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10 DIARRÉIA AGUDA EM PEDIÁTRIA

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DEFINIÇÃO 
 Doença diarréica aguda (DDA) = 
gastroenterite aguda = diarréia aguda 
 Diarréia é a mudança do hábito 
intestinal caracterizada por fezes 
amolecidas (reduz a consistência, 
líquida ou semilíquida), geralmente 
acompanhada de: 
o Aumento da freqüência de 
evacuações diárias (3, 4 a 20 
evacuações) 
o Aumento do volume fecal 
(acima de 200mg/dia maior 
que 1 ano ou 10mg/kg/dia 
menor de 1 ano). 
 Mudança do habito diário da pessoa, 
caracterizado por aumento da 
freqüência e diminuição da 
consistência, podendo ou não 
aumentar o volume. 
 RN pode ter o reflexo gastrocolico 
exacerbado e evacuar 8x ao dia, com 
consistência amolecida. 
 Diagnóstico sindrômico. 
 Maior incidência e mortalidade de 0 a 
5 anos. 
 
PADRÃO EVACUATÓRIO NORMAL 
 0 a 6 meses sem fórmula: 
o Normal: 2 a 3 vezes ao dia, 
podendo chegar a 12 vezes 
o Fezes marrom-claro, pH 5. 
 0 a 6 meses com formula: 
o 1 a 3 vezes ao dia, variando de 
1 a 7 
o Fezes amarelas / marrons, pH 
7. 
 
 
 
 
 
 
 6 meses a 1 ano: 
o 2 a 3 vezes ao dia (podendo 
variar de 1 a 7) 
o Fezes marrons, formadas 
 Após 1 ano: Fezes formadas 
semelhantes ao adulto. 
 Adulto – 1x a cada 3 dia (mínimo) ou 3x 
no dia (máximo) de fezes formadas. 
 
DIARRÉIA AGUDA 
 Aumento das perdas de água e 
eletrólitos do organismo, de início 
geralmente abrupto e etiologia 
presumivelmente infecciosa. 
 Potencialmente autolimitada, com 
duração inferior a 14 dias. 
 Duração media de 5 a 7 dias. 
 Gastroenterite infecciosa é a causa 
mais comum. 
 Contágio via oro-fecal interpessoal. 
 Rotavírus e E.coli são os agentes mais 
comuns. 
 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A 
FISIOPATOLOGIA 
 Diminuição da água e eletrólitos; com 
aumento da secreção. 
 Em todas as diarréias o mecanismo de 
aumento de perda, tem desbalanço 
entre absorção e secreção. 
 
 
 
 
DIARRÉIA AGUDA 
 
DIARRÉIA OSMÓTICA 
 Aumento de moléculas solúveis em 
água no intestino que levam a 
retenção osmótica da água. 
 Causas: viral / ingesta (sobrecarga de 
lactose) 
 Exemplo: laxantes e lactose quando há 
intolerância. 
 Principal agente: ROTAVÍRUS. 
 Fisiopatologia da diarréia osmótica: 
infecção por rotavírus, por exemplo > 
efeito citopático direto > rotavírus 
infectam seletivamente enterócitos 
maduros no topo da vilosidade do 
intestino delgado, causa 
destruição/lesão das vilosidades 
(atrofia vilositária) dos enterocitos e 
tem dificuldade de manter o gradiente 
osmótico. 
 Ocorre lesão das microvilosidades, 
diminui as dissacaridases (lactase), 
não absorve/digere os 
açúcares/lactose, aumentando a 
fermentação da flora intestinal, 
aumenta a osmolaridade, tem que 
secretar água para igualar a 
osmolaridade e com isso aumenta o 
volume fecal. 
 Ocorre quando certas substâncias que 
não podem ser absorvidas pela parede 
do cólon permanecem no intestino. 
 Essas substâncias fazem com que uma 
quantidade excessiva de água 
permaneça nas fezes, causando 
diarréia com bastante liquido (aquosa). 
 Com a presença de carboidratos ocorre 
fermentação e diminuição do pH, as 
fezes ficam ácidas e pode ter uma 
dermatite perianal. 
 
 
DIARRÉIA SECRETÓRIA 
 Aumento da secreção (água e 
eletrólitos) dos fluídos isotônicos da 
mucosa intestinal. 
 Principal agente: COLERA / E. Coli 
enterotoxigenica (ECET). 
 Diarréia muito profusa, com muito 
sódio nas fezes; fezes com odor forte, 
com aspecto de “sopa de arroz” 
(característico da cólera) 
 Fisiopatologia da diarréia secretória: 
geralmente bactérias liberam toxinas 
que ativam enzimas intracelulares 
(adenilciclase, AMPciclico, citocinas) 
que libera cálcio no transporte para 
dentro da célula > desestabilização da 
membrana celular intestinal > diminui 
absorção de sódio, aumento da 
secreção de cloro. 
 Ocorre quando o intestino delgado e o 
grosso secretam sais (especialmente 
cloreto de sódio) e água nas fezes. 
 Certas toxinas, como a toxina 
produzida durante uma infecção de 
cólera ou durante algumas infecções 
virais, podem causar essas secreções. 
 
 
 
OBS: Enterocitos da base do intestino 
fazem uma secreção de água e eletrólitos 
para a luz intestinal. 
 
DIARRÉIA EXSUDATIVA 
 Áreas inflamadas (bactérias 
patogênicas leva a processo 
exsudativo) do intestino podem 
causar secreção de substâncias como 
pus, soro, muco, causando diarréia. 
 Processo inflamatório que envolve 
citocinas e células inflamatórias que 
levam a exsudato. 
 Invade as células gera apoptose, invade 
outras céls, começa a ir macrófagos, 
polimorfonucleares e infiltra gerando 
um processo inflamatório. 
 Leva a uma exsudação, presença de 
muco, proteínas e sangue vivo nas 
fezes (perda de eletrólitos). 
 Diarréia com sangue = disenteria. 
 Morbidade maior e alto risco de 
mortalidade. 
 Esse tipo de diarréia origina-se a partir 
de diversas doenças, como colite 
ulcerativa, doença de Crohn, 
tuberculose e câncer, como o linfoma e 
o adenocarcinoma. 
 Além disso ocorre em infecções como 
Shiguela, E. coli antigênicas, salmonela 
 Principal agente: SHIGELLA. 
 
 
DIARRÉIA MOTORA 
 Alteração da motilidade. 
 Ressecção intestinal (Dumping ou colo 
irritável) ou fístulas enteroentéricas 
(Dça Crhon). 
 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A ORIGEM 
ALTA 
 Geralmente delgado até íleo proximal. 
 Com volume grande evacuado 
contendo restos alimentares (não esta 
digerindo – intestino delgado), baixa 
freqüência, cessa após jejum, 
esteatorréia (não esta digerindo as 
gorduras) e distensão abdominal. 
 Diarréia alta – estomago/duodeno/ 
intestino delgado. 
 Ação patogênica predominante de 
efeito citopático direto – ID proximal – 
rotavírus, adenovírus entérico, 
calicivírus diarréia aquosa, sem pus, 
sem sangue, vômitos e febre, 
desidratação moderada a grave, má 
absorção de lactose freqüente. 
 Ação patogênica predominante de 
enterotoxigenicidade – ID – vibrio 
cholarae, klebsiella pneumoniae, 
crysptoporidium diarreia aquosa, sem 
pus, sem sangue, desconforto 
abdominal, pode haver febre ou 
vômitos, evolução usualmente leve. 
 
BAIXA 
 íleo distal e colón; 
 Freqüência alta, volume pequeno (não 
desidrata muito) de fezes 
(inflamatório/secretória), não cessa 
após jejum, eliminação de muco pode 
ocorrer mesmo que não tenha sangue. 
 Diarréia baixa – íleo/ceco/colón 
 Ação patogênica predominante 
invasiva (inflamatório) – I distal e colon 
– salmonella, shigella, yersínia, amoeba 
desinteria com evacuações frequentes, 
dor a evacuação, cólicas, febre, 
desidratação variável, leucocitose, 
neutrofilia, desvio à esquerda. 
 Ação patogênica predominante de 
citotoxicidade – colon – clostridium, 
shigella. 
 
 
 
 
 
 
 
 
MECANISMOS PATOGÊNICOS 
 
 Efeito citopático direto: mudança 
morfológica na célula, normalmente 
por vírus como o rotavírus que estão 
no meio intracelular. 
 Enerotoxigenicidade: liberação local de 
toxinas, mais comum ocorre pelas 
bactérias. 
 Invasiva/ inflamatória: leva a 
inflamação do tecido. 
 Citotoxicidade: lesão celular 
 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO TEMPO 
AGUDA 
 Menos de 14 dias de evolução, auto-
limitada. 
 Aumento da freqüência de evacuação, 
do volume das fezes e diminuição da 
consistência durando até 2 semanas. 
 Diarréia aguda/ aquosa: mais comum 
na criança, perda de grande volume de 
fluidos – indícios de desidratação, 
muito amolecida. 
o Vômitos/ falta de apetite/ dor 
abdominal alta. 
 Diarréia aguda com sangue (disenteria) 
– presença de sangue nas fezes 
(Shigella, não pode deixar de tratar 
devido alto risco de mortalidade e 
sepse). 
Medcurso -- Tríade hemolítico urêmica 
como conseqüência de Shigelose ou E. coli 
entero-hemorrágica da cepa O157H7: 
inflamação do endotélio glomerular / 
aderência e consumo de plaquetas 
(trombocitopenia) / esquisocitos (anemia 
hemolítica extravascular). 
Síndrome Guillian-barret é uma possível 
complicação de uma infecçãodisentérica 
causada pelo Campilobacter jejuni. 
Salmonela pode levar a microinfartos em 
outros órgãos, anemia falciforme 
proveniente do quadro de disenteria. 
 
PERSISTENTE OU PROLONGADA 
 Entre 14 dias e 4 semanas de evolução, 
dura até 30 dias. 
 Na maioria das vezes é uma 
conseqüência/complicação do quadro 
de diarréia aguda. 
 Investigar a persistência, o que esta 
acontecendo que esta persistindo 
(efeito citopatico direto que lesou mais 
permanente as dissacaridases e ficou 
intolerante a lactose). 
 20% diarréia aguda pode prolongar. 
 
CRÔNICA 
 Mais de quatro semanas (mais de 30 
dias) de evolução, Dça de Crhon, Dça 
Celíaca. 
 Quadro ligado a uma doença de base 
(fibrose cística, processo inflamatório 
intestinal). 
 
 
 
 
FATORES DE RISCO 
 Tudo que pode piorar ou fator causal 
mantém ou aumenta o risco de 
complicação. 
 Criança com menos de 5 anos de 
idade, com curto tempo de 
aleitamento materno exclusivo 
(protege contra diarréia), algum grau 
de desnutrição e vivendo em 
condições ambientais desfavoráveis. 
 Falta de saneamento, baixo acesso aos 
serviços de saúde, habitação precária. 
 
 
ETIOLOGIA INFECCIOSA 
 A gastroenterite infecciosa é a causa 
mais comum, cuja transmissão se dá 
por via oro-fecal interpessoal 
(agrupamento de pessoas). 
 Diversos patógenos virais, bacterianos 
ou até protozoários são responsáveis. 
 O Rotavírus e a E. coli agentes mais 
comumente envolvidos (mais de 50% 
dos casos). 
 VÍRUS: Rotavírus | adenovírus entérico 
| astrovírus | calicivírus | coronavírus 
 BACTÉRIAS: E. coli enteropatogênica / 
enterotoxigênica / enteroagregativa | 
vibrio cholerae | E. coli enteroinvasiva 
/ entero-hemorrágica | 
Campylobacter jejuni | Clostridium 
difficile | Yersinia enterocolítica | 
Shigella | Salmonella | Aeromonas | 
Pleisiomonas 
 PARASITAS: giárdia lamblia | amoeba | 
cyclospora | trichuris trichiuria | 
strongyloides | cryptosporidium 
(imunodeprimidos) 
 TOXINAS: S. aureus | B. cereus 
 Podem causar disenteria (invasivos) – 
Produtores de toxina. 
 
AQUOSA DISENTERIA 
Vírus – Rotavírus Shigela (principal) 
E. coli enterotoxigênica E. coli entero-
hemorrágica 
E. coli 
enteropatogênica 
Campilobacter 
Vibrio cholerae (cólera) Salmonela 
 
 
 
 
 
 
PARTICULARIDADES 
 Pacientes imunocomprometidos ou em 
antibioticoterapia prolongada, podem 
ter diarréia causada por bactérias não 
usuais: 
o Klebsiella, Pseudomonas, 
Aereobacter, C. difficile, 
Cryptosporidium, Isosopora, 
HIV, e outros agentes. 
 Sempre perguntar se usou 
recentemente atb. 
 Eventualmente: alergia ao leite de 
vaca, deficiência de lactase, apendicite 
aguda, uso de laxantes e antibióticos, 
intoxicação por metais pesados. 
 A invaginação intestinal é diagnóstico 
diferencial da disenteria aguda, 
principalmente, no lactente. 
 
DISENTERIA 
Muco 
Pus 
Sangue 
 
 
QUADRO CLÍNICO 
 Em geral a diarréia aguda é benigna e 
autolimitada, com resolução dentro de 
poucos dias. 
 A apresentação clínica da diarréia 
aguda infecciosa varia de acordo com o 
patógeno. 
o Febre 
o Vômito 
o Dor abdominal 
o Alteração de apetite 
o Queda do estado geral / humor 
o Sinais de desidratação (perda 
maior de água, diminui volume 
circulante) 
 
 
COMPLICAÇÕES 
 Desidratação 
 Distúrbios eletrolíticos e ácido básicos 
 Desnutrição: decorrente da 
inapetência e vômitos, mau 
aproveitamento dos alimentos e 
catabolismo aumentado. 
 Diarréia Persistente: ocorre em até 
20% das diarréias agudas, onde 
encontra-se anormalidades da borda 
em escova, da permeabilidade 
intestinal e da flora bacteriana e até 
atrofia vilositária. 
 Principais patógenos são ECEP, ECEAg, 
Shigella, Flora múltipla. 
 
LABORATORIAL 
 Investigação da etiologia da diarréia 
aguda não é obrigatória em todos os 
casos. 
 Deve ser realizada nos casos graves e 
nos pacientes hospitalizados. 
 Exame de fezes 
o Pesquisa de elementos 
anormais (sangue, gordura nas 
fezes) 
o Parasitológico 
o Coprocultura 
o pH fecal 
o Pesquisa de vírus 
 Hemograma, eletrólitos (sódio, 
potássio, uréia, creatinina, cálcio, 
magnésio), hemocultura (shigella) e 
gasometria (em casos mais graves, com 
repercussão sistêmica). 
 As principais alterações laboratoriais 
que cursam com complicações são: 
distúrbios sódio | desidratação | 
hipernatrêmica / hiponatrêmica | 
hipocalemia (perda de potássio, leva a 
uma estase intestinal e distensão 
abdminal importante) | acidose 
metabólica (perda HCO3/bicarbonato) 
| insuficiência renal – pré renal (uréia e 
creatinina). 
 
TIPOS DE DESIDRATAÇÃO 
 Perda maior de água, contração do 
volume extra-vascular, com diminuição 
do volume circulante. 
 
HIPOTÔNICA OU HIPONATRÊMICA 
 Sódio < 130 mEq/l. 
 Muito desidratada, pouco comum de 
ocorrer, corrige em 6/8 horas. 
 Há uma depleção de sódio e água, 
porém com uma perda proporcional 
excessiva/maior de sódio em relação à 
perda hídrica. 
 Hipotonicidade do líquido extracelular 
gera gradiente osmótico com 
conseqüente movimentação de água 
do espaço extracelular para o espaço 
intracelular (edema celular/célula 
inchada), o que agrava o déficit 
extracelular, acentuando os sinais e 
sintomas da desidratação (além do 
que esta perdendo sai para as células, 
perde pro intestino e céls). 
 
ISOTÔNICA OU ISONATRÊMICA 
 Sódio entre 135 mEq/l e 150mEq/l. 
 Há uma depleção de sódio e água, com 
uma perda proporcional à 
concentração do fluido extracelular. 
 Tipo mais freqüente de desidratação. 
 Tem que repor sódio e água, corrige 
em 2 horas. 
 
HIPERTÔNICA OU HIPERNATRÊMICA 
 Sódio > 150 mEq/l. 
 Há depleção de sódio e água, porém 
com uma perda proporcional maior de 
água. 
 Maior tonicidade do meio extracelular 
leva à desidratação celular com graves 
sintomas secundários, principalmente 
ao comprometimento do SNC 
(convulsão). 
 Ocorre raramente, corrige em 24/48 
horas. 
 
DESNUTRIÇÃO 
 No caso da criança com desnutrição 
grave com diarréia, deve-se assumir 
como tendo algum grau de 
desidratação e, quando associada a 
sinais de choque, letargia ou 
inconsciência, o seu estado clínico é 
considerado grave. 
 Sempre presumir que vai estar 
desidratada; criança desnutrida tem 
hiponatremia crônica. 
 Retém a criança no hospital para 
avaliação, não libera para casa. 
 
 
 
DIAGNÓSTICO CLÍNICO 
ANAMNESE 
 VOLUME | FREQÜÊNCIA | 
CONSISTÊNCIA | RESTOS ALIMENTARES 
| SANGUE | MUCO 
 Início do quadro, características das 
fezes, tolerância à hidratação oral, 
outros sintomas associados (vômitos, 
febre dor, distensão abdominal ou 
perda de peso). 
 Sinais de infecção (lesão de pele) e 
antecedentes de parasitoses. 
 Dieta atual e pregressa. 
 Histórico de alergias, intolerância ou 
medicamentos. 
 Condições sociais e sanitárias. 
 Imunizações. 
 Outros casos de diarréia em casa, 
creche, colégio 
 
EXAME FÍSICO 
 Peso e estatura 
 Estado geral 
 Sinais vitais (PA, FC, FR, temperatura) 
 Sinais de desidratação 
 Estado nutricional 
 Sinais de toxemia 
 Específico: individualizar 
 
ASPECTOS CLÍNICOS DA DESIDRATAÇÃO 
 
 Diurese- analisar através da frauda da 
criança, perguntar a mãe quantas 
vezes esta trocando, se esta 
pesada/cheia, 4 a 6 x por dia. Maximo 
de 6 horas de intervalo reduzido. 
 Em crianças até 5 anos, deve-se avaliar 
mais cuidadosamente a desidratação, a 
sinal da prega deve ser feita no 
abdome, e avalia-se o tempo de prega 
demora pra voltar (em crianças 
hidratadas é imediato). 
 Além da prega, avalia a avidez da 
criança por água (sede), se estiver 
muito desidratada vai com muita 
vontade no líquido ofertado (pode ser 
leite materno), se não, age 
normalmente. 
 Ademais, avaliase a perfusão capilar 
(deve voltar a cor em até 3 segundos) 
em criança observa-se em esterno e 
fronte (testa). 
 Observa-se ainda os olhos, tantoumidade como posição em relação a 
órbita (se está ou não retraído/ 
enoftalmia), as fontanelas (se for 
recém-nascido principalmente), os 
pulsos, a diurese e o déficit de líquido 
(na mudança do peso basal). 
 No caso do déficit de peso (por perda 
de líquido), é normal que se perca até 
5% do peso pelo quadro diarreico, sem 
ser considerado desnutrição, é 
considerado desnutrição leve quando 
de perde de 5 a 10% e desnutrição 
grave acima de 10%. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 GRAVE – ver se esta desidratado, 
estado geral, dificuldade para beber. 
 2 sinais de cada coluna caracteriza 
como a criança esta. 
 
Enoftalmia (olhar encovado), pálida, prega 
cutânea demorada (elasticidade da prega, 
avaliado no abdome no flanco lateral, no 
sentido vertical, puxa a pele e tecido 
gorduroso e observa), letargica, não bebe 
liquidos. 
Sinal da prega normal/elasticidade normal 
– recolhe imediato. 
Sinal da prega lento/desidratado - até 2 
segundos. 
Sinal da prega alterado – volta lentamente, 
com mais de 2 segundos, mais grave. 
 
 
 
 
 
 
 
TRATAMENTO DIARRÉIAS 
 Prevenir e repor as perdas fecais de 
água e eletrólitos (principalmente 
sódio), restabelecendo o equilíbrio 
hidro-eletrolítico, importante para 
repercussão hemodinâmica. 
 Aporte calórico-protéico suficiente 
para impedir a desnutrição (orientar 
alimentação). 
 
DIRETRIZES NO TTO DDA 
 Manter Aleitamento Materno. 
 As dietas regulares (dia a dia) se 
mostram mais efetivas na redução da 
duração da diarréia e prevenção da 
desnutrição. 
 Dietas restritivas “obstipantes” 
(banana, arroz, suco de maçã, 
torradas) podem ser oferecidas 
somente como parte complementar da 
dieta habitual da criança. 
 Líquidos claros (água de coco, sucos, 
chás, refrigerantes, Gatorade) não são 
recomendados como substitutos da 
solução de reidratação oral. 
 Soro caseiro: para localidades sem 
acesso a SRO. 
 Restrição de lactose somente em 
diarréias persistentes e prolongadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
DESIDRATAÇÃO E REIDRATAÇÃO ORAL/EV 
DIARREIA AGUDA SEM DESIDRATAÇÃO 
PLANO A 
 Dar líquidos adicionais para a diarréia 
e continuar a alimentação, prevenindo 
a desidratação, desnutre (perca mais 
peso) e complicações; plano mais 
importante na diarréia aguda. 
 Tratar a diarréia em casa. 
 Recomendar os responsáveis pelo 
cuidado sobre as regras do tratamento 
domiciliar. 
 
1) OFERECER OU INGERIR MAIS LÍQUIDO 
DO QUE O HABITUAL PARA PREVENIR 
DESIDRATAÇÃO 
 O paciente deve tomar líquidos 
caseiros (água de arroz, soro caseiro, 
chá, suco e sopa) e/ou solução de 
reidratação oral (SRO) após cada 
evacuação diarréica. 
 Ingesta ou oferecimento extra para 
prevenir desidratações. 
 Não tomar refrigerantes nem bebidas 
adoçadas, gatorade. 
 Sucos de preferência natural sem 
adição de açúcar. 
 Líquidos adicionais: amamentar mais 
(se amamentação exclusiva pode dar 
solução de reposição oral além do 
leite), se não estiver em aleitamento, 
deve-se ofertar um ou mais dos itens, 
solução de reposição oral (SRO) sendo 
o principal, líquidos caseiros (soro, 
sopa, suco ou chá não adoçado) e água 
potável (se não houver acesso ferver 
por 20min ou pingar duas gotas de 
hipoclorito de sódio para cada litro). 
 
 
 
OBS: Soro caseiro é recomendando em 
famílias que não tem acesso aos sais; se 
tiver acesso à preferência é os sais de 
reidratação oral porque ele contém os 
eletrólitos que vai repor além do sódio e 
glicose. 
 
2) MANTER A ALIMENTAÇÃO HABITUAL 
PARA PREVENIR A DESNUTRIÇÃO. 
 Seguindo o aleitamento e mantendo. 
 Manter a dieta habitual (não restringir 
de forma saudável para a idade) para 
criança e adulto. 
o Normalmente a criança doente 
tem preferência alimentar, 
então tentar manter nesse 
período ate melhorar. 
 
OBS: NÃO É MANTER DIETA OBSTIPANTE, 
manter a dieta habitual. 
Se a dieta for inadequada, deve-se ajustar 
essa dieta, orientar para melhorar os 
hábitos. 
 
3) SE O PACIENTE NÃO MELHORAR EM 
DOIS DIAS OU SE APRESENTAR QUALQUER 
UM DOS SINAIS ABAIXO LEVA-LO 
IMEDIATAMENTE AO SERVIÇO DE SAÚDE. 
 Atentar-se aos sinais de perigo. 
 Retornar caso persistam sinais, de todo 
jeito retorno em 48. 
 SINAIS DE ALERTA | PERIGO 
o Piora na diarréia – aumento na 
freqüência, extravasa pela 
frauda, mais liquida. 
o Vômitos persistentes – 
repetidos, tudo que a mãe 
oferece a criança vomita. 
o Muita sede - desidratação 
o Recusa de alimentos 
o Sangue nas fezes 
o Diminuição da diurese 
 
4) ORIENTAR O PACIENTE OU 
ACOMPANHANTE 
 Reconhecer os sinais de 
alerta/desidratação. 
o Muita sede, diminuição da 
diurese, fontanela deprimida, 
olho fundo, boca seca, choro 
sem lagrima. 
 Preparar e administrar a solução de 
reidratação oral. 
 Praticar medidas de higiene pessoal e 
domiciliar (lavagem adequada das 
mãos, tratamento da água e 
higienização dos alimentos). 
 
5) ADMINISTRAR ZINCO 
 Uma vez ao dia, de 10 a 14 dias. 
 10 mg/dia até seis meses de idade. 
 20mg/dia maiores de seis meses. 
 
OBS: Criança vomitando, não passar de 
20ml/kg de zinco pq se não ele vomita. 
Resumo plano A → Prevenir desidratação 
no domicílio → Líquido e alimentação em 
livre demanda + SRO → Sinais de alerta → 
Zinco. 
 
ZINCO NA DIARRÉIA AGUDA 
 Deficiência de Zinco é comum em 
várias áreas do mundo, acredita-se que 
ele desempenhe importante papel no 
DNPM e na função do sistema 
imunologico. 
 Reduz gravidade e duração da diarréia 
em menores de cinco anos; 
 Reduz a incidência de diarréia nos três 
meses subseqüentes; 
 Função imunológica no TGI + 
crescimento. 
 TODA criança com diarréia aguda ate 
os 5 anos, recomendado pela 
OMS/MS a suplementação de zinco. 
SUPLEMENTAÇÃO DE ZINCO 
 Nos episódios diarreicos é grande a 
perda de zinco pelas fezes. 
 Dose recomendada (OMS): 
o 10 mg/dia menores de 6 
meses 
o 20 mg/dia para os maiores 
durante 10 a 14 dias 
 Iniciar o mais precoce possível sulfato 
de zinco sol oral 
o Pedialyte. ®. 60 Solução oral 
Zinco: 6mg/100ml 
o Unizinco Zn Solução Oral Sabor 
Tutti-Frutti 4mg/mL apr de 
100ml 
o Biozinc sol oral 4mg/ml sabor – 
não tem tanto corante, sabor 
guaraná. 
o Manipulação Sol oral 10mg/ml 
DIARRÉIA COM DESIDRATAÇÃO LEVE 
PLANO B 
 Feito na Unidade de Saúde por 4 a 6 
horas e oferecer os SRO para a criança 
até desaparecer os sinais de 
desidratação | + 70% consegue 
hidratar na unidade de saúde. 
 
1) ADMINISTRAR SOLUÇÃO DE 
REIDRATAÇÃO ORAL (SRO) 
 A quantidade de solução ingerida 
dependerá da sede do paciente, no 
inicio elas aceitam bem o SRO. 
o Atenção que no inicio podem 
ingerir grande quantidade e 
induzir a vômitos. 
 SRO deverá ser administrada 
continuamente, até que desapareçam 
os sinais de desidratação. 
 Apenas como orientação inicial, o 
paciente deverá receber: 
 50 a 100 mL/kg 4 a 6 horas 
Pratica: 75 mL/Kg em 4 horas 
 Nesse período a criança vai estar em 
dieta zero e priorizar a reidratação 
oral; exceto em aleitamento materno. 
 Após 4 horas ela deve ser reavaliada 
para a tomada de nova conduta, se a 
desidratação está quase passando 
continua a tratar por mais duas horas 
para completar 6. 
 
 
 
 
 
 
 
2) DURANTE A REIDRATAÇÃO AVALIAR 
PACIENTE QUANTO AOS SINAIS DE 
ALARME 
 Orientar aos sinais de desidratação 
(olho fundo, choro sem lagrimas, 
diurese diminuída). 
 Se desaparecer os sinais de 
desidratação (choro com lagrima, 
melhora da diurese, vômitos), usar 
plano A (tratar em casa). 
 Se seguir desidratado: iniciar Sonda 
Nasogastrica (gastróclise). 
 Se prosseguir com 
desidratação/grave, plano C. 
 
3) DURANTE A PERMANÊNCIA DO 
PACIENTE OU ACOMPANHANTE NO 
SERVIÇO DE SAÚDE, ORIENTAR 
 Reconhecer os sinais de 
alarme/desidratação. 
 Preparar e administrar a SRO (plano A). 
 Praticar medidas de higiene pessoal e 
domiciliar (lavagem adequada das 
mãos, tratamento daágua e 
higienização dos alimentos). 
APÓS 4 HORAS 
 Reavaliar e classificar desidratação. 
 Selecionar plano apropriado para 
continuar tratamento 
 Se possível, começar a alimentar a 
criança no serviço de saúde 
PLANO A QUANDO ESTIVER HIDRATADA 
 Levar embora para casa com retorno 
ao plano A (ensinando a mão a 
preparar a SRO) + reinicialização da 
alimentação. 
 
 SONDA NASOGÁSTRICA 
 Falha na TRO (vômitos persistentes, 
perdas maiores que a criança consegue 
ingerir). 
 Casos de desidratação grave, quando 
não for possível o início imediato de 
terapia de hidratação parenteral. 
 Se a criança está agravando, deve-se 
tomar uma iniciativa adequada em prol 
do paciente, no caso a SNG, até que 
possa pegar acesso venoso em uma 
unidade de saúde especializada. 
20mL/kg/hora 4 a 6 horas sais de 
reidratação oral (SHO) 
 50 a 100ml/kg a depender do estagio 
de desidratação. 
 Do ponto de vista médico é menos 
invasiva do que a hidratação EV. 
 Contraindicação da sonda é quando a 
criança está com o abdome distendido, 
com suspeita de abdome agudo. 
 Passo a passo: 
o 1- Quando disponível, colocar 
SRO em frasco de infusão 
intravenosa limpo. 
o 2- Realizar sondagem 
nasogástrica. 
o 3- Adaptar a sonda à conexão e 
controlar o gotejamento, 
conforme descrito 
anteriormente. 
o 4-Anotar a aceitação, 
tolerância e quantidade de 
líquido administrado. 
 OMS: Em 30 minutos a criança não esta 
com soro, é indicado passar a SNG. 
Resumo plano B - TRO - SHO: 50 – 
100ml/Kg: período de 4 – 6h - Dieta zero, 
exceto AM - Pesar a criança antes e após - 
Reavaliação e reclassificação freqüente 
(ver sinais de desidratação, se obteve 
melhora ou piora). 
 
 Proporção de sódio e glicose ajudam 
na reidratação de água na célula. 
 No Brasil usa-se a tradicional. 
 
 SRO tem que repor água e eletrólitos, 
permitir pela osmolaridade da solução 
que reponha água na célula, potássio, 
sódio, citrato (tampona a acidificação e 
minimiza o risco de acidose 
metabólica, que é uma das 
complicações da desidratação). 
 Abaixo de 60 mmol não é reidrante e 
não recomendado (refrigerante mal 
feito); o de 45 mmol tem sabor, 
quantidade de açúcar maior, 
quantidade reduzida de sódio. 
PREPARO DA SOLUÇÃO DE REIDRATAÇÃO 
ORAL 
 
 Crianças até 1 ano de idade: 50 a 100 
mL 
 Crianças de 1 a 10 anos de idade: 100 a 
200 Ml 
 Crianças e adultos com idade superior 
a 10 anos: 400 mL ou conforme 
necessidade. 
 Lactentes e crianças até 3 anos: 1 
colher de sopa da solução preparada, 
de meia em meia hora, ou conforme 
orientação médica. 
 Crianças de 3 a 8 anos: 2 colheres das 
de sopa da solução preparada, de meia 
em meia hora, ou conforme orientação 
médica. 
 Crianças maiores de 8 anos e adultos: 3 
colheres das de sopa da solução 
preparada, de meia em meia hora, ou 
conforme orientação médica. 
 A utilização dos soros de reidratação 
oral pode ser feita com dois objetivos. 
o Reposição de perdas para 
prevenir a desidratação no 
paciente com diarréia (Plano 
A), aqui pode escolher soro 
com menor concentração de 
sódio. 
o Reversão da desidratação, ou 
fase de reparação / expansão, 
para o paciente com 
desidratação por diarréia 
(Plano B). 
SORO CASEIRO SORO CASEIRO OU 
SOLUÇÃO SAL AÇÚCAR (SSA) 
 ÁGUA filtrada e/ou fervida: 1 litro + 1 
colher de chá (3,5g) de chá de cozinha 
+ 2 colheres de sopa (40g) de açúcar 
 Preparando o soro caseiro com a 
colher-padrão. 
 Para evitar erros na concentração, a 
UNICEF preconiza a utilização de uma 
colher-padrão (disponível em todo 
posto de saúde): duas medidas rasas 
de açúcar (medida maior da 
colherpadrão), uma medida rasa de sal 
(medida menor da colher-padrão), um 
copo (200ml) de água filtrada e/ou 
fervida. 
 
 
Criança 1 ano e meio, 12kg, com 5 
evacuações semi-liquidas por dia = precisa 
repor 1.000 a 1.200 mL (12x100), zinco vai 
ser 20 mg/dia. 
 
DIARRÉIA COM DESIDRATAÇÃO GRAVE 
PLANO C 
 Indicações venosas: 
o Desidratação grave (>10% do 
peso) 
o Fracasso na TRO (perda de 
peso 2horas / vômitos 
persistentes / não aceitação 
TRO / falha de gastróclise – 
distensão abdominal) 
o Perdas intensas e persistentes 
(pcte com Colera, não 
consegue repor) 
o Distúrbio hidroeletrolítico 
(acidotico, sinais de 
hipernatremia, convulsão) 
o Choque hipovolêmico 
 Diarréia aguda com desidratação grave 
(perda de 10% do peso e outros sinais 
de desidratação), deve-se fazer 
reidratação invasiva (parenteral; 
endovenosa). 
 É indicado ainda quando houver 
fracasso da terapia de reidratação oral 
(TRO) nos outros planos, seja perda de 
peso em 2 duas horas, vômitos 
persistentes, não aceitação do líquido 
e falha na gastróclise (ou se houver 
contraindicação por distensão 
abdominal), todos esses causadores de 
desidratação grave. 
 Nesse caso a hidratação é dividida em 
fases. 
 
FASES HIDRATAÇÃO 
1. EXPANSÃO OU REPARAÇÃO 
 Fase rápida: devemos reidratar, 
expandir a volemia. 
 Reparar o que já perdeu; repor as 
perdas anomais. 
MENORES QUE CINCO ANOS 
Soro fisiológico a 0,9% 
SF 0,9% 20mL/kg a cada 30 
min até melhorar 
10mL/kg RN e cardiopatas 
graves (S.Down) a cada 30 
min até melhorar 
 Iniciar com 20mL/kg. 
 Repetir essa quantidade até que a 
criança esteja hidratada, reavaliando 
os sinais clínicos após cada fase de 
expansão administrada. 
 Avaliar o paciente continuamente. 
MAIORES QUE CINCO ANOS 
Soro Fisiológico a 0,9% 
1º SF 0,9% 30mL/kg 30 minutos 
2º Ringer Lactato 70mL/kg 
2h30min 
 
 
 
OBJETIVOS DA EXPANSÃO 
 
 Desaparecer os sinais de desidratação 
+ reestabelecer função renal (2 – 3 
micções claras e abundantes, com 
densidade urinária menor ou igual a 
1010); 
 Se critérios OK, iniciar manutenção. 
 
2) MANUTENÇÃO 
 Oferecer líquidos para manter o estado 
de hidratação. 
 Líquidos do dia a dia, manutenção da 
homeostase, circulação, pressão, 
diurese. 
 A fase de manutenção se estabelece 
quando, após a fase rápida, a 
desidratação desaparece e uma boa 
diurese se estabelece. 
 Durante a fase de manutenção pode 
ser necessário ajustar a solução se 
houver desequilíbrio de eletrólitos, 
especialmente do sódio. 
 Pode-se ajustar a fase de manutenção 
de acordo com a desidratação e as 
perdas - reposição (Ex: vol de 
Manutenção + 20% até 70% do vol 
calculado). 
 Sempre fazer a reposição e 
manutenção juntos. 
 TODAS as vezes que tem uma criança 
com desnutrição grave, deve 
programar uma manutenção. 
 
 *Ou KCl 19,1% - 1mL para cada 10 
 OBS: esses volumes podem ser 
modificados de acordo com as 
necessidades clinicas e laboratoriais da 
criança. 
 Pode ser necessário ajuste da solução, 
principalmente de sódio, se houver um 
desequilíbrio de eletrólitos, por isso é 
importante que durante o tratamento 
no plano C, principalmente após a fase 
de reparação, realizar um exame de 
sangue principalmente com gasometria 
e dosagem de eletrólitos. 
 Além de manter a hidratação 
alcançada, nessa fase podem ser 
repostas as perdas para alcançar a 
hidratação fisiológica da criança 
(reposição). 
 
3) REPOSIÇÃO 
 Liquido que vai usar a mais para repor 
as percas diarréicas anormais. 
 
 
 
 
 
 
 
EXEMPLO: criança com 18 kg, 
1000 ml + 400 ml (50 x 8 – peso que 
excede). 
1400ml (divide por 5, para saber proporção 
de SF e SG), da 1120ml de soro glicosado 
(280x4) + 280 ml de soro fisiológico. 
Acrescenta-se 28 ml de KCl (2 x 14). 
Faz-se junto a reposição, inicialmente 900 
ml (50 x 18kg), sendo metade de SG e 
metade de SF. 
Então ao final fica (no exemplo dessa 
criança): 
2328 ml de manutenção e reparação em 24 
horas 
1570 ml de SG 
730 SF 28 ml de KCl 
Utiliza-se para a administração do líquido a 
bomba de infusão (ml/h) ou gotejamento 
simples, este é calculado em gotas por 
minuto, da seguinte forma, volume total/ 
3x o número de horas. 
Com o exemploanterior ficaria então: 97 
ml hora na bomba (2328/24) de infusão, ou 
32 gotas por minuto (levando em 
consideração 24 horas). 
 
HIDRATAÇÃO PARENTERAL 
 Uso de bomba de infusão ou calculo 
de gotejamento: 
Nº de gotas / min = volume % 3x 
nº de horas 
 
ANTIEMÉTICOS 
 Em caso de desidratação em uso do 
Plano B com vômitos persistentes, 
para evitar desidratação grave e 
hidratação EV. 
 
 Ondansetrona aumenta: chance de 
interrupção de vômitos na primeira 
hora | aceitação da SRO na primeira 
hora; 
 Ondansetrona diminui: chance de falha 
na TRO | necessidade de hidratação 
parenteral | risco de hospitalização. 
 MS contra-indica o uso na diarréia 
aguda. 
 Em caso de desidratação com vômitos 
persistentes, para evitar desidratação 
grave e hidratação EV. 
 Maximo 4 mg 8/8 ou 12/12 horas, VO 
ou EV, em até 3x ao dia; 0,2 – 0,3 
mg/kg/dose, sublingual. 
 Melhora a interrupção de vômitos e 
melhora aceitação da solução de 
reidratação oral na primeira hora, 
assim reduz falha e o risco de 
hidratação parenteral e hospitalização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANTIMICROBIANOS NA DIARRÉIA 
 Deve ser avaliado somente nos casos 
mais graves de diarréia invasiva (muco, 
pus, sangue), com febre alta, queda no 
estado geral, em desnutridos graves, 
anemia falciforme, RNs e lactentes 
pequenos e nos imunodeprimidos. 
 Os patógenos passíveis de tto com 
ATB: Vibrio cholera, Shigella, 
Campylobacter, ECE Invasiva e 
Giardia/Ameb18. 
 ATENÇÃO = O uso indiscriminado de 
antibióticos pode determinar alteração 
da flora intestinal determinando 
evolução para diarréia prolongada 
(aumenta a duração) ou colite 
pseudomembrano (clostridium). 
 1ª opção costuma ser ceftriaxona, 
para desinteria por shigella. 
o CEFTRIAXONA 50 mg/kg/dose 
1x ao dia por três dias 
 Outra opção é o Sulfametoxazol + 
trimetopim 
o SULFA + TRIMETO 40 
mg/kg/dia 12/12h por cinco 
dias 
 
 
 
 
PROBIÓTICO NA DIARRÉIA 
 Normalmente não é necessário uso de 
probióticos nas DDA, visto que a OMS 
e o MS não os mencionam. 
 ESPGHAN e a diretriz 
ÍberoLatinoamericana consideram que 
determinados probióticos podem ser 
utilizados como coadjuvantes no 
tratamento da diarréia aguda. 
 Podem ser usados após o uso do ATB 
(se der no mesmo dia não faz efeito), 
na diarréia prolongada. 
 Não há demonstração de que os 
probióticos diminuam as perdas 
diarréicas. 
 Saccharomyces boulardii e 
Lactobacillus reuteri 
 TIORFAN – Racecadotrila 1,5mg/kg 
três vezes ao dia 
o ANVISA: não há dados 
suficientes - contraindicado em 
crianças. 
o Reduz a secreção intestinal de 
água e eletrólitos em adultos. 
o Não interfere no tônus ou na 
motilidade intestinal. 
o Contraindicado para menores 
de 3 meses. 
 
 
 
o Encontrada em sachês (pó) 
com 10mg e 30mg (>3 anos) ou 
comprimidos com 
100mg(adultos). 
o O uso deve ser interrompido 
assim que cesse a diarréia 
(sintomático). 
o Contraindicado em casos de 
diarréia com sangue 
(disenteria) nas fezes e febre. 
 
VITAMINA A NA DIARRÉIA 
 Risco aumentado de mortalidade por 
DDA em populações com carência de 
Vit A. 
 Quem tem deficiência de vitamina A e 
diarréia aumenta o risco de 
hospitalização. 
 
 
OUTRAS ALTERNATIVAS 
 Deve-se evitar o uso de inibidores do 
peristaltismo nas DDA na infância 
(contra-indicado). Os inibidores de 
peristaltismo como o Imosec, não deve 
ter utilizado em nenhuma hipótese em 
tratamento de diarréia de crianças. 
 
COMPLICAÇÕES 
 Desidratação; 
 Distúrbios eletrolíticos e ácido básico 
(hiponatreamia, hipocalemia); 
 Desnutrição: decorrente da 
inapetência e vômitos, mau 
aproveitamento dos alimentos e 
catabolismo aumentado. 
 Diarréia Persistente: Ocorre em até 
20% das diarréias agudas, onde 
encontra-se anormalidades da borda 
em escova, da permeabilidade 
intestinal e da flora bacteriana e até 
atrofia vilosi19tária. Principais 
patógenos: 
o ECEP 
o ECEAg 
o Shigella 
o Flora múltipla 
 
INTERNAÇÃO HOSPITALAR 
 Perdas hídricas superiores a 5-10 % do 
peso; 
 Dificuldades para TRO em domicílio; 
 Persistência da diarréia e vômitos 
apesar da TRO (após 2 a 6 horas); 
 Lactente < 3 meses com diarréia e 
vômitos; 
 Desidratação e Desnutrição; 
 É recomendado que as internações 
hospitalares sejam breves, de 1 dia ou 
menos. 
 
ALTA HOSPITALAR 
 Quadro clínico e peso recuperados. 
 Sem necessidade de reposição por via 
nasogástrica ou endovenosa. 
 Aporte de líquidos por via oral igual ou 
superior às perdas. 
 Adequada orientação familiar. 
 Retaguarda médica ambulatorial ou 
por contato telefônico. 
 
 
 
 
IMPORTANTE 
 Identificar rapidamente o estado de 
desidratação da criança e instituir 
terapêutica adequada (VO ou EV) 
(independente do agente etiológico). 
 Procurar impedir a progressão para 
diarréia persistente, a qual ocorre em 
mais de 20% dos casos. 
 Identificar os fatores de risco 
envolvidos e atuar também na 
prevenção de novos episódios. 
 Evitar o ciclo desnutrição-diarréia-
desnutrição intimamente ligado à 
mortalidade da diarréia. 
 
PREVENÇÃO 
 Reduzir a incidência da diarréia a 
médio e longo prazo. 
 Vacinação: Rotavírus (Sarampo outros 
países). 
 Promoção Aleitamento materno 
exclusivo até os seis meses e 
suplementação vitamina A. 
 Promoção hábitos higiene pessoal. 
 Promover quantidade e qualidade 
suplemento água incluindo 
armazenamento seguro da água. 
 Saneamento básico - tratamento água 
e esgoto. 
 Reduzir mortalidade: Reposição fluídos 
e eletrólitos e suplementação de Zinco.

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