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LEGISLAÇÃO INDIGENISTA CONCURSO FUNAI 2016 Professora Tatiana Scaranello APROVA CONCURSOS Instagram: @prof.tatianascaranello DECLARAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE OS DIREITOS DOS POVOS INDÍGENAS “Afirmando que os povos indígenas são iguais a todos os demais povos e reconhecendo ao mesmo tempo o direito de todos os povos a serem diferentes, a se considerarem diferentes e a serem respeitados como tais Reafirmando que, no exercício de seus direitos, os povos indígenas devem ser livres de toda forma de discriminação. Preocupada com o fato de os povos indígenas terem sofrido injustiças históricas como resultado, entre outras coisas, da colonização e da subtração de suas terras, territórios e recursos, o que lhes tem impedido de exercer, em especial, seu direito ao desenvolvimento, em conformidade com suas próprias necessidades e interesses (...) Reconhecendo e reafirmando que os indivíduos indígenas têm direito, sem discriminação, a todos os direitos humanos reconhecidos no direito internacional, e que os povos indígenas possuem direitos coletivos que são indispensáveis para sua existência, bem- estar e desenvolvimento integral como povos, Reconhecendo também que a situação dos povos indígenas varia conforme as regiões e os países e que se deve levar em conta o significado das particularidades nacionais e regionais e das diversas tradições históricas e culturais (...)” • É um documento abrangente que aborda os direitos dos povos indígenas; • Não estabelece novos direitos, mas reconhece e afirma direitos fundamentais universais no contexto das culturas, realidades e necessidades indígenas; • Instrumento internacional importante de direitos humanos em relação a povos indígenas; • Registra o compromisso dos Estados para tomarem medidas a fim de ajudar e garantir que os povos indígenas tenham respeitados os seus anseios e decisões sobre os assuntos que lhes dizem respeito; • Não é um Acordo ou um Tratado, mas apenas estabelece diretrizes a serem adotas pelos Estados, não sendo obrigatórias; • Adotada em 13 de setembro de 2007. 1. Principais pontos a) Autodeterminação: os povos indígenas têm o direito de determinar livremente seu status político e perseguir livremente seu desenvolvimento econômico, social e cultural, incluindo sistemas próprios de educação, saúde, financiamento e resolução de conflitos, e outras questões pertinentes. b) Direito ao consentimento livre, prévio e informado: a Declaração da ONU garante o direito de povos indígenas de serem adequadamente consultados antes da adoção de medidas legislativas ou administrativas de qualquer natureza, incluindo obras de infraestrutura, mineração ou uso de recursos hídricos, semelhante ao que defende a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). c) Direito a reparação pelo furto de suas propriedades: a Declaração exige dos Estados nacionais que reparem os povos indígenas com relação a qualquer propriedade cultural, intelectual, religiosa ou espiritual subtraída sem consentimento prévio informado ou em violação a suas normas tradicionais. d) Direito a manter suas culturas: esse direito inclui entre outros o direito de manter seus nomes tradicionais para lugares e pessoas e de entender e fazer-se entender em procedimentos políticos, administrativos ou judiciais inclusive através de tradução. e) Direito a comunicação: os povos indígenas têm direito de manter seus próprios meios de comunicação em suas línguas, bem como ter acesso a todos os meios de comunicação não-indígenas, garantindo que a programação da mídia pública incorpore e reflita a diversidade cultural dos povos indígenas. 2. Artigos principais Artigo 1. Os indígenas têm direito, a título coletivo ou individual, ao pleno desfrute de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais reconhecidos pela Carta das Nações Unidas, a Declaração Universal dos Direitos Humanos e o direito internacional dos direitos humanos. Artigo 2. Os povos e indivíduos indígenas são livres e iguais a todos os demais povos e indivíduos e têm o direito de não serem submetidos a nenhuma forma de discriminação no exercício de seus direitos, que esteja fundada, em particular, em sua origem ou identidade indígena. Artigo 3. Os povos indígenas têm direito à autodeterminação. Em virtude desse direito determinam livremente sua condição política e buscam livremente seu desenvolvimento econômico, social e cultural. Artigo 4. Os povos indígenas, no exercício do seu direito à autodeterminação, têm direito à autonomia ou ao autogoverno nas questões relacionadas a seus assuntos internos e locais, assim como a disporem dos meios para financiar suas funções autônomas. Artigo 5. Os povos indígenas têm o direito de conservar e reforçar suas próprias instituições políticas, jurídicas, econômicas, sociais e culturais, mantendo ao mesmo tempo seu direito de participar plenamente, caso o desejem, da vida política, econômica, social e cultural do Estado. Artigo 6. Todo indígena tem direito a uma nacionalidade. Artigo 8. 2. Os Estados estabelecerão mecanismos eficazes para a prevenção e a reparação de: a) Todo ato que tenha por objetivo ou consequência privar os indígenas de sua integridade como povos distintos, ou de seus valores culturais ou de sua identidade étnica; b) Todo ato que tenha por objetivo ou consequência subtrair-lhes suas terras, territórios ou recursos. c) Toda forma de transferência forçada de população que tenha por objetivo ou consequência a violação ou a diminuição de qualquer dos seus direitos. d) Toda forma de assimilação ou integração forçadas. e) Toda forma de propaganda que tenha por finalidade promover ou incitar a discriminação racial ou étnica dirigida contra eles. Artigo 10. Os povos indígenas não serão removidos à força de suas terras ou territórios. Nenhum traslado se realizará sem o consentimento livre, prévio e informado dos povos indígenas interessados e sem um acordo prévio sobre uma indenização justa e equitativa e, quando possível, a opção do regresso. Artigo 11. 2. Os Estados proporcionarão reparação por meio de mecanismos eficazes, que poderão incluir a restituição, estabelecidos conjuntamente com os povos indígenas, em relação aos bens culturais, intelectuais, religiosos e espirituais de que tenham sido privados sem o seu consentimento livre, prévio e informado, ou em violação às suas leis, tradições e costumes. Artigo 12. 1. Os povos indígenas têm o direito de manifestar, praticar, desenvolver e ensinar suas tradições, costumes e cerimônias espirituais e religiosas; de manter e proteger seus lugares religiosos e culturais e de ter acesso a estes de forma privada; de utilizar e dispor de seus objetos de culto e de obter a repatriação de seus restos humanos. 2. Os Estados procurarão facilitar o acesso e/ou a repatriação de objetos de culto e restos humanos que possuam, mediante mecanismos justos, transparentes e eficazes, estabelecidos conjuntamente com os povos indígenas interessados. Artigo 16. 1. Os povos indígenas têm o direito de estabelecer seus próprios meios de informação, em seus próprios idiomas, e de ter acesso a todos os demais meios de informação não-indígenas, sem qualquer discriminação. 2. Os Estados adotarão medidas eficazes para assegurar que os meios de informação públicos reflitam adequadamente a diversidade cultural indígena. Os Estados, sem prejuízo da obrigação de assegurar plenamente a liberdade de expressão, deverão incentivar os meios de comunicação privados a refletirem adequadamente a diversidade cultural indígena. Artigo 19. Os Estadosconsultarão e cooperarão de boa-fé com os povos indígenas interessados, por meio de suas instituições representativas, a fim de obter seu consentimento livre, prévio e informado antes de adotar e aplicar medidas legislativas e administrativas que os afetem. Convenção nº 169/OIT Os governos deverão consultar os povos interessados sempre que sejam previstas medidas legislativas ou administrativas suscetíveis de afetá-los diretamente. Governo mobiliza povos indígenas para consultas públicas sobre obras do PDRIS. 23/07/2015 - Mara Santos/Núcleo Planejamento O Governo do Estado, por meio da Secretaria do Planejamento e Orçamento (Seplan) mobilizará no período de 27 de julho a 1º de agosto, a população indígena das aldeias Macaúba, Fontoura, Santa Isabel do Morro, Boto Velho, Tiodé, Watnã e Krahô-Kanela, comunidades da nação Karajá e Javaé. A mobilização incentiva e conscientiza os indígenas a participarem das consultas públicas onde terão voz ativa no processo de escolha dos locais que vão receber obras do Projeto de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável (PDRIS). Para a região, o Projeto prevê a construção de pontes, bueiros e galerias. As estratégias de mobilização dos indígenas foram discutidas em reunião entre os técnicos da Seplan, representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) e o prefeito de Lagoa da Confusão, Neto Lino, que apoiará a equipe durante a mobilização nas terras indígenas. “Nessa mobilização vamos explicar a importância da participação nas consultas públicas que acabam sendo instrumentos pelos quais a população indígena é consultada e tem o direito de se manifestar efetivamente participando das decisões do seu futuro político, socioeconômico e cultural, num contexto de participação em sistemas democráticos e de construção de Estados Pluriculturais”, explica. Disponível em: < http://seplan.to.gov.br/noticia/2015/7/23/governo- mobiliza-povos-indigenas-para-consultas-publicas- sobre-obras-do-pdris/ > Acesso em 04/05/2016 http://seplan.to.gov.br/noticia/2015/7/23/governo-mobiliza-povos-indigenas-para-consultas-publicas-sobre-obras-do-pdris/ http://seplan.to.gov.br/noticia/2015/7/23/governo-mobiliza-povos-indigenas-para-consultas-publicas-sobre-obras-do-pdris/ http://seplan.to.gov.br/noticia/2015/7/23/governo-mobiliza-povos-indigenas-para-consultas-publicas-sobre-obras-do-pdris/ http://seplan.to.gov.br/noticia/2015/7/23/governo-mobiliza-povos-indigenas-para-consultas-publicas-sobre-obras-do-pdris/ http://seplan.to.gov.br/noticia/2015/7/23/governo-mobiliza-povos-indigenas-para-consultas-publicas-sobre-obras-do-pdris/ http://seplan.to.gov.br/noticia/2015/7/23/governo-mobiliza-povos-indigenas-para-consultas-publicas-sobre-obras-do-pdris/ http://seplan.to.gov.br/noticia/2015/7/23/governo-mobiliza-povos-indigenas-para-consultas-publicas-sobre-obras-do-pdris/ http://seplan.to.gov.br/noticia/2015/7/23/governo-mobiliza-povos-indigenas-para-consultas-publicas-sobre-obras-do-pdris/ http://seplan.to.gov.br/noticia/2015/7/23/governo-mobiliza-povos-indigenas-para-consultas-publicas-sobre-obras-do-pdris/ http://seplan.to.gov.br/noticia/2015/7/23/governo-mobiliza-povos-indigenas-para-consultas-publicas-sobre-obras-do-pdris/ http://seplan.to.gov.br/noticia/2015/7/23/governo-mobiliza-povos-indigenas-para-consultas-publicas-sobre-obras-do-pdris/ http://seplan.to.gov.br/noticia/2015/7/23/governo-mobiliza-povos-indigenas-para-consultas-publicas-sobre-obras-do-pdris/ http://seplan.to.gov.br/noticia/2015/7/23/governo-mobiliza-povos-indigenas-para-consultas-publicas-sobre-obras-do-pdris/ http://seplan.to.gov.br/noticia/2015/7/23/governo-mobiliza-povos-indigenas-para-consultas-publicas-sobre-obras-do-pdris/ http://seplan.to.gov.br/noticia/2015/7/23/governo-mobiliza-povos-indigenas-para-consultas-publicas-sobre-obras-do-pdris/ http://seplan.to.gov.br/noticia/2015/7/23/governo-mobiliza-povos-indigenas-para-consultas-publicas-sobre-obras-do-pdris/ http://seplan.to.gov.br/noticia/2015/7/23/governo-mobiliza-povos-indigenas-para-consultas-publicas-sobre-obras-do-pdris/ http://seplan.to.gov.br/noticia/2015/7/23/governo-mobiliza-povos-indigenas-para-consultas-publicas-sobre-obras-do-pdris/ http://seplan.to.gov.br/noticia/2015/7/23/governo-mobiliza-povos-indigenas-para-consultas-publicas-sobre-obras-do-pdris/ http://seplan.to.gov.br/noticia/2015/7/23/governo-mobiliza-povos-indigenas-para-consultas-publicas-sobre-obras-do-pdris/ http://seplan.to.gov.br/noticia/2015/7/23/governo-mobiliza-povos-indigenas-para-consultas-publicas-sobre-obras-do-pdris/ Questão da usina hidrelétrica de Belo Monte no Rio Xingu, no Estado do Pará. Alega-se de que os povos indígenas daquela região não foram consultados. Artigo 20. 2. Os povos indígenas privados de seus meios de subsistência e desenvolvimento têm direito a uma reparação justa e equitativa. Art. 21. 2. Os Estados adotarão medidas eficazes e, quando couber, medidas especiais para assegurar a melhora contínua das condições econômicas e sociais dos povos indígenas. Particular atenção será prestada aos direitos e às necessidades especiais de idosos, mulheres, jovens, crianças e portadores de deficiência indígenas. Artigo 26. 1. Os povos indígenas têm direito às terras, territórios e recursos que possuem e ocupam tradicionalmente ou que tenham de outra forma utilizado ou adquirido. 2. Os povos indígenas têm o direito de possuir, utilizar, desenvolver e controlar as terras, territórios e recursos que possuem em razão da propriedade tradicional ou de outra forma tradicional de ocupação ou de utilização, assim como aqueles que de outra forma tenham adquirido. 3. Os Estados assegurarão reconhecimento e proteção jurídicos a essas terras, territórios e recursos. Tal reconhecimento respeitará adequadamente os costumes, as tradições e os regimes de posse da terra dos povos indígenas a que se refiram. Artigo 27. Os Estados estabelecerão e aplicarão, em conjunto com os povos indígenas interessados, um processo equitativo, independente, imparcial, aberto e transparente, no qual sejam devidamente reconhecidas as leis, tradições, costumes e regimes de posse da terra dos povos indígenas, para reconhecer e adjudicar os direitos dos povos indígenas sobre suas terras, territórios e recursos, compreendidos aqueles que tradicionalmente possuem, ocupam ou de outra forma utilizem. Os povos indígenas terão direito de participar desse processo. Artigo 28. 1. Os povos indígenas têm direito à reparação, por meios que podem incluir a restituição ou, quando isso não for possível, uma indenização justa, imparcial e equitativa, pelas terras, territórios e recursos que possuíam tradicionalmente ou de outra forma ocupavam ou utilizavam, e que tenham sido confiscados, tomados, ocupados, utilizados ou danificados sem seu consentimento livre, prévio e informado. 2. Salvo se de outro modo livremente decidido pelos povos interessados, a indenização se fará sob a forma de terras, territórios e recursos de igual qualidade, extensão e condição jurídica, ou de uma indenização pecuniária ou de qualquer outra reparação apropriada. Artigo 29. 1. Os povos indígenas têm direito à conservação e à proteção do meio ambiente e da capacidade produtiva de suas terras ou territórios e recursos. Os Estados deverão estabelecer e executar programas de assistência aos povos indígenas para assegurar essa conservação e proteção, sem qualquer discriminação. Artigo 30. 1. Não se desenvolverão atividades militares nas terras ou territórios dos povos indígenas, a menos que essas atividades sejam justificadas por um interesse público pertinente ou livremente decididas com os povos indígenas interessados, ou por estes solicitadas. Artigo 33. 1. Os povos indígenas têm o direito de determinar sua própriaidentidade ou composição conforme seus costumes e tradições. Isso não prejudica o direito dos indígenas de obterem a cidadania dos Estados onde vivem. Artigo 38. Os Estados, em consulta e cooperação com os povos indígenas, adotarão as medidas apropriadas, incluídas medidas legislativas, para alcançar os fins da presente Declaração. Artigo 39. Os povos indígenas têm direito a assistência financeira e técnica dos Estados e por meio da cooperação internacional para o desfrute dos direitos enunciados na presente Declaração. Convenção n. 169 da OIT Convenção sobre povos indígenas e tribais de 1989 BRASIL promulgou através do DECRETO n. 5.051, de 19 de abril de 2004 1. Organização Internacional do Trabalho • Criada em 1919 Tratado de Versalhes; • Brasil é membro fundador da OIT; • Visa à proteção da paz mundial, por meio da manutenção de direitos de caráter social; • Sujeito de Direito Internacional, dotado de direitos e deveres próprios; • Agência especializada da ONU; • 1926: Comissão de Peritos em Trabalho Indígena; • Convenção n. 107/ 1957, OIT: O documento tratava especificamente de populações indígenas e tribais, sobretudo de seus direitos à terra e de suas condições de trabalho, saúde e educação. 2. Convenção OIT n. 169/89 Entrou em vigor em 1991; Revisa a Convenção sobre populações indígenas e tribais de 1957. Distingue povos tribais de povos indígenas: a) Povos Tribais: são classificados como coletividades, cujos traços culturais permitem separá-los da maioria da comunidade de destino. b) Povos Indígenas: São os descendentes de populações que habitavam a região antes de introdução da lógica estatal moderna conhecida. Autoidentificação: como indígena ou tribal deverá ser considerada um critério fundamental para a definição dos grupos aos quais se aplicam as disposições da presente Convenção. Artigo 1º : a) Povos tribais em países independentes cujas condições sociais, culturais e econômicas os distingam de outros segmentos da comunidade nacional e cuja situação seja regida, total ou parcialmente, por seus próprios costumes ou tradições ou por uma legislação ou regulações especiais; b) Povos em países independentes considerados indígenas pelo fato de descenderem de populações que viviam no país ou região geográfica na qual o país estava inserido no momento da sua conquista ou colonização ou do estabelecimento de suas fronteiras atuais e que, independente de sua condição jurídica, mantêm algumas de suas próprias instituições sociais, econômicas, culturais e políticas ou todas elas. A ação estatal Artigo 2º. 1. Os governos terão a responsabilidade de desenvolver, com a participação dos povos interessados, uma ação coordenada e sistemática para proteger seus direitos e garantir respeito à sua integridade. Medidas estatais a) Garantir que os membros desses povos se beneficiem, em condições de igualdade, dos direitos e oportunidades previstos na legislação nacional para os demais cidadãos; b) Promover a plena realização dos direitos sociais, econômicos e culturais desses povos, respeitando sua identidade social e cultural, seus costumes e tradições e suas instituições; c) Ajudar os membros desses povos a eliminar quaisquer disparidades socioeconômicas entre membros indígenas e demais membros da comunidade nacional de uma maneira compatível com suas aspirações e estilos de vida. NÃO deve haver coerção na imposição de direitos humanos a estes povos: Artigo 3º. 2. Não deverá ser empregada nenhuma forma de força ou coerção que viole os direitos humanos e as liberdades fundamentais desses povos, inclusive os direitos previstos na presente Convenção. Artigo 4º. 1. Medidas especiais necessárias deverão ser adotadas para salvaguardar as pessoas, instituições, bens, trabalho, culturas e meio ambiente desses povos. 2. Essas medidas especiais não deverão contrariar a vontade livremente expressa desses povos. CRÍTICA: Artigo 8º. 1. Na aplicação da legislação nacional aos povos interessados, seus costumes ou leis consuetudinárias deverão ser levados na devida consideração. 2. Esses povos terão o direito de manter seus costumes e instituições, desde que não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais previstos no sistema jurídico nacional e com direitos humanos internacionalmente reconhecidos. Sempre que necessário, deverão ser estabelecidos procedimentos para a solução de conflitos que possam ocorrer na aplicação desse princípio. Artigo 9º. 1. Desde que sejam compatíveis com o sistema jurídico nacional e com direitos humanos internacionalmente reconhecidos, os métodos tradicionalmente adotados por esses povos para lidar com delitos cometidos por seus membros deverão ser respeitados. ATENÇÃO!!!! Neste caso, os Direitos Humanos nacionais estariam acima dos Direitos Humanos dos Índios e Tribais. Costumes penais: Artigo 9º. 2. Os costumes desses povos, sobre matérias penais, deverão ser levados em consideração pelas autoridades e tribunais no processo de julgarem esses casos. ARTIGO 10. 1. No processo de impor sanções penais previstas na legislação geral a membros desses povos, suas características econômicas, sociais e culturais deverão ser levadas em consideração. Consultas públicas Artigo 6º. 1. Na aplicação das disposições da presente Convenção, os governos deverão: a) Consultar os povos interessados, por meio de procedimentos adequados e, em particular, de suas instituições representativas, sempre que sejam previstas medidas legislativas ou administrativas suscetíveis de afetá-los diretamente; IMPORTANTE!!! Há a exigência de que medidas legislativas ou administrativas que afetem os direitos das tribos passem pelo crivo das comunidades. Este dispositivo exige o consentimento do coletivo. 2. As consultas realizadas em conformidade com o previsto na presente Convenção deverão ser conduzidas de boa-fé e de uma maneira adequada às circunstâncias, no sentido de que um acordo ou consentimento em torno das medidas propostas possa ser alcançado. Tribunal Regional Federal mantém suspensão do polo naval em Manaus 24 DE JUNHO DE 2014 – REVISTA PORTOS E NAVIOS O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) negou recurso do Estado do Amazonas e da União e manteve decisão que suspendeu a implantação do Polo Naval em Manaus enquanto não houver consulta prévia, livre e informada às comunidades ribeirinhas que seriam afetadas pelo empreendimento, conforme previsto na Convenção nº 169, da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O acórdão, publicado no último dia 12 junho, destaca que a ausência de consulta prévia, livre e de consentimento claro das comunidades tradicionais envolvidas no processo de desapropriação torna a implantação ilegal e ilegítima. O TRF1 ressaltou que houve descumprimento de artigos da Constituição que tratam da proteção de comunidades tradicionais e de documentos internacionais, como a Convenção 169/OIT, a Convenção da Diversidade Biológica e a Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural. O recurso negado foi apresentado ao TRF1 após a Justiça Federal no Amazonas ter concedido decisão liminar a pedido do Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM), em maio de 2014, determinando a suspensão dos efeitos do decreto que declarou de utilidade pública áreas para implantação do Polo Naval do Amazonas. A Justiça determinou ainda a suspensão imediata de todas as medidas referentes ao projeto deimplantação do Polo Naval enquanto não for realizada consulta prévia, livre e informada das comunidades tradicionais ribeirinhas que vivem na região (...)” Disponível em: < https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind- naval-e-offshore/30512-tribunal-regional-federal-mantem- suspensao-do-polo-naval-em-manaus > Acesso em 04/05/2016 https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/30512-tribunal-regional-federal-mantem-suspensao-do-polo-naval-em-manaus https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/30512-tribunal-regional-federal-mantem-suspensao-do-polo-naval-em-manaus https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/30512-tribunal-regional-federal-mantem-suspensao-do-polo-naval-em-manaus https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/30512-tribunal-regional-federal-mantem-suspensao-do-polo-naval-em-manaus https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/30512-tribunal-regional-federal-mantem-suspensao-do-polo-naval-em-manaus https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/30512-tribunal-regional-federal-mantem-suspensao-do-polo-naval-em-manaus https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/30512-tribunal-regional-federal-mantem-suspensao-do-polo-naval-em-manaus https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/30512-tribunal-regional-federal-mantem-suspensao-do-polo-naval-em-manaus https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/30512-tribunal-regional-federal-mantem-suspensao-do-polo-naval-em-manaus https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/30512-tribunal-regional-federal-mantem-suspensao-do-polo-naval-em-manaus https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/30512-tribunal-regional-federal-mantem-suspensao-do-polo-naval-em-manaus https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/30512-tribunal-regional-federal-mantem-suspensao-do-polo-naval-em-manaus https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/30512-tribunal-regional-federal-mantem-suspensao-do-polo-naval-em-manaus https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/30512-tribunal-regional-federal-mantem-suspensao-do-polo-naval-em-manaus https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/30512-tribunal-regional-federal-mantem-suspensao-do-polo-naval-em-manaus https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/30512-tribunal-regional-federal-mantem-suspensao-do-polo-naval-em-manaus https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/30512-tribunal-regional-federal-mantem-suspensao-do-polo-naval-em-manaus https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/30512-tribunal-regional-federal-mantem-suspensao-do-polo-naval-em-manaus https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/30512-tribunal-regional-federal-mantem-suspensao-do-polo-naval-em-manaus https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/30512-tribunal-regional-federal-mantem-suspensao-do-polo-naval-em-manaus https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/30512-tribunal-regional-federal-mantem-suspensao-do-polo-naval-em-manaus https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/30512-tribunal-regional-federal-mantem-suspensao-do-polo-naval-em-manaus https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/30512-tribunal-regional-federal-mantem-suspensao-do-polo-naval-em-manaus https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/30512-tribunal-regional-federal-mantem-suspensao-do-polo-naval-em-manaus https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/30512-tribunal-regional-federal-mantem-suspensao-do-polo-naval-em-manaus https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/30512-tribunal-regional-federal-mantem-suspensao-do-polo-naval-em-manaus https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/30512-tribunal-regional-federal-mantem-suspensao-do-polo-naval-em-manaus Representação ou atuação individual Artigo 12. Os povos interessados deverão ser protegidos contra a violação de seus direitos e deverão poder mover ações legais, individualmente ou por meio de seus órgãos representativos, para garantir a proteção efetiva de tais direitos. Medidas deverão ser tomadas para garantir que os membros desses povos possam compreender e se fazer compreender em processos legais, disponibilizando- se para esse fim, se necessário, intérpretes ou outros meios eficazes. TERRAS Os direitos de propriedade e posse de terras tradicionalmente ocupadas pelos povos interessados deverão ser reconhecidos. Além disso, quando justificado, medidas deverão ser tomadas para salvaguardar o direito dos povos interessados de usar terras não exclusivamente ocupadas por eles às quais tenham tido acesso tradicionalmente para desenvolver atividades tradicionais e de subsistência. Nesse contexto, a situação de povos nômades e agricultores itinerantes deverá ser objeto de uma atenção particular. Os governos tomarão as medidas necessárias para identificar terras tradicionalmente ocupadas pelos povos interessados e garantir a efetiva proteção de seus direitos de propriedade e posse. Procedimentos adequados deverão ser estabelecidos no âmbito do sistema jurídico nacional para solucionar controvérsias decorrentes de reivindicações por terras apresentadas pelos povos interessados. O direito dos povos interessados aos recursos naturais existentes em suas terras deverá gozar de salvaguardas especiais. Esses direitos incluem o direito desses povos de participar da utilização, administração e conservação desses recursos. Em situações nas quais o Estado retém a propriedade dos minerais ou dos recursos do subsolo ou direitos a outros recursos existentes nas terras, os governos estabelecerão ou manterão procedimentos pelos quais consultarão estes povos para determinar se seus interesses seriam prejudicados, e em que medida, antes de executar ou autorizar qualquer programa de exploração desses recursos existentes em suas terras. Sempre que for possível, os povos participarão dos benefícios proporcionados por essas atividades e receberão indenização justa por qualquer dano que sofram em decorrência dessas atividades. Art. 20, CF/88. São bens da União: XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. Artigo 16. 1. Sujeito ao disposto nos próximos parágrafos do presente artigo, os povos interessados não deverão ser retirados das terras que ocupam. 2. Quando a retirada e o reassentamento desses povos forem considerados necessários como uma medida excepcional, eles só serão realizados com seu livre consentimento e conhecimento. Não sendo possível obter seu consentimento, essa transferência só será realizada após a conclusão dos procedimentos adequados previstos na lei nacional, inclusive após consultas públicas, conforme o caso, nas quais os povos interessados tenham oportunidades de ser efetivamente representados. 3. Sempre que possível, esses povos terão o direito de retornar às suas terras tradicionais tão logo deixem de existir as razões que fundamentaram sua transferência. 4. Quando esse retorno não for possível, como definido em acordo ou, na falta de um acordo, por meio de procedimentos adequados, esses povos deverão receber, sempre que possível, terras de qualidade e situação jurídica pelo menos iguais às das terras que ocupavam anteriormente e que possam satisfazer suas necessidades presentes e garantir seu desenvolvimento futuro. Quando os povos interessados manifestarem preferência por receber uma indenização em dinheiro ou espécie, essa indenização deverá ser adequadamente garantida. 5. Pessoas transferidas de uma terra para outra deverão ser plenamente indenizadas por qualquer perda ou dano. Artigo 19. Os programas agráriosnacionais garantirão aos povos interessados o mesmo tratamento concedido aos demais segmentos da população por meio das seguintes medidas: a) disponibilizando mais terras a esses povos quando as áreas que ocupam não forem suficientes para lhes garantir meios essenciais para uma existência normal ou acomodar seu crescimento demográfico; b) disponibilizando os meios necessários para promover o desenvolvimento das terras que esses povos já possuem. EMPREGOS ARTIGO 20. 1. Os governos adotarão, no âmbito das leis e das regulações nacionais e em cooperação com os povos interessados, medidas especiais para garantir uma proteção efetiva a trabalhadores pertencentes a esses povos no seu processo de contratação e condições de emprego, caso não estejam efetivamente protegidos pela legislação aplicável aos trabalhadores em geral. Seguridade Social e Saúde ARTIGO 24. Esquemas de seguridade social deverão ser progressivamente ampliados para beneficiar os povos interessados e disponibilizados a eles sem nenhuma discriminação. ARTIGO 25. 1. Os governos tomarão as medidas necessárias que garantam que serviços de saúde adequados sejam disponibilizados aos povos interessados ou que eles sejam dotados dos recursos necessários para desenvolver e prestar esses serviços sob sua própria responsabilidade e controle para que possam desfrutar do maior nível possível de saúde física e mental. 2. Na maior medida possível, os serviços de saúde deverão ser baseados na comunidade. Esses serviços deverão ser planejados e administrados em cooperação com os povos interessados e levar-se-á em consideração suas condições econômicas, geográficas, sociais e culturais, bem como seus métodos tradicionais de prevenção, práticas curativas e medicamentos. 3. O sistema de assistência de saúde dará preferência à formação e contratação de pessoal de saúde da comunidade local e enfocará a prestação de serviços de assistência primária, mantendo, ao mesmo tempo, vínculos estreitos com outros níveis de assistência de saúde. 4. A prestação desses serviços de saúde deverá ser articulada a outras medidas sociais, econômicas e culturais adotadas no país. Educação ARTIGO 26. Medidas deverão ser tomadas para garantir que os membros dos povos interessados tenham a oportunidade de adquirir uma educação em todos os níveis pelo menos em condições de igualdade com a comunidade nacional. ARTIGO 28. 1. Sempre que viável, as crianças dos povos interessados deverão aprender a ler e escrever na sua própria língua indígena ou na língua mais comumente falada no seu grupo. Quando isso não for possível, as autoridades competentes consultarão esses povos com vistas a adotar medidas que permitam a consecução desse objetivo. 3. Medidas deverão ser tomadas para preservar e promover o desenvolvimento e a prática das línguas indígenas dos povos interessados Administração ARTIGO 33 1. A autoridade governamental responsável pelas questões tratadas na presente Convenção garantirá a existência de instituições ou de outros mecanismos adequados para administrar programas que afetem os povos interessados e que essas instituições ou mecanismos disponham dos meios necessários para o pleno desempenho das funções a eles designadas. 2. Esses programas incluirão: a) o planejamento, coordenação, implementação e avaliação, em cooperação com os povos interessados, das medidas previstas na presente Convenção; b) a proposição de medidas legislativas e de outra natureza às autoridades competentes e a supervisão da aplicação das medidas adotadas, em cooperação com os povos interessados. A Convenção n. 169, OIT na América Latina: • Argentina: Comunidade do Chaco; • Costa Rica: O Tribunal costa-riquenho proferiu decisão exigindo que o Estado reparasse ponte sobre o rio Rincón que lhes é essencial para o desenvolvimento de suas atividades; • Equador: Conferiu status constitucional à Convenção, estando acima das leis infraconstitucionais. QUESTÕES (MPT – 2013 – Procurador) Analise as assertivas sobre a Convenção 169 da OIT, que versa povos indígenas e tribais: I Os programas e os serviços de educação destinados aos povos indígenas ou tribais interessados deverão ser desenvolvidos e aplicados em cooperação com eles a fim de responder às suas necessidades particulares, e incorporar a sua história, seus conhecimentos e técnicas, seus sistemas de valores, promovendo suas aspirações sociais, econômicas e culturais. II Quando não for viável ensinar às crianças dos povos indígenas ou tribais interessados a ler e escrever na sua própria língua indígena ou na língua mais comumente falada no grupo a que pertençam, as autoridades competentes poderão adotar a língua mais falada no país signatário. III A República Federativa do Brasil, ratificou a referida Convenção, que não obriga a garantir aos trabalhadores pertencentes a esses povos igualdade de oportunidade e de tratamento para homens e mulheres no emprego, devendo ser respeitada a cultura sobre o regime de trabalho de cada grupo ou povos indígenas e tribais; Marque a alternativa CORRETA: a) todas as assertivas estão incorretas; b) apenas as assertivas I e III estão incorretas; c) apenas a assertiva I está incorreta; d) apenas as assertivas II e III estão incorretas; e) não respondida. RESPOSTA: D
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