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SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: DA TEORIA A PRÁTICA Enfª: CAROLINA OLDENBURG BARROSO ESP. EM UTI NEONATAL CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM 14 SEMANA DA ENFERMAGEM M A N A U S 2 0 2 2 OBJETIVOS 1. Entender o que é Sistematização da Assistência de Enfermagem; 2. Diferenciar Sistematização x Processo de Enfermagem; 3. Reconhecer o Processo de formação do Diagnóstico de Enfermagem; 6. Praticar o Processo de Enfermagem. INTRODUÇÃO Assim como os médicos usam diagnósticos médicos, os enfermeiros deveriam que ter “algo” para documentar uma prática holística abrangente. Durante muito tempo na maioria das instituições de saúde, ou não havia ou não era utilizado um método para sistematizar a assistência de Enfermagem; • A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma metodologia que organiza toda a operacionalização do Processo de Enfermagem, realiza o planeja o trabalho da equipe e os instrumentos que serão utilizados, de acordo com o procedimento que será realizado. • O objetivo da metodologia é garantir a precisão e a coesão no cumprimento do processo de enfermagem e de atendimento aos pacientes. “A SAE é uma ferramenta que favorece a melhora da prática assistencial com base no conhecimento, no pensamento e na tomada de decisão clínica com o suporte de evidências científicas, obtidas a partir da avaliação dos dados subjetivos e objetivos do indivíduo, da família e da comunidade” Bartira de Aguiar Roza SAE metodologia Científica Conhecimentos técnicos- científicos e humanos Melhora qualidade de assistência de enfermagem Respaldo científico, segurança e direcionamento Maior credibilidade, competência e visibilidade Autonomia e satisfação profissional O QUE É SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM? Metodologia científica de que o profissional enfermeiro dispõe para aplicar seus conhecimentos técnico-científicos e humanos na assistência aos pacientes. • É uma metodologia desenvolvida a partir da prática do enfermeiro para sustentar a gestão e o cuidado no processo de enfermagem. O método é organizado em etapas, que ajudam a fortalecer o julgamento e a tomada de decisão clínica assistencial do profissional de enfermagem. • O profissional consegue agir de acordo com a priorização, a delegação, gestão do tempo e contextualização do ambiente cultural do cuidado prestado. • Com a utilização dessa metodologia, é possível analisar as informações obtidas, definir padrões e resultados decorrentes das condutas definidas. PROCESSO DE ENFERMAGEM • Método sistemático de prestação de cuidados humanizados, que enfoca a obtenção de resultados desejados de uma maneira rentável: Sistemático: segue passos; Humanizado: respeita cresças, satisfação das necessidades; Resultados: estabelecidos pelo conhecimento; (BRASIL, 2009) • É um instrumento metodológico que orienta o cuidado profissional de Enfermagem e a documentação da prática profissional. • O Processo de Enfermagem fornece estrutura para a tomada de decisão durante a assistência, tornando-a mais científica e menos intuitiva; • Uma Teoria de enfermagem é implementada na prática por meio desse método científico; É um conjunto de conceitos, definições, relacionamento e hipóteses que projetam a visão sistêmica do fenômeno; Sugerem uma direção de como ver fatos ou eventos. “ Servem para descrever, explicar, diagnosticar e/ou prescrever medidas referentes ao cuidado de enfermagem.(...) Uma vez identificado que uma destas teorias é relevante para uma ciência tal como a enfermagem, ela oferece justificativa ou razão bem fundamentada sobre como e porque os enfermeiros realizam determinas intervenções.” Potter; Perry,2006 CUIDADOS NÃO SÃO MAIS EXECUTADOS DE MODO EMPÍRICO, E SIM EMBASADOS PELAS TEORIAS. COMO ESCOLHER UMA TEORIA? Conhecer a realidade do setor que atua Perfil dos profissionais da unidade Clientela atendida P R IN C IP A IS T EO R IA S D E EN FE R M A G EM Florence Nightingale Ambientalista Wanda Horta Necessidades Humanas Básicas Dorothea Orem Autocuidado Hildegard Peplau Relações Interpessoais ETAPAS DO PROCESSO DE ENFERMAGEM 1.COLETA DE DADOS 2. DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM 3. PLANEJAMENTO 4. IMPLEMENTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 5.AVALIAÇÃO 1ª ETAPA - Coleta de dados de Enfermagem ou Histórico de Enfermagem • O primeiro passo para o atendimento de um paciente é a busca por informações básicas que irão definir os cuidados da equipe de enfermagem. A etapa faz parte de um processo deliberado, sistemático e contínuo, na qual haverá a coleta de dados. As informações podem ser passadas pelo próprio paciente, pela família ou então, por outras pessoas envolvidas. • São abordadas as informações sobre alergias, histórico de doenças e até mesmo questões psicossociais, como, por exemplo, a religião, que pode alterar de forma contundente os cuidados prestados ao paciente. FONTES DOS DADOS Primário: Informações dadas pelo próprio paciente; Secundária: Informações dadas por familiares, membros da equipe de saúde, exames, prontuários; ANAMNESE IDENTIFICAÇAO •Sexo •Cor •Estado Civil •Escolaridade •Profissão/ocupação •Procedência •Naturalidade QUEIXA PRINCIPAL • Com as palavras usadas pelo paciente; • Se possível colocar a sua duração; Ex: “ Tô com dor nos quartos” HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL •Fazer a semiologia dos sintomas; • Inquirir sobre os sintomas associados e correlatos; • Não induzir respostas; • Apuras evolução, exames e tto realizados; • A história deverá ter: Início, meio e fim. HISTÓRIA DA DOENÇA PREGRESSA • História Patológicas pregressas: Alergias, Infecções, Doenças de bases, Cirurgias e Traumatismos; • História Fisiológicas: Condições de gestação, Nascimento, Quadro vacinal, Crescimento e desenvolvimento Psicomotor, Puberdade( menarca), História Sexual, Climatério. HISTÓRIA SOCIAL • Habitação: tipo de casa, saneamento, instalações sanitárias, água potável, criação de animais; • Hábitos: tabaco, álcool, drogas ilícitas, medicamentos; HISTÓRIA FAMILIAR • Ancestrais: estado de saúde, “causas mortis”, idade; • Doenças Familiares: CA,HAS,DM, AVC,CARDIOPATIAS,NEFROPATIAS,ORT OPATIAS,PSICOPATIAS; ALIMENTAÇAO • Quantidade, Tipos e Preferências; • Hidratação: quantidade, tipos e preferência. SONO E REPOUSO • Atividade/Ocupação; • Atividade física e Lazer; • Sono e Repouso; EXAME FÍSICO • Exame Físico cefalo-podálico; 2 ª ETAPA-Diagnóstico de Enfermagem • O diagnóstico de enfermagem é o processo de interpretação e agrupamento dos dados coletados. Essa etapa conduz a tomada de decisão sobre os diagnósticos de enfermagem, que irão representar as ações e intervenções, para alcançar os resultados esperados. • Para isso, utilizam-se bibliografias específicas que possuem a taxonomia adequada, definições e causas prováveis dos problemas levantados no histórico de enfermagem. ELEMENTOS DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM ELEMENTOS CONTEÚDO EXEMPLO Título Expressão sucinta que designa a resposta do indivíduo. HIPERTERMIA Características definidoras Conjunto de sinais e sintomas (indicadores), que sustentam a firmação de qual resposta no título está presente. TEMPERATURA DE 38C Fatores relacionados Fator do ambiente, pessoa ou integração de ambos, que favorecem a ocorrência da resposta. ( Causas ou fatores contribuintes- fatores etiológicos) INFECÇAO NO TRATO GASTROINTESTIN AL Fator de Risco Determinante-aumenta o risco AVP DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM TIPOS DE DIAGNÓSTICOS DE Foco no problema Resposta Humana Indesejável DE Risco Suscetibilidade DE Promoção de Saúde Motivação/Desejo Todos tem a mesma importância! •Um julgamento clínico a respeito de uma resposta humana indesejável a uma condição de saúde/processo da vida que existe em um indivíduo, família, grupo ou comunidade; Foco no Problema•Um julgamento clínico a respeito da suscetibilidade de um indivíduo, família, grupo ou comunidade para o desenvolvimento de uma resposta humana indesejável a uma condição de saúde/processo da vida;Risco •Um julgamento clínico a respeito da motivação e do desejo de aumentar o bem-estar e alcançar o potencial humano de saúde. Essas respostas são expressas por uma disposição para melhorar comportamentos de saúde específicos, podendo ser usadas em qualquer estado de saúde Promoção de Saúde •Comece com o diagnóstico em si, seguido dos fatores etiológicos, após identifique os principais sinais/sintomas Foco no Problema •Não há fatores relacionado, uma vez que você está identificando a vulnerabilidade de um paciente a um potencial problema. O problema ainda não está presente. Risco • Não exigem um fator relacionado, pode não haver “relacionado a” em sua redação. Em vez disso, as características definidoras são apresentadas como evidências do desejo do paciente em melhora seu estado de saúde atual ( ou o reconhecimento do enfermeiro da existência de uma oportunidade de promoção da saúde. Promoção de Saúde FORMAÇÃO DO DIAGNÓSTICO NANDA 2018-2020 pag.111 Ti p o s d e d ia gn ó st ic o s d e en fe rm ag em Foco no Problema Título + Fator Relacionado + Evidência Paciente apresenta problemas reais que afetam seu bem estar Vulnerabilidade Título + Evidência Paciente apresenta risco/ chance de desenvolver um problema Promoção da saúde Título + Evidência Paciente não possui problema HIPERTERMIA + RELACIONADO A INFECÇÃO GASTROINTESTINAL + EVIDENCIADO POR TEMPERATURA DE 38 C RISCO DE INFECÇÃO + EVIDENCIADO CATETER CENTRAL EM SUBCLÁVIA ESQUERDA DISPOSIÇÃO PARA AMAMENTAÇÃO MELHORADA + EVIDENCIADO POR EXPRESSO DESEJO DE MELHORAR DE AMAMENTAÇÃO 3ª ETAPA -Planejamento de Enfermagem • De acordo com a SAE, que organiza o trabalho profissional quanto ao método, pessoal e instrumentos, a ideia é que os enfermeiros possam atuar para prevenir, controlar ou resolver os problemas de saúde. • No planejamento de enfermagem, são determinados os resultados esperados e quais ações serão necessárias. Isso será realizado a partir dos dados coletados e diagnósticos de enfermagem com base dos momentos de saúde do paciente e suas intervenções. São informações que, igualmente, devem ser registradas no prontuário do paciente, incluindo as prescrições checadas e o registro das ações que foram executadas, por exemplo. Itens necessários para os resultados esperados O que eu quero para meu paciente? Em quanto tempo eu quero? RESPONDER SEMPRE ESSAS DUAS PERGUNTAS. OBRIGATÓRIO EXEMPLO • DIAGNÓSTICO DE RISCO • 1. RISCO DE INFECÇAO EVIDENCIADO POR ACESSO VENOSO PERIFÉRICO EM MSD PLANEJAMENTO: Paciente não apresentará sinais flogísticos ( dor, calor, rubor, hiperemia, edema) em MSD enquanto uso de acesso venoso. 4ª ETAPA - Implementação • A partir das informações obtidas e focadas na abordagem da SAE, a equipe realizará as ações ou intervenções determinadas na etapa do Planejamento de Enfermagem. • São atividades que podem ir desde uma administração de medicação até auxiliar ou realizar cuidados específicos, como os de higiene pessoal do paciente, ou mensurar sinais vitais específicos e acrescentá-los no prontuário, por exemplo. EXEMPLO 5ª ETAPA - Avaliação de Enfermagem (Evolução) • Por fim, a equipe de enfermagem irá registrar os dados no Prontuário Eletrônico do Paciente de forma deliberada, sistemática e contínua. Nele, deverá ser registrado a evolução do paciente para determinar se as ações ou intervenções de enfermagem alcançaram o resultado esperado. • Com essas informações, a enfermeira terá como verificar a necessidade de mudanças ou adaptações nas etapas do Processo de Enfermagem. Além de proporcionar informações que irão auxiliar as demais equipes multidisciplinares na tomada de decisão de condutas, como no próprio processo de alta. A EVOLUÇÃO DEVE SER: Clara, concisa e legível; Conter anotações de observações factuais, após a avaliação do estado geral do paciente; Incluir data e hora das anotações cronologicamente; Utilizar apenas siglas e abreviaturas aprovadas (na dúvida, escrever por extenso). Desse registro devem constar os problemas novos identificados, um resumo sucinto dos resultados dos cuidados prescritos e os problemas a serem abordados nas 24 horas subsequentes ( COREN,2000) REFERÊNCIAS • NANDA. Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: definições e classificações (2018-2010) • BOTTURA. Alba Lúcia Bottura Leite de Barros: Anamnese e Exame Físico: 2 edição, São Paulo; Artmed Editora S.A, 2010. • TANURE, Meire Chucre. Sistematização da Assistência de Enfermagem Guia Prático: 2 edição, Rio de Janeiro, Guanabara Koogan • VAMOS APLICAR A •SISTEMATIZAÇÃO? CASO CLÍNICO 1 • Apresenta-se o caso clínico de um doente do sexo masculino, F.H.J, 29 anos de idade, raça caucasiana, que recorre ao serviço de urgência por quadro clínico com um dia de evolução, caracterizado por febre, 37.6ºC, anorexia (17 DE IMC), relato de dor abdominal, tipo moinha, localizada na fossa ilíaca direita, sem irradiação e vómitos alimentares (05 VEZES ao dia), náuseas. O doente não apresenta alterações do trânsito intestinal nem queixas urinárias, negando sintomatologia prévia. No exame objetivo não apresenta alterações em sistema respiratório e cardíaco. Apresentava um abdómen globoso, levemente rigído, timpânico, com dor à palpação na fossa ilíaca direita, e sinal de Blumberg positivo. Sem outras alterações relevantes. Refere dificuldade em manter sono durante toda noite, alimentação precária, com muita náuseas após alimentação. Tem dificuldade de se manter sentado em virtude dor em região abdominal. Refere em história que possui alergia a alguns medicamentos e já apresentou edema em pálpebra ao contato com alguns produtos de borracha. Refere ainda consumo de bebidas alcoólicas diariamente e ser tabagista. Pré-operatoriamente foi colocada a hipótese de apendicite aguda CASO CLÍNICO 1 • Apresenta-se o caso clínico de um doente do sexo masculino, F.H.J, 29 anos de idade, raça caucasiana, que recorre ao serviço de urgência por quadro clínico com um dia de evolução, caracterizado por febre, 37.6ºC, anorexia (17 DE IMC), relato de dor abdominal, tipo moinha, localizada na fossa ilíaca direita, sem irradiação e vómitos alimentares (05 VEZES ao dia), náuseas. O doente não apresenta alterações do trânsito intestinal nem queixas urinárias, negando sintomatologia prévia. No exame objetivo não apresenta alterações em sistema respiratório e cardíaco. Apresentava um abdómen globoso, levemente rigído, timpânico, com dor à palpação na fossa ilíaca direita, e sinal de Blumberg positivo. Sem outras alterações relevantes. Refere dificuldade em manter sono durante toda noite, alimentação precária, com muita náuseas após alimentação. Tem dificuldade de se manter sentado em virtude dar em região abdominal. Refere em história que possui alergia a alguns medicamentos e já apresentou edema em pálpebra ao contato com alguns produtos de borracha. Refere ainda consumo de bebidas alcoólicas diariamente e ser tabagista. Pré-operatoriamente foi colocada a hipótese de apendicite aguda.
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