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Metodologia do Ensino de Handebol

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Prévia do material em texto

2017
Metodologia de ensino 
de Handebol
Profª Camila da Cunha Nunes
Copyright © UNIASSELVI 2017
Elaboração:
Profª Camila da Cunha Nunes
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
796.312
N972m Nunes; Camila da Cunha
Metodologia de ensino de handebol / Camila da Cunha 
Nunes: UNIASSELVI, 2017.
213 p. : il. 
 
ISBN 978-85-515-0070-5
1.Handebol.
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
Impresso por:
III
apresentação
Caro acadêmico, você está começando o estudo da disciplina de 
Metodologia de Ensino de Handebol.
 
A partir desse momento, convidamos você a conhecer um pouco 
mais do contexto do handebol e perceber porque é um dos esportes mais 
praticados no meio escolar. Além disso, você poderá, ao término das três 
unidades, exercitar o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem 
com seus alunos no meio escolar. Em vários momentos você será convidado 
a se levantar e realizar alguns gestos e, ao mesmo tempo, clicar e acompanhar 
vídeos, ler textos e acessar ambientes, isso devido à necessidade de aproximar 
você, futuro professor, da realidade do handebol!
 
O desenvolvimento dos nossos estudos será orientado por três 
unidades, organizadas da seguinte forma:
Na primeira unidade – Conhecendo o Handebol – apresentamos o 
handebol a partir do seu contexto histórico de desenvolvimento, onde você 
encontrará muitas explicações para compreender porque hoje o handebol é 
jogado de determinada forma. Também terá contato com o jogo propriamente 
dito e seus elementos básicos, como os fundamentos técnicos.
Na segunda unidade – Defendendo e Atacando – relacionamos os 
conteúdos estudados na primeira unidade com o desenvolvimento de ações 
técnicas e táticas defensivas e ofensivas. A partir desse momento, você 
visualizará movimentações e deslocamentos que são fundamentais para que 
a estrutura do jogo de handebol possa ocorrer.
Na terceira unidade – Regras e Adaptações – apresentam-se os 
conceitos básicos utilizados para o desenvolvimento do jogo e a linguagem 
empregada nas regras oficiais que regem a modalidade. Nessa unidade 
abordaremos, também, algumas adaptações do jogo.
 
Está pronto? Sim!
Desejamos a você bons estudos e muito sucesso!
Profª Camila da Cunha Nunes
IV
 Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você 
que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em 
nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o 
material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato 
mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação 
no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir 
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
UNI
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
V
VI
VII
suMário
UNIDADE 1 - CONHECENDO O HANDEBOL ............................................................................... 1
TÓPICO 1 – O CONTEXTO HISTÓRICO DO HANDEBOL ......................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 A ESSÊNCIA DO HANDEBOL ......................................................................................................... 4
3 HANDEBOL DE QUADRA OU INDOOR ..................................................................................... 7
4 O CENÁRIO DO HANDEBOL BRASILEIRO NO MUNDO ..................................................... 9
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 12
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 13
TÓPICO 2 – O HANDEBOL NO BRASIL ......................................................................................... 15
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 15
2 A CHEGADA DO HANDEBOL NO BRASIL ................................................................................ 15
3 PRINCIPAIS COMPETIÇÕES DE HANDEBOL NO BRASIL ................................................... 17
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 21
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 27
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 28
TÓPICO 3 – O JOGO ............................................................................................................................. 31
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 31
2 CARACTERÍSTICA DO JOGO ......................................................................................................... 32
3 FUNDAMENTOS BÁSICOS ............................................................................................................. 39
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 61
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 62
UNIDADE 2 - DEFENDENDO E ATACANDO ................................................................................. 65
TÓPICO 1 – SISTEMAS TÁTICOS DE DEFESA .............................................................................. 67
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 67
2 ELEMENTOS TÉCNICO-TÁTICOS INDIVIDUAIS DEFENSIVOS ........................................ 67
3 SISTEMAS DEFENSIVOS .................................................................................................................. 78
3.1 DEFESA INDIVIDUAL ................................................................................................................... 81
3.2 DEFESA POR ZONA.......................................................................................................................85
3.3 DEFESA COMBINADA OU MISTA ............................................................................................. 91
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 93
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 94
TÓPICO 2 – PRINCÍPIOS BÁSICOS DE ATAQUE .......................................................................... 97
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 97
2 SISTEMAS OFENSIVOS .................................................................................................................... 97
3 MOVIMENTAÇÕES OFENSIVAS .................................................................................................... 104
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 111
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 112
VIII
TÓPICO 3 – O GOLEIRO ....................................................................................................................... 113
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 113
2 POSIÇÕES BÁSICAS DO GOLEIRO ............................................................................................... 114
3 TIPOS DE DEFESA .............................................................................................................................. 120
3.1 DEFESAS ALTAS ............................................................................................................................. 120
3.2 DEFESAS INTERMEDIÁRIAS ....................................................................................................... 123
3.3 DEFESAS BAIXAS ........................................................................................................................... 125
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 130
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 131
UNIDADE 3 - REGRAS E ADAPTAÇÕES................................................................................. 133
TÓPICO 1 – REGRAS DO HANDEBOL INDOOR .......................................................................... 135
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 135
2 NOÇÕES BÁSICAS DE REGRAS E ARBITRAGEM .................................................................... 135
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 174
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 181
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 182
TÓPICO 2 – SÚMULA DE JOGO E O SEU PREENCHIMENTO .................................................. 185
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 185
2 A SÚMULA DE JOGO ......................................................................................................................... 185
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 195
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 196
TÓPICO 3 – O HANDEBOL ADAPTADO ......................................................................................... 199
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 199
2 O HANDEBOL EM CADEIRA DE RODAS .................................................................................... 200
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 204
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 207
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 208
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 210
1
UNIDADE 1
CONHECENDO O HANDEBOL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade tem por objetivos:
• apresentar o handebol e sua história;
• caracterizar os fundamentos, deslocamentos com bola, manejo da bola; 
técnica da recepção, do passe, do drible e arremesso;
• apresentar o contexto do handebol no Brasil;
• caracterizar o desenvolvimento do jogo de handebol;
• reconhecer os fundamentos básicos do handebol e sua aplicabilidade du-
rante o jogo.
Esta unidade está organizada em três tópicos. Em cada um deles 
você encontrará dicas, textos complementares, observações e atividades que 
lhe darão uma maior compreensão dos temas a serem abordados.
TÓPICO 1 – O CONTEXTO HISTÓRICO DO HANDEBOL
TÓPICO 2 – O HANDEBOL NO BRASIL
TÓPICO 3 – O JOGO
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
O CONTEXTO HISTÓRICO DO HANDEBOL
1 INTRODUÇÃO
O jogo que conhecemos hoje como handebol passou por várias adaptações 
e modificações para se estabelecer como handebol de quadra, handebol de areia, 
handebol para cadeirantes, dentre outras modalidades esportivas. Verificando o 
contexto histórico de desenvolvimento do handebol, percebemos que algumas 
civilizações antigas oferecem subsídios para a prática desse esporte. Isso se deve 
às atividades físicas desenvolvidas na antiguidade que envolviam a utilização do 
corpo e da “pelota”. Diante disso, convidamos você, acadêmico(a), a caminhar em 
meio ao contexto histórico do handebol. Lembramos que em alguns momentos as 
datas de criação das práticas similares ao handebol se contradizem na bibliografia 
científica, por isso você poderá encontrar, em outros materiais, datações que 
diferem das apresentadas aqui, no entanto, elas ficarão muito próximas. 
O handebol é um dos esportes mais praticados no Brasil e também um dos 
mais praticados no contexto escolar (SILVA et al., 2011; TEIXEIRA; MYOTIN, 
2001). Isso se deve ao fato de existirem diversas formas de jogar o handebol que 
se alteram, dependendo do público e do interesse que se tem com a sua prática. 
Além disso, para a prática do handebol não se necessita de muitos materiais, é 
necessário apenas um espaço, duas traves e uma bola. Diante disso, é um esporte 
de fácil adaptação.
Atualmente é jogado em ambientes diferentes, como em quadra e na 
praia. No início da criação do esporte, embora hoje não seja comum, também 
era desenvolvido no campo. E ainda pode ser jogado na modalidade master, 
terceira idade, em cadeira de rodas, assim como encontramos diversas vezes no 
contexto escolar, como o mini-handebol. Isso significa que, devido aos diferentes 
ambientes em que pode ser realizado, é de fácil adaptação no meio escolar para o 
desenvolvimento do handebol enquanto rendimento.
Neste tópico, iremos nos aproximar do contexto histórico de 
desenvolvimento do handebol. A partir disso, trataremos do handebol em alguns 
âmbitos, primeiramente noseu contexto histórico de desenvolvimento do jogo, 
para compreendermos quais os caminhos que este esporte percorreu até chegar 
ao seu modo de desenvolvimento atual. Em seguida, iremos apresentar o contexto 
do handebol indoor, aproximando você ainda mais do esporte. Para, por fim, nos 
situarmos quanto ao desenvolvimento do handebol brasileiro no contexto mundial.
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL
4
Caro acadêmico, não se preocupe, pois na Unidade 3 será abordado o conteúdo 
sobre as adaptações do handebol e você terá contato com algumas dessas formas possíveis 
de se jogar.
2 A ESSÊNCIA DO HANDEBOL 
Há indícios de que um dos primeiros jogos parecidos com o handebol 
era realizado na China através de um jogo chamado kemari. Os historiadores 
datam sua gênese a 2.000 a.C., na Grécia antiga, onde era desenvolvido um jogo 
denominado de urânia e o epyskiros. O urânia era praticado com as mãos e uma bola 
que se aproximava ao tamanho de uma maçã, no entanto, não havia as balizas, 
popularmente conhecidas como gol. Esse jogo é citado no livro Odisseia, de 
Homero (NAGI-KUNSAGI, 1983).
 Os romanos tiveram, culturalmente, profundas influências dos gregos, 
e isso também ocorre nas atividades físicas. Os romanos praticavam um jogo 
denominado de haspartan, que se aproxima muito ao epyskiros. A bola era construída 
com bexiga de boi, revestida por capa de couro, chamado de follis. Mais tarde, na 
Idade Média, os franceses também desenvolveram jogos similares ao handebol 
que são referenciados por François Rabelais como atividades recreativas (VIEIRA; 
FREITAS, 2007). 
Em 1890 surgiu o raffballspiel, na Alemanha, desenvolvido pelo professor 
Konrad Koch. Na mesma época, mais especificamente em 1892, é criado pelo 
professor Kristof Antonin um jogo denominado de hazena, difundido na República 
Tcheca. Era praticado em uma quadra de 45 X 30 metros, com traves de dois metros 
de largura por 2,40 metros de altura, assemelhando-se ao futebol, mas jogado com 
as mãos. O jogo se popularizou na Dinamarca e, em 1908, é publicado o Primeiro 
Regulamento da hazena, e é também fundada a associação “Praga Hazena”. 
Outro indício de jogos próximos ao handebol apareceu em 1848, quando 
um professor dinamarquês, chamado Holger Nielser, criou o haandbold e 
determinou o regulamento para o desenvolvimento do jogo, o publicando em 
Wejdlendling Handbold (NAGI-KUNSAGI, 1983). Na América do Sul também foram 
desenvolvidos jogos similares, como o el balón ou salon, do uruguaio Gualberto 
Valetta (VIEIRA; FREITAS, 2007). Entretanto, apesar dessas diversas formas de 
desenvolver jogos próximos ao handebol, o esporte como hoje é conhecido ainda 
não havia sido criado.
O início da sistematização do handebol começa na Alemanha, desencadeada 
pela criação de jogos pelos alemães Conrad Koch, que introduziu o raftball e o 
torball, inventado pelo professor alemão Herman Bachmann. O raftball surgiu em 
ESTUDOS FU
TUROS
TÓPICO 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO DO HANDEBOL
5
1890. O torball era a diversão das mulheres que trabalhavam na fábrica da Siemens, 
orientadas pelo professor Max Heiser. Quem o levou para jogar no campo, em 
1912, foi o secretário da Federação Internacional de Futebol, Hirschmann (NAGI-
KUNSAGI, 1983; VIEIRA; FREITAS, 2007). Com o desenvolvimento do torball e a 
popularidade que o jogo conquistou influenciado pelos demais jogos existentes, em 
1919 surge o handebol, mais especificamente o handebol de campo. Sua idealização 
é atribuída ao alemão Karl Schelenz, considerado o pai do handebol. Foi ele quem 
reformulou e aperfeiçoou o torball, tornando o handebol um esporte competitivo. 
Naquela época, Schelenz era professor da Faculdade de Educação Física, o que 
favoreceu a disseminação do esporte. As regras do esporte e as ações técnicas e 
táticas da modalidade também foram escritas por ele, publicadas originalmente 
pela Federação Alemã de Ginástica, sendo disputado com 11 jogadores e em um 
campo de futebol (CZERWINSKI, 1993). Mesmo que o handebol de campo possua 
proximidade com as características do futebol (11 jogadores e jogado no campo), 
um fator o distingue bastante: o futebol é jogado com os pés, já o handebol é jogado 
somente com as mãos. Devido a um decreto do diretor da Faculdade de Educação 
Física da Alemanha, em 1920, o jogo foi oficializado como handebol de campo 
(NAGI-KUNSAGI, 1983; TENROLLER, 2004; COLLI, 2004). 
Para maior aproximação de como era desenvolvido o handebol de campo, 
acesse:
<https://www.youtube.com/watch?v=THxMZygDUjc>. 
DICAS
As ações dos alemães para o desenvolvimento do handebol ainda 
continuaram. Em 1928 é criada uma instituição para gerir a modalidade, nomeada 
de International Amateur Handball Federation (IAHF), na presença de 11 países. Isso 
demonstra que, rapidamente, o handebol se espalhou pelo mundo, adotando 
como regras oficiais as alemãs. E anos mais tarde, em 1934, o Comitê Olímpico 
Internacional (COI) determina a inclusão do handebol de campo nos Jogos 
Olímpicos de 1936, em Berlin (ZAMBERLAN, 1999). Foi no formato de 11 contra 11 
que apareceu pela primeira vez na programação olímpica. Em 1946, o handebol de 
campo e de salão passa a ser regido pela International Handball Federation (IHF). 
Sua difusão não para por aí. A entidade conta ainda com a parceria de federações 
de cinco continentes: Pan-American Team Handball Federation (PATHF), Asian 
Handball Federation (AHF), Confederation Africaine de Handball (CAHB), 
European Handball Federation (EHF) e Oceania Handball Federation (OHF) (IHF, 
2010).
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL
6
O handebol, popularmente como é mais difundido hoje, “de quadra”, 
“de salão” ou indoor, como é reconhecido – que significa a mesma coisa –, surge 
de adaptações do handebol de campo. Se os alemães originaram o handebol de 
campo, o handebol indoor não foi originado por eles. Surgiu em 1924, na Suécia, 
devido à impossibilidade de sua prática durante o inverno rigoroso e a disputa 
com o futebol pelo mesmo espaço, “o campo”. Desse modo, os suecos adaptaram 
o jogo para um espaço coberto, realizado nas quadras fechadas e com equipes com 
somente sete jogadores, modificando a quantidade deles em campo, que era de 
11 jogadores. Com a redução do espaço e o número de jogadores – como já vimos 
acima, o handebol era jogado em um campo de futebol, e agora em uma quadra 
com dimensões menores –, o jogo foi adaptado, ficando mais veloz, compacto e 
dinâmico, o que contribuiu para lances mais emocionantes e cativou o público em 
geral (VIEIRA; FREITAS, 2007). 
Com o tempo e o aparecimento de instituições regulamentadoras do 
esporte, o handebol ganhou cada vez mais espaço e apareceu em outras competições 
esportivas. No entanto, como foi criado primeiro, o handebol de campo apareceu 
primeiro em competições mais expressivas, e depois o handebol indoor ocupa o 
seu espaço. Prova disso ocorreu nos Jogos Olímpicos, onde o handebol de campo 
apareceu pela primeira vez na programação dos Jogos Olímpicos de Berlim em 
1936. Já o handebol indoor somente 36 anos depois é inserido na programação dos 
Jogos Olímpicos, no ano de 1972, quando a competição foi realizada em Munique, 
apenas na categoria masculina. Na edição seguinte dos Jogos Olímpicos, no ano de 
1976, em Montreal, foi introduzida a categoria feminina (VIEIRA; FREITAS, 2007). 
Se você imaginava que o handebol surgiu nas quadras, com regras como as que 
conhecemos hoje, se enganou! Você pode observar que do seu nascimento até os dias de 
hoje este esporte sofreu diversas alterações.
ATENCAO
NOTA
Os Jogos Olímpicos ocorrem de quatro em quatro anos, sendo uma competição 
que envolve a disputa de diversas modalidades. Entre elas, atualmente, está somente o 
handebol indoor. O Campeonato Mundial envolve somente a disputa do handebol indoor.
TÓPICO 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO DO HANDEBOL
7
3 HANDEBOL DE QUADRA OU INDOOR
Embora haja algumas controvérsias quanto à criação dos esportes, é 
consenso que os suecos criaram o handebol indoor em 1924, modalidade essa 
quese popularizou rapidamente. As duas competições mais expressivas para os 
países, sem dúvida, são os Jogos Olímpicos organizados pelo Comitê Olímpico 
Internacional (COI) e o Campeonato Mundial de Handebol, organizado pela 
entidade máxima do handebol mundial, International Handball Federation (IHF). 
Apesar do handebol de campo já ser disputado nos Jogos Olímpicos, foi na edição 
de Munique, em 1972, que ficou marcada a entrada definitiva da modalidade indoor 
no programa olímpico (VIEIRA; FREITAS, 2007). Desde então, há o monopólio de 
conquista das medalhas pelas seleções europeias. Desde a primeira edição em que 
o handebol de campo foi inserido, já foi disputado no naipe masculino 13 vezes 
e no naipe feminino 11 vezes até 2017. No total, considerando as medalhas de 
ouro, prata e bronze, no naipe feminino e masculino, foram distribuídas, até 2017, 
72 medalhas. No naipe masculino, os países que mais ganharam a competição 
são: Alemanha, União Soviética e Croácia, duas vezes cada. Já no naipe feminino, 
Dinamarca foi o país que mais vezes conquistou, somando três conquistas, seguida 
de Noruega, Coreia do Sul e União Soviética, que conquistaram duas vezes cada.
As potências do handebol mundial são as equipes que figuram no pódio 
das competições mais importantes, Jogos Olímpicos e Campeonato Mundial. 
Dentre elas estão a França, Espanha, Rússia, Croácia, Suécia, Alemanha, Noruega 
Romênia e Dinamarca. Tratando-se do Campeonato Mundial, o primeiro 
Campeonato Mundial de Handebol de Campo e o primeiro de Handebol indoor 
em 1938, foram disputados apenas no naipe masculino. Desde a sua criação foram 
disputadas 25 edições (1938 a 2017) de campeonatos mundiais, sendo que a França 
é o país que mais títulos mundiais conquistou. Em 2017, sagrou-se hexacampeã 
mundial (1995, 2001, 2009, 2011, 2015 e 2017) de forma invicta e ainda possui três 
medalhas de bronze em outras edições, superando Suécia e Romênia, ambas com 
quatro títulos mundiais. Entre as mulheres foram disputadas 22 edições (de 1957 
a 2015) da competição de handebol indoor, a Rússia detém a hegemonia dos títulos 
mundiais, com sete títulos (1982, 1986, 1990, 2001, 2005, 2007 e 2009) conquistados. 
Seguida por Alemanha, com quatro títulos, e Noruega com três.
Como vimos até o momento, a Europa possui equipes tecnicamente e 
taticamente muito bem preparadas, por isso possui tantos títulos. Devido a isso, 
a Europa é conhecida como sendo a região onde estão localizadas as “escolas” do 
DICAS
Para saber mais sobre o desenvolvimento do handebol nas Olimpíadas, acesse: 
<https://www.olympic.org/handball> e <https://www.olympic.org/international-handball-
federation>.
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL
8
Agora que você já visualizou como é o desenvolvimento de uma partida 
de handebol indoor em um Campeonato Mundial, é possível perceber as diferenças 
e a velocidade que o jogo ganhou a partir do momento em que migrou do campo 
para a quadra.
Assim como no futebol e em outras modalidades esportivas, no handebol, 
desde 1988, também são eleitos os melhores jogadores do mundo anualmente, tanto 
no naipe masculino como no feminino. É concedido o título de melhor jogador do 
mundo àquele jogador que melhor desempenho técnico-tático obteve durante o 
ano. O prêmio é concedido pela Federação que rege o esporte, a IHF. A eleição do 
melhor do mundo é composta por votos de fãs e especialistas que participam da 
votação. A votação, geralmente, ocorre no início de fevereiro do ano seguinte ao 
ano em que será determinado o melhor do mundo, ou seja, em fevereiro de 2017 
foi realizada a votação do melhor do mundo do ano de 2016.
Considerando a votação desde 1988 até 2015, o país que teve mais atletas 
no naipe masculino eleitos foi a França – sete vezes –, sendo também a seleção 
atual campeã mundial. No naipe feminino, empata em cinco vezes a Noruega e 
a Hungria. Os atletas que ganharam mais vezes a premiação no masculino foram 
o croata Ivano Balić (2003 e 2006), o francês Nikola Karabatić (2007 e 2014) e o 
dinamarquês Mikkel Hansen (2011 e 2015), duas vezes cada. Já no naipe feminino, 
a húngara Bojana Radulovic (2000 e 2003) e a romena Cristina Georgiana Neagu 
(2010 e 2015) receberam duas vezes cada. 
O Brasil já foi dono desse posto duas vezes, com Alexandra Priscila do 
Nascimento eleita no ano de 2013, referente ao ano de 2012, e dois anos depois, em 
2015, a brasileira Eduarda Amorim foi eleita a melhor do mundo referente ao ano 
de 2014. No ano de 2013 o país também se sagrou campeão mundial após bater a 
Sérvia na casa das adversárias. Além de campeão mundial, o handebol feminino 
handebol mundial, pois além de possuir equipes muito bem preparadas, foi onde 
surgiu o handebol. Esses países e suas equipes nacionais e locais figuraram entre 
os campeões dos campeonatos mais representativos da modalidade. É também na 
Europa que se disputam as competições de maior índice técnico, ditas mais fortes, 
como a Liga Asobal; Super Copa; Copa de S. S. “El rey”; EHF Challenge Cup; EHF 
Champions League; Copa EHF. 
DICAS
Para visualizar como é desenvolvido o handebol indoor, acesse: <https://www.
youtube.com/watch?v=Sv8j_t8jUp4> e acompanhe o jogo entre Hungria e Alemanha 
no Campeonato Mundial Masculino 2017. Essa visualização irá começar a aproximar você 
dos conteúdos que serão tratados adiante, como “O Jogo” e “Fundamentos Básicos” que 
fundamentam a realização do jogo.
TÓPICO 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO DO HANDEBOL
9
FIGURA 1 – EDUARDA AMORIM, DE AZUL, EM AÇÃO PELA SELEÇÃO BRASILEIRA
FONTE: Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/galerias_detalhes.
asp?id=29646&moda=001&contexto=01&area=002&evento=>. Acesso em: 10 fev. 2017.
4 O CENÁRIO DO HANDEBOL BRASILEIRO NO MUNDO
Nos últimos anos, o handebol brasileiro passa por uma ascensão no 
contexto do handebol mundial, isso se deve aos resultados e conquistas individuais 
expressivas que vêm consolidando a modalidade em nível mundial, e também 
nacional. Nos Jogos Olímpicos e mundiais o handebol brasileiro masculino 
participou de algumas edições. Embora em ascensão crescente, não possui 
resultados expressivos. Em competições mundiais, o Brasil, no naipe masculino, 
em 2011, ficou em 21º lugar; em 2013 subiu para o 13º lugar; em 2015 terminou 
na 16º colocação, e em 2017 terminou novamente em 16º, após ser eliminado pela 
Espanha nas oitavas de final. Por outro lado, no naipe feminino, nos últimos anos 
vem conquistando prestígio. Desde 2009 o handebol feminino está em ascensão, 
ano em que conquistou o 15º lugar; em 2011, jogando em solo brasileiro, parou nas 
quartas de final e terminou a competição com um expressivo 5º lugar; e em 2013 
venceu a Sérvia e consagrou-se campeão mundial. Já em 2015, terminou na 10º 
colocação.
teve eleita a MVP (Most Valuable Player), a jogadora mais valiosa do campeonato, 
título recebido por Eduarda Amorim; e a goleira Bárbara Arenhart figurou na 
seleção do campeonato como melhor goleira.
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL
10
FIGURA 2 – EQUIPE CAMPEÃ MUNDIAL
No que se refere aos Jogos Olímpicos, o resultado mais expressivo foi a 6ª 
colocação do handebol feminino, em 2012. Além dessas colocações, o handebol, 
particularmente feminino, foi coroado com algumas conquistas individuais, já 
citadas anteriormente. Essas modificações e conquistas do handebol brasileiro 
se devem ao investimento que está sendo realizado na modalidade. Alguns dos 
fatores são: (1) maior investimento público e privado; (2) contratação de treinadores 
europeus; (3) intercâmbio de atletas; (4) fases de preparação e treinamento; (5) 
grande número de atletas jogando em clubes europeus etc. (NUNES; MATTEDI, 
2014). Esses investimentos demonstram que para se manter entre os melhores e 
disputar com o handebol europeu é necessário investimento. Nos últimos anos, 
teve investimentos de R$ 9,4 milhões. Para 2015 foi destinado ao esporte, pela Lei 
Agnelo Piva e pelos recursos do COB dentro do planejamento estratégico para as 
Olimpíadas de 2016, um total de R$ 3.750milhões. Isso sem contar o patrocínio 
dos Correios e do Banco do Brasil (GOZZER; TIBURCIO, 2015). Outras verbas são 
captadas por meio da Lei de Incentivo ao Esporte através do projeto Plano Medalha. 
Projetos do Governo Federal são desenvolvidos pelo Ministério do Esporte para 
apoiar os esportes que possuíam chance de pódio nos Jogos Olímpicos em 2016. 
Há alguns anos a Confederação Brasileira de Handebol contrata técnicos 
estrangeiros para as seleções feminina e masculina. No naipe masculino, o espanhol 
Jordi Ribeira está à frente de mais um ciclo olímpico após seu retorno ao Brasil, em 
2012. Na seleção feminina o dinamarquês Morten Soubak comanda. Assim como 
Jordi, Morten tem vasta experiência internacional e, sobretudo, europeia. Morten 
FONTE: Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/galerias_detalhes.asp?id=29621&mod 
a=001&contexto=01&area=002&evento=>. Acesso em: 10 fev. 2017.
TÓPICO 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO DO HANDEBOL
11
também contribuiu para a implantação de uma parceria entre a equipe austríaca 
do Hypo No e a Confederação Brasileira de Handebol (CBHb). Naquele momento, 
era o técnico da equipe austríaca. O objetivo da parceria era dar oportunidade 
para que as jogadoras tivessem rodagem europeia. A CBHb e a equipe austríaca 
dividiam a despesa dos salários das atletas. No total, seis jogadoras que foram 
campeãs mundiais em 2013 jogavam no Hypo No.
Um dos fatores que ganha destaque é a transferência de jogadores para 
países europeus com o intuito de melhorar o seu rendimento. Exemplo disso é a 
própria Eduarda Amorim, que em 2014 sagrou-se bicampeã da EHF Champions 
League jogando pelo Györi AUDI ETO KC da Hungria, clube em que representa 
desde 2009. Desde 2006 atua fora do Brasil, quando foi para o Gjorce Petrov 
Kometal, da Macedônia. Das 16 jogadoras que compunham a equipe campeã 
mundial em 2013, somente três atuavam no Brasil. O mesmo ocorre com a 
convocação para o mundial feminino no ano de 2015: das 16 atletas convocadas, 
somente cinco atuavam no Brasil. No naipe masculino, dos 16 atletas que fizeram 
parte do plantel do Mundial realizado em 2015, oito jogavam no Brasil. Outro fato 
que chama atenção é que oito dos convocados atuavam em equipes espanholas. 
Todas essas ações da CBHb fortalecem e fortaleceram o handebol brasileiro, e hoje 
o Brasil possui melhor índice técnico e tático para jogar com as melhores seleções 
do mundo, geralmente localizadas na Europa.
NOTA
Caro acadêmico, como forma de revisar os pontos principais deste tópico, peço 
que você atente para o resumo que será apresentado a seguir, e caso ainda sinta a necessidade 
de reforçar algum ponto, convido você a relê-los. Ok?
12
Neste tópico, você aprendeu que:
• Antes de o handebol ser criado existiam outros jogos que se aproximavam à 
forma deste esporte.
• O handebol foi criado pelos alemães no ano de 1919, desenvolvido no campo.
• Os suecos adaptaram o handebol de campo e criaram o handebol indoor, de 
quadra ou, como também é conhecido, de salão, em 1924.
• A IHF é a Federação Internacional que regulamenta a modalidade.
• O handebol de campo foi inserido no ano de 1936, com o naipe masculino, nos 
Jogos Olímpicos pela primeira vez.
• O handebol indoor foi inserido no ano de 1972, no naipe masculino, nos Jogos 
Olímpicos e no naipe feminino no ano de 1976.
• O handebol brasileiro já teve duas atletas eleitas melhores do mundo: Alexandra 
Priscila do Nascimento, referente ao ano de 2012, e Eduarda Amorim, referente ao 
ano de 2014.
RESUMO DO TÓPICO 1
13
1 Para você se aproximar um pouco mais do contexto histórico do handebol, 
procure e indique em qual país foi realizado o Campeonato Mundial de 
Handebol Feminino no ano de 2012 e quem foi o país campeão no ano de 2013.
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2 Agora que você já sabe um pouco mais sobre o contexto histórico do handebol 
no naipe feminino, vamos ao naipe masculino. Procure e indique em qual país 
foi realizado o Campeonato Mundial de Handebol Masculino no ano de 2017 e 
quem foi o país campeão.
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AUTOATIVIDADE
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15
TÓPICO 2
O HANDEBOL NO BRASIL
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
O aparecimento de novas práticas esportivas no Brasil ocorre, geralmente, 
por inserção de outras culturas. Assim, podem ocorrer mediados pelo processo de 
migração de turistas, ou pessoas de outras nacionalidades que foram convidadas 
para ministrar cursos em outros países, entre outros fatores. No caso da inserção 
do handebol no Brasil, veremos que esses fatores contribuíram significativamente 
para esse processo.
O desenvolvimento do handebol no Brasil está associado ao processo 
de ocupação e desenvolvimento do país. Considerando isso, a introdução do 
handebol foi realizada, inicialmente, nas colônias europeias. Mais tarde, o esporte 
é institucionalizado e criadas as entidades administrativas que contribuem para o 
seu fortalecimento e difusão.
 
Para uma melhor compreensão, esse tópico está organizado, além da 
introdução, em dois momentos. O primeiro trata da chegada do handebol no 
Brasil. O segundo apresenta as principais competições realizadas no Brasil pela 
CBHb. Por fim, você encontrará na leitura complementar parte de um artigo que 
aborda o contexto do handebol em Santa Catarina.
Então, convido você para me acompanhar neste tópico também.
2 A CHEGADA DO HANDEBOL NO BRASIL
A introdução do handebol no Brasil foi realizada por imigrantes alemães 
recém-saídos dos conflitos da Primeira Guerra Mundial em meados de 1930. 
Há indícios de que essas colônias europeias, compostas por fugitivos da guerra, 
estabeleceram-se nas regiões Sul e Sudeste do país, principalmente em São Paulo. 
São Paulo é tido como o Estado pioneiro e maior centro de desenvolvimento do 
handebol brasileiro (VIEIRA; FREITAS, 2007; MELHEM, 2004). A partir disso, 
por meio do deslocamento populacional, o handebol expandiu-se para os outros 
estados e começa a institucionalizar-se com a gênese de entidades administrativas. 
O processo de institucionalização se inicia em 1931, com a fundação da primeira 
Federação de handebol, denominada Associação Alemã de Handball, que teve 
como primeiro filiado, em 1932, o Sport Club Germânia, que existe até hoje, sendo 
chamado de Esporte Clube Pinheiros (NAGY-KUNSAGI, 1983). 
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL
16
Lembram que no início falamos que a introdução do handebol no Brasil 
estava relacionada às colônias europeias? Pois é, se observarmos o nome da 
primeira Federação criada e do primeiro clube filiado, veremos que de fato isso 
acontece.
Apesar desse início de institucionalização da modalidade e a criação de 
entidades, ainda não havia uma instituição específica responsável por gerenciar 
a modalidade em nível nacional. O esporte brasileiro, em geral, era organizado 
pela Confederação Brasileira de Desportos (CBD), que no ano de 1960 cria um 
departamento específico dentro da entidade para o handebol. Por meio das 
modificações desencadeadas pela política nacional, mais precisamente em 1º de 
junho de 1979, devido a uma exigência do Ministério da Educação, é fundada a 
Confederação Nacional de Handebol (CBHb) após a desvinculação da modalidade 
da até então CBD. Desde então, a CBHb é a entidade administrativaque gerencia 
o handebol no Brasil (CBHb, 2017a). Atualmente (até 2017), todos os estados 
possuem federações filiadas à CBHb, o que sinaliza a dispersão da modalidade.
Outros fatores que contribuíram para a propagação do handebol em todo o 
território nacional estão relacionados à formação de profissionais e às competições. 
Quanto à formação, deve-se ao desenvolvimento, em 1952, do Curso Internacional 
de Formação e Aperfeiçoamento de professores de Educação Física, ministrado 
para a Associação dos Professores de Educação Física (APEF/SP) na cidade de 
Santos, em São Paulo, proferido pelo professor francês Auguste Listello. Esse 
curso propiciou aos professores participantes a oportunidade de assistir a várias 
aulas de handebol, apresentado de forma didática por meio do Método Desportivo 
Generalizado. O curso de aperfeiçoamento técnico-pedagógico foi sobre o ensino 
dos esportes coletivos tendo o handebol como modelo (MELHEM, 2004; REIS, 
2012). Esses professores, após o curso, disseminaram a modalidade, sobretudo 
no ambiente escolar, em diferentes estados. Também em 1975, um grupo de 18 
professores brasileiros foi enviado à Romênia para a realização de um curso técnico 
(REIS, 2012). Duas ações de formação que contribuíram para o desenvolvimento 
do handebol no Brasil.
Quanto às competições, a contribuição prestada ao esporte deve-se a uma 
decisão do Ministério da Educação e Cultura (MEC), que determinou a inclusão 
do handebol na programação dos III Jogos Estudantis Brasileiros (JEBs), em 1971, 
ocorrido em Belo Horizonte. Mais tarde, também foi incluído na programação dos 
Jogos Universitários (JUBs) (VIEIRA; FREITAS, 2007). Essas ações ocorreram entre 
DICAS
Acesse a página da CBHb no link: <http://www.brasilhandebol.com.br/index.asp> 
para saber mais sobre o handebol no Brasil.
TÓPICO 2 | O HANDEBOL NO BRASIL
17
1960 e 1975 e impulsionaram a prática da modalidade no Brasil, contribuindo para 
que hoje o handebol seja uma das modalidades mais praticadas no meio escolar. 
Além desses eventos, diversas são as competições esportivas em nível nacional, 
estadual e municipal realizadas anualmente. Mais adiante falaremos delas.
3 PRINCIPAIS COMPETIÇÕES DE HANDEBOL NO BRASIL
As competições esportivas são eventos que demarcam territórios por meio 
de confrontos e mobilização de pessoas, o mesmo ocorre no caso do handebol. Há 
registros do I Torneio Aberto de Handebol indoor sendo realizado em 1954, pela 
Federação Paulista de Handebol, criada em 1940. Atualmente, temos um cenário 
um pouco diferente, ainda existem as competições realizadas nos estados, mas 
desde a fundação da CBHb temos campeonatos em nível nacional organizados 
pela Confederação. Dentre os campeonatos organizados na categoria adulto, 
os principais são: Circuito Brasileiro de Handebol de Areia; Liga Nacional; 
Campeonato Brasileiro de Clubes; Copa Brasil; Taça Amazônica. Alguns desses 
campeonatos são realizados em mais de uma cidade durante alguns meses, e 
outros ocorrem durante um único evento. 
De todas as competições, a de maior impacto em território nacional no 
handebol brasileiro é a denominada Liga Nacional de Handebol, promovida pela 
CBHb anualmente. A Liga Nacional de Handebol ocorre desde 1997 nos naipes 
feminino e masculino. No decorrer de sua existência, a quantidade de clubes 
modificou-se. Fazem parte da disputa da competição as equipes que participaram 
no ano anterior e as equipes convidadas pela CBHb. Na última edição, no ano de 
2016, a competição contou com a participação de um maior número de equipes, com 
o objetivo de promover intercâmbio entre todas as regiões do Brasil. A competição, 
assim como ocorre em outros esportes, foi dividida em três conferências. Uma que 
abrangeu os Estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, outra a região Nordeste e uma 
o Norte. As três regiões jogaram a primeira fase entre si e cruzaram a partir das 
quartas de final. As semifinais e finais foram disputadas em local único, indicado 
pela CBHb (CBHB, 2016).
No caso da disputa no naipe masculino, contou com 31 equipes (15 do 
Nordeste, oito do Norte e oito do Sul/Sudeste/Centro). A Conferência Sul/Sudeste/
Centro foi disputada em pontos corridos e as quatro equipes melhor classificadas 
avançaram para as quartas de final. Já a Nordeste foi dividida em quatro grupos 
(chaves). Os dois melhores de cada chave passaram para a fase mata-mata da 
região e somente os dois primeiros colocados da Conferência avançaram para as 
quartas de final da Liga. A Conferência Norte funcionou da mesma forma, mas 
com apenas duas chaves. Enquanto isso, a Liga Nacional Feminina teve 20 times 
(oito do Norte, sete do Nordeste e cinco do Sul/Sudeste/Centro) e o formato das 
conferências foi exatamente o mesmo do naipe masculino. A única diferença é 
que a Conferência Nordeste Feminina contou com duas chaves na disputa. Esse 
novo formato de conferência aderido em 2016 oportunizou a participação de mais 
equipes e de todo o Brasil.
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL
18
No decorrer das 20 edições já realizadas (até 2016), as equipes de São Paulo 
possuem a hegemonia na conquista de títulos em ambos os naipes. Como ilustrado 
no quadro a seguir, no feminino, apenas equipes de quatro estados conquistaram 
a competição, a saber, São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Santa 
Catarina. A primeira equipe a conquistar a competição foi A. A. Guarulhos, de 
São Paulo, em 1997. A equipe conquistou ainda títulos nos anos de 2000, 2001, 
2002. No ano de 1998, o Clube Atlético Cairu/Ulbra/Diadora, do Rio Grande do 
Sul, sagrou-se campeão. Em 1999, o título migra para o Rio de Janeiro, com o C. 
E. Mauá/Universo, e conquista novamente a competição em 2003 e 2004. Em 2005, 
São Paulo FC/Guarulhos quebra a sequência de vitórias e fica com o troféu. Já em 
2006 começa uma hegemonia de sete anos (2006-2012) da Metodista/São Bernardo. 
Quebrada somente em 2013 pela UNC/Concórdia, de Santa Catarina. Em 2014, 
novamente Metodista/São Bernardo conquistou a competição.
A equipe da Metodista/São Bernardo possui a hegemonia de títulos da Liga 
Nacional de Handebol, somando dez títulos. Fato que chama atenção é a sequência 
de finais consecutivas entre as equipes de Metodista/São Bernardo e Blumenau/Furb 
(em 2007, era chamada Adeblu/FURB). Foram seis títulos decididos entre as equipes 
no período de 2006-2011, o que demonstra o trabalho desenvolvido por ambas. 
Nos últimos três anos (2012-2014), isso torna a se repetir entre as equipes UNC/
Concórdia e Metodista/São Bernardo. Em períodos anteriores, o mesmo ocorreu 
com as equipes C. E. Mauá/Universo (C. E. Mauá/Universo/Supermercado Coelho 
devido à mudança de patrocinadores) e A. A. Guarulhos/Abast. Super Água (C. 
E. Mauá/Universo/Supermercado Coelho devido à mudança de patrocinadores). 
A equipe A. A. Guarulhos/Abast. Super Água, além de ser pioneira na conquista 
do título da competição, nos primeiros nove anos (1997-2005) esteve presente em 
todas as finais.
QUADRO 1 - EQUIPES CAMPEÃS DAS EDIÇÕES DA LIGA NACIONAL DE HANDEBOL FEMININO 
Ano
EQUIPES
Campeão Vice-campeão
1997 A. A. Guarulhos (SP) Mauá /Universo (RJ)
1998 Clube Atlético Cairu/Ulbra/Diadora (RS) A. A. Guarulhos (SP)
1999 C. E. Mauá/Universo (RJ) A. A. Guarulhos/Abast. Super Água (SP)
2000 A. A. Guarulhos/Abast. Super Água (SP)
C.E. Mauá/Universo/Super. Coelho 
(RJ)
2001 A. A. Guarulhos/Abast. Super Água (SP) C. E. Mauá/Universo (RJ)
2002 A. A. Guarulhos/Palmeiras (SP) Metodista/Unimed ABC/Santo André (SP)
2003 Mauá/Universo (RJ) São Paulo FC/Guarulhos (SP)
2004 C. E. Mauá/Universo (RJ) São Paulo FC/Guarulhos (SP)
2005 São Paulo FC/Guarulhos (SP) MESC/São Bernardo (SP)
TÓPICO 2 | O HANDEBOL NO BRASIL
19
2006 Metodista/São Bernardo (SP) Adeblu/FURB (SC)
2007 Metodista/São Bernardo/Besni (SP) Blumenau/FURB (SC)
2008 Metodista/São Bernardo/Besni (SP) Blumenau/FURB (SC)
2009 Metodista/São Bernardo (SP) Blumenau/Furb (SC)
2010 Metodista/São Bernardo (SP) Blumenau/Furb (SC)
2011 Metodista/São Bernardo (SP) Blumenau/Furb(SC)
2012 Metodista / São Bernardo (SP) UNC/Concórdia (SC)
2013 UNC/Concórdia (SC) Metodista/São Bernardo (SP)
2014 Metodista/São Bernardo (SP) UNC/Supergás/Concórdia (SC)
2015 Metodista / São Bernardo (SP) UnC/Concórdia (SC)
2016 Metodista/São Bernardo (SP) EC Pinheiros (SP)
FONTE: Adaptado de CBHb (2017a).
A conquista de títulos por algumas equipes sinaliza que o handebol 
brasileiro feminino, visualizado por meio dos ganhadores dos títulos da Liga 
Nacional, estabelece a centralização da modalidade e equipes mais eficientes do 
ponto de vista da conquista de títulos. Somente as regiões Sudeste e Sul do Brasil 
possuem títulos da Liga Nacional no naipe feminino. São Paulo, Santa Catarina, 
Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul são os únicos estados que possuem, por meio 
de suas equipes, a conquista de títulos. A equipe da Metodista possui dez títulos 
e A. A. Guarulhos vem em seguida, com cinco conquistas, comparando-se com as 
demais equipes. 
Entre os homens também foram disputadas 20 edições, como demonstra 
de forma ilustrativa o Quadro 2. A primeira equipe a tornar-se campeã foi a A. 
A. A. Metodista/São Bernardo/Petrobrás (SP). Essa equipe conquistou por oitos 
anos a competição, dos quais seis anos de forma consecutiva (1997-2002). Teve 
sua hegemonia quebrada em 2003 pela equipe IMES/Santa Maria/São Caetano. 
Todavia, no ano seguinte retoma o título. Em 2005, a equipe paranaense da Unifil 
Londrina/Sercomtel entra na disputa e coloca seu estado em foco. Em 2006 e 2007 
o título volta para São Paulo, através da equipe Metodista/São Bernardo e Esporte 
Clube Pinheiros, respectivamente. Em 2008, o título retornou ao Paraná com a 
Unopar/FEL. A partir de 2009 até 2012 o Esporte Clube Pinheiros (SP) consagra-se 
campeão. E nos dois últimos anos, TCC/Unitau/Fecomerciários/Tarumã/Taubaté 
conquista o título.
Assim como no feminino, a Metodista é um dos grandes clubes brasileiros. 
Nos 18 anos de competição analisados, somente em cinco edições (2005, 2007, 2009, 
2015 e 2016) não esteve presente na disputa do título. O que demarca não somente 
um trabalho forte, como também longínquo e contínuo. O mesmo ocorre com o 
Esporte Clube Pinheiros, que figurou em 12 finais. A Unifil Londrina/Sercomtel 
disputou seis finais e o Imes/Santa Maria/São Caetano esteve presente em três 
edições, juntamente com TCC/Unitau/Fecomerciários/Tarumã/Taubaté (Taubaté/
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL
20
FAB/Unitau (SP), que esteve presente em quatro finais e conquistou três. O Esporte 
Clube Pinheiros é ainda um dos poucos clubes que mantêm o mesmo nome desde 
a sua primeira participação. Como ocorre no feminino, diversos são os clubes que 
modificam os seus nomes devido aos patrocinadores e apoiadores.
QUADRO 2 - EQUIPES CAMPEÃS DAS EDIÇÕES DA LIGA NACIONAL DE HANDEBOL MASCULINO 
 FONTE: Adaptado de Brasil (2017b)
Ano
EQUIPES
Campeão Vice-Campeão
1997 A.A.A. Metodista/São Bernardo/Petrobrás (SP) Esporte Clube Pinheiros (SP) 
1998 A.A.A. Metodista/São Bernardo/Petrobrás (SP) Esporte Clube Pinheiros (SP)
1999 A.A.A. Metodista/São Bernardo/Petrobrás (SP) Esporte Clube Pinheiros (SP)
2000 A.A.A. Metodista/São Bernardo/Petrobrás (SP) Imes/Santa Maria/São Caetano (SP)
2001 A.A.A. Metodista/São Bernardo (SP) Esporte Clube Pinheiros (SP)
2002 A.A.A. Metodista/São Bernardo (SP) Imes/Santa Maria/São Caetano (SP)
2003 Imes/Santa Maria/São Caetano (SP) Metodista/São Bernardo (SP)
2004 Metodista/São Bernardo (SP) Unifil Londrina/Sercomtel (PR)
2005 Unifil Londrina/Sercomtel (PR) Esporte Clube Pinheiros (SP)
2006 Metodista/São Bernardo (SP) Unifil Londrina/Sercomtel (PR) 
2007 Esporte Clube Pinheiros (SP) Unifil/FEL/Sercomtel (PR)
2008 Unopar/FEL (PR) Metodista/São Bernardo/Besni (SP)
2009 Esporte Clube Pinheiros (SP) Unopar FEL/Sercomtel (PR)
2010 Esporte Clube Pinheiros (SP) Metodista/São Bernardo (SP)
2011 Esporte Clube Pinheiros (SP) Metodista/São Bernardo (SP)
2012 Esporte Clube Pinheiros (SP) Metodista/São Bernardo (SP)
2013 TCC/Unitau/Fecomerciários/Tarumã/Taubaté (SP) Metodista/São Bernardo/Besni (SP)
2014 TCC/Unitau/Fecomerciários/Taubaté (SP) Metodista/São Bernardo (SP)
2015 Esporte Clube Pinheiros (SP) TCC/Unitau/Fecomerciários/Taubaté (SP)
2016 Taubaté/FAB/Unitau (SP) Esporte Clube Pinheiros (SP)
No naipe masculino há uma maior restrição entre os estados que figuram 
entre os campeões da competição. No feminino, tínhamos quatro estados na 
disputa. Já no masculino, somente os estados de São Paulo e Paraná conquistaram 
TÓPICO 2 | O HANDEBOL NO BRASIL
21
tal feito. Nenhum outro estado brasileiro nas 20 edições apareceu como finalista. 
Realizando um paralelo entre os dois naipes, percebe-se que o Estado de São 
Paulo totaliza o maior número de equipes finalistas, juntamente com as equipes 
que conquistaram o maior número de títulos. Isso também se efetiva no número 
de equipes paulistas que figuram como finalistas e participam da competição em 
ambos os naipes anualmente.
As demais competições ocorrem anualmente, no entanto, a que é mais 
popular e reune as equipes com melhor índice técnico na categoria adulto é a Liga 
Nacional, mas encontramos campeonatos brasileiros nas diversas categorias.
LEITURA COMPLEMENTAR
Para saber sobre o desenvolvimento do handebol em Santa Catarina, leia 
parte do artigo intitulado “Esporte e território: a territorialização do handebol no 
Estado de Santa Catarina”, de Camila da Cunha Nunes e Marcos Antônio Mattedi.
As dimensões territoriais do handebol em Santa Catarina
O handebol em Santa Catarina se espacializa por meio do processo de 
ocupação e desenvolvimento do Estado, mediado pelos imigrantes alemães. 
Assim como no contexto europeu, inicialmente, em Santa Catarina foi praticado o 
handebol de campo. Posteriormente, o handebol indoor se desenvolve e estabelece 
o seu território. Diversas foram as colônias que se formaram no período de 
colonização do Estado. Nas colônias, os alemães mantinham a sua tradição e seus 
costumes por meio de sociedades de diversas ordens (SEYFERTH, 2004; FERREIRA; 
ABREU, 2005). As Sociedades de Ginástica (Turnverein) e as Sociedades de Caça 
e Tiro (Schutzenverein) desenvolviam, sobretudo, os esportes. Neste contexto, 
o handebol se espacializa. Há registros de que em 1933, na cidade de Brusque 
(naquele momento chamado ainda de colônia), através do Turnverein Brusque (hoje 
é denominada Sociedade Esportiva Bandeirante), o Handebol de Campo já era 
desenvolvido (BADO, 2010).
A primeira partida de handebol de campo realizada no Estado de Santa 
Catarina ocorreu em 29 de outubro de 1933, na cidade de Blumenau. A disputa foi 
realizada entre a Sociedade Esportiva Bandeirante de Brusque contra a Altona de 
Blumenau. Brusque obteve duas vitórias sobre a equipe blumenauense, por 3 X 2 e 
DICAS
Acesse o site da CBHb na aba competições, disponível no link <http://www.
brasilhandebol.com.br/noticias_detalhes.asp?id=29615&moda=016&ip=1> para saber sobre 
o andamento das competições.
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL
22
3 X 1, na cidade de Blumenau (BADO, 2010). Este registro histórico demonstra que 
há alguns anos o handebol é desenvolvido no Estado catarinense. Uma das ações 
que proporcionou maior aperfeiçoamento e desenvolvimento do esporte em Santa 
Catarina foi a participação de um grupo de professores de Educação Física em 
um curso sobre handebol. O curso foi realizado em São Paulo no início dos anos 
setenta (GOMES; FRITSCHE, 2010).
Atualmente, existem duas instituições que organizam e gerenciam as 
competições disputadas na modalidade, a Federação Catarinense de Handebol 
(FCHb) e a Fundação Catarinense de Esporte (FESPORTE). A FCHb é uma entidade 
filiada à CBHb. Foi fundada em 27 de outubro de 1974 por três associações, Clube 
Náutico Marcílio Dias/Itajaí; Grêmio Esportivo Olímpico/Blumenau, e Rio do Sul 
Esporte Clube/Rio do Sul. Atualmente conta com 1.409 atletas do naipe masculino 
e 1.065 do feminino filiados. Conta também com uma equipe de arbitragem 
composta por 154 integrantes. Dentre os clubes filiadosna FCHB distribuídos no 
Estado, atualmente, 32 estão ativos, como ilustrado no Quadro 5 abaixo. 
Quadro 5 - Clubes ativos filiados à FCHb
NOME DO CLUBE CIDADE DATA DE FILIAÇÃO
A.D.R.C.E.T.C. Tubarão Tubarão 01/01/1996
ACEU/AMAJ/FME Itapema Itapema 07/05/2008
AERC Handebol São José São José 01/01/1995
AHPS – Associação de Handebol de Palma Sola Palma Sola 28/05/2009
ARCHAF/FME Fraiburgo Fraiburgo 29/04/2011
Associação Desportiva Instituto Estadual de 
Educação Florianópolis 01/01/1996
Associação PRO Handebol Blumenau Blumenau 28/05/2009
Associação Amigos do Handebol de Chapecó Chapecó 17/04/2006
Associação Amigos do Handebol de Itajaí Itajaí 30/04/2010
Associação de Pais e Amigos do Handebol de 
Seara Seara 04/05/2010
Associação de Iniciação Desportiva Chana Capinzal 04/05/2010
Associação Caçadorense de Handebol Caçador 26/03/2006
Associação Blumenauense de Handebol Blumenau 28/05/2006
Associação Atlética Universitária Concórdia 28/04/2006
Associação Desportiva de Handebol 
Jaraguaense Jaraguá do Sul 04/11/2003
FME Criciúma Criciúma 23/03/2006
Associação Desportiva Itajaiense - ADI Itajaí 23/03/2006
Associação Desportiva e Cultural Vale do 
Handebol Indaial 27/05/2013
Associação Desportiva e Cultural – ADRECHA Joaçaba 23/06/2003
Associação Desportiva Colegial Florianópolis 01/06/2006
TÓPICO 2 | O HANDEBOL NO BRASIL
23
Centro Educacional – SATC Criciúma 23/03/2006
BALCAM/FME Balneário Camboriú Balneário Camboriú 23/03/2006
Associação Xanxerense de Handebol Xanxerê 26/05/2006
Associação Recreativa Cultural de Handebol Videira 14/05/2011
Associação Joinvilense de Handebol – AJHA Joinville 01/12/2011
São Bento Handebol Clube/FMD São Bento do Sul 10/08/2001
PEC/Peritiba Peritiba 01/11/2013
Madegil/ Cocal do Sul Cocal do Sul 26/12/2006
Liga Serrana de Handebol/ FME Lages Lages 29/04/2011
Ideal Esporte Clube Forquilhinha 18/12/2001
HANDLAGES Lages 14/10/2009
SATC/ FME Criciúma Criciúma 29/04/2011
Fonte: Elaborado pelos autores da pesquisa
Esses clubes estão distribuídos territorialmente pelas diversas regiões e 
cidades do Estado. Na Figura 6 visualizamos a localização dos clubes no território 
de Santa Catarina. A distribuição dos clubes caracteriza-se como polos de dispersão, 
ou seja, no Estado de Santa Catarina não há a concentração de clubes filiados à 
FCHb. Ainda podemos ressaltar que em algumas cidades existe mais de um clube 
ativo. Como é o caso das cidades de Blumenau, Itajaí, Lages, Florianópolis, que 
possuem dois clubes ativos, e Criciúma que possui três.
FIGURA 6 - LOCALIZAÇÃO E POLARIZAÇÃO DOS CLUBES FILIADOS À FCHB
Fonte: adaptado de INFOESCOLA (2014)
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL
24
Já a FESPORTE foi instituída em 1993 por um ato legal (Lei nº 9.131/1993). 
Tem a finalidade de projetar e executar a política de desportos do Estado de Santa 
Catarina (SANTA CATARINA, 1994). É responsável pela realização dos eventos 
esportivos promovidos pelo Governo do Estado. Tem no calendário anual 15 
grandes eventos, que totalizam 417, entre microrregionais, regionais e estaduais. 
Desenvolve programas e projetos esportivos em diversas categorias (estudantes, 
terceira idade, deficientes, detentos, comunidade, indígenas, olímpicos etc.). Ainda, 
organiza e acompanha as delegações catarinenses em eventos oficiais (nacionais 
e internacionais) (FESPORTE, 2014). Desse modo, a espacialização promovida 
pela FESPORTE, por meio da participação das Fundações Municipais de Esportes 
(FME), nos eventos realizados pela instituição, é maior do que a estabelecida pelos 
clubes e associações. Dito de outra forma, os eventos promovidos pela FESPORTE 
possuem maior ancoragem territorial, incentivados pelas FME.
Dentre os eventos que realiza anualmente, encontramos manifestações 
culturais, sociais e esportivas. Na área esportiva, a FESPORTE realiza competições 
que contemplam diversas faixas etárias, manifestas na figura do Moleque Bom de 
Bola; Jogos Escolares (JESC); Jogos Abertos da Terceira Idade; Jogos da Juventude 
Catarinense (OLESC); Joguinhos Abertos de Santa Catarina; Jogos Abertos de Santa 
Catarina (JASC); Jogos Abertos Paradesportivos de Santa Catarina (PARAJASC); 
Jogos Escolares Paradesportivos de Santa Catarina (PARAJESC) (FESPORTE, 2014). 
O JASC é o de maior repercussão esportiva disputado na categoria adulto. Está 
na 54ª edição e é a competição amadora de maior representatividade no contexto 
catarinense (NUNES; MATTEDI, 2013). Nesta competição, os municípios, por 
meio das FME, vislumbram a conquista do título geral decorrente da somatória 
das colocações obtidas em todas as modalidades disputadas. 
O JASC tornou-se a competição de maior impacto esportivo no território 
catarinense. Durante seus anos de existência sua estrutura foi modificada e se 
complexificou. Considerando este processo, é possível estabelecermos três fases 
distintas de operacionalização: (1) pioneirismo; (2) consolidação; (3) expansão. A 
primeira fase consiste no período que compreende sua institucionalização, tendo a 
duração de 15 anos (1960-1975). Neste período, a competição teve a ascendência de 
oito para 28 modalidades disputadas. A consolidação (1976-1993) é marcada por 
marcos legais instituídos que determinam ações. Iniciando pela homologação da 
Lei nº 5.089 em 1975, que dispõe sobre a organização da Administração Estadual. 
O desporto e a Educação Física passam para o âmbito da Secretaria da Educação 
e Cultura do Estado. Mediado por este ato, em 1976, a realização do JASC passa 
a ser de responsabilidade do Governo estadual. A fase de expansão, instituída a 
partir de 1994, é marcada pela criação da FESPORTE (SANTA CATARINA, 1994). 
Dentre as 26 modalidades que compõem atualmente a disputa da 
competição, o handebol nos naipes feminino e masculino começou a ser disputado 
ainda na fase de pioneirismo, no ano de 1974. Naquele momento eram disputadas 
18 modalidades no JASC. Desde então, o handebol esteve presente em 40 edições. 
Destas 40 edições, observamos no Quadro 6, abaixo, o predomínio na conquista 
da modalidade realizada por algumas cidades em alguns períodos. Itajaí possui 
a supremacia no naipe feminino ao conquistar 13 vezes o título de campeã, 
TÓPICO 2 | O HANDEBOL NO BRASIL
25
seguido das cidades de Blumenau, Concórdia, Florianópolis, Capinzal, Criciúma, 
Caçador, Joinville, Jaraguá do Sul, Curitibanos e Ouro. No naipe masculino, 
Chapecó conquistou também 13 vezes o título na competição, seguido de Itajaí, 
Florianópolis, Blumenau, Joinville, Concórdia, Joaçaba, Videira e Balneário 
Camboriú, que também conquistaram títulos.
QUADRO 6 - MUNICÍPIOS QUE CONQUISTARAM O TÍTULO DO HANDEBOL NO NAIPE 
FEMININO E NO MASCULINO DO JASC E O RESPECTIVO ANO
Essa variabilidade de municípios ganhadores demonstra que o handebol, a 
partir do contexto dos JASC, se espacializa por meio de um processo de dispersão 
em Santa Catarina, como ilustrado na Figura 7, a seguir. Esta verificação acompanha 
a lógica do esporte profissional no Estado, bem como da formação socioespacial 
e desenvolvimento da estrutura produtiva (TAJES JR., 2012). Isso acarreta em um 
contexto de desenvolvimento descentralizado da modalidade do handebol. O que 
implica em diversos polos da modalidade distribuídos espacialmente e a formação 
de diversos territórios de especialização da modalidade. 
Fonte: Elaborado pelos autores.
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL
26
FIGURA 7 - LOCALIZAÇÃO E POLARIZAÇÃO DO HANDEBOL EM SANTA CATARINA ATRAVÉS DOS 
MUNICÍPIOS CAMPEÕES DOS JASC
No contexto catarinense, temos equipes que representam seus clubes 
na Liga Nacional de Handebol e que conquistaram resultados significativos em 
âmbito nacional nos últimos anos. A equipe Blumenau/FURB durante seis anos 
(2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011) foi vice-campeã da competição e a equipe 
SUPERGASBRAS/UnC/Concórdia conquistou um vice-campeonato (2012) e 
recentemente em 2013 conquistou o título da competição, quebrando a hegemonia 
das equipes paulistas. Ainda no que concerne ao contexto catarinense, temos a 
equipe ACEU/UNIVALI/FMEBalneário Camboriú, que participou da última 
edição do evento, além de outros clubes que já participaram de outras edições. 
Isso demonstra que o handebol em Santa Catarina se desenvolve e espacializa 
em dois contextos. Por um lado, relacionado às competições que são disputadas 
representando as FME, subsidiadas preponderantemente por investimento público 
(governo municipal). E, por outro lado, aos clubes que detêm maior investimento 
privado e governamental (em nível nacional), gerado pelas ações de incentivo ao 
esporte brasileiro.
FONTE: Disponível em: <https://revistas.ufrj.br/index.php/Recorde/article/view/1568/1416>. 
Acesso em: 20 fev. 2017.
Fonte: adaptado de INFOESCOLA (2014)
27
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• O handebol é introduzido no Brasil por influência de outras culturas.
• A primeira Federação de handebol fundada no Brasil foi denominada Associação 
Alemã de Handball.
• A CBHb é a Confederação brasileira que gerencia a modalidade no Brasil.
• Nos estados existem Federações que administram o handebol em cada estado 
brasileiro.
• A competição mais popular nacional é a Liga Nacional de Handebol, que é 
desenvolvida anualmente.
• O clube atual campeão da Liga Nacional no naipe masculino é Taubaté/FAB/
Unitau (SP) e, no feminino, Metodista/São Bernardo (SP).
28
1 A partir do conteúdo estudado, crie uma linha cronológica do desenvolvimento 
do handebol no Brasil, identificando os seguintes acontecimentos: ano de 
criação e nome de fundação da primeira Federação Brasileira de Handebol; ano 
de realização da primeira partida de handebol no Estado de Santa Catarina; ano 
de fundação da Federação Paulista de Handebol; ano de realização do I Torneio 
Aberto de Handebol indoor; ano de fundação da Confederação Brasileira de 
Handebol; ano de realização da primeira Liga Nacional de Handebol. Essa 
sistematização irá ajudar a perceber como ocorreu a institucionalização do 
handebol no Brasil.
 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
2 A introdução do handebol no mundo e no Brasil sofreu algumas influências 
culturais, assim como, no decorrer da sua institucionalização, o esporte teve 
o auxílio de algumas iniciativas para se fixar. Considerando os diferentes 
momentos históricos que permeiam a institucionalização do handebol no 
Brasil, classifique as assertivas abaixo em Verdadeiras ou Falsas.
( ) O professor francês Auguste Listello colaborou com a difusão do handebol 
no Brasil.
( ) A disseminação do handebol começou por iniciativas de tradição germânica.
( ) Os Jogos Estudantis Brasileiros foram a primeira competição de handebol 
disputada no Brasil.
( ) O Curso Internacional de Formação e Aperfeiçoamento de professores de 
Educação Física contribuiu para que professores de Educação Física tivessem 
contato com o esporte handebol.
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V - V - V - F.
b) ( ) F - F - V - V.
c) ( ) F - V - V - F.
d) ( ) V - V - F - V.
3 Uma das formas de desenvolver os esportes e os fazer conhecidos é por meio 
de competições esportivas. Existem competições que são internacionais, como 
os Jogos Olímpicos e os Campeonatos Mundiais, e há também competições 
de cunho nacional. As competições nacionais são disputadas por equipes dos 
diversos estados que compõem o país. No Brasil, diversas são as competições 
de cunho nacional organizadas pela Confederação Brasileira de Handebol, 
AUTOATIVIDADE
29
anualmente. Diante disso, assinale a alternativa que apresenta a equipe que 
no período de 1997 a 2016 conquistou mais títulos da Liga Nacional nos naipes 
feminino e masculino.
a) ( ) A. A. Guarulhos.
b) ( ) Esporte Clube Pinheiros.
c) ( ) Taubaté/FAB/Unitau.
d) ( ) Metodista/São Bernardo.
e) ( ) UNC/Concórdia.
30
31
TÓPICO 3
O JOGO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Nos tópicos anteriores, foi possível perceber que o handebol é um jogo 
que exige determinadas características físicas de quem o pratica. Isso significa que 
para o desenvolvimento do jogo alguns elementos são primordiais, ainda mais no 
que se refere ao desenvolvimento da iniciação do handebol no ambiente escolar. 
Você irá observar, no decorrer da aproximação com o conteúdo sobre o jogo, suas 
características e fundamentos técnicos, que veremos neste tópico, e que essas 
exigências são necessárias tanto para a compreensão do jogo de modo prático 
como para a realização dos gestos técnicos do handebol.
Diante disso, sugerimos que releiam os conteúdos da disciplina de 
Ginástica, que tratam sobre valências físicas, e também a disciplina de Crescimento 
e Desenvolvimento Humano. Esses conteúdos auxiliarão no entendimento 
e na realização dos gestos técnicos, pois esses são primordiais para a iniciação 
do handebol. Os elementos psicomotores que envolvem o desenvolvimento 
das valências físicas estão diretamente relacionados com o handebol. Por isso, 
sinalizamos que sem o desenvolvimento de conteúdos como lateralidade, 
coordenação motora ampla e fina, percepção espaçotemporal, ritmo, equilíbrio etc. 
durante as aulas de Educação Física escolar, os alunos poderão apresentar bastante 
dificuldade na execução dos gestos e, consequentemente, na aprendizagem do jogo 
e seus componentes. O desenvolvimento dessas habilidades motoras e capacidades 
motoras irá ocasionar modificações na capacidade de resposta dos jogadores a 
partir da exigência que necessitarem para o jogo ou, dito de outra forma, para 
a aprendizagem motora (MAGILL, 2002). Mais precisamente, proporcionam a 
melhora do desempenho hábil dos indivíduos. 
A importância da aprendizagem motora é dada pela relação que se 
desenvolve de dependência entre as capacidades motoras e habilidades motoras. 
Quando desenvolvidas as duas, oportunizando uma variabilidade de gestos, 
DICAS
Para saber mais sobre aprendizagem motora, acesse: <http://unesdoc.unesco.
org/images/0022/002249/224990POR.pdf>.
32
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL
os jogadores conseguem, durante a aprendizagem do jogo, resolver situações-
problema que lhe são apresentadas pelas modalidades coletivas (SILVA; ROSE JR. 
2005). A aprendizagem somente centrada em movimentos estereotipados próprios 
do jogo não possibilita esse lastro motor, o que resulta, por vezes, na dificuldade 
de realização de movimentos diferentes dos aprendidos. Por isso, ressaltamos a 
importância de o professor, durante todo o processo de ensino e aprendizagem, 
possibilitar a maior variabilidade de gestos possíveis.
2 CARACTERÍSTICA DO JOGO
O jogo é um fenômeno de múltiplas possibilidades (MARQUES, 2001). 
Para caracterizar o desenvolvimento do jogo de handebol, iremos primeiro lançar 
algumas das características próprias do esporte e, em seguida, abordaremos 
algumas peculiaridades do handebol. No entanto, o handebol ainda pode ser 
classificado devido a outros fatores ocorridos durante o jogo (RODRÍGUEZ; 
ROBLES; FUENTES-GUERRA, 2009). Destacamos que, embora iremos tratar de 
algumas características do jogo, não pretendemos descartar ou diminuir os demais 
recursos possíveis em sua prática pedagógica e a iniciação ao esporte, apenas 
destacamos a versatilidade que o jogo oferece.
O handebol é um esporte coletivo. Isso significa que para ocorrer depende 
do coletivo, de vários jogadores. Desse modo, não tem como ocorrer um jogo de 
handebol se não houver várias pessoas. Pode-se justificar isso por dois âmbitos: 
(1) tendo como parâmetro as regras oficiais, é necessário haver duas equipes com 
um determinado número mínimo de participantes de cada lado para que ocorra a 
partida; (2) outra delimitação da modalidade é um fundamento, por exemplo, para 
iniciar uma partida,após o apito inicial do árbitro, é necessário ser lançada a bola 
de um membro da equipe para outro por meio de um fundamento denominado 
passe. Esses dois âmbitos ressaltam a necessidade de haver mais indivíduos que 
tornam o esporte de caráter coletivo.
O handebol é um esporte invasivo. Os esportes invasivos “são aqueles em 
que o atleta e/ou a equipe invadem o campo adversário para chegar ao objetivo” 
(SILVA NETO et al., 2013, p. 8). Relacionando isso ao handebol, o campo seria o 
outro lado da quadra. Desse modo, isso ocorre quando a equipe passa do lado da 
quadra em que está realizando a defesa para o outro lado, chamado de ataque. Em 
outras palavras, o jogo de handebol se desenvolve por meio de ações entre ataque 
e defesa. 
O handebol é um esporte de transição, a transição ocorre quando passamos 
do ataque para a defesa ou vice-versa. Durante o ataque, a equipe que está atacando 
tem como objetivo fazer o gol, e a equipe que está defendendo impedir, por meio 
de ações defensivas, que isso ocorra.
TÓPICO 3 | O JOGO
33
O jogo do handebol possui velocidade acíclica. Agora, iremos relembrar 
alguns conteúdos desenvolvidos em outras disciplinas. Velocidade acíclica é 
designada quando há diversas trocas de velocidade durante uma ação, ou seja, 
em alguns momentos durante uma partida de handebol os jogadores correm mais 
rápido, em outros param, depois voltam novamente a correr e assim sucessivamente. 
Isto se caracteriza ainda como um esforço de natureza intermitente e aleatório. Isto 
é, não possui um tempo determinado para ocorrer, ou seja, irá ocorrer de acordo 
com a movimentação do próprio jogo e envolvendo diferentes tipos de exigências 
de caráter físico, por isso é aleatório. 
Realizando uma ponte com essas primeiras características, podemos 
já sinalizar que sua fonte energética é mista, em alguns momentos de natureza 
aeróbico e em outros anaeróbico. A fonte energética utilizada durante uma partida 
de handebol está associada a um processo metabólico de utilização de oxigênio 
que efetiva em anaeróbia alática, a anaeróbia lática e a aeróbia. Durante uma 
partida predominam a anaeróbia alática e a aeróbia, pois dão suporte energético às 
exigências do jogo de natureza intermitente. Além disso, diversas são as qualidades 
físicas solicitadas no decorrer de uma partida, como: força, velocidade, resistência, 
flexibilidade, coordenação, equilíbrio, entre outras que são imprescindíveis aos 
jogadores (ELENO; BARELA; KOKUBUN, 2002).
Sugerimos, ainda, você resgatar os estudos realizados na disciplina de 
Anatomia e Fisiologia Humanas para relembrar como é o funcionamento dos 
sistemas energéticos recrutados durante a realização de exercícios físicos.
Após essa caracterização inicial do esporte handebol, iremos indicar 
algumas peculiaridades do handebol quanto ao seu desenvolvimento enquanto 
jogo e a sua forma de ocorrer:
DICAS
DICAS
Para você observar na prática, em uma partida de handebol no naipe feminino, 
como isso ocorre, acesse <https://www.youtube.com/watch?v=DybcuUot-Bs>.
Para relembrar sobre esses conteúdos em maior profundidade e sua relação 
com o handebol, faça a leitura do artigo intitulado “Tipos de esforço e qualidades físicas do 
handebol”, disponível no seguinte link: <http://revista.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/
view/343/298>.
34
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL
a) É praticado em um local específico, ou seja, na quadra, no campo ou na areia.
b) Possui regras oficiais que determinam a sua forma de ocorrer.
c) É um jogo de oposição, para jogar uma partida é necessário ter uma equipe 
adversária.
d) É um jogo de disputa, envolve disputa direta para obter o domínio do jogo.
e) É um jogo de contato, envolve o contato corporal.
f) É um jogo coletivo, desenvolvido por meio de ações individuais e coletivas.
g) O jogo envolve ações de ataque e defesa.
h) Exige sucessivas tomadas de decisão.
i) É jogado com as mãos, isso significa que não se pode chutar a bola.
j) Para o seu desenvolvimento necessita uma bola; durante o jogo, um dos 
objetivos das equipes é conquistá-la e fazer o gol com as mãos.
A partir da caracterização dessas peculiaridades, agora falaremos sobre 
cada uma delas. (a) Local específico, o handebol indoor, segundo as regras oficiais 
é realizado em uma quadra retangular demarcada por linhas (Figura 3). Já no caso 
do handebol de areia, são adotadas outras regras e é realizado, como o próprio 
nome já se refere, na areia.
FIGURA 3 - QUADRA DE HANDEBOL
FONTE: IHF. Disponível em: <http://www.ihf.info/files/uploads/PhotoGallery/PG-kor%20rus-W%20
F-arena-01-photo-uros%20hocevar-ihf.jpg>. Acesso em: 2 jan. 2017.
TÓPICO 3 | O JOGO
35
Se você acessou o link sugerido, percebeu que o jogo de handebol é 
composto por regras. (b) As regras oficiais são determinadas pela IHF. A IHF é a 
Federação Internacional da modalidade que regulamenta o esporte denominado 
de handebol. No Brasil, a CBHb é responsável por gerenciar o handebol de acordo 
com as regulamentações desenvolvidas pela IHF. Assim, as regras oficiais são 
traduzidas para o português e adotadas em todo o território nacional (IHF, 2010). 
A partida de handebol ocorre por meio da disputa entre duas equipes, 
ou seja, é um (c) jogo de oposição, em que são necessários os adversários, que 
se enfrentam durante a partida com o objetivo de realizar o maior número de 
gols (MENEZES, 2010). De maneira ilustrativa, apresentamos uma situação desse 
gênero na Figura 4. A oposição ocorre entre a equipe de uniforme branco (claro) e 
a equipe de uniforme vinho (escuro).
FIGURA 4 – PARTIDA DE HANDEBOL
Como é um jogo de oposição, é também um (d) jogo de disputa, a disputa 
se estabelece na medida em que as duas equipes que estão participando da 
partida tentam, por meio de ações técnico-táticas, conquistar o domínio do jogo 
e, consequentemente, o maior número de gols. Assim, envolve cooperação e ao 
mesmo tempo competição. A cooperação ocorre por ser um jogo coletivo, então, 
FONTE: IHF. Disponível em: <http://www.ihf.info/files/uploads/PhotoGallery/PG-qat%20nor-M%20
BF-01-photo-uros%20hocevar-ihf.jpg>. Acesso em: 2 jan. 2017.
DICAS
Para saber mais sobre a quadra utilizada, acesse <http://www.brasilhandebol.
com.br/noticias_detalhes.asp?id=27182>. 
36
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL
necessito do outro para jogar, já a competição ocorre pela disputa proporcionada 
pelo jogar contra o outro (MONTEIRO, 2011).
A disputa ocorre também através do contato, por isso é considerado um 
(e) jogo de contato. No handebol, uma das formas de parar as ações durante o 
ataque ou defesa dos adversários é realizando uma falta. Para haver uma falta, em 
alguns casos, envolve o contato corporal. Isso porque, no handebol, é permitido, 
segundo as regras oficiais, “usar os braços flexionados para fazer contato corporal 
com um adversário, e desta maneira controlá-lo e acompanhá-lo”, além disso, 
“usar o tronco para bloquear o adversário na luta pela posição” (IHF, 2010, p. 21). 
Na figura a seguir é possível perceber o contato ocorrendo, o jogador da equipe 
de uniforme branco (claro) faz o contato no jogador de camisa vermelha (escura).
FIGURA 5 – CONTATO NO HANDEBOL
Esse jogo de disputa é também um jogo coletivo. O handebol é um (f) jogo 
coletivo, desenvolvido por meio de ações individuais e coletivas. No decorrer do 
andamento de uma partida serão desenvolvidas ações técnicas individuais, como 
passes, arremessos, dribles, fintas etc., e em alguns momentos ocorrerão ações 
coletivas. Durante as ações coletivas cada jogador possuirá uma função específica 
que depende da ação dos demais jogadores. Vejamos um exemplo que pode 
ocorrer durante uma partida: para a realização de um gol foi necessário o passe de 
um companheiro de equipe para o indivíduo que fez o gol penetrar (entrar) em 
um espaço livre no meio da defesa. Caso algum companheiro de equipe estivesse 
ocupando esse espaço, não seria possível o jogador penetrar nesse espaço, também 
FONTE: IHF. Disponível em: <http://www.ihf.info/files/uploads/PhotoGallery/_MG_0842_1.jpg>.

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