potência crítica. Da mesma forma, ele se torna incapaz de formar indivíduos
críticos.
Instituto de Pesquisa Social da Universidade de Frankfurt.
A lógica que governa a indústria cultural é simples: se um artista ou produto artístico faz sucesso, há um investimento do capital em obras e
artistas que seguem aquele mesmo modelo, pois o retorno financeiro daquele produto estará assegurado.
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O que se tem, no caso deste mercado, então, é um incentivo à reprodução de conteúdos e não à produção criativa de conteúdos novos. Estamos
pensando aqui em conteúdos artísticos, mas podemos propor um paralelo com os conteúdos do ensino e da informação. Guardadas as devidas
especificidades de cada um desses nichos, todos eles compõem a chamada superestrutura da sociedade capitalista, sua dimensão cultural,
imaterial e que possui estreita relação com um determinado povo e o período histórico.
Assim como as redes sociais passaram a ter um papel importante na difusão da informação, gerando algum tipo de crise no poder até então
hegemônico das grandes mídias, não se pode ignorar a importância das novas tecnologias no processo de ensino-aprendizagem. E mais ainda a
partir da pandemia de covid-19 quando a comunicação, trabalho e estudo virtuais assumiram proporções muito maiores e foram alavancados.
As redes sociais, os textos, as imagens e os vídeos hospedados em plataformas públicas funcionam com base na mesma lógica de trocas da
superestrutura capitalista, que agora parece simplificada: a produção em larga escala é pensada meramente em termos de alcance. O número de
visualizações de um conteúdo, ou seja, a dimensão estimada da sua projeção, consolida-se como um grande mediador das trocas, para além da
moeda. Basta pensar que um influenciador digital, ou mesmo qualquer pessoa anônima que alcance visibilidade na internet, recebe brindes e
presentes de empresas multimilionárias para divulgar suas marcas: às vezes esses brindes são carros, diárias em hotéis sofisticados,
computadores e produtos de luxo.
Atenção
Assim como se amplia o acesso ao bem imaterial artístico após a invenção da fotografia, (que permite a reprodução das imagens em escala global),
a educação pode chegar a mais alunos por meio da modalidade EAD, por exemplo, e a informação também sofre algum grau de democratização.
Pensamos nas últimas eleições presidenciais e em como as opiniões políticas de pessoas comuns movimentaram a internet e o debate público de
forma inédita no país.
Também é preciso reconhecer que uma ampliação de acesso não garante que os conteúdos relacionados à educação e aqueles ligados à
informação ou ao entretenimento chegarão em profundidade. Uma especificidade dos conteúdos virtuais é a fragmentação.
Ao mesmo tempo em que há uma imensa oferta de saberes de todo o tipo e muito mais acessíveis agora, o consumo tende a ser também mais
fragmentado. Proliferam nas redes vídeos de poucos segundos, textos curtos, imagens, os “memes”, os conteúdos precisam ter uma forma que
garanta que não tomarão tanto tempo assim do consumidor, porque, afinal de contas, há tanto a saber!
Este se torna um desafio dos processos atuais de difusão de conteúdo: garantir a qualidade, a substância, a apropriação em profundidade dos
conteúdos ofertados de forma ampla e caótica a partir da sua projeção pelas novas tecnologias.
Lógica da Indústria Cultural
Agora assista a um vídeo que apresenta de forma mais aprofundada a lógica que movimenta e define a indústria cultural.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Compreender a importância da educação tecnológica no contexto do trabalho e da formação dos trabalhadores é essencial quando buscamos
uma visão panorâmica do assunto. Nesse sentido, é possível afirmar que
Parabéns! A alternativa C está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EA%20educa%C3%A7%C3%A3o%20tecnol%C3%B3gica%20%C3%A9%20oferecida%20n%C3%A3o%20para%2C%20como%20defendia%2
Questão 2
A indústria cultural, embora possa ser apresentada e interpretada de diversas maneiras, merece ser entendida, no contexto de nosso presente
estudo, em sua relação com a superestrutura no capitalismo tardio. Assim, podemos afirmar sobre tal relação:
A
a educação tecnológica é um pressuposto da economia neoliberal, em que todos os trabalhadores conhecem o processo
produtivo em sua integralidade.
B
a educação tecnológica foi sugerida por Karl Marx no século XIX como meio de os empregadores romperem com a alienação do
seu trabalho.
C
a educação tecnológica é planejada e ofertada pelo Estado brasileiro a fim de formar mão de obra apta a atuar no mercado de
trabalho.
D a educação tecnológica surgiu no século XXI com o advento da tecnologia como a robótica e a nanotecnologia.
E
a educação tecnológica acaba produzindo um problema cultural, pois afasta os educandos do mundo real enquanto os deixa
apenas mergulhados nas novas tecnologias.
A
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Parabéns! A alternativa A está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EA%20ind%C3%BAstria%20cultural%20produz%20conte%C3%BAdos%20em%20escala%20industrial%20a%20partir%20da%20repeti%C3
se%20mero%20distrativo.%3C%2Fp%3E%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20
4 - Educação e transformação social
Ao �nal deste módulo, você será capaz de relacionar a formação integral e ominilateral à uma concepção mais ampla de
educação.
Formação omnilateral e formação integral
Temos discutido até aqui o caráter integral da formação omnilateral e, portanto, “educação integral” e “educação omnilateral” aparecem mais ou
menos como sinônimos. Mas há uma diferença crucial, segundo alguns autores, que será abordada neste módulo a fim de melhor caracterizar a dita
“educação integral”, tal como este conceito é apropriado contemporaneamente no Brasil.
No Brasil, sobretudo na segunda metade do século XX, ampliou-se a discussão sobre educação integral. O educador Anísio Teixeira desempenhou
importante papel nesse processo com as experiências que desenvolveu a partir da década de 1930. Posteriormente, Darcy Ribeiro, que se
Produz conteúdos massificados, sem um caráter crítico ou criativo muito importante, reproduzindo, em larga escala, os objetos
artísticos e transformando-os em entretenimento.
B Incentiva a autenticidade artística para atender a um mercado restrito.
C Sua produção em escala industrial vai na contramão da difusão da informação por meio das redes sociais.
D
Elabora conteúdos complexos e se articula com o sistema educacional via Estado a fim de formar indivíduos qualificados para
atuar no mercado.
E Investe em pontos de dissensoporque está comprometida com o estabelecimento de uma sociedade sem classes.
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considerava continuador do legado de Anísio Teixeira, implantou no Rio de Janeiro os Centros Integrados de Educação Pública (CIEP), nos anos
1980.
Na primeira década do século XXI, retomou-se a discussão acerca das políticas de educação integral e tempo integral, partindo novamente do
pressuposto de que ela possui importante papel no combate às desigualdades sociais. Ou seja, manteve-se o ideal redentor da educação como
forma de escamotear as profundas desigualdades sociais e econômicas que, essencialmente, estão na origem das desigualdades educacionais
(SILVA, 2015, p. 218).
Atenção
Uma educação omnilateral é, portanto, impossível no âmbito do sistema capitalista de exploração (SILVA, 2015). Por isso, a educação integral tem
sido tomada aqui numa dimensão mais superficial, confundida com educação em tempo integral, como a proposta do Manifesto dos Pioneiros da
Educação (1932).
anifesto dos Pioneiros da Educação
“O direito de cada indivíduo à sua educação integral decorre logicamente para o Estado que o reconhece e o proclama, o dever de considerar a
educação, na variedade de seus graus e manifestações, como uma função social e eminentemente pública, que ele é chamado a realizar, com a
cooperação de todas as instituições sociais” (BRASIL, 2010, p.43).
Nos anos 1980, os CIEPs também previam uma ampliação da jornada escolar. E muito embora essas propostas estivessem comprometidas com a
democratização do acesso à escola pública no Brasil, elas não colocam em questão o modo de produção capitalista como gerador de
desigualdades sociais, apenas procuravam amenizar os abismos de classe e mazelas sociais como desemprego, fome e subdesenvolvimento por
meio da inclusão de crianças e jovens ao contexto formativo das escolas públicas brasileiras.
A formação integral na perspectiva marxista, pensada em sua omnilateralidade, ou seja, uma formação que abarca “todos os lados”, está implicada
na ideia de uma educação revolucionária, ou seja, capaz de modificar a estrutura do modo capitalista de produção.
CIEP Nelson Rodrigues, em Nova Iguaçu (RJ).
IEPs
“Ao invés de escamotear a dura realidade em que vive a maioria de seus alunos, proveniente dos segmentos sociais mais pobres, o CIEP compromete-
se com ela, para poder transformá-la. É inviável educar crianças desnutridas? Então o CIEP supre as necessidades alimentares dos seus alunos. A
maioria dos alunos não tem recursos financeiros? Então o CIEP fornece gratuitamente os uniformes e o material escolar necessário. Os alunos estão
expostos a doenças infecciosas, estão com problemas dentários ou apresentam deficiência visual ou auditiva? Então o CIEP proporciona a todos eles
assistência médica e odontológica” (RIBEIRO, 1986, p. 48).
A educação integral, como se usa chamar no Brasil, desde o século passado, quando começa a haver algumas tentativas de aplicação de uma
educação mais ampla dos indivíduos, é ainda comprometida com a ordem social e econômica vigente. Ela não é revolucionária, portanto. Muito
pelo contrário, está preocupada em fornecer trabalhadores mais bem capacitados para atuarem neste nosso sistema.
A cultura e a ciência estariam a serviço do capital desde que a entrada no indivíduo no mercado no trabalho é orientada por relações de dominação
estruturais. A própria ciência baseia-se em uma relação de dominação que o homem estabelece sobre a natureza (ADORNO; HORKHEIMER, 1995). A
separação entre sujeito e objeto de conhecimento é a condição da produção do conhecimento objetivo, que caracteriza o conhecimento científico.
Para enfatizar essa perspectiva, o mito de Ulisses, da obra Odisseia, de Homero, é utilizado como metáfora do ímpeto de dominação que alicerça o
conhecimento científico que fincará suas bases na cultura ocidental com o Iluminismo (ADORNO; HORKHEIMER, 1995).
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Ulisses e as sereias, por John William Waterhouse (1891).
Ulisses queria ouvir o canto das sereias, mas o canto era mortal. Todos os homens que se metiam nas embarcações e se aventuravam no mar
terminavam por sucumbir ao chamado glorioso do canto daquelas criaturas maravilhosas: os homens se atiravam ao mar, enfeitiçados. Mas Ulisses
é um herói escolado nos usos da lógica e da razão e decide que ele próprio será capaz de ouvir o canto, mantendo-se vivo, afinal. Ele amarra-se ao
mastro do barco e coloca escravos para remarem com os ouvidos selados por cera de abelha.
Assim, o herói vai ao mar, ouve o canto e sobrevive, graças ao emprego inteligente das técnicas. Ele burla as regras simplórias na natureza
representada pelos seres mitológicos que são as sereias. Uma espécie de espólio do misterioso, alcance engenhoso do inacessível. E ele não
apenas “doma” a natureza assim fazendo. Seu conhecimento só é possível graças à dominação de outros homens, seus escravos, submetidos ao
seu projeto de saber.
Consultando o Oráculo, por John William Waterhouse (1884).
As formas de conhecimento anteriores ao filosófico-científico (ADORNO; HORKHEIMER, 1995) eram estabelecidas por relações mais lateralizadas e
menos hierarquizadas. As sacerdotisas, dizem os autores, não podiam realizar certos encantamentos se estivessem em algumas fases específicas
do seu ciclo menstrual.
Isso era assim porque se pensava que os seus próprios corpos estavam implicados nos rituais mágicos, não havendo uma separação tão grande
entre o “sujeito de conhecimento” (a sacerdotisa) e o “objeto de conhecimento” (a natureza, sobre a qual se pretendia intervir mediante os
encantamentos).
Por outro lado, como a figura de Ulisses, o cientista no laboratório possui outro tipo de relação com os objetos que ele manipula e que constituem
o seu saber. Eles possuem condições ótimas de atuação no experimento; reações isoladas, controladas graças a uma separação do sujeito em
relação àquilo a que ele se propõe a conhecer. O jaleco branco do cientista é símbolo dessa pureza, dessa separação radical.
O procedimento matemático tornou-se, por assim dizer, o ritual do pensamento, apesar da autolimitação
axiomática, ele se instaura como necessário e objetivo: ele transforma o pensamento em coisa, em
instrumento, como ele próprio o denomina. Mas com essa mimese, na qual o pensamento se iguala ao mundo,
o factual tornou-se agora a tal ponto a única referência, que até mesma a negação de Deus sucumbe ao juízo
sobre a metafísica (...) Não há nenhum ser no mundo que a ciência não possa penetrar, mas o que a ciência
penetra não é o ser.
(ADORNO & HORKHEIMER, 1995, p. 15)
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Educação para a vida e a importância do entorno
A educação para a vida é pensada como uma troca constante e equilibrada de saberes por meio de uma jornada de conhecimento na qual o
indivíduo aprende com a experiência e compõe a si mesmo mediante um saber amplo e profundo que lhe permite conhecer a si mesmo e ao outro,
em relação. Trata-se de uma formação que supera o conteudismo desde que se pensa na aplicabilidade dos saberes adquiridos, assim como se
pensa que o processo de conhecimento está para além das instituições de ensino.
Atenção
De acordo com essa proposta pedagógica, os conceitos devem ser trabalhados a partir da vivência e não de forma abstrata e descolada da
realidade. Sendo assim, é preciso que haja uma pluralidade de propostas, adaptáveis às mais diversas realidades. Existe, portanto, também uma
pluralidade de linguagens e uma valorização da interdisciplinaridade.
A educação para a vida problematiza então as estruturas curriculares de ensino, o que não significa necessariamente abdicar delas por completo.É
que existe aqui o princípio da integralidade do saber, pensando-se os sujeitos de forma, ao mesmo tempo física e emocional, além de intelectual.
Valoriza-se, assim, a autonomia do indivíduo em formação e o seu protagonismo no processo de conhecimento, que fará com que a própria
experiência subjetiva paute as buscas do educando.
No Brasil, algumas escolas aplicam essa proposta, contemporaneamente, principalmente no ensino básico. Nelas, é comum utilizar-se, como
recurso didático, os usos de experimentos extraclasse, denominadas estudos do meio. Essas escolas possuem uma forte inclinação à educação
ambiental, uma vez que o meio passa a ser alvo de atenção: como o educando se apropria do meio que o rodeia, como se relaciona com ele,
incluindo os mais diversos tipos de interação: com a natureza, com os objetos, com a cultura, com outras pessoas etc.
Pretende-se provocar reflexões a partir dessa troca com o entorno, da epiderme ao cosmo. É uma tentativa de eliminar, ou pelo menos minimizar,
a ruptura que geralmente é colocada entre o homem e a natureza.
É justamente essa ruptura que podemos identificar quando vimos que a exploração do modo de produção capitalista é apenas uma pequena parte
de um fenômeno histórico e cultural muito mais profundo. Tem a ver com a forma de conhecer que foi sendo gestada como exploratória; relações
de exploração estão em toda parte, mediando a percepção humana há muitos séculos. Os homens exploram o meio, a natureza, os outros homens.
Exploram as mulheres, as crianças, os animais. Impõem-se sobre os mais fracos, criam fraquezas. Trata-se de um sistema cultural e econômico que
pode ser pensado como uma máquina produtora de fraquezas, de vulnerabilidades: os negros, os latinos, os homossexuais, os pobres etc.
Comentário
Para o método de estudos do meio, contudo, as vivências dos participantes precisam ser muito bem planejadas, pois todas as condições do local
escolhido, além da duração das atividades, deslocamento etc. interferem no processo de aprendizagem. É aqui que os estudos do meio se
aproximam da prática do trabalho de campo acadêmico-científico (sobretudo nas áreas de Antropologia, Geografia e Biologia).
Surge assim as questões: o cuidado no planejamento não haverá, ele mesmo, de interferir na capacidade de afetar e ser afetado pelo imponderável
da natureza? O planejamento detalhado não será uma forma de controle que está na raiz do problema que se procura sanar?
Por outro lado, é claro que tirar o aluno do ambiente protegido da sala de aula é um passo importante para essa conexão que se pretende recuperar.
Uma formação integral precisa, antes de mais nada, exercitar a sensibilidade do corpo que pensa em todas as suas possibilidades de sentir: olhar,
cheirar, tocar, sentir os gostos. Esse estímulo dos sentidos que um ambiente desprotegido, novo, aberto pode proporcionar ao indivíduo em
formação é a mais poderosa ferramenta contra a produção dos “corpos dóceis”, aqueles disciplinados e controlados, cuja capacidade criativa vai
sendo minada pelo sistema em favor do desenvolvimento de habilidades que concorrem para a mera reprodução.
Educação escolar e transformação social

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Assista agora a um vídeo que apresenta, a partir de um relato pessoal, o potencial transformador da educação escolar.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A formação omnilateral distingue-se do conceito de educação integral aplicado no Brasil a partir da década de 1930 pelo seguinte aspecto:
Parabéns! A alternativa C está correta.
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Questão 2
É correto dizer que a educação para a vida pode ser pensada como método de ensino-aprendizagem ou proposta pedagógica que
A A educação omnilateral marxista era sinônimo de educação em tempo integral.
B A educação omnilateral é reformista, mas fracassa em promover as transformações sociais idealizadas.
C
A educação omnilateral é revolucionária e sua aplicação só é possível junto com a efetivação de um projeto de sociedade
igualitária.
D
A educação integral contempla o ensino de tecnologias e a educação omnilateral, porque durante a Primeira Revolução
Industrial não havia tecnologia no processo de produção.
E
A educação integral se estabelece como uma forma de dominação saudável da natureza e do homem pelo homem, enquanto a
formação omnilateral acaba por se traduzir numa relação de saber violenta do sujeito sobre o objeto de conhecimento.
A
desencoraja a autonomia dos educandos pois adere a uma concepção tradicional e hierárquica da transmissão de
conhecimento.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
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Considerações �nais
Como vimos, o mundo do trabalho está articulado às práticas pedagógicas e à estrutura do ensino em determinada sociedade. Assim, a formação
profissional pode ser emancipatória e potente no sentido de criar realidades mais adequadas à vida da coletividade, ou reprodutora dos processos
exploradores e excludentes que caracterizam o modo de produção capitalista.
Uma educação em sentido amplo, que dê conta das várias dimensões da vida e prepare sujeitos críticos capazes de agir politicamente, precisa
considerar aspectos corporais, emocionais, ambientais, culturais, além dos conceitos. Uma concepção de conhecimento que se estabelece por meio
do ímpeto de dominação de sujeitos sobre objetos não é capaz de viabilizar uma educação integral.
O trabalhador e seu meio
Ouça agora a Profª. Dra. Natânia Lopes discorrer a cerca da importante relação que há entre capital cultural, formação tecnológica e o meio em que
os indivíduos vivem.
B
utiliza os chamados estudos do meio ou trabalho de campo a fim provocar o contato do educando com o entorno extraclasse,
usando todos os sentidos do corpo.
C aplica o disciplinamento e o controle dos corpos dos aprendizes.
D aborda a questão ambiental pelo ensino de conceitos abstratos.
E
trabalha com uma vivência selvagem dos ambientes que explora a fim de que os indivíduos tenham um contato espontâneo
com as alteridades.

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Referências
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BRASIL. Ministério da Educação. Programas e ações da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica. Brasília: SETEC, 2021a.
BRASIL. Ministério da Educação. Educação no mundo 4.0. Brasília: SETEC, 2021b.
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WEBER, M. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. São Paulo: Martin Claret, 2005.
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A Dissertação de Mestrado Um olhar intertextual em "A legenda de São Julião Hospitaleiro" de Gustave Flaubert, de Joceli Pereira, traz uma
interessante reflexão sobre a obra utilizada neste conteúdo.
O Artigo O erro fatal de Marx e Smith: o lucro não é deduzido do salário; o salário é que é deduzido do lucro, do Economista Wladimir Kraus, traz
interessante contraponto acerca das visões clássicas econômicas.
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https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02624/index.html# 28/28
Em Entrevista: Cláudia Valentina Assumpção Galian, do canal Educação & Participação, encontramos a posição dessa acadêmica acerca dos
fundamentos da educação integral e sua ligação com currículo.