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Geo 1 - Aula 5

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Geografia 1 – aula 5 
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Geografia 1 
Fichamento Aula 5 – 
O ESPAÇO – O QUE É? 
“a noção de espaço é usualmente atribuída à distância ou à medida. Mas será que espaço para a Geografia significa 
apenas isso?” (p.74) 
“desde a renovação crítica da Geografia, o conceito de espaço vem ganhando importância, especialmente por 
considerarmos que foi um conceito periférico na Geografia Tradicional.” (p.75) 
“Ao referir-se aos conceitos de espaço e tempo, esse filósofo percebe que o tempo sempre fora visto como algo 
dinâmico, ou melhor, como algo cuja dinâmica é perceptível. O espaço, porém, sempre foi, em suas palavras, “o que 
estava morto, fixo, não dialético, imóvel”; e prossegue, “em compensação, o tempo era rico, fecundo, vivo, dialético”” 
(p.75) 
“Isso foi resultado da grande influência que a Geografia Tradicional teve na Geografia ensinada nas escolas.” (p.75) 
“O espaço acumula tempo, ele é revelador de períodos passados. Ao modificar o meio, o homem está produzindo 
espaço. Ao ser considerado como um palco, ele é tomado, também, como algo morto, fixo. Isso significa que ele não 
incorpora a dinâmica da sociedade, o que representa, em última instância, ignorar que o espaço modificado pelo homem 
interage com ele, influindo, inclusive, em suas ações futuras.” (p.76) 
“Em outras palavras, quando o homem realiza trabalho, ou seja, quando o homem transforma a natureza, ele está 
produzindo o espaço.” (p.76) 
“ao produzir o espaço, o homem necessita, nesse ato, criar as condições para a sua reprodução social; ou seja, ele precisa 
agregar ao espaço um conjunto de objetos que lhe permitam se reproduzir socialmente” (p.77) 
“Outro ponto fundamental é o formato que essa organização espacial irá assumir. Se partirmos da premissa de que a 
organização espacial é uma expressão da produção material do homem, resultado de seu trabalho, temos que ela 
refletirá as características culturais, econômicas e sociais do grupo que a criou.” (p.77) 
“Assim sendo, se considerarmos a sociedade capitalista, veremos que a organização do espaço refletirá as relações entre 
as classes sociais; ou seja, o espaço refletirá a própria divisão de classes existentes na sociedade” (p.77) 
“O que estamos percebendo, a partir desses pontos fundamentais levantados por Corrêa, é que se por um lado a 
produção do espaço deve garantir a reprodução social, por outro, caso essa produção esteja atrelada a interesses de 
classe, a tendência maior é que o espaço produzido e organizado reflita as necessidades de reprodução daqueles que 
detêm melhores condições econômicas e políticas de orientar sua produção.” (p.77) 
“Dada a necessidade de criar condições para a sua reprodução, a sociedade vai construindo o espaço a partir de suas 
demandas” (p.78) 
“Percebe-se, então, que o homem não somente produz o espaço – constrói pontes, modifica o curso de rios, constrói 
cidades, conecta lugares, recria a natureza, modificando-a; o espaço também produz o homem. Mas nesse caso, não 
numa relação determinista, em que o meio determina a condição humana, mas num contexto em que a ponte, as 
cidades, enfim, o espaço modificado pelo homem acaba influenciando suas ações futuras” (p.78) 
“O espaço é muito mais que a paisagem. A paisagem é a expressão sensível e perceptível do espaço. A paisagem, como 
afirma Santos (1997), “é a materialização de um instante da sociedade”” (p.80) 
““ [a paisagem] é sempre setorial, um fragmento e por isso mesmo sua percepção nos engana, e não nos pode 
diretamente conduzir à compreensão do real, porque nunca se dá como um todo” (p. 76). O espaço porém, ao contrário 
da paisagem, é dotado de movimento, e daí o fato de ele ser vivo”” (p.81) 
Geografia 1 – aula 5 
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“Ora, o que dota o espaço de movimento é a sociedade. É a sociedade, ao relacionar-se – seja através do trabalho, da 
cultura, da arte –, que produz o espaço. Assim, retomando a nossa primeira aula, quando dizíamos que fazemos 
geografia todos os dias, poderíamos dizer que, em verdade, o que fazemos, mais do que a nossa geografia, é o nosso 
próprio espaço.” (p.81) 
“O geógrafo Milton Santos, ao longo de sua trajetória, buscou desenvolver e aprimorar uma ideia baseada no fato de 
que o espaço é a categoria de análise central da Geografia. Para ele, o espaço é o meio a partir do qual o geógrafo deve 
observar e interpretar os fenômenos geográficos.” (p.82) 
“A proposta da Geografia Crítica é considerar a historicidade dos fenômenos e processos sociais, e daí a consideração 
de que esses elementos, ao mesmo tempo em que podem ser solidários – no sentido da complementaridade, podem 
ser contraditórios, no sentido da conflitualidade” (p.82) 
“RESUMO O espaço não é algo estático, fixo, morto, mas sim algo dinâmico, que interage com a sociedade. Isso supera 
a visão comum do que é espaço, que passa a ser visto como uma categoria de análise da Geografi a. O espaço acumula 
tempo, ou seja, ele vai acumulando as marcas de períodos históricos que, com o tempo, vão sendo incorporadas às 
novas paisagens, às novas dinâmicas que lhes são conferidas. Segundo Milton Santos, o espaço é um conjunto 
indissociável de sistemas de objetos e sistemas de ações.” (82) 
“Quando falamos que o espaço produz o homem, estamos querendo dizer que o espaço interage com o homem, e que 
a produção do espaço é, na realidade, o resultado de uma relação de troca a partir da qual o homem confere novas 
formas ao espaço e essas novas formas, que dão ao espaço novos arranjos, influenciam a própria reprodução social do 
homem” (p.84)

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