Aula 2 - Homo symbolicus - 2 - CultESent

Prévia do material em texto

Homo symbolicus
A cultura e seus sentidos
2ª série – Aula 2
Itinerário Formativo: Cultura em movimento
Como definir o homem?
JOHANNES VON UEXKÜLL (1864-1944)
Uexküll se recusa a falar em formas inferiores e formas superiores de vida. A vida é perfeita em toda parte. É idêntica, tanto no menor como no maior ser vivo. Todo organismo, até o mais rudimentar, não só se acha adaptado, em sentido vago, ao seu meio como também se acha inteiramente coordenado com seu ambiente.
Uexküll afirma a existência de dois sistemas nos seres vivos: um sistema receptor e um sistema destinado a responder à estimulação.
Ernst Cassirer 
(1874-1945)
e o Homo symbolicus
Cassirer se questiona se é possível utilizar o plano proposto por Uexküll para uma descrição e caracterização do mundo humano. Mesmo sendo evidente que o homem participa das regras biológicas que governam a vida, entretanto encontramos no ser humano uma nova característica que parece ser a marca distintiva da vida humana. O círculo funcional do homem não foi apenas quantitativamente aumentado. Sofreu também uma mudança qualitativa.
O homem tem um terceiro sistema: o sistema simbólico. Esta nova aquisição transforma toda a vida humana. Em comparação com os outros animais, o homem não vive apenas uma realidade mais vasta. Vive, por assim dizer, uma nova dimensão da realidade. Existe uma diferença inequívoca entre as reações orgânicas e as respostas humanas: enquanto as reações animais são imediatas, as reações humanas são interrompidas, são mediadas pelo pensamento.
O homem já não vive num universo puramente físico, mas num universo simbólico. Já não é dado ao homem enfrentar imediatamente a realidade. Não pode vê-la, por assim dizer, face a face. A realidade física parece retroceder proporcionalmente à medida que avança a atividade simbólica do homem. Em lugar de lidar com as próprias coisas, o homem, em certo sentido, está constantemente conversando consigo mesmo.
S
Í
M
B
O
L
O
EPITETO (55-135): “O que perturba e alarma o homem não são as coisas, são suas opiniões e fantasias a respeito das coisas”.
A definição do ser humano como animal rationale parece-nos incompleta, pois ao lado da linguagem conceitual há a linguagem emocional; lado a lado com a linguagem lógica e científica há a linguagem da imaginação poética, a linguagem religiosa, a linguagem mítica.
Razão é um termo muito pouco adequado para abranger as formas da vida cultural do homem em toda sua riqueza e variedade. Por isso, o melhor e mais adequado é definir o ser humano como animal symbolicum e, assim, definir sua diferença específica no quadro dos seres vivos e ainda compreender o novo caminho aberto ao homem: o da civilização.
Elementos fundamentais do Homo symbolicus
A linguagem