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APOSTILA - FUNDAMENTOS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL

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Prévia do material em texto

Fundamentos do 
Comércio Internacional
Professor Dr. Marcos Aurélio Brambilla
Diretor Geral 
Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino e Pós-graduação
Daniel de Lima
Diretor Administrativo 
Eduardo Santini
Coordenador NEAD - Núcleo
de Educação a Distância
Jorge Van Dal
Coordenador do Núcleo de Pesquisa
Victor Biazon
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Projeto Gráfico e Editoração
André Oliveira Vaz
Revisão Textual
Kauê Berto
Web Designer
Thiago Azenha
UNIFATECIE Unidade 1
Rua Getúlio Vargas, 333,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 2
Rua Candido Berthier
Fortes, 2177, Centro
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 3
Rua Pernambuco, 1.169,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 4
BR-376 , km 102, 
Saída para Nova Londrina
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
www.unifatecie.edu.br
As imagens utilizadas neste 
livro foram obtidas a partir
do site ShutterStock
FICHA CATALOGRÁFICA
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFATECIE. 
Credenciado pela Portaria N.º 527 de 10 de junho de 2020, 
publicada no D.O.U. em 15 de junho de 2020.
Núcleo de Educação a Distância;
BRAMBILLA, Marcos Aurélio.
Fundamentos do Comércio Internacional.
Marcos. Aurélio Brambilla.
Paranavaí - PR.: UniFatecie, 2020. 77 p.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária
Zineide Pereira dos Santos.
AUTOR
Professor Dr. Marcos Aurélio Brambilla
●	 Doutor em Teoria Econômica pela UEM (Universidade Estadual de Maringá).
●	 Mestre em Economia Regional pela UEL (Universidade Estadual de Londrina). 
●	 Bacharel em Ciências Econômicas pelo UniFCV (Centro Universitário Cidade 
Verde). 
●	 Professor Mediador EAD no UniCesumar (Centro Universitário Cesumar).
●	 Professor de graduação no Instituto Adventista Paranaense (IAP).
●	 Professor de graduação no UniFCV (Centro Universitário Cidade Verde).
●	 Professor de pós-graduação no UniFCV (Centro Universitário Cidade Verde).
●	 Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/4609573696140389
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja muito bem-vindo(a)!
Prezado(a) aluno(a), se você se interessou pelo assunto desta disciplina, isso já é 
o início de uma grande jornada que vamos trilhar juntos a partir de agora. Proponho, junto 
com você, construir nosso conhecimento sobre os fundamentos do comércio internacional. 
Além	de	conhecer	seus	principais	conceitos	e	definições,	vamos	explorar	fatos	históricos	e	
as	mais	diversas	situações	do	comércio	internacional	presentes	entre	as	nações.		
Na Unidade I começaremos a nossa jornada pela evolução das teorias do comér-
cio	 internacional,	 partindo	do	contexto	mercantilista.	Essa	noção	é	necessária	para	que	
possamos compreender o início das teorias de comércio internacional. E, assim, podemos 
trabalhar com a teoria das vantagens absolutas, teoria das vantagens comparativas e com 
os	fatores	específicos	e	modelo	de	Hecksher-Ohlin.
Já na Unidade II vamos ampliar nossos conhecimentos sobre os blocos econômicos. 
Para isso, vamos detalhar as políticas comerciais que podem ser adotadas pelos países 
e,	por	fim,	serão	apresentados	os	diferentes	tipos	de	blocos	econômicos	e	sua	taxonomia.
Depois,	nas	Unidades	III	e	IV,	vamos	tratar	especificamente	das	taxas	de	câmbio,	
regimes cambiais e das políticas macroeconômicas internacionais. Ao longo da Unidade III 
vamos	destacar	as	diferentes	taxas	de	câmbio,	os	regimes	cambiais	e	como	isso	influencia	
o	comércio	com	os	demais	países	e,	por	fim,	será	apresentado	o	balanço	de	pagamentos	e	
sua relação com as políticas comerciais. Na unidade IV vamos entender o papel da política 
macroeconômica	internacional,	das	regulamentações	econômicas	e	dos	diferentes	tipos	de	
empresas no mundo globalizado. 
Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada 
de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos abordados em 
nosso	material.	Esperamos	contribuir	para	seu	crescimento	pessoal	e	profissional.	
Muito obrigado e bom estudo!
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 6
Conceitos do Comércio Internacional
UNIDADE II ................................................................................................... 23
Blocos Econômicos
UNIDADE III .................................................................................................. 43
Taxas de Câmbio e Regimes Cambiais
UNIDADE IV .................................................................................................. 59
A Política Macroeconômica Internacional
6
Plano de Estudo:
• Conceitos de comércio internacional, teorias de comércio e sua evolução.
• Vantagens absolutas.
• Vantagens comparativas.
•	Fatores	específicos	e	modelo	de	Hecksher-Ohlin.
Objetivos de Aprendizagem:
•	Conceituar	e	contextualizar	as	teorias	de	comércio	internacional.
• Compreender os tipos de teorias de comércio internacional.
• Estabelecer a importância das teorias de comércio internacional.
UNIDADE I
Conceitos do Comércio Internacional
Professor Doutor Marcos Aurélio Brambilla
7UNIDADE I Conceitos do Comércio Internacional
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), bem-vindo(a) à primeira unidade da apostila.
Vamos dar início ao estudo sobre os fundamentos do comércio internacional. Essa 
é uma área do conhecimento que estuda as teorias do comércio internacional. Estas têm 
grande	importância	por	compreenderem	as	decisões	de	comércio	dos	países.	No	entanto,	
antes de iniciar o estudo das teorias do comércio internacional, foi abordado o período que 
antecede as teorias tradicionais do comércio internacional, período esse conhecido como 
Mercantilismo.
Com o propósito de atingir o crescimento econômico da nação, o Mercantilismo foi 
um período no qual os países adotavam políticas de comércio internacional que tentavam 
proporcionar	maiores	ganhos	com	o	comércio	internacional.	Após	as	ações	verificadas	no	
Mercantilismo, foram criadas as teorias desenvolvidas por autores clássicos. A primeira 
teoria foi desenvolvida por Adam Smith, a sua teoria foi chamada de teoria das vantagens 
absolutas, essa teoria falava basicamente que os países deveriam produzir o bem mais 
barato e importar o bem que era mais caro para produzir.
A partir da teoria de vantagens absolutas, David Ricardo buscou melhorar essa teo-
ria, criando a teoria das vantagens comparativas. Segundo essa teoria, os países deveriam 
se especializar na produção de bens em que possuíam vantagens comparativas, ou seja, 
os países deveriam produzir bens em que apresentavam maior produção ou menor custo 
relativamente.
Em seguida, serão apresentadas as teorias neoclássicas, ou seja, as teorias mais 
modernas	do	comércio	internacional,	sendo	o	Teorema	de	Hechscher-Ohlin	e,	por	fim,	as	
extensões	da	teoria	da	vantagem	comparativa,	que	foi	abordada	a	economia	de	escala	e	a	
concorrência imperfeita no mercado internacional.
Desejamos um ótimo estudo!
8UNIDADE I Conceitos do Comércio Internacional
1 CONCEITOS DE COMÉRCIO INTERNACIONAL, TEORIAS DE COMÉRCIO E SUA 
EVOLUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a), neste tópico foram abordados conceitos sobre o comércio 
internacional e, antes de iniciar o estudo sobre as teorias do comércio internacional, é im-
portante conhecer o período anterior à criação das teorias tradicionais do comércio interna-
cional, com o intuito de saber como se deu a origem das teorias de comércio internacional, 
esse período é conhecido como Mercantilismo, portanto, vamos conhecer mais sobre esse 
período.
A economia internacional teve início juntamente com o começo do Estado nacional 
moderno.	O	movimento	de	união	das	regiões	e	municípios	nos	Estados	nacionais	levou	a	
uma integração política e econômica. A integração política contribuiu para o surgimento dos 
Estados absolutistas, ou seja, que centraliza o poder nas mãos de uma pessoa, assim as 
decisões	eram	tomadas	pelos	monarcas	sem	considerar	a	opinião	da	população.	A	união	
econômica deu início às práticas realizadas entreos Estados nacionais conhecidas como 
Mercantilismo (GONÇALVES, 1998).
Segundo Salvatore (2000), o Mercantilismo surgiu entre os séculos XVII e XVIII, 
por	meio	de	ensaios	e	panfletos	que	continham	um	tipo	de	filosofia	econômica,	escrita	por	
banqueiros,	comerciantes,	filósofos	e	funcionários	públicos.	Desse	modo,	o	Mercantilismo	
foi um período no qual os países praticavam políticas de comércio internacional na tentativa 
de obter maiores ganhos com o comércio internacional, assim, a partir desses preceitos, os 
Estados buscavam atingir o crescimento econômico da nação.
9UNIDADE I Conceitos do Comércio Internacional
Para facilitar o entendimento de como funcionava as normas estabelecidas pelos 
mercantilistas, Brue (2006)	apresenta	algumas	definições	que	representam	esse	período,	
sendo: o ouro e a prata como riqueza; a política protecionista; o nacionalismo; a colonização 
e a monopolização do comércio; a relevância de contar com uma grande de mão de obra; 
eram contrários a impostos ou qualquer outra restrição interna sobre o transporte de bens.
Portanto,	os	mercantilistas	consideravam	que	as	nações	ricas	apresentavam	uma	
grande quantidade de ouro e prata, ou seja, quanto maior o volume de metais preciosos, 
maior era a riqueza do Estado nacional. Além disso, adotavam políticas protecionistas, 
cobravam	taxas	de	importação	de	matérias-primas	e	manufaturas	que	poderiam	ser	produ-
zidos	internamente	e	as	importações	de	matérias	primas	que	não	poderiam	ser	produzidas	
internamente	eram	isentas	de	taxas.
Para	ser	uma	nação	poderosa,	deveria	acumular	riqueza	por	meio	da	exportação	
aos	países	próximos,	pois,	assim,	poderiam	colonizar	outras	nações	para	se	tornar	uma	
nação mais poderosa. Sendo que os benefícios adquiridos pelas colônias eram propriedade 
do país colonizador.
Os	mercantilistas	 também	não	eram	a	 favor	 de	 cobranças	de	 taxas	 internas	ou	
outras	restrições,	essas	cobranças	poderiam	prejudicar	as	empresas,	levando	ao	aumento	
de	preços	das	exportações	e,	consequentemente,	a	nação	se	tornaria	menos	competitiva	
no mercado internacional.
Outra característica que os mercantilistas consideravam importante era uma grande 
população de trabalhadores, pois quanto maior a população maior era produção de bens 
para	a	exportação	e,	considerando	os	baixos	salários	dos	trabalhadores,	a	nação	apresen-
tava	significativos	ganhos	no	comércio	internacional	com	acumulação	de	metais	preciosos	
advindo dos superávits	que	a	nação	apresentava	devido	às	condições	aqui	apresentadas.
Desse modo, conforme Gonçalves (1998), a política mercantilista tem o intuito de de-
fender a presença de um monarca absoluto e contribuir com a integração econômica, jurídica 
e	administrativa	nacional	e	procura	proteger	o	Estado	nacional	contra	as	ameaças	externas.
Os	mercantilistas	entendiam	que,	para	uma	nação	ficar	rica	e	poderosa,	era	ne-
cessário	vender	mais	para	outras	nações	do	que	comprar,	ou	seja,	a	exportação	deveria	
ser maior que a importação. Com o superávit da balança comercial, apresentaria maior 
entrada de ouro e prata na nação, pois acreditavam que quanto mais acumulassem de 
metais preciosos (ouro e prata), mais rica e poderosa seria a nação. Contudo, devido à 
limitação	da	existência	de	ouro	e	prata,	não	existiria	a	possibilidade	de	todas	as	nações	
apresentarem ganhos no comércio internacional. Para que uma nação acumulasse metais 
preciosos, outra nação deveria perder (SALVATORE, 2000).
10UNIDADE I Conceitos do Comércio Internacional
2 VANTAGENS ABSOLUTAS
Considerando as políticas econômicas adotadas pelos mercantilistas, que tinham 
o	 propósito	 de	 aumentar	 o	 saldo	 da	 balança	 comercial,	 aumentando	 as	 exportações	 e	
diminuindo	as	importações,	surgem	questionamentos	se	o	comércio	internacional	deveria	
se limitar a isso. Assim, conforme Salvatore (2000), a obra que marca o início da ciência 
econômica é intitulada de A Riqueza das Nações, de 1776, de Adam Smith. 
A partir dessa publicação, surge a teoria de comércio internacional. O argumento de 
Adam	Smith	para	o	comércio	internacional	é	de	que,	para	que	duas	nações	comercializem	
produtos é necessário que as duas apresentem algum benefício. Se uma nação perdesse 
ou não apresentasse nenhum ganho, não haveria motivo para comercializar no mercado 
internacional (SALVATORE, 2000).
O	autor	sugere,	então,	que,	para	existir	o	comércio	internacional	entre	os	países,	
é	preciso	que	esse	comércio	seja	mutuamente	benéfico.	Portanto	foi	criada	a	teoria	das	
vantagens	absolutas,	que	se	refere	ao	comércio	mutuamente	benéfico,	sendo	que	o	país	
deve	exportar	o	bem	que	apresentar	maior	vantagem	absoluta	e	importar	o	bem	que	possuir	
menor vantagem absoluta. 
Desse modo, a análise pode ser realizada pela produtividade e pelo custo. Para 
a análise pela produtividade, para o produto que o país apresentar maior produção por 
unidade	de	trabalhador,	o	mesmo	deve	ser	exportado	e,	o	produto	que	o	país	apresentar	
menor produção deve importar. Para a análise do custo, o produto que apresentar menor 
11UNIDADE I Conceitos do Comércio Internacional
custo	de	produção	o	país	deve	exportar,	e	o	bem	que	for	mais	caro	a	termos	absolutos	para	
produzir	o	país	deve	importar,	haja	vista	que	o	comércio	de	duas	nações	nessas	condições	
é	mutuamente	benéfico.
A	seguir	é	possível	observar	um	exemplo	numérico	para	a	análise,	em	que	será	
considerada a teoria das vantagens absolutas para a melhor compreensão dessa teoria. 
A Tabela 1 apresenta a produtividade e o custo de produzir soja e trigo no Brasil (BR) e 
nos	Estados	Unidos	(EUA)	para	a	análise	de	qual	bem	cada	país	deve	exportar	e	importar	
conforme a teoria das vantagens absolutas.
Tabela 1 - Teoria das vantagens absolutas
Bens
Produtividade (produção por 
horas de trabalho)
Custo (horas de trabalho 
necessário para produzir 1kg)
Países Soja Trigo Soja Trigo
BR 2 1 2 4
EUA 1 2 4 2
Fonte: adaptado de Salvatore (2000).
Pela análise da produtividade, a produção de soja por horas de trabalho é de 2 
no Brasil, sendo que o custo de trabalho necessário para produzir 1 kg de soja é de 2, 
enquanto nos Estados Unidos a produção de soja por horas de trabalho é de 1, sendo que 
o custo de trabalho necessário para produzir 1 kg de soja é de 4. A produção de trigo por 
horas de trabalho é de 1 no Brasil, sendo que o custo de trabalho necessário para produzir 
1 kg de soja é de 4, enquanto nos Estados Unidos a produção de trigo por horas de trabalho 
é de 2, sendo que o custo de trabalho necessário para produzir 1 kg de trigo é de 2.
Como o custo de produzir soja no Brasil é menor e o custo de produzir trigo é menor 
nos Estados Unidos, Brasil e Estados Unidos deveriam se especializar na produção de soja 
e	trigo,	respectivamente.	Assim,	o	Brasil	deveria	exportar	soja	e	importar	trigo	e	os	Estados	
Unidos	devem	exportar	trigo	e	importar	soja.
12UNIDADE I Conceitos do Comércio Internacional
3 VANTAGENS COMPARATIVAS
A contribuição da teoria do comércio internacional de Adam Smith é de grande 
importância. No entanto, a comercialização de dois bens entre dois países apresentará 
benefícios absolutos para ambos. Diante disso, é de suma importância a contribuição de 
David Ricardo com a teoria das vantagens comparativas. De acordo com Salvatore (2000), 
a teoria das vantagens comparativas é uma das mais relevantes teorias da economia até 
os	dias	de	hoje,	com	aplicações	empíricas.
Podem	ser	verificadas,	na	 teoria	das	vantagens	comparativas	de	David	Ricardo,	
algumas características, no qual devem ser levadas em consideração para a melhor com-
preensão da teoria, sendo:
a) O comércio de duas economias com diferenças em suas estruturas de produção.
b) O único fator de produção é o trabalho.
c)	As	duas	nações	produzem	dois	produtos.
d) As economias apresentam diferenças no nível de tecnologia.
e) São considerados rendimentos constantes de escala.
f) Não é considerado custo de transporte.
Para a melhor compreensão das característicasassociadas à teoria das vantagens 
comparativas,	foi	verificado	mais	a	fundo	cada	uma	delas.	Conforme	Gonçalves	(1998),	a	
primeira	característica	destaca	que	o	comércio	entre	dois	países	é	mutuamente	benéfico,	
13UNIDADE I Conceitos do Comércio Internacional
ou seja, é preferível uma nação comercializar bens com outros países do que ser uma 
economia	fechada,	devido	à	diferença	de	produtividade	do	trabalho	nas	diferentes	nações.
A segunda e a terceira características apresentadas estão relacionadas, pois a 
segunda	pressupõe	que	existe	apenas	o	fator	de	produção	trabalho,	sendo	necessário	para	
a produção de dois bens em dois países (terceira característica). Desse modo, os países 
alocam uma quantidade de trabalho para a produção de cada bem e, a partir disso, realizar 
a análise (KRUGMAN; OBSTFELD, 2005).
A quarta característica está relacionada às tecnologias das economias. De acordo 
com Krugman e Obstfeld (2005), o nível de tecnologia de cada nação é determinado pela 
produtividade do trabalho das indústrias, sendo que a produção é medida pela necessidade 
de cada unidade de trabalho.
Outra característica diz respeito aos rendimentos constantes de escala, ela apre-
senta que a produção não é alterada para cada hora de trabalho por trabalhador, ou seja, a 
produção de cada hora de trabalho será a mesma em todo o período (SALVATORE, 2000).
Por	fim,	a	sexta	e	última	característica	não	considera	o	custo	com	transporte.	Por-
tanto,	é	pressuposto	que	a	 circulação	de	bens	entre	os	países	não	apresenta	 taxas	ou	
custos relacionados ao transporte das mercadorias entre os países, é considerado apenas 
o custo relacionado à quantidade de horas de trabalho por unidade de trabalho (KRUGMAN; 
OBSTFELD, 2005).
Agora,	a	partir	das	características	apresentadas,	é	possível	definir	o	que	seria	a	
teoria das vantagens comparativas. Conforme Gonçalves (1998), a teoria ricardiana pode 
ser	definida	como	a	especialização	de	cada	país	no	bem	em	que	possui	vantagens	compa-
rativas,	ou	seja,	o	país	deve	se	especializar	na	produção	de	bens	em	que	é	mais	eficiente.	
Desse	modo,	os	países	apresentam	ganhos	com	o	comércio	internacional,	com	exceção	de	
casos em que os países apresentarem custos relativos iguais entre os produtos.
Essa teoria é um avanço da teoria das vantagens absolutas, pois dois países que 
apresentam dois bens devem apresentar para cada bem uma vantagem absoluta, caso não 
aconteça,	pela	teoria	das	vantagens	absolutas	não	será	benéfico.	A	teoria	das	vantagens	
comparativas mostra que, mesmo um país não apresentando vantagem absoluta em algum 
bem,	o	comércio	pode	ser	benéfico.	O	comércio	pode	ser	benéfico	por	meio	da	especiali-
zação de bens em que o país apresente vantagem comparativa, ou seja, maior vantagem 
absoluta e importe bens em que não apresente vantagem relativa, ou seja, com menor 
vantagem absoluta.
14UNIDADE I Conceitos do Comércio Internacional
Para	verificar	a	teoria	das	vantagens	comparativas	em	exemplos	numéricos,	exis-
tem duas maneiras. Uma delas é por meio da produtividade de dois bens entre dois países, 
no qual utilizam a mesma quantidade de trabalho. Outro modo muito utilizado é pelo custo 
de produção, nesse caso, são analisados os custos para a mesma quantidade de produção 
em cada bem.
É	possível	verificar	no	Quadro	1	um	exemplo	prático	das	vantagens	comparativas	
pela produção, em que os bens são soja e trigo, sendo os países, A e B.
Quadro 1 – Produção de soja e trigo nos países A e B
Países
A B Total
Produção por trabalho hora
Soja 10 5 15
Trigo 8 2 9
Total 13 11 24
Fonte: adaptado de Salvatore (2000, p. 20).
Quando	é	verificada	a	quantidade	que	cada	país	produz	de	cada	bem,	deve	ser	
calculada a produtividade relativa de cada bem para cada país. Para a soja, a produtividade 
relativa do país A (PRSA) é a relação entre a produção de soja por trabalho hora do país A 
(PSA) e a produção de soja por trabalho hora do país B (PSB). Para o trigo, a produtividade 
relativa do país A (PTA) é a relação entre a produção de trigo por trabalho hora do país A 
(PTA) e a produção de trigo por trabalho hora do país B (PTB). Para o país B é o inverso. 
Portanto, o procedimento foi apresentado a seguir.
Para o bem soja:
PRSA = PSA / PSB PRSB = PSB / PSA
PRSA = 10 / 5 PRSB = 5 / 10
PRSA = 2 PRSB = 0,5
Para o bem trigo:
PRTA = PTA / PTB PRTB = PTB / PTA
PRTA = 8 / 2 PRTB = 2 / 8
PRTA = 4 PRTB = 0,25
Diante	das	estimações	realizadas,	percebemos	que	a	maior	produção	relativa	do	
país A é de trigo e a maior produção relativa do país B é de soja. Portanto, os países A e B 
devem se especializar na produção de trigo e soja, respectivamente. Sendo assim, foi apre-
sentada	no	Quadro	2	a	produção	de	cada	país	com	as	suas	respectivas	especializações	na	
produção dos bens.
15UNIDADE I Conceitos do Comércio Internacional
Quadro 2 –	Produção	de	soja	e	trigo	nos	países	A	e	B	considerando	suas	especializações
Países
A B Total
Produção por trabalho hora
Soja - 10 10
Trigo 16 - 16
Total 16 10 26
Fonte: o autor.
Conforme	as	produções	apresentadas,	o	país	A	deve	produzir	16	unidades	de	trigo	
e	o	país	B	deve	produzir	10	unidades	de	soja.	Quando	comparado	a	produção	total	das	
duas economias, percebe-se que há um aumento da produção total dos bens, a produção 
das	nações,	sem	a	especialização,	produz	24	unidades,	enquanto	a	produção	com	especia-
lização dos países, considerando suas vantagens comparativas, é de 26 unidades. A seguir 
foi	apresentado,	no	Quadro	3,	um	exemplo	prático	para	análise	de	custos	da	produção,	em	
que foram apresentados os custos de algodão e tecido para os países Alfa e Beta.
Quadro 3 – Custo para a produção de algodão e tecido nos países Alfa e Beta
Países
Alfa Beta Total
Trabalho hora necessário para 
a produção de uma unidade
Algodão 8 4 12
Tecido 15 6 21
Total 23 10 33
Fonte: adaptado de Salvatore (2000, p. 22).
Em	relação	à	análise	dos	custos	 relativos,	 foram	 identificados	os	custos	de	pro-
dução de cada país para cada bem, em seguida deve ser calculado o custo relativo de 
cada bem para cada país. Para o algodão, o custo relativo do país Alfa (CRAA) é a relação 
entre o custo em trabalho hora de produzir uma unidade de algodão no país Alfa (CAA) e 
o custo em trabalho hora de produzir uma unidade de algodão no país Beta (CAB). Para o 
trigo, o custo relativo do país Beta (CRTA) é a relação entre o custo em trabalho hora de 
produzir uma unidade de tecido no país Alfa (CTA) e o custo em trabalho hora de produzir 
uma unidade de tecido no país Beta (CTB). Para o país B é o inverso. Desse modo, segue 
o procedimento:
16UNIDADE I Conceitos do Comércio Internacional
Para o bem algodão:
CRAA = CAA / CAB CRAB = CAB / CAA
CRAA = 8 / 4 CRAB = 4 / 8
CRAA = 2 CRAB = 0,5
Para o bem tecido:
CRTA = CTA / CTB CRTB = CTB / CTA
CRTA = 15 / 6 CRTB = 6 / 15
CRTA = 2,5 CRTB = 0,4
A	partir	das	estimações	realizadas,	verificamos	que	o	menor	custo	relativo	do	país	
Alfa é de tecido e o menor custo relativo do país Beta, consequentemente, é de algodão. 
Portanto, os países Alfa e Beta devem se especializar na produção de tecido e algodão, 
respectivamente.	Sendo	assim,	no	Quadro	4	foram	apresentados	os	custos	de	produção	
de	cada	país,	com	as	suas	respectivas	especializações	nos	custos	de	produção	dos	bens.
Quadro 4 –	Produção	de	soja	e	trigo	nos	países	A	e	B	considerando	suas	especializações
Países
A B Total
Trabalho hora necessário para 
a produção de uma unidade
Algodão 16 - 12
Tecido - 12 16
Total 16 12 28
Fonte: o autor.
Conforme os custos apresentados, para o país A, o custo para produzir uma unida-
de de algodão é de 16 horas de trabalho e para o país B o custo para produzir uma unidade 
de tecido é de 12 horas de trabalho. Se comparar com o custo total das duas economias, 
percebe-se	que	ocorre	uma	redução	do	custo	total	dos	bens.	O	custo	das	nações	sem	a	
especialização é de 33 horas de trabalho, enquanto o custo com especialização dos países 
considerando suas vantagens comparativasé de 28 horas de trabalho.
Portanto,	conforme	os	exemplos	apresentados,	a	teoria	das	vantagens	compara-
tivas pode apresentar duas formas de análise, pela produtividade e pelo custo, mas que 
apresentam	o	mesmo	objetivo:	verificar	quais	produtos	os	países	devem	se	especializar,	
levando	em	conta	a	produção	do	bem	que	cada	nação	é	mais	eficiente.
17UNIDADE I Conceitos do Comércio Internacional
4 FATORES ESPECÍFICOS E MODELO DE HECKSHER-OHLIN
Vimos o modelo das vantagens comparativas que considerava como fator de pro-
dução apenas o trabalho. Agora vamos conhecer o modelo conhecido como modelo de 
Hecksher-Ohlin, em que considera dois fatores de produção, trabalho (L) e terra (T). Nesse 
modelo	é	verificada	a	relação	entre	os	fatores	de	produção	nos	países	e	a	proporção	em	
que são utilizados para a fabricação de diferentes bens, sendo assim, também é conhecido 
como teoria da proporção dos fatores.
Desse	modo,	o	modelo	de	Hecksher-Ohlin	pode	ser	exposto	da	seguinte	maneira:
Uma	nação	exportará	a	commodity	cuja	produção	exija	a	utilização	intensiva	
do seu fator relativamente abundante e barato e importará a commodity cuja 
produção	 exija	 a	 utilização	 intensiva	 do	 seu	 fator	 relativamente	 escasso	
e	 raro.	Em	resumo,	a	nação	relativamente	 rica	em	mão	de	obra	exporta	a	
commodity relativamente intensiva em mão de obra e importa a commodity 
relativamente intensiva em capital (SALVATORE, 2000, p. 96).
Segundo Krugman e Obstfeld (2005), o modelo de Hecksher-Ohlin pode ser abor-
dado a partir de sete pressupostos:
1. Os bens produzidos por uma nação são alimentos e roupas.
2. Para produzir os bens, são considerados dois fatores de produção que são 
escassos, sendo trabalho (L) e terra (T).
3. É considerada a concorrência perfeita nos mercados.
4. Para	as	nações	pode	ser	constatado	que	a	fabricação	de	alimentos	é	terra-in-
tensiva e a fabricação de tecidos é trabalho-intensiva.
18UNIDADE I Conceitos do Comércio Internacional
5. Os países possuem os mesmos gostos e o mesmo nível de tecnologia.
6. As	nações	apresentam	a	mesma	capacidade	de	produção	com	dois	fatores	de	
produção.
7. Foi considerado que o país local apresenta a relação entre trabalho e terra mais 
alta do que o país estrangeiro.
Diante dos pressupostos apresentados, é possível obter uma melhor compreensão 
do modelo. A seguir é possível visualizar a quantidade de fatores de produção, trabalho e 
terra, empregadas, em que irá depender da quantidade disponível pela nação. Sendo que 
cada país escolhe se especializar na produção do bem em que o fator de produção é in-
tensivo, nesse caso, foram apresentados os fatores de produção necessários para produzir 
alimento (Figura 1).
Figura 1 - Possibilidades de insumos na produção de alimentos
Fonte: adaptado de Krugman e Obstfeld (2005, p. 50).
As	 informações	da	Figura	1	se	referem	à	quantidade	de	cada	fator	de	produção	
para a produção de uma unidade de alimento em uma economia. Conforme Krugman e 
Obstfeld (2005), em relação à diferença do modelo das vantagens comparativas, a respeito 
dos fatores de produção, ressalta-se que, com esse modelo, o produtor tem a possibilidade 
de	alocar	os	fatores	de	produção	da	forma	que	preferir.	Por	exemplo,	o	produtor	pode	utilizar	
uma quantidade maior do insumo trabalho para produzir alimento, devido à necessidade de 
mais trabalhadores para a preparação do plantio de alimentos.
Contudo, em uma análise da razão salário-renda da terra (w/r) em relação à razão 
terra-trabalho (T/L), é possível compreender melhor o quarto pressuposto apresentado 
19UNIDADE I Conceitos do Comércio Internacional
do modelo de Hecksher-Ohlin. Assim sendo, foi apresentada na Figura 2 essa relação, 
considerando a produção de tecidos e a produção de alimentos, representada pelas curvas 
TT e AA, respectivamente.
Figura 2 - Preço de fatores e escolhas de insumos
Fonte: adaptado de Krugman e Obstfeld (2005, p. 51).
Na Figura 2 a curva TT representa a produção de tecidos, enquanto a curva AA 
representa a produção de alimentos, dado pela relação entre a razão salário-renda da terra 
e razão terra-trabalho. Pode ser observado que para qualquer nível de preços, para a pro-
dução de alimentos sempre a relação terra-trabalho será maior que na produção de tecidos. 
Desse	modo,	verificamos	a	validade	do	quarto	pressuposto	do	modelo,	pois	como	a	relação	
terra-trabalho é maior na produção de alimentos, a produção de alimentos é terra-intensiva 
e como a produção de tecidos é menor, a produção de tecidos é trabalho-intensiva.
Considerando como funciona o comportamento da produção de cada economia, 
vamos avaliar como os países devem decidir em quais bens se especializarem, dado que 
podem escolher como alocar dois fatores de produção. Portanto, no modelo de Hecksher-
-Ohlin,	as	nações	apresentaram	enfoque	na	produção	de	bens	que	contém	maior	abundân-
cia de fatores de produção (KRUGMAN; OBSTFELD, 2005).
Observe que a produção de alimentos é terra-intensiva e a produção de tecidos é 
trabalho-intensiva. Diante disso, o país que apresentar abundância no fator de produção 
terra	deve	se	especializar	na	produção	de	alimento,	exportar	alimento	e	importar	tecido.	Por	
outro lado, os países que apresentarem abundância no fator de produção trabalho, deve se 
especializar	na	produção	de	tecido,	exportar	tecido	e	importar	alimento.
20UNIDADE I Conceitos do Comércio Internacional
De	um	modo	geral,	o	modelo	Hecksher-Ohlin	apresenta	informações	para	a	melhor	
compreensão para cada nação e, posteriormente, para o comércio internacional. Sendo 
que	possui	aplicações	para	ambos	os	casos.
SAIBA MAIS
Na	literatura	científica	existem	aplicações	de	teorias	econômicas	como	do	modelo	de	
Hechscher-Ohlin,	um	exemplo	é	o	artigo	intitulado	Liberalização comercial, salários reais 
e emprego: uma aplicação do modelo de fatores específicos para o Brasil, de autoria de 
Frederico Hartmann de Souza, que apresenta o impacto da liberalização comercial no 
Brasil,	usando	o	modelo	de	fatores	específicos	que	se	refere	ao	modelo	de	Hechscher-
-Ohlin.
O artigo está disponibilizado nos anais do Encontro Nacional de Economia por meio do 
link: http://www.anpec.org.br/novosite/br/encontro-2010.
REFLITA 
O artigo Os Efeitos do Comércio Exterior sobre a Distribuição de Renda, de Eli Hecksher, 
apresentou o esboço do que viria a se torna a “teoria moderna do comércio internacio-
nal”. Como essa teoria pode contribuir para o comércio internacional hoje?
Fonte: Salvatore (2000, p. 69).
21UNIDADE I Conceitos do Comércio Internacional
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a)	aluno(a),	 chegamos	ao	final	da	unidade.	Vimos	os	conceitos,	a	 teoria	e	
a evolução do comércio internacional, como se deu a origem das teorias de comércio 
internacional. O período anterior ao Mercantilismo e, assim, foi possível avaliar os fatos 
que ocorreram nesse período e como isso acarretou no início das teorias de comércio 
internacional.
O início das teorias de comércio internacional se deu por meio de Adam Smith, 
com	a	teoria	das	vantagens	absolutas.	Segundo	o	autor,	as	nações	deveriam	produzir	bens	
em	que	tinham	custos	de	produção	mais	barato,	ou	seja,	as	nações	devem	exportações	
produtos que são mais baratos para produzir e importar produtos mais caros para produzir.
Outro autor da escola clássica, David Ricardo, apresentou também uma importante 
contribuição para a teoria do comércio internacional com uma nova teoria que seria um 
avanço da teoria de Adam Smith, ele desenvolveu a teoria das vantagens comparativas. 
Segundo David Ricardo, os países deveriam se especializar na produção de bens em que 
possuíam	maior	vantagem	relativa.	Desse	modo,	as	nações	deveriam	exportar	bens	que	
possuem maiores vantagens relativas e importar bens que possuem menores vantagens 
relativas.
E,	por	fim,	o	modelo	de	Heckscher-Ohlin	da	escola	neoclássica,	que	apresentou	
uma teoria mais moderna em relação às teorias apresentadas anteriormente. Essa teoria 
nãoconsidera apenas o fator de produção trabalho na produção de bens dos países, ela 
considera também a terra. Dessa forma, é possível avaliar como os produtores escolhem a 
alocação dos fatores produtivos internamente e para o comércio internacional.
Assim,	chegamos	ao	final	da	unidade.	Esperamos	que	tenha	gostado.
Ótimo estudo!
22UNIDADE I Conceitos do Comércio Internacional
LEITURA COMPLEMENTAR
MOREIRA, U. Teorias do comércio internacional: um debate sobre a relação entre cresci-
mento	econômico	e	inserção	externa.	Revista de Economia Política, v. 32, n. 2, p. 213-
228, 2012.
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título:	Economia	Internacional	e	Comércio	Exterior
Autor: Jayme de Mariz Maia
Editora: Atlas
Ano: 2014
Sinopse: O desenvolvimento do comércio internacional vem 
ganhando uma importância cada vez maior, sendo capaz de 
transformar	nações	pequenas	e	pobres	em	respeitáveis	potências	
econômicas.	 No	 caso	 brasileiro,	 o	 comércio	 exterior	 tem	 dado	
importante contribuição para nossa economia. Ele deu à nossa 
produção maior competitividade porque permitiu que nossas in-
dústrias produzissem em escala superior à capacidade de nosso 
mercado interno. Com isso ganhamos custos menores e também 
ganhamos	 empregos.	Mesmo	 assim,	 nossas	 exportações	 ainda	
são	pequenas,	se	comparadas	com	as	exportações	mundiais,	o	
que mostra a necessidade de dedicarmos mais cuidados com os 
problemas relacionados com a Economia Internacional e o Comér-
cio	Exterior.	Evolução	do	Comércio	Internacional,	Blocos	Econômi-
cos e Organismos Regionais, Mercado Cambial, Teorias Clássicas 
e Modernas de Comércio Internacional, Paraísos Fiscais, o Brasil 
e a Economia Mundial e o Brasil e o Comércio Internacional são 
alguns	 dos	 tópicos	 abordados.	 Livro-texto	 para	 as	 disciplinas	
Economia	Internacional	e	Comércio	Exterior	dos	cursos	de	Admi-
nistração	(Habilitação	em	Comércio	Exterior)	e	Economia.	Leitura	
relevante	para	profissionais	da	área	de	Comércio	Internacional.
FILME/VÍDEO
Título: Adeus, Lenin!
Ano: 2004.
Sinopse: Em 1989, pouco antes da queda do muro de Berlim, a 
Sra.	Kerner	(Katrin	Sab)	passa	mal,	entra	em	coma	e	fica	desacor-
dada durante os dias que marcaram o triunfo do regime capitalista. 
Quando	 ela	 desperta,	 em	meados	 de	 1990,	 sua	 cidade,	 Berlim	
Oriental,	está	sensivelmente	modificada.	Seu	filho	Alexander	(Da-
niel	 Brühl),	 temendo	 que	 a	 excitação	 causada	 pelas	 drásticas	
mudanças possa lhe prejudicar a saúde, decide esconder-lhe os 
acontecimentos. Enquanto a Sra. Kerner permanece acamada, 
Alex	não	 tem	muitos	problemas,	mas	quando	ela	deseja	assistir	
à televisão ele precisa contar com a ajuda de um amigo diretor de 
vídeos.
23
Plano de Estudo:
• Políticas comerciais
• Abertura econômica para países em desenvolvimento
•	Formação	de	blocos	econômicos	e	sua	taxonomia
Objetivos de Aprendizagem:
•	Conceituar	e	contextualizar	as	políticas	e	estratégias	comerciais
• Compreender os tipos de políticas e estratégias comerciais
• Estabelecer a importância das políticas e estratégias comerciais
UNIDADE II
Blocos Econômicos
Professor Doutor Marcos Aurélio Brambilla
24UNIDADE II Blocos Econômicos
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), bem-vindo(a) a esta unidade da apostila.
Nesta unidade será estudado sobre as políticas comerciais e a formação dos blocos 
econômicos	internacionais	e	sua	taxonomia.	Essa	é	uma	área	do	conhecimento	que	aborda	
sobre	como	os	países	se	comportam	no	comércio	internacional	e	quais	suas	decisões.	
Inicialmente, foram estudados os diferentes tipos de instrumentos de política 
comercial,	 sendo	as	 tarifas	de	 importação,	as	cotas	de	 importação,	os	subsídios	às	ex-
portações	e	as	restrições	voluntárias	às	exportações.	Cada	uma	das	políticas	possui	suas	
especificidades,	porém	todas	apresentam	o	mesmo	objetivo:	proteger	a	indústria	nacional	
por	meio	da	restrição	de	importações	para	o	doméstico.
Em seguida, será apresentado como se deu a abertura econômica nos países em 
desenvolvimento e sua relação com as políticas comerciais. Passando pelo período das 
economias	primário-exportadoras,	seguindo	para	o	Processo	por	Substituição	de	Importa-
ções	até	chegar	ao	período	de	abertura	comercial	dos	países	em	desenvolvimento.
Por	fim,	vamos	estudar	sobre	os	blocos	econômicos	e	sua	taxonomia.	Sendo	que	
as estratégias comerciais realizadas pelos países podem ser divididas em regionalismo, 
integração	econômica	e	multilateralismo.	Serão	abordadas	as	especificações	de	cada	um	
dos diferentes tipos de blocos econômicos.
Desejamos um ótimo estudo!
25UNIDADE II Blocos Econômicos
1 POLÍTICAS COMERCIAIS
Nesta unidade foram abordados os instrumentos das políticas comerciais e sua 
adoção em países em desenvolvimento. Além disso, também foram apresentadas as 
estratégias comerciais por meio da formação de blocos econômicos, que ocorreram princi-
palmente com a abertura comercial.
1.1 Instrumentos de Política Comercial
As	políticas	comerciais	são	ações	que	os	países	adotam	em	relação	ao	comércio	
internacional. Sendo que podem ser utilizados diferentes instrumentos nesse sentido, como 
as	tarifas	ou	impostos	de	importação,	os	subsídios	às	exportações,	as	cotas	de	importação	
e	as	restrições	voluntárias	às	exportações.
Inicialmente,	vamos	falar	das	tarifas	de	importação,	mais	especificamente	da	tarifa	
aduaneira, que é considerada a mais simples das políticas comerciais. As tarifas aduanei-
ras se referem a uma tarifa cobrada na importação de alguma mercadoria (KRUGMAN; 
OBSTFELD, 2005). Essa tarifa pode apresentar duas formas, apresentadas a seguir:
● Tarifas específicas:	para	as	tarifas	específicas,	como	o	nome	diz,	é	cobrado	
um	 valor	 específico,	 fixo,	 para	 cada	 unidade	 da	 mercadoria	 importada.	 Por	
exemplo,	para	cada	saca	de	milho	importada	é	cobrado	o	valor	de	US$	5,00.
● Tarifas ad valorem: para as tarifas ad valorem, o importador deve pagar um 
percentual	do	valor	total	de	mercadorias	importadas.	Por	exemplo:	é	cobrado	
um percentual de 15% do valor total de importação de notebooks.
26UNIDADE II Blocos Econômicos
Entre os instrumentos de políticas comerciais, a tarifa aduaneira, de acordo com 
Krugman e Obstfeld (2005), além de ser o mais simples, é a política comercial mais velha 
adotada	pelos	países.	A	principal	motivação	das	nações	adotarem	esse	tipo	de	política	é	
que, além de ser uma fonte de receita para o governo, contribuía para proteger a indústria 
de alguns setores importantes na economia, devido à elevação do preço de produtos das 
indústrias que fosse objetivo do governo proteger.
A seguir é possível avaliar os efeitos de uma política de tarifas aduaneiras para o 
país doméstico, que adota a política, para o país estrangeiro e para o mercado mundial. 
Inicialmente	vamos	verificar	a	derivação	da	curva	de	demanda	por	importações	e	da	curva	
de	oferta	de	exportações	(Figuras	1	e	2).	
Figura 1 –	Derivando	a	curva	de	demanda	por	importações	do	país	local
Fonte: Krugman e Obstfeld (2005).
Analisando a Figura 1, conforme as curvas de oferta e demanda de determinado 
bem,	verificamos	que	um	aumento	do	preço	desse	bem	leva	a	uma	redução	da	quantidade	
demandada, enquanto os produtores elevam a quantidade ofertada do bem. Diante desse 
cenário, a quantidade demandada de importação também apresenta queda. 
Portanto, o preço de determinado bem apresenta relação inversa com a quantidade 
demandada do bem do próprio país e com a quantidade demandada do país estrangeiro 
(importação). A seguir, na Figura 2, foi apresentada a derivação da curva de oferta de 
exportação	do	país	estrangeiro.
27UNIDADE II Blocos Econômicos
Figura 2 –	Derivando	a	curva	de	oferta	de	exportações	do	país	estrangeiro
Fonte: Krugman e Obstfeld (2005).
Considerando a Figura 2, conforme as curvas de oferta e demanda de determinado 
bem,	verificamos	que	uma	redução	do	preço	desse	bem	leva	a	um	aumento	da	quantidade	
demandada	do	país	externo,	enquanto	os	produtores	do	país	estrangeiro	reduzem	a	quan-
tidade	ofertadado	bem.	Quanto	às	exportações	do	país	estrangeiro,	ocorre	uma	redução	
da	quantidade	ofertada	para	exportação.	
A	partir	da	derivação	das	curvas	é	possível	verificar	o	preço	de	equilíbrio	mundial,	
em que poderá ser apresentado no ponto em que ocorre o cruzamento das curvas de de-
manda	por	importações	do	país	doméstico	e	de	oferta	de	exportações	do	país	estrangeiro.
Portanto, a política de tarifas de importação tem como propósito a proteção de 
determinados setores da economia doméstica. Pois com a adoção da política, os preços 
para	 importação	ficam	mais	caros	e	desestimulam	a	 importação	para	o	país	doméstico,	
fazendo	com	o	preço	dos	bens	nacionais	fiquem	mais	atrativos	para	o	consumo	interno.
Sendo assim, foram apresentados na Figura 3 os efeitos de uma política de tarifa 
no país doméstico, no país estrangeiro e no mercado mundial. Os efeitos são apresentados 
diante	de	uma	condição	inicial	de	equilíbrio	mundial	em	que	a	demanda	por	importações	do	
país	doméstico	é	igual	a	oferta	de	exportações	do	país	estrangeiro.
28UNIDADE II Blocos Econômicos
Figura 3 – Efeitos de uma política de tarifa
Fonte: Krugman e Obstfeld (2005).
Supondo uma política de tarifas sobre a soja no país doméstico, um aumento dos 
preços de P¹ para P² (preço com a tarifa) leva há uma queda da quantidade demandada e 
estimula	os	produtores	a	aumentar	a	oferta.	A	partir	disso,	as	importações	sofrem	redução.	
As consequências para o mercado mundial é que com o aumento do preço da soja, há uma 
queda	da	quantidade	de	Q¹	para	Q².
Além disso, a adoção da política contribui não apenas para o aumento do preço 
do país doméstico, mas também para a redução do preço no país estrangeiro. Assim, há 
um	aumento	das	exportações	e	uma	redução	das	 importações.	Nesse	cenário,	a	Figura	
4 mostra os custos e os benefícios que a política de tarifa causa para os consumidores e 
produtores da economia doméstica.
Figura 4 –	Excedente	do	consumidor	e	do	produtor
Fonte: Krugman e Obstfeld (2005).
29UNIDADE II Blocos Econômicos
O	excedente	do	consumidor,	apresentado	na	Figura	4	pela	área	da	letra	a,	repre-
senta quanto o consumidor obteve de prejuízo ao realizar a importação. Desse modo, deve 
ser	verificado,	primeiro,	a	diferença	entre	o	preço	que	ele	estaria	disposto	a	pagar	e	o	preço	
que realmente ele pagou e posteriormente a quantidade. Para uma melhor compreensão, 
vamos	considerar	um	exemplo,	suponha	que	um	país	estaria	disposto	a	pagar	por	cada	
computador	$	1.000,00,	sendo	que	ele	compraria	100	unidades	de	computador.	Porém	ele	
pagou	$	1.100,00	e	comprou	80	unidades	de	computador.
A	diferença	entre	o	preço	que	o	consumidor	pagaria	e	o	preço	pago	foi	de	$	100,00,	
sabendo disso, deve ser considerada a quantidade que realmente foi importada. Portanto, 
calculamos	a	área	que	apresenta	o	 custo	do	excedente	do	 consumidor,	 que	uma	parte	
foi	de	$	80.000,00,	na	outra	parte,	que	vai	até	a	curva	de	demanda,	deve	ser	multiplicada	
a diferença do preço, já mencionada, e a diferença na demanda pelo bem, sendo de 20 
unidades,	 e	 o	 resultado	 divide	 por	 dois,	 sendo	 o	 valor	 de	 $	 2.000,00,	 somando	 com	 $	
80.000,00,	assim,	a	perda	do	excedente	do	consumidor	apresenta	o	valor	de	$	82.000,00.
Quanto	ao	excedente	do	produtor,	que	foi	apresentado	pela	letra	b,	representa	o	
ganho do produtor ao realizar a importação. Inicialmente, também deve ser considerada a 
diferença entre o preço que ele estaria disposto a pagar e o preço que realmente ele pagou 
e,	em	seguida,	a	quantidade.	Seguindo	com	o	exemplo	citado,	e	considerando	que	a	quan-
tidade	ofertada	aumentou	de	100	para	120	unidades	de	computador,	deve	ser	verificado	
o	valor	do	ganho	do	produtor	até	a	quantidade	inicial	de	exportação,	obtido	por	meio	da	
multiplicação	de	1.000	por	100,	sendo	de	$	100.000,00.
Em seguida, na outra parte, que vai até a curva de oferta, deve ser multiplicada a 
diferença do preço com a diferença na quantidade ofertada pelo bem, sendo de 20 unida-
des,	e	dividir	o	resultado	por	dois,	sendo	o	valor	de	$	2.000,00,	somando	com	$	100.000,00,	
portanto,	o	ganho	do	excedente	do	produtor	apresenta	o	valor	de	$	102.000,00.	
A	Figura	5	apresenta	o	gráfico	com	os	custos	e	benefícios	da	política	de	tarifa.	A	
área	da	letra	a	representa	o	ganho	do	excedente	do	produtor.	As	áreas	das	letras	a,	b,	c	e	
d	representam	a	perda	de	excedente	do	consumidor.	As	áreas	das	letras	c	e	e	representam	
o ganho da receita do governo.
30UNIDADE II Blocos Econômicos
Figura 5 – Custos e benefícios das tarifas para o país doméstico
Fonte: Krugman e Obstfeld (2005).
Desse	modo,	identificamos	que	a	utilização	de	uma	política	de	tarifas	de	importação	
resulta no aumento do preço do bem, aumento da produção interna e redução do consumo 
interno.	O	custo	para	a	economia	é	a	perda	do	excedente	do	consumidor	e,	em	relação	aos	
benefícios,	eleva	o	excedente	do	produtor	e	o	ganho	do	governo	com	arrecadação.
Contudo, atualmente esse instrumento de política comercial não é a principal 
medida adotada pelos países. Também são utilizadas outras políticas comerciais, como 
a	de	cotas	de	 importação	e	restrições	voluntárias	às	exportações.	No	qual	depende	dos	
objetivos do governo para o comércio internacional.
Em	relação	aos	subsídios	às	exportações,	representam	uma	política	voltada	para	
estimular	as	exportações	no	país.	Um	subsídio	à	exportação	se	refere	a	um	pagamento	a	
uma	empresa	ou	indivíduo	que	exporta.	Sendo	que	esse	valor	também	pode	ser	específico	
ou ad valorem.	Com	a	adoção	da	política	de	subsídios	às	exportações,	os	exportadores	
exportam	o	bem	até	o	ponto	em	que	o	preço	doméstico	excede	o	preço	estrangeiro	no	valor	
do subsídio.
Em	relação	às	consequências	da	política	de	subsídios	às	exportações,	foram	iden-
tificadas	as	mesmas	consequências	das	política	de	 tarifas	de	 importação,	 resultando	no	
aumento do preço do bem, aumento da produção interna e redução do consumo interno. 
Quanto	ao	 custo	para	a	economia,	 também	há	perda	do	excedente	do	 consumidor	 e	o	
governo	perde	com	os	gastos	com	subsídios;	em	relação	aos	benefícios,	eleva	o	excedente	
do produtor. Portanto, a diferença em relação às tarifas de importação é que, nesse caso, o 
governo não ganha, mas apresenta prejuízo, pois deve arcar com os subsídios aos agentes 
exportadores.
31UNIDADE II Blocos Econômicos
Outra política muito utilizada é a de cotas de importação. Na política de cotas de 
importação há uma restrição sobre a quantidade importada. Assim como na política de tarifa 
de importação, também pode ser elevado o preço do bem importado no país doméstico. 
Além disso, uma elevação dos preços no mesmo montante de uma tarifa limita as 
importações	ao	mesmo	nível.	A	grande	diferença	dessa	política	em	relação	às	tarifas	de	
importação é que, nesse caso, o governo não arrecada com a política. O valor que seria 
arrecadado pelo governo é recolhido por quem recebe as licenças para importar.
Por	fim,	temos	a	política	de	restrição	voluntária	às	exportações.	Essa	política	é	uma	
cota	sobre	o	comércio	imposta	pelo	país	exportador,	sendo	que,	em	geral,	essa	política	é	
imposta a pedido do país importador. Assim sendo, equivale a uma cota de importação com 
mais custos, sendo maiores que as tarifas. Portanto, a receita arrecadada é de posse do 
país estrangeiro. 
A	política	de	 restrição	voluntária	às	exportações,	diferente	das	demais	políticas,	
essa política não é adotada pelo país doméstico, porém, como foi mencionado, ela é adota-
da	pelo	país	estrangeiro	a	pedido	do	país	doméstico,	a	fim	de	limitar	as	importações	do	país	
doméstico.	Apesar	das	diferentes	especificações	dos	instrumentos	de	políticas	comerciais	
estudados	até	aqui,	todos	possuem	o	mesmo	objetivo:	reduzir	as	importações.
32UNIDADE II Blocos Econômicos
2 ABERTURA ECONÔMICA PARA PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO
Até esse momento estudamos sobre os instrumentos de políticas comerciais e 
como	eles	funcionam,	porém,	é	preciso	entender	também	quais	as	naçõesque	utilizam	e	
quais	seus	motivos.	No	mundo	existem	economias	mais	ricas	e	as	mais	pobres,	para	definir	
é utilizado o valor do Produto Interno Bruto (PIB).
Contudo, devemos diferenciar a análise das maiores economias e das economias 
mais	ricas.	Quando	apresentamos	as	maiores	economias,	estamos	apresentando os maio-
res valores do PIB total, enquanto que, quando falamos em economia mais ricas, a análise 
apresenta os maiores valores do PIB per capita1, conforme foram apresentados na Tabela 
1 para o ano de 2017.
1 PIB per capita é o valor total do PIB dividido pela população.
33UNIDADE II Blocos Econômicos
Tabela 1 – Produto Interno Bruto e Produto Interno Bruto per capita, 2017
MAIORES ECONOMIAS ECONOMIAS MAIS RICAS
País PIB (em 
bilhões $)
PIB per capita 
($)
País PIB (em 
bilhões $)
PIB per 
capita ($)
Estados Unidos 19.485,2 60.054,9 (12º) Liechtenstein 6,1 (153º) 166.021,7
China 12039,0 8.682,2 (90º) Mônaco 6,4 (151º) 165.421,0
Japão 4.838,1 38.219,7 (31º) Luxemburgo 56,5 (75º) 106.805,8
Alemanha 3.333,0 44.976,4 (22º) Bermuda 6,5 (150º) 102.192,1
Reino Unido 2.346,9 39.757,7 (28º) Suíça 657,8 (20º) 801.01,2
Índia 2.331,4 1.923,3 (162º) Noruega 354,2 (30º) 75.295,3
França 2.301.2 38414,9 (30º) Islândia 21,4 (109º) 73.060,2
Brasil 1.771,8 9821,4 (85º) Irlanda 311,0 (35º) 69.603,9
Fonte: IBGE, 2019.
Podem ser observadas na Tabela 1 as oito maiores economias do mundo no ano 
de 2017, no qual a maior economia do mundo era os Estados Unidos, seguido pela China, 
Japão, Alemanha, Reino Unido, Índia, França e Brasil. No entanto, essas economias não 
são necessariamente ricas ou desenvolvidas, podemos destacar o Brasil e a Índia, que são 
economias em desenvolvimento, porém estão na posição de 85º e 162º maiores economias 
do mundo, respectivamente. Um fator que pode ser determinante para a grande produção 
de	bens	e	serviços	finais	nessas	economias	é	sua	extensão	territorial	e	da	população.
Por outro lado, as economias mais ricas apresentam o maior PIB per capita, ou 
seja, considera a produção medida por pessoa, uma comparação mais viável de riqueza 
entre	as	nações.	A	economia	mais	rica	do	mundo,	em	2017,	era	Liechtenstein, seguida de 
Mônaco,	Luxemburgo,	Bermuda,	Suíça,	Noruega,	Islândia	e	Irlanda.	Podemos	notar	que	as	
quatro economias mais ricas possuem o valor total do PIB relativamente pequeno, quando 
observado	sua	posição,	dentre	os	211	países	que	foram	extraídos	os	dados.	Isso	pode	ser	
explicado	pelo	baixo	número	de	pessoas	residentes	no	país.
Deve ser destacado que muitos países desenvolvidos não estão entre as econo-
mias	mais	 ricas.	Quanto	aos	países	em	desenvolvimento,	mesmo	que	seja	uma	grande	
economia, não pode ser considerada rica ou desenvolvida. Nesse sentido, a tentativa de 
alcançar o patamar das economias mais avançadas tem sido uma preocupação central da 
política comercial dos países em desenvolvimento.
34UNIDADE II Blocos Econômicos
Segundo	Fritsch	(2014),	até	o	final	da	década	de	1920	as	economias	em	desenvol-
vimento apostavam na produção de produtos primários, como o Brasil, em que seu principal 
produto	de	exportação	era	o	café.	No	entanto,	no	início	do	século	XX,	as	grandes	economias	
passavam	por	sucessivos	choques	externos,	que	iniciaram	em	1914	e	foram	até	a	primeira	
metade da década de 1920. Sendo que o ápice foi em 1929, com a Grande Depressão, que 
acarretou prejuízos para muitas economias.
No	Brasil,	que	tinha	como	principal	produto	exportador	o	café,	o	governo	teve	que	
adotar	uma	política	extrema	de	defesa	do	preço	do	café,	comprando	os	estoques	de	café,	
devido à queda da oferta mundial. No entanto, houve, naquele período, uma superprodução 
de café que agravou ainda mais a situação. Diante desse cenário, o governo guardou uma 
parte do estoque de café e chegou até queimar outra parte do café (FRITSCH, 2014).
Segundo Krugman e Obstfeld (2005), a partir da década de 1930 houve uma mu-
dança na adoção de políticas comerciais de muitas economias em desenvolvimento. Essas 
economias procuraram adotar políticas comerciais para barrar a importação de produtos 
manufaturados,	para	que	pudessem	 incentivar	a	 indústria	nacional,	essa	mudança	ficou	
conhecida	como	industrialização	pela	substituição	de	importações.
O motivo principal pelo qual houve essa mudança para proteger as economias 
em desenvolvimento é conhecido como argumento da indústria nascente. Esse argumento 
diz que países em desenvolvimento apresentam uma vantagem comparativa potencial na 
manufatura, no entanto, as novas indústrias manufatureiras não podem concorrer com as 
já estruturadas manufaturas dos países desenvolvidos (SALVATORE, 2000).
Portanto, muitas economias em desenvolvimento acreditavam que alguns dos seus 
setores industriais poderiam se desenvolver com o tempo e se tornarem competitivos no 
comércio internacional. No entanto, para que isso ocorra, no início elas devem ser prote-
gidas por meio de políticas comerciais, com a adoção de políticas que criam barreiras às 
importações.
De acordo com Krugman e Obstfeld (2005), apesar de ser um argumento convin-
cente, sendo utilizado por muitos países em desenvolvimento até a década de 1970, os 
economistas	identificaram	nessa	estratégia	algumas	armadilhas,	tendo	de	ser	usado	com	
cuidado. Não é sempre que a indústria, que possivelmente será competitiva, terá que ser 
protegida.	Por	exemplo,	temos	o	caso	da	Coréia	do	Sul,	um	país	que,	na	década	de	1980,	
foi	 um	grande	exportador	 de	automóveis,	 porém	 tudo	 indica	que	não	 surtiria	 resultados	
desenvolver essa indústria na década de 1960, devido à escassez de capital e de trabalho 
qualificado.
35UNIDADE II Blocos Econômicos
Portanto, para uma nação adotar políticas que favorecem a industrialização nacio-
nal,	deve	apresentar	condições	favoráveis,	como	a	abundância	dos	fatores	de	produção.	
Além	dos	fatores	de	produção	existem	as	chamadas	falhas	de	mercado	que	prejudicam	a	
industrialização doméstica. As falhas de mercado são representadas por dois argumentos: 
mercados imperfeitos de capitais e o problema de apropriabilidade.
A falha de mercado dos mercados imperfeitos de capitais se refere a um país não 
possuir	instituições	financeiras	que	permitam	que	a	poupança	de	setores	tradicionais	seja	
utilizada	para	financiar	novos	 investimentos.	Os	lucros	 iniciais	baixos	dos	setores	manu-
fatureiros serão um obstáculo ao investimento, mesmo que os retornos de longo prazo 
desse investimento sejam elevados. Portanto, os setores industriais precisam da poupança 
adquirida dos setores tradicionais para que possam se desenvolver.
A falha de mercado do problema de apropriabilidade pode assumir diferentes for-
mas, porém todas possuem a ideia em comum de que em uma indústria manufatureira 
nascente gera benefícios sociais pelos quais não são compensadas. As empresas que 
entram primeiro em uma indústria podem ter que arcar com custos iniciais de adaptação, 
de tecnologia ou de abertura de novos mercados. 
Enquanto	outras	firmas	podem	seguir	as	líderes	sem	incorrer	nesses	custos	iniciais,	
assim,	 as	 firmas	 pioneiras	 não	 recebem	quaisquer	 retornos	 desses	 reembolsos.	Diante	
disso,	não	existem	incentivos	para	a	criação	de	uma	nova	indústria	por	parte	das	empresas	
que seriam pioneiras.
Conforme Krugman	 e	 Obstfeld	 (2005),	 apesar	 do	 desenvolvimento	 das	 nações	
estarem	 em	 função	 das	 políticas	 comerciais	 adotadas,	 há	 outro	 fator	 que	 dificulta	 o	
desenvolvimento do país, o desenvolvimento desigual dos setores. Os países que têm 
esse desenvolvimento desigual são caracterizados com uma economia dual. Ou seja, são 
nações	em	que	o	setor	manufatureiro	apresenta	um	desenvolvimento	muito	maior	que	o	
desenvolvimento do setor tradicional.
Para	identificar	o	dualismo	econômico	em	uma	economia,	podem	ser	verificados	
alguns sintomas:
●	 O valor do produto por trabalhador é muito maior no setor moderno do que no 
resto da economia.
●	 Além do produto por trabalhador,o salário também é mais elevado.
●	 Retornos do capital não são necessariamente maiores.
●	 Maior intensidade de capital no setor manufatureiro do que na agricultura.
36UNIDADE II Blocos Econômicos
Além	disso,	existem	duas	políticas	que	podem	contribuir	para	o	dualismo	econômi-
co, salários elevados na indústria e de cotas de importação. Com a política de salários, as 
empresas oferecem salários elevados na indústria para reduzir a rotatividade e aumentar 
o esforço no trabalho, colaborando para a desigualdade dos setores. Em relação à adoção 
de cotas de importação, com o comércio mais livre os salários seriam menores, assim, não 
contribuiria tanto para a desigualdade dos salários entre os setores.
A partir da década de 1980, especialmente na década de 1990, houve uma mudan-
ça	no	ponto	de	vista	do	desenvolvimento	econômico	e	política	comercial.	As	nações	em	
desenvolvimento	procuraram	se	especializar	na	produção	de	bens	relativamente	eficientes,	
ou seja, especialmente nos setores tradicionais.
Os fatores que podem ter contribuído foram, principalmente, aos avanços tecnoló-
gicos e pesquisas para a produção no campo. Diferente do que acontecia até a década de 
1930,	em	que	se	especializavam	na	produção	concentrada,	no	caso	do	Brasil,	por	exemplo,	
o café, agora procurariam se especializar em uma diversidade de produtos. 
Além disso, com os avanços tecnológicos que ocorreram, houve o fortalecimento 
da	agroindústria,	agora	os	países	em	desenvolvimento	não	só	exportavam	as	commodities,	
mas também produtos industrializados que tinham como matéria-prima os produtos agrí-
colas. 
O	Brasil,	 que	 apresenta	 condições	 favoráveis	 para	 a	 agricultura,	 é	 um	exemplo	
desses	avanços	que	ocorreram.	Podem	ser	citadas	algumas	ações	que	aconteceram	no	
país que foram consequências desses avanços, como o desenvolvimento de cooperativas 
agroindustriais e políticas do governo para o fortalecimento de agricultores familiares com 
a criação do Programa Nacional do Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) em 
1995.
37UNIDADE II Blocos Econômicos
3 FORMAÇÃO DE BLOCOS ECONÔMICOS E SUA TAXONOMIA
Devido às mudanças nas políticas comerciais ocorridas nas últimas décadas, a 
globalização dos mercados e avanços tecnológicos, transformando a estrutura do comércio 
internacional, foi possível observar uma abertura do comércio internacional, além da ado-
ção de estratégias de comércio internacional que impacta diretamente nos diversos setores 
da economia.
Desse modo, foram criadas novas formas de estratégias de comércio internacional, 
sendo conhecidas como: regionalismo, integração econômica e multilateralismo. Cada 
uma	dessas	estratégias	 apresenta	 suas	especificidades	e	 são	 conhecidas	 como	blocos	
econômicos.
O regionalismo é uma forma de integração econômica ou política de uma determi-
nada	região,	originando	os	blocos	regionais.	Um	exemplo	é	a	Comissão	Econômica	para	a	
América Latina e o Caribe (CEPAL). Um dos fatores que motivam os países para o regio-
nalismo	é	a	insatisfação	com	as	negociações	multilaterais	junto	ao	órgão	internacional	do	
comércio.	Esse	fator	é	considerado	a	principal	motivação,	pois	as	rodadas	de	negociações	
realizadas pelo Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT) não eram capazes de impedir 
os aumentos tanto de barreiras tarifárias como não tarifárias. 
Outro fator se refere ao tratamento diferenciado dos produtos agrícolas ou produtos 
manufaturados	intensivos	em	mão	de	obra.	O	que	se	percebia	eram	ações	consideradas	
bem sucedidas na redução de barreiras para os setores manufatureiros, ou seja, para os 
38UNIDADE II Blocos Econômicos
setores	industriais.	Nesse	sentido,	os	países	em	desenvolvimento,	nos	quais	as	produções	
eram em produtos primários, eram motivados a realizar esse tipo de estratégia de comércio 
internacional	para	auferir	ganhos,	já	que	as	transações	favoráveis	seriam	para	os	setores	
industriais.
Podem ser encontrados três formas de acontecer o regionalismo: blocos regio-
nais; regionalismo; e polarização. Os blocos regionais se referem à formação dos blocos 
regionais,	ou	seja,	consiste	na	finalidade	de	concentrar	o	comércio	internacional	entre	os	
países de um determinado acordo bilateral ou acordo formal de integração econômica. O 
regionalismo	apresenta	elementos	de	proximidade	geográfica.	A	finalidade,	basicamente,	é	
a mesma de concentrar o comércio internacional entre os países que fazem parte do bloco. 
A	polarização	é	uma	modalidade	que	possui	características	mais	específicas,	ou	seja,	visa	
a concentração do comércio internacional entre grupos de países em desenvolvimento com 
um grupo de países industrializados.
A estratégia comercial mais comum é conhecida como integração econômica. A 
integração	economia	é	a	união	de	economias	que	ultrapassa	as	fronteiras	geográficas,	com	
o	intuito	de	reduzir	as	barreiras	ao	comércio.	Temos	como	exemplo	a	União	Europeia	(EU)	
e o Mercado Comum do Cone Sul (Mercosul).
As	motivações	para	o	processo	de	integração	são	de	natureza	econômica	e	incen-
tivam os países à formação de blocos que garantam benefícios aos países membros do 
acordo. A integração econômica é composta por fases no seu processo, em que os países 
que fazem o acordo devem passar. Essas fases são apresentadas a seguir:
A. A zona preferencial de comércio: essa fase é conhecida como acordos de 
cooperação comercial e caracteriza-se pela eliminação parcial das tarifas em 
geral,	sob	a	forma	de	concessões	mútuas	(ou	não)	de	redução	de	tarifas,	com	
ou	 sem	fixação	de	 cotas	de	 importação.	Tendo	como	exemplo	a	Associação	
Latino-Americana de Integração (ALADI).
B. A zona de livre comércio: essa segunda fase da integração é caracterizada pela 
extinção	de	tarifas	aduaneiras	e	outras	restrições	ao	comércio	entre	os	países	
participantes do acordo. A vantagem desse acordo é que cada país preserva 
sua autonomia na política comercial em relação aos países fora do acordo, ou 
seja, possuem liberdade para práticas de tarifas aduaneiras diferenciadas. Um 
exemplo	dessa	fase	é	o	Tratado	de	Livre	Comércio	das	Américas	(NAFTA).
C. A união aduaneira: essa fase se caracteriza pela ausência de barreiras ao co-
mércio entre os países participantes do acordo. Além disso, os países membros 
39UNIDADE II Blocos Econômicos
devem	adotar	a	prática	de	uma	tarifa	externa	comum	a	ser	aplicada	a	países	
fora	do	bloco.	Um	exemplo	é	o	Mercosul.
D. O mercado comum: é a fase que ocorre a eliminação de barreiras às trocas de 
mercadorias e fatores de produção. Portanto, os países desse mercado devem 
se	estimular	a	utilizar	os	instrumentos	de	suas	políticas	em	conjunto.	O	exemplo	
dessa fase é a União Europeia.
E. A união econômica: se refere à fase de integração que envolve perda de sobe-
rania nacional para gerir determinadas políticas. É uma fase em que se estabe-
lece uma autoridade supranacional com aplicação das políticas comuns entre 
os	países	partícipes	da	união	e	o	exemplo	para	essa	fase	é	a	União	Europeia.
F. A união política: é a fase que constituiu a formação de uma confederação de 
estados que discutem apenas as áreas acordadas entre esses estados. Tra-
ta-se de uma união política que deve ter práticas de cooperação no âmbito 
da	política	externa	e	de	defesa.	Ou	seja,	é	uma	 fase	em	que	os	países	não	
apenas adotam políticas em comum, mas tem uma cooperação nas políticas de 
defesa de setores estratégicos para os países do acordo, sendo que a União 
Europeia também é o único bloco que chegou nessa fase de integração. Assim, 
a União Europeia é o bloco econômico que apresenta a fase mais avançada de 
integração econômica.
G. A integração econômica total: considerado o estágio mais avançado de integra-
ção econômica sendo caracterizado pela criação de uma moeda única comum e 
de	um	banco	central	regional	independente,	em	que	se	configura	a	formação	de	
uma	união	monetária.	Esse	estágio	pressupõe	a	perda	total	de	autonomia	dos	
estados nacionais na gestãoda política monetária. Ainda não chegamos nessa 
etapa	de	integração,	por	isso	não	há	exemplos	para	citar.
O multilateralismo se refere à participação de vários países que se esforçam para 
atingir um objetivo comum. Seria necessário adequar as regras do comércio mundial ao 
chamado livre comércio e aos benefícios para o bem-estar econômico, garantindo o livre 
comércio	em	escala	mundial.	Portanto,	o	multilateralismo	visa	beneficiar	o	comércio	entre	
os países em todo o mundo, para gerar ganhos não apenas para um grupo de países, mas 
para	o	máximo	de	países	no	mundo	por	meio	das	regras	do	comércio	mundial.
40UNIDADE II Blocos Econômicos
SAIBA MAIS
Existem	muitos	trabalhos	na	literatura	científica	que	falam	sobre	políticas	e/ou	estraté-
gias	comerciais,	um	exemplo	é	o	artigo	intitulado	de	A Rodada Doha, as mudanças no 
regime do comércio internacional e a política comercial brasileira, de autoria de Susan 
Elizabethth	Martins	Cesar	e	Eiiti	Sato,	em	que	discutem	os	atuais	desafios	do	multilate-
ralismo tradicional no comércio, presentes nos impasses da Rodada Doha, diante das 
novas realidades do comércio internacional globalizado.
O artigo está disponibilizado nos anais do Encontro Nacional de Economia por meio do 
link: https://www.redalyc.org/pdf/358/35823357011.pdf.
REFLITA
A	presente	unidade	mostrou	as	relações	comerciais	que	cada	país	pode	ter	com	o	resto	
do mundo, com diferentes políticas e estratégias comerciais. Pautado nos conhecimen-
tos adquiridos, o Brasil poderia adotar alguma ação diferente em relação ao comércio 
internacional para contribuir com a retomada do crescimento econômico?
41UNIDADE II Blocos Econômicos
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a)	aluno(a),	chegamos	ao	final	desta unidade conhecendo sobre as políticas 
comerciais e as estratégias do comércio internacional. Foi estudado na unidade sobre os 
instrumentos de política comercial, que acarretam um aumento do preço dos produtos 
importados para o favorecimento da indústria nacional.
Foi	 verificado	 que	 existem	 custos	 e	 benefícios	 da	 política	 comercial,	 os	 custos	
podem	ser	medidos	pela	perda	do	excedente	do	consumidor	e	os	benefícios	podem	ser	
medidos	pelos	ganhos	do	excedente	do	produtor.	Pois,	com	o	aumento	dos	preços,	o	pro-
dutor apresenta ganhos, enquanto os consumidores apresentam prejuízos, visto que devem 
pagar os bens mais caros. Além disso, o governo também ganha com a arrecadação.
Os outros instrumentos de política comercial também resultam no aumento de pre-
ços	das	importações,	porém	existem	outras	diferenças.	As	cotas	de	importações	apenas	
limitavam	as	importações	no	país	doméstico,	assim,	diferente	do	que	ocorria	com	a	política	
de	 tarifa,	 o	 governo	 não	 arrecadava.	Na	 política	 de	 subsídios	 às	 exportações,	 além	do	
governo não arrecadar, ainda arcava com os pagamentos de subsídios às empresas. E a 
política	de	restrições	voluntárias	às	exportações,	diferente	das	demais,	não	era	adotada	
pelo país doméstico, era realizada pelo país estrangeiro. No entanto, geralmente essa 
política era adotada a pedido do país doméstico, desse modo, a arrecadação era destinada 
ao país estrangeiro.
Por	último,	foi	estudo	sobre	a	criação	dos	blocos	econômicos	e	suas	especificações.	
Sendo	que	os	blocos	podem	ser	classificados	em	regionalismo,	 integração	econômica	e	
multilateralismo.	Além	disso,	foi	verificado	que	a	integração	econômica	mais	avançada	que	
existe	é	a	União	Europeia.
Assim,	chegamos	ao	final	da	unidade,	esperamos	que	tenha	gostado.
Ótimo estudo!
42UNIDADE II Blocos Econômicos
LEITURA COMPLEMENTAR
PIANI, G.; KUME, H. Fluxos bilaterais de comércio e blocos regionais: uma aplicação 
do	modelo	gravitacional.	Rio	de	Janeiro:	IPEA,	2000.	17	p.	(Texto	para	Discussão,	n.	749).
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Economia Internacional.
Autor:	Edgar	Cândido	Carmo	e	Jefferson	Mariano.
Editora: Saraiva.
Ano: 2017.
Sinopse: Economia Internacional apresenta um panorama dos 
principais temas em discussão atualmente sobre a área, como: 
comércio internacional, livre comércio e protecionismo, integração 
econômica	 e	 blocos	 regionais,	 globalização,	 sistema	 financeiro	
internacional,	taxa	de	câmbio	e	balanço	de	pagamentos.	Em	sua	
terceira edição atualizada e ampliada, a obra ganha um novo ca-
pítulo	que	aborda	a	crise	financeira	global	e	seus	impactos	sobre	
a	 economia	 brasileira.	 De	 maneira	 clara	 e	 sem	 complicações,	
trata-se de um conteúdo que ajudará os graduandos a se familiari-
zarem com os conceitos e as terminologias utilizadas na economia 
moderna.
FILME/VÍDEO
Título: Babel
Ano: 2006
Sinopse: Um ônibus repleto de turistas atravessa uma região 
montanhosa do Marrocos. Entre os viajantes estão Richard (Brad 
Pitt) e Susan (Cate Blanchett), um casal de americanos. Ali perto 
os meninos Ahmed (Said Tarchani) e Youssef (Boubker At El Caid) 
manejam	um	 rifle	 que	 seu	 pai	 lhes	 deu	 para	 proteger	 a	 peque-
na criação de cabras da família. Um tiro atinge o ônibus, ferindo 
Susan.	A	partir	daí	o	filme	mostra	como	esse	fato	afeta	a	vida	de	
pessoas em vários pontos diferentes do mundo: nos Estados Uni-
dos,	onde	Richard	e	Susan	deixaram	seus	filhos	aos	cuidados	da	
babá	mexicana;	no	Japão,	onde	um	homem	(Kôji	Yakusho)	tenta	
superar	a	morte	trágica	de	sua	mulher	e	ajudar	a	filha	surda	(Rinko	
Kinkuchi)	a	aceitar	a	perda;	no	México,	para	onde	a	babá	(Adriana	
Barraza) acaba levando as crianças; e ali mesmo, no Marrocos, 
onde a polícia passa a procurar suspeitos de um ato terrorista.
43
Plano de Estudo:
• Taxas	de	câmbio.
• Regimes	cambiais	e	sua	influência	no	fluxo	comercial	e	na	economia	como	um	todo.
• O balanço de pagamentos e sua relação com as políticas comerciais.
Objetivos de Aprendizagem:
•	Conceituar	e	contextualizar	a	taxa	de	câmbio,	regimes	cambiais	e	o	balanço	de	
pagamentos.
• Compreender os tipos de regimes cambiais e o balanço de pagamentos.
• Estabelecer a importância dos regimes cambiais e do balanço de pagamentos.
UNIDADE III
Taxas de Câmbio e Regimes Cambiais
Professor Doutor Marcos Aurélio Brambilla
44UNIDADE III Taxas de Câmbio e Regimes Cambiais
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), bem-vindo(a) à terceira unidade da apostila.
Nesta unidade vamos conhecer mais alguns aspectos relevantes sobre a economia 
internacional.	Nesse	contexto,	será	abordado	mais	afundo	sobre	as	 transações	entre	os	
países	no	comércio	internacional	e	como	são	contabilizadas	essas	transações.
Como já vimos, o comércio gera ganhos para a economia mundial. No entanto, 
algumas	economias	podem	se	beneficiar,	enquanto	outras	podem	apresentar	prejuízos	no	
comércio	 internacional.	 Inicialmente,	 foram	 apresentados	 os	 conceitos	 e	 definições	 das	
taxas	de	câmbio,	como	interfere	nas	transações	no	comércio	internacional,	quais	os	tipos	
de	taxas	de	câmbio	e	quais	suas	utilidades.
Em seguida, será abordado o que são e como funcionam os regimes cambiais nas 
nações,	sendo	que	são	adotados	como	um	tipo	de	política	econômica,	em	que	depende	
dos	objetivos	do	governo.	Além	disso,	foi	verificado	como	os	regimes	cambiais	impactam	na	
economia e quais os impactos para a economia mundial.
Por	fim,	vamos	conhecer	a	estrutura	do	Balanço	de	Pagamentos	que	representa	
um	registro	contábil	de	 todas	as	 transações	 internacionais	realizadas	de	um	país	com	o	
resto	do	mundo,	ou	seja,	as	transações	entre	residentes	e	não	residentes.	E,	ainda,	qual	a	
importância	de	conhecer	essas	contas	e	identificar	qual	a	real	situação	financeira	de	uma	
nação	no	comércio	internacional,	para	que,	assim,	o	governo	tome	as	melhores	decisões	
em termos de políticas comerciais.
Desejamos um ótimo estudo a todos!
45UNIDADE III Taxas de Câmbio e Regimes Cambiais
1 TAXAS DE CÂMBIO
O câmbio é considerado um dos preços mais importantes em uma economia aber-
ta,	pois	o	valor	das	transações	comerciais	entre	os	países	é	dado	por	meio	desse	preço.	
Sendo assim, o câmbio possui um papel fundamental na economia, sendo utilizado por 
todos, de forma diretaou indireta.
De	acordo	com	Krugman	e	Obstfeld	 (2005),	a	 taxa	de	câmbio	pode	ser	definida	
como	o	valor	pago	de	uma	moeda	para	adquirir	outra.	Portanto,	a	taxa	de	câmbio	entre	dois	
países	pode	ser	obtida	de	duas	formas,	uma	para	cada	país,	sendo	que	a	valor	da	taxa	de	
câmbio é dado pelo preço em unidades monetárias do país doméstico, para adquirir uma 
unidade monetária do país estrangeiro.
Considere	dois	países,	Brasil	e	Estados	Unidos,	sabemos	que	R$	4,00	vale	US$	
1,00.	Considerando	o	Brasil	como	país	doméstico,	o	valor	da	taxa	de	câmbio	é	de	R$	4,00	
/	US$	1,00.	Para	achar	a	taxa	de	câmbio	em	que,	os	Estados	Unidos	é	o	país	doméstico,	
devemos	 verificar	 quantos	dólares	 são	necessário	 para	 comprar	 um	 real,	 sabemos	que	
US$	1	vale	R$	4,00,	portanto,	dividimos	1	/	4,	então,	a	taxa	de	câmbio	para	os	Estados	
Unidos	é	de	US$	0,25	/	R$	1,00.
De	acordo	com	Ratti	 (1997),	a	variação	na	 taxa	de	câmbio	é	dada	pela	oferta	e	
demanda por moeda estrangeira. Com um aumento da demanda por moeda estrangeira, 
ocorre	uma	depreciação	cambial,	ou	seja,	há	uma	elevação	da	taxa	de	câmbio,	pois	são	
necessárias mais unidades de moeda doméstica para comprar uma unidade de moeda 
46UNIDADE III Taxas de Câmbio e Regimes Cambiais
estrangeira. Por outro lado, um aumento da oferta de moeda provoca uma apreciação 
cambial,	ou	seja,	uma	redução	na	taxa	de	câmbio,	assim,	é	necessário	menos	unidades	de	
moeda doméstica para comprar uma unidade de moeda estrangeira.
Consequentemente,	como	a	taxa	de	câmbio	se	refere	à	relação	dos	preços	entre	o	
país doméstico e o país estrangeiro, uma depreciação cambial no país doméstico, provoca 
uma apreciação cambial no país estrangeiro, enquanto a apreciação no país doméstico 
resulta em uma depreciação cambial no país estrangeiro (SALVATORE, 2000).
Para	as	transações	comerciais	entre	as	nações,	a	moeda	com	maior	aceitação	é	
o dólar, com isso, os bens e serviços negociados no comércio internacional devem ser co-
mercializados nessa moeda. Além dessa moeda, o Euro (€) e a Libra Esterlina (£) também 
apresentam	grande	aceitação.	Com	uma	alteração	no	valor	da	taxa	de	câmbio,	o	preço	de	
bens	e	serviços	no	comércio	internacional	pode	ficar	mais	caro	ou	mais	barato.
Sabendo	o	valor	da	taxa	de	câmbio	entre	euro	e	dólar,	podemos	verificar	qual	o	
valor	das	exportações	da	Espanha	para	os	Estados	Unidos.	Sendo	o	valor	ganho	em	euros	
para a Espanha e o valor gasto para os Estados Unidos; sendo o valor do câmbio de € 
1,00	/	US$	1,00	e	o	valor	total	das	exportações	de	computadores	de	US$	100.000,00,	dado	
por 100 unidades desta mercadoria, temos que o valor gasto para os Estados Unidos é de 
US$100.000,00,	enquanto	o	valor	ganho	da	Espanha	era	de	€ 100.000,00.
Considerando	as	mesmas	 informações	apresentadas	no	parágrafo	anterior,	uma	
depreciação	cambial	da	Espanha,	onde	eleva	a	taxa	de	€ 1,00	/	US$	1,00	para	€ 2,00	/	US$	
1,00,	provoca	alterações	nos	gastos	dos	Estados	Unidos	e	nos	ganhos	dos	Estados	Unidos	
para	essa	comercialização.	Para	os	Estados	Unidos	a	taxa	de	câmbio	é	de	US$	0,50	/	€ 
1,00,	assim,	o	valor	gasto	dos	Estados	Unidos	é	de	US$	50.000,00,	enquanto	o	ganho	das	
exportações	da	Espanha	é	de	€ 100.000,00.
Isso mostra que houve uma depreciação cambial para a Espanha e, com isso, hou-
ve	um	benefício	para	as	exportações.	Para	os	Estados	Unidos,	enquanto	importador,	essa	
mudança no câmbio representou uma apreciação cambial, portanto, também acarretou em 
um	benefício,	pois	o	custo	de	importação	dos	computadores	ficou	menor.	Por	outro	lado,	
essa	alteração	na	taxa	de	câmbio	não	é	benéfica	para	a	importação	na	Espanha	e	para	os	
exportadores	nos	Estados	Unidos.
Nesse sentido, podemos destacar as vantagens e desvantagens da depreciação 
cambial e da apreciação cambial. Podemos citar como vantagens da depreciação cambial 
o	incentivo	às	exportações	no	país,	pois	o	país	fica	mais	competitivo	no	comércio	interna-
cional, gerando, assim, melhores saldos na balança comercial. Por outro lado, prejudica os 
47UNIDADE III Taxas de Câmbio e Regimes Cambiais
importadores, com o aumento dos preços dos produtos importados, e em uma situação de 
alta	inflação,	pode	agravar	mais	a	situação,	levando	esse	aumento	de	preços	aos	consu-
midores.
Quanto	à	apreciação	cambial,	 traz	 incentivos	aos	 importadores,	com	o	preço	de	
bens	e	serviços	mais	baratos,	e	pode	contribuir	para	barra	da	inflação.	No	entanto,	a	apre-
ciação	cambial	não	é	benéfica	para	os	exportadores,	com	a	redução	do	ganho	no	comércio	
internacional,	pois	a	nação	fica	menos	competitiva	no	comércio	internacional.
Conforme	Gonçalves	(1998),	existem	dois	tipos	de	taxa	de	câmbio,	a	taxa	nominal	
de	câmbio	e	a	 taxa	 real	de	câmbio.	Até	agora	vimos	a	 taxa	nominal	de	câmbio,	que	se	
refere a quantas unidades monetárias do país doméstico são necessárias para adquirir 
uma unidade monetária do país	estrangeiro.	Formalmente,	esse	 tipo	de	 taxa	de	câmbio	
pode	ser	expresso	por:	
Em que, 
●	 𝑒𝑒 :	representa	a	taxa	nominal	de	câmbio;
●	 𝑃𝑃 : representa o preço do país doméstico;
●	 𝑃𝑃∗ : representa o preço do país estrangeiro.
Em	relação	à	taxa	real	de	câmbio:	é	a	taxa	em	que	se	podem	realizar	trocas	de	
bens	e	serviços	de	um	país	pelos	bens	e	serviços	de	outro	país.	Portanto,	a	taxa	de	câmbio	
real compara os preços de bens domésticos e importados na economia doméstica, ou seja, 
em	moeda	local.	A	taxa	real	de	câmbio	depende	da	taxa	nominal	de	câmbio	estrangeiro	e	
dos	preços	dos	bens	nos	dois	países	medidos	em	moedas	locais.	Assim,	a	equação	da	taxa	
real	de	câmbio	pode	ser	expressa	por:
No qual,
●	 𝑒𝑒𝑅𝑅 :	representa	a	taxa	real	de	câmbio;
●	 𝐸𝐸 :	representa	a	taxa	nominal	de	câmbio	estrangeiro;
●	 𝑃𝑃 : representa o preço do país doméstico;
●	 𝑃𝑃∗ : representa o preço do país estrangeiro.
𝑒𝑒 =
𝑃𝑃
𝑃𝑃∗
 
𝑒𝑒𝑅𝑅 =
𝐸𝐸 .𝑃𝑃∗
𝑃𝑃
 
48UNIDADE III Taxas de Câmbio e Regimes Cambiais
A	 taxa	 real	 câmbio,	 diferente	 da	 taxa	 nominal,	 ela	 compara	 o	 preço	 de	 bens	 e	
serviços	entre	dois	países	na	moeda	do	país	 local.	Enquanto	a	 taxa	nominal	de	câmbio	
apresenta o preço em unidades de moeda doméstica em relação a uma unidade da moeda 
estrangeira. Para uma melhor compreensão, segue uma aplicação prática.
No comércio de notebooks entre Brasil e Estados Unidos, sabendo que o Brasil é 
o país doméstico, vamos considerar que um	notebook	custa	R$	3.000,00	no	Brasil	e	nos	
Estados	Unidos	esse	mesmo	notebook	custa	US$	1.500,	 sendo	que	a	 taxa	nominal	 de	
câmbio	para	os	Estados	Unidos	é	de	R$	0,25	US$/R$.	Vamos	identificar	qual	a	taxa	mais	
depreciada para o país doméstico, ou seja, para o Brasil.
Inicialmente,	devemos	 identificar	qual	a	 taxa	nominal	de	câmbio.	Sabe-se	que	a	
taxa	nominal	de	câmbio	para	os	Estados	Unidos	é	R$	0,25	US$/R$,	portanto,	sabemos	que,	
enquanto	o	preço	local	(P)	é	R$	1,00,	o	preço	do	país	estrangeiro	é	US$	0,25,	então	temos	
que	a	taxa	nominal	de	câmbio	é:
Sabemos	o	preço	da	taxa	nominal	de	câmbio,	agora	podemos	calcular	o	preço	da	
taxa	real	de	câmbio	para	o	notebook.	Como	a	taxa	real	de	câmbio	é	referente	aos	bens	e	
serviços, vamos utilizar o preço do notebook nos países:
Diante	 desse	 cenário,	 verificamos	 que	 a	 taxa	 real	 de	 câmbio	 é	mais	 apreciada	
que	a	taxa	nominal	de	câmbio.	O	que	influencia	a	taxa	real	de	câmbio	é	o	nível	de	preços	
dos bens e serviços de uma economia em relação à outra. Considerando Brasil e Estados 
Unidos,	 quanto	maior	 a	 inflação	no	Brasil,	ceteris paribus1,	mais	 depreciada	 fica	a	 taxa	
real	de	câmbio	e,	assim,	os	bens	e	serviços	brasileiros	ficam	mais	baratos	que	os	bens	e	
serviços	nos	Estados	Unidos,	desestimulando	as	importações.	
Ao	mesmo	tempo	em	que	há	uma	apreciação	da	taxa	real	de	câmbio	nos	Estados	
Unidos, sendo que para eles é mais vantajoso importar do Brasil que consumir os bens e 
serviços	no	seu	país,	visto	que	os	bens	e	serviços	ficam	mais	caros	nos	Estados	Unidos.	
Com um aumento de preços no país estrangeiro (Estados

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