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Universidade Federal de Sergipe Centro de Ciência Exatas e Tecnologia Núcleo de Engenharia Mecânica Elementos de Máquina I Projeto de uma prensa de latas de alumínio Alunos: Alexandre Carvalho Gilsandro Andrade Jonathan L. Oliveira Vinicius Cassiano São Cristóvão / SE Novembro de 2015 Sumário INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 3 OBJETIVOS .................................................................................................................................. 6 OBJETIVOS ESPECIFICOS .................................................................................................. 6 DESENVOLVIMENTO ................................................................................................................. 7 Parafuso de potência ............................................................................................................. 7 Comportamento das forças no parafuso de potência .................................................. 8 Carga crítica aplicada ............................................................................................................ 8 Rotação ..................................................................................................................................... 9 Torque ..................................................................................................................................... 10 Potência .................................................................................................................................. 12 Eficiência ................................................................................................................................ 13 Tensão nos filetes ................................................................................................................ 13 Propriedades estruturais do aço ...................................................................................... 14 Tensões normais e de cisalhamento em vigas e barras de paredes finas ........... 15 Soldas ...................................................................................................................................... 16 Dimensionamento de Juntas Soldadas .......................................................................... 17 MEMÓRIA DE CÁLCULOS ...................................................................................................... 18 Dados iniciais ............................................................................................................................ 18 Cálculos (Parafuso de potência e motor)....................................................................... 19 Dimensionamento estrutura da prensa .......................................................................... 25 Cálculo de Solda ................................................................................................................... 27 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................................... 29 ANEXOS ...................................................................................................................................... 30 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................... 31 INTRODUÇÃO Um número crescente de empresas passou a reciclar materiais e sobras de produção. A reciclagem é um dos passos iniciais dos sistemas de gestão ambiental por não exigir investimento muito pesado e trazer benefícios rápidos, além de possibilitar uma enorme economia de matéria-prima e energia elétrica. Para se ter uma ideia, para cada lata reciclada uma empresa poupa o equivalente ao consumo de uma televisão durante três horas. O ciclo de vida de uma lata de bebida de alumínio é de apenas 30 dias, de uma lata para outra. Nesse período, a lata vai da prateleira para o consumidor e, descartada corretamente, para uma instalação de reciclagem em que poderá ser refundida e reformatada em outra lata de alumínio com exatamente as mesmas características físicas da lata original. Como o alumínio pode ser reciclado sem nenhuma perda de qualidade, as latas de alumínio são o produto ideal para uma reciclagem de ciclo fechado. Em 2012, o Brasil manteve o recorde mundial de reciclagem de latas de alumínio para bebidas, com o índice de 97,9%. Foram 267,1 mil toneladas de sucata de latas recicladas, o que corresponde a 19,8 bilhões de unidades, ou 54,1 milhões por dia ou 2,3 milhões por hora. Figura 1 - Reciclagem de latas de alumínio. Com os esforços desempenhados pela cadeia de reciclagem - fabricantes de chapas, de latas, envasadores de bebidas, cooperativas e recicladoras - e pelo Governo, por meio da conscientização da população, o programa de reciclagem da lata de alumínio é hoje uma experiência de sucesso com grande influência social, econômica e ambiental. Em 2012, somente a etapa de coleta (compra de latas usadas) injetou cerca de R$ 630 milhões na economia nacional, gerando emprego e renda para milhares de pessoas. Passo-a-passo da reciclagem de latinhas: 1. COMPRA O consumidor compra as latinhas de alumínio no supermercado. 2. CONSUMO Depois de usada, a lata vazia é levada aos postos de coleta ou então vendida aos sucateiros, gerando renda nesta atividade. 3. COLETA Nesses locais, as embalagens são prensadas com todas as suas partes (corpo, tampa e anel). 4. PRENSAGEM Neste estágio, as latas são prensadas novamente. Desta vez, em grandes fardos, como são chamados os “pacotes” volumosos e pesados, fáceis de serem transportados. 5. FUNDIÇÃO As latinhas são derretidas em fornos especiais para latas de alumínio. 6. LINGOTAMENTO Aqui todo o material é transportado em lingotes fundidos sob a forma de tiras, apropriadas para uma refusão ou transformação. 7. LAMINAÇÃO Os lingotes passam por um processo de deformação no qual o material passa entre rolos e se transforma em bobinas de alumínio. 8. NOVAS LATAS As bobinas são usadas para fazer novas latinhas. 9. ENCHIMENTO Na fábrica de bebidas, as latas passam por um processo de enchimento para ganhar aquele tradicional formato “oco” que conhecemos. 10. CONSUMO Depois as latas são distribuídas mais uma vez aos pontos de venda, fechando o ciclo de reciclagem das latinhas de alumínio. OBJETIVOS Esse trabalho tem como principal objetivo desenvolver o projeto e concepção de uma prensa de alumínio simples e compacta, obtendo com isso um valor competitivo no mercado, para atender não só as grandes empresas como também as médias e pequenas. OBJETIVOS ESPECIFICOS Dimensionamento dos elementos utilizados na fabricação da prensa; Desenvolvimento do protótipo no software Solidworks de uma máquina de prensa para latas; Desenvolver um sistema simples e barato para viabilização da construção em larga escala. Figura 2 - morsa de bancada, exemplo de aplicação do parafuso de potência. Figura 3 - Exemplos de aplicações para parafusos de potência. DESENVOLVIMENTO Parafuso de potência O parafuso de potência ou parafuso de transmissão é um dispositivo utilizado em máquinas para transformar um movimento angular em movimento linear. Seu funcionamento consiste em se aplicar um torque à extremidade do parafuso, movimentando-se a outra extremidade, que realiza trabalho. São exemplos de aplicações dos parafusos de potência, o fuso do torno, a movimentação do mordente de uma morsa, o sistema de acionamento de um macaco ou prensa mecânica.Figura 4 - forças atuantes nos filetes do parafuso de potência. Comportamento das forças no parafuso de potência A figura 4 apresenta um parafuso de potência de rosca direita sendo utilizado para elevar ou descer cargas. Para elevar a carga gira-se o parafuso no sentido contrário ao filete da rosca e para abaixar, gira-se para a direita, no sentido da inclinação do filete. . Carga crítica aplicada No caso de compressão, o parafuso pode estar sujeito à flambagem. A carga crítica para flambagem pode ser calculada como: = � � (1) Para seção circular: = � (2) Para seção tubular: = � − � (3) Rotação Para que possamos selecionar um motor para realizar uma atividade cuja transmissão será por parafuso de potência, é necessário estimar primeiramente a potência, o torque e a rotação de funcionamento que o capacita para realizar determinado trabalho. Para isso necessita-se saber qual o tipo de movimento, qual a massa do corpo que será deslocado, o tipo, o diâmetro e o número de entradas adequado do parafuso de potência para a transmissão, a velocidade desejada e até mesmo a aceleração pretendida. O primeiro passo é determinar o tipo de rosca adequado para o parafuso de potência. Para uma transmissão suave deve ser utilizado o de rosca trapezoidal e quando for para transmissão com grandes esforços e/ou choque deve ser utilizado o de rosca quadrada. Depois, estipula-se a quantidade de entradas e o passo adequados para a transmissão em função do avanço (A) desejado. Essa escolha depende da análise da eficiência e do que é encontrado no mercado. Sabendo o avanço desejado (A) e o espaço linear (ΔS) que o sistema terá que percorrer, é só determinar a quantidade de voltas (N) que o motor deverá executar para percorrer esse espaço desejado (equação 4). = ∆� (4) Sendo o avanço (A) definido como o produto do passo (p) pelo número de entradas (Ne), então obtém-se a equação 5: = ∆ (5) Com o número de rotações do motor para percorrer o espaço desejado e determinando o tempo que se deseja percorrer esse espaço, pode-se calcular a frequência de rotação do motor utilizando a equação 6. = ∆ (6) Onde: f = frequência; Δt = intervalo de tempo. Uma vez encontrada a frequência, pode-se determinar a rotação (n) através da equação 7: =60. (7) Torque Para a determinação do torque a situação é um pouco mais complicada, pois deve-se levar em consideração, além do esforço para mover a carga, o esforço para rotacionar o parafuso. Os resultados são diferentes para o movimento vertical ascendente, o movimento vertical descendente e também para os casos de movimento horizontal. Além disso, devem ser analisadas as características geométricas do parafuso que será utilizado na transmissão. O sistema estará em equilíbrio sobre a ação destas forças. Para levantar a carga: Para descer a carga: Isolando N na horizontal e na vertical e igualando as expressões: Para levantar a carga: (8) Para descer a carga: Dividindo-se o numerador e o denominador dessas equações por cos e considerando que tg = L/(dm), tem-se: (9) Finalmente, sabendo-se que o torque é o produto de P pelo raio médio dm/2: Onde T é o torque necessário para vencer o atrito nos filetes do parafuso e levantar ou descer a carga. (10) Em aplicações de parafusos de potência ainda é necessário levar em consideração um terceiro elemento que altera o torque. Quando o parafuso é carregado axialmente, emprega-se um mancal de escora, ou colar, entre as peças girantes e as estacionárias, a fim de eliminar os componentes axiais. A carga é considerada concentrada no diâmetro médio do colar. Chamando-se �� o coeficiente de atrito do colar: (11) Figura 5 - Parafuso de potência com rosca trapezoidal (rosca no padrão Acme americano). Potência A potência mecânica (P) é definida como o produto da força tangencial pela velocidade, então: �= . (12) O torque é diretamente proporcional à potência e inversamente proporcional à rotação: = � (13) Isolando-se a potência encontra-se outra maneira de calcular a potência, agora em função do torque e da rotação. � = �.�. (14) Essa potência mecânica (P) calculada pela equação 12 ou pela equação 14 é a potência necessária para realizar o trabalho mecânico, isto é, é a potência útil. A potência de saída (PS) no eixo do motor deve ser determinada considerando a eficiência (ε) da transmissão por parafusos de potência. A equação 15 representa o cálculo da potência de saída. � = �� (15) O torque que o motor deverá possuir para realizar essa atividade é calculado através da equação 13, mas já considerando a potência de saída (� ) no eixo do motor. Eficiência A eficiência ou rendimento de um parafuso de potência é a razão entre o trabalho de saída e o trabalho de entrada (NORTON, 2000, p.767). O trabalho de entrada (τe) pode ser definido como o produto do torque pelo deslocamento angular (Δφ) em radianos. � = . ∆� (16) Já o trabalho de saída (τs) pode ser definido como o produto da força de resistência (R) pelo deslocamento linear (ΔS), conforme equação abaixo. � = . ∆ (17) Assim, a eficiência de um parafuso de potência é dada pela equação 18. � = �� (18) Tensão nos filetes Supondo-se que a carga seja uniformemente distribuída sobre a altura h da porca e que os filetes da rosca do parafuso falharão por cisalhamento no diâmetro menor, então, a tensão média de cisalhamento nos filetes da rosca será: � = .�. .ℎ (19) Os filetes da rosca da porca poderiam falhar no diâmetro maior, neste caso, a tensão média de cisalhamento será: � = .�. .ℎ (20) Já a tensão de compressão superficial na roca é: � = . .�.ℎ. − (21) Propriedades estruturais do aço As propriedades mecânicas definem o comportamento dos aços quando sujeitos a esforços mecânicos e correspondem às propriedades que determinam a sua capacidade de resistir e transmitir os esforços que lhes são aplicados, sem romper ou sem que ocorram deformações excessivas. Para compreender o comportamento das estruturas de aço é essencial que o calculista esteja familiarizado com as propriedades do aço. Principais requisitos para os aços destinados à aplicação estrutural são: Elevada tensão de escoamento; Elevada tenacidade; Boa soldabilidade; Homogeneidade microestrutural; Susceptibilidade de corte por chama sem endurecimento; Boa trabalhabilidade em operações tais como corte, furação e dobramento, sem que se originem fissuras ou outros defeitos. Os aços estruturais podem ser classificados em três grupos principais, conforme a tensão de escoamento mínima especificada:Tipo Limite de escoamento mínimo (MPa) Aço carbono de média resistência 195 a 259 Aço de alta resistência e baixa liga 290 a 345 Aços ligados tratados termicamente 630 a 700 Tensões normais e de cisalhamento em vigas e barras de paredes finas A tensão normal provocada pela flexão da viga é chamada de tensão de flexão. A tensão é de compressão (�� < ) acima da linha neutra quando o momento fletor M é positivo, e de tração (�� > quando o M é negativo. A relação entre o momento de inercia e a linha neutra depende apenas da geometria da seção e é chamada de módulo de resistência, representada por W. = � (22) Assim, temos que o módulo de resistência a flexão pode ser obtido por: = � = ⁄ = (23) Em que b é a base e d a altura da seção transversal retangular. Com a relação entre o momento fletor e o módulo de resistência obtemos a tensão máxima da seção. � = (24) A distribuição de tensões de cisalhamento em uma seção transversal de uma barra retangular é parabólica e são iguais a zero na parte superior e inferior da seção transversal ( = ± . Para y=0, obtemos o valor da tensão máxima de cisalhamento em determinada seção de uma barra retangular. � � = � (25) Soldas A união de placas em uma estrutura é conhecida como junta. Uma junta pode ser obtida utilizando-se os mais variados elementos de fixação: parafusos, rebites, engates, cordões de solda, etc. Dentre estas, a soldagem é uma das mais utilizadas por sua facilidade de utilização, confiabilidade e custo. A vantagem do processo de soldagem em relação a demais processos correntes na engenharia está na possibilidade de se obter uma união em que os materiais apresentam continuidade não só na aparência externa, mas também nas suas características e propriedades mecânicas e químicas, relacionadas à sua estrutura interna. Apesar da vasta utilização da soldagem, o dimensionamento de juntas soldadas se baseia, na prática, em simplificações impostas pela grande variedade de arranjos geométricos e combinação de esforços, tornando impraticável (ou impossível) a obtenção de soluções baseadas na teoria da elasticidade. Com isso, as técnicas de dimensionamento mais comuns baseiam-se na obtenção das tensões nominais atuantes no cordão de solda a partir de carregamentos externos conhecidos. Relativamente ao tipo de junta, podemos classificá-las em: de topo, de canto, em T, sobreposta e de aresta, e representadas abaixo, na Figura 6. Estas uniões podem ser executadas através de três tipos de soldas: solda de topo, de filete e de enchimento. Figura 6 – Principais tipos de juntas. Dimensionamento de Juntas Soldadas A abordagem para o projeto de soldas tem sido a de empregar um modelo simples e conservador, baseado na hipótese que o carregamento externo gera apenas tensões de cisalhamento (�) na região da garganta da solda. A área da garganta da solda onde atuam as tensões de cisalhamento é dada por: � = . � = , ℎ. (26) A tensão admissível recomendada pela AWS é dada por: � = , (27) O dimensionamento consiste em determinar a dimensão h para a qual a solda resistirá às tensões atuantes. A análise geral consiste em: • identificar o tipo de carregamento, • determinar as tensões atuantes nos pontos críticos, • dimensionar a solda para o ponto crítico de maior tensão atuante usando a seguinte fórmula: = ����� → = , ���� (28) Onde: �esc – tensão de escoamento do material da solda (eletrodo); �apl – tensão de cisalhamento aplicada na área da garganta (que depende do tipo de carregamento). A dimensão h deve ser compatível com a espessura dos componentes a serem soldados. A formula básica de Carregamento estático paralelo ao cordão de solda é dada por: � = � , � = , ℎ ℎ = , .� . (29) MEMÓRIA DE CÁLCULOS Dados iniciais Diâmetro da lata = 65 mm Altura da lata = 124 mm Força para amassar a lata = 441,45 N Material do parafuso é o Aço 1020 (E=210 Mpa) Rosca Acme (trapezoidal) Fator de segurança = 1,5 O volume da lata, considerando a lata como um cilindro uniforme com a altura e o diâmetro igual ao especificado acima, pode ser dado pela formula � � = ℎ. �. = . �. , = , No caso, como comeremos amassar/compactar 200 latas, precisaríamos multiplicar esse volume por quinhentos. = , Supondo que queremos um fardo com base de 300 x 300 mm, e que também queremos uma redução do tamanho da lata de até 75% temos que % = , Com base no formato do fardo escolhido e nos volumes calculados, encontramos que se 200 latas forem coladas dentro de um compactador o espaço ocupado seria de uma base de 300 x 300 mm e uma altura de 920 mm, mas como é necessário deixar um espaço de folga entre a superfície ligada ao parafuso de potência e a capacidade máxima de latas de alumínio. Então a folga escolhida foi de 280 mm, sendo assim a altura total é de 1200 mm, e quando o parafuso desce até 920 mm ele entra em contato com as latas. De acordo com o volume de latas compactadas na porcentagem de 75%, encontramos a altura final de 220 mm, ou seja, o parafuso desce de uma altura de 1200 mm até 220 mm, para compactar 200 latas com as especificidades esperadas. Então o comprimento do parafuso, L, será de 980 mm. Cálculos (Parafuso de potência e motor) Partindo da afirmativa que a força necessária para amassar uma lata é de 441,5 N (o peso de uma pessoa de 45 quilos com a aceleração da gravidade), podemos achar a tensão de escoamento da lata de alumínio � . = � � � = ,�. , = , � Agora podemos achar a carga para amassar 200 latas considerando um bloco quadrado de alumínio, para melhor aproximação. = � . . � = , . , . , = , , Com os dados que temos, já podemos encontrar o diâmetro do parafuso para depois encontrar a melhor rosca para ele. Tratando-se agora de uma coluna que pode então falhar por flambagem em vez de por compressão. Podemos usar a formula � = � . . Para encontrar a carga critica axial, mas como já temos a carga necessária para amassar a lata, vamos usar essa formula para encontrar o diâmetro de raiz preliminar. = . � .. � = . , . , . ,� . . → = , , Pela tabela 15-3 do livro Projeto de Máquinas de Norton, vide tabela 1, temos que a rosca mais próxima desse valor é a de 4 ½ polegadas que tem 2 roscas (filetes) por polegadas. Então o passo dela é = � / , sendo o diâmetro externo 4 ½ polegadas temos que o diâmetro de raiz é = , − , = Sendo o avanço definido como o produto do passo pelo número de entradas (Ne), então, nesse caso, como o número de entradas é igual a um, o passo e o avanço tem os mesmos valores. Sabendo o avanço desejado (A) e o espaço linear (∆ ) que o sistema terá que percorrer, é só determinar a quantidade de voltas (N) que o motor deverá executar para percorrer esse espaço desejado. = ∆ = , . = , Com o número de rotação do motor para percorrer o espaço desejado e determinando o tempo que se deseja percorrer esse espaço, 5 minutos foi o tempo sugerido, pode-se calcular a frequência de rotação do motor por = ∆ = , . = , E o número de rotação será = . = , . = , Tabela 1 - Especificação rosca ACME. Utilizando o diâmetro primitivo oferecido pela tabela (4,250 pol) e o com o fator de atrito sendo adotado como para parafusos gerais com superfícies bem lubrificadas, = , , e para todas as rocas ACME o ângulo de rosca, �, é sempre 14,5°, o torque é encontrado por = ( ) [ . ∝ +�. �.�. . ∝ −�. ] = ( , . , ) [ , . , + �. , . ,�. , . , − , . , ]= , . ,. E a eficiência com = ( � ) = , . ,. �. , = , % Quando um parafuso é dotado de um mancal axial ou colar para apoio devido a esforços axiais, deve ser considerado um torque adicional, não importando o tipo de rosca nem o tipo de movimento do parafuso. Escolhendo um colar de bronze com diâmetro de 6 polegadas, teremos um fator de atrito entre 0,08 e 0,10 que é o caso que combina aço macio com bronze, vide figura 6, no caso vamos adotar o valor de 0,1. O valor de é o valor do diâmetro médio do colar, (6+4,5)/2= 5,25 pol. Tabela 2 – Tabela de coeficiente de atrito no colar. = . � . = , . , . , = , . � , . Assim o torque total requerido para girar o parafuso contra a carga é a soma dos dois torques já calculados. = + = , + , = , . � . , . E a eficiência do conjunto (parafuso + colar) é dada por = ( � ) = , . ,. �. , = , % Para calcular a potência útil usamos � = . = , . , = , ℎ Então podemos escolher um motor de 0,5 cv, optamos pelo o IP55 da WEG, e supomos uma ligação feita por meio de um inversor de frequência, assim podemos atingir às especificações do projeto. Algumas características do motor podem ser visualizadas na figura 7. Tabela 3: motor selecionado. A fim de reduzir o desgaste do parafuso e da porca, a pressão do rolamento na superfície do parafuso deve estar dentro dos limites. Na concepção de parafusos de potência, a pressão do rolamento depende dos materiais do parafuso e da porca, da velocidade relativa entre os dois e a natureza da lubrificação. Assim a altura e o comprimento da porta pode ser encontrado com o auxílio da tabela 2 (retirada do livro A Textbook of Machine Design, página 646). Assumindo um valor de pressão, � , de 1,21 N/mm² (valor médio de pressão do intervalo onde a porca é de bronze e o parafuso de aço, Lead screw). Temos que a espessura dos segmentos é dada pelo valor do passo dividido por dois. Tabela 4 - Valores limites das pressões dos rolamentos. = = , = , E o número de filetes da rosca em contato com o parafuso é = �. . . � = ,�. , , . , = , ~ A altura da rosca ℎ = . = . , = , A tensão de compressão na porca é encontrada pela formula básica de tensão, considerando que o diâmetro menor da porca é o diâmetro maior do parafuso, no nosso caso 4 polegadas. � = � = � = ,� , = , � Em um parafuso de potência, se o colar de empuxo possuir um atrito baixo, todo o torque aplicado à porca criará tensões torcionais no parafuso. Assim, para acomodar o pior caso de alto atrito nas rocas, utilizamos o torque total aplicado em uma seção circular. � = = � = . ,�. , = , � A tensão máxima de cisalhamento na porca pode ser dado por � � = √� + � = √ , + . , = , � Dimensionamento estrutura da prensa Para esse projeto, utilizaremos uma estrutura feita de aço com base de 300x300 mm e uma altura de 1200mm. Escolhemos utilizar o aço SAE 1020 (laminado a quente) por ser um dos aços carbono mais utilizados em componentes mecânicos além de serem aços de boa soldabilidade, boa forjabilidade, baixa resistência mecânica e baixa usinabilidade. Para o dimensionamento da espessura mínima da chapa que vamos utilizar, teremos que calcular a área da seção sujeita a força cortante máxima e ao momento fletor máximo com base nas tensões normal e de cisalhamento admissíveis do aço. Já sabemos que o fardo das 200 latas tem um peso de 2kg (19,6N) e a força aplicada pelo parafuso de potência para amassar as latas é de 11979,2N teremos então uma força P suportada pela chapa de aço de 11998.8N. Para fins de cálculo iremos arredondá-la para 12000N. Sendo assim o momento fletor máximo será calculado por: á� = �. = . , = . E a força cortante máxima será: á� = �⁄ = = Para o projeto com base na tensão normal admissível, primeiramente expressamos o modulo de resistência da seção W em termos de altura (espessura) d. Temos assim: = = ⁄ = = , . = , Tabela 5 - Propriedades mecânicas dos aços estruturais. A tensão de escoamento do aço 1020 (laminado a quente) é dada pela tabela abaixo: Como utilizamos no projeto um coeficiente de segurança de 1,5, a tensão admissível será obtida pela equação: � = ��. . = . = Para o á� e a � , escrevemos: = á�� = . = , . − = , = , . − = , . − = Agora calcularemos a tensão de cisalhamento admissível: � = � ��. . = , = , � Com essa tensão, calculamos a espessura pela fórmula: � = � = , . = .. , . = , . − = , Observando os resultados, concluímos que a espessura utilizada no projeto será a maior calculada. Portanto a espessura da chapa de aço será: = . Cálculo de Solda Tipo de solda utilizado foi a de canto como mostra a imagem abaixo: Sendo que solda usada gera apenas tensões de cisalhamento ( � ) na região da garganta da solda. Temos que a área da garganta da solda atuam as tensões de cisalhamento é dada por: � = ∗ � = , ℎ ∗ Tendo com recomendação da AWS � = , O dimensionamento consiste em determinar a dimensão h para qual a solda resistirá às tensões atuantes. = ����� = , �� � – tensão de escoamento do material da solda (eletrodo) � – tensão de cisalhamento aplicada na área da garganta Fórmula Básica ℎ = , ∗, ∗ � ∗ Escolha do Eletrodo O eletrodo escolhido foi o E70xx de acordo com a tabela abaixo. Tabela 6 - Resistência de eletrodos comuns para aços. Sendo: = , � = � = , = , Temos: ℎ = , ∗ , ∗ ,, ∗ ∗ ∗ , ℎ = , O cordão de solda terá uma espessura de 2,52 mm. CONSIDERAÇÕES FINAIS O campo da reciclagem do alumino é amplo e proporciona diversos benefícios. A reciclagem serve como meio de sobrevivência para muitos, desde simples catadores que recolhem pequenas quantidades por dia ou mesmo por mês, e revertem a latinhas em dinheiro que atenderá as necessidades básicas de sua família, até as grandes empresas que lucram muito com a reciclagem do alumínio. O trabalho apresentou a criação de uma prensa pneumática com funcionalidade de amassar latas de alumínio de até 473 ml. O sistema foi projetado para atuar em pequenos centros de recicladores com o objetivo de minimizar o tempo, e o esforço muscular do funcionário no processo de reciclagem das latas. O trabalho apresentado contribuiu para o aprofundamento da teoria aprendida em sala pela disciplina Elementos de Máquinas. Podemos colocar em prática o conteúdo seguindo os passos de um projeto real e os conhecimentos acerca de parafusos de potência, juntas soldadas, propriedades do aço, bem como todos os cálculos de dimensionamento vistos. ANEXOS Figura 7 – Desenho da prensa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade - Abralatas. Apresenta informações gerais de latas de alumínio. Disponível via URL em: http://www.abal.org.br . Acesso em: 15 de nov. de 2015. SHIGLEY, Joseph E., Mischke, C. R. e Budynas, R. G., Projeto de Engenharia Mecânica, Bookman, Porto Alegre, 2005. COLLINS, Jack A., Projeto Mecânico de Elementos de Máquinas, 1ª edição, LTC, Rio de Janeiro, 2006. Ferdinad P. Beer, E. Russel Johnston Jr, John T. DeWolf, David F. Mazurek: Mecânica dos Materiais, 5ª Ed., Bookman, 2011. R. C. Hibbeler: Resistência dos Materiais, 7ª Ed., PrenticeHall, 2010. David H.Myszka. Machines & Mechanisms Applied Kinematic Analysys, 4ª Ed.,Prentice Hall ,2012 Luciano Galdino, Cálculo da rotação, do torque e da potência de motores elétricos para transmissão por parafusos de potência, Augusto Guzzo Revista Acadêmica, 2014, nº 14, 215-227. TELECURSO 2000. 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