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Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital Autores: Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 2 de Fevereiro de 2021 SORATEIO.COM 1 Sumário CULPABILIDADE .............................................................................................................................. 2 1 Elementos .............................................................................................................................. 3 1.1 Imputabilidade penal ....................................................................................................... 3 1.2 Potencial consciência da ilicitude .................................................................................... 6 1.3 Exigibilidade de conduta diversa .................................................................................... 6 ERRO ................................................................................................................................................ 8 1 Erro de tipo essencial ............................................................................................................. 8 2 Erro de tipo acidental ............................................................................................................. 9 2.1 Erro sobre a pessoa (error in persona) ............................................................................. 9 2.2 Erro sobre o nexo causal ................................................................................................. 9 2.3 Erro na execução (aberratio ictus) .................................................................................. 10 2.4 Erro sobre o crime ou resultado diverso do pretendido (aberratio delicti ou aberratio criminis) ................................................................................................................................... 11 2.5 Erro sobre o objeto (error in objecto) ............................................................................ 11 3 Erro determinado por terceiro ............................................................................................. 11 4 Erro de proibição ................................................................................................................. 12 EXERCÍCIOS COMENTADOS ........................................................................................................ 13 EXERCÍCIOS PARA PRATICAR ....................................................................................................... 46 GABARITO ..................................................................................................................................... 63 Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 2 CULPABILIDADE A culpabilidade nada mais é que o juízo de reprovabilidade acerca da conduta do agente, considerando-se suas circunstâncias pessoais. Diferentemente do que ocorre nos dois primeiros elementos (fato típico e ilicitude), onde se analisa o fato, na culpabilidade o objeto de estudo não é o fato, mas o agente. A teoria normativa pura considera como elementos da culpabilidade: a) imputabilidade; b) potencial consciência da ilicitude; c) exigibilidade de conduta diversa. Além disso, o dolo e a culpa integram o fato típico, não a culpabilidade (na teoria psicológica, o dolo e a culpa eram elementos da culpabilidade). Todavia, o chamado dolo “normativo” que nada mais é que a potencial consciência da ilicitude, permanece na culpabilidade. Para a maior parte da Doutrina, a teoria normativa pura se divide em: • Teoria extremada • Teoria limitada Mas o que dizem estas teorias? Basicamente, a mesma coisa. A grande diferença entre elas reside no tratamento dispensado ao erro sobre as causas de justificação (ou causas de exclusão da ilicitude), também conhecidas como descriminantes putativas. A teoria extremada defende que todo erro que recaia sobrea uma causa de justificação seria equiparado ao erro de proibição. A teoria limitada, por sua vez, divide o erro sobre as causas de justificação (descriminantes putativas) em: • Erro sobre pressuposto fático da causa de justificação (ou erro de fato) – Neste caso, aplicam-se as regras semelhantes às previstas para o erro de tipo (tem-se aqui o que se chama de erro de tipo permissivo): se inevitável, isenta de pena; se evitável o erro, o agente responde na forma culposa. • Erro sobre a existência ou limites jurídicos de uma causa de justificação (erro sobre a ilicitude da conduta) – Neste caso, tal teoria defende que devam ser aplicadas as mesmas regras previstas para o erro de proibição, por se assemelhar à conduta daquele que age consciência da ilicitude (chamado de erro de proibição indireto). Em linhas gerais, portanto, a teoria extremada e a teoria limitada dizem a mesma coisa, divergindo apenas no que toca ao tratamento que deve ser dispensado às descriminantes putativas. O CP adota a teoria limitada. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 3 1 Elementos 1.1 Imputabilidade penal A imputabilidade penal pode ser conceituada como a capacidade mental de entender o caráter ilícito da conduta e de comportar-se conforme o Direito. Existem três sistemas acerca da imputabilidade: ➢ Biológico – Basta a existência de uma doença mental ou determinada idade para que o agente seja inimputável. É adotado no Brasil com relação aos menores de 18 anos. Trata-se de critério meramente biológico: se o agente tem menos de 18 anos, é inimputável. ➢ Psicológico – Só se pode aferir a imputabilidade (ou não), na análise do caso concreto, verificando se o agente tinha capacidade, à época do fato, de entender o caráter ilícito de sua conduta e comportar-se de acordo com este entendimento. ➢ Biopsicológico – Deve haver um fato biológico (ex.: doença mental), mas o Juiz deve analisar no caso concreto se o agente era ou não, à época do fato, capaz de entender o caráter ilícito da conduta e de se comportar conforme o Direito (fator psicológico). Essa foi a teoria adotada como regra pelo nosso Código Penal.1 CUIDADO! A imputabilidade penal deve ser aferida quando do momento em que ocorreu o fato criminoso. Assim, se A (menor com 17 anos e 11 meses de idade) atira contra B, que fica em coma e só vem a falecer quando A já tinha mais de 18 anos, A será considerado INIMPUTÁVEL, pois no momento do crime (momento da ação ou omissão, art. 4º do CP), era menor de 18 anos (critério puramente biológico, adotado como EXCEÇÃO no CP). As causas de inimputabilidade estão previstas nos arts. 26, 27 e 28 do CP. Tais artigos trazem hipóteses em que a imputabilidade ficará afastada (inimputabilidade penal), bem como hipóteses nas quais ela ficará apenas diminuída, mas não será afastada (semi-imputabilidade). Além disso, trata de casos em que não será possível afastar a imputabilidade ou reconhecer semi- imputabilidade (emoção e paixão, por exemplo). Vamos ver, agora, este tema com mais detalhes. 1 BITENCOURT, Op. cit., p. 474. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 4 1.1.1 Menor de 18 anos Esse é um critério meramente biológico e taxativo: se o agente é menor de 18 anos, responde perante o ECA não se aplicando a ele o CP, nos termos do art. 27 do CP. 1.1.2 Doença mental e Desenvolvimento mental incompleto ou retardado No caso dos doentes mentais, deve-se analisar se o agente era, ao tempo do fato criminoso, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito da conduta ou se era parcialmente incapaz disso. No primeiro caso, seráinimputável, ou seja, isento de pena. No segundo caso, será semi-imputável, e será aplicada pena, porém, reduzida de um a dois terços. Por isso se diz que este é um critério BIOPSICOLÓGICO (pois mescla os dois critérios). Caso o agente seja inimputável, exclui-se a culpabilidade e ele é isento de pena. Se for semi- imputável, será considerado culpável (não se exclui a culpabilidade), mas sua pena será reduzida de um a dois terços. Assim, no caso de doença mental: Agente inteiramente incapaz – Inimputável (exclui a culpabilidade) Agente parcialmente capaz – Semi-imputável (reduz a pena de 1/3 a 2/3) No caso de o agente ser inimputável, por ser menor de 18 anos, não há processo penal, respondendo perante o ECA. No caso de ser inimputável em razão de doença mental, será isento de pena (absolvido), mas o Juiz aplicará uma medida de segurança (internação ou tratamento ambulatorial), em razão de sua periculosidade (não há culpabilidade aqui). Isso é o que se chama de sentença absolutória imprópria. No caso de o agente ser semi-imputável, ele não será isento de pena! Será condenado a uma pena, que será reduzida. Entretanto, a lei permite que o Juiz, diante do caso (se houver uma periculosidade concreta que recomende a substituição), substitua a pena privativa de liberdade por uma medida de segurança (internação ou tratamento ambulatorial). 1.1.3 Embriaguez Segundo o CP, como regra, a embriaguez não é uma hipótese de inimputabilidade, de forma que o agente responderá pelo crime, ou seja, será considerado IMPUTÁVEL, na forma do art. 28, II do CP. Assim, não importa se a embriaguez foi dolosa (o agente queria ficar embriagado) ou culposa (não queria ficar embriagado, mas bebeu demais e ficou embriagado). O agente, nestes casos, será considerado imputável. Trata-se da adoção da chamada “Teoria da actio Libera in causa” (ação livre na causa), que pode aparecer em formato de sigla (ALIC). Segundo esta Teoria, o agente deve ser considerado imputável mesmo não tendo discernimento no momento do fato, pois tinha discernimento quando decidiu ingerir a substância. Ou seja, apesar Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 5 de não ter discernimento agora (no momento do crime), tinha discernimento quando se embriagou, ou seja, sua ação era livre na causa (tinha liberdade para decidir ingerir, ou não, a substância). Todavia, a embriaguez pode afastar a imputabilidade quando for acidental, ou seja, decorrente de caso fortuito ou força maior (E mesmo assim, deve ser completa, retirando totalmente a capacidade de discernimento do agente). EXEMPLO: Imagine que Luciana é embriagada por Carlos (que coloca álcool em seus drinks). Sem saber, Luciana ingere as bebidas alcoólicas e fica completamente embriagada. Luciana sai do local em que estava e acaba por desacatar dois policiais que a abordaram em uma blitz. Nesse caso, Luciana estava em situação de embriaguez acidental completa, pois a embriaguez decorreu de caso fortuito e retirou completamente o discernimento desta. Neste caso, ficará afastada a imputabilidade penal de Luciana. Importante destacar que o Código Penal exige que, em razão da embriaguez decorrente de caso fortuito ou força maior, o agente esteja INTEIRAMENTE INCAPAZ de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se conforme este entendimento. Caso se trate de embriaguez acidental parcial, o agente será considerado imputável, ou seja, responderá pelo fato praticado. Todavia, sua pena poderá ser diminuída de um a dois terços. E a embriaguez preordenada? A embriaguez preordenada é aquela na qual o agente se embriaga PARA tomar coragem e praticar o crime. Ou seja, o agente não só quer ficar embriagado, ele quer ficar embriagado para praticar o crime. Tal embriaguez não afasta a imputabilidade do agente, sendo, ainda, circunstância agravante da pena (a pena, portanto, será aumentada em razão de tal fato). Vejamos o seguinte esquema: Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 6 1.2 Potencial consciência da ilicitude A potencial consciência da ilicitude é a possibilidade (daí o termo “potencial”) de o agente, de acordo com suas características, conhecer o caráter ilícito do fato. Não se trata do parâmetro do homem médio, mas de uma análise da pessoa do agente. É Quando o agente age acreditando que sua conduta não é penalmente ilícita, comete erro de proibição (art. 21 do CP), que veremos mais à frente. 1.3 Exigibilidade de conduta diversa Não basta que o agente seja imputável, que tenha potencial conhecimento da ilicitude do fato, é necessário, ainda, que o agente pudesse agir de outro modo. É necessário que esteja presente, portanto, a exigibilidade de conduta diversa. A exigibilidade de conduta diversa é, assim, um juízo que se faz acerca da conduta do agente, para que se possa definir se, apesar de praticar um fato típico e ilícito, sendo imputável e conhecendo a ilicitude de sua conduta, o agente podia, ou não, agir de outro modo. Se se conclui que não era possível exigir do agente uma postura diferente, conforme o Direito, estará afastada a exigibilidade de conduta diversa, havendo neste caso o que se chama de inexigibilidade de conduta diversa. Esse elemento da culpabilidade fundamenta duas causas de exclusão da culpabilidade: RESULTADO CAUSA SITUAÇÃO Embriaguez voluntária (dolosa ou culposa) imputável preordenada imputável + agravante acidental (caso fortuito ou força maior) completa inimputável parcial imputável com causa de diminuição de pena Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 7 Coação MORAL irresistível – A coação mora irresistível, também chamada de “vis compulsiva” ocorre quando uma pessoa coage moralmente outra a praticar determinado crime. Neste caso, aquele que age sob ameaça, por exemplo, atua em situação de coação moral irresistível, de forma que se entende que não era possível exigir de tal pessoa uma outra postura. EXEMPLO: Alberto, mediante ameaça, obriga Poliana a furtar um veículo. Alberto afirma que se Poliana não realizar o furto, matará seu filho. Poliana, com medo de que Alberto cumpra a promessa e mate seu filho, pratica o furto e entrega o bem a Alberto. Nesse caso, a conduta de Poliana é um fato típico (furto) e ilícito (não há nenhuma causa de exclusão da ilicitude). Todavia, não se pode exigir de Poliana uma outra postura, pois está sob ameaça de um mal gravíssimo (morte do filho). Obediência hierárquica – Na obediência hierárquica o agente pratica o fato em cumprimento a uma ordem proferida por um superior hierárquico. Todavia, a ordem não pode ser MANIFESTAMENTE ILEGAL. Se aquele que cumpre a ordem sabe que está cumprindo uma ordem ilegal, responde pelo crime juntamente com aquele que deu a ordem. CUIDADO! Nesse caso (obediência hierárquica), só se aplica aos funcionários públicos, não aos particulares! Importante destacar que somente a coação MORAL irresistível é que exclui a culpabilidade. A coação FÍSICA irresistível não exclui a culpabilidade. A coação FÍSICA irresistível EXCLUI O FATO TÍPICO, pois o fato não será típico por ausência de CONDUTA, já que não há voluntariedade. EXEMPLO: José segura o braço de Maria e força a mesma a apertar o gatilho de uma arma, disparando contra Juliana. Nesse caso, Maria não teve qualquer voluntariedade, logo, não houve conduta. Apesar de ter sido o dedo de Maria a apertar o gatilho, foi José quem forçou fisicamente o contato entre o dedo e o gatilho. Assim: coação moral irresistível, exclusão da culpabilidade; coação física irresistível,exclusão do fato típico. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 8 ERRO 1 Erro de tipo essencial Pode ocorrer de o agente praticar um fato previsto como crime por equívoco. O agente pratica um fato considerado típico, mas o faz por ter incidido em erro sobre algum de seus elementos. Trata-se do erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime (ou erro de tipo). O erro de tipo é a representação errônea da realidade, na qual o agente acredita não se verificar a presença de um dos elementos essenciais que compõem o tipo penal. EXEMPLO: José, 18 anos, conhece Maria, moça de apenas 13 anos, em uma boate só para maiores. Maria mente a idade e diz que tem 18 anos. José, pela compleição física da vítima, uma moça já desenvolvida, acredita que esta tem, de fato, 18 anos, e com ela mantém relação sexual. Nesse caso, José teria praticado o fato descrito como crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP), na medida em que manteve relação sexual com pessoa menor de 14 anos. Todavia, nesse caso houve erro de tipo, eis que José incorreu em erro sobre as circunstâncias fáticas, acreditando não estar presente um dos elementos do tipo (ser Maria menor de 14 anos). O erro de tipo pode ser: Escusável – Quando o agente erra sobre as circunstâncias fáticas, desconhecendo um dos elementos do tipo penal, e este erro não pode ser atribuído sequer a uma culpa de sua parte. Ou seja, trata-se de um erro justificável, escusável, desculpável ou inevitável. Nesse caso, fica afastado o fato típico, eis que se afasta o dolo e também se afasta qualquer possibilidade de punição a título culposo. O agente não será responsabilizado criminalmente. Inescusável – Ocorre quando o agente incorre em erro sobre elemento essencial do tipo, mas poderia, mediante um esforço mental razoável, não ter agido desta forma, de maneira que o erro pode ser atribuído a culpa de sua parte. Nesse caso, afasta-se o dolo, mas é possível a punição na forma culposa (desde que haja previsão de punição para esta conduta na forma culposa). Existe, ainda, o que se convencionou chamar de “erro de tipo permissivo”. O que é isso? O erro de “tipo permissivo” é o erro sobre os pressupostos fáticos de uma causa de justificação (excludente de ilicitude). Assim, o erro de “tipo permissivo” seria, basicamente, uma descriminante Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 9 putativa por erro de fato (erro sobre os pressupostos fáticos que autorizariam o agente a atuar amparado pela excludente de ilicitude). 2 Erro de tipo acidental O erro de tipo acidental nada mais é que um erro na execução do fato criminoso ou um desvio no nexo causal da conduta com o resultado2. Pode se apresentar de diversas formas: 2.1 Erro sobre a pessoa (error in persona) Aqui o agente pratica o ato contra pessoa diversa da pessoa visada, por confundi-la com a pessoa que deveria ser o alvo do delito. Neste caso, o erro não isenta de pena, e o agente responde como se tivesse praticado o crime CONTRA A PESSOA VISADA. Essa previsão está no art. 20, §3° do CP. Aqui o sujeito executa perfeitamente a conduta, ou seja, não existe falha na execução do delito. O erro está em momento anterior (na representação mental da vítima). Ex.: João quer matar seu pai, pois está com raiva em razão da partilha dos bens de sua mãe. João fica na espreita e, quando vê uma pessoa chegar, acreditando ser seu pai, mira bem no crânio e lasca um balaço certeiro, fazendo com que a vítima caia desfalecida. Após, verifica que a pessoa não era seu pai, mas seu tio. Neste caso o agente responderá como se tivesse praticado o delito contra seu pai (pessoa visada) e não pelo homicídio contra seu tio. Trata-se da teoria da equivalência. 2.2 Erro sobre o nexo causal No erro sobre o nexo causal o agente alcança o resultado efetivamente pretendido, mas em razão de um nexo causal diferente daquele que o agente planejou. Pode ser de duas espécies: Erro sobre o nexo causal em sentido estrito - Aqui o agente, com um só ato, provoca o resultado pretendido (mas com nexo causal diferente). Ex.: José dispara dois tiros contra Maria, visando sua morte. Maria, em razão dos disparos, cai na piscina, e morre por afogamento. O agente responde pelo que efetivamente ocorreu (morte por afogamento).3 Dolo geral ou aberratio causae - Aqui temos o que se chama de dolo geral ou por erro sucessivo. É o engano no que se refere ao meio de execução do delito. Ocorre quando o agente, acreditando já ter ocorrido o resultado pretendido, prática outro ato, mas ao final 2 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 376 3 Por todos, GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador, 2015, p. 380 Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 10 verifica que este último foi o que provocou o resultado (Ex.: O agente atira contra a vítima, visando sua morte. Acreditando que a vítima já morreu, atira o corpo num rio, visando sua ocultação. Mais tarde, descobre-se que esta última conduta foi a que causou a morte da vítima, por afogamento, pois ainda estava viva). O agente responde pelo crime originalmente previsto (homicídio doloso consumado4), tendo sido adotada a teoria unitária (ou princípio unitário). 2.3 Erro na execução (aberratio ictus) Aqui o agente atinge pessoa diversa daquela que fora visada, não por confundi-la, mas por erro ou acidente na execução (ex.: José, querendo acertar Maria, desfere um tiro. José erra o alvo e acerta Teresa, que passava perto do local). A aberratio ictus pode decorrer, também, de mero acidente durante a execução do delito (não houve má execução pelo infrator, mas mero acidente) (ex.: José atira em Maria, acerta o tiro, mata Maria, mas a bala atravessa o corpo da vítima, atinge um barril de querosene, que explode e mata Pedro). No caso de erro na execução, assim como no erro sobre a pessoa, não há isenção de pena, respondendo o agente como se tivesse atingido a vítima visada, na forma do art. 73 do CP. No que tange às consequências, o erro na execução pode ser de duas ordens: Erro sobre a execução com unidade simples (Aberratio ictus de resultado único) - O agente atinge somente a pessoa diversa daquela visada. Neste caso, responde como se tivesse atingido a pessoa visada (e não aquela efetivamente atingida), da mesma forma como ocorre no erro sobre a pessoa (Ex.: José quer lesionar Maria, mas acaba errando ao atirar a pedra e acerta Joana, que estava grávida. Nesse caso, José responderá por lesão corporal, levando-se em conta as condições de Maria, não de Joana. Logo, não haverá a agravante de ter sido praticado o crime contra mulher grávida, pois Maria não estava grávida). Erro sobre a execução com unidade complexa (Aberratio ictus de resultado duplo) - O agente atinge a vítima não visada, mas atinge também a vítima originalmente pretendida. Nesse caso, responde pelos dois crimes, em concurso formal (ex.: José quer lesionar Maria, e atira contra ela uma pedra. Todavia, além de acertar Maria, a pedra acaba acertando também Paulo, que passava na hora. Neste caso, José responde pelos dois crimes). 4 GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Volume 1. Ed. Impetus. Niterói-RJ, 2015, p. 360 Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 11 2.4 Erro sobre o crime ou resultado diverso do pretendido (aberratio delicti ou aberratio criminis) Aqui o agente pretendia cometer um crime,mas, por acidente ou erro na execução, acaba cometendo outro. Aqui há uma relação de pessoa x coisa (ou coisa x pessoa). Na aberratio ictus há uma relação de pessoa x pessoa. Pode ser de duas espécies: Se o agente atinge apenas o resultado NÃO PRETENDIDO, temos a chamada “unidade simples”. O agente responde apenas por um delito, da seguinte forma: ▪ Pessoa visada, coisa atingida – Responde pelo dolo em relação à pessoa (ex.: José atira uma pedra em Maria e acaba quebrando uma vidraça. Responde por lesão corporal tentada, apenas). ▪ Coisa visada, pessoa atingida – Responde apenas pelo resultado ocorrido em relação à pessoa (ex.: José, querendo quebrar uma vidraça, atira uma pedra, mas erra e acerta Maria, causando-lhe lesão corporal. Responde apenas por lesão corporal). Quando o agente atinge tanto o alvo quanto a coisa ou pessoa não pretendida, aplica-se a mesma regra do erro na execução: atingindo ambos os bens jurídicos (o pretendido e o não pretendido) responderá por AMBOS OS CRIMES, em CONCURSO FORMAL (art. 70 do CP). 2.5 Erro sobre o objeto (error in objecto) Aqui o agente incide em erro sobre a COISA visada, sobre o objeto material do delito. Ex.: O agente pretende subtrair uma valiosa obra de arte. Entra à noite na residência mas acaba furtando um quadro de pequeno valor, por confundir com a obra pretendida. O CP não previu esta hipótese de erro, mas diante de sua possibilidade fática, a Doutrina se debruçou sobre o tema. Uma vez ocorrendo erro sobre o objeto, não há qualquer relevância para fins de afastamento do do dolo ou da culpa, bem como não se afasta a culpabilidade. O agente responderá pelo delito. A doutrina majoritária sustenta que o agente deve responder pela conduta efetivamente praticada (independentemente da coisa visada). Assim, no exemplo anterior, o agente responderia pelo furto do quadro de pequeno valor (e não pelo furto da obra de arte valiosa). 3 Erro determinado por terceiro No erro determinado (ou provocado) por terceiro o agente erra porque alguém o induz a isso. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 12 Nesse caso, só responde pelo delito aquele que provoca o erro. Entende-se que há, aqui, uma modalidade de autoria mediata, na qual o autor mediato (agente provocador) utiliza o autor imediato (agente provocado, aquele que comete o erro) como mero instrumento para seu intento criminoso. Ex.: Determinado médico, querendo a morte do paciente, entrega ao enfermeiro (dolosamente) uma dose de veneno, e o induz a ministra-lo ao paciente, alegando tratar- se de um sedativo. O enfermeiro, sem saber do que se trata, confiando no médico, ministra o veneno. O paciente morre. Nesse caso, somente o médico (aquele que provocou o erro) responde pelo homicídio (neste caso, doloso). 4 Erro de proibição A culpabilidade (terceiro elemento do conceito analítico de crime) é formada por alguns elementos, dentre eles, a potencial consciência da ilicitude, que é a possibilidade de o agente, de acordo com suas características, conhecer o caráter ilícito do fato. Quando o agente age acreditando que sua conduta não é ilícita, comete erro de proibição (art. 21 do CP). EXEMPLO: Um cidadão do interior do país, pessoa bem simples e de pouca instrução formal, encontra um bem (relógio de ouro, por exemplo) e fica com ele para si. Entretanto, mal sabe ele que essa conduta é crime, estando prevista no CP (apropriação de coisa achada). Vejamos: Art. 169 - Parágrafo único - Na mesma pena incorre: (...) II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias. Assim, o agente, diferentemente do que ocorre no erro de tipo, representa perfeitamente a realidade fática (Sabe que a coisa não é sua, é uma coisa que foi perdida por alguém), mas acredita que sua conduta é lícita (acredita que pode se apropriar da coisa achada). O erro de proibição pode ser: ➢ Escusável – Nesse caso, era impossível àquele agente, naquele caso concreto, saber que sua conduta era contrária ao Direito. Nesse caso, exclui-se a culpabilidade e o agente é isento de pena. ➢ Inescusável – Nesse caso, o erro do agente quanto à proibição da conduta não é tão perdoável, pois era possível, mediante algum esforço, entender que se tratava de conduta ilícita (contrária ao direito). Assim, permanece a culpabilidade, respondendo pelo crime, com pena diminuída de um sexto a um terço. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 13 O erro de proibição pode ser direto (que é a hipótese mencionada) ou indireto. O erro de proibição indireto ocorre quando o agente atua acreditando que existe uma causa de justificação que o ampare. Contudo, não confundam o erro de proibição indireto com o erro de tipo permissivo. Ambos se referem à existência de uma causa de justificação (excludente de ilicitude), mas há uma diferença fundamental entre eles: • Erro de tipo permissivo – O agente atua acreditando que, no caso concreto, estão presentes os requisitos fáticos que caracterizam a causa de justificação e, portanto, sua conduta seria justa. Ex.: José atira contra seu filho, de madrugada, pois acreditava tratar-se de um ladrão (acreditava que as circunstâncias fáticas autorizariam agir em legítima defesa). • Erro de proibição indireto – O agente atua acreditando que existe, EM ABSTRATO, alguma descriminante (causa de justificação) que autorize sua conduta. Trata-se de erro sobre a existência e/ou limites de uma causa de justificação em abstrato. Erro, portanto, sobre o ordenamento jurídico. Ex.: José é portador de glaucoma, e compra pequena quantidade de maconha para fins medicinais. José sabe que, a princípio, a conduta de ter pequena quantidade de droga é fato típico, mas acredita que há excludente de ilicitude no seu caso, por ter glaucoma (a lei não prevê isso). EXERCÍCIOS COMENTADOS 1. (FGV – 2019 – DPE-RJ – TÉCNICO JURÍDICO) Ao final das comemorações da noite de Natal com sua família, Paulo, quando deixava o local, acabou por levar consigo o presente do seu primo Caio, acreditando ser o seu, tendo em vista que as caixas dos presentes eram idênticas. Após perceber o sumiço do seu presente e acreditando ter sido vítima de crime patrimonial, Caio compareceu à Delegacia para registrar o ocorrido, ocasião em que foram ouvidas testemunhas presenciais, que afirmaram ter visto Paulo sair com aquele objeto. Paulo, ao tomar conhecimento da investigação, compareceu em sede policial e indicou onde o objeto estava, sendo o bem apreendido no dia seguinte em sua residência. Preocupado com sua situação jurídica, Paulo procurou a Defensoria Pública. Sob o ponto de vista jurídico, sua conduta impõe o reconhecimento de que: A) ocorreu erro de proibição, afastando a culpabilidade ou gerando causa de redução de pena, a depender de ser considerado vencível ou invencível; B) foi praticado crime de furto, mas deverá ser reconhecida a causa de diminuição de pena do arrependimento posterior; C) houve erro sobre a pessoa, devendo ser consideradas as características daquele que se pretendia atingir; D) ocorreu erro de tipo, o que faz com que, no caso concreto, sua conduta seja considerada atípica; E) houve erro na execução (aberratio ictus), logo a conduta deverá ser considerada atípica. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 14 COMENTÁRIOS Neste caso, houve erro DE TIPO. O agente (Paulo) sabe que subtrair coisa alheia móvel é crime (não há, portanto, erro sobre a ilicitudeda conduta). Todavia, Paulo acredita que está pegando coisa própria, e não coisa alheia. Veja, portanto, que o erro de Paulo incide sobre um dos elementos do tipo (o elemento “coisa alheia”, já que acredita ser coisa própria). Assim, temos erro de tipo. GABARITO: LETRA D 2. (FGV – 2018 – TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Gabriel, 25 anos, desferiu, de maneira imotivada, diversos golpes de madeira na cabeça de Fábio, seu irmão mais novo. Após ser denunciado pelo crime de lesão corporal gravíssima, foi realizado exame de insanidade mental, constatando-se que, no momento da agressão, Gabriel, em razão de desenvolvimento mental incompleto, não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato. Diante da conclusão do laudo pericial, deverá ser reconhecida a: (A) inimputabilidade do agente, afastando-se a culpabilidade; (B) semi-imputabilidade do agente, afastando-se a culpabilidade; (C) inimputabilidade do agente, afastando-se a tipicidade; (D) semi-imputabilidade do agente, que poderá funcionar como causa de redução de pena; (E) semi-imputabilidade do agente, afastando-se a tipicidade. COMENTÁRIOS Neste caso, como o agente não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato, deve ser considerado SEMI-IMPUTÁVEL, respondendo pelo crime, mas com pena reduzida de um a dois terços em razão da semi-imputabilidade, na forma do art. 26, §único do CP. Perceba-se que há uma diferença ENORME entre ser inteiramente incapaz, que é o caso do inimputável (art. 26) e não ser inteiramente capaz (parcialmente capaz), que é o caso da questão (art. 26, §único do CP). Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 3. (FGV – 2017 – OAB - XXIII EXAME DE ORDEM) Pedro, jovem rebelde, sai à procura de Henrique, 24 anos, seu inimigo, com a intenção de matá-lo, vindo a encontrá-lo conversando com uma senhora de 68 anos de idade. Pedro saca sua arma, regularizada e cujo porte era autorizado, e dispara em direção ao rival. Ao mesmo tempo, a senhora dava um abraço de despedida em Henrique e acaba sendo atingida pelo disparo. Henrique, que não sofreu qualquer lesão, tenta salvar a senhora, mas ela falece. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 15 Diante da situação narrada, em consulta técnica solicitada pela família, deverá ser esclarecido pelo advogado que a conduta de Pedro, de acordo com o Código Penal, configura A) crime de homicídio doloso consumado, apenas, com causa de aumento em razão da idade da vítima. B) crime de homicídio doloso consumado, apenas, sem causa de aumento em razão da idade da vítima. C) crimes de homicídio culposo consumado e de tentativa de homicídio doloso em relação a Henrique. D) crime de homicídio culposo consumado, sem causa de aumento pela idade da vítima. COMENTÁRIOS No presente caso tivemos um homicídio doloso consumado, pois houve erro na execução, na forma do art. 73 do CP. Não há aumento de pena em razão da agravante de ter sido praticado contra pessoa idosa, pois consideram-se as condições pessoais da vítima visada, e não as da vítima atingida, nos termos do art. 73 c/c art. 20, §3º do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 4. (FGV – 2017 – OAB – XXII EXAME DE ORDEM) Tony, a pedido de um colega, está transportando uma caixa com cápsulas que acredita ser de remédios, sem ter conhecimento que estas, na verdade, continham Cloridrato de Cocaína em seu interior. Por outro lado, José transporta em seu veículo 50g de Cannabis Sativa L. (maconha), pois acreditava que poderia ter pequena quantidade do material em sua posse para fins medicinais. Ambos foram abordados por policiais e, diante da apreensão das drogas, denunciados pela prática do crime de tráfico de entorpecentes. Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Tony e José deverá alegar em favor dos clientes, respectivamente, a ocorrência de A) erro de tipo, nos dois casos. B) erro de proibição, nos dois casos. C) erro de tipo e erro de proibição. D) erro de proibição e erro de tipo. COMENTÁRIOS No primeiro caso temos erro de tipo, previsto no art. 20 do CP, pois o agente praticou o fato típico por incidir em ERRO sobre um dos elementos do tipo penal (substância entorpecente), já que acredita que não se tratava de substância entorpecente, e sim de remédio. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 16 No segundo caso tivemos erro de proibição, pois o agente sabia exatamente o que estava carregando, mas acreditava que sua conduta era lícita perante o Direito Penal, ou seja, trata-se de um erro sobre a existência ou limites da norma penal. Portanto, ERRO DE PROIBIÇÃO, nos termos do art. 21 do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 5. (FGV - 2016 - OAB - XX EXAME DE ORDEM) Wellington pretendia matar Ronaldo, camisa 10 e melhor jogador de futebol do time Bola Cheia, seu adversário no campeonato do bairro. No dia de um jogo do Bola Cheia, Wellington vê, de costas, um jogador com a camisa 10 do time rival. Acreditando ser Ronaldo, efetua diversos disparos de arma de fogo, mas, na verdade, aquele que vestia a camisa 10 era Rodrigo, adolescente que substituiria Ronaldo naquele jogo. Em virtude dos disparos, Rodrigo faleceu. Considerando a situação narrada, assinale a opção que indica o crime cometido por Wellington. A) Homicídio consumado, considerando-se as características de Ronaldo, pois houve erro na execução. B) Homicídio consumado, considerando-se as características de Rodrigo. C) Homicídio consumado, considerando-se as características de Ronaldo, pois houve erro sobre a pessoa. D) Tentativa de homicídio contra Ronaldo e homicídio culposo contra Rodrigo. COMENTÁRIOS No caso em tela, temos o fenômeno do erro sobre a pessoa, previsto no art. 20, §3º do CP. Neste caso, o agente responde pelo crime de acordo com as características da vítima pretendida, e não de acordo com as características da vítima atingida. Assim, Wellington responderá por homicídio doloso consumado, considerando-se as características pessoais de Ronaldo, a vítima visada. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 6. (FGV - 2016 - OAB - XIX EXAME DE ORDEM) Pedro e Paulo bebiam em um bar da cidade quando teve início uma discussão sobre futebol. Pedro, objetivando atingir Paulo, desfere contra ele um disparo que atingiu o alvo desejado e também terceira pessoa que se encontrava no local, certo que ambas as vítimas faleceram, inclusive aquela cuja morte na ̃o era querida pelo agente. Para resolver a questão no campo jurídico, deve ser aplicada a seguinte modalidade de erro: A) erro sobre a pessoa. B) aberratio ictus. C) aberratio criminis. D) erro determinado por terceiro. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 17 COMENTÁRIOS Neste caso ocorreu aberratio ictus, ou erro na execução, pois em virtude de acidente o agente atingiu pessoa diversa daquela que pretendia atingir (embora também tenha atingido a vítima visada, motivo pelo qual responderá pelos dois delitos em concurso formal, nos termos do art. 73 c/c art. 70 do CP). Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 7. (FGV – 2015 – TCM-SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO – CIÊNCIAS JURÍDICAS) Dois prefeitos de cidades vizinhas, Ricardo e Bruno, encontram-se em um bar, após uma reunião cansativa de negócios. Ricardo bebia doses de whisky e, mesmo não sendo essa sua intenção, acabou ficando embriagado. Enquanto isso, Bruno bebia apenas refrigerante, mas foi colocado em seu copo um comprimido de substância psicotrópica por um eleitor de sua cidade, que também o deixoucompletamente embriagado. Após, ainda alterados, cada um volta para a sede de sua prefeitura e apropriam-se de bens públicos para proveito próprio. Considerando o fato narrado, é correto afirmar que: (A) Ricardo e Bruno são isentos de pena, pois a embriaguez de ambos decorreu de força maior; (B) Ricardo deverá responder pelo crime praticado, enquanto Bruno é isento de pena; (C) Ricardo e Bruno deverão responder pelos crimes praticados, pois a embriaguez nunca exclui a imputabilidade penal; (D) Ricardo e Bruno, caso sejam denunciados, responderão criminalmente perante a Câmara de Vereadores; (E) Ricardo e Bruno são isentos de pena, pois a embriaguez do primeiro foi culposa e do segundo decorreu de força maior. COMENTÁRIOS No caso em tela, apenas Ricardo responderá pelo delito que praticou, pois sua embriaguez decorreu de culpa sua, o que não afasta a imputabilidade penal. Bruno, por sua vez, não pode responder pelo crime praticado, pois sua embriaguez completa decorreu de força maior (ação de terceira pessoa), não tendo ocorrido por culpa de Bruno. Vejamos: Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (...) II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 18 incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 8. (FGV – 2015 – TCE-RJ – AUDITOR) A embriaguez provocada pelo uso do álcool pode excluir a culpabilidade quando: a) for preordenada; b) decorrer de força maior e diminuir a capacidade de entender a ilicitude do fato; c) for culposa; d) for patológica; e) for habitual. COMENTÁRIOS A embriaguez, como regra, não exclui a culpabilidade. Assim, a embriaguez preordenada, a embriaguez culposa e a embriaguez habitual não são capazes de afastar a imputabilidade penal. Com relação à embriaguez decorrente de força maior, ela só excluirá a imputabilidade penal quando RETIRAR POR COMPLETO a capacidade de o agente entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento. Caso apenas diminua essa capacidade (letra B), o agente responderá pelo delito, mas terá sua pena diminuída. Por fim, em relação à embriaguez patológica, ela é equiparada à doença mental, motivo pelo qual PODE afastar a culpabilidade do agente (nos termos do art. 26 do CP, não do art. 28), de forma que a letra D (apesar de incompleta) está correta. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 9. (FGV – 2015 – ASSEMBLEIA LEGISLATIVA-AL – PROCURADOR) A doutrina majoritária brasileira entende que haverá crime diante de uma conduta típica, ilícita e culpável. Sobre a culpabilidade, assinale a afirmativa correta. a) O erro de tipo é causa de exclusão da culpabilidade em seu elemento potencial da ilicitude. b) A conduta em coação física irresistível, apesar de típica e ilícita, não enseja punição do agente por ausência de culpabilidade. c) O estrito cumprimento do dever legal é tratado pelo Código Penal como causa excludente de culpabilidade. d) A embriaguez culposa completa não exclui a imputabilidade penal. e) O exercício regular do direito é causa legal de exclusão da culpabilidade. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 19 COMENTÁRIOS A) ERRADA: Item errado, pois o erro de tipo afasta a tipicidade, não a culpabilidade. B) ERRADA: Item errado, pois a coação FÍSICA irresistível exclui a conduta. A coação MORAL irresistível é que exclui a culpabilidade. C) ERRADA: Item errado, pois o estrito cumprimento do dever legal não atua sobre a culpabilidade, mas sobre a ilicitude do fato. D) CORRETA: Item correto, pois a embriaguez CULPOSA nunca exclui a culpabilidade, ainda que seja completa. E) ERRADA: Item errado, pois o exercício regular do direito não atua sobre a culpabilidade, mas sobre a ilicitude do fato. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 10. (FGV – 2015 – OAB – XVI EXAME DE ORDEM) Patrício e Luiz estavam em um bar, quando o primeiro, mediante ameaça de arma de fogo, obriga o último a beber dois copos de tequila. Luiz ficou inteiramente embriagado. A dupla, então, deixou o local, sendo que Patrício conduzia Luiz, que caminhava com muitas dificuldades. Ao encontrarem Juliana, que caminhava sozinha pela calçada, Patrício e Luiz, se utilizando da arma que era portada pelo primeiro, constrangeram-na a com eles praticar sexo oral, sendo flagrados por populares que passavam ocasionalmente pelo local, ocorrendo a prisão em flagrante. Denunciados pelo crime de estupro, no curso da instrução, mediante perícia, restou constatado que Patrício era possuidor de doença mental grave e que, quando da prática do fato, era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do seu comportamento, situação, aliás, que permaneceu até o momento do julgamento. Também ficou demonstrado que, no momento do crime, Luiz estava completamente embriagado. O Ministério Público requereu a condenação dos acusados. Não havendo dúvida com relação ao injusto, tecnicamente, a defesa técnica dos acusados deverá requerer, nas alegações finais, A) a absolvição dos acusados por força da inimputabilidade, aplicando, porém, medida de segurança para ambos. B) a absolvição de Luiz por ausência de culpabilidade em razão da embriaguez culposa e a absolvição Patrício, com aplicação, para este, de medida de segurança. C) a absolvição de Luiz por ausência de culpabilidade em razão da embriaguez completa decorrente de força maior e a absolvição imprópria de Patrício, com aplicação, para este, de medida de segurança. D) a absolvição imprópria de Patrício, com a aplicação de medida de segurança, e a condenação de Luiz na pena mínima, porque a embriaguez nunca exclui a culpabilidade. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 20 COMENTÁRIOS No caso em tela o Juiz deverá absolver Luiz, em razão da ausência de culpabilidade, por inimputabilidade decorrente de embriaguez completa proveniente de força maior, nos termos do art. 28, §1º do CP. Em relação a Patrício, deverá receber sentença de absolvição imprópria, com aplicação de medida de segurança, nos termos do art. 26 do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 11. (FGV – 2015 – OAB – XVII EXAME DE ORDEM) Durante um assalto a uma instituição bancária, Antônio e Francisco, gerentes do estabelecimento, são feitos reféns. Tendo ciência da condição deles de gerentes e da necessidade de que suas digitais fossem inseridas em determinado sistema para abertura do cofre, os criminosos colocam, à força, o dedo de Antônio no local necessário, abrindo, com isso, o cofre e subtraindo determinada quantia em dinheiro. Além disso, sob a ameaça de morte da esposa de Francisco, exigem que este saia do banco, levando a sacola de dinheiro juntamente com eles, enquanto apontam uma arma de fogo para os policiais que tentavam efetuar a prisão dos agentes. Analisando as condutas de Antônio e Francisco, com base no conceito tripartido de crime, é correto afirmar que A) Antônio não responderá pelo crime por ausência de tipicidade, enquanto Francisco não responderá por ausência de ilicitude em sua conduta. B) Antônio não responderá pelo crime por ausência de ilicitude,enquanto Francisco não responderá por ausência de culpabilidade em sua conduta. C) Antônio não responderá pelo crime por ausência de tipicidade, enquanto Francisco não responderá por ausência de culpabilidade em sua conduta. D) Ambos não responderão pelo crime por ausência de culpabilidade em suas condutas. COMENTÁRIOS No caso em tela, Antônio foi vítima de coação FÍSICA irresistível (não teve vontade alguma, escolha alguma), de forma que fica afastada a própria configuração do fato típico, dada a ausência de conduta. Francisco, por sua vez, foi vítima de coação MORAL irresistível, de maneira que agiu sem culpabilidade, nos termos do art. 22 do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 12. (FGV – 2014 – OAB – XIV EXAME DE ORDEM) Eslow, holandês e usuário de maconha, que nunca antes havia feito uma viagem internacional, veio ao Brasil para a Copa do Mundo. Assistindo ao jogo Holanda x Brasil decidiu, diante da tensão, fumar um cigarro de maconha nas arquibancadas do estádio. Imediatamente, os policiais militares de plantão o prenderam e o Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 21 conduziram à Delegacia de Polícia. Diante do Delegado de Polícia, Eslow, completamente assustado, afirma que não sabia que no Brasil a utilização de pequena quantidade de maconha era proibida, pois, no seu país, é um hábito assistir a jogos de futebol fumando maconha. Sobre a hipótese apresentada, assinale a opção que apresenta a principal tese defensiva. a) Eslow está em erro de tipo essencial escusável, razão pela qual deve ser absolvido. b) Eslow está em erro de proibição direto inevitável, razão pela qual deve ser isento de pena. c) Eslow está em erro de tipo permissivo escusável, razão pela qual deve ser punido pelo crime culposo. d) Eslow está em erro de proibição, que importa em crime impossível, razão pela qual deve ser absolvido. COMENTÁRIOS Na hipótese narrada o agente se encontra em ERRO DE PROIBIÇÃO, pois incidiu em erro sobre a existência de norma incriminadora. Quanto a ser, ou não, um erro evitável, trata-se de uma questão mais nebulosa. O enunciado, contudo, tenta deixar claro que o agente, de fato, não sabia e nem poderia saber da proibição, já que é pessoa que nunca viajou para fora da Holanda, etc. Assim, o enunciado deixa transparecer que se trata de erro de proibição inevitável e, sendo assim, o agente fica isento de pena, por força do art. 21 do CP. Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 13. (FGV - 2012 - PC-MA - DELEGADO DE POLÍCIA) Acerca da culpabilidade no estudo da teoria do crime, assinale a afirmativa incorreta. a) Para a teoria normativa que surgiu com o finalismo, houve a migração do dolo e da culpa para a tipicidade, passando a culpabilidade a ser um juízo de valor que se faz sobre a conduta típica e ilícita. b) No tocante a imputabilidade, o Código Penal adotou o critério biopsicológico, sendo indispensável que a causa geradora da inimputabilidade esteja presente no momento da conduta. c) No erro de proibição o erro recai sobre a ilicitude do fato, imaginando o agente ser lícito o que é ilícito, podendo atenuar a culpabilidade, nunca, porém, a excluindo. d) Para a teoria limitada da culpabilidade, o erro de tipo permissivo exclui o dolo; se o erro for vencível há crime culposo se previsto em lei. e) A coação moral irresistível pode ser exercida diretamente sobre o agente ou sobre um terceiro, somente respondendo o autor da coação. COMENTÁRIOS Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 22 A) CORRETA: A teoria normativa da culpabilidade surgiu para atender à teoria finalista do delito, de forma que o dolo e a culpa foram transferidos da culpabilidade para o fato típico, restando a culpabilidade como uma análise meramente normativa, um juízo de valor a respeito da conduta do agente, à luz da norma penal; B) CORRETA: O item está correto, pois o CP adotou o critério biopsicológico no que tange à imputabilidade penal, devendo, no caso de inimputabilidade por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, a causa geradora da inimputabilidade estar presente quando da realização da conduta. Apenas uma ressalva quanto a este item: O CP também adotou o critério meramente biológico quanto à inimputabilidade, ao determinar que os menores de 18 anos são inimputáveis; C) ERRADA: O item está errado, pois embora a definição de erro de proibição esteja correta, o item erra ao afirmar que o erro de proibição nunca poderá excluir a culpabilidade, pois o erro de proibição, quando inevitável, exclui a culpabilidade, na forma do art. 21 do CP. D) CORRETA: O item está correto, pois a teoria limitada da culpabilidade distingue as descriminantes putativas em “de fato” e “de direito”. Esta teoria fora adotada pelo CP. Assim, no erro de tipo permissivo, o agente fica isento de pena, caso se trate de erro inevitável. Caso se trate de erro evitável, o agente responderá pelo delito na forma culposa (como punição por sua falta de cuidado), conforme prevê o art. 20, §1º do CP. E) CORRETA: A coação moral irresistível, que é causa de exclusão da culpabilidade, pode ser exercida diretamente sobre o agente ou sobre um terceiro. O que importa, aqui, é que a coação tenha por finalidade atingir o agente, influenciando na sua tomada de decisão. Portanto, A ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA C. 14. (FGV – 2013 – OAB – XI EXAME DE ORDEM) Para aferição da inimputabilidade por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, assinale a alternativa que indica o critério adotado pelo Código Penal vigente. a) Biológico. b) Psicológico. c) Psiquiátrico. d) Biopsicológico. COMENTÁRIOS Para a aferição da inimputabilidade o CP adotou os critérios “meramente biológico” e “biopsicológico”. O primeiro foi adotado em relação aos menores de idade, ou seja, basta que sejam menores de 18 anos, sem que haja necessidade de qualquer avaliação específica das condições psicológicas do agente no caso concreto. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 23 O critério biopsicológico, por sua vez, foi adotado em relação aos doentes mentais, nos termos do art. 26 do CP. Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 15. (FGV – 2012 – OAB – VIII EXAME DE ORDEM) Analise as hipóteses abaixo relacionadas e assinale a alternativa que apresenta somente causas excludentes de culpabilidade. a) Erro de proibição; embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior; coação moral irresistível. b) Embriaguez culposa; erro de tipo permissivo; inimputabilidade por doença mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado. c) Inimputabilidade por menoridade; estrito cumprimento do dever legal; embriaguez incompleta. d) Embriaguez incompleta proveniente de caso fortuito ou força maior; erro de proibição; obediência hierárquica. COMENTÁRIOS Das alternativas apresentadas a única que traz apenas hipóteses de exclusão da culpabilidade é a letra A, pois tanto o erro de proibição quanto a embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior e a coação moral irresistível são causas de exclusão da culpabilidade, nos termos dos arts. 21, 22 e 28, §1º do CP. Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 16. (FCC – 2019 – DPE-SP – DEFENSOR) Daniel, com 18 anos de idade, conhece Rebeca, com 13 anos de idade, em uma festa e a convida para sair. Os dois começam a namorar e, cerca de 6 meses depois, Rebeca decide perder a virgindade com Daniel. O rapaz, mesmo sabendo da idade da jovem e da proibição legal de praticar conjunção carnalou outro ato libidinoso com menor de 14 anos, ainda que com seu consentimento, mantém relação sexual com Rebeca, acreditando que o fato de namorarem seria uma causa de justificação que tornaria a sua conduta permitida, causa essa que, na verdade, não existe. Ocorre que os pais de Rebeca, ao descobrirem sobre o relacionamento de sua filha com Daniel, comunicaram os fatos à polícia. Daniel é denunciado pelo delito de estupro de vulnerável e a defesa alega que ele agiu em erro. De acordo com a teoria limitada da culpabilidade, Daniel incorreu em erro A) de tipo. B) sobre a pessoa. C) de proibição direto. D) de proibição indireto. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 24 E) de tipo permissivo. COMENTÁRIOS Aqui temos a figura do erro de proibição indireto. O agente sabe que sua conduta está prevista na lei como um fato típico (não há erro de proibição DIRETO, portanto). Todavia, apesar de ter conhecimento disso, o agente acredita que, nas circunstâncias, existe na lei uma causa de justificação para sua conduta, ou seja, que existe na lei uma excludente de ilicitude em seu favor (que não existe, não tem previsão legal). GABARITO: Letra A 17. (FCC – 2018 – MPE-PB – PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) O erro sobre elementos do tipo, previsto no artigo 20 do Código Penal, a) exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. b) sempre isenta o agente de pena. c) não isenta o agente de pena, mas esta será diminuída de um sexto a um terço. d) não tem relevância na punição do agente, pois o desconhecimento da lei é inescusável. e) se inevitável, isenta o agente de pena; se evitável, poderá diminuir a pena de um sexto a um terço. COMENTÁRIOS O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui dolo e também exclui qualquer possibilidade de punição a título de culpa, caso se trate de erro inevitável; em se tratando de erro de tipo evitável, será possível a punição a título culposo, desde que haja previsão legal. Vejamos o art. 20 do CP. GABARITO: Letra A 18. (FCC – 2018 – DPE-AM – DEFENSOR PÚBLICO) No Direito Penal brasileiro, o erro a) sobre os elementos do tipo impede a punição do agente, pois exclui a tipicidade subjetiva em todas as suas formas b) determinado por terceiro faz com que este responda pelo crime. c) sobre a pessoa leva em consideração as condições e qualidades da vítima para fins de aplicação da pena. d) de proibição exclui o dolo, tornando a conduta atípica. e) sobre a ilicitude do fato isenta o agente de pena quando evitável. COMENTÁRIOS Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 25 a) ERRADA: Item errado, pois o erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui dolo e também exclui qualquer possibilidade de punição a título de culpa, caso se trate de erro inevitável; TODAVIA, em se tratando de erro de tipo EVITÁVEL, será possível a punição a título culposo, desde que haja previsão legal, na forma do art. 20 do CP. b) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 20, §2º do CP: Art. 20 (...) § 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) c) ERRADA: Item errado, pois em havendo erro sobre a pessoa, devem ser consideradas as condições pessoais da vítima VISADA e não as condições da vítima efetiva, na forma do art. 20, §3º do CP. d) ERRADA: Item errado, pois o erro de proibição não afasta o dolo. Afasta a culpabilidade, se inevitável; se evitável, é apenas causa de diminuição de pena, nos termos do art. 21 do CP. e) ERRADA: Item errado, pois o erro de proibição afasta a culpabilidade (isenta de pena) somente e for um erro inevitável; se evitável, é apenas causa de diminuição de pena, nos termos do art. 21 do CP. GABARITO: Letra B 19. (FCC – 2018 – DPE-AM – ANALISTA) O erro de tipo, no Direito Penal, a) exclui a culpabilidade subjetiva, impedindo a punição do agente. b) quando escusável, permite a punição por crime culposo. c) é incabível em crimes hediondos e equiparados. d) é inescusável nos crimes da Lei de Drogas, no desconhecimento da lei penal. e) incide sobre o elemento constitutivo do tipo e exclui o dolo. COMENTÁRIOS O erro de tipo (erro sobre os elementos constitutivos do tipo legal) exclui o dolo e a culpa, se for um erro inevitável (escusável ou desculpável); em se tratando de erro de tipo evitável (inescusável ou indesculpável), afasta-se a punição a título doloso, mas permite-se a punição a título culposo, se houver previsão legal, na forma do art. 20 do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 20. (FCC – 2017 – TRF5 – OFICIAL DE JUSTIÇA) A coação moral irresistível a) torna o fato atípico. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 26 b) é causa excludente de ilicitude. c) é circunstância que sempre atenua a pena. d) tem o mesmo tratamento legal da coação física irresistível. e) é causa de isenção da pena. COMENTÁRIOS A coação moral irresistível é causa de exclusão da culpabilidade, pois afasta um dos elementos da culpabilidade que é a “exigibilidade de conduta diversa”. A expressão “causa de isenção de pena” não é errada, pois o CP, muitas vezes, trata de causas de exclusão da culpabilidade como “causas de isenção de pena”. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 21. (FCC – 2017 – POLITEC-AP – PERITO MÉDICO LEGISTA) Após uma discussão em um bar, Pedro decide matar Roberto. Para tanto, dirige-se até sua residência onde arma-se de um revólver. Ato contínuo, retorna ao estabelecimento e efetua um disparo em direção a Roberto. Contudo, erra o alvo, atingindo Antônio, balconista que ali trabalhava, ferindo-o levemente no ombro. Diante do caso hipotético, Pedro praticou, em tese, o(s) crime(s) de a) lesão corporal leve. b) lesão corporal culposa. c) homicídio tentado e lesão corporal leve. d) lesão corporal culposa e tentativa de homicídio. e) homicídio na forma tentada. COMENTÁRIOS Neste caso houve erro na execução (aberratio ictus), de maneira que o agente responderá como se tivesse atingido a pessoa que efetivamente pretendia atingir, na forma do art. 73 do CP, c/c art. 20, §3º do CP. Neste caso, é irrelevante que o agente não tivesse dolo de matar em relação à vítima ATINGIDA. Assim, responderá por tentativa de homicídio (homicídio na forma tentada). Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 22. (FCC – 2015 – TCM-GO – PROCURADOR) A respeito das causas excludentes da culpabilidade, é correto afirmar que a) o desconhecimento da lei nos crimes culposos isenta o agente de pena. b) o erro invencível sobre a ilicitude do fato não isenta o réu de pena. c) na coação moral irresistível o coator responde por dolo e o coacto por culpa. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 27 d) as descriminantes putativas excluem a culpabilidade. e) na obediência hierárquica é dispensável a existência de relação de direito público entre superior e subordinado. COMENTÁRIOS a) ERRADA: Item errado, pois o desconhecimento da lei é inescusável. Em havendo erro de proibição ESCUSÁVEL o agente ficará isento de pena, nos termos do art. 21 do CP. b) ERRADA: Item errado, pois em havendo erro de proibição ESCUSÁVEL (invencível) o agente ficará isento de pena, nos termos do art. 21 do CP. c) ERRADA: Item errado, pois na coação moral irresistível só responde o coator, nos termos do art. 22 do CP. d) CORRETA: As descriminantes putativaspodem ser de fato ou de direito, ou seja, podem estar relacionadas aos pressupostos objetivos de uma causa de justificação (erro de fato) ou sobre a existência e limites da própria causa de justificação (erro de direito). Pela teoria limitada da culpabilidade, adotada pelo CP, as primeiras recebem tratamento similar ao destinado ao erro de tipo, e as segundas recebem o mesmo tratamento destinado ao erro de proibição. Isso não significa, contudo, que as descriminantes putativas por erro de fato sejam SINÔNIMO de erro de tipo. Não se trata de erro de tipo, pois o agente não comete qualquer equívoco quando aos elementos que integram o tipo. Trata-se de erro quando à existência fática de uma excludente de ilicitude, mas que por questões de política criminal recebe tratamento similar ao destinado ao erro de tipo (o agente fica isento de pena se o erro é escusável ou responde na modalidade culposa, se prevista em lei, caso o erro seja inescusável). e) ERRADA: Item errado, pois tal relação é indispensável para a configuração da obediência hierárquica. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 23. (FCC – 2015 – TRE-RR – ANALISTA JUDICIÁRIO) Paulo é estudante de uma determinada faculdade do Estado de Roraima, cursando o primeiro semestre. No início deste ano de 2015 Paulo é submetido a um trote acadêmico violento e, amarrado, é obrigado a consumir à força bebida alcoólica e substância entorpecente. Após o trote, Paulo, completamente embriagado e incapacitado de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento por conta desta embriaguez e do uso de droga, desloca-se até uma Delegacia de Polícia da cidade de Boa Vista, onde tramita um inquérito contra ele por crime de lesão corporal dolosa decorrente de uma briga em uma casa noturna, e oferece R$ 10.000,00 em dinheiro ao Delegado de Polícia para que este não dê prosseguimento às investigações. Paulo acaba preso em flagrante pela Autoridade Policial. No caso hipotético exposto, Paulo Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 28 a) praticou crime de corrupção ativa e terá a pena reduzida de um a dois terços no caso de condenação. b) é isento de pena pelo crime cometido nas dependências da Delegacia de Polícia. c) praticou crime de corrupção ativa e não terá a pena reduzida no caso de condenação pela embriaguez. d) praticou crime de concussão e não terá a pena reduzida no caso de condenação. e) praticou crime de concussão e terá a pena reduzida de um a dois terços no caso de condenação. COMENTÁRIOS Paulo praticou a conduta típica prevista no art. 333 do CP, ou seja, em tese teria praticado o delito de corrupção ativa. Contudo, a questão deixa claro que ele se encontrava inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento, situação decorrente de embriaguez ocasionada por FORÇA MAIOR. Assim, Paulo é inimputável e, segundo o CP, isento de pena (afasta a culpabilidade), nos termos do art. 28, §1º do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 24. (FCC – 2015 – DPE-MA – DEFENSOR PÚBLICO) Se o agente oferece propina a um empregado de uma sociedade de economia mista, supondo ser funcionário de empresa privada com interesse exclusivamente particular, incide em a) erro sobre a pessoa. b) descriminante putativa. c) erro de tipo. d) erro sobre a ilicitude do fato inevitável. e) erro sobre a ilicitude do fato evitável. COMENTÁRIOS Se o agente ignora a condição de funcionário público do agente, pode-se afirmar que ocorreu, no caso em tela, ERRO DE TIPO (erro sobre um dos elementos que compõem o tipo penal), previsto no art. 20 do CP. Portanto, a ALTERNATIAVA CORRETA É A LETRA C. 25. (FCC – 2015 - TCE-CE - Procurador de Contas) A diferença entre erro sobre elementos do tipo e erro sobre a ilicitude do fato reside na circunstância de que Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 29 a) o erro de tipo exclui a culpabilidade, o de fato a imputabilidade. b) o erro de tipo exclui o dolo, o de fato a culpabilidade. c) o erro de tipo exclui a reprovabilidade da conduta, o de fato o elemento do injusto. d) o erro de tipo exclui o dolo, o de fato a invencibilidade do erro. e) a discriminante putativa é o que distingue o erro de tipo do erro de fato. COMENTÁRIOS O erro de tipo escusável exclui o dolo, afastando-se, portanto, o fato típico (já que o dolo é elemento da conduta, que é elemento do fato típico), nos termos do art. 20 do CP. Em se tratando de erro inescusável se admite a punição a título de culpa, se houver previsão legal. Em relação ao erro sobre a ilicitude do fato, ou erro de proibição, caso escusável (desculpável), exclui a culpabilidade do agente. Se inescusável, diminui a pena imposta, nos termos do art. 21 do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 26. (FCC – 2015 - TJ-PE - JUIZ SUBSTITUTO) Em matéria de erro, correto afirmar que a) o erro sobre a ilicitude do fato exclui a culpabilidade, por não exigibilidade de conduta diversa b) o erro sobre elemento constitutivo do tipo penal não exclui a possibilidade de punição por crime culposo. c) o erro sobre a ilicitude do fato, se evitável, isenta de pena. d) o erro sobre elemento constitutivo do tipo penal exclui a culpabilidade. e) o erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena, considerando-se as condições ou qualidades da vítima, e não as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. COMENTÁRIOS O erro de tipo (erro sobre elemento constitutivo do tipo penal) exclui o dolo, mas permite a punição a título culposo, caso se trate de erro indesculpável e o tipo penal admita punição na forma culposa, nos termos do art. 20 do CP. O erro sobre a ilicitude do fato (erro de proibição) isenta de pena (exclui a culpabilidade pela ausência de potencial consciência da ilicitude, se desculpável. Em se tratando de erro indesculpável, o agente não fica isento de pena, mas terá a pena diminuída, nos termos do art. 21 do CP. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 30 Por fim, em caso de erro sobre a pessoa o agente NÃO fica isento de pena. Todavia devem ser consideradas as condições pessoais da vítima visada, não da vítima atingida, nos termos do art. 20, §3º do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 27. (FCC – 2015 – TJ-SE – JUIZ) A, cidadão americano, vem para o Brasil em férias, trazendo alguns cigarros de maconha. Está ciente que mesmo em seu país o consumo da substância não é amplamente permitido, mas, como possui câncer em fase avançada, possui receita médica emitida por especialista americano para utilizar substâncias que possuam THC. Ao passar pelo controle policial do aeroporto, é detido pelo crime de tráfico de drogas. Nesta situação, é possível alegar que A encontrava-se em situação de erro de: a) tipo. b) tipo permissivo. c) proibição direto. d) proibição indireto. e) tipo indireto. COMENTÁRIOS Neste caso o agente incorreu em erro sobre a existência ou limites de uma causa de justificação. Trata-se, portanto, de erro NORMATIVO, erro sobre a existência (em abstrato) de uma norma permissiva (que existe em seu país de origem). Trata-se, portanto, de erro de proibição indireto. Não se trata de erro de proibição direto porque o agente conhece a norma que criminaliza a conduta, mas acredita que há outra norma excepcionando o caráter criminoso. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 28. (FCC – 2015 – TRT9 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Maria, a fim de cuidar do machucado de seu filhoque acabou de cair da bicicleta, aplica sobre o ferimento da criança ácido corrosivo, pensando tratar-se de uma pomada cicatrizante, vindo a agravar o ferimento. A situação descrita retrata hipótese tratada no Código Penal como: a) erro de proibição. b) erro na execução. c) estado de necessidade. d) exercício regular de direito. e) erro de tipo. COMENTÁRIOS Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 31 Neste caso, Maria incidiu em erro de tipo, pois incorreu em erro sobre as circunstâncias fáticas, de maneira que acabou por causar lesões corporais em seu filho sem que tivesse o dolo de provocar tal resultado. Caso se verifique que se tratou de erro indesculpável, poderá responder por lesão corporal na forma culposa, nos termos do art. 20 do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 29. (FCC – 2015 – TRT9 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) São causas de inimputabilidade previstas no Código Penal, além de doença mental e desenvolvimento mental incompleto ou retardado: a) emoção e paixão; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou força maior; idade inferior a 18 anos. b) idade inferior a 16 anos; embriaguez voluntária; coação irresistível. c) idade inferior a 18 anos; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou força maior. d) idade inferior a 21 anos; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou força maior; legítima defesa. e) emoção e paixão; idade inferior a 18 anos; embriaguez preordenada. COMENTÁRIOS Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra C traz hipóteses de inimputabilidade previstas no CP, pois a idade inferior a 18 anos é causa de inimputabilidade, bem como o é a embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou força maior, nos termos do art. 27 e 28, §1º do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 30. (FCC – 2015 – TCE-AM – AUDITOR) O erro sobre a pessoa contra a qual o crime é praticado a) não isenta de pena o agente. b) exclui o dolo. c) exclui o dolo, mas prevalece a culpa. d) não isenta de pena o agente, porém deve sempre ser considerado na sentença. e) é um crime impossível COMENTÁRIOS O erro sobre a pessoa não isenta o agente de pena. Neste caso, porém, devem ser consideradas as condições pessoais da pessoa visada, e não as da pessoa efetivamente atingida, nos termos do art. 20, §3º do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 32 31. (FCC – 2015 – TJ-AL - Juiz Substituto) O erro inescusável sobre a) a ilicitude do fato constitui causa de diminuição da pena. b) elementos do tipo permite a punição a título de culpa, se acidental. c) elementos do tipo isenta de pena. d) elementos do tipo exclui o dolo e a culpa, se essencial. e) a ilicitude do fato exclui a antijuridicidade da conduta. COMENTÁRIOS O erro inescusável (indesculpável) sobre a ilicitude do fato NÃO isenta o agente de pena, mas é causa de diminuição de pena, nos termos do art. 21 do CP. O erro inescusável sobre elemento constitutivo do tipo penal afasta o dolo, mas permite a punição a título culposo, nos casos de erro essencial (desde que haja previsão de punição a título de culpa em relação ao tipo penal). Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 32. (FCC – 2015 – TRE-AP – ANALISTA JUDICIÁRIO) Maria é aprovada no vestibular para uma determinada Universidade Federal. No dia da matrícula, Maria, caloura, é recebida pelos alunos veteranos da universidade e submetida a um trote acadêmico violento. Além de outras coisas que foi obrigada a fazer, Maria foi amarrada em uma cadeira de bar e obrigada a ingerir bebida alcoólica até ficar completamente embriagada e sem qualquer possibilidade de entender o caráter ilícito de um fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento. Maria é liberada do trote e sai do bar, dirigindo-se até o seu veículo que estava estacionado em via pública, sem conseguir movimentá-lo. Abordada por policiais, desacatou-os. Neste caso, no que concerne ao crime de desacato, (A) terá a pena reduzida de um a dois terços. (B) estará isenta de pena. (C) terá a pena reduzida de metade. (D) terá a pena reduzida em 1/6. (E) terá a pena aumentada de 1/3. COMENTÁRIOS No caso em tela Maria estará isenta de pena, pois é considerada inimputável neste caso. A embriaguez completa, desde que proveniente de caso fortuito ou força maior (como foi o caso), exclui a imputabilidade penal, nos termos do art. 28, §1º do CP, desde que o agente seja, ao Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 33 tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 33. (FCC – 2014 – TRF4 – OFICIAL DE JUSTIÇA) No direito brasileiro legislado, desde que subtraia por completo o entendimento da ilicitude ou a determinação por ela, a embriaguez terá, genericamente, o condão de excluir total ou parcialmente a imputabilidade penal quando for (A) não preordenada. (B) oriunda de culpa consciente. (C) oriunda de culpa inconsciente. (D) oriunda de caso fortuito. (E) não premeditada. COMENTÁRIOS A embriaguez somente pode excluir total ou parcialmente a imputabilidade penal quando for oriunda de caso fortuito ou força maior, nos termos do art. 28, §§1º e 2º do CP: Art. 28 - (...) § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar- se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 34. (FCC – 2014 – TJ-CE – JUIZ) Na coação moral irresistível, há exclusão da a) antijuridicidade. b) culpabilidade, por inimputabilidade. c) culpabilidade, por não exigibilidade de conduta diversa. d) tipicidade. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 34 e) culpabilidade, por impossibilidade de conhecimento da ilicitude. COMENTÁRIOS A coação MORAL irresistível exclui a culpabilidade, por inexigibilidade de conduta diversa. Vejamos o art. 22 do CP: Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Embora o artigo fale apenas em coação irresistível, somente a coação MORAL irresistível exclui a culpabilidade. A coação FÍSICA irresistível exclui o fato típico, pois não há um dos elementos, que é a conduta, por ausência de vontade. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 35. (FCC – 2014 – CÂMARA MUNICIPAL-SP – PROCURADOR LEGISLATIVO) Há uma crítica doutrinária bastante conhecida e frequente ao fundamento teórico da punição, no direito brasileiro, dos crimes cometidos em estado de embriaguez. Pode-se sintetizá-la afirmando que essa punição, ao fundar-se na teoria a) da equivalência dos antecedentes causais, simplesmente equaliza as diversas modalidadesde embriaguez, não permitindo uma justa diferenciação de seus variados graus de reprovabilidade. b) objetiva pura alemã, não considera as diversas situações subjetivas desencadeantes da embriaguez, e, por consequência, não propicia a devida diferenciação entre seus variados graus de reprovabilidade. c) da actio libera in causa, não é facilmente extensível aos casos de embriaguez não preordenada ou mesmo meramente culposa, propiciando-se, eventualmente, situações de responsabilização penal estritamente objetiva. d) puramente normativa da culpabilidade (Welzel), esvazia o juízo da consciência da ilicitude que, de efetivo e concreto, se torna puramente exigível e potencial, respondendo o agente indistintamente pelo crime, ainda que compreensivelmente não tivesse condições ou razões reais para não se embriagar nas circunstâncias em que o fato se deu. e) monista temperada, acaba comportando situações graves de impunidade, notadamente nos crimes cometidos com culpa consciente e limítrofes ao dolo eventual. COMENTÁRIOS O item correto é o da letra C. Isso porque o Brasil adotou a teoria da actio libera in causa, segundo a qual o agente deve ser punido pelo crime praticado em estado de embriaguez se ele se colocou livremente nessa situação (ainda que culposamente ou sem intenção de praticar crimes). Tal teoria Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 35 prega que embora não haja imputabilidade no momento do crime, existia livre consciência no momento da embriaguez, ou seja, a ação era consciente “na causa” (a embriaguez). Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 36. (FCC – 2013 – TJ-PE – TITULAR NOTARIAL) A inimputabilidade por peculiaridade mental ou etária exclui da conduta a a) tipicidade. b) tipicidade e a antijuridicidade, respectivamente. c) antijuridicidade. d) antijuridicidade e a culpabilidade, respectivamente. e) culpabilidade. COMENTÁRIOS A inimputabilidade por doença mental ou em razão da idade gera exclusão da culpabilidade, por ser a inimputabilidade um elemento da culpabilidade que, por sua vez, é o terceiro elemento na divisão analítica do crime. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 37. (FCC – 2012 – TRF5 – ANALISTA JUDICIÁRIO) Em matéria penal, a embriaguez incompleta, resultante de caso fortuito ou de força maior, a) não suprime a imputabilidade penal, mas diminui a capacidade de entendimento gerando uma causa geral de diminuição de pena. b) não exclui, nem diminui, a imputabilidade penal, não operando qualquer efeito na aplicação da pena. c) é hipótese de elisão da imputabilidade penal porque afeta a capacidade de compreensão, tornando o agente isento de pena. d) não exclui, nem diminui, a imputabilidade penal, servindo como circunstância agravante. e) embora não suprima a imputabilidade penal, é censurável, e serve como circunstância agravante. COMENTÁRIOS Tal embriaguez NÃO exclui a imputabilidade penal, pois não é completa. Contudo, é causa de diminuição de pena. Vejamos: Art. 28 (...) § 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 36 da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 38. (VUNESP – 2019 – ISS-GUARULHOS – AUDITOR) Assinale a alternativa correta, no que tange ao tratamento que o CP dá à imputabilidade penal (arts. 26 a 28). A) Aplicar-se-á exclusivamente medida de segurança se, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado o agente não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. B) É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. C) Os menores de 21 (vinte e um) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. D) A emoção ou a paixão excluem a imputabilidade penal para os delitos que exigem especial fim de agir. E) A embriaguez culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos, exclui a imputabilidade penal. COMENTÁRIOS a) ERRADA: Item errado, pois neste caso temos a figura do semi-imputável, que não é isento de pena, mas tem sua pena reduzida de um a dois terços, na forma do art. 26, § único do CP. b) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 26 do CP: Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) c) ERRADA: Item errado, pois a maioridade penal é alcançada aos 18 anos, ou seja, a inimputabilidade por idade atinge apenas os menores de 18 anos, na forma do art. 27 do CP. d) ERRADA: Item errado, pois a emoção e a paixão não afastam a imputabilidade penal, nos termos do art. 28, I do CP. e) ERRADA: Item errado, pois a embriaguez voluntária ou culposa não afasta a imputabilidade penal, na forma do art. 28, II do CP. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 37 GABARITO: LETRA B 39. (VUNESP – 2018 – PC-BA - ESCRIVÃO) A respeito da imputabilidade penal, é correto afirmar que tal instituto (A) figura como um dos elementos da culpabilidade. (B) cuida da capacidade física do agente de praticar o ilícito. (C) figura como um dos requisitos da punibilidade. (D) não exclui da aplicação da lei penal fato praticado durante a embriaguez involuntária completa, proveniente de caso fortuito ou força maior. (E) não exclui a menoridade (criança e adolescente) da aplicação da lei penal. COMENTÁRIOS a) CORRETA: Item correto, pois a imputabilidade penal é um dos elementos da culpabilidade (os outros dois são a potencial consciência da ilicitude e a exigibilidade de conduta diversa). b) ERRADA: Item errado, pois a imputabilidade penal cuida da capacidade MENTAL do agente de entender o caráter ilícito do fato ou determinar-se de acordo com este entendimento. c) ERRADA: Item errado, pois a imputabilidade penal é um dos elementos da culpabilidade, não da punibilidade. d) ERRADA: Item errado, pois no caso de embriaguez acidental completa (decorrente de caso fortuito ou força maior), afasta-se a imputabilidade penal do agente, na forma do art. 28, §1º do CP. e) ERRADA: Item errado, pois a menoridade afasta a imputabilidade penal, conforme art. 27 do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 40. (VUNESP – 2018 – PC-BA - INVESTIGADOR) De acordo com o Estatuto Penal brasileiro, são elementos da culpabilidade a imputabilidade, a potencial consciência da ilicitude e a exigibilidade de conduta diversa. Sobre a imputabilidade, assinale a alternativa correta. (A) O conceito de imputabilidade penal compreende a capacidade mental do indivíduo, considerando-se apenas a sua idade ao tempo do crime. (B) Entre as causas de exclusão da imputabilidade, encontra-se a embriaguez completa ou incompleta, mas sempre voluntária. (C) A legislação penal brasileira adotou o critério Biopsicológico como aquele de aferição da imputabilidade, independentementeda idade do infrator ao tempo do fato. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 38 (D) Ao agente que, em virtude da perturbação da saúde mental, não for inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, poderá ser imposta pena como sanção, porém com redução de 1 (um) a 2/3 (dois terços). (E) O agente que por embriaguez incompleta e voluntária não for, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato será isento de pena. COMENTÁRIOS a) ERRADA: Item errado, pois a idade do agente é um dos fatores, mas não é o único. O agente pode ser maior de idade e ser, ainda assim, considerado inimputável por outro motivo. b) ERRADA: Item errado, pois a embriaguez voluntária nunca afasta a imputabilidade penal, na forma do art. 28, II do CP. c) ERRADA: Item errado, pois em relação à menoridade penal, o critério adotado foi o biológico, ou seja, leva-se em conta apenas a idade. Em relação ao critério biopsicológico, ele foi adotado, por exemplo, no que tange à inimputabilidade por doença mental. d) CORRETA: Item correto, pois neste caso temos a situação do semi-imputável, que pode receber pena, mas com redução de um a dois terços, conforme art. 26, § único do CP. e) ERRADA: Item errado, pois a embriaguez voluntária nunca afasta a imputabilidade penal, na forma do art. 28, II do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 41. (VUNESP – 2017 – DPE-RO – DEFENSOR PÚBLICO) Sendo positivos os elementos que configuram o delito e constatada a semi-imputabilidade do acusado, o juiz pode, atendendo aos demais critérios legais, a) aplicar-lhe pena reduzida de 1 a 2/3 ou absolvê-lo, pois não há outra previsão legal. b) aplicar-lhe pena reduzida de 1 a 2/3 ou determinar que se submeta a tratamento ambulatorial ou, ainda, determinar sua internação. c) aplicar-lhe pena reduzida de 1 a 2/3 ou determinar que se submeta a tratamento ambulatorial, pois não há outra previsão legal. d) absolver o acusado, por ausência de tipicidade, especialmente por falta de elemento subjetivo do tipo ou suspender o processo, pois não há outra previsão legal. e) declarar extinta a punibilidade do acusado ou absolvê-lo por ausência de tipicidade, especialmente por falta de elemento subjetivo do tipo. COMENTÁRIOS No caso de semi-imputável o Juiz poderá reduzir a pena de um a dois terços, na forma do art. 26, § único do CP. Todavia, o Juiz pode, ainda, substituir a pena privativa de liberdade por medida de Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 39 segurança, que pode consistir em internação ou tratamento ambulatorial, na forma do art. 98 do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 42. (VUNESP – 2016 – TJ-SP – TITULAR NOTARIAL) Assinale a alternativa correta. a) A embriaguez culposa, por álcool ou substância de efeitos análogos, exclui a imputabilidade penal. b) O agente que em virtude de perturbação da saúde mental não era, ao tempo da ação, inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento, é isento de pena. c) A paixão ou a emoção não excluem a imputabilidade penal. d) Os menores de dezoito anos são semi-imputáveis, pois estão sujeitos às normas do Estatuto da Criança e do Adolescente. COMENTÁRIOS a) ERRADA: Item errado, pois a embriaguez CULPOSA não exclui a imputabilidade penal, nos termos do art. 28, II do CP. b) ERRADA: Item errado, pois para que haja a exclusão da imputabilidade é necessário que o agente seja INTEIRAMENTE INCAPAZ. No caso, a questão disse que o agente não era inteiramente capaz, o que significa que era parcialmente capaz. Neste caso, não ficará isento de pena, mas poderá ter sua pena reduzida de um a dois terços, na forma do art. 26, § único do CP. c) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 28, I do CP. d) ERRADA: Item errado, pois os menores de 18 anos são INIMPUTÁVEIS, e não semi-imputáveis, nos termos do art. 27 do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 43. (VUNESP – 2016 – IPSMI – PROCURADOR) Tício, maior de 18 anos, é portador de doença mental, necessitando de medicação diária. A doença, por si só, não prejudica a capacidade de compreensão. Todavia, a medicação, ingerida em conjunto com bebida alcoólica em quantidade, provoca surtos psicóticos, com exclusão da capacidade de entendimento. Tício sabe dos efeitos do álcool, em excesso, em seu organismo, mas costuma beber, moderadamente, justamente para desfrutar dos efeitos que, segundo ele, “dá barato”. Em uma festa, Tício, sem saber que se tratava de uma garrafa de absinto (bebida de alto teor alcoólico), pensando ser gim, preparou um coquetel de frutas e ingeriu. Ao recobrar a consciência, soube que esfaqueou dois de seus melhores amigos, causando a morte de um e lesão de natureza grave em outro. A respeito da situação, é correto afirmar que Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 40 a) Tício, devido à doença mental, é inimputável, sendo isento de pena. b) Tício é inimputável, sendo isento de pena, pois praticou o crime em estado de completa embriaguez, decorrente de caso fortuito. c) Tício é imputável, pois a embriaguez completa decorreu de culpa. Entretanto, faz jus à redução da pena. d) Tício é imputável, sendo punido de forma agravada, em vista da embriaguez pré-ordenada. e) Tício, por ser maior de 18 anos, é imputável, sendo irrelevante a circunstância de ter praticado o crime em estado de completa embriaguez. COMENTÁRIOS Questão polêmica! Em casos como este é difícil entender como o agente poderia ser considerado inimputável, mas o fato é que houve, a princípio, embriaguez acidental. Vejamos: O agente não é inimputável por doença mental ou menoridade, então esqueçamos isso. Com relação à embriaguez, ela foi dolosa? Não, pois o agente não queria se embriagar. A embriaguez foi culposa? Aí é que está o ponto central da questão. No meu modo de ver, e no modo de ver da Banca, não foi culposa. O agente sabia que estava ingerindo álcool (pois pensou que era Gim), MAS NÃO SABIA que estava ingerindo absinto, que possui uma graduação alcoólica MUITO superior. Neste caso, podemos dizer que a embriaguez se deu por culpa do agente, ou seja, porque ele bebeu muito, imprudentemente, e acabou se embriagando? Creio que não. Neste caso, o mais razoável é admitir que o agente, de fato, se embriagou em razão de caso fortuito. Assim, por se tratar de embriaguez completa acidental (caso fortuito), será o agente considerado inimputável. Naturalmente que o senso comum nos conduz à conclusão de que uma pessoa que faz isso deve ser punida. Todavia, a resposta da questão deve se pautar exclusivamente pelo que dispõe o CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 44. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA) Assinale a alternativa correta a respeito da imputabilidade penal. (A) Comprovada a doença mental ou o desenvolvimento mental incompleto ou retardado, o agente será considerado inimputável para os efeitos legais. (B) Aos inimputáveis e aos semi-imputáveis, comprovada essa condição por perícia médica, será substituída a pena por medida de segurança consistente em internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 41 (C) A imputabilidade é um dos elementos da culpabilidade, ao lado da potencialconsciência sobre a ilicitude do fato e a exigibilidade de conduta diversa. (D) A imputabilidade, de acordo com o Código Penal, pode se dar por doença mental, imaturidade natural ou embriaguez do agente. (E) A emoção e a paixão, além de não afastarem a imputabilidade penal do agente, podem ser consideradas como circunstâncias agravantes no momento da fixação da pena. COMENTÁRIOS A) ERRADA: Será necessário comprovar, ainda, que em razão destes fatos ele era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar- se de acordo com esse entendimento, nos termos do art. 26 do CP. B) ERRADA: Os semi-imputáveis não recebem medida de segurança, mas pena, que pode ser reduzida de um a dois terços, nos termos do art. 26, § único do CP. C) CORRETA: Item correto, pois estes são os três elementos da culpabilidade, segundo a teoria limitada da culpabilidade, adotada pelo CP. D) ERRADA: Item errado, pois a inimputabilidade, segundo o CP, pode se dar por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, por menoridade ou por embriaguez acidental, decorrente de caso fortuito ou força maior. E) ERRADA: Item errado, pois a emoção pode, eventualmente, configurar ATENUANTE genérica, e não agravante, nos termos do art. 61, III, c, do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 45. (VUNESP – 2015 – PC/CE – ESCRIVÃO) No tocante às disposições do Código Penal relativas à culpabilidade e imputabilidade, é correto afirmar que (A) a pena pode ser reduzida de um a dois terços se o agente, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (B) a embriaguez culposa pelo álcool ou substância de efeitos análogos exclui a imputabilidade penal. (C) se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência à ordem, manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. (D) a pena pode ser reduzida de um a dois terços se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (E) a embriaguez voluntária pelo álcool ou substância de efeitos análogos exclui a imputabilidade penal. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 42 COMENTÁRIOS A) ERRADA: Item errado, pois o agente, neste caso, será inimputável, nos termos do art. 26 do CP. B) ERRADA: A embriaguez culposa não exclui a imputabilidade penal. C) ERRADA: Item errado, pois se a ordem é manifestamente ilegal aquele que cumpre a ordem também responde pelo delito, não havendo exclusão de sua culpabilidade. D) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 26, § único do CP: Art. 26 (...) Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) E) ERRADA: A embriaguez voluntária ou culposa não exclui a imputabilidade penal, nos termos do art. 28, II do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 46. (VUNESP – 2015 – PC/CE – INSPETOR) No tocante às disposições previstas no Código Penal relativas à culpabilidade, é correto afirmar que (A) se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência à ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. (B) se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência à ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, é punível o autor da coação ou da ordem tendo o autor do fato a pena diminuída de um a dois terços. (C) o fato cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência à ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, não excluiu a culpabilidade do autor do fato. (D) se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência à ordem, mesmo que manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. (E) se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência à ordem, mesmo que manifestamente ilegal, de superior hierárquico, é punível o autor da coação ou da ordem tendo o autor do fato a pena diminuída de um a dois terços. COMENTÁRIOS A) CORRETA: Item correto, pois esta é a previsão contida no art. 22 do CP. B) ERRADA: O executor do ato, neste caso, não pratica crime, diante da exclusão da culpabilidade. C) ERRADA: Item errado, pelos fundamentos já expostos. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 43 D) ERRADA: Item errado, pois se a ordem é manifestamente ilegal, o executor da ordem também responde pelo delito. E) ERRADA: Item errado, pois se a ordem é manifestamente ilegal, o executor da ordem também responde pelo delito, sem redução de pena. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 47. (VUNESP – 2015 – PC/CE – INSPETOR) Nos termos do Código Penal, a imputabilidade penal é excluída pela (A) emoção. (B) doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, que torna o autor, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (C) embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, que privou o autor, ao tempo da ação ou da omissão, da plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (D) embriaguez completa e culposa que torna o autor, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (E) paixão. COMENTÁRIOS Dentre as alternativas apresentadas apenas a letra B corresponde a uma causa de exclusão da culpabilidade, nos termos do art. 26 do CP: Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) A letra C está errada porque não basta que a embriaguez acidental prive o agente da plena capacidade. É necessário que ele fique INTEIRAMENTE INCAPAZ de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 48. (VUNESP – 2014 – PC-SP – DELEGADO DE POLÍCIA) A tese supralegal de inexigibilidade de conduta diversa, se acolhida judicialmente, importa em exclusão a) da imputabilidade. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 44 b) da pena. c) de punibilidade. d) do crime. e) de culpabilidade. COMENTÁRIOS O reconhecimento da inexigibilidade de conduta diversa implica a exclusão da culpabilidade, eis que um dos elementos da culpabilidade é a EXIGIBILIDADE de conduta diversa. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 49. (VUNESP – 2014 – DPE-MS – DEFENSOR PÚBLICO) Agente imputável e menor de 21 anos à época do fato criminoso ocorrido em 10 de junho de 2006. Foi denunciado como incurso no art. 157, caput, do CP. A denúncia foi recebida em 29 de junho de 2006 e até01 de julho de 2014 não havia sido prolatada sentença. Diante disso, pode-se afirmar que a) ocorreu a pretensão punitiva estatal, considerado o máximo da pena abstratamente cominada à infração. b) ocorrerá a prescrição da pretensão punitiva estatal somente depois de decorridos seis anos da data supra mencionada (01.07.2014). c) ocorrerá a prescrição da pretensão punitiva estatal somente depois de decorridos quatro anos da data supra mencionada (01.07.2014). d) antes da prolação da sentença condenatória não se pode falar em ocorrência da pretensão punitiva estatal. COMENTÁRIOS No caso, o delito previsto é o de roubo, cuja pena máxima prevista é de 10 anos de reclusão. Assim, em tese, o crime prescreveria em 16 anos, nos termos do art. 109, II do CP. Contudo, o agente era menor de 21 anos na data do fato, logo, esse prazo cai pela metade (08 anos), nos termos do art. 115 do CP. O recebimento da denúncia interrompeu o curso do prazo de prescrição (art. 117, I do CP), que voltou a correr do zero, a partir daquela data. A data atual (segundo a questão) para fins de cálculo da prescrição é dia 01.07.2014. Vemos que entre a última interrupção da prescrição e a data atual já transcorreram mais de 08 anos, motivo pelo qual operou-se a prescrição. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 45 p.s.: a alternativa A contém um erro de digitação. Faltou simplesmente a palavra “prescrição”, o que torna o item sem sentido. Contudo, foi mero esquecimento da Banca. Para quem fez a prova, possuem razão em recorrer. Para nós, vamos simplesmente “fingir” que a palavra “prescrição” foi colocada lá, antes de “pretensão punitiva”. Desta forma não perdemos a questão. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 50. (VUNESP – 2015 – PC-CE – DELEGADO DE POLÍCIA) Considere que determinado sujeito, portador de desenvolvimento mental incompleto, ao tempo da ação tinha plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato, mas era inteiramente incapaz de determinar-se de acordo com esse entendimento – o que fora clinicamente atestado nos autos em perícia oficial. Em consonância com o texto legal do art. 26 do CP, ao proferir sentença deve o juiz reconhecer sua a) inimputabilidade. b) imputabilidade. c) semi-imputabilidade, absolvendo-lhe e aplicando-lhe medida de segurança. d) semi-imputabilidade, condenando-lhe e aplicando-lhe pena diminuída. e) semi-imputabilidade, condenando-lhe e aplicando-lhe medida de segurança. COMENTÁRIOS Como o agente era, ao tempo da ação ou da omissão, INTEIRAMENTE INCAPAZ de determinar- se de acordo com o Direito, deverá ser reconhecida sua INIMPUTABILIDADE, por força do art. 26 do CP: Inimputáveis Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Veja que o art. 26 exige que o agente seja inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato OU (alternativo, portanto) de determinar-se conforme este entendimento, que é o caso da questão. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 51. (VUNESP - 2013 - TJ-SP - ADVOGADO) O gerente de uma determinada agência bancária, após longa sessão de tortura psicológica infligida a ele pelos bandidos, fornece a chave para abertura do cofre da agência bancária. Sua conduta encontra guarida na excludente de; Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 46 a) ilicitude denominada legítima defesa. b) ilicitude denominada obediência hierárquica. c) culpabilidade denominada actio libera in causa. d) ilicitude denominada coação física irresistível. e) culpabilidade denominada coação moral irresistível. COMENTÁRIOS O gerente, neste caso, agiu sob coação moral irresistível, de maneira que sua conduta está amparada por uma causa de exclusão da culpabilidade. Vejamos: Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. EXERCÍCIOS PARA PRATICAR 1. (FGV – 2019 – DPE-RJ – TÉCNICO JURÍDICO) Ao final das comemorações da noite de Natal com sua família, Paulo, quando deixava o local, acabou por levar consigo o presente do seu primo Caio, acreditando ser o seu, tendo em vista que as caixas dos presentes eram idênticas. Após perceber o sumiço do seu presente e acreditando ter sido vítima de crime patrimonial, Caio compareceu à Delegacia para registrar o ocorrido, ocasião em que foram ouvidas testemunhas presenciais, que afirmaram ter visto Paulo sair com aquele objeto. Paulo, ao tomar conhecimento da investigação, compareceu em sede policial e indicou onde o objeto estava, sendo o bem apreendido no dia seguinte em sua residência. Preocupado com sua situação jurídica, Paulo procurou a Defensoria Pública. Sob o ponto de vista jurídico, sua conduta impõe o reconhecimento de que: A) ocorreu erro de proibição, afastando a culpabilidade ou gerando causa de redução de pena, a depender de ser considerado vencível ou invencível; Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 47 B) foi praticado crime de furto, mas deverá ser reconhecida a causa de diminuição de pena do arrependimento posterior; C) houve erro sobre a pessoa, devendo ser consideradas as características daquele que se pretendia atingir; D) ocorreu erro de tipo, o que faz com que, no caso concreto, sua conduta seja considerada atípica; E) houve erro na execução (aberratio ictus), logo a conduta deverá ser considerada atípica. 2. (FGV – 2018 – TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Gabriel, 25 anos, desferiu, de maneira imotivada, diversos golpes de madeira na cabeça de Fábio, seu irmão mais novo. Após ser denunciado pelo crime de lesão corporal gravíssima, foi realizado exame de insanidade mental, constatando-se que, no momento da agressão, Gabriel, em razão de desenvolvimento mental incompleto, não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato. Diante da conclusão do laudo pericial, deverá ser reconhecida a: (A) inimputabilidade do agente, afastando-se a culpabilidade; (B) semi-imputabilidade do agente, afastando-se a culpabilidade; (C) inimputabilidade do agente, afastando-se a tipicidade; (D) semi-imputabilidade do agente, que poderá funcionar como causa de redução de pena; (E) semi-imputabilidade do agente, afastando-se a tipicidade. 3. (FGV – 2017 – OAB - XXIII EXAME DE ORDEM) Pedro, jovem rebelde, sai à procura de Henrique, 24 anos, seu inimigo, com a intenção de matá-lo, vindo a encontrá-lo conversando com uma senhora de 68 anos de idade. Pedro saca sua arma, regularizada e cujo porte era autorizado, e dispara em direção ao rival. Ao mesmo tempo, a senhora dava um abraço de despedida em Henrique e acaba sendo atingida pelo disparo. Henrique, que não sofreu qualquer lesão, tenta salvar a senhora, mas ela falece. Diante da situação narrada, em consulta técnica solicitada pela família, deverá ser esclarecido pelo advogado que a conduta de Pedro, de acordo com o Código Penal, configura A) crime de homicídio doloso consumado, apenas, com causa de aumento em razão da idade da vítima. B) crime de homicídio doloso consumado, apenas, sem causa de aumento em razão da idade da vítima. C) crimes de homicídio culposo consumado e de tentativa de homicídio dolosoem relação a Henrique. D) crime de homicídio culposo consumado, sem causa de aumento pela idade da vítima. 4. (FGV – 2017 – OAB – XXII EXAME DE ORDEM) Tony, a pedido de um colega, está transportando uma caixa com cápsulas que acredita ser de remédios, sem ter conhecimento que estas, na verdade, continham Cloridrato de Cocaína em seu interior. Por outro lado, José transporta Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 48 em seu veículo 50g de Cannabis Sativa L. (maconha), pois acreditava que poderia ter pequena quantidade do material em sua posse para fins medicinais. Ambos foram abordados por policiais e, diante da apreensão das drogas, denunciados pela prática do crime de tráfico de entorpecentes. Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Tony e José deverá alegar em favor dos clientes, respectivamente, a ocorrência de A) erro de tipo, nos dois casos. B) erro de proibição, nos dois casos. C) erro de tipo e erro de proibição. D) erro de proibição e erro de tipo. 5. (FGV - 2016 - OAB - XX EXAME DE ORDEM) Wellington pretendia matar Ronaldo, camisa 10 e melhor jogador de futebol do time Bola Cheia, seu adversário no campeonato do bairro. No dia de um jogo do Bola Cheia, Wellington vê, de costas, um jogador com a camisa 10 do time rival. Acreditando ser Ronaldo, efetua diversos disparos de arma de fogo, mas, na verdade, aquele que vestia a camisa 10 era Rodrigo, adolescente que substituiria Ronaldo naquele jogo. Em virtude dos disparos, Rodrigo faleceu. Considerando a situação narrada, assinale a opção que indica o crime cometido por Wellington. A) Homicídio consumado, considerando-se as características de Ronaldo, pois houve erro na execução. B) Homicídio consumado, considerando-se as características de Rodrigo. C) Homicídio consumado, considerando-se as características de Ronaldo, pois houve erro sobre a pessoa. D) Tentativa de homicídio contra Ronaldo e homicídio culposo contra Rodrigo. 6. (FGV - 2016 - OAB - XIX EXAME DE ORDEM) Pedro e Paulo bebiam em um bar da cidade quando teve início uma discussão sobre futebol. Pedro, objetivando atingir Paulo, desfere contra ele um disparo que atingiu o alvo desejado e também terceira pessoa que se encontrava no local, certo que ambas as vítimas faleceram, inclusive aquela cuja morte na ̃o era querida pelo agente. Para resolver a questão no campo jurídico, deve ser aplicada a seguinte modalidade de erro: A) erro sobre a pessoa. B) aberratio ictus. C) aberratio criminis. D) erro determinado por terceiro. 7. (FGV – 2015 – TCM-SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO – CIÊNCIAS JURÍDICAS) Dois prefeitos de cidades vizinhas, Ricardo e Bruno, encontram-se em um bar, após uma reunião cansativa de Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 49 negócios. Ricardo bebia doses de whisky e, mesmo não sendo essa sua intenção, acabou ficando embriagado. Enquanto isso, Bruno bebia apenas refrigerante, mas foi colocado em seu copo um comprimido de substância psicotrópica por um eleitor de sua cidade, que também o deixou completamente embriagado. Após, ainda alterados, cada um volta para a sede de sua prefeitura e apropriam-se de bens públicos para proveito próprio. Considerando o fato narrado, é correto afirmar que: (A) Ricardo e Bruno são isentos de pena, pois a embriaguez de ambos decorreu de força maior; (B) Ricardo deverá responder pelo crime praticado, enquanto Bruno é isento de pena; (C) Ricardo e Bruno deverão responder pelos crimes praticados, pois a embriaguez nunca exclui a imputabilidade penal; (D) Ricardo e Bruno, caso sejam denunciados, responderão criminalmente perante a Câmara de Vereadores; (E) Ricardo e Bruno são isentos de pena, pois a embriaguez do primeiro foi culposa e do segundo decorreu de força maior. 8. (FGV – 2015 – TCE-RJ – AUDITOR) A embriaguez provocada pelo uso do álcool pode excluir a culpabilidade quando: a) for preordenada; b) decorrer de força maior e diminuir a capacidade de entender a ilicitude do fato; c) for culposa; d) for patológica; e) for habitual. 9. (FGV – 2015 – ASSEMBLEIA LEGISLATIVA-AL – PROCURADOR) A doutrina majoritária brasileira entende que haverá crime diante de uma conduta típica, ilícita e culpável. Sobre a culpabilidade, assinale a afirmativa correta. a) O erro de tipo é causa de exclusão da culpabilidade em seu elemento potencial da ilicitude. b) A conduta em coação física irresistível, apesar de típica e ilícita, não enseja punição do agente por ausência de culpabilidade. c) O estrito cumprimento do dever legal é tratado pelo Código Penal como causa excludente de culpabilidade. d) A embriaguez culposa completa não exclui a imputabilidade penal. e) O exercício regular do direito é causa legal de exclusão da culpabilidade. 10. (FGV – 2015 – OAB – XVI EXAME DE ORDEM) Patrício e Luiz estavam em um bar, quando o primeiro, mediante ameaça de arma de fogo, obriga o último a beber dois copos de tequila. Luiz ficou inteiramente embriagado. A dupla, então, deixou o local, sendo que Patrício conduzia Luiz, Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 50 que caminhava com muitas dificuldades. Ao encontrarem Juliana, que caminhava sozinha pela calçada, Patrício e Luiz, se utilizando da arma que era portada pelo primeiro, constrangeram-na a com eles praticar sexo oral, sendo flagrados por populares que passavam ocasionalmente pelo local, ocorrendo a prisão em flagrante. Denunciados pelo crime de estupro, no curso da instrução, mediante perícia, restou constatado que Patrício era possuidor de doença mental grave e que, quando da prática do fato, era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do seu comportamento, situação, aliás, que permaneceu até o momento do julgamento. Também ficou demonstrado que, no momento do crime, Luiz estava completamente embriagado. O Ministério Público requereu a condenação dos acusados. Não havendo dúvida com relação ao injusto, tecnicamente, a defesa técnica dos acusados deverá requerer, nas alegações finais, A) a absolvição dos acusados por força da inimputabilidade, aplicando, porém, medida de segurança para ambos. B) a absolvição de Luiz por ausência de culpabilidade em razão da embriaguez culposa e a absolvição Patrício, com aplicação, para este, de medida de segurança. C) a absolvição de Luiz por ausência de culpabilidade em razão da embriaguez completa decorrente de força maior e a absolvição imprópria de Patrício, com aplicação, para este, de medida de segurança. D) a absolvição imprópria de Patrício, com a aplicação de medida de segurança, e a condenação de Luiz na pena mínima, porque a embriaguez nunca exclui a culpabilidade. 11. (FGV – 2015 – OAB – XVII EXAME DE ORDEM) Durante um assalto a uma instituição bancária, Antônio e Francisco, gerentes do estabelecimento, são feitos reféns. Tendo ciência da condição deles de gerentes e da necessidade de que suas digitais fossem inseridas em determinado sistema para abertura do cofre, os criminosos colocam, à força, o dedo de Antônio no local necessário, abrindo, com isso, o cofre e subtraindo determinada quantia em dinheiro. Além disso, sob a ameaça de morte da esposa de Francisco, exigem que este saia do banco, levando a sacola de dinheiro juntamente com eles, enquanto apontam uma arma de fogo para os policiais que tentavam efetuar a prisão dos agentes. Analisando as condutas de Antônio e Francisco, com base no conceito tripartido de crime, é correto afirmar que A) Antônio não responderá pelo crime por ausência de tipicidade, enquantoFrancisco não responderá por ausência de ilicitude em sua conduta. B) Antônio não responderá pelo crime por ausência de ilicitude, enquanto Francisco não responderá por ausência de culpabilidade em sua conduta. C) Antônio não responderá pelo crime por ausência de tipicidade, enquanto Francisco não responderá por ausência de culpabilidade em sua conduta. D) Ambos não responderão pelo crime por ausência de culpabilidade em suas condutas. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 51 12. (FGV – 2014 – OAB – XIV EXAME DE ORDEM) Eslow, holandês e usuário de maconha, que nunca antes havia feito uma viagem internacional, veio ao Brasil para a Copa do Mundo. Assistindo ao jogo Holanda x Brasil decidiu, diante da tensão, fumar um cigarro de maconha nas arquibancadas do estádio. Imediatamente, os policiais militares de plantão o prenderam e o conduziram à Delegacia de Polícia. Diante do Delegado de Polícia, Eslow, completamente assustado, afirma que não sabia que no Brasil a utilização de pequena quantidade de maconha era proibida, pois, no seu país, é um hábito assistir a jogos de futebol fumando maconha. Sobre a hipótese apresentada, assinale a opção que apresenta a principal tese defensiva. a) Eslow está em erro de tipo essencial escusável, razão pela qual deve ser absolvido. b) Eslow está em erro de proibição direto inevitável, razão pela qual deve ser isento de pena. c) Eslow está em erro de tipo permissivo escusável, razão pela qual deve ser punido pelo crime culposo. d) Eslow está em erro de proibição, que importa em crime impossível, razão pela qual deve ser absolvido. 13. (FGV - 2012 - PC-MA - DELEGADO DE POLÍCIA) Acerca da culpabilidade no estudo da teoria do crime, assinale a afirmativa incorreta. a) Para a teoria normativa que surgiu com o finalismo, houve a migração do dolo e da culpa para a tipicidade, passando a culpabilidade a ser um juízo de valor que se faz sobre a conduta típica e ilícita. b) No tocante a imputabilidade, o Código Penal adotou o critério biopsicológico, sendo indispensável que a causa geradora da inimputabilidade esteja presente no momento da conduta. c) No erro de proibição o erro recai sobre a ilicitude do fato, imaginando o agente ser lícito o que é ilícito, podendo atenuar a culpabilidade, nunca, porém, a excluindo. d) Para a teoria limitada da culpabilidade, o erro de tipo permissivo exclui o dolo; se o erro for vencível há crime culposo se previsto em lei. e) A coação moral irresistível pode ser exercida diretamente sobre o agente ou sobre um terceiro, somente respondendo o autor da coação. 14. (FGV – 2013 – OAB – XI EXAME DE ORDEM) Para aferição da inimputabilidade por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, assinale a alternativa que indica o critério adotado pelo Código Penal vigente. a) Biológico. b) Psicológico. c) Psiquiátrico. d) Biopsicológico. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 52 15. (FGV – 2012 – OAB – VIII EXAME DE ORDEM) Analise as hipóteses abaixo relacionadas e assinale a alternativa que apresenta somente causas excludentes de culpabilidade. a) Erro de proibição; embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior; coação moral irresistível. b) Embriaguez culposa; erro de tipo permissivo; inimputabilidade por doença mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado. c) Inimputabilidade por menoridade; estrito cumprimento do dever legal; embriaguez incompleta. d) Embriaguez incompleta proveniente de caso fortuito ou força maior; erro de proibição; obediência hierárquica. 16. (FCC – 2019 – DPE-SP – DEFENSOR) Daniel, com 18 anos de idade, conhece Rebeca, com 13 anos de idade, em uma festa e a convida para sair. Os dois começam a namorar e, cerca de 6 meses depois, Rebeca decide perder a virgindade com Daniel. O rapaz, mesmo sabendo da idade da jovem e da proibição legal de praticar conjunção carnal ou outro ato libidinoso com menor de 14 anos, ainda que com seu consentimento, mantém relação sexual com Rebeca, acreditando que o fato de namorarem seria uma causa de justificação que tornaria a sua conduta permitida, causa essa que, na verdade, não existe. Ocorre que os pais de Rebeca, ao descobrirem sobre o relacionamento de sua filha com Daniel, comunicaram os fatos à polícia. Daniel é denunciado pelo delito de estupro de vulnerável e a defesa alega que ele agiu em erro. De acordo com a teoria limitada da culpabilidade, Daniel incorreu em erro A) de tipo. B) sobre a pessoa. C) de proibição direto. D) de proibição indireto. E) de tipo permissivo. 17. (FCC – 2018 – MPE-PB – PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) O erro sobre elementos do tipo, previsto no artigo 20 do Código Penal, a) exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. b) sempre isenta o agente de pena. c) não isenta o agente de pena, mas esta será diminuída de um sexto a um terço. d) não tem relevância na punição do agente, pois o desconhecimento da lei é inescusável. e) se inevitável, isenta o agente de pena; se evitável, poderá diminuir a pena de um sexto a um terço. 18. (FCC – 2018 – DPE-AM – DEFENSOR PÚBLICO) No Direito Penal brasileiro, o erro Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 53 a) sobre os elementos do tipo impede a punição do agente, pois exclui a tipicidade subjetiva em todas as suas formas b) determinado por terceiro faz com que este responda pelo crime. c) sobre a pessoa leva em consideração as condições e qualidades da vítima para fins de aplicação da pena. d) de proibição exclui o dolo, tornando a conduta atípica. e) sobre a ilicitude do fato isenta o agente de pena quando evitável. 19. (FCC – 2018 – DPE-AM – ANALISTA) O erro de tipo, no Direito Penal, a) exclui a culpabilidade subjetiva, impedindo a punição do agente. b) quando escusável, permite a punição por crime culposo. c) é incabível em crimes hediondos e equiparados. d) é inescusável nos crimes da Lei de Drogas, no desconhecimento da lei penal. e) incide sobre o elemento constitutivo do tipo e exclui o dolo. 20. (FCC – 2017 – TRF5 – OFICIAL DE JUSTIÇA) A coação moral irresistível a) torna o fato atípico. b) é causa excludente de ilicitude. c) é circunstância que sempre atenua a pena. d) tem o mesmo tratamento legal da coação física irresistível. e) é causa de isenção da pena. 21. (FCC – 2017 – POLITEC-AP – PERITO MÉDICO LEGISTA) Após uma discussão em um bar, Pedro decide matar Roberto. Para tanto, dirige-se até sua residência onde arma-se de um revólver. Ato contínuo, retorna ao estabelecimento e efetua um disparo em direção a Roberto. Contudo, erra o alvo, atingindo Antônio, balconista que ali trabalhava, ferindo-o levemente no ombro. Diante do caso hipotético, Pedro praticou, em tese, o(s) crime(s) de a) lesão corporal leve. b) lesão corporal culposa. c) homicídio tentado e lesão corporal leve. d) lesão corporal culposa e tentativa de homicídio. e) homicídio na forma tentada. 22. (FCC – 2015 – TCM-GO – PROCURADOR) A respeito das causas excludentes da culpabilidade, é correto afirmar que a) o desconhecimento da lei nos crimes culposos isenta o agente de pena. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 54 b) o erro invencível sobre a ilicitude do fato não isenta o réu de pena. c) na coação moral irresistível o coator responde por dolo e o coacto por culpa. d) as descriminantesputativas excluem a culpabilidade. e) na obediência hierárquica é dispensável a existência de relação de direito público entre superior e subordinado. 23. (FCC – 2015 – TRE-RR – ANALISTA JUDICIÁRIO) Paulo é estudante de uma determinada faculdade do Estado de Roraima, cursando o primeiro semestre. No início deste ano de 2015 Paulo é submetido a um trote acadêmico violento e, amarrado, é obrigado a consumir à força bebida alcoólica e substância entorpecente. Após o trote, Paulo, completamente embriagado e incapacitado de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento por conta desta embriaguez e do uso de droga, desloca-se até uma Delegacia de Polícia da cidade de Boa Vista, onde tramita um inquérito contra ele por crime de lesão corporal dolosa decorrente de uma briga em uma casa noturna, e oferece R$ 10.000,00 em dinheiro ao Delegado de Polícia para que este não dê prosseguimento às investigações. Paulo acaba preso em flagrante pela Autoridade Policial. No caso hipotético exposto, Paulo a) praticou crime de corrupção ativa e terá a pena reduzida de um a dois terços no caso de condenação. b) é isento de pena pelo crime cometido nas dependências da Delegacia de Polícia. c) praticou crime de corrupção ativa e não terá a pena reduzida no caso de condenação pela embriaguez. d) praticou crime de concussão e não terá a pena reduzida no caso de condenação. e) praticou crime de concussão e terá a pena reduzida de um a dois terços no caso de condenação. 24. (FCC – 2015 – DPE-MA – DEFENSOR PÚBLICO) Se o agente oferece propina a um empregado de uma sociedade de economia mista, supondo ser funcionário de empresa privada com interesse exclusivamente particular, incide em a) erro sobre a pessoa. b) descriminante putativa. c) erro de tipo. d) erro sobre a ilicitude do fato inevitável. e) erro sobre a ilicitude do fato evitável. 25. (FCC – 2015 - TCE-CE - Procurador de Contas) A diferença entre erro sobre elementos do tipo e erro sobre a ilicitude do fato reside na circunstância de que a) o erro de tipo exclui a culpabilidade, o de fato a imputabilidade. b) o erro de tipo exclui o dolo, o de fato a culpabilidade. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 55 c) o erro de tipo exclui a reprovabilidade da conduta, o de fato o elemento do injusto. d) o erro de tipo exclui o dolo, o de fato a invencibilidade do erro. e) a discriminante putativa é o que distingue o erro de tipo do erro de fato. 26. (FCC – 2015 - TJ-PE - JUIZ SUBSTITUTO) Em matéria de erro, correto afirmar que a) o erro sobre a ilicitude do fato exclui a culpabilidade, por não exigibilidade de conduta diversa b) o erro sobre elemento constitutivo do tipo penal não exclui a possibilidade de punição por crime culposo. c) o erro sobre a ilicitude do fato, se evitável, isenta de pena. d) o erro sobre elemento constitutivo do tipo penal exclui a culpabilidade. e) o erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena, considerando-se as condições ou qualidades da vítima, e não as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. 27. (FCC – 2015 – TJ-SE – JUIZ) A, cidadão americano, vem para o Brasil em férias, trazendo alguns cigarros de maconha. Está ciente que mesmo em seu país o consumo da substância não é amplamente permitido, mas, como possui câncer em fase avançada, possui receita médica emitida por especialista americano para utilizar substâncias que possuam THC. Ao passar pelo controle policial do aeroporto, é detido pelo crime de tráfico de drogas. Nesta situação, é possível alegar que A encontrava-se em situação de erro de: a) tipo. b) tipo permissivo. c) proibição direto. d) proibição indireto. e) tipo indireto. 28. (FCC – 2015 – TRT9 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Maria, a fim de cuidar do machucado de seu filho que acabou de cair da bicicleta, aplica sobre o ferimento da criança ácido corrosivo, pensando tratar-se de uma pomada cicatrizante, vindo a agravar o ferimento. A situação descrita retrata hipótese tratada no Código Penal como: a) erro de proibição. b) erro na execução. c) estado de necessidade. d) exercício regular de direito. e) erro de tipo. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 56 29. (FCC – 2015 – TRT9 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) São causas de inimputabilidade previstas no Código Penal, além de doença mental e desenvolvimento mental incompleto ou retardado: a) emoção e paixão; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou força maior; idade inferior a 18 anos. b) idade inferior a 16 anos; embriaguez voluntária; coação irresistível. c) idade inferior a 18 anos; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou força maior. d) idade inferior a 21 anos; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou força maior; legítima defesa. e) emoção e paixão; idade inferior a 18 anos; embriaguez preordenada. 30. (FCC – 2015 – TCE-AM – AUDITOR) O erro sobre a pessoa contra a qual o crime é praticado a) não isenta de pena o agente. b) exclui o dolo. c) exclui o dolo, mas prevalece a culpa. d) não isenta de pena o agente, porém deve sempre ser considerado na sentença. e) é um crime impossível 31. (FCC – 2015 – TJ-AL - Juiz Substituto) O erro inescusável sobre a) a ilicitude do fato constitui causa de diminuição da pena. b) elementos do tipo permite a punição a título de culpa, se acidental. c) elementos do tipo isenta de pena. d) elementos do tipo exclui o dolo e a culpa, se essencial. e) a ilicitude do fato exclui a antijuridicidade da conduta. 32. (FCC – 2015 – TRE-AP – ANALISTA JUDICIÁRIO) Maria é aprovada no vestibular para uma determinada Universidade Federal. No dia da matrícula, Maria, caloura, é recebida pelos alunos veteranos da universidade e submetida a um trote acadêmico violento. Além de outras coisas que foi obrigada a fazer, Maria foi amarrada em uma cadeira de bar e obrigada a ingerir bebida alcoólica até ficar completamente embriagada e sem qualquer possibilidade de entender o caráter ilícito de um fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento. Maria é liberada do trote e sai do bar, dirigindo-se até o seu veículo que estava estacionado em via pública, sem conseguir movimentá-lo. Abordada por policiais, desacatou-os. Neste caso, no que concerne ao crime de desacato, (A) terá a pena reduzida de um a dois terços. (B) estará isenta de pena. (C) terá a pena reduzida de metade. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 57 (D) terá a pena reduzida em 1/6. (E) terá a pena aumentada de 1/3. 33. (FCC – 2014 – TRF4 – OFICIAL DE JUSTIÇA) No direito brasileiro legislado, desde que subtraia por completo o entendimento da ilicitude ou a determinação por ela, a embriaguez terá, genericamente, o condão de excluir total ou parcialmente a imputabilidade penal quando for (A) não preordenada. (B) oriunda de culpa consciente. (C) oriunda de culpa inconsciente. (D) oriunda de caso fortuito. (E) não premeditada. 34. (FCC – 2014 – TJ-CE – JUIZ) Na coação moral irresistível, há exclusão da a) antijuridicidade. b) culpabilidade, por inimputabilidade. c) culpabilidade, por não exigibilidade de conduta diversa. d) tipicidade. e) culpabilidade, por impossibilidade de conhecimento da ilicitude. 35. (FCC – 2014 – CÂMARA MUNICIPAL-SP – PROCURADOR LEGISLATIVO) Há uma crítica doutrinária bastante conhecida e frequente ao fundamento teórico da punição, no direito brasileiro, dos crimes cometidos em estado de embriaguez. Pode-se sintetizá-la afirmando que essa punição,ao fundar-se na teoria a) da equivalência dos antecedentes causais, simplesmente equaliza as diversas modalidades de embriaguez, não permitindo uma justa diferenciação de seus variados graus de reprovabilidade. b) objetiva pura alemã, não considera as diversas situações subjetivas desencadeantes da embriaguez, e, por consequência, não propicia a devida diferenciação entre seus variados graus de reprovabilidade. c) da actio libera in causa, não é facilmente extensível aos casos de embriaguez não preordenada ou mesmo meramente culposa, propiciando-se, eventualmente, situações de responsabilização penal estritamente objetiva. d) puramente normativa da culpabilidade (Welzel), esvazia o juízo da consciência da ilicitude que, de efetivo e concreto, se torna puramente exigível e potencial, respondendo o agente indistintamente pelo crime, ainda que compreensivelmente não tivesse condições ou razões reais para não se embriagar nas circunstâncias em que o fato se deu. e) monista temperada, acaba comportando situações graves de impunidade, notadamente nos crimes cometidos com culpa consciente e limítrofes ao dolo eventual. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 58 36. (FCC – 2013 – TJ-PE – TITULAR NOTARIAL) A inimputabilidade por peculiaridade mental ou etária exclui da conduta a a) tipicidade. b) tipicidade e a antijuridicidade, respectivamente. c) antijuridicidade. d) antijuridicidade e a culpabilidade, respectivamente. e) culpabilidade. 37. (FCC – 2012 – TRF5 – ANALISTA JUDICIÁRIO) Em matéria penal, a embriaguez incompleta, resultante de caso fortuito ou de força maior, a) não suprime a imputabilidade penal, mas diminui a capacidade de entendimento gerando uma causa geral de diminuição de pena. b) não exclui, nem diminui, a imputabilidade penal, não operando qualquer efeito na aplicação da pena. c) é hipótese de elisão da imputabilidade penal porque afeta a capacidade de compreensão, tornando o agente isento de pena. d) não exclui, nem diminui, a imputabilidade penal, servindo como circunstância agravante. e) embora não suprima a imputabilidade penal, é censurável, e serve como circunstância agravante. 38. (VUNESP – 2019 – ISS-GUARULHOS – AUDITOR) Assinale a alternativa correta, no que tange ao tratamento que o CP dá à imputabilidade penal (arts. 26 a 28). A) Aplicar-se-á exclusivamente medida de segurança se, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado o agente não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. B) É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. C) Os menores de 21 (vinte e um) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. D) A emoção ou a paixão excluem a imputabilidade penal para os delitos que exigem especial fim de agir. E) A embriaguez culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos, exclui a imputabilidade penal. 39. (VUNESP – 2018 – PC-BA - ESCRIVÃO) A respeito da imputabilidade penal, é correto afirmar que tal instituto Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 59 (A) figura como um dos elementos da culpabilidade. (B) cuida da capacidade física do agente de praticar o ilícito. (C) figura como um dos requisitos da punibilidade. (D) não exclui da aplicação da lei penal fato praticado durante a embriaguez involuntária completa, proveniente de caso fortuito ou força maior. (E) não exclui a menoridade (criança e adolescente) da aplicação da lei penal. 40. (VUNESP – 2018 – PC-BA - INVESTIGADOR) De acordo com o Estatuto Penal brasileiro, são elementos da culpabilidade a imputabilidade, a potencial consciência da ilicitude e a exigibilidade de conduta diversa. Sobre a imputabilidade, assinale a alternativa correta. (A) O conceito de imputabilidade penal compreende a capacidade mental do indivíduo, considerando-se apenas a sua idade ao tempo do crime. (B) Entre as causas de exclusão da imputabilidade, encontra-se a embriaguez completa ou incompleta, mas sempre voluntária. (C) A legislação penal brasileira adotou o critério Biopsicológico como aquele de aferição da imputabilidade, independentemente da idade do infrator ao tempo do fato. (D) Ao agente que, em virtude da perturbação da saúde mental, não for inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, poderá ser imposta pena como sanção, porém com redução de 1 (um) a 2/3 (dois terços). (E) O agente que por embriaguez incompleta e voluntária não for, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato será isento de pena. 41. (VUNESP – 2017 – DPE-RO – DEFENSOR PÚBLICO) Sendo positivos os elementos que configuram o delito e constatada a semi-imputabilidade do acusado, o juiz pode, atendendo aos demais critérios legais, a) aplicar-lhe pena reduzida de 1 a 2/3 ou absolvê-lo, pois não há outra previsão legal. b) aplicar-lhe pena reduzida de 1 a 2/3 ou determinar que se submeta a tratamento ambulatorial ou, ainda, determinar sua internação. c) aplicar-lhe pena reduzida de 1 a 2/3 ou determinar que se submeta a tratamento ambulatorial, pois não há outra previsão legal. d) absolver o acusado, por ausência de tipicidade, especialmente por falta de elemento subjetivo do tipo ou suspender o processo, pois não há outra previsão legal. e) declarar extinta a punibilidade do acusado ou absolvê-lo por ausência de tipicidade, especialmente por falta de elemento subjetivo do tipo. 42. (VUNESP – 2016 – TJ-SP – TITULAR NOTARIAL) Assinale a alternativa correta. a) A embriaguez culposa, por álcool ou substância de efeitos análogos, exclui a imputabilidade penal. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 60 b) O agente que em virtude de perturbação da saúde mental não era, ao tempo da ação, inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento, é isento de pena. c) A paixão ou a emoção não excluem a imputabilidade penal. d) Os menores de dezoito anos são semi-imputáveis, pois estão sujeitos às normas do Estatuto da Criança e do Adolescente. 43. (VUNESP – 2016 – IPSMI – PROCURADOR) Tício, maior de 18 anos, é portador de doença mental, necessitando de medicação diária. A doença, por si só, não prejudica a capacidade de compreensão. Todavia, a medicação, ingerida em conjunto com bebida alcoólica em quantidade, provoca surtos psicóticos, com exclusão da capacidade de entendimento. Tício sabe dos efeitos do álcool, em excesso, em seu organismo, mas costuma beber, moderadamente, justamente para desfrutar dos efeitos que, segundo ele, “dá barato”. Em uma festa, Tício, sem saber que se tratava de uma garrafa de absinto (bebida de alto teor alcoólico), pensando ser gim, preparou um coquetel de frutas e ingeriu. Ao recobrar a consciência, soube que esfaqueou dois de seus melhores amigos, causando a morte de um e lesão de natureza grave em outro. A respeito da situação, é correto afirmar que a) Tício, devido à doença mental, é inimputável, sendo isento de pena. b) Tício é inimputável, sendo isento de pena, pois praticou o crime em estado de completa embriaguez, decorrente de caso fortuito. c) Tício é imputável, pois a embriaguez completa decorreu de culpa. Entretanto,faz jus à redução da pena. d) Tício é imputável, sendo punido de forma agravada, em vista da embriaguez pré-ordenada. e) Tício, por ser maior de 18 anos, é imputável, sendo irrelevante a circunstância de ter praticado o crime em estado de completa embriaguez. 44. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA) Assinale a alternativa correta a respeito da imputabilidade penal. (A) Comprovada a doença mental ou o desenvolvimento mental incompleto ou retardado, o agente será considerado inimputável para os efeitos legais. (B) Aos inimputáveis e aos semi-imputáveis, comprovada essa condição por perícia médica, será substituída a pena por medida de segurança consistente em internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico. (C) A imputabilidade é um dos elementos da culpabilidade, ao lado da potencial consciência sobre a ilicitude do fato e a exigibilidade de conduta diversa. (D) A imputabilidade, de acordo com o Código Penal, pode se dar por doença mental, imaturidade natural ou embriaguez do agente. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 61 (E) A emoção e a paixão, além de não afastarem a imputabilidade penal do agente, podem ser consideradas como circunstâncias agravantes no momento da fixação da pena. 45. (VUNESP – 2015 – PC/CE – ESCRIVÃO) No tocante às disposições do Código Penal relativas à culpabilidade e imputabilidade, é correto afirmar que (A) a pena pode ser reduzida de um a dois terços se o agente, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (B) a embriaguez culposa pelo álcool ou substância de efeitos análogos exclui a imputabilidade penal. (C) se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência à ordem, manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. (D) a pena pode ser reduzida de um a dois terços se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (E) a embriaguez voluntária pelo álcool ou substância de efeitos análogos exclui a imputabilidade penal. 46. (VUNESP – 2015 – PC/CE – INSPETOR) No tocante às disposições previstas no Código Penal relativas à culpabilidade, é correto afirmar que (A) se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência à ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. (B) se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência à ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, é punível o autor da coação ou da ordem tendo o autor do fato a pena diminuída de um a dois terços. (C) o fato cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência à ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, não excluiu a culpabilidade do autor do fato. (D) se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência à ordem, mesmo que manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. (E) se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência à ordem, mesmo que manifestamente ilegal, de superior hierárquico, é punível o autor da coação ou da ordem tendo o autor do fato a pena diminuída de um a dois terços. 47. (VUNESP – 2015 – PC/CE – INSPETOR) Nos termos do Código Penal, a imputabilidade penal é excluída pela (A) emoção. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 62 (B) doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, que torna o autor, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (C) embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, que privou o autor, ao tempo da ação ou da omissão, da plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (D) embriaguez completa e culposa que torna o autor, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (E) paixão. 48. (VUNESP – 2014 – PC-SP – DELEGADO DE POLÍCIA) A tese supralegal de inexigibilidade de conduta diversa, se acolhida judicialmente, importa em exclusão a) da imputabilidade. b) da pena. c) de punibilidade. d) do crime. e) de culpabilidade. 49. (VUNESP – 2014 – DPE-MS – DEFENSOR PÚBLICO) Agente imputável e menor de 21 anos à época do fato criminoso ocorrido em 10 de junho de 2006. Foi denunciado como incurso no art. 157, caput, do CP. A denúncia foi recebida em 29 de junho de 2006 e até 01 de julho de 2014 não havia sido prolatada sentença. Diante disso, pode-se afirmar que a) ocorreu a pretensão punitiva estatal, considerado o máximo da pena abstratamente cominada à infração. b) ocorrerá a prescrição da pretensão punitiva estatal somente depois de decorridos seis anos da data supra mencionada (01.07.2014). c) ocorrerá a prescrição da pretensão punitiva estatal somente depois de decorridos quatro anos da data supra mencionada (01.07.2014). d) antes da prolação da sentença condenatória não se pode falar em ocorrência da pretensão punitiva estatal. 50. (VUNESP – 2015 – PC-CE – DELEGADO DE POLÍCIA) Considere que determinado sujeito, portador de desenvolvimento mental incompleto, ao tempo da ação tinha plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato, mas era inteiramente incapaz de determinar-se de acordo com esse entendimento – o que fora clinicamente atestado nos autos em perícia oficial. Em consonância com o texto legal do art. 26 do CP, ao proferir sentença deve o juiz reconhecer sua a) inimputabilidade. Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM ==11d22e== 63 b) imputabilidade. c) semi-imputabilidade, absolvendo-lhe e aplicando-lhe medida de segurança. d) semi-imputabilidade, condenando-lhe e aplicando-lhe pena diminuída. e) semi-imputabilidade, condenando-lhe e aplicando-lhe medida de segurança. 51. (VUNESP - 2013 - TJ-SP - ADVOGADO) O gerente de uma determinada agência bancária, após longa sessão de tortura psicológica infligida a ele pelos bandidos, fornece a chave para abertura do cofre da agência bancária. Sua conduta encontra guarida na excludente de; a) ilicitude denominada legítima defesa. b) ilicitude denominada obediência hierárquica. c) culpabilidade denominada actio libera in causa. d) ilicitude denominada coação física irresistível. e) culpabilidade denominada coação moral irresistível. GABARITO 1. ALTERNATIVA D 2. ALTERNATIVA D 3. ALTERNATIVA B 4. ALTERNATIVA C 5. ALTERNATIVA C 6. ALTERNATIVA B 7. ALTERNATIVA B 8. ALTERNATIVA D 9. ALTERNATIVA D 10. ALTERNATIVA C 11. ALTERNATIVA C 12. ALTERNATIVA B 13. ALTERNATIVA C 14. ALTERNATIVA D 15. ALTERNATIVA A 16. ALTERNATIVA A 17. ALTERNATIVA A 18. ALTERNATIVA B 19. ALTERNATIVA E 20. ALTERNATIVA E 21. ALTERNATIVA E 22. ALTERNATIVA D 23. ALTERNATIVA B 24. ALTERNATIVA C 25. ALTERNATIVA B 26. ALTERNATIVA B 27. ALTERNATIVA D 28. ALTERNATIVA E 29. ALTERNATIVA C 30. ALTERNATIVA A 31. ALTERNATIVA A 32. ALTERNATIVA B 33. ALTERNATIVA D 34. ALTERNATIVA C 35. ALTERNATIVA C 36. ALTERNATIVA E 37. ALTERNATIVA A 38. ALTERNATIVA B 39. ALTERNATIVA A 40. ALTERNATIVA D 41. ALTERNATIVA B 42. ALTERNATIVAC 43. ALTERNATIVA B 44. ALTERNATIVA C 45. ALTERNATIVA D Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM 64 46. ALTERNATIVA A 47. ALTERNATIVA B 48. ALTERNATIVA E 49. ALTERNATIVA A 50. ALTERNATIVA A 51. ALTERNATIVA E Renan Araujo, Time Renan Araujo Aula 03 Direito Penal p/ TJ-GO (Analista Judiciário - Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 00000000 SORATEIO.COM