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FotograFia Prof.ª Cristiani Maximiliano Produção de Moda, eventos e Indaial – 2021 1a Edição Impresso por: Elaboração: Prof.ª Cristiani Maximiliano Copyright © UNIASSELVI 2021 Revisão, Diagramação e Produção: Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI M464p Maximiliano, Cristiani Produção de moda, eventos e fotografia. / Cristiani Maximiliano. – Indaial: UNIASSELVI, 2021. 255 p.; il. ISBN 978-65-5663-600-9 ISBN Digital 978-65-5663-599-6 1. Design de moda. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 746.92 Caro acadêmico, seja bem-vindo ao Livro Didático de Produção de Moda, Eventos e Fotografia. Sabemos que a comunicação visual é uma das mais antigas, senão a mais antiga, de que temos registros. Profissionais de comunicação, moda, design de moda, estilistas, entre outros, compreendem esse fato, pois, como já diz o velho ditado popular, “uma imagem, vale mais que mil palavras” – expressão que, certamente, faz todo o sentido ao pensarmos no universo do design de moda. Assim, é importante refletir sobre o que seria dessa área se não fossem as tantas “imagens” que nos rodeiam – em poucos minutos, pode surgir à mente uma série de imagens que transmitimos e consumimos diariamente, seja abrindo ou postando algo nas redes sociais, vestindo a sua “melhor versão”, folheando uma revista ou simplesmente assistindo a algo. No cenário do design de moda, consumimos e produzimos imagens constantemente e, conforme o fluxo digital prospera, temos que ser cada vez mais e mais criativos para acompanhar toda essa movimentação, buscando novos recursos, técnicas, tecnologias e diferentes maneiras de vender “imagens”. As imagens que são produzidas na área da moda têm uma essência indireta e, principalmente, direta em vendas. Contudo, é importante compreender o que são efetivamente essas “imagens”. Neste livro, visando ao design de moda, as imagens podem ser reduzidas às seguintes atividades: • Imagens produzidas por stylist e produtores de moda (para campanhas de marcas, desfiles, editoriais de moda etc.). • Os grandes eventos (feiras, workshops, palestras, inaugurações etc.), ou seja, espaços montados visual e fisicamente para comunicar, informar e gerar interações, mensurando aspectos sobre como geri-los e estruturá-los. • Os desfiles de moda, como um dos eventos mais populares do segmento, as grandes produções, quais preocupações se ater, ou seja, a gestão como um todo. • As fotografias da moda, em sua essência, como uma das mais poderosas imagens. A quantidade de “imagens” da área do design da moda é significativa, porém, neste livro, buscamos uma síntese do que se consideram as mais relevantes. Vale destacar que os conteúdos abordados ora irão mencionar as ações como um todo, ora irão retratar de maneira mais particular as ações de alguns profissionais, que produzem com mais frequência e maior preocupação estética significativa em relação à mensagem a ser comunicada por meio da imagem, como stylist, produtor de moda e fotógrafo. APRESENTAÇÃO Portanto, caro acadêmico, esperamos que todo o conteúdo abordado enriqueça a sua jornada de aprendizado, ao adentrar nesse universo de imagens fascinantes do mundo do design de moda, ressaltando a importância do acesso aos conteúdos sugeridos ao longo dos temas e também da realização das autoatividades propostas ao final dos tópicos. Bons estudos! Prof.ª Cristiani Maximiliano Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos. GIO Olá, eu sou a Gio! No livro didático, você encontrará blocos com informações adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender melhor o que são essas informações adicionais e por que você poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto estudado em questão. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um novo visual – com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada também digital, em que você pode acompanhar os recursos adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Preparamos também um novo layout. 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SUMÁRIO UNIDADE 1 — STYLING E PRODUÇÃO DE MODA – CATÁLOGO E EDITORIAL DE MODA ............................................................................................1 TÓPICO 1 — CONCEITO E PRÁTICA DE STYLING E PRODUÇÃO DE MODA ........... 3 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3 2 O STYLING ............................................................................................................3 2.1 CONCEITO ..............................................................................................................................3 2.2 PROFISSIONAL STYLIST .....................................................................................................6 3 A PRODUÇÃO DE MODA ......................................................................................8 3.1 CONCEITO E PROFISSIONAL PRODUTOR DE MODA ................................................... 8 4 ELABORAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE BRIEFING ............................................ 14 4.1 ESTRUTURANDO O BRIEFING ..........................................................................................15 4.2 INTERPRETAÇÃO DO BRIEFING ......................................................................................18RESUMO DO TÓPICO 1 ..........................................................................................22 AUTOATIVIDADE ...................................................................................................23 TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DE CAMPANHA DE MODA ..............................25 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................25 2 A CAMPANHA DE MODA .....................................................................................25 2.1 A PRODUÇÃO FOTOGRÁFICA E O CATÁLOGO DE MODA .........................................28 2.1.1 Produzindo um catálogo .........................................................................................28 2.1.2 Documentação necessária .................................................................................... 33 2.1.3 Pré-produção e planejamento .............................................................................. 33 2.1.4 A execução e pós-execução ................................................................................. 39 3 MÍDIAS DE CAMPANHA DE MODA .....................................................................46 3.1 MÍDIAS DIGITAIS ................................................................................................................46 3.2 MÍDIAS IMPRESSAS ..........................................................................................................48 4 STYLING E PRODUÇÃO NO VISUAL MERCHANDISING .................................... 51 4.1 STYLING DOS PRODUTOS PARA VITRINA .....................................................................51 4.2 STYLING DOS PRODUTOS PARA O INTERIOR DA LOJA ..........................................54 RESUMO DO TÓPICO 2 ..........................................................................................55 AUTOATIVIDADE ...................................................................................................56 TÓPICO 3 — EDITORIAL DE MODA ........................................................................59 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................59 2 EDITORIAL DE MODA – CONCEITO E PRÁTICA .................................................59 2.1 PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS ........................................................................................61 2.2 PRODUZINDO UM EDITORIAL DE MODA...................................................................... 62 2.2.1 Definições e pré-produção .................................................................................... 62 2.2.2 A execução e pós-execução ................................................................................64 2.2.3 Documentação necessária ...................................................................................66 3 MEIOS DE COMUNICAÇÃO PARA EDITORIAIS DE MODA .................................66 3.1 DIGITAIS ...............................................................................................................................66 3.2 IMPRESSOS .......................................................................................................................68 LEITURA COMPLEMENTAR ..................................................................................70 RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................... 75 AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 76 REFERÊNCIAS .......................................................................................................78 UNIDADE 2 — GESTÃO DE EVENTO DE MODA ..................................................... 79 TÓPICO 1 — GESTÃO DE EVENTOS ....................................................................... 81 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 81 2 CONCEITO DE EVENTO ...................................................................................... 81 3 CLASSIFICAÇÃO DO EVENTO ...........................................................................83 3.1 DIMENSÃO ...........................................................................................................................83 3.2 PERIODICIDADE.................................................................................................................83 3.3 PERFIL DO PÚBLICO ........................................................................................................84 3.4 ÁREA DE INTERESSE .......................................................................................................85 4 ORGANIZAÇÃO E TIPOLOGIA DE EVENTOS .....................................................86 4.1 ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS ..........................................................................................86 4.1.1 Concepção ..................................................................................................................86 4.1.2 Pré-evento ................................................................................................................. 87 4.1.3 Per ou transevento....................................................................................................91 4.1.4 Pós-evento .................................................................................................................91 4.2 TIPOLOGIAS DE EVENTOS .............................................................................................. 92 4.2.1 Exposição ................................................................................................................... 93 4.2.2 Feira ............................................................................................................................ 93 4.2.3 Festival ....................................................................................................................... 95 4.2.4 Inauguração de loja ................................................................................................ 96 4.2.5 Pop-up store ............................................................................................................ 96 4.2.6 Oficina .......................................................................................................................................... 97 4.2.7 On-line ........................................................................................................................98 4.2.8 Palestra .................................................................................................................... 100 4.2.9 Workshop .................................................................................................................. 101 RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................103 AUTOATIVIDADE .................................................................................................104 TÓPICO 2 — EVENTO – DESFILE DE MODA ........................................................ 107 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 107 2 DESFILES ......................................................................................................... 107 2.1 HISTÓRIAS DOS DESFILES DE MODA ......................................................................... 108 2.2 SEMANAS DE MODA .........................................................................................................111 3 FORMATOS ........................................................................................................115 3.1 TIPOS DE DESFILE ............................................................................................................ 116 3.1.1 Desfile de imprensa ................................................................................................116 3.1.2 Alta costura ............................................................................................................... 116 3.1.3 Prêt-à-porter .............................................................................................................117 3.1.4 De salão ......................................................................................................................117 3.1.5 De celebridades ....................................................................................................... 118 3.1.6 Audiovisuais .............................................................................................................. 119 3.1.7 Virtuais ........................................................................................................................ 119 3.1.8 Convenção ............................................................................................................... 120 3.2 GÊNEROS ........................................................................................................................... 121 3.2.1 Desfile clássico ........................................................................................................ 121 3.2.2 Desfile teatral ..........................................................................................................122 3.2.3 Desfile conceitual ..................................................................................................123 4 PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS ........................................................................124 RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................ 125 AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 126 TÓPICO 3 — PRODUZINDO UM DESFILE DE MODA ........................................... 129 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 129 2 ORGANIZAÇÃO – PRÉ-EVENTO ...................................................................... 129 2.1 PLANEJAMENTO .............................................................................................................. 130 2.2 RECURSOS FINANCEIROS/ORÇAMENTOS – DIMENSÃO ...................................... 133 2.3 DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA .................................................................................. 134 3 DEFINIÇÕES – PRÉ-EVENTO ........................................................................... 135 3.1 LOCAL, AMBIENTES E CENÁRIO .................................................................................. 135 3.2 CASTING ............................................................................................................................ 140 3.3 TRILHA SONORA ............................................................................................................. 142 3.4 MAQUIAGEM E CABELOS .............................................................................................. 143 3.5 STYLING ............................................................................................................................ 144 4 EVENTO E PÓS-EVENTO .................................................................................146 4.1 GESTÃO E ORGANIZAÇÃO PARA O DIA DO EVENTO ............................................... 146 4.2 PÓS-EVENTO ................................................................................................................... 148 LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................149 RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................ 155 AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 156 REFERÊNCIAS .....................................................................................................158 UNIDADE 3 — LINGUAGEM, ESTILOS E PRODUÇÃO DA FOTOGRAFIA DE MODA ............................................................................................ 159 TÓPICO 1 — A LINGUAGEM FOTOGRÁFICA DA MODA ........................................161 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................161 2 A FOTOGRAFIA DE MODA .................................................................................161 2.1 HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA DE MODA E PRINCIPAIS FOTÓGRAFOS .................. 162 3 FUNDAMENTOS DE DESIGN NA FOTOGRAFIA DE MODA .............................. 166 3.1 ELEMENTOS VISUAIS NA FOTOGRAFIA DE MODA ................................................... 166 3.1.1 O ponto ...................................................................................................................... 168 3.1.2 Linha .......................................................................................................................... 168 3.1.3 Forma ........................................................................................................................ 169 3.1.4 Direção .......................................................................................................................170 3.1.5 Tom ...............................................................................................................................171 3.1.6 Cor ...............................................................................................................................172 3.1.7 Textura ........................................................................................................................175 3.1.8 Escala .........................................................................................................................176 3.1.9 Dimensão ................................................................................................................... 177 3.1.10 Movimento ...............................................................................................................178 3.2 COMPOSIÇÕES VISUAIS NA FOTOGRAFIA DE MODA ..............................................179 3.2.1 Regra dos terços .................................................................................................... 180 3.2.2 Phi Grid – Proporção áurea .................................................................................. 181 3.2.3 Golden Triangles – Triângulo dourado .............................................................. 182 3.2.4 Regra das metades ............................................................................................... 183 3.2.5 Framing – Enquadramento de enquadramento ............................................ 184 3.2.6 Equilíbrio ................................................................................................................. 185 3.2.7 Plano de fundo ....................................................................................................... 186 3.2.8 Sombras ....................................................................................................................187 3.2.9 Planos de enquadramento ...................................................................................187 RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................ 192 AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 193 TÓPICO 2 — ESTILOS FOTOGRÁFICOS DA MODA ............................................. 195 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 195 2 CONCEITUAL .................................................................................................... 195 2.1 CARACTERÍSTICAS DE FOTOS CONCEITUAIS .......................................................... 196 3 COMERCIAL ......................................................................................................1983.1 CARACTERÍSTICAS DE FOTOS COMERCIAIS (LOOKBOOK) .................................... 199 4 STILL ................................................................................................................. 202 4.1 CARACTERÍSTICAS ..........................................................................................................202 4.2 TIPOLOGIAS ......................................................................................................................203 4.3 STILL CONCEITUAL E COMERCIAL .............................................................................207 RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................... 209 AUTOATIVIDADE .................................................................................................210 TÓPICO 3 — PRODUÇÃO FOTOGRÁFICA DE MODA ........................................... 213 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 213 2 EQUIPAMENTOS, TIPOS DE ILUMINAÇÃO E TÉCNICAS ................................ 213 2.1 EQUIPAMENTOS PARA A FOTOGRAFIA ...................................................................... 214 2.1.1 Câmera ....................................................................................................................... 214 2.1.2 Lentes ........................................................................................................................ 216 2.1.3 Instrumentos de medição ....................................................................................220 2.1.4 Tripés e monopés ...................................................................................................220 2.1.5 Rebatedores e difusores.......................................................................................222 2.1.6 Dispositivos de formatos: filme e digital ...........................................................224 2.1.7 Tratamentos .............................................................................................................225 2.1.8 Espaço físico ...........................................................................................................226 2.2 TIPOS DE ILUMINAÇÃO E TÉCNICAS ..........................................................................228 2.2.1 Iluminação natural ................................................................................................228 2.2.2 Iluminação artificial ................................................................................................231 3 PRODUÇÃO FOTOGRÁFICA DE MODA ........................................................... 239 3.1 PRODUÇÃO FOTOGRÁFICA PARA CAMPANHAS .....................................................239 3.1.1 Produção de foto conceitual ................................................................................239 3.1.2 Produção de foto comercial (lookbook) ............................................................240 3.2 PRODUÇÃO DE STILL ....................................................................................................240 3.3 PRODUÇÃO FOTOGRÁFICA PARA EDITORIAIS DE MODA .....................................242 3.4 PRODUÇÃO FOTOGRÁFICA PARA FOTOJORNALISMO ..........................................242 LEITURACOMPLEMENTAR ................................................................................ 245 RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................ 251 AUTOATIVIDADE ................................................................................................ 252 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 254 1 UNIDADE 1 — STYLING E PRODUÇÃO DE MODA – CATÁLOGO E EDITORIAL DE MODA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • conhecer as particularidades do styling e do profissional stylist; • compreender as características acerca da produção e do produtor de moda; • identificar estratégias para uma atuação profissional em relação ao styling e produção de moda que seja eficiente; • explorar e conhecer o cenário das campanhas de moda, compreendendo como fazer uma sessão fotográfica, seja para a campanha como um todo e em especial para um catálogo de moda, bem como a importância do styling no ponto de venda; • identificar as práticas em relação a editorial de moda e suas particularidades. A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – CONCEITO E PRÁTICA DE STYLING E PRODUÇÃO DE MODA TÓPICO 2 – DESENVOLVIMENTO DE CAMPANHA DE MODA TÓPICO 3 – EDITORIAL DE MODA Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 CONFIRA A TRILHA DA UNIDADE 1! Acesse o QR Code abaixo: 3 CONCEITO E PRÁTICA DE STYLING E PRODUÇÃO DE MODA TÓPICO 1 — UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Durante o estudo do nosso primeiro tópico, serão apresentados conceitos e atuações profissionais acerca do styling e da produção de moda. Para isso, compreenderemos quais são as características do styling, como o profissional stylist desempenha sua função profissional. Do mesmo modo, a atuação do profissional produtor de moda e os atributos da produção de moda. Por fim, compreendendo que, para que ambas as atuações possam acontecer de maneira assertiva, será abordado sobre o termo briefing. 2 O STYLING Para adentrarmos ao “universo” do styling, primeiramente veremos o seu conceito e, em seguida, os atributos requeridos para o profissional stylist. 2.1 CONCEITO O styling, termo apropriado da língua inglesa, indica a criação e/ou concepção de imagens que traduzam, abrangente e subjetivamente, um estilo de vida, perfil de consumo ou proposta estilística, seja ela de um designer, de uma marca, uma revista ou de um produto (MESQUITA, 2012). Ainda segundo a autora “moda é imagem, constrói imagens, confunde-se com as imagens da mídia, dialoga com as imagens da arte e se mistura com as imagens de marketing”. Analisando sobre essa ótica, parece que, desde que a moda existe, o termo styling esteve presente, embora sua atuação apenas tenha se tornado mais evidente a partir dos anos 1990, quando o profissional relacionado com a “construção da imagem” passou a ser valorizado. Alterando as posições de papéis no momento de se produzir e vender imagem, o designer cedeu espaço de criação para fotógrafos, maquiadores, cabelereiros, diretores de arte, programadores visuais e webdesigners, surgindo, assim, novas demandas de profissionais (MESQUITA, 2012). 4 McAssey e Buckley (2013) acrescentam que os primeiros stylists eram editores de moda que trabalhavam exclusivamente para revistas da área, realmente “editando” as roupas e as páginas de moda e selecionando os nomes dos designers que seriam destaque na revista – nesse formato, o relacionamento mais importante durante o trabalho fotográfico era entre o fotógrafo e a modelo. Ainda complementam que durante os anos 1960, as próprias modelos eram quem se produziam, faziam a própria maquiagem e cabelo, inclusive levavam seus próprios acessórios para a sessão fotográfica, o que dispensava a atuação de outro profissional. Durante os anos 1980, surgiram os primeiros stylists freelancers, que trabalhavam para revistas como The Face e i-D (Figura 1), o que, aos poucos, fez o profissional se tornar um colaborador essencial para o processo de criação de imagens. FIGURA 1 – CAPA DA REVISTA I-D, EM 1986, E CAPA DA THE FACE, EM 1988 FONTE: <http://covers.i-d.co/cover/40/1>; <https://bit.ly/343QVOb>. Acesso em: 27 dez. 2020. Realize uma pesquisa e identifique outras fotografias das revistas mencionadas ou, até mesmo, DE outras do mesmo período, a fim de tentar identificar quem eram os stylistsque emergiram nesse período. GIO Após compreendermos um breve posicionamento histórico sobre o styling, vale destacar que existe uma diferença no nome atribuído para a profissão e para o profissional: para a atuação profissional e seus resultados, denominamos de styling, enquanto, para o profissional que faz styling, chamamos de stylist. 5 Construir imagens que surtam efeitos positivos torna-se o viés principal do styling e, conforme já mencionado, ao pensarmos em moda, várias são as imagens existentes. Por isso, existem diferentes frentes em que o styling é explorado e desenvolvido. Frange (2012) e McAssey e Buckley (2013) dividem o styling conforme as modalidades e os setores descritos no Quadro 1. QUADRO 1 – MODALIDADE E SETORES DO STYLING Styling para desfile: evento importante para implementar, reforçar e expandir a imagem de uma marca dentro de um mercado. Constrói a imagem visando chamar a atenção para a marca e também fomentar vendas. Styling para imagem fotográfica/styling editorial, comercial e produto/styling para campanhas publicitárias: o stylist presta serviço para meios de comunicação (revistas, jornais), produção de sessões fotografias para campanhas de marcas (de moda, comportamento, beleza etc.), ambos os formatos focam em vender o produto seja de forma direta ou indiretamente. As imagens obtidas desse tipo de produção podem ser divulgadas em meios impressos e digitais e também podem ser estruturadas junto aos registros fotográficos sessões de vídeos (projetos audiovisuais). Destaca-se, portanto que no momento do planejamento precisam ser considerados quais serão os formatos em que o material produzido será vinculado e disseminado. Styling para cinema e televisão (figurino): nessa modalidade o stylist atua como figurinista e o figurinista como stylist. O objetivo está em vestir os integrantes do meio televisivo (telejornais, programas, novelas, filmes ou séries, entre outros). Deve-se atentar para o fato de o personagem ou apresentador precisarem transmitir uma imagem adequada com o estilo/ mensagem desejável. Para isso, compõem-se os looks com marcas que atendam à necessidade ou, então, são produzidas peças apropriadas. Styling para internet: focado no desenvolvimento de imagens para o meio digital, em que os produtos precisam ser visualizados de forma clara e rápida, tornando evidentes os detalhes do produto. Visando ao aspecto de venda do item, considera-se explorar fotos de outras fases que se tornam fundamentais, além de pequenos vídeos que também podem ser produzidos. Styling pessoal/styling de celebridades/styling de músicos: nessa modalidade, o objetivo é vestir uma pessoa particular, seguindo o seu biótipo e a imagem que deseja transmitir, de acordo com seu estilo de vida. Essa pessoa, em particular, por ser uma celebridade ou músico, necessita de acompanhamento do profissional, que pode ser para o dia a dia, na construção da identidade dessa pessoa, envolvendo todos os aspectos da sua vida, ou, então, para algo pontual, por exemplo, um evento pessoal ou profissional. FONTE: Adaptado de Frange (2012); McAssey e Buckley (2013) Portanto, o styling refere-se à construção de imagens que atendam às demandas do usuário, seja pessoa física, loja, marca, revista, designer, entre outros, desenvolvido por diferentes entregas. A seguir, veremos como ocorre a atuação do profissional stylist. 6 2.2 PROFISSIONAL STYLIST Cientes de que a maior responsabilidade da atuação profissional de um stylist está em criar uma imagem elaborada de acordo com as demandas do cliente, que pode ser de diferentes modalidades de atuação do design, da moda e/ou design de moda – ou, até mesmo, clientes que não sejam relacionados ao universo da moda. Mesquita (2012) indica ainda que o stylist comanda o ciclo de criação da imagem, abordando desde a pesquisa, a concepção do projeto e sua realização, incluindo as etapas finais de pós-produção e finalização. Sua dinâmica de trabalho será demandada de acordo com a área do projeto em questão. Um stylist pode trabalhar, por exemplo, com editoriais de moda e campanhas publicitárias, definindo sozinho, ou em conjunto com uma equipe, a estética pretendida, a temática do trabalho, os profissionais envolvidos (embora nem sempre definir a equipe seja uma de suas atividades), acompanhando a sessão de fotos, a edição e a proposta em que serão publicadas; em desfiles, em parceria com o designer, contribuindo nas definições estéticas para o evento, traduzindo a temática para a edição e apresentação das peças, auxiliando também na escolha de cenografia, maquiagem e cabelo, trilha sonora e iluminação; já em casos de figurinos ou personal stylist, auxiliará na escolha das peças (roupas e acessórios), na forma de uso, em sugestões de novas aquisições e indicações de maquiagens e cabelos. Nota-se, portanto, que as contribuições de um stylist em um projeto podem variar bastante, engrandecendo ainda mais considerando que em uma revista ou jornal o profissional pode ter responsabilidades de criar algo alinhado e definido por si próprio, assumindo um controle maior sobre o projeto; por outro lado, ao atuar em campanhas publicitárias, possivelmente fará parte de uma grande equipe e trabalhará de acordo o briefing do cliente (MCASSEY; BUCKLEY, 2013). As atribuições desse profissional são variadas, seguindo de acordo com a categoria de atuação, em que ora pode dispor de mais responsabilidades e afazeres, ora podem focar apenas em itens mais pontuais, porém vale destacar que o stylist, indiferentemente do projeto em que estiver atuando e da responsabilidade assumida, se torna um tradutor da mensagem comunicada pelo emissor (marca, designer, pessoa física, entre outros) com o receptor (público-alvo, clientes, contatos pessoais etc.). Por fim, vale destacar alguns atributos fundamentais para a atuação do stylist: • construir imagem, criar conceito, atribuir valores a marca ou roupa, com propósito de fazer uma boa comunicação e, assim, alavancar as vendas; • pesquisar ideias criativas, desfiles das grandes semanas de moda, tendências de moda e comportamento; • compreender design digital, fotografia e universo da arte; • entender de vários assuntos, ter a mente aberta: movimentos sociais, políticos, artísticos e econômicos; 7 • estruturar um bom networking; • desenvolver um bom relacionamento, por tratar com vários profissionais, demanda relacionar-se bem com a equipe direta e indireta; • ter um “olho bom” – além de ousadia natural para propor novas formas de usar peças que todo mundo já conhece, é saber ainda o que funciona ou não no corpo da modelo, habilidade que pode ser aperfeiçoada conforme sua atuação profissional; • ser um detective – investigar tudo, analisar e observar vitrines, galerias de arte, pesquisar sites de desfiles e street style, ler livros e revistas de moda, ver bons filmes de todas as épocas e nunca deixar de treinar mentalmente o que funciona ou não; • respeitar sempre a necessidade do cliente, considerando o perfil do cliente para qual o trabalho será desenvolvido; • desenvolver bem a memória e o hábito de registrar, pois qualquer referência pode ajudar em um novo trabalho; • mesmo sendo um profissional que exige maior criatividade, deve desempenhar seu trabalho com muita organização e disciplina. A designação do stylist também pode variar, sendo também conhecido como produtor de moda. Em jornais e revistas, os stylists são chamados de editores e assistentes de moda; em lojas de moda, podem ser chamados de personal shoppers (MCASSEY; BUCKLEY, 2013). Frange (2012) ainda ressalta que, no Brasil, há uma diferença entre stylist e produtor de moda, embora no mercado internacional não exista essa subdivisão – o produtor é o stylist, assim como na própria tradução literal do inglês para português. Na prática, no Brasil, ostylist fica designado de criar o conceito da imagem de moda e o produtor de moda é o responsável por ir às ruas para encontrar as peças e coordenar sua aquisição. Após passarem pela edição do stylist, essas peças são utilizadas, seja em fotos, desfile ou outra modalidade. Trata-se, portanto, de um trabalho em equipe, em que ambos os profissionais trabalham juntos o tempo todo, cada um com suas responsabilidades. É comum, na prática profissional no Brasil, considerando que existe essa diferença entre as funções, um mesmo profissional atuar como stylist e produtor de moda. Destaca-se apenas que, entre as modalidades e setores mencionados em relação ao styling, basicamente todos podem ser desempenhados pelo profissional produtor de moda, exceto o de personal stylist, cujas funções atribuídas para um personal não condizem com as tarefas de um produtor de moda. ATENÇÃO 8 A produção de moda complementa o styling, porém está mais atrelada ao fazer acontecer, de forma que o stylist estabelece o conceito ou a estética pretendida, enquanto a produção de moda se concentra em produzi-la, de maneira mais palpável. Considerando a diferença atribuída para styling e produção de moda, vale destacar, ainda, os conceitos em relação à produção de moda e ao produtor de moda. A produção de moda também é desempenhada na construção de imagens assertivas e, conforme mencionado anteriormente, o produtor pode atuar como stylist, e vice-versa. Contudo, no Brasil, os termos são vistos por alguns setores de forma distinta, com maior ênfase à parte que corresponde ao ato de produzir. A produção de moda acontece após a definição do conceito pelo stylist, como o ato de buscar os meios para que o trabalho aconteça. Podemos mensurar como cenários de atuação possíveis: • Em um desfile de moda, concentra-se no auxílio para vestir, trocar e organizar as peças antes, durante e após o evento. Também contribui nas demais tarefas do evento, como buscar locações, entrosamento e atuação da equipe, ensaio de modelos, acompanhar a dinâmica das atividades pré, durante e pós-evento. • Em campanhas e editoriais de moda (sessões fotográficas em geral), buscam-se as peças diretamente com as marcas, organizando de acordo com a pauta, vestindo e trocando os modelos. Também realizam a pré-produção em caso de campanhas, vislumbrando o look e registrando, para que, no dia das fotos, o trabalho tenha um fluxo mais rendável. É responsável pela entrega dos itens emprestados, tal como foram retirados, ou seja, fornece suporte antes, durante e após a sessão fotográfica. • Na elaboração de propostas de figurinos, o produtor de moda concentra-se em buscar os profissionais mais indicados e acompanhar a confecção da peça quando necessário, procurar as marcas e/ou junto delas as peças para determinados personagens ou, até mesmo, receber as peças quando as marcas fizerem o envio espontâneo. Assim, a atuação profissional do produtor de moda é mais tangível, pois fica em contato com marcas, modelos, fotógrafos, produtos, logística e transporte, o que requer bastante organização e disciplina. Para auxiliar nesse aspecto, Façanha e Mesquita (2012) indicam o uso de algumas planilhas e fichas que podem contribuir nessa atuação, as quais devem ser elaboradas antes do projeto e auxiliar em todas as etapas (Figura 2). Na elaboração dessas planilhas e fichas, deve-se descrever quem serão os “atores da cena” (modelos ou personagens), estruturando um storytelling da cena, a planilha de looks destacando o conjunto de peças a serem utilizadas, seja para fotos ou vídeos, a sequência de desfile, entre outros. 3 A PRODUÇÃO DE MODA 3.1 CONCEITO E PROFISSIONAL PRODUTOR DE MODA 9 A ficha de camarim compreende os detalhamentos de profissionais e estéticas do projeto (nomes dos profissionais, composição dos looks, make-up e hairstyle propostos). A ficha técnica inclui empresas e profissionais prestadores ou colaboradores de serviços que participaram do projeto. FIGURA 2 – PLANILHAS E FICHAS 10 FONTE: Adaptada de Façanha; Mesquita (2012) Outras fichas que poderão ser utilizadas em projetos, mensurando o planejamento e a organização do profissional, são as fichas técnicas dos modelos e de styling e composição (looks, peças únicas ou acessórios). Na ficha técnica do modelo (Figura 3), são apresentados dados a respeito do profissional, em relação à altura, ao peso, ao manequim, entre outros, acompanhados de fotos de rosto e corpo. Vale destacar que a escolha dos modelos poderá ser feita pelo contratante do serviço, ou, quando essa escolha for do produtor de moda ou stylist, é de suma importância que esteja de acordo com a “imagem idealizada” para o resultado final, ou seja, a escolha precisa ser condizente com a mensagem a ser transmitida. Pesquisar outras opções de planilhas e fichas que possam contribuir no melhor desempenho do produtor de moda. É possível e, até mesmo indicada, a elaboração de modelos de planilhas e fichas personalizadas de acordo com as demandas do profissional. GIO 11 FIGURA 3 – FICHA MODELO FONTE: <https://megamodel.com.br/models/adelly/>. Acesso em: 8 jan. 2021. Em site de agências de modelos, é possível acessar outros modelos de fichas. DICA A ficha com as informações do modelo poderá ser elaborada pelo stylist ou produtor de moda, porém ela já pode ter sido elaborada e disponibilizada pela agência de modelos contratada para o trabalho. ATENÇÃO Com relação às fichas de styling e composição, somente será possível estruturar se houver acesso aos produtos antes do dia do trabalho. Assim, indica-se ter os produtos a serem utilizados no projeto (catálogo, editorial, desfile etc.) em mãos e, partir disso, organizar as informações de acordo com o projeto, composições de cada foto, ou entrada, ou cena, dependendo do trabalho a ser desempenhado (Figura 4). Exemplificando, se for um desfile de roupas, a ficha poderá apresentar o styling de cada look que for para a passarela, contendo a(s) peça(s) de roupa(s), os acessórios, a fotografia do modelo que 12 irá desfilar, o cabelo e a maquiagem, entre outras informações necessárias. Já se for uma fotografia de acessórios, por exemplo, sem modelo, a ficha de produto pode apresentar os componentes que irão constituir o cenário da fotografia, além do produto a ser vendido. FIGURA 4 – FICHA STYLING E COMPOSIÇÃO FONTE: A autora A Figura 5 destaca uma ficha de styling e composição de um desfile de moda, que já apresenta um modelo com os produtos vestidos – esse recurso também pode ser utilizado, em vez de apenas apresentar as peças, os acessórios que irão compor o look e a sequência de entrada. FIGURA 5 – FICHA STYLING E COMPOSIÇÃO DESFILE FONTE: <https://bit.ly/3bFSi9W>. Acesso em: 9 jan. 2021. 13 Já a Figura 6 serve como exemplo em caso de serem acessórios sem modelo (formato still – que será abordado mais adiante), ou então sem acesso antecipado aos produtos. Na proposta da ficha, a foto poderia ser feita em estúdio (nesse caso, o “céu” seria inserido em algum editor de imagem) ou externamente – o que também será estudado mais adiante. FIGURA 6 – EXEMPLO FICHA STYLING E COMPOSIÇÃO FONTE: A autora O resultado da fotografia da ficha de styling e composição é mostrado na Figura 7. FIGURA 7 – EXEMPLO FOTOGRAFIA FONTE: <https://bit.ly/343zPjl>. Acesso em: 9 jan. 2021. 14 Outro fator a ser considerado são os documentos que precisam estar de acordo com cada produção, que, normalmente, são contratos: termo de uso de imagem, locações, empréstimos, contração de serviços e profissionais, entre outros. Por fim, é possível concluir que, efetivamente, styling e produção de moda, quando não são a mesma coisa, trabalham de “mãos dadas”. Portanto, as mesmas funções atribuídas para o stylist são reforçadas com o produtor de moda, e vice-versa. Durante a abordagem das práticas estudadas aseguir, deve-se considerar que elas não terão a distinção entre styling e produção de moda, por vezes, existente em território brasileiro. Entretanto, vale destacar que, na atuação profissional, a distinção entre as atividades pode existir, mas, neste livro, isso não será evidenciado, por se acreditar que ambas as atuações se complementam e interagem entre si. Até o momento, compreendemos que falar de styling e produção de moda é referir- se à construção e à comunicação de moda por meio de imagens. Contudo, para que seja possível criar imagens efetivamente assertivas, é necessário que elas sejam elaboradas a partir da interpretação da demanda apresentada pelo contratante. Essa demanda, por vezes, chega ao stylist ou produtor de moda por meio de um documento chamado briefing. A ficha de styling e composição é livre, ou seja, cada profissional organiza de acordo com as suas necessidades e o grau de importância de cada projeto. Em caso de não conseguir acesso antecipado aos produtos, indica- se que seja feito um planejamento prévio manual (escrito), considerando a quantidade de produtos a serem “apresentados” no projeto. ATENÇÃO Os documentos necessários para cada modalidade precisam ser organizados com antecedência ao projeto, podem ser elaborados por órgãos e profissionais especializados, empresa contratante (revista, jornal, designer, marca, entre outros) ou, então, pelos stylists e produtores – vale ressaltar que, muitas vezes, será necessário o registro ou o reconhecimento de assinatura em cartório. ATENÇÃO 4 ELABORAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE BRIEFING 15 Seivewright (2009) destaca que o briefing é o início de qualquer projeto e que tem como objetivo inspirar e delinear as metas e premissas requeridas, identificando restrições, condições ou problema que necessite de resolução. Dessa forma, fornecerá informações sobre quais são as tarefas e/ou resultados finais a serem alcançados. Assim, para a estruturação do briefing, é necessário ter acesso ao maior número de informações acerca do projeto a ser elaborado. Nesse cenário, é possível compreender que o responsável pela construção desse documento será o contratante, ou seja, diante de uma demanda, estrutura- se o briefing visando a comunicar o que se espera para determinado trabalho, o qual, dentro do universo estudado, pode ser sessão fotográfica de uma marca ou loja, sessão fotográfica para editoriais de moda, desfiles de moda, entre outros. Acredita-se que, na maioria das vezes, o stylist ou produtor de moda irá receber o briefing já estruturado, porém não existe uma formatação padrão para a sua realização – alguns podem conter mais informações e detalhes, enquanto outros serem mais sucintos e enxutos, exigindo do stylist e produtor um maior “jogo de cintura” no momento da interpretação. Mesmo cientes de que não existe uma padronização com relação ao formato do briefing, podemos seguir algumas indicações do que pode ser abordado (Quadro 2). QUADRO 2 – TIPOS E ESTRUTURAS DE BRIEFING Briefing simples: em poucas palavras, devem ser expressos metas e objetivos do trabalho (SEIVEWRIGHT, 2009). Briefing comercial: metas e objetivos específicos de um produto ou serviço. Visando a uma maneira de promover produtos ou uma marca. O mesmo tipo de briefing pode ser para que o produto seja criado (SEIVEWRIGHT, 2009). Briefing trabalhos em equipes: expõe as tarefas específicas de cada membro dentro da equipe (SEIVEWRIGHT, 2009). 4.1 ESTRUTURANDO O BRIEFING 16 Briefing proposto por Phillips (2008, apud PAZMINO, 2015) tem como principais elementos: - Natureza e contexto projeto: objetivos, resultados esperados, responsáveis pelo projeto. - Análise setorial: lista dos produtos abrangidos no projeto, análise de tendências. - Público-alvo: sexo, faixa etária, escolaridade, ocupações, hobbies, comportamentos, hábitos de consumos, regionalização, entre outros. - Dados da empresa: atuação por segmentação, missão, entre outros. - Objetivos, prazo e orçamento do projeto: fases do projeto, tempo previsto ou data, orçamento, recursos humanos necessários, responsável pelo projeto. - Aprovação, implementação e avaliação: material de apresentação e responsável pela aprovação, documentos necessários para implementação, critérios para avaliar resultado do projeto. - Informações de pesquisas: tendências do mercado, tecnologias, entre outros. - Apêndice: materiais suplementares, como catálogos de produtos, fotos, mostruário, manuais, entre outros. FONTE: A autora É de suma importância para a atuação profissional do stylist e produtor de moda receber o briefing do requerente do projeto. Entretanto, muitas vezes, na prática não acontece dessa forma, e as empresas entram em contato com informações, algumas vezes, insuficientes, para solicitar orçamentos. Nesse momento, é fundamental uma conduta investigativa por conta do stylist ou produtor, de maneira a coletar as informações necessárias. Portanto, em caso de não receber um briefing, cabe estruturá-lo por conta própria, buscando, por meio de perguntas, uma visão abrangente e informações específicas do projeto: natureza do projeto, dimensão, prazos, recursos, profissionais envolvidos, entre outros. A seguir, listamos alguns tópicos básicos que podem ser considerados na estruturação de um briefing específico para trabalhos de styling e produção de moda: • conceito, inspiração, mensagem ou temática do projeto; • identidade da marca, loja ou designer (forma que deseja ou é vista por seus clientes); • quantidade de referência, peças, looks a serem utilizados no projeto; • demandas gerais: quantidade de modelos, tipo de produto a serem apresentados, necessidades específicas do styling (por exemplo, se calçados, demanda peças de roupas; se roupas, demandar acessórios e calçados – cada projeto terá suas particularidades); • prazo, data para envio de orçamento, execução do trabalho e finalização; • público-alvo ou persona do projeto; • orçamento disponível; • local onde o projeto será executado; • demandas especiais (o que é imprescindível, o que o cliente espera como resultado, o que não deve ser feito, entre outras necessidades especiais que o projeto demandar). 17 A Figura 8 ilustra um roteiro possível de briefing, contendo perguntas elaboradas de forma criativa e diferenciada. FIGURA 8 – ROTEIRO DE BRIEFING FONTE: A autora Obtendo esses dados básicos, o trabalho do styling e produtor de moda pode ser iniciado. No entanto, é importante cada profissional elaborar o seu briefing de acordo com as suas necessidades, quando ele não for entregue diretamente pelo contratante. Com o briefing estruturado pelo stylist ou produtor de moda ou então entregue pelo contratante, as informações são repassadas aos profissionais envolvidos no projeto e, a partir da sua interpretação e análise, iniciam-se os preparativos necessários considerando as devidas particularidades de cada projeto. 18 Compreendemos que, de maneira simples e direta, o briefing representa a passagem de informação de uma pessoa para outra, por meio de linguagem e formato não padronizados. Assim, cada briefing terá suas particularidades e demandas e, para isso, cabe ao profissional de styling e produção de moda organizar uma maneira de fazer a interpretação de forma eficaz e condizente com as demandas do contratante. Após receber ou estruturar o briefing (o ponto de partida), dá-se início ao trabalho do stylist e produtor de moda. A primeira etapa na interpretação do briefing é identificar inspirações visuais para o conceito, a inspiração, a mensagem ou a temática do projeto. Para isso, indica-se montar um painel visual, denominado moodboard. Nesse painel, é importante concentrar imagens que irão traduzir e resolver visualmente o briefing – por exemplo, em caso de uma fotografia de moda que envolva modelos de roupas, será possível buscar referências para o styling, posese atitude de modelo, cartela de cores, propostas de cenários e locações, perfil de beleza para o modelo, cabelo e maquiagem, acessórios que irão complementar as roupas, entre outros. A Figura 9 destaca um briefing simples. FIGURA 9 – BRIEFING SIMPLES FONTE: A autora 4.2 INTERPRETAÇÃO DO BRIEFING Moodboard refere-se a um quadro contendo informações visuais (imagens e textos opcionais) contendo toda e qualquer referência ligada ao tema norteador do projeto. Pode ser estruturado em tamanho e formato livres. DICA 19 FONTE: A autora A Figura 10 ilustra a interpretação por meio de painel moodboard. FIGURA 10 – MOODBOARD O moodboard pode ser estruturado por meio de recortes de revistas, palavras, desenhos, objetos, tecidos, imagens que traduzam a sensação e a mensagem desejada para o trabalho, sendo feito tanto manual quanto digitalmente. DICA 20 Nota-se, no exemplo da Figura 9, que as propostas sugeridas são defendidas em relação ao briefing, portanto, além de estruturar as referências por meio de imagens, deverá ser explicitado onde e como cada característica apontada no briefing deverá ser explorada. A estruturação do moodboard é a primeira referência imagética do projeto, pois permite realizar possível uma interpretação visual mais palpável em relação ao resultado esperado. Se o projeto for um desfile de moda, a interpretação deve apresentar um painel contendo referências visuais com a demanda de um desfile de moda; se um fashion film, as devidas referências para a sua realização, e assim sucessivamente. Uma interpretação de briefing eficiente requer do stylist/produtor de moda repertório de pesquisas com ideias criativas, mente aberta e flexível, atualização sobre as tendências e o segmento de mercado em que atua, conhecimento de linguagem visual, entre outros. Assim, para que a interpretação seja assertiva, o profissional precisará ter habilidades criativas, boa leitura e interpretar as informações contidas no documento, a fim de se colocar no lugar do cliente, visando a propor a melhor solução. Após a etapa da interpretação materializada no painel moodboard, indica-se repassar as informações estruturadas visualmente (moodboard) para o responsável pela aprovação do projeto. Obtendo aprovação da proposta, as referências deverão ser repassadas aos demais profissionais envolvidos no trabalho, a fim de que cada um cumpra e desenvolva suas devidas funções em relação à etapa prévia do projeto. Talvez, seja interessante agendar uma reunião, garantindo o entendimento e o esclarecimento de todo o time. Compreendendo a estrutura e a interpretação do briefing dentro do cenário do styling e produção de moda, concluímos o estudo do tema. Foi possível realizar uma familiarização com o styling, compreendendo sua função de criar e elaborar imagens de moda vendáveis e atrativas para diferentes tipos de atuações, como desfiles, sessões fotográficas, figurino, internet, pessoal, entre outros. Assim, compreendemos as habilidades desejáveis e indicadas para o profissional stylist, os atributos fundamentais para a sua atuação profissional, o fato de a produção de moda se referir a algo mais tangível, bem como a forma de colocar em prática toda Outra forma de contribuir na interpretação, caso existam questionamentos, é entrar em contato com o contratante e sanar possíveis dúvidas, antes de finalizar o painel. DICA 21 a pesquisa do styling, um trabalho que requer organização, antes, durante e após cada projeto, conhecendo algumas fichas e planilhas que podem facilitar na prática profissional. Por fim, o esclarecimento, a compreensão e as elaborações indicadas em relação ao briefing poderão nortear todo o trabalho. 22 Neste tópico, você aprendeu: • Styling indica a criação e/ou a concepção de imagens que traduzam, abrangente e subjetivamente, um estilo de vida, perfil de consumo ou proposta estilística, seja ela de um designer, de uma marca, uma revista ou de um produto (MESQUITA, 2012). • O profissional que faz styling é chamado de stylist, enquanto o produtor de moda se concentra em produzir, de maneira mais palpável, o conceito ou a estética pretendida pelo stylist. • O stylist criar uma imagem elaborada de acordo com as demandas do cliente, que pode ser de diferentes modalidades de atuação do design, da moda e/ou design de moda – ou, até mesmo, clientes que não sejam relacionados ao universo da moda. Comanda o ciclo de criação da imagem, abordando desde a pesquisa, a concepção do projeto e sua realização, incluindo as etapas finais de pós-produção e finalização (MESQUITA, 2012). • A atuação profissional do produtor de moda é mais tangível, pois fica em contato com marcas, modelos, fotógrafos, produtos, logística e transporte, o que requer bastante organização e disciplina. • O briefing é o início de qualquer projeto e tem como objetivo inspirar e delinear as metas e premissas requeridas, identificando restrições, condições ou problema que necessite de resolução; fornece informações sobre quais são as tarefas e/ou resultados finais a serem alcançados. • Para uma interpretação assertiva do briefing, o profissional precisará ter habilidades criativas, boa leitura e interpretar as informações contidas no documento, a fim de se colocar no lugar do cliente, visando a propor a melhor solução. RESUMO DO TÓPICO 1 23 1 Seivewright (2009) destaca que o briefing é o início de qualquer projeto e que tem como objetivo inspirar e delinear metas e premissas requeridas, identificando restrições, condições ou problema que necessite de resolução. Dessa forma, fornecerá informações sobre as tarefas e/ou os resultados finais a serem alcançados. Em relação ao tipo de informações que precisam constar num briefing, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Para a estruturação do briefing é necessário que se tenha o maior número de informações acerca do projeto a ser elaborado. b) ( ) Se torna ideal para estruturação do briefing, informações detalhadas de apenas uma demanda em relação ao projeto. c) ( ) Para a estruturação do briefing é necessário que se tenha um pequeno número de informações acerca do projeto a ser elaborado, pois muita informação poderá confundir. d) ( ) Se torna ideal para estruturação do briefing, informações medianas de acerca do projeto a ser elaborado. 2 O styling, termo apropriado da língua inglesa, indica a criação e/ou concepção de imagens que traduzam abrangente e subjetivamente um estilo de vida, perfil de consumo ou proposta estilística, seja ela de um designer, de uma marca, uma revista ou de um produto (MESQUITA, 2012). Com base nas definições de styling, analise as sentenças a seguir: I- Styling está associado ao nome da ação feito pelo stylist, que é o profissional II- Styling está associado a elaboração de projetos de visual merchandising, plantas baixas e organização das lojas. III- Styling refere-se à construção de imagens que atendam as demandas do usuário seja esse: uma pessoa física, uma loja, marca revista, designer, entre outros. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I e II estão corretas. b) ( ) Somente a sentença II está correta. c) ( ) As sentenças I e III estão corretas. d) ( ) Somente a sentença III está correta. 3 A maior responsabilidade da atuação profissional de um stylist está em criar uma imagem elaborada de acordo com as demandas do cliente, sendo que esse cliente pode ser de diferentes modalidades de atuação do design, da moda e/ou design de moda, ou até mesmo clientes que não sejam relacionados ao universo da moda, em relação aos atributos indicados para um stylist, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: AUTOATIVIDADE 24 ( ) Construir imagem, criar conceito, atribuir valores a marca ou roupa, com propósito de fazer uma boa comunicação e assim alavancar as vendas. ( ) Entenderde vários assuntos, ter a mente aberta: em relação aos negócios administrativos do mercado de moda, para organizar a gestão financeira dos projetos. ( ) Desempenhar muita organização e disciplina, mesmo sendo uma profissional que também exija criatividade. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – F – F. b) ( ) V – F – V. c) ( ) F – V – F. d) ( ) F – F – V. 4 Frange (2012) ressalta que, no Brasil, existe uma diferença entre stylist e produtor de moda, embora, no mercado internacional não exista essa subdivisão – o produtor é o stylist, assim como na própria tradução literal do inglês para português. Contudo, na prática, no Brasil, é diferente. Disserte sobre essa diferença atribuída para a profissão no país. 5 Construir imagens que surtam efeitos positivos torna-se o viés principal do styling e, ao pensarmos em moda, várias são as imagens existentes. Por isso, existem diferentes frentes em que o styling é explorado e desenvolvido. Disserte sobre, no mínimo, três modalidades/setores do styling. 25 DESENVOLVIMENTO DE CAMPANHA DE MODA UNIDADE 1 TÓPICO 2 — 1 INTRODUÇÃO Após compreender as definições acerca de styling e produção de moda, para entender o que representa cada termo, abordaremos com mais propriedade e visualização da prática, com o objetivo de explorar o cenário do styling e da produção no desenvolvimento de uma campanha de moda, em especial para fotos destinadas a catálogos, seja para uma marca ou loja. Entende-se por campanha o conjunto de ações que as marcas, designers ou lojas realizam com o intuito de se inserirem no mercado e apresentarem seus produtos para o consumidor Neste tópico, veremos a resolução de questões relacionadas ao conceito e à prática na estruturação de um catálogo de moda (documentação, pré-produção, produção e pós-produção), os formatos de mídias utilizados em campanhas e o styling para os espaços comerciais, visando a compreender as particularidades e as demandas de cada etapa. 2 A CAMPANHA DE MODA Campanhas de moda são os formatos publicitários e de propaganda que a marca utiliza para se comunicar com o seu público-alvo. Essas interações acontecem por meios físicos ou digitais, expressadas em fotografias ou vídeos. Nesse caso, por meio de imagens, marca, designer ou loja interagem com seu consumidor, vendendo seus produtos ou serviços e comunicando como querem ser vistos e percebidos. Logo, deve-se atender “ao cliente” e a suas demandas nesse tipo de projeto. Em geral, entende-se como campanha: o desfile, o catálogo (seja ele conceitual ou comercial), o outdoor ou outras formas de anúncios em ruas, fixos ou móveis, as mídias impressas (banner, folder, materiais de ponto de venda – PDV –, sacolas, cartões de visitas etc.), o ponto de venda por meio do visual merchandising, em especial a vitrine e também as mídias digitais (página da loja, loja on-line, redes sociais, entre outros). É nesses diferentes e possíveis formatos que a campanha de moda se faz comunicadora; assim, para que seja concebida uma imagem de maior fixação na mente do consumidor, sugere-se que uma mesma linguagem permeie entre os materiais produzidos, pois, dessa forma, o cliente entende que se trata de uma marca em especial. Para exemplificar essa importância, uma campanha da marca italiana 26 Dolce and Gabbana, do verão 2016 (Figuras 10 a 12), foi inspirada na vida na Itália, feita genuinamente de comida, história e amor. Nota-se que são projetos diferentes, mas existe uma unidade que os tornam parte de um todo – isto é, a campanha de moda. Na Figura 11, destacam-se as fotografias conceituais que expressam a essência da coleção, apresentada nos meios de publicidade e propaganda impressos e digitais da marca. FIGURA 11 – FOTOS CAMPANHA (CATÁLOGO) FONTE: <https://bit.ly/3oEC99S>. Acesso em: 9 jan. 2021. Na Figura 12, é possível identificar a vitrine da campanha da marca, pertencente à mesma coleção das fotografias. FIGURA 12 – VITRINE DA CAMPANHA FONTE: <https://bit.ly/3v5menA>. Acesso em: 9 jan. 2021. 27 Do mesmo modo como styling e componentes semelhantes à vitrine e à fotografia, o desfile da marca da coleção em questão seguiu os mesmos atributos estéticos (Figura 13). FIGURA 13 – DESFILE CAMPANHA Esses exemplos mostram como pode ser composta uma campanha de moda, na qual a mesma identidade foi aplicada em outros pontos de contato com o cliente. Sem dúvida, o formato mais reproduzido, entre as ações pertencentes à campanha, são as fotos, pois podem ser utilizadas em mídias impressas e digitais, em anúncios, no site, entre outros. Para vislumbrar com maior aprofundamento, veremos como ocorre a produção dessas fotografias direcionadas para catálogo de moda. FONTE: <https://bit.ly/3v8upzu>. Acesso em: 9 jan. 2021. Acesse o link com o fashion film dessa campanha em: https://bit.ly/2T9hXl3. DICA 28 Na produção de fotografias para uma campanha de moda, indica-se, primeiramente, compreender o briefing do cliente, a mensagem a ser transmitida, o orçamento disponível e, a partir disso, pesquisar qual a melhor maneira de desenvolver o trabalho, os formatos e estilos, os profissionais necessários, a dimensão do trabalho e o planejamento como um todo. Entende-se que, ao pensar na estruturação do catálogo de moda, automaticamente a necessidade e o resultado inicial dependem das fotografias e, se desejado for, da produção de filmagens. Portanto, ao tratarmos das etapas necessárias e da importância dada ao catálogo de moda, paralelamente também aprendemos sobre a produção da fotografia. Na estruturação de um catálogo de moda, podem ser apresentados diferentes tipos de estilos fotográficos, desde fotos comerciais (voltadas diretamente para a venda do produto), conceituais (focadas na expressão da temática ou identidade da marca) a still (sem modelo apenas produto e podem assumir estéticas comerciais ou conceituais). Nesse momento, não iremos analisar o estilo a ser produzido, mas a produção e a demanda em si, sem considerar se as fotografias serão exploradas em catálogo impresso e/ou digital, pois esse conteúdo será abordado no Tópico 3. O catálogo é visto como uma das maneiras mais comuns de empresas de moda divulgarem suas coleções. Os meios para fazer o catálogo podem ser diversificados, porém os mais comuns são os elaborados por agências de publicidade, fotógrafos especializados em moda ou pelo próprio marketing da empresa, partindo deles para a estruturação de todo time de profissionais necessários. 2.1 A PRODUÇÃO FOTOGRÁFICA E O CATÁLOGO DE MODA Essas diferentes estéticas serão abordadas mais na Unidade 3. ATENÇÃO 2.1.1 Produzindo um catálogo 29 Basicamente, dá-se início ao catálogo pela interpretação da mensagem, do conceito ou da temática da coleção, depois realiza-se a contratação dos profissionais mais adequados ao trabalho, em seguida, a produção das fotografias e, por fim, a organização e a edição das imagens no formato desejado, que será enviado para gráfica ou mídia digital. Os profissionais envolvidos na produção de um catálogo são: • Profissional da empresa: estilista e/ou proprietário e/ou responsável do marketing etc., pessoa responsável pelo olhar desejado pela empresa em relação ao trabalho, que, junto dos demais profissionais, delibera os avais necessários, bem como coordena, acompanha e aprova todas as etapas. • Fotógrafo: profissional responsável pelos cliques, compreendendo e traduzindo, por meio da fotografia, a mensagem desejada para o trabalho, ao utilizar equipamentos e ângulos apropriados, podendo contribuir também com o direcionamento do modelo. • Stylist/produtor de moda: responsável por, junto ao profissional da empresa, interpretar o briefing, conduzir o trabalho, elaborar a melhor imagem, a fim de enaltecer a mensagem, seja ela conceitual ou comercial.Fazer as pesquisas com referências de inspirações, tendências, combinações de produtos (styling), cenários, casting, maquiagem e cabelo, entre outras necessidades pontuais. Estruturar “bonecos direcionais” e moodboards. Comunicar a todos os membros da equipe resultados e etapas desejados. Planejar, trocar e compor os looks, bem como direcionar o(s) modelo(s). Acompanhar o fotógrafo (de preferência buscar ter a mesma visão dele) durante as fotos, a fim de poder identificar a necessidade de ajustar algo na peça ou no modelo. Direcionar profissionais de cabelo e maquiagem. Manter o ambiente organizado antes, durante e após a produção das fotos ou dos vídeos. • Maquiador e cabelereiro: função que pode ser feita por um único profissional – normalmente, é o que acontece na maioria dos trabalhos. Os profissionais que buscam atuar nessa área desenvolvem as duas habilidades. São, portanto, responsáveis por fazer o cabelo e a maquiagem, bem como a sua manutenção durante a sessão de fotos e/ou filmagem do(s) modelo(s). • Modelo: rosto e corpo que irá ilustrar e enaltecer a campanha, responsável por realizar as poses, desempenhar atitudes e atuar de maneira condizente com o briefing. • Designer gráfico: profissional responsável pela edição e pelo tratamento das fotos, que serão diagramadas em programas específicos e enviadas para a gráfica (se aplicável), para impressão dos catálogos em diversos tamanhos e modelos, dependendo da gráfica e da disponibilidade financeira de cada cliente. 30 Essencialmente, são esses profissionais que fazem parte de uma produção de moda para uma sessão de fotos e/ou filmagem da campanha e consequente catálogo de moda. Destacando o catálogo como uma ferramenta visual eficiente para gerar engajamento da marca/designer/loja com o mercado, é evidente a necessidade de uma elaboração atrativa, organizada e com qualidade. Para isso, vários itens precisam ser considerados, desde o papel que será utilizado, quando impresso, até os detalhes mais intangíveis, como a organização das informações e a atratividade de todos os elementos dispostos. O formato/tipo que o catálogo será disponibilizado impactará no seu conteúdo e na atratividade. Existem alguns tipos de catálogo de moda que podem ser disponibilizados: • Revista da marca: um material que aborda, além das peças da coleção, outras dicas de moda, tendências e comportamento, basicamente todas as informações são apresentadas fazendo relação com a marca e sua nova coleção (Figura 14). FIGURA 14 – CATÁLOGO REVISTA – MARCA FAKINI FONTE: <https://bit.ly/3fyY7Hr>. Acesso em: 10 jan. 2021. A quantidade de profissionais necessários pode variar de acordo com cada projeto, assim como demandas em particular; por exemplo, em um projeto em que serão fotografados ou filmados apenas acessórios (sem modelo, still), não sendo necessários modelos e profissionais de beleza; outro exemplo é a necessidade de um cenário mais elaborado, o que irá demandar um cenografista. ATENÇÃO 31 • Catálogo conceitual: tem como objetivo envolver o consumidor na atmosfera da nova coleção, destacando, por meio das imagens dos produtos, todo o clima e conceito da coleção. O produto está presente nas imagens, mas o que fica mais evidente é o tema, a inspiração ou o conceito (Figura 15). FIGURA 15 – CATÁLOGO CONCEITO – MARCA ANTIX FONTE: <https://bit.ly/2TaSoQA>. Acesso em: 10 jan. 2021. • Catálogo comercial/lookbook: tem como objetivo a venda do produto de forma clara e direta, portanto nesse tipo de foto o que deve prevalecer é o produto deixando evidentes os detalhes e pormenores, podendo ter ou não modelo (Figura 16). FIGURA 16 – CATÁLOGO COMERCIAL – MARCA ANTIX FONTE: <https://bit.ly/3wmVkrA>. Acesso em: 10 jan. 2021. Catálogo técnico: elaborado normalmente para representantes ou membros internos da marca, pois o objetivo é destacar, além da imagem do produto, que, nesse caso, também precisa ser nítida, informações sobre medidas ou composição de materiais, tamanhos e cores disponíveis em cada referência (Figura 17). 32 FIGURA 17 – CATÁLOGO TÉCNICO – MARCA FAKINI FONTE: Gentilmente cedida por Fakini Malhas Ltda. Torna-se fundamental compreender os diferentes tipos de catálogos, pois é importante considerar isso no momento de realizar as fotos. Vale ressaltar que os tipos podem ser combinados, ou seja, é possível ter imagens conceituais e comerciais em uma revista ou produzir os dois tipos de fotos, conceitual e comercial, para o mesmo catálogo. Essa definição impacta na quantidade de fotos a serem produzidas e no orçamento disponível, pois catálogos conceituais normalmente são produzidos com menos imagens, porém exigem um orçamento mais expressivo, pois, mesmo contendo menos fotos, levam mais tempo para que serem montadas, seu casting, por vezes, pode ser diferenciado, podem ser estruturados cenários ou locações externas, entre outras particularidades e demandas próprias. Em contrapartida, os catálogos comerciais, definidos por fotografias estilo lookbook ou still, são mais simples, rápidos e dinâmicos de serem feitos, por terem como objetivo fotografar o produto no seu melhor ou melhores ângulos, visando a deixar evidentes os detalhamentos, porém, normalmente, demanda maiores quantidades de fotografias registradas. Cientes das possibilidades existentes em relação ao catálogo de moda, a seguir, compreenderemos, na prática, como é possível estruturá-lo, considerando que, simultaneamente, veremos como acontece a produção das fotografias e/ou filmagens, também presentes nos demais meios da campanha de moda. Os assuntos serão abordados com uma visão macro em relação ao catálogo, mas também nas particularidades do styling e produção de moda. 33 A mesma sessão de fotos produzida para o catálogo também é responsável pelas demais fotos e/ou vídeos de uma campanha. Portanto, para essa etapa, os documentos a serem estruturados basicamente são: • Contrato dos profissionais envolvidos com o contratante do projeto (pode ser uma empresa, loja, designer, stylist, produtor de moda). Modelos de contratos devem ser analisados junto aos devidos setores, normalmente advogados ou cartórios. • Contrato de locações, em caso de espaços externos, mesmo que públicos, pois é necessária uma liberação de algum órgão da prefeitura. • Autorização do uso de imagem, principalmente do(s) modelo(s), porém, se forem feitas filmagens ou fotografias do making of, toda a equipe precisará assinar o termo – existem alguns modelos disponíveis na internet, mas é importante ter o aval de um profissional especializado. Vale salientar que todos os documentos precisam estar organizados antes de a sessão fotográfica ser iniciada. Portanto, organizar faz parte do planejamento/pré- produção de um catálogo de moda. 2.1.3 Pré-produção e planejamento 2.1.2 Documentação necessária Em caso de casting com jovens com idade inferior a 18 anos, os pais são responsáveis por assinar o termo de autorização de uso de imagem. ATENÇÃO A etapa da pré-produção e planejamento objetiva, inicialmente, o entendimento do briefing ou a sua elaboração junto ao contratante, sendo importante deixar evidentes algumas questões básicas como: • tipo do catálogo/fotos a serem produzidas; • quantidade e estilo das referências a serem fotografadas; • quantidade e profissionais que o trabalho exige; • tema/inspiração/conceito/mensagem a ser transmitida. Caso o briefing não apresente essas informações, caberá ao stylist/produtor de moda buscar identificá-las junto aos contratantes. 34 Indica-se que, primeiramente, o stylist/produtor de moda realize as devidas pesquisas em relação às solicitações do contratante apontadas no briefing. Em seguida, ele deve elaborar os painéis visuais norteadores do projeto, utilizando, por exemplo, o moodboard como uma ferramenta.
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