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DIREITO PENAL – TEORIA GERAL DA PENA Professora mestre Natália Barroca Natália Gonçalves Barroca Mestre em Direitos Humanos pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Pós graduada lato sensu em Moderna Educação: Metodologias, Tendências e Foco no Aluno, pela PUC-RS. Pós graduada lato sensu em Direito Penal e Processual Penal pela Escola Superior de Magistratura de Pernambuco em convênio com a Faculdade Maurício de Nassau. Graduada em Direito pela Universidade Salgado de Oliveira. Atualmente é professora universitária e Coordenadora do Curso de Graduação em Direito na UNIFAVIP Caruaru/PE e professora universitária na ESTÁCIO Recife/PE. Revisora de conteúdos na Revista da AGU e na Revista Brasileira de Ciências Criminais. Professora de cursos de atualização e de pós-graduação na Escola Superior de Advocacia de Pernambuco - ESA-OAB/PE. Palestrante e escritora. Orientadora de trabalhos de conclusão de cursos de graduação e especialização, na área de Direito Penal, Processo Penal, Criminologia e Direito à saúde. Membro-associada da Associação Brasileira de Pesquisadores em Sociologia do Direito - ABraSD. Membro associada da Associação de Linguagem e Direito - ALIDI. Membro associada da ANDHEP - Associação Nacional de Direitos Humanos, Pesquisa e Pós-Graduação. Membro associada do Conselho Nacional de Pesquisa e Pós- Graduação em Direito - CONPEDI. Membro associada do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais - IBCCRIM. Articulista. Atuou como Conciliadora pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco, no Juizado Especial Cível. Exerceu o cargo de Secretária Parlamentar (Chefe de Gabinete) na Câmara Municipal do Recife. Atuou como Coordenadora do Núcleo de Estudos em Direito Penal da Escola Superior de Advocacia da Ordem dos Advogados do Brasil (ESA/OAB-PE). Professora de Direito Penal da Saúde, na pós graduação lato sensu em Direito Médico e da Saúde do Instituto dos Magistrados do Nordeste - IMN; em Direito Processual Penal na Estácio Recife. Atuou como Colunista semanal sobre Direito da Saúde na Rádio JC News 90,3 FM. Endereço para acessar CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/9837159142100471 EMENTA: EMENTA DA DISCIPLINA 1. TEORIAS DA SANÇÃO PENAL 1.1 TRANSFORMAÇÕES HISTÓRICAS 1.2 TEORIAS E FINALIDADES DAS PENAS 1.3 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS AFETOS À PENA EMENTA DA DISCIPLINA 2. ESPÉCIES DE SANÇÃO PENAL 2.1 PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE 2.2 TIPOS DE PENAS RESTRITIVAS E DE MULTA 2.3 MEDIDAS ALTERNATIVAS, SUBSTITUTIVOS E CONSENSO 2.4 MEDIDAS DE SEGURANÇA EMENTA DA DISCIPLINA 3. CONCURSO DE CRIMES 3.1 OBJETOS, CONCEPÇÕES GERAIS E ESPECÍFIC AS 3.2 TEORIAS E ESPÉCIES 3.3 CÁLCULO DE PENA EMENTA DA DISCIPLINA 4. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 4.1 CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 4.2 IMUNIDADES PENAIS 4.3 PRESCRIÇÃO PENAL 1 - TRANSFORMAÇÕES HISTÓRICAS 2 - TEORIAS E FINALIDADES DAS PENAS 3 - TEORIAS E FINALIDADES DAS PENAS 4 - PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS AFETOS À PENA 5 - PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE 6 - PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE 7 - TIPOS DE PENAS RESTRITIVAS E DE MULTA 8 - MEDIDAS ALTERNATIVAS, SUBSTITUTIVOS E CONSENSO 9 - MEDIDAS DE SEGURANÇA 10 - OBJETOS, CONCEPÇÕES GERAIS E ESPECÍFICAS 11 - TEORIAS E ESPÉCIES 12 - CÁLCULO DE PENA 13 - CÁLCULO DE PENA 14 - CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 15 - IMUNIDADES PENAIS 16 - PRESCRIÇÃO PENAL Sistemática de AVALIAÇÃO • Avaliação 1 (AV1), • Avaliação 2 (AV2), • Avaliação 3 (AV3) Referências: REFERÊNCIAS E BIBLIOGRAFIA Sites: • CÓDIGO PENAL ONLINE: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decret o-lei/Del2848compilado.htm • Lei de Execução Penal – Lei 7210/1984 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L 7210.htm • CONJUR: https://www.conjur.com.br/ • DIZER O DIREITO: https://www.dizerodireito.com.br/ • JurisWay – Provas do Exame da OAB: https://www.jurisway.org.br/provasOAB/ • Qconcursos: https://www.qconcursos.com/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-lei/Del2848compilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-lei/Del2848compilado.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7210.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7210.htm https://www.conjur.com.br/ https://www.dizerodireito.com.br/ https://www.jurisway.org.br/provasOAB/ https://www.qconcursos.com/ Referências: ATENÇÃO: UTILIZE A EDIÇÃO 2022 OU 2023 DISPONIVEL: https://www.editorajuspodivm.com.br/manual-de-direito-penal-parte-geral-20212 ATENÇÃO: UTILIZE A EDIÇÃO 2022 OU 2023 https://www.editorajuspodivm.com.br/manual-de-direito-penal-parte-geral-20212 Recapitulando a TEORIA GERAL DO CRIME.... DIREITO MATERIAL PENAL X DIREITO PROCESSUAL PENAL O que aconteceu? DIREITO PENAL MATERIAL O crime O assassinato de Daniella Perez: https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artig os/559022479/o-assassinato-de-daniella-perez Fato Típico Fato Antijurídico Culpabilidade Conduta Nexo Causal Resultado Tipicidade Exclusão de ilicitude Supra Legal: Consentimento do Ofendido Exclusão de ilicitude Legal: - Legítima Defesa - Estado de Necessidade - Estrito Cumprimento do Dever Legal - Exercício Regular de DireitoImputabilidade Penal Exigibilidade de conduta diversa Potencial conhecimento da ilicitude do ato praticado INFRAÇÃO PENAL VISÃO GERAL DO CONCEITO ANALÍTICO DE INFRAÇÃO PENAL *crimes materiais Fato Típico Fato Antijurídico Culpabilidade Conduta Nexo Causal Resultad o Tipicidad e INFRAÇÃO PENAL @prof.nataliabarroca Cuidado com situações de Ausência de conduta FATO TÍPICO E SEUS ELEMENTOS DIREITO PENAL PROCESSUAL O procedimento/processo O assassinato de Daniella Perez: https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artig os/559022479/o-assassinato-de-daniella-perez Fase pré processual Oferecimento da denúncia ou queixa crime Recebimento ou rejeição da D ou QC Citação Resposta à acusação** Aud. Ins. Julg Diligências Saneamento Sent. Alegações Finais Defesa Preliminar: * 11343/06 * Crimes afiançáveis de responsab. func. púb. Preliminares e teses de absolvição que não sejam de mérito **EXCEÇÕES (suspeição, impedimento, incompetência); QUESTÕES PREJUDICIAIS E PROCEDIMENTOS INCIDENTES Serve para demonstrar e condensar todas as teses de defesas e de acusação Após a RAA, pode haver a absolv. Sumária 397 CPP FATO CRIME CONCEITO DE INFRAÇÃO PENAL E SEUS ELEMENTOS Elementos do crime: POSIÇÃO MAJORITÁRIA Expoentes: Nelson Hungria Aníbal Bruno Magalhães Noronha Francisco de Assis Toledo Cezar Roberto Bitencourt Luiz Regis Prado Critério analítico – SISTEMA TRIPARTIDO • FATO TÍPICO, • FATO ILÍCITO e • AGENTE CULPÁVEL (ou CULPABILIDADE) Elementos do crime: POSIÇÃO MINORITÁRIA Expoentes: René Ariel Dotti Damásio de Jesus Julio Fabbrini Mirabete Critério analítico – SISTEMA BIPARTIDO FATO TÍPICO e ILÍCITO a culpabilidade seria pressuposto de aplicação da pena Fato Típico 1º Fato Antijurídico 2º Culpabilidade 3º Conduta Nexo Causal Resultado Tipicidade Exclusão de ilicitude Supra Legal: Consentimento do Ofendido Exclusão de ilicitude Legal: - Legítima Defesa - Estado de Necessidade - Estrito Cumprimento do Dever Legal - Exercício Regular de Direito Imputabilidade Penal Exigibilidade de conduta diversa Potencial conhecimento da ilicitude do ato praticado INFRAÇÃO PENAL VISÃO GERAL DO CONCEITO ANALÍTICO DE INFRAÇÃO PENAL *CRIMES MATERIAIS INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DA PENA INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DA PENA A Inquisição, foi criada pelo Papa Gregório IX, em 1233. Saiba mais, clica aqui mailto:https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/267601346/saiba-como-surgiu-a-santa-inquisicao-catolica HISTÓRIA DO DIREITO PENAL: FASE DA VINGANÇA PENAL: - VINGANÇA DIVINA - VINGANÇA PRIVADA - VINGANÇA LIMITADA (LEI DE TALIÃO) - VINGANÇA PÚBLICA Recomendação de leitura: FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: história da violência nas prisões. Petrópolis: Editora Vozes, 1987. Disponível gratuitamente em : https://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/centrocultural/foucault_vigiar_punir.pdf https://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/centrocultural/foucault_vigiar_punir.pdfCAPÍTULO I O CORPO DOS CONDENADOS [Damiens fora condenado, a 2 de março de 1757], a pedir perdão publicamente diante da poria principal da Igreja de Paris [aonde devia ser] levado e acompanhado numa carroça, nu, de camisola, carregando uma tocha de cera acesa de duas libras; [em seguida], na dita carroça, na praça de Greve, e sobre um patíbulo que aí será erguido, atenazado nos mamilos, braços, coxas e barrigas das pernas, sua mão direita segurando a faca com que cometeu o dito parricídio, queimada com fogo de enxofre, e às partes em que será atenazado se aplicarão chumbo derretido, óleo fervente, piche em fogo, cera e enxofre derretidos conjuntamente, e a seguir seu corpo será puxado e desmembrado por quatro cavalos e seus membros e corpo consumidos ao fogo, reduzidos a cinzas, e suas cinzas lançadas ao vento. VINGANÇA PRIVADA CONTEMPORÂNEA Fonte: https://180graus.com/ https://180graus.com/ VINGANÇA PRIVADA CONTEMPORÂNEA Fonte: https://www.acritica.com/ https://www.acritica.com/ BANALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA Acidente da Cantora da banda Cavaleiros do Forró BANALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA Acidente da Cantora da banda Cavaleiros do Forró PROTEÇÃO EM FACE DA NÃO REALIZAÇÃO DA AUTOTUTELA Código Penal Exercício arbitrário das próprias razões Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência. Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa. Fonte: correiodoestado.com.br INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DA PENA • 1794 – Influenciado por Pietro Verri, Cesare Bonesana, o marquês de Beccaria escreve a obra INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DA PENA INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DA PENA Teoria do Sistema Panóptico, idealizada por Jeremy Bentham, em 1785; desenvolvida por Michel Foucault, na década de 1970. O Presídio Modelo, prisão construída entre 1926 e 1931 na Isla de la Juventud, em Cuba, abrigou o líder Fidel Castro poucos anos antes da Revolução Cubana. É a única prisão com sistema de vigilância panóptico que foi construída na América Latina. Fonte e imagem: bbc.com Começo da criminalidade em massa e surgimento de novos modelos de penitenciárias atual Casa da Cultura Recife ENCARCERAMENTO EM MASSA, BANALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA/CRIMINALIDADE E O SISTEMA CONTEMPORÂNEO Penitenciária Barreto Campelo. Fonte: Folha PE ENCARCERAMENTO EM MASSA, BANALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA/CRIMINALIDADE E O SISTEMA CONTEMPORÂNEO Presídio Complexo do Curado (antigo Aníbal Bruno) Foto: Reprodução/TV Globo HOSPITAL DE CUSTÓDIA E TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO/ PE Para cumprimento de medida de segurança PENAS PERMITIDAS (art. 32, CP): a) Pena Privativa de Liberdade b) Pena restritiva de direito c) Pena de Multa PENAS PROIBIDAS: Constituição da República Federativa do Brasil Artigo 5º, inciso XLVII: não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada (...); b)de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis. ESPÉCIES DE PENAS NO ORDENAMENTO JURÍDICO Relativa absolutas Realidade do sistema prisional brasileiro Presídio Central de Porto Alegre/RS Fonte: https://www.todamateria.com.br/sistema-carcerario-no-brasil/ Realidade do sistema prisional brasileiro Fonte: https://www.todamateria.com.br/sistema-carcerario-no-brasil/ https://www.todamateria.com.br/sistema-carcerario-no-brasil/ Realidade do sistema prisional brasileiro Fonte: https://www.todamateria.com.br/sistema-carcerario-no-brasil/ https://www.todamateria.com.br/sistema-carcerario-no-brasil/ Realidade do sistema prisional brasileiro Fonte: A Gazeta Estrutura da cela pela LEP (Lei de Execuções Penais nº 7.210/1984) Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório. Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade celular: a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à existência humana; b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados). (...) Art. 90. A penitenciária de homens será construída, em local afastado do centro urbano, à distância que não restrinja a visitação Estrutura da cela pela LEP (Lei de Execuções Penais nº 7.210/1984) Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie; (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) II - recolhimento em cela individual; (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a serem realizadas em instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de objetos, por pessoa da família ou, no caso de terceiro, autorizado judicialmente, com duração de 2 (duas) horas; (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art4 Estrutura da cela pela LEP (Lei de Execuções Penais nº 7.210/1984) IV - direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas diárias para banho de sol, em grupos de até 4 (quatro) presos, desde que não haja contato com presos do mesmo grupo criminoso; (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu defensor, em instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de objetos, salvo expressa autorização judicial em contrário; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) VI - fiscalização do conteúdo da correspondência; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) VII - participação em audiências judiciais preferencialmente por videoconferência, garantindo-se a participação do defensor no mesmo ambiente do preso. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art4 Estrutura da cela pela LEP (Lei de Execuções Penais nº 7.210/1984) Art. 39. Constituem deveres do condenado: (...) IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento; X - conservação dos objetos de uso pessoal. Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o disposto neste artigo. Estrutura da cela pela LEP (Lei de Execuções Penais nº 7.210/1984) Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física e moral dos condenados e dos presos provisórios. Art. 41 - Constituem direitos do preso: I - alimentação suficiente e vestuário; II - atribuição de trabalho e sua remuneração; III - Previdência Social; IV - constituição de pecúlio; V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação; Estrutura da cela pela LEP (Lei de Execuções Penais nº 7.210/1984) VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena; VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo; IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado; X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados; XI - chamamento nominal; XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena; XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento; Estrutura da cela pela LEP (Lei de Execuções Penais nº 7.210/1984) XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito; XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes. XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da autoridade judiciária competente. (Incluído pela Lei nº 10.713, de 2003) Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento. Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medida de segurança, no que couber, o disposto nesta Seção. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.713.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.713.htm#art1 Disposições das SANÇÕES PENAIS no Código Penal Princípios gerais do Direito PRINCÍPIOS RELACIONADOS À PENA: ✓ Princípio da reserva legal ou da estrita legalidade; ✓ Princípio da anterioridade; ✓ Princípio da dignidade da pessoa humana/humanidade ou humanização das penas; ✓ Princípio da individualização da pena: nos âmbitos LEGISLATIVO, JUDICIAL e de EXECUÇÃO; ✓ Princípio da proporcionalidade; ✓ Princípio da pessoalidade, da personalidade, da intransmissibilidade, da intranscendência ou da responsabilidade pessoal (art. 5º, XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido, CRFB/88) CONCURSO DE PESSOAS Quanto ao número de pessoas para caracterização de conduta penal: - Crimes plurissubjetivos (concurso necessário) Ex.: Associação Criminosa Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes: (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (...) Quanto à pena: dosimetria do crime plurissubjetivo e de cada um dos crimes correlatos - Crimes unissubjetivos ou monossubjetivos (concurso eventual) Quanto à pena: dosimetria em face de uma infração penal apenas, porém com causa/circunstância que aumentará a pena da infração praticada, conforme conduta praticada por cada agente TEORIAS - Teorias quanto ao instituto de concurso de pessoas - Teorias quanto à autoria (ou coautoria) - Teorias quanto à participação (conduta acessória) TEORIAS - Teorias quanto ao instituto de concurso de pessoas a) Teoria monista (ou teoria unitária ou igualitária): adotada, como regra, no ordenamento jurídico brasileiro b) Teoria pluralista (ou pluralística ou da cumplicidade do crime distinto ou da autonomia da cumplicidade): adotada, excepcionalmente, no ordenamento jurídico brasileiro c) Teoria dualista: embora não adotada, mas as exceções ao caput do art. 29 (Participação de menor importância; e cooperação dolosamente distinta) se aproximam da ideia da teoria dualista Teoria monista Teoria pluralista Teoria dualista Ex.: Art. 157, CP Ex.: art. 124 e art. 126 art. 235, caput e art. 235, §1º art. 317 e art.333 *o que mais se assemelha da ideia desta teoria: Art. 29, §2º, 1ª parte: Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste Hipóteses quanto às teorias do concurso de pessoas TEORIAS - Teorias quanto à autoria (ou coautoria) a) Teoria subjetiva ou unitária b) Teoria extensiva c) Teoria objetiva, restritiva ou dualista, que se subdivide em três: c.1) teoria objetivo-formal* c.2) teoria objetivo-material c.3) teoria do domínio do fato (acolhida na ação penal 470 STF – conhecida como “Mensalão”; e pelo art. 2º, §3º, da lei 12.850/2013 – Lei do Crime Organizado: “a pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou coletivo, da organização criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos de execução”) *adotada pelo art. 29, caput, do CP Requisitos para o Concurso de pessoas CONCURSO DE PESSOAS (base legal: art. 29 CP*) Regra: Teoria Monista ou Unitária Crimes unissubjetivos (concurso eventual) Requisitos: a) Pluralidade de agentes e de condutas; 2 ou + pessoas b) Relevância causal de cada conduta; c) Identidade de infração penal; d) Liame subjetivo entre os agentes; e) existência de fato punível (que o fato tenha atingido, no mínimo, a fase do início da execução) *atenção aos casos de previsibilidade no texto do artigo do tipo penal Prévio ou instantâneo Consequências do Concurso de pessoas Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29 Agravantes no caso de concurso de pessoas Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - coage ou induz outrem à execução material do crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art62 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art62 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art62 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art62 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art62 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art62 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art62 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art62 Concurso de pessoas (eventual) Exemplos Constrangimento ilegal Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Aumento de pena § 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas. Violação de domicílio Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. § 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o empregode violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência. (...) Art.155 (...) Furto qualificado § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; III - com emprego de chave falsa; IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. Roubo Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018) I – (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018) II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; (...) ATENÇÃO PARA REGRA DE CONCURSO DE MAJORANTES ESPECÍFICAS Extorsão Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade. Alteração de limites Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia: Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. § 1º - Na mesma pena incorre quem: (...) Esbulho possessório II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório. Crimes contra a dignidade sexual Aumento de pena Art. 226. A pena é aumentada: (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11106.htm#art226 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11106.htm#art226 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11106.htm#art226i Concurso de pessoas (necessário) Exemplos Paralisação de trabalho, seguida de violência ou perturbação da ordem Art. 200 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência contra pessoa ou contra coisa: Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. Parágrafo único - Para que se considere coletivo o abandono de trabalho é indispensável o concurso de, pelo menos, três empregados. Associação Criminosa Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes: (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente. (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) Constituição de milícia privada (Incluído dada pela Lei nº 12.720, de 2012) Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Código: (Incluído dada pela Lei nº 12.720, de 2012) Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. (Incluído dada pela Lei nº 12.720, de 2012) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12850.htm#art24 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12850.htm#art24 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12850.htm#art24 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12850.htm#art24 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12720.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12720.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12720.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12720.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12720.htm#art4 Motim de presos Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da prisão: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência. Lei 12.850/2013 – Lei do Crime Organizado Art. 1º Esta Lei define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal a ser aplicado. § 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional. Espécies de autoria a) Autoria b) Autoria mediata c) Coautoria (parcial/funcional; direta/material) d) Autorial colateral e) participação Previsibilidade de AUTORIA MEDIATA no Código Penal: a) instigação ou determinação a cometer o crime por alguém sujeito à sua autoridade que seja inimputável penalmente (o executor do fato) em virtude de condição ou qualidade pessoal (CP, art. 62, III); b) Coação Moral Irresistível (CP, art. 22); c) Obediência Hierárquica (CP, art. 22); d) Erro de tipo escusável, provocado por terceiro (CP, art.20, §2º); e) Erro de proibição escusável, provocado por terceiro (CP, art.21, caput). Crime impossível (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) AUTORIA COLATERAL E CRIME IMPOSSÍVEL http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art17 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art17 ATENÇÃO: CRIMES MULTITUDINÁRIOS São aqueles cometidos entre as multidões, para isso temos o linchamento, saque, etc. Precisa-se verificar se existe um liame psicológico ou não entre os participantes. TEORIAS - Teorias quanto à participação (conduta acessória) a) Acessoriedade mínima; b) Acessoriedade limitada*; c) Acessoriedade máxima ou extrema; d) Hiperacessoriedade. *corrente majoritária Requisitos da PARTICIPAÇÃO: 1) Intenção e conhecimento em colaborar para a conduta do autor (consciência da realização da conduta e intenção do autor do fato principal); 2) Colaboração efetiva. Tipos de PARTICIPAÇÃO: a) Moral: a1.Induzimento a2. Instigação b) Material Atenção ao tipo próprio de autoria em participação de suicídio ou automutilação (art. 122) Temas em destaque para a PARTICIPAÇÃO: - Participação inócua - Participação impunível - Participação em cadeia - Participação sucessiva Consequência da participação: Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) aplicável apenas aos partícipes/titulares de conduta acessória § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de11.7.1984) aplicável tanto a coautores, quanto a partícipes Circunstâncias, condições e elementares Art.30 Circunstâncias incomunicáveis Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art30 Autoria e Nexo Causal: causas independentes - Causas RELATIVAMENTE independentes a) Preexistentes b) Concomitantes c) supervenientes - Causas ABSOLUTAMENTE independentes a) Preexistentes b) Concomitantes c) supervenientes Casos de impunibilidade Casos de impunibilidade Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art31 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art31 Concurso de Crimes Concurso material Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art69 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art69 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art69 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art69 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art69 Concurso formal Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Idênticos = homogêneo Não idênticos = heterogêneo http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art70 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art70 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art70 Crime continuado Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art71 Multas no concurso de crimes Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art72 SISTEMAS DE APLICAÇÃO DE PENA NO CONCURSO DE CRIMES Sistema do cúmulo material Somatório das penas ▪ Concurso material (art.69, CP); ▪ Concurso formal impróprio (art.70, caput, 2ª parte, CP); ▪ Concurso das penas de multa (art. 72, CP). Sistema de exasperação Aplica-se a pena mais grave dentre as cominadas aos crimes praticados, majorada do quantum fixado em lei ▪ Concurso formal próprio (art.70, caput, 1ª parte, CP)*; ▪ Continuidade delitiva (art.71, CP). *possibilidade de incidência do cúmulo material mais benéfico Sistema de absorção A pena aplicada ao crime mais grave absorve as demais, que não são aplicadas Lei 11.101/2005 – Lei de Falências ** **ainda sem jurisprudência sobre o tema CONCURSO DE CRIMES – REGRAS DE APLICAÇÃO Concurso material Concurso formal Crime continuado Próprio/ perfeito Impróprio/ imperfeito Crime comum (art. 71, caput) Crime específico (art. 71, par. único) Quant. de condutas Mais de uma Uma só Uma só MAIS DE UMA Quantidade de crimes Duas ou mais (idênticos ou não) Duas ou mais da mesma espécie Aplicação de pena Cúmulo material Exasperação *obs. Cúmulo material Exasperação *obs. Acréscimo - De 1/6 até 1/2 - De 1/6 até 2/3 triplica *Obs.: possibilidade de incidência do cúmulo material mais benéfico Concurso formal próprio/perfeito. Regras de exasperação: Quantidade de crimes Aumento 2 crimes 1/6 3 crimes 1/5 4 crimes 1/4 5 crimes 1/3 6 crimes ou mais 1/2 Crime continuado – crime comum. Regras de exasperação: Quantidade de crimes Aumento 2 crimes 1/6 3 crimes 1/5 4 crimes 1/4 5 crimes 1/3 6 crimes 1/2 7 crimes ou mais 2/3 Atenção: STJ entende que: “A jurisprudência desta Corte consolidou-se no sentido da existência de um delito único quando apreendidas mais de uma arma, munição, acessório ou explosivo em posse do mesmo agente, dentro do mesmo contexto fático, não havendo que se falar em concurso material ou formal entre as condutas, pois se vislumbra uma só lesão de um mesmo bem tutelado” (HC 362.157/RJ). Vamos treinar? Dosimetria da PPL FASES DA PERSECUÇÃO PENAL INVESTIGAÇÃO AÇÃO PENAL - Inquérito Policial (arts. 4º ao 23, CPP) - T. C. O. (Lei 9099/95) - P.I.C. (Procedimento Investigatório Criminal do MP) - Militares (inquérito militar) - Comissão Parlamentar de Inquérito - Inquérito nos casos de infrações cometidas na sede ou dependência do SFT (RISTF, art.43) - Súmula 397 STF: O poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em caso de crime cometido nas suas dependências, compreende, consoante o regimento, a prisão em flagrante do acusado e a realização do inquérito. Finalidade: aplicação do Jus Puniendi Código Penal, arts. 100 ao 106 CPP – art. 24 e seguintes Importante: Decadência do direito de queixa ou de representação Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Fase pré processual Oferecimento da denúncia ou queixa crime Recebimento ou rejeição da D ou QC Citação Resposta à acusação** Aud. Ins. Julg Diligências Saneamento Sentença Alegações Finais Defesa Preliminar: * 11343/06 * Crimes afiançáveis de responsab. func. púb. Serve para demonstrar e condensar todas asteses de defesas e de acusação Após a RAA, pode haver a absolv. Sumária 397 CPP Preliminares e teses de absolvição que não sejam de mérito **EXCEÇÕES (suspeição, impedimento, incompetência); QUESTÕES PREJUDICIAIS E PROCEDIMENTOS INCIDENTES Dosimetria Síntese do procedimento comum *Em regra FATO 1ª FASE DA DOSIMETRIA DA PENA Furto Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. § 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico. Furto qualificado § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; III - com emprego de chave falsa; IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. Vamos analisar um tipo penal... Estrutura da Sentença: CPP. Art. 381. A sentença conterá: I - os nomes das partes ou, quando não possível, as indicações necessárias para identificá-las; II - a exposição sucinta da acusação e da defesa; III - a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão; IV - a indicação dos artigos de lei aplicados; V - o dispositivo; VI - a data e a assinatura do juiz. CPP. Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: I - mencionará as circunstâncias agravantes ou atenuantes definidas no Código Penal, e cuja existência reconhecer; II - mencionará as outras circunstâncias apuradas e tudo o mais que deva ser levado em conta na aplicação da pena, de acordo com o disposto nos arts. 59 e 60 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). III - aplicará as penas de acordo com essas conclusões; (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido; (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). V - atenderá, quanto à aplicação provisória de interdições de direitos e medidas de segurança, ao disposto no Título Xl deste Livro; VI - determinará se a sentença deverá ser publicada na íntegra ou em resumo e designará o jornal em que será feita a publicação (art. 73, § 1o, do Código Penal). Art. 387. § 1o O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, a imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento de apelação que vier a ser interposta. (Incluído pela Lei nº 12.736, de 2012) § 2o O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de internação, no Brasil ou no estrangeiro, será computado para fins de determinação do regime inicial de pena privativa de liberdade. (Incluído pela Lei nº 12.736, de 2012) Cabimento da Detração CP. Cálculo da pena Sistema Nelson Hungria Art. 68 - A pena-base será fixada (se o crime é simples ou qualificado (doloso ou preterdoloso)/ culposo) atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código (1ª fase da dosimetria); em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes (2ª fase da dosimetria); por último, as causas de diminuição e de aumento MINORANTES ou MAJORANTES – fração e multiplicação (3ª fase da dosimetria). (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art68 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art68 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art68 Roubo Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. Vamos analisar um tipo penal... Fato Típico 1º Fato Antijurídico 2º Culpabilidade 3º Conduta Nexo Causal Resultado Tipicidade Exclusão de ilicitude Supra Legal: Consentimento do Ofendido Exclusão de ilicitude Legal: - Legítima Defesa - Estado de Necessidade - Estrito Cumprimento do Dever Legal - Exercício Regular de DireitoImputabilidade Penal Exigibilidade de conduta diversa Potencial conhecimento da ilicitude do ato praticado INFRAÇÃO PENAL VISÃO GERAL DO CONCEITO ANALÍTICO DE INFRAÇÃO PENAL DOSIMETRIA DA PPL – vide art. 59, CP: Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Lembrando que o TIPO PENAL nos diz qual pena a ser aplicada, se só PPL, se PPL + PM, PM ou PPL e/ou PM; e se PPL, se será Reclusão ou Detenção Circunstâncias judiciais da PRIMEIRA FASE Relaciona-se com os princípios da PROPORCIONALIDADE, RAZOABILIDADE e INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENAL DOSIMETRIA DA PPL – vide art. 59, CP: Art. 59 II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Vamos lembrar que a PRIMEIRA e a SEGUNDA FASES o magistrado fica restrito dentro do limite mínimo e máximo de penal previsto no tipo penal, não poderá diminuir do limite mínimo, nem aumentar do limite máximo, exceto na TERCEIRA FASE DETRAÇÃO III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) REGIMES FECHADO, SEMI ABERTO ou ABERTO, vide art. 33 do CP DOSIMETRIA DA PPL – vide art. 59, CP: Art. 59 IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Substituição por PRD (Requisitos da PRD no art. 43, do CP) ou outra sanção alternativa ou por Suspensão Condicional de Execução da Pena (sursis) PRIMEIRA FASE DA DOSIMETRIA DA PPL - Fixação em CRIME SIMPLES ou CULPOSO ou CRIME QUALIFICADO + 8 CJ do art. 59CP STJ: (...) Havendo mais de uma qualificadora do delito, é possível que uma delas seja utilizada como tal e as demais sejam consideradas como circunstâncias desfavoráveis, seja para agravar a pena na segunda etapa da dosimetria, seja para elevar a pena-base na primeira fase do cálculo. (...) (HC 377.108/RJ, Relator Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 10/04/2018, DJe 17/04/2018). 6. Recurso provido. Habeas corpus concedido de ofício para readequar a pena. PRIMEIRA FASE DA DOSIMETRIA DA PPL - Fixação em CRIME SIMPLES ou CULPOSO ou CRIME QUALIFICADO; - Análise das circunstâncias judiciais previstas no caput do art. 59, CP (lembrando que são oito, mas na verdade, devemos considerar apenas SETE, conforme superiores tribunais, que entendem que COMPORTAMENTO DA VÍTIMA, não deve interferir no cálculo de pena): ❑Culpabilidade – juízo de reprovação da conduta ❑Antecedentes ❑Conduta social ❑Personalidade do agente ❑Motivos ❑Circunstâncias do crime ❑Conseqüências do crime ❑Comportamento da vítima - NEUTRO A doutrina recomenda que, para cada circunstância, a base de cálculo seja de 1/8 da pena base; a jurisprudência entende que seja 1/6 (USE ESTE – menor fração descrita no CP). PROCESSO Nº: 0000711-38.2017.8.18.0032 CLASSE: Ação Penal - Procedimento Ordinário Autor: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ - 5ªPROMOTORIA DE JUSTIÇA DE PICOS/PI Réus: ALAN FREITAS MATIAS, ANTONIO CARLOS MATIAS DA SILVA, JOSÉ AYRTON FERREIRA DA SILVA, THOMAZ DA SILVA CHAVES Vítima: ANTONIO DA SILVA NETO, MANOEL DOS SANTOS NETO (...) (...) estavam em sua residência quando foram surpreendidos por três elementos, dois encapuzados e um mostrando o rosto; que um dos elementos estava armado com uma faca e rendeu o declarante e seu irmão enquanto os outros dois faziam o arrastão; que o elemento que estava com a faca era o que estava sem capuz; que foi subtraído do declarante uma quantia em dinheiro de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), dois relógios além de uma carteira com várias folhas de cheque, cartão de banco e documentos como titulo de eleitor, RG, CPF, cartão do SUS e um aparelho de celular Motorola 3ª geração; (); que o declarante acionou a polícia militar e repassou as características dos assaltantes; que o declarante reconheceu um dos assaltantes pelas características físicas, sendo ele o Cacá; que o declarante repassou as características dos assaltantes para a polícia militar que em posse dos dados, chegou as pessoas de ALAN FREITAS MATIAS e o ANTONIO CARLOS MATIAS DA SILVA, vulgo Cacá; Que o policial encontrou com o ALAN parte do dinheiro, sendo que ele confessou a participação no roubo; Que o declarante viu o Cacá confessando a participação no roubo; Que a pessoa conhecida como BINGA foi apontada pelo ALAN e pelo Cacá como sendo o terceiro envolvido no assalto; que após as diligências, que o policial militar descobriu que uma parte dos produtos do roubo estava com um rapaz conhecido por ANTONIO CACHOEIRA; que reconhece o ALAN e o Cacá, como sendo os responsáveis pelo roubo(...). (trecho extraído do depoimento de fl. 23, e confirmado em juízo DVD 169) (...) Estrutura da Sentença: CPP. Art. 381. A sentença conterá: I - os nomes das partes ou, quando não possível, as indicações necessárias para identificá-las; II - a exposição sucinta da acusação e da defesa; III - a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão; IV - a indicação dos artigos de lei aplicados; V - o dispositivo; VI - a data e a assinatura do juiz. DISPOSITIVO Dirimida de forma positiva a responsabilidade dos acusados, impõe-se a emissão de um juízo de procedência total da pretensão punitiva estatal contida na inicial, razão pela qual JULGO PROCEDENTE a pretensão punitiva do Estado e via de consequência CONDENO os réus ALAN FREITAS MATIAS e ANTONIO CARLOS MATIAS DA SILVA, nas sanções do art. 157, parágrafo 2º, incisos I , II, V, do Código Penal vigente. Art. 157 - Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. Tendo em vista o princípio constitucional da individualização da pena (art. 5º, XLVI, da Constituição Federal) corroborado pelas disposições ínsitas no art. 59 do código Penal, passo à análise das circunstâncias judiciais para fixação da pena-base cominada, bem como das circunstâncias legais para fixação da pena definitiva: 1. DO ACUSADO ALAN FREITAS MATIAS Na apreciação das circunstâncias judiciais, no que se refere a culpabilidade, verificando a intensidade do dolo, por intensidade do dolo se deve entender a maior ou menor afirmação da mens rea (“mente culpada”). O dolo tem uma escala, que vai desde uma intervenção mínima de consciência e vontade até o pleno domínio da inteligência sobre a volição. Intensidade do dolo é o grau de determinação consciente com que se realiza a ação criminosa. Conclui-se que no caso em análise, trata-se de dolo direto, intensidade elevada, emanado da livre e consciente vontade de praticar o delito. Quanto aos antecedentes o acusado é considerado primário. A conduta social e personalidade não restou esclarecida, motivo pelo qual não deve exasperar a pena. As circunstâncias que cercaram a prática da infração penal é relevante pois praticado com premeditação, sendo que um estava encapuzado para não ser reconhecido pelas vítimas. Considerando que, tendo em conta as consequências do crime, graves, pois a res não foi recuperada na sua totalidade pelas vítimas, além do trauma causado a uma delas que tem problemas de saúde. Os motivos são os precedentes que levam a ação, pois para obtenção de dinheiro fácil. As vítimas não contribuíram para a facilidade da ação criminosa. Assim, fixo-lhe a pena base do crime tipificado no Art. 157 do C.P., levando em consideração 4 circunstancias negativas (acima sublinhadas), em 06 (seis) anos de reclusão, e dez (10) dias multa. FRAÇÃO DE 1/8 UTILIZADA PARA CADA CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL ATENUANTES E AGRAVANTES Na segunda fase, não há agravantes. Considero existir atenuante da confissão e de ser o réu menor de 21 anos na data do fato (artigo 65, inciso I e III, alínea "d", do Código Penal), pelo que reduzo a pena para 04 (quatro) anos de reclusão. CAUSAS DE DIMINUIÇÃO OU AUMENTO Na terceira fase, considerando que não milita em favor do acusado causa de diminuição e considerando as causas de aumento dos incisos I, II e V do parágrafo 2º do art. 157 do CP, aumento a pena em 1/2 (metade), considerando a quantidade das qualificadoras (3), ficando definitivamente dosada de 6 anos de reclusão, e quinze (15) dias multa, sendo cada dia multa no valor correspondente a um trigésimo do salário mínimo vigente na época dos fatos devidamente corrigido. O regime inicial de cumprimento da pena será o semiaberto, por força do Artigo 33, parágrafo 2º, alínea "b", considerando o quantum da pena, devendo ser cumprido em local adequado, qual seja, Colônia Penal Agrícola Major César Oliveira. Deixo de aplicar a substituição da pena privativa de liberdade por restrita de direitos ante a ausência dos requisitos do art. 44, do CP, tratando-se de pena superior a 4 (quatro) anos. Incabível o sursis pois ausente o requisito objetivo temporal, tratando-se de pena superior a 2 (dois) anos. Continua.... Em atenção ao disposto no art. 387, §2º do CPP (§ 2o O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de internação, no Brasil ou no estrangeiro, será computado para fins de determinação do regime inicial de pena privativa de liberdade. (incluído pela Lei nº 12.736, de 2012)), deixo de comutar a quantidade de tempo de cumprimento de prisão provisória para o acusado uma vez que continuará acima de 4 anos, portanto em regime semiaberto e ainda não cumprido 1/6 da pena. Deixo de aplicar valor a título de reparação dos danos, na forma do artigo 387, IV do CPP, porque não foi requerido pelo Ministério Público e pelas vítimas, fundamental para que houvesse ampla defesa. Culpabilidade: Diferente de CULPABILIDADE como integrante do conceito analítico de infração penal. Aqui, na dosimetria da PPL, a CULPABILIDADE relaciona-se ao JUÍZO DE REPROVAÇÃO DO AGENTE/CONDUTA. STJ: ”É certo que a existência de elementares do tipo penal não constituem fundamentos idôneos para elevar a pena-base, entretanto a maior reprovabilidade da culpabilidade do paciente foi justificada, pois, além de induzir a vítima a realizar a compra de veículo mediante conversa enganosa, houve adoção de artifícios escusos para manter a credibilidade do delito, como a falsificação da assinatura no documento de transferência do veículo. Considerando que o delito foi cometido em detrimento de vítima que conhecia o autor e lhe depositava total confiança, resta justificado o aumento da pena-base em razão da consideração desfavorável das circunstâncias do crime.’ (HC 332.676/PE, Rel. Ministro ERICSON MARANHO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), SEXTA TURMA, julgado em 17/12/2015, DJe 03/02/2016) ANTECEDENTES: Representa a vida pregressa do acusado, antes do crime praticado no processo que está em análise. “É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena- base” (Súmula 444/ STJ). Não confunda com REINCIDÊNCIA. “O conceito de maus antecedentes, por ser mais amplo, abrange não apenas as condenações definitivas por fatos anteriores cujo trânsito em julgado ocorreu antes da prática do delito em apuração, mas também aquelas transitadas em julgado no curso da respectiva açãopenal, além das condenações transitadas em julgado há mais de cinco anos, as quais também não induzem reincidência, mas servem como maus antecedentes” (HC 185.894/MG – Sexta Turma – Nefi Cordeiro – Dje 05/02/2016). Maus Antecedentes X Reincidência Diferenciando MAUS ANTECEDENTES e REINCIDÊNCIA CP, art.63: Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior COMO ERA: Maus antecedentes podem ser eternos? Análise do julgamento do HC 162.305-S Vide texto: https://www.conjur.com.br/2019-jan- 27/thiagofilippo-maus-antecedentes- podem-ou-nao-eternos COMO ESTÁ 2020.2: Pena extinta há mais de cinco anos pode caracterizar mau antecedente, diz STF Vide texto: https://www.conjur.com.br/2020-ago- 18/pena-extinta-cinco-anos-mau- antecedente-stf https://www.conjur.com.br/2019-jan-27/thiagofilippo-maus-antecedentes-podem-ou-nao-eternos https://www.conjur.com.br/2019-jan-27/thiagofilippo-maus-antecedentes-podem-ou-nao-eternos https://www.conjur.com.br/2019-jan-27/thiagofilippo-maus-antecedentes-podem-ou-nao-eternos https://www.conjur.com.br/2020-ago-18/pena-extinta-cinco-anos-mau-antecedente-stf https://www.conjur.com.br/2020-ago-18/pena-extinta-cinco-anos-mau-antecedente-stf https://www.conjur.com.br/2020-ago-18/pena-extinta-cinco-anos-mau-antecedente-stf Súmula 636 STJ: A folha de antecedentes criminais é documento suficiente a comprovar os maus antecedentes e a reincidência. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 26/06/2019, DJe 27/06/2019 Disponível em: https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2019/07/sc3bamula-636-stj.pdf https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2019/07/sc3bamula-636-stj.pdf Linha do tempo criminal de Pedro 05.05.2012 Pedro pratica um roubo 06.06.2013 Pedro é condenado pelo roubo, mas recorre da sentença 07.07.2013 Pedro pratica um furto 08.08.2013 Pedro sentença do roubo transita em julgado 09.09.2013 Pedro é condenado pelo furto: Não é reincidente, mas tem maus antecedentes “Outras consequências da reincidência Além de ser uma agravante, a reincidência produz inúmeras outras consequências negativas para o réu. Vejamos as principais: a) torna mais gravoso o regime inicial de cumprimento de pena (art. 33, § 2º do CP); b) o reincidente em crime doloso não tem direito à substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos (art. 44, II); c) o reincidente em crime doloso não tem direito à suspensão condicional da pena – sursis (art. 77, I), salvo se condenado apenas a pena de multa (§ 1º do art. 77); d) o réu reincidente não poderá ser beneficiado com o privilégio no furto (art. 155, § 2º), na apropriação indébita (art. 170), no estelionato (art. 171, § 1º) e na receptação (art. 180, § 5º, do CP); e) a reincidência impede a concessão da transação penal e da suspensão condicional do processo (arts. 76, § 2º, I e 89, caput da Lei nº 9.099/95); f) no concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência (art. 67 do CP); g) influencia no tempo necessário para a concessão do livramento condicional (art. 83); h) o prazo da prescrição executória aumenta em 1/3 se o condenado é reincidente (art. 110) (obs.: não influencia na prescrição da pretensão punitiva); i) é causa de interrupção da prescrição executória (art. 117, VI); j) é causa de revogação do sursis (art. 81, I e § 1º), do livramento condicional (art. 86, I e II, e art. 87) e da reabilitação, se a condenação for a pena que não seja de multa (art. 95)” (DIZERODIREITO) Reincidência Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 64 - Para efeito de reincidência: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art63 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art63 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art64 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art64 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art64 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art64 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art64 Trânsito em julgado Não há reincidência Cumprimento da pena Reincidência Ficta 05 anos após cumprimento da pena Reincidência Real Não há reincidência Após 05 anos Vamos com calma, entender a REINCIDÊNCIA Fonte imagem: portaljurisprudencia.com.br Atenção Bora de exemplo... Trânsito em julgado Não há reincidência Cumprimento da pena Reincidência Ficta 05 anos após cumprimento da pena Reincidência Real Não há reincidência Após 05 anos Maus antecedentes Atenção: No HC 453.437-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 04/10/2018, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que condenações anteriores pelo delito do art. 28 da Lei n. 11.343/2006 não são aptas a gerar reincidência. Informativo 636 STJ. CONDUTA SOCIAL DO AGENTE: Está relacionada ao comportamento do acusado em sua forma de relação social, familiar, de trabalho e na esfera de convivência com as demais pessoas em sociedade. Cuidado! Entendimento do STJ é de que condenações passadas não podem ser utilizadas com argumento de ser circunstância desfavorável ao réu quanto à sua conduta social: 1. A utilização de condenações com trânsito em julgado anteriores para negativar a conduta social era admitida porque os antecedentes judiciais e os antecedentes sociais se confundiam na mesma circunstância, conforme o art. 42 do Código Penal anterior à reforma de 1984. Essa alteração legislativa, operada pela Lei n. 7.209/1984, especificou os critérios referentes ao autor, desmembrando a conduta social e a personalidade dos antecedentes. 2. Esse tema possuía jurisprudência pacificada no âmbito da Quinta e Sexta Turmas do Superior Tribunal de Justiça, que admitiam a utilização de condenações com trânsito em julgado como fundamento para negativar não só o vetor antecedentes, como também a conduta social e a personalidade. Mudança de orientação no âmbito da Quinta Turma. 3. Em atenção ao princípio da individualização das penas, as condenações com trânsito em julgado não podem servir como fundamento para a negativação da conduta social. (REsp 1760972/MG, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 08/11/2018, DJe 04/12/2018) PERSONALIDADE DO AGENTE: Trata-se da visão sobre o estado psíquico do acusado, razão pela qual, só pode ser comprovada mediante estudo por profissionais da área de saúde mental, na esfera do processo penal. STJ: A consideração desfavorável da personalidade do agente, nesse sentido, deve ser aferida a partir do seu modo de agir, podendo-se avaliar a insensibilidade acentuada, a maldade, a desonestidade e a perversidade demonstrada e utilizada pelo criminoso na consecução do delito. Sua aferição somente é possível se existirem, nos autos, elementos suficientes e que efetivamente possam levar o julgador a uma conclusão segura sobre a questão. Nesses termos, a Sexta Turma, em recente julgado – cuja ratio decidendi é perfeitamente aplicável no presente caso –, considerou que "a valoração negativada vetorial conduta social com base em condenações definitivas por fatos anteriores é ilegal, pois estas se prestariam ao sopesamento negativo da circunstância judicial relativa aos antecedentes" (HC 457.039/SC, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 18/10/2018, DJe 07/11/2018). Vê-se, pois, que não há justificativa para se aplicar o referido entendimento para o vetor da conduta social e desprezá-lo no que tange à personalidade, haja vista que, reitere-se, a razão de decidir é a mesma. No mesmo sentido, a Quinta Turma deste Tribunal Superior consolidou o entendimento de que "condenações transitadas em julgado não constituem fundamento idôneo para análise desfavorável da personalidade ou da conduta social do agente. “Este Sodalício entende que, para se atestar a personalidade negativa do réu, o magistrado deve utilizar-se de elementos concretos inseridos nos autos, justificantes da exasperação da pena-base cominada, sendo prescindível a realização de laudo pericial para tal constatação.” (AgRg no REsp 1.406.058/RS, j. 19/04/2018) MOTIVOS DO CRIME: Se não for a qualificadora do crime, nem servir de agravante, poderá ser utilizada como uma forma de esclarecer o “porquê” daquela prática criminosa. CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME: Relaciona-se ao modus operandi do agente, em maior ou menor gravidade empregada ao fato, analisando-se, para tanto, as condições de tempo, lugar, relação do agente com a vítima, forma de como o crime aconteceu, quais os instrumentos utilizados, etc., desde que não sejam qualificadores ou agravantes, para que não se caracterize bis in idem, ou seja, dupla punição pelo mesmo fato/aspecto, o que é proibido no ordenamento jurídico. CONSEQUÊNCIAS DO CRIME: São os efeitos do crime, em face dos resultados causados tanto para a vítima, quanto, se for o caso, para seus familiares ou para toda a sociedade. “As consequências do crime consistem no conjunto de efeitos danosos provocados pelo crime. No caso em tela, essa circunstância mostrou-se de gravidade superior àquela esperada como decorrência da grave ameaça de um crime comum de roubo. Isso porque o crime em análise acarretou danos psicológicos à genitora da vítima, que inviabilizou até sua presença em juízo, e, especialmente, a seu filho, que desenvolveu, desde então, síndrome do pânico. Destarte, malgrado o aumento padrão sugerido da pena-base seja de 1/8, o aumento na fração de 1/6 mostrou-se proporcional à gravidade da circunstância valorada” (HC 401.764/SP, DJe 07/12/2017). STJ A pena-base foi fixada acima do mínimo legal por meio de fundamentação adequada, considerando que o paciente obteve considerável lucro em razão da conduta delitiva, em detrimento de grave prejuízo imposto aos cooperados. A fundamentação, bem assim o quantum de aumento se mostram idôneos, uma vez que as circunstâncias judiciais ultrapassam em muito os elementos intrínsecos ao tipo penal, o que indica maior reprovabilidade do ilícito, a ensejar reprimenda também mais gravosa, em obediência ao princípio da individualização da pena.” (AgRg no HC 463.788/SP, j. 13/11/2018) STJ Em relação às consequências do crime, que devem ser entendidas como o resultado da ação do agente, a avaliação negativa de tal circunstância judicial mostra-se escorreita se o dano material ou moral causado ao bem jurídico tutelado se revelar superior ao inerente ao tipo penal. In casu, o elevado prejuízo patrimonial à autarquia previdenciária revela um maior grau de reprovação, apta a justificar a necessidade de resposta penal mais severa. 3. O entendimento perfilhado pelo Tribunal de origem está em consonância com a jurisprudência desta Corte, no sentido de que as consequências do crime em razão do prejuízo ocasionado ao erário justificam a majoração da reprimenda de piso.” (AgRg no AREsp 1.291.192/SP, j. 23/10/2018) COMPORTAMENTO DA VÍTIMA: “O comportamento da vítima em contribuir ou não para a prática do delito não acarreta o aumento da pena-base, pois a circunstância judicial é neutra e não pode ser utilizada em prejuízo do réu” (ROGÉRIO SANCHES). “O comportamento da vítima antes e durante a prática do crime é objeto de extensos estudos na área da criminologia e tem efeitos importantes no momento em que se analisa o quão reprovável foi o autor da conduta delituosa. Como são inumeráveis as situações em que a análise do comportamento da vítima pode ter lugar no caso concreto, os tribunais têm decidido com frequência quais delas podem ser consideradas relevantes na aplicação da pena. Com a evolução do estudo da vitimologia, abandonou-se a ideia de isolamento do autor do delito. A vítima, em muitas das oportunidades, colabora para o início e para o deslinde da ação criminosa em que está inserida. A partir de tais constatações, surge o que se denomina precipitação da vítima. É um conceito que parte do pressuposto de que muitas vezes a vítima está intimamente ligada à sua situação de vitimização. Isso tem imensa importância em termos concretos, não apenas para a análise da responsabilidade pelo delito, como também, caso se conclua sobre a existência dessa responsabilidade, para que se pondere sobre seu grau. Esta definição é fundamental, consequentemente, para a fixação da pena. Nas situações em que existe uma correlação de culpas entre o agente e a vítima, a vitimologia trabalha com três hipóteses (Piedade Júnior, Heitor. Vitimologia – Evolução no tempo e no espaço, Ed. Biblioteca Jurídica Freitas Bastos, 1ª edição, RJ, 1993, p. 113): 1) A vítima é menos culpada do que o agente: são os casos nos quais a vítima, apesar de não ter nenhum tipo de relação com o agente, atua de forma imprudente, negligente ou sem conhecimento da situação e acaba sendo atingida por um delito. É o exemplo do turista que ingressa, por falta de atenção, em um bairro de alta criminalidade e é assaltado. A vítima atuou sem cautela e foi atingida pela conduta criminosa. É fato que não pretendia que o crime ocorresse, mas certamente colaborou para isso, ainda que involuntariamente. Teve culpa, mas certamente muito menor do que a atribuível ao agente. 2) A vítima é tão culpada quanto o agressor: neste caso, vítima e agente concorrem de maneira praticamente idêntica para a ocorrência do crime. Exemplo que pode ser dado é a disputa dos famosos rachas, em que ocorre a morte culposa de um dos participantes por acidente com veículo (art. 308, § 2º, da Lei nº 9.503/98). Neste caso, ambos os agentes concorrem com culpa de maneira bastante proporcional. 3) A vítima é mais culpada que o agressor: os exemplos clássicos para os casos em que a vítima é mais culpada do que o agressor são os de lesão corporal privilegiada ou de homicídio privilegiado. Em ambos os casos, a legislação estabelece uma causa de diminuição de pena se o agente comete o crime sob o domínio de violenta emoção logo em seguida a injusta provocação da vítima. Há, também, uma atenuante para as situações em que o agente atua não dominado, mas influenciado pela violenta emoção. Neste caso, é a vítima quem desencadeia o processo agressor, sendo portanto mais culpada do que o agente. Note-se que a expressão mais culpada do que o agente deve ser lida no sentido próprio que lhe confere a vitimologia, não sob a ótica da teoria do delito, em que jamais o agente terá responsabilidade menor do que a da vítima. As correlações de culpas entre o agente e a vítima que interessam para a aplicação da pena são aquelas em que a vítima é tão culpada quanto o agressor e em que é mais culpada do que ele. Segundo dispõe o art. 59 do Código Penal, a pena-base (1ª fase) deve ser aplicada em consonância com as circunstâncias judiciais, dentre elas o comportamento da vítima. No Direito Penal não existe compensação de culpas (ao contrário do Direito Civil). Assim, a culpa concorrente da vítima não elide, não compensa a culpa do agente, mas pode atenuá-la, a depender das circunstâncias. Fazemos a ressalva a respeito das circunstâncias porque há situações em que, em razão das condições pessoais da vítima, seu comportamento nãoatenua a responsabilidade do agente. O STJ decidiu, por exemplo, que nos crimes sexuais contra menores de catorze anos a experiência sexual anterior não pode servir para justificar a diminuição da pena em razão do comportamento da vítima (REsp 897.734/PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, DJe 13/2/2015. Aliás, segundo a súmula nº 593 – editada antes da Lei 13.718/18 –, muito menos faz desaparecer o crime). De qualquer forma, o comportamento da vítima só pode servir para favorecer o autor da conduta criminosa, não para prejudicá-lo. É o que vem decidindo o STJ em incontáveis julgados nos quais estabelece que esta circunstância judicial tem efeito favorável ou neutro. Daí porque estabelecemos acima que, para a aplicação da pena, a situação em que a vítima é menos culpada do que o agente não tem relevância. Quando a vítima se mantém inerte ou mesmo atua de forma a não prejudicar a empreitada criminosa, não é possível aumentar a pena-base com fundamento em seu comportamento: “É assente o entendimento, nesta Corte Superior, de que o comportamento da vítima deve considerado neutro, se em nada contribuiu para o delito, não justificando o incremento da pena-base.” (AgRg no REsp 1.687.304/AL, j. 18/09/2018) De fato, o único sentido possível a se extrair da circunstância relativa ao comportamento da vítima é de que se trata de algo a ser considerado a favor do agente. O comportamento neutro de quem é vítima de um delito já é esperado, e, por esta razão, não pode justificar uma pena maior. Disponível em: https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2018/12/12/teses- stj-sobre-aplicacao-da-pena-circunstancias-judiciais-3a-parte/ https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2018/12/12/teses-stj-sobre-aplicacao-da-pena-circunstancias-judiciais-3a-parte/ https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2018/12/12/teses-stj-sobre-aplicacao-da-pena-circunstancias-judiciais-3a-parte/ SEGUNDA FASE DA DOSIMETRIA DA PPL SEGUNDA FASE DA DOSIMETRIA DA PPL AGRAVANTES E ATENUANTES • Circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime (art. 61) • Agravantes no caso de concurso de pessoas (art. 62) • Reincidência (recidiva) (arts.63, 64, 67, 117, VI, 120 – cuidado com os arts. 33, §2º, “b” e “c”; 44, II e §3º; 77, I; 83, I, II, V; 95; 110) • Circunstâncias atenuantes que sempre atenuam a pena (art. 65 – genéricas) • Inominada (art. 66) Atenção para a teoria da coculpabilidade Quanto aumentar ou diminuir cada agravante ou atenuante? 2. Apesar de a lei penal não fixar parâmetro específico para o aumento na segunda fase da dosimetria da pena, o magistrado deve se pautar pelo princípio da razoabilidade, não se podendo dar às circunstâncias agravantes maior expressão quantitativa que às próprias causas de aumentos, que variam de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços). Portanto, via de regra, deve se respeitar o limite de 1/6 (um sexto) (HC 282.593/RR, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 07/08/2014, DJe 15/08/2014). 3. Hipótese em que pena foi elevada em 100%, na segunda fase, em face de circunstância agravante, sem fundamentação, o que não se admite, devendo, pois, ser reduzida a 1/6, nos termos da jurisprudência desta Corte. 4. Agravo regimental improvido. (AgRg no HC 373.429/RJ, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 01/12/2016, DJe 13/12/2016) Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar- se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Doutrina e Jurisprudência atentam para a IDADE DO RÉU como também sendo uma circunstância preponderante [atenuante descrita no art. 65, I: I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença] http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art67 AGRAVANTES DESTRINCHANDO O ART. 61... Art. 61, I – reincidência arts. 63 e 64 Art. 61, II, “a” – MOTIVAÇÃO Art. 61, II, “b” – Em função de outro crime: *do futuro (assegurar a execução) *do passado (assegurar a ocultação, impunidade ou vantagem de outro crime) Fútil – vítima faz algo - desprop. Réu fez Torpe DESTRINCHANDO O ART. 61... CIRCUNSTÂNCIAS LEGAIS Art. 61, II, “c” – MODO: Art. 61, II, “d” – MEIOS: • traição • emboscada • dissimulação • recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido o veneno o fogo o explosivo o tortura o insidioso o Cruel o perigo comum DESTRINCHANDO O ART. 61... Art. 61, II, “e” – VÍTIMA COMO SENDO PARENTE: Art. 61, II, “f” – RELAÇÃO COM A VÍTIMA: • Ascendente • Descendente • Irmão • Cônjuge o Abuso de autoridade o Contexto doméstico o Coabitação o Hospitalidade o Mulher (na forma da lei específica) DESTRINCHANDO O ART. 61... Art. 61, II, “g” – CARACTERÍSTICAS DO AGENTE: Art. 61, II, “h” a “L” - CONDIÇÕES ESPECÍFICAS: h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade; j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido; l) em estado de embriaguez preordenada. • Abuso de poder • Violação de um dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão AGRAVANTES NO CASO DE CONCURSO DE PESSOAS Agravantes no caso de concurso de pessoas – art.62 Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - coage ou induz outrem à execução material do crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art62 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art62 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art62 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art62 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art62 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art62 Agravantes no caso de concurso de pessoas – art.62 CONCURSO DE PESSOAS (art. 29 CP) Regra: Teoria Monista ou Unitária Crimes unissubjetivos (concurso eventual) Requisitos: a) Pluralidade de agentes e de condutas; 2 ou + pessoas b) Relevância causal de cada conduta; c) Identidade de infração penal; d) Liame subjetivo entre os agentes; e) existência de fato punível. Prévio ou instantâneo Agravantes no caso de concurso de pessoas – art.62 Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - coage ou induz outrem à execução material do crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art62 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art62 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art62 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art62
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