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CONTABILIDADE AVANÇADA
Unidade 2
JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO E AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS E SOCIEDADES CONTROLADORAS, CONTROLADAS E COLIGADAS
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TÓPICO 1 – JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO TÓPICO
UNIDADE 2
JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO
CONCEITUALIZAÇÃO DOS JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO Juros remuneratórios do Capital Próprio ou Juros sobre o Capital Próprio (JCP) representam o valor que a empresa paga ao seu titular, sócio, acionista ou associado, como remuneração dos valores por eles investidos na composição do capital da própria empresa.
Obviamente que toda vez que um investidor aplica qualquer importância numa investida, como, por exemplo, comprando ações ou cotas de uma empresa, este, então, certamente estará almejando obter rendimentos futuros.
 Esses rendimentos podem vir pela distribuição de dividendos, caso o investimento seja efetuado numa sociedade anônima, pela distribuição de lucros, caso o investimento seja efetuado numa empresa limitada, ou pela destinação das sobras caso o investimento seja efetuado numa cooperativa. Entretanto, ambas as formas de investimentos podem fornecer outra forma de rendimento, conhecida como Juros sobre Capital Próprio.
A base de cálculo dos juros sobre capital próprio nada mais é do que simplesmente o investimento que ocorre no capital das empresas. O investimento nessa etapa é reconhecido como aporte de capital. Na maioria das vezes esse aporte tem o objetivo de financiar novos investimentos na empresa. 
Nessa etapa a empresa analisa a viabilidade do custo de capital próprio (captação de recursos através de sócios, acionistas ou associados) e a viabilidade do custo de capital de terceiros (captação de recursos através de empréstimos, financiamentos etc.).
A Lei nº 9.249/1995 foi responsável pela instituição dos juros sobre capital próprio. Por esse fato, é descrito a seguir, além do art. 9º outros artigos da lei, que são considerados essenciais no processo de provisão e pagamento dos juros sobre capital próprio.
De acordo com Ribeiro (2005), a lei não obriga que as empresas provisionem e paguem aos seus titulares os juros sobre o capital próprio, entretanto, permite que a soma dos valores pagos a esse título seja deduzida da base de cálculo da provisão para contribuição social e da base de cálculo da provisão para o Imposto de Renda, desde que o respectivo valor seja calculado de acordo com a TJLP e que existam no momento do crédito lucros ou reservas de lucros em montante igual ou superior ao valor de duas vezes os juros a serem pagos ou creditados.
Assim, os juros sobre capital próprio podem ser pagos no período mesmo que nesse a empresa não apresente lucros.
 Porém, faz-se necessário então que essa empresa tenha lucros que venham de períodos anteriores. O valor desses lucros deve ser em montante superior a duas vezes o valor dos juros sobre capital próprio a ser creditado, por exemplo. Se a empresa quiser pagar $ 100 de juros sobre capital próprio terá que ter em lucros de períodos anteriores o valor equivalente a $ 200
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IMPOSTO DE RENDA
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IMPOSTO DE RENDA
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IMPOSTO DE RENDA
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CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO
De acordo com Neves e Viceconti (2004), as mesmas regras aplicáveis ao imposto de renda valem também para a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), ou seja, a dedutibilidade dos juros sobre o capital próprio tem as mesmas condições estabelecidas para Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 1997. 
REGISTRO COMO DESPESA FINANCEIRA 
Os juros sobre capital próprio são reconhecidos na Demonstração de Resultado do Exercício na empresa pagadora (investida) como despesa de juros sobre capital próprio no grupo Despesa Financeira. Para fins de dedutibilidade, nas empresas optantes do lucro real, essa despesa é dedutível para o cálculo do IRPJ e da CSLL, é claro, desde que siga as regras legais para crédito desses juros já vistas anteriormente.
REGISTRO COMO DESPESA FINANCEIRA 
 RESERVA DE REAVALIAÇÃO E AJUSTE DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL
A Lei nº 11.638, de 2007, eliminou a possibilidade de que sejam efetuadas reavaliações nas empresas. Porém, para as empresas que a tinham feito até a data 31 de dezembro de 2007 ainda restava saldo nessa conta. Entretanto, a mesma lei em seu art. 6º comenta:
 Art. 6º Os saldos existentes nas reservas de reavaliação deverão ser mantidos até sua efetiva realização ou estornados até o final do exercício social em que esta Lei entrar em vigor.
Portanto, um grande número de empresas ainda possui saldo nessa conta, que faz parte do patrimônio líquido e denominada reserva de reavaliação.
Tanto a conta Ajuste de Avaliação Patrimonial como conta Reserva de Reavaliação são contas específicas que compõem o patrimônio líquido e, para o cálculo dos juros sobre capital próprio, essas contas não serão consideradas como parte integrante do patrimônio líquido. 
 RESERVA DE REAVALIAÇÃO E AJUSTE DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL
 IMPOSTO DE RENDA NA FONTE
Sobre o valor dos juros sobre capital próprio creditado aos seus investidores, tanto para pessoa física como jurídica, haverá a incidência de 15% de imposto de renda retido na fonte.
 Esse imposto de renda na fonte deverá ser pago à Receita Federal do Brasil até o terceiro dia útil da semana subsequente a do pagamento ou crédito dos juros respectivos.
JUROS SOBRE JUROS
Numa possível negociação entre o investidor (recebedor) e a investida (pagador) os juros sobre capital próprio podem ser pagos em parcelas ou numa data futura programada.
 Caso isso ocorra pode ser que se negocie uma remuneração pelo atraso no pagamento, ou seja, juros sobre juros. Sobre os juros sobre capital próprio há incidência de 15% de IRRF, porém sobre os juros sobre juros o IRRF é equiparado a uma aplicação financeira de renda fixa e sobre esse valor incide imposto de renda na fonte a alíquota de 15% a 22,5%. 
JUROS SOBRE JUROS
CÁLCULO DOS JUROS PRO RATA
O patrimônio líquido pode apresentar mudanças de valores do decorrer do ano. Essas mudanças acorrem na maioria das vezes pela incorporação do resultado do ano anterior ou pela integralização e/ou retirada de capital.
 Quando ocorrem essas mudanças no patrimônio líquido da pessoa jurídica que estaria creditando os juros sobre capital próprio aos seus investidores, se faz necessário, então, que tais juros sejam calculados com base na variação pro rata (por dia) da TJLP.
 Há dois critérios utilizados para se calcular a variação pro rata da TJLP: o critério exponencial e o critério linear, no entanto, até o momento não há base legal ou até alguma indicação mais concreta que obrigue as empresas a optarem definitivamente uma ou outra
AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS E SOCIEDADES CONTROLADORAS, CONTROLADAS E COLIGADAS
São coligadas as sociedades quando uma participa, com 20% ou mais, do capital votante da outra, sem controlá-la ou quando haja influência significativa. 
 O CPC 18 define o termo coligada como sendo uma entidade, incluindo aquela não constituída sob a forma de sociedade tal como uma parceria, sobre a qual o investidor tem influência significativa e que não se configura como controlada ou participação em empreendimento sob controle conjunto (joint venture).
 Pode acontecer que em determinado período, a participação na investida fique em menos do que 20%. Esse fato geralmente ocorre pelos seguintes motivos:
 1 – aumento do valor do patrimônio líquido da investida decorrente da chamada de capital sem que a investidora subscreva o aumento;
 2 – redução do valor contábil do investimento.
 Nesses casos, conforme Ribeiro (2005), as empresas deverão observar a Instrução CVM, que determina expressamente que elas continuarão avaliando aqueles investimentos pelo método da equivalência, quando a sua redução não for de caráter permanente. Caso a redução seja de caráter permanente não haveria mais a necessidade de avaliar o investimento por equivalência patrimonial.
EQUIPARADAS ÀS COLIGADASSão equiparadas às coligadas quando uma participa indiretamente com 20% ou mais do capital votante da outra, sem controlá-la, por exemplo: A empresa A possui uma participação de 80% da empresa B.
 Por sua vez, a empresa B possui uma participação de 30% na empresa C sem controlá-la. Logo, pode-se concluir que:
A é controladora de B, uma vez que possui 80% dessa (participação direta);
 C é coligada de B, uma vez que B possui uma participação de 30% na empresa C sem controlá-la. (Participação direta);
 C é equiparada a coligada de A, uma vez que A possui uma participação de 80% em B e B possui uma participação de 30% na empresa C sem controla- la; logo, A participa indiretamente de C em 24% (80% x 30%) (Participação indireta). Note que o resultado de participação indireta foi de 24%. Se o resultado fosse abaixo de 20% seria um investimento simples, avaliado pelo método de custo.
CONTROLADAS
 
De acordo com o CPC 18, considera-se controlada a entidade, incluindo aquela não constituída sob a forma de sociedade tal como uma parceria, na qual a controladora, diretamente ou por meio de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores. 
Pode-se dizer também que são controladas: as subsidiárias integrais, as filiais, agências, sucursais, dependências ou escritórios de representação no exterior, sempre que os respectivos ativos e passivos não estejam incluídos na contabilidade da investidora, por força de normatização específica.
CONTROLADAS X COLIGADAS
 
CONTROLADAS X COLIGADAS
 
CONTROLADAS
 
VARIAÇÕES NO PATRIMÔNIO LÍQUIDO DA INVESTIDA 
Sempre quando o investimento for avaliado pelo método de equivalência patrimonial é preciso analisar as variações ocorridas no patrimônio líquido total da investida, mesmo que a participação seja pelo capital votante.
As variações no patrimônio líquido podem ocorrer por diversos motivos, para mais ou para menos. Dentre os principais, destacam-se:
a) redução decorrente de: prejuízos apurados pela empresa; ajustes de exercícios anteriores; retirada de sócios, acionistas ou associados; distribuição de lucros ou sobras; ajustes de avaliação patrimonial. 
b) aumento decorrente de: lucros apurados pela empresa; ajustes de exercícios anteriores; entrada de sócios, acionistas ou associados; reavaliações; ajustes de avaliação patrimonial.
(36) Sociedades Controladas, Coligadas e Controle Conjunto - P4 UFPB Campus IV - YouTube
https://youtu.be/oAzZfYA70n8

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