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Ancilostomíase- doença do jeca tatu Ancylostoma duodenale ou Necator americanus Ancylostoma duodenale: dois pares de dentes. Necator americanus: placas cortantes. No Brasil, o N. americanus apresenta maior incidência, no entanto ambos os parasitas causam a mesma doença, com os mesmos sintomas e são tratados da mesma forma, sendo portanto, estudados como o mesmo verme. Morfologia: tanto o macho quanto a fêmea das duas espécies possuem aspecto cilíndrico, com cerca de 1 cm. Macho: extremidade posterior munida de bolsa copuladora Fêmea: extremidade posterior afilada. Ovoposição de 6 à 11 mil ovos. Ovos elípticos com casca fina e transparente. Transmissão: via transcutânea: andar descalço, entrar em contato com terra, via oral (água e alimento contaminado). Ciclo biológico: monoxênico. A larva 1 sempre tem o nome de Rabditoide, e tem o esôfago dilatado. A larva 3 sempre tem o nome de filarioide e é a infectante, com o esôfago cilíndrico. Função das células de Lieberkuhn = produzir muco. O ciclo biológico dos ancilostomídeos é um ciclo biológico direto que não necessita de hospedeiros intermediários. Existem duas fases bem definidas: a primeira, quando há o desenvolvimento no meio exterior, é de vida livre, e a segunda, que se desenvolve no hospedeiro definitivo, é a de vida parasitária. Os ovos de ancilostomídeos são depositados através de fezes contaminadas no ambiente. Dessa forma, ocorre o desenvolvimento larvário para posterior infecção no indivíduo. No ambiente os ovos necessitam de condições adequadas, como umidade acima de 90% e altas temperaturas para o seu desenvolvimento. Os ovos de ancilostomídeos eclodem de 12 a 24h após estarem no ambiente (precisam entrar em contato com o solo para se tornar embrionários) depois ocorre a transformação de L1 em L2 dentro de 3 a 4 dias e, posteriormente, após 5 dias, em L3, a larva infectante do tipo filarioide. A infecção no indivíduo se dá por duas formas: através da pele, conjuntiva e mucosas, ou pela via oral. Quando a infecção é ativa, a penetração dura cerca de 30 minutos e da pele, as larvas alcançam a circulação sanguínea ou linfática e chegam ao coração, indo pelas artérias pulmonares aos pulmões, onde ocorre muda em L4 (dois a sete dias para chegar aos pulmões, ocorre a perda da cutícula da larva). * # X Após atingirem os pulmões, as larvas migram para os bronquíolos e atingem a traqueia, faringe e laringe, quando então são deglutidas e alcançam o intestino delgado, hábitat final do ciclo. Ao chegar ao intestino delgado, após 8 dias de infecção, a larva começa a exercer parasitismo hematófago, fixando sua cápsula bucal na mucosa do duodeno. A transformação da L4 em larva L5 ocorre em 15 dias, e a diferenciação de L5 em adultos leva cerca de 30 dias. Quando a penetração das L3 é por via oral, ocorre principalmente pela ingestão de água ou alimentos contaminados, a L3 perde a cutícula externa no estômago devido a ação do suco gástrico e do pH, depois de dois a três dias elas migram ao intestino delgado. No duodeno, as larvas atingem as células de Lieberkuhn, onde ocorre a muda para L4, após cerca de cinco dias de infecção. Em seguida, as larvas voltam à luz do intestino, fixam-se na mucosa e iniciam o repasto sanguíneo, mudando posteriormente para L5 após 15 dias de infecção. Patogenia Fase aguda: determinada pela migração das larvas pelo tecido cutâneo e pulmonar e implantação do adulto no intestino delgado. Penetração das larvas: sensação da picada, prurido, edema ou dermatite urticariforme (erupção pápula-eritematosa, dermatite alérgica). Infecções secundárias... Alterações pulmonares - tosse de curta ou longa duração, febre. Hemorragia, síndrome de Loeffler: tosse, febre, eosinofilia. Broncopneumonia 30 dias após: Parasitismo intestinal - fase crônica. Sintomas: prurido na pele, eritema, tosse seca com expectoração, eosinofilia, mal estar abdominal, febre, náusea, vômito, cólica, diarreia, perda de peso. Crianças e subnutridos: apendicite, úlcera duodenal, anemia, insuficiência circulatória, morte. Fase crônica É quando o verme chega no intestino delgado e torna-se adulto, causando deficiências nutricionais. Parasitismo intestinal (marcante): dor epigástrica, náusea, vômito, diminuição do apetite, indigestão, diarreia sanguinolenta ou não, constipação. Verme adulto, associado a espoliação sanguínea e a deficiência nutricional - anemia. Longevidade do parasito. Sintomas da fase crônica: anemia, cansaço físico, mental, desânimo, fraqueza, vertigens, tonturas, dor muscular, desnutrição. Anemia, eosinofilia, baixa taxa de hemoglobina, as reservas de ferro e a dieta alimentar de ferro são insuficientes para suprir as perdas deste elemento. Diminuição do apetite e "síndrome de pica" - geofagia (crianças comem terra). Lesões na mucosa duodenal. Ancilostomíase crônica está diretamente ligada ao estado nutricional do paciente -> anemia por deficiência de ferro. A. duodenale - 0,05 a 0,3 ml/sangue dia N. americanus - 0,01 a 0,04 ml sangue dia Transmissão: penetração ativa das larvas filaróides (L3 infectantes) principalmente nos pés, pernas, nádegas (o hospedeiro se senta no chão), mãos, etc. Ingestão das larvas juntos com os alimentos. A transmissão intra-uterina e transmamária não ocorre em humanos. Sintomas: edema, erupção pruriginosa, eritema. Presença de pontos hemorrágicos nos locais em que as larvas perfuram as paredes alveolares; presença de líquido na luz alveolar quadro semelhante à pneumonia com tosse, febre, etc.); geofagia. Lesões intestinais: irritativas (verme deixa uma pequena úlcera que sangra algum tempo), anemia por perda sanguínea, baixa na oxigenação do sangue e glicose. Como consequência há um retardamento físico e mental do paciente. Diagnóstico: Clínico: anamnese e associação de sintomas cutâneos, pulmonares e intestinais podem levar a uma suspeita de Ancilostomíase, principalmente em áreas na qual ele é endêmico - Nordeste Br. Laboratorial: fezes/coprocultura: identifica os ovos, obtém as larvas L3. Quantifica o nível de infecção: contagem de L3/grama de fezes: infecção benigna: 50 vermes; infecção clínica anemia: 50 a 200 vermes; infecção média: 200 a 500 vermes; infecção intensa: 500 a 1000 vermes; infecção muito intensa: mais de mil vermes. Os ovos tanto do A. duodenale quanto do N. americanus é o mesmo. Para descobrir qual verme está causando a patologia deve-se fazer a cultura desses vermes e avaliar as mordidas dos mesmos. * * A Tratamento: deve ser feito obietivando eliminar o parasita e curá-lo da anemia Peamato de Pirantel: (adultos) 10mg/kg/dia - dose única. Mebendazol: 100 mg 2x ao dia, 3 dias (crianças e adultos) Albendazol: 10 mgekg Sulfato ferroso Repetir a medicação O paciente deve receber alimentação suplementar, diária, rica em proteínas e especialmente em Fe; Sulfato ferroso também pode ser indicado dependendo do grau de anemia. Profilaxia: educação sanitária, uso de privadas, uso de calçados, abolir adubação de fezes humanas, alimentação adequada com suplementação de ferro, tratamento de todas as pessoas infectadas, higiene, repetir a medicação. Plantações de hortelã, arruda, erva cidreira etc produzem ué odor repelente a esses vermes, podendo ser uma medida natural profilática. * A * * * * A
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