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Hanseníase: Causas, Sintomas e Diagnóstico

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HANSENÍASE
ELIARA ORLANDO
Fisioterapeuta E Estudante De Medicina
➔ Hanseníase ou lepra; doença infectocontagiosa;
➔ causada pela bactéria Mycobacterium leprae (gram +), ou bacilo de Hansen que
infecta os nervos periféricos, principalmente as células de Schwann.
➔ Acomete principalmente nervos superficiais da pele (face, pescoço, terço médio,
braço e abaixo dos cotovelos e joelhos) mas também pode afetar olhos e órgãos
internos.
● o bacilo da tuberculose é muito parecido com o bacilo de hansen, por isso a
vacina BCG que é pra tuberculose, protege também para Hanseníase;
pessoas próximas do paciente diagnosticado com hanseníase que não
tenham apresentado sintomas da doença recebem a recomendação para se
vacinar;
➔ se nao tratada a doença evolui e torna-se transmissivel, podendo atingir pessoas de
qualquer sexo ou idade, crianças ou idosos; essa evolução é de forma lenta e
progressiva e pode levar a incapacidades fisicas;
➔ os pacientes diagnosticados têm direito ao tratamento gratuito com poliquimioterapia
(PQT) que interrompe a transmissão em poucos dias e cura a doença;
TRANSMISSÃO
➔ É transmitida por meio de contato próximo e prolongado de uma pessoa suscetível
com um doente com hanseníase que não está sendo tratado;
➔ a bactéria é transmitida pelas vias respiratórias e não pelos objetos utilizados pelo
paciente;
➔ a maioria da população tem defesa natural contra o M. leprae
QUADRO CLINICO E DIAGNOSTICO
➔ manchas esbranquiçadas, acastanhadas, avermelhadas com alterações de
sensibilidade
➔ formigamento, choque e câimbra nos braços e perna que evoluem para dormência
➔ pápulas, tubérculos e nódulos
➔ madarose
➔ diminuição ou ausência de suor no local
➔ espessamento de nervos periféricos
➔ diminuição e ou perda de força dos músculos
➔ edema de mãos e pés com cianose
➔ ressecamento e sensação de areia nos olhos
★ De acordo com a OMS:
○ PAUCIBACILAR (PB): até 5 lesões de pele com baciloscopia -
○ MULTIBACILAR (MB) 6 Ou + lesões de pele com baciloscopia +
★ De acordo com a classificação de Madri (1953):
○ INDETERMINADA (PB)
○ TUBERCULÓIDE (PB)
○ DIMORFA (MB)
○ VIRCHOWIANA (MB)
❖ PAUCIBACILAR (com poucos bacilos):
➢ não transmite a doença;
➢ até 5 lesões;
1. INDETERMINADA (PB)
a. criança, lesão em face, lesão única com bordas mal delimitadas,
hipocrômica, sem alteração de relevo, sem sudorese (seca), perda de
sensibilidade;
2. TUBERCULÓIDE (PB)
a. lesão anelar única, elevação das bordas
b. pode ter comprometimento periférico de 1 nervo
❖ MULTIBACILAR (com muitos bacilos):
➢ faz a transmissão da doença;
➢ 6 ou + lesões;
➢ raspado intradérmico para diagnóstico diferencial;
➢ comprometimento neurológico
2. DIMORFA (MB)
a. forma mais comum, + de 70% dos casos; período de incubação de 10
anos ou mais; lesões múltiplas e avermelhadas com bordas mal
delimitadas;
3. VIRCHOWIANA (MB)
a. é a forma mais contagiosa; geralmente associado a idosos; não
apresenta manchas visiveisa pele esta avermelhada, seca, infiltrada,
aspecto de casca de laranja (poros dilatados), madarose (estágio
avançado); apresenta a face leonina; pé e maos edemaciados e
arroxeados;
b. presença do Hansenoma: caroços escuros, duros
SINTOMAS
➔ Diagnóstico é clínico!!!!
➔ Manchas na pele hipocrômicas, de cor parda, esbranquiçadas ou eritematosas, às
vezes pouco visíveis e com limites imprecisos;
➔ Alteração da temperatura no local afetado pelas manchas;
➔ Comprometimento dos nervos periféricos que leva a perda da força dos músculos
inervados;
◆ espessamento dos nervos periféricos (dor, choque)
➔ Dormência em algumas regiões do corpo causada pelo comprometimento da
enervação. A perda da sensibilidade local (térmica, tátil) pode levar a feridas e à
perda dos dedos ou de outras partes do organismo;
➔ Aparecimento de caroços ou inchaço nas partes mais frias do corpo, como orelhas,
mãos e cotovelos;
➔ Alteração da musculatura esquelética, principalmente a das mãos, o que resulta nas
chamadas “mãos de garra”; perda força;
➔ diminuição ou queda de pelos, localizada ou difusa, especialmente nas sobrancelhas
(madarose) - comum na forma mais grave, a virchowiana;
➔ Infiltrações e edemas na face que caracterizam a face leonina, característica da
forma virchowiana da doença; poros dilatados;
◆ edema mãos e pés com cianose dos dedos e ressecamento da pele
DIAGNÓSTICO
➔ É uma doença de notificação obrigatória e compulsória. Considera-se um caso de
Hanseníase se a pessoa apresenta 1 ou + seguintes sinais:
➔ lesão e áreas de pele com alteração de sensibilidade
➔ acometimento nervos periféricos, com ou sem espessamento, associado a alteração
sensitiva, motora e-ou autonômica
➔ baciloscopia positiva de esfregaço intradérmico;
AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA DA HANSENÍASE → https://youtu.be/TAU1hVgiXJU
● NARIZ
○ ressecamento ou ferida na mucosa do nariz ou perfuração do septo
● OLHOS
○ lagoftalmia: dificuldade de oclusão das pálpebras
○ Triquíase: é o alinhamento incorreto dos cílios, que roçam o globo ocular
○ ectrópio: a pálpebra se dobra para fora (evertida)
○ sensibilidade da córnea com fio dental - 5 cm
○ acuidade visual tabela de snellen
● MMSS
○ palpação bilateral e comparativa do nervo ulnar no cotovelo (a 90 graus)
○ fazer percussão ao longo do nervo mediano que normalmente não é possível
ser palpado; entre os tendões do músculo palmar longo e flexor radial do
carpo;
○ força muscular:
■ nervo ulnar: abdução do 5 dedo; abertura polegar;
■ nervo radial: extensao punho
○ garra móvel ou rígida
○ dedos em martelo
○ avaliação sensitiva: estesiômetro; cor violeta já indica perda da sensibilidade
■ iniciar com o verde → azul (3x)
■ lilás 2g = toque caneta bic (1x)
○ reabsorção óssea
● MMII
○ palpação nervo fibular: mais ou menos dois dedos abaixo e atrás da cabeça
da fíbula
■ Força: elevar o hálux e dorsiflexão
https://youtu.be/TAU1hVgiXJU
○ palpação do nervo tibial: dois dedos entre o calcanhar e o maléolo interno;
paciente com o pé relaxado
○ garra móvel, garra rígida, mal perfurante plantar, reabsorção óssea
REAÇÃO HANSÊNICA - episódios reacionais
● resposta inflamatória que causa lesão neural;
● pode acontecer até 5 anos apoś
TIPO 1: REAÇÃO REVERSA
❖ várias novas lesões e piora das lesões que o paciente já tem
❖ lesões se tornam mais vermelhas e inchadas, nervos periféricos mais dolorosos;
piora dos sinais dolorosos; mãos e pés mais inchados;
❖ pode ter fragmentos dos bacilos
❖ tende a surgir mais precocemente ao tratamento; início súbito e abrupto, entre
segundo e sexto mês; até 5 anos após a alta medicamentosa;
❖ boa resposta ao corticóide;
RECIDIVA: paciente tendo a Hanseníase novamente muitos anos após o tratamento;
insidioso, lento; poucas novas lesões; não responde bem ao corticoide;
TIPO 2: ERITEMA NODOSO NECROSANTE OU HANSÊNICO
❖ formação de imunocomplexos
❖ manchas ou caroços na pele, quentes, dolorosos e avermelhados; até ulcerados;
❖ febre, dor nas juntas, mal estar;
❖ comprometimento sistêmico, até apresentação de anemias, mais grave, mais
tardiamente, até após o tratamento
TRATAMENTO
➔ Os pacientes devem ser agendados para retorno a cada 28 dias. Nessas consultas eles
tomam a dose supervisionada no serviço de saúde e recebem a cartela com os
medicamentos das doses a serem autoadministradas;
➔ fazer avaliação do paciente, esclarecimento de dúvidas e orientações;
◆ Essa medida visa identificar reações hansênicas, efeitos adversos aos medicamentos
e dano neural. Em caso de reações ou outras intercorrências, os(as) pacientes
devem ser examinados a(s) em intervalos menores.
➔ Os pacientes que não comparecerem à dose supervisionada deverão ser visitados em
domicílio, no máximo em até 30 dias, buscando-se continuar o tratamento e evitar o
abandono.
➔ No retorno para tomar a dose supervisionada, o(a) paciente deve ser submetido(a) à revisão
sistemática por médico(a) e?ou enfermeiro(a) responsáveis pelo monitoramento clínico e
terapêutico. Essa medida visa identificar reações hansênicas, efeitos adversos aos
medicamentos e dano neural. Em caso de reações ou outras intercorrências, os(as)
pacientesdevem ser examinados a(s) em intervalos menores.
QUESTÕES NORTEADORAS HANSENÍASE
a) Indique o agente etiológico;
Mycobacterium leprae que infecta nervos periféricos, principalmente células de
Schwann;
b) Indique como os pacientes poderão ser classificados e as formas de apresentação da
doença;
● Classificação: Paucibacilar e multibacilar
● Formas: Indeterminada, tuberculóide, dimorfa, virchowiana
● PAUCIBACILAR (com poucos bacilos):
● não transmite a doença;
● até 5 lesões;
1. INDETERMINADA (PB)
2. TUBERCULÓIDE (PB)
● MULTIBACILAR (com muitos bacilos):
● faz a transmissão da doença;
● 6 ou + lesões;
● raspado intradérmico para diagnóstico diferencial;
● comprometimento neurológico
3. DIMORFA (MB)
4. VIRCHOWIANA (MB)
c) Considerando que um cliente apresente 3 lesões hansênicas e baciloscopia negativa,
como o caso poderá ser classificado?
A clínica é soberana, a quantidade de 3 lesões caracteriza uma lesão paucibacilar, a
baciloscopia negativa não descarta a doença;
d) Indique as principais características das 4 formas de Hanseníase:
1. INDETERMINADA (PB)
a. criança, lesão em face, lesão única, hipocrômica, sem alteração de relevo,
sem sudorese, perda de sensibilidade;
2. TUBERCULÓIDE (PB)
a. lesão anelar única, elevação das bordas
b. pode ter comprometimento periférico de 1 nervo
3. DIMORFA (MB)
a. forma mais comum, + de 70% dos casos; período de incubação de 10 anos
ou mais; lesões múltiplas e avermelhadas com bordas mal delimitadas;
4. VIRCHOWIANA (MB)
a. geralmente associado a idosos, sem lesão de pele hipocrômica, com pele
infiltrada, aspecto de casca de laranja (poros dilatados), madarose; forma
mais contagiosa; apresenta a face leonina;
b. presença do Hansenoma: caroços duros
e) Considerando que um cliente tenha sido diagnosticado com hanseníase paucibacilar,
indique o tratamento;
PQT-U associação de rifampicina + dapsona + clofazimina por 6 meses
f) o que mudaria caso o diagnóstico fosse de hanseníase multibacilar;
Seria o mesmo esquema de tratamento: PQT-U associação de rifampicina +
dapsona + clofazimina porém o tempo do tratamento seria de 12 meses.
g) indique os principais eventos adversos que poderão ser observados na PQT-U;
O paciente pode apresentar quadros de anemia, odinofagia, agranulocitose, prurido
na pele, descamação, vermelhidão, entretanto somente algumas vão suspender o
tratamento. Efeitos adversos aos medicamentos da PQT para os quais estão indicados os
esquemas substitutivos são: anemia hemolítica, hepatite medicamentosa,
meta-hemoglobinemia, agranulocitose, síndrome pseudogripal, síndrome da dapsona,
eritrodermia, dermatite esfoliativa e plaquetopenia. Os efeitos mais graves estão
relacionados à dapsona, e em geral ocorrem nas primeiras seis semanas de tratamento.
h) Diferencie as reações hansênicas do tipo I do tipo II;
tipo 1: reação reversa tende a surgir mais precocemente ao tratamento, entre segundo e
sexto mês; caracteristicamente na hanseníase dimorfa; é considerada reação mediada pela
imunidade celular e representa melhora ou piora; clinicamente são indistinguíveis e se
caracterizam por exacerbação das lesões pré existentes
tipo 2: eritema nodoso da hanseníase; ocorre quando um grande número de bacilos da
hanseníase é morto e gradualmente decomposto. as proteínas dos bacilos mortos
provocam uma reação imunológica; uma vez essas proteínas na corrente sanguínea, a
reação tipo 2 poderá envolver órgão do corpo causando sintomas generalizados;
i) Paciente em poliquimioterapia (PQT) para hanseníase multibacilar, apresenta na 5a dose
supervisionada, piora das lesões pré-existentes e surgimento de lesões novas. Neste caso
estaríamos diante de qual situação?
reação reversa ou hansênica tipo 1, pois o paciente está tratando supervisionadamente.
j) Indique os efeitos colaterais da PQT-U que podem demandar a interrupção do esquema.
dispneia, agranulocitose, mesmo da questão G

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