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/ DEFINIÇÃO Conceito de direção de arte. Habilidades, competências e processos criativos envolvidos no trabalho de um diretor de arte. PROPÓSITO Compreender o papel da direção de arte, seus processos e elementos fundamentais, além da atuação do profissional da área de publicidade. OBJETIVOS / MÓDULO 1 Reconhecer o trabalho de direção de arte MÓDULO 2 Descrever os processos criativos INTRODUÇÃO Em termos gerais, a primeira função da direção de arte é criar o conceito visual de uma peça publicitária. O diretor de arte desenvolve projetos gráficos, layouts, identidades visuais, ilustrações e todo tipo de conteúdo visual, combinando cores, objetos, fontes tipográficas, imagens (como fotografias, ilustrações ou 3D), logomarcas e outros elementos que podem ser usados para dar contexto visual às peças, a fim de contar uma história, de forma mais clara possível, para quem está sendo impactado por aquela mensagem. O próprio texto pode ser considerado um elemento de direção de arte quando é percebido como uma mancha gráfica que ajuda a compor a peça. Sempre que assistimos a um filme, jogamos um game, acessamos um site, abrimos um aplicativo, vemos uma propaganda, a direção de arte está presente. / Fonte:Shutterstock Fonte: alphaspirit | Shutterstoc Então, basicamente, não podemos esquecer que a direção de arte deve criar e comunicar conceitos visuais a fim de traduzir a visão pensada para determinado trabalho. É por meio das imagens que o diretor de arte garante a coerência da comunicação. MÓDULO 1 Reconhecer o trabalho de direção de arte A DIREÇÃO DE ARTE NA PUBLICIDADE Dentro da publicidade, o diretor de arte é o profissional responsável por gerenciar toda a atividade de criação e design de um trabalho. O papel do diretor de arte, nesse caso, consiste no gerenciamento da atividade de design e concepção visual de peças que podem incluir produções / publicitárias para mídia impressa, mídia exterior, peças para TV, internet, games, aplicativos e muito mais. Fonte: Shutterstock | Rawpixel.com O diretor de arte deve atuar com uma equipe multidisciplinar, liderando o processo, que é composto por diferentes profissionais como designers, editores de vídeo, motion designers, designers 3D, ilustradores, entre outros. MOTION DESIGNERS Motion designer é o profissional especializado em criar efeitos animados em peças de mídia digital. Pode ser alocado na agência ou ser contratado por projeto. DESIGNERS 3D Designer 3D é todo profissional que desenha ou projeta um produto, uma imagem, um logotipo, uma roupa, um jogo ou outro objeto, em modelagem 3D. O campo de trabalho do diretor de arte, que já era amplo, aumentou consideravelmente com o surgimento de novas mídias e inovações tecnológicas, como aplicativos, games, entre outros javascript:void(0) javascript:void(0) / formatos audiovisuais. Esse profissional é encontrado em agências de comunicação que atualmente contemplam uma variedade muito maior de modelos do que o da publicidade tradicional. Fazem parte desse grupo: empresas de live marketing, eventos, design, endomarketing, mídias sociais e, claro, agências “full”, que oferecem todas essas modalidades. A figura do diretor de arte também é fundamental em startups, incubadoras, desenvolvedoras de games e produtoras. LIVE MARKETING Como o próprio nome diz, é o marketing “ao vivo”, que interage com o público, proporciona diálogo entre marcas e pessoas e promove engajamento. É uma forma de marketing que proporciona experiência a seus consumidores. ENDOMARKETING Marketing usado na comunicação interna, ou seja, "voltado para dentro”, feito para os colaboradores da empresa, com a função de motivar ou engajar. javascript:void(0) javascript:void(0) / Fonte: Shutterstock - Alex Gontar Nas agências de publicidade tradicionais, o modelo mais comum de trabalho ainda é o da dupla de criação, formada por um diretor de arte e um redator, que desenvolvem as campanhas e os projetos a partir de um briefing, elaborado pelo atendimento da conta, para resolver um problema do cliente. BRIEFING Conjunto de recomendações básicas e primordiais ao projeto. Mas é possível encontrar diversos outros formatos de trabalho onde se enquadre o diretor de arte, como trincas de criação, formadas por um redator e dois diretores de arte; ou um redator, um diretor e um assistente de arte; ou ainda por um redator, um diretor de arte sênior e outro diretor de arte com uma especialidade mais digital. Também já notamos outras formas de divisão, como os squads, que viraram uma tendência e ganham cada vez mais espaço nas agências de comunicação e startups. SQUADS Esse modelo prevê uma equipe multidisciplinar, de diversas áreas da comunicação, trabalhando por cliente ou por projeto. A DIREÇÃO DE ARTE NAS DIFERENTES MÍDIAS javascript:void(0) javascript:void(0) / Como falamos, o trabalho de direção de arte na publicidade engloba diferentes tipos de mídias. E o fator comum presente em todos eles é um olhar apurado e uma combinação harmoniosa de elementos que compõem o visual das peças publicitárias. A direção de arte está presente nos mais diversos tipos de comunicação, por exemplo: Shutterstock - Hadrian Peças de mídias impressas, como: anúncios de jornal e revista. / Shutterstock - ArliftAtoz2205 Peças de mídia exterior ou OOH (Out of home, fora de casa), como: busdoor, outdoor, mobiliário urbano, empenas de prédios, faixas, painéis de metrô, fachadas de shoppings. Shutterstock - Edgardo Moya Peças de PDV, como: displays, cartazes, móbiles, adesivos, pancartas. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) / PDV PDV é a abreviação de ponto de venda e pode ser definido como o local ou o meio onde a marca entra em contato com o consumidor. DISPLAYS Displays são peças de comunicação para serem expostas em pontos de venda, com o objetivo de atrair os consumidores para um produto, serviço ou uma marca. Geralmente, são cartazes em suportes rígidos. MÓBILES Móbile é um material de propaganda usado para destacar promoções e novidades no PDV. Geralmente, fica pendurado no teto do estabelecimento comercial. PANCARTAS / Pancarta ou pancarte é uma espécie de cartaz com formato maior, geralmente usado em pontos de venda para comunicar uma promoção ou um lançamento. Pode vir fixado na vitrine por ventosas ou ter um suporte rígido para ficar em pé na loja, no balcão ou perto das gôndolas. Shutterstock - RYUSHI Peças de endomarketing, como: banners, cartazes, cartazetes, adesivos de espelho, adesivos de elevador, displays de mesa. / Shutterstock - RYUSHI Ambientação de eventos: cartazes, banners, convites, backdrops, fundo de palco. BACKDROPS Backdrop é um tipo de material promocional muito utilizado pelos profissionais de marketing, em eventos, para promover produtos, marcas e empresas, divulgando seus logotipos. Parece um cenário ou uma tela quadrada ou retangular, muitas vezes quadriculada e com a logo em questão. Em entrevistas coletivas de imprensa de eventos esportivos ou outras áreas destinadas à entrevista em eventos culturais é comum usar backdrops, diante dos quais esportistas ou atores, por exemplo, dão suas entrevistas. javascript:void(0) / Shutterstock - RYUSHI Impressos em geral, como: folhetos, folders, filipetas, volantes, cupons. FOLHETOS, FOLDERS E FILIPETAS Materiais impressos de propaganda, utilizados para promover alguma marca, produto ou serviço. Geralmente, o folder é um folheto com dobras e a filipeta é uma peça mais simples, parecida com o volante, mas com papel e impressão melhores. A palavra folheto se enquadra em qualquer uma dessas situações. VOLANTES javascript:void(0) javascript:void(0) / Volante é um pequeno folheto promocional, geralmente frente e verso, feito com material barato para ampla divulgação de uma oferta junto aos consumidores. Shutterstock - AlexandrBognat Peças de mídia digital: sites, hotsites, landing pages,infográficos, além de anúncios e posts nos mais diferentes formatos (gifs animados, carrosséis, canvas etc.). HOTSITES Hotsites são sites menores, criados para ações promocionais pontuais, não para promover institucionalmente a empresa, que é função dos sites. LANDING PAGES javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) / Landing page é uma espécie de hotsite, geralmente criada para uma campanha, com informações da empresa e uma ficha para os interessados se cadastrarem e serem impactados com futuras comunicações da empresa. CARROSSÉIS Carrossel é uma peça específica criada para Instagram e Facebook, com uma sequência de peças estáticas. CANVAS Canvas é um formato de anúncios do Facebook, que permite criar uma página de destino em que o usuário pode ter acesso a mais informações sobre um produto ou serviço. / Shutterstock - ponsulak Filmes publicitários. ESTILOS DE DIREÇÃO DE ARTE A direção de arte permite inúmeras possibilidades em peças gráficas, combinando os elementos visuais de forma diferente, a fim de se transmitir determinado conceito. Para definir o caminho a ser tomado, é necessário observar uma série de fatores, como, por exemplo: 1 - O PERFIL DO CLIENTE Existem empresas mais tradicionais, que pedem uma comunicação mais formal. Dificilmente você verá um anúncio de um escritório de advocacia ou de um fundo de investimentos usando o humor. Da mesma forma que você terá dificuldades de encontrar filmes e anúncios de cerveja sérios, formais. / 2 - O TOM DA COMUNICAÇÃO Fazer um anúncio de comunicado é diferente de criar uma peça comemorativa, por exemplo. O primeiro pede um tom sóbrio, enquanto o segundo, provavelmente, terá uma pegada mais solta e bem-humorada. Para você entender melhor e saber identificar os estilos de direção de arte, veja alguns exemplos: Passe o mouse nas imagens. ANÚNCIO ALL TYPE Dá-se o nome de all type ao anúncio feito apenas de texto, sem imagens (como o próprio nome sugere). Nesse caso, o maior desafio da direção de arte é diagramar a peça com os elementos disponíveis (geralmente título, texto e logomarca), tornando a leitura do texto ao mesmo tempo atraente, fácil e confortável para o leitor. / Campanha para a Sanifill. Fonte: Elaborado pelo autor ANÚNCIO DE IDEIA VISUAL (PREDOMINANTEMENTE DE IMAGEM) Um estilo criado e massificado no início da década de 1990, que tem como ator principal o visual. Geralmente a imagem da peça sintetiza a ideia. E o título, nesse caso, chamado de amarração, entra como coadjuvante, reforçando a mensagem ou ajudando a explicá-la. O desafio da direção de arte também é harmonizar os elementos, priorizando a transmissão da ideia. Anúncio visual, criado pela agência Camisa 10 para a Policog. Fonte: Camisa 10 / ANÚNCIO DE TEXTO E IMAGEM Neste tipo de anúncio, há um equilíbrio entre a importância da imagem e do texto para transmitir a ideia. Cabe ao diretor de arte estudar e harmonizar os elementos. A imagem pode ser uma foto, uma ilustração, um 3D. Anúncio de texto e imagem, criado pela agência Camisa 10, para a Amare SexShop, no Dia dos Namorados, falando sobre amor próprio. Fonte: Camisa 10 / ANÚNCIO DE TÍTULO Talvez o estilo mais popular de anúncio. Como diz o próprio nome, é aquele em que o título é a grande estrela da peça, condensando a ideia a ser passada em uma frase. Muitas vezes esse estilo de anúncio também prevê um subtítulo e um texto que ajudam a explicar e completar a mensagem. Mais uma vez, a direção de arte tem de harmonizar esses elementos, dando a eles os seus devidos pesos no anúncio. Anúncio criado pela agência Camisa 10 para a Estácio no Rock in Rio Em resumo, em todos os casos, a direção de arte precisa direcionar o olhar do público impactado pelo anúncio, dando maior peso ao elemento principal de cada peça, para que seja possível compreender e absorver a mensagem. Esse elemento protagonista pode ser a imagem, o texto ou ambos. As perguntas que o diretor de arte precisa se fazer ao entregar a arte-final são: / PARA ONDE O PÚBLICO QUE ESTÁ SENDO IMPACTADO PELA MENSAGEM DEVE OLHAR PRIMEIRO? A PEÇA ESTÁ TRANSMITINDO A MENSAGEM QUE O CLIENTE DESEJA PASSAR? A DIREÇÃO DE ARTE NO AUDIOVISUAL EM PEÇAS GRÁFICAS, É MAIS FÁCIL IDENTIFICAR A FUNÇÃO DA DIREÇÃO DE ARTE. MAS, E EM UM FILME PUBLICITÁRIO, POR EXEMPLO, ONDE VOCÊ A ENCONTRA? Os elementos são basicamente os mesmos das peças gráficas como: paleta de cores, o layout de cada frame (telas), os textos (caso haja a utilização de letreiros), a logomarca da empresa. Mas, em obras audiovisuais, existem outros fatores que devem ser considerados como: 1 - O FIGURINO DOS ATORES / 2 - O CENÁRIO 3 - A PRÓPRIA LINGUAGEM VISUAL QUE AJUDA A CONTAR A HISTÓRIA DO FILME Geralmente, todos esses elementos de direção de arte são pensados e “desenhados” – antes da gravação do filme (chamada de shooting) – pelo diretor de arte da agência em parceria com o departamento de arte da produtora e apresentados ao cliente na reunião de pré-produção. HABILIDADES E COMPETÊNCIAS DE UM DIRETOR DE ARTE O QUE CREDENCIA UM PROFISSIONAL A TRABALHAR COMO DIRETOR DE ARTE? Esse tema é referente às exigências comuns na publicidade a profissionais que desejam trabalhar como diretores de arte, como os conhecimentos, as ferramentas e os programas importantes que eles precisam dominar. O PROFISSIONAL DE DIREÇÃO DE ARTE PRECISA TER UM PERFIL MULTIFUNCIONAL, COM CONHECIMENTO EM DESIGN, / AUDIOVISUAL, MULTIMÍDIA, CINEMA, INTERNET, TV, FOTOGRAFIA, ARTE, ENTRE OUTROS. E, com a evolução tecnológica, é natural que novas habilidades sejam acrescentadas a esse pacote, exigindo atualização e aprimoramento constantes desse profissional. Fonte: Shutterstock - dokurose De modo geral, o diretor de arte responde pela criação e fiscalização de todos os aspectos artísticos das peças que estão sendo criadas, independentemente do meio usado. É ele o responsável pela unidade gráfica e visual de toda a campanha nas diferentes mídias. Ou seja, como a peça funcionará como um todo, mas pensando em suas partes, inclusive o texto. Ele deve levar em conta a hierarquização visual, valorizando o elemento mais importante daquela arte, mas principalmente transmitindo com clareza o conceito da peça. Por isso, é necessário que o diretor de arte possua um conhecimento completo e seja responsável por todas as etapas e todos os processos por ele gerenciados. Esse profissional encaminha as diretrizes do projeto para que todos os demais integrantes da equipe tenham um direcionamento a seguir. COMENTÁRIO Geralmente, profissionais que trabalham com direção de arte manifestam desde cedo alguma vocação artística e interesse em desenho, cinema, música, pintura, sendo alguns inclusive formados em artes plásticas. Mas um bom diretor de arte não precisa ser necessariamente um / grande desenhista ou pintor; sendo imprescindível, entretanto, que ele tenha um conhecimento sólido sobre essas disciplinas e busque um desenvolvimento constante. EM SÍNTESE, O DIRETOR DE ARTE PRECISA SER CRIATIVO E NÃO TER RECEIO DE COMPARTILHAR IDEIAS, POIS NESSA PROFISSÃO É FUNDAMENTAL SABER TRABALHAR EM EQUIPE E OUVIR AS OPINIÕES E CONTRIBUIÇÕES DOS COLEGAS. EM MUITOS CASOS, SEU GOSTO PESSOAL PODE NÃO SER A MELHOR OPÇÃO PARA ATENDER A UM BRIEFING. O diretor de arte deve ter em mente que precisa criar para a expressão e identidade da marca. Por isso, ele deve ser articulado para explicar a linha de raciocínio usada para chegar ao conceito proposto. O ideal, portanto, é que seja uma pessoa comunicativa, proativa e detalhista. Uma boa argumentação faz toda diferença. Muitos bons conceitos podem não ser aprovados se a apresentação não for adequada e convincente. PROGRAMAS Entre 1980 e o início dos anos 1990, o processo de “layoutar” os anúncios (dar a forma, o layout, ou desenho geral) era feito de um modo muito distinto. Praticamente era tudo feito à mão. Depois da chegada dos computadores, tudo foi mudando gradativamente.Atualmente, ainda podemos ver folhas rabiscadas com ideias nas agências, mas são imprescindíveis o conhecimento e a habilidade em algumas ferramentas. Uma delas, obrigatória para um diretor de arte, é o pacote Adobe, que inclui os programas Photoshop, Illustrator e InDesign, softwares que permitem / editar imagens e diagramar conteúdos. Uma das primeiras perguntas que os candidatos da área escutam na agência é: “Sabe mexer em Photoshop?”. Fonte:Shutterstock Fonte: Shutterstock - Gorodenkoff DICA É importante também conhecer os atalhos escondidos nas aplicações para tornar o trabalho mais rápido e produtivo. Além disso, noções de produção gráfica (offline) e usabilidade (online) são essenciais. Para manter-se relevante como profissional, o diretor de arte precisa estar sempre atualizado. Obviamente, não só com relação às ferramentas, como também à busca de referências. Novas técnicas surgem o tempo todo, principalmente nos mercados digitais, em que a evolução tecnológica é constante e as melhores formas de atingir o público se transformam rapidamente. Diz-se, tanto no mercado quanto em pesquisas, que vivemos a era dos vídeos. Por isso, outra exigência cada vez maior aos diretores de arte nas agências é o domínio de programas de edição e animação. Existem vários disponíveis no mercado e, entre os mais usados, podemos / citar o Premiere para edição de vídeo e o After Effects que serve para edição e efeitos especiais, como o nome sugere. BANCOS DE IMAGEM E TEMPLATES Como vimos anteriormente, as produções “caseiras”, ou seja, feitas na agência e não em produtoras de vídeo especializadas, estão se tornando mais frequentes, e podemos afirmar que isso é consequência de um conjunto de situações: Prazos cada vez mais apertados A exigência de agilidade no mundo digital Equipamentos cada vez mais baratos e eficientes MAIS BARATOS E EFICIENTES Hoje em dia é possível fazer fotos e vídeos com uma qualidade bem razoável com o smartphone. A aceitação de uma estética menos rebuscada ESTÉTICA MENOS REBUSCADA Vivemos em um universo onde fotos e vídeos amadores são cada vez mais frequentes nas mídias sociais. Um número sem fim de filtros de aplicativos javascript:void(0) javascript:void(0) / A existência de bancos de imagem e templates Os bancos de imagem, com grande variedade disponível de imagens estáticas, gifs e cenas, permitem ao diretor de arte uma produção mais rápida, sem a necessidade de shooting, o nome que se dá a sessões de fotografia ou filmagem com profissionais especializados. É importante lembrar que bancos de imagem não substituem o trabalho desses profissionais em todos os casos, principalmente levando-se em consideração que muitas imagens e soluções que nascem na cabeça dos criativos (a equipe de criação e direção de arte) não podem ser encontradas em banco da forma que eles idealizaram. Fonte:Shutterstock Fonte: Shutterstock - Rawpixel.com DICA Atualmente, também são muito comuns templates (desenhos pré-prontos) que facilitam a criação de sites, landing pages e algumas cenas de animação. O diretor de arte deve ter conhecimento e domínio de todas essas ferramentas para aumentar seus recursos e repertórios de trabalho. / UM POUCO SOBRE TIPOGRAFIA Um dos elementos mais importantes com que o diretor de arte trabalha é o texto. Embora não seja o responsável principal por criá-lo, o diretor de arte muitas vezes cria o título das peças e o conceito textual. Mas não é sobre isso que vamos falar nesse tópico. O que nos interessa aqui é o texto como elemento visual da arte. A TIPOGRAFIA ABRANGE TODO O ESTUDO, A CRIAÇÃO E A APLICAÇÃO DE CARACTERES, ESTILOS, FORMATOS E ARRANJOS VISUAIS DAS PALAVRAS. O BOM USO DA TIPOGRAFIA É FUNDAMENTAL PARA GARANTIR UM BOM DESEMPENHO PARA A SUA ESTRATÉGIA E PARA TRANSMITIR O CONCEITO QUE SE QUER PASSAR. Por representarem a base da comunicação escrita, os tipos precisam ser muito bem trabalhados para serem adequados à mensagem que você deseja passar, ao modo como deseja passar essa mensagem, à sua disposição visual com os demais elementos gráficos e, claro, à sua boa legibilidade. O PONTO DE PARTIDA É ENTENDER SOBRE FONTES. Existem 4 classificações primárias de estilo, nas quais grande parte das fontes se encaixa: / autor/shutterstock SANS SERIF sem serifa SERIFA A serifa é um tracejado embaixo da fonte, que dá a impressão de continuidade entre uma letra e outra e melhora a leitura de textos mais longos. Mas mesmo os tipos de serifa podem variar e ser mais evidentes ou discretos. javascript:void(0) / autor/shutterstock SERIF com serifa ou serifada autor/shutterstock / SCRIPT simula a escrita à mão autor/shutterstock DINGBAT composta de símbolos diversos no lugar das letras do alfabeto VOCÊ SABE DIZER QUAL O USO INDICADO PARA AS FONTES COM SERIFA E SEM SERIFA? Teste seus conhecimentos! Agora você vai completar as frases relacionando as fontes com e sem serifa aos seus complementos. Para isso, complete as frases com as palavras do quadro. Em termos gerais, as fontes / cansaço visual com serifa continuidade livros sem serifa serifas texto impresso textos digitais Em termos gerais, as fontes são as mais adequadas para e grandes volumes de , já que auxiliam a leitura, permitindo uma melhor impressão de e sem tanto . As fontes são mais utilizadas em títulos, nas chamadas e nos . Nesse caso, as agem mais como um empecilho na visualização das letras nas telas. Cada estilo comporta inúmeras famílias de fontes diferentes. Com a tecnologia digital, é praticamente impossível contar o número de tipos, que cresce exponencialmente. Cada família, por sua vez, pode abrigar algumas ou todas as seguintes variações (dos traços mais finos ou alongados aos mais espessos): Thin, Light, Regular, Medium ou Semi Bold, Bold e Black ou Extra Bold (todas com a variação em itálico também). autor/shutterstock / Existem alguns conceitos que acompanham as fontes na tipografia. Os caracteres possuem linhas de referência que delimitam o espaço que eles podem alcançar. Cada família de tipo tem as suas. Essas linhas são conhecidas como: LINHA DE CAIXA-ALTA ASCENDENTE LINHA DE BASE DESCENDENTE E não é somente para a altura do caractere que existem regras. Há medidas conhecidas como leading, tracking e kerning. autor/shutterstock Leading é a distância entre linhas javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) / autor/shutterstock Tracking é a distância entre palavras autor/shutterstock Kerning é a distância entre caracteres É POSSÍVEL, TAMBÉM, CRIAR HIERARQUIZAÇÃO VISUAL NA ESCRITA. O USO DE DIFERENTES / TAMANHOS, FAMÍLIAS, DISTÂNCIAS E VARIAÇÕES DA MESMA FONTE É CAPAZ DE MUDAR TODA A FORMA DE COMO O TEXTO SERÁ LIDO. Os diretores de arte, no processo de criação de layouts, sejam digitais ou impressos, levam em conta a hierarquização do texto para priorizar frases ou conteúdos, tanto nas informações mais importantes quanto nas menos importantes. Normalmente, as frases escritas com a fonte maior ou bold são lidas primeiro, pois chamam mais a atenção do leitor. Também podem ser lidas com mais cuidado ou por mais tempo. Os olhos e a atenção do leitor serão chamados para as fontes maiores ou bold. Outro fator importantíssimo de se observar durante a escrita é a composição gráfica do texto com os demais elementos. O espaço disponível para acomodar o que será escrito determinará como o texto ficará alinhado. Existem quatro tipos principais de alinhamento: autor/shutterstock “ALINHADO À ESQUERDA” / autor/shutterstock “ALINHADO À DIREITA” autor/shutterstock “ALINHADO AO CENTRO” / autor/shutterstock “JUSTIFICADO” ATENÇÃO O alinhamento justificado distribui o texto por toda a extensão da página, podendo criar grandes espaços entre as palavras para compensar o tamanho da folha. Com a popularização dos editores de texto, como o Word, as pessoas passaram a conhecermuito mais esses recursos, tanto o alinhamento quanto os espaçamentos e as fontes. Mas é claro que há conhecimentos mais específicos e aprofundados, sem falar das ferramentas. Alguns softwares possuem a função de diagramação de textos, como o InDesign e o Illustrator, da Adobe, e disponibilizam algumas opções de alinhamento que facilitam a vida do diretor de arte. Nesses programas, é possível tirar a hifenização e alinhar também a última linha recuada, fazendo com que os espaços citados anteriormente não apareçam. Todos esses fatores vão influenciar na legibilidade e na leiturabilidade do texto. Legibilidade / A legibilidade é a facilidade de como as letras serão diferenciadas uma das outras. Um espaçamento muito apertado entre as letras (kerning), por exemplo, dificulta a legibilidade. Cores podem influenciar na legibilidade. Leiturabilidade A leiturabilidade diz respeito à leitura da mensagem, a como os caracteres ajudam ou dificultam a fluência (de leitura) das frases como um todo. O espaço excessivo entre linhas, por sua vez, dificulta a leiturabilidade. As cores também podem influenciar na leiturabilidade. É importante notar que essas duas questões podem variar de acordo com o meio de veiculação da mensagem (impresso, digital, audiovisual etc.). Vejamos alguns exemplos de como os elementos se combinam para um pior ou melhor resultado. Aqui, podemos observar um outdoor com diagramação mal executada: o leading (espaço entre linhas) é grande e desproporcional, assim como o tracking (distância entre palavras), dificultando a leitura. / Nesse exemplo, há um sério problema de diagramação, peso de informações e combinação de cores confusa, que tornam a leitura mais difícil. Agora, temos como exemplo um post, criado para conseguir doações de cabelo após a quarentena. Podemos perceber que as informações estão corretamente dispostas, com seus devidos pesos e espaçamentos: título e texto em harmonia com a foto. Campanha criada pela agência Camisa 10 para a Fundação Laço Rosa. Fonte: Fundação Laço Rosa. Juntos, esses conceitos (da serifa, da família das fontes, da leiturabilidade e da legibilidade) formam os pilares da aplicação tipográfica. Se bem trabalhados, são responsáveis por tornar um texto prazeroso e confortável de ser lido. FOTOGRAFIA Existem várias classificações de fotografia como, por exemplo, a jornalística, a artística, a científica e a que nos interessa nesse estudo, a publicitária. Enquanto as fotografias artísticas e jornalísticas dependem do momento exato em que são tiradas, as publicitárias começam a ser planejadas antes de sua produção. É necessário gastar um tempo muito maior no processo de identificar a persona e de analisar e compreender as mídias que darão suporte à campanha. PERSONA javascript:void(0) / Personas são personagens criados a partir de segmentações dos clusters (pessoas com características e afinidades parecidas em termos de consumo e interesses). São uma representação fictícia desses públicos, para melhor segmentar a campanha. Por exemplo: Ricardo, 35 anos, designer, surfista, casado, sem filhos, gosta de correr na orla. Fonte: Shutterstock - Rawpixel.com Cabe ao diretor de arte ter conhecimento e domínio de recursos de enquadramento, iluminação, sombra, efeitos, entre outros, que fazem parte do universo da fotografia. AS FOTOGRAFIAS PUBLICITÁRIAS (OU COMERCIAIS, COMO TAMBÉM SÃO CHAMADAS) FAZEM PARTE DE UMA ESTRATÉGIA DE MARCA E DEVEM TRANSMITIR VISUALMENTE A ESSÊNCIA DA CAMPANHA E DOS VALORES DA EMPRESA. A fotografia é explorada com muita eficiência por marcas mundialmente famosas para construção e fixação da identidade visual junto de outros elementos também importantes como: cores, fontes, personagens, ilustrações, entre outros. Como já falamos brevemente, muitas vezes o diretor de arte consegue sintetizar a mensagem da peça usando somente a fotografia. / PADRÕES DE CORES Outro processo fundamental que o diretor de arte precisa ter conhecimento é a diferença entre CMYK e RGB. Fonte:Shutterstock Fonte: Shutterstock - MicroOne Basicamente, o padrão de cores RGB (Red, Green e Blue) é usado quando trabalhamos com imagens para dispositivos de vídeo (computador, celular, televisão, entre outras telas). Esse formato reproduz 16 milhões de cores, fazendo com que gradações de cor (mudanças de cor ou tonalidade) sejam exibidas de forma suave e brilhante. Já o padrão CMYK é composto das três cores primárias e ainda o preto (Cyan, Magenta, Yellow e Black), feitas com pigmentos de tinta e usadas para impressões. O método RGB, baseado em luz, não serve para impressão de materiais. Quando usada em vídeo, uma imagem CMYK pode gerar defeitos, conhecidos como “degraus” de cor (a imagem fica com listras em lugar de gradações suaves, pois o espectro CMYK é menor que o RGB). SAIBA MAIS / Além do CMYK e do RGB, existem vários outros padrões de cores, entre eles o Pantone. Nesse caso, em vez de certo número de cores primárias que são combinadas para gerar as demais, há uma tinta para cada cor a ser utilizada na impressão. Isso garante que a cor impressa seja exatamente a mesma que é vista no mostruário, conhecido como Escala Pantone, entretanto, não permite usar muitas cores diferentes no mesmo processo. No vídeo a seguir, o publicitário Victor Vicente comenta sobre o papel do diretor de arte na missão de equilibrar o “visual” e a ideia. Vamos assistir! VERIFICANDO O APRENDIZADO / 1) QUE ALTERNATIVA NÃO INDICA UMA DAS IMPORTÂNCIAS DA HIERARQUIZAÇÃO VISUAL? A) Direcionar o olhar do leitor. B) Valorizar o elemento mais importante da arte. C) Fazer captação de clientes. D) Transmitir de forma mais clara o conceito da peça. 2) PODEMOS AFIRMAR QUE SÃO PEÇAS DE MÍDIA EXTERIOR: A) Anúncio de revista, folheto e filme. B) Anúncio de jornal, filipeta e carrossel. C) Infográfico, convite e landing page. D) Outdoor, busdoor e mobiliário urbano. GABARITO 1) Que alternativa não indica uma das importâncias da hierarquização visual? A alternativa "C " está correta. O diretor de arte elabora os aspectos artísticos da peça publicitária, é responsável pelo conceito visual da peça, pensando em seu funcionamento como um todo. E precisa estar atento a todos os aspectos relacionados à arte. Daí a necessidade de hierarquização visual a fim de valorizar os elementos mais importantes, direcionando o olhar do leitor, mas principalmente transmitindo com clareza o conceito da peça. 2) Podemos afirmar que são peças de mídia exterior: A alternativa "D " está correta. / As peças de mídia exterior, também chamadas de OOH (Out of home), são anúncios veiculados em painéis em locais públicos, fora de casa. MÓDULO 2 Descrever os processos criativos O BRIEFING O briefing é a primeira e mais importante etapa do processo criativo, é onde tudo começa. O briefing de criação é um conjunto de recomendações básicas para o projeto. É um documento elaborado para a área de atendimento e traz o resumo da solicitação do cliente, indicando suas expectativas reais para determinado trabalho criativo. Seguramente, é a etapa mais relevante de um projeto, pois, se o pedido começa errado, se a agência não entende ou não ajuda o cliente a entender o que ele deseja com aquela campanha, todo trabalho fatalmente também sairá errado. / Fonte:Shutterstock Fonte: Shutterstock - Rawpixel.com Um briefing bem-feito esclarecerá todas as dúvidas, sendo um documento que definirá o escopo do projeto, com todos os detalhes necessários, desde a criação até a entrega final. Ele traz várias informações, que vão desde dados sobre o cliente, objetivos, solicitações até o prazo de entrega do trabalho. MODELO DE BRIEFING Veja aqui uma sugestão simples para elaboração de um briefing, lembrando que as perguntas devem sofrer variações de acordo com o cliente e com o tipo de negócio. Quanto mais se sabe sobre o produto e o cliente, mais embasamento se terá para elaborar o conceito: BRIEFING - Nome do cliente/empresa.- Tamanho da empresa. Qual é a quantidade de funcionários? - Nome do produto ou serviço, objeto desse trabalho. / - Tipo de projeto: campanha de lançamento, campanha de sustentação, institucional, varejo, entre outros. - Como o produto ou serviço é feito? - Qual é sua utilidade? Formas de uso e de consumo. - Qual é a imagem do produto no mercado? - Quais são as principais características que diferenciam o produto em relação à concorrência? Entenda bem o mercado no qual o serviço ou produto se encontra: - Qual é a participação do produto nesse mercado em volume e dinheiro? - Qual é a evolução desse mercado? Qual é a sazonalidade? - Qual é o mercado-alvo? - Qual é o público-alvo? - Qual é o lugar de compra dos consumidores? Conheça seus concorrentes: - Quais são os principais concorrentes diretos? - Quais são os preços praticados pelos concorrentes? - Pontos positivos e negativos dos produtos concorrentes. - Quais são as principais campanhas de propaganda dos concorrentes? Entenda bem o objetivo do projeto: - Que necessidades o produto ou serviço vai satisfazer? - Quais são os objetivos do projeto? - O que comunicar? - Em que canais comunicar? Trabalhe de olho no cronograma: - Quais são os prazos do trabalho? - O projeto será dividido em etapas? - Qual é a data final de entrega? / Peça referências: - Existem referências (de ideias, projeto, veículos) pensadas anteriormente? - Há preferência de cor, formato, tamanho? Agora que passamos pelo briefing e já conhecemos nosso cliente, seu produto, seus anseios com a campanha, podemos chegar ao conceito criativo. O CONCEITO CRIATIVO O conceito talvez seja a palavra mais ouvida por quem trabalha com criação. Também conhecido como mote, é a partir dele que os responsáveis pela criação da campanha definirão a ideia central, ou seja, o norte de tudo. O CONCEITO É A LINHA CONDUTORA DA SUA CAMPANHA. O conceito criativo é um conjunto de diretrizes de comunicação visual (design) e verbal (mensagens) que guia o processo de criação. É uma extensão da identidade visual da marca, com uma finalidade específica de atender a determinado tema de campanha. Assim, toda campanha publicitária possui um conceito: A ideia em sua essência, a mensagem que se quer transmitir ao consumidor, o diferencial, a promessa básica. Podemos dizer ainda que o conceito de campanha é a resposta para uma pergunta que ainda não foi feita. Essa pergunta pode estar escondida no perfil do público-alvo, no problema definido, nas suas próprias referências. Esse é o desafio: Não há regras e nem limites para onde encontrar a pergunta, mas há uma forma correta de responder. A sua resposta precisa se adequar à promessa básica da marca (aquela que é formada / a partir do diferencial mais importante) e ao público que se pretende atingir. O conceito criativo é a síntese da mensagem principal da campanha que norteará todas as peças criadas, nas mais diferentes mídias. O conceito cria uma unidade para a campanha, para que ela seja absorvida de forma mais rápida e instintiva, amarrando as peças entre si, sem deixar de respeitar as particularidades e os formatos de cada mídia escolhida para veiculação. Por exemplo, em mídias OOH (outdoors, busdoors, relógio, painéis de rua, entre outros), você tem pouco espaço e um tempo muito curto para transmitir sua mensagem. Por isso, ela precisa ser bem sintética. Já no jornal ou na revista existe uma liberdade maior para dar uma descrição mais detalhada daquilo que está sendo oferecido. Num filme publicitário, a mesma coisa. Você precisa passar a mesma mensagem, adequando a sua criação para os recursos de áudio e visual disponíveis. NUM MUNDO EM QUE AS PESSOAS SÃO DIARIAMENTE IMPACTADAS POR INÚMERAS INFORMAÇÕES VISUAIS, NÃO APENAS DE ANÚNCIOS, MAS TAMBÉM DE POSTS, POR EXEMPLO, OU DIVERSAS MENSAGENS, É FUNDAMENTAL A REPETIÇÃO DE CERTOS ELEMENTOS NA SUA COMUNICAÇÃO. DAÍ A IMPORTÂNCIA DA IDENTIDADE VISUAL. Mas não é só isso. Sem dúvida, a unidade de elementos visuais (como a forma de diagramação, as cores e fontes utilizadas) e textuais (como o slogan) ajudam a fixar a mensagem das marcas e / a aumentar a persuasão do consumidor. EXEMPLO Normalmente, as empresas consolidam identidades visuais muito marcantes. Um grande exemplo foi quando o Banco Itaú criou uma campanha em que não assinou as peças propositalmente para mostrar a força de sua marca. A presença da cor laranja tão característica, a tipografia usada e, no caso do filme da TV, a locução feita sempre pelo mesmo profissional foram mais do que suficientes para as pessoas impactadas saberem a identidade do anunciante. Não à toa o nome do filme era Inconfundível. No vídeo a seguir, o publicitário Victor Vicente fala um pouco mais sobre o conceito criativo: / BRAINSTORMING As salas de reuniões das agências são testemunhas da geração de muitas grandes ideias que você vê nas ruas, na TV, na internet e em outros canais de comunicação. Normalmente, é ali que se dá o chamado brainstorming (tempestade cerebral): uma técnica de discussão em grupo, onde os participantes contribuem espontaneamente com ideias, objetivando resolver algum problema ou estimular e conceber um trabalho criativo. Fonte: Shutterstock - OPOLJA UMA PREMISSA DE UM BOM BRAINSTORMING É O DE NÃO HAVER CENSURA EM RELAÇÃO ÀS IDEIAS “JOGADAS” DURANTE O PROCESSO. / Listamos a seguir alguns itens que podem ajudar a ter um brainstorming mais eficiente: PREPARAÇÃO Toda reunião de brainstorming precisa ser devidamente planejada, com um roteiro de apoio para ajudar a organizar a condução dos trabalhos. DEFINIÇÃO CLARA E OBJETIVA DOS PROBLEMAS Para criar um brainstorming eficiente, é necessário que todos os participantes saibam com clareza e objetividade que problema precisa ser solucionado. Dessa forma, evita-se que as ideias se percam no caminho. NÃO CRITIQUE AS IDEIAS / Essa é uma das dicas mais importantes. Esteja aberto para ouvir todas as ideias. Durante o processo, é proibido fazer qualquer julgamento ou censura. Se o participante se sentir constrangido de alguma forma, ele pode acabar deixando de compartilhar alguma ideia muito boa, com medo de ser criticado. E, geralmente, o limite entre uma grande ideia e uma ideia tosca é uma linha muito tênue. ANOTE AS IDEIAS Escolha alguém para anotar as ideias sugeridas durante a reunião. Tenha à disposição, na sala, o material necessário para registro: papel, caneta, computador, post-it etc. ESCRITA LEGÍVEL Na hora que anotar as ideias e colocar no papel tudo o que vier à cabeça, escreva de forma mais legível possível. Não vai adiantar nada ter boas ideias se você não conseguir ler depois o que escreveu. FOCO NA GERAÇÃO DE IDEIAS E NÃO NA IMPLEMENTAÇÃO / É bastante comum que, durante o brainstorming, algumas pessoas se esqueçam de gerar ideias, passando a se preocupar em como implementá-las. É um erro que pode colocar em risco todo o processo criativo, o qual não deve ser limitado e cerceado para gerar bons resultados. A implementação será pensada em outro momento. Lembre-se: quanto mais ideias geradas nesse momento, maior será a chance de alcançar uma solução realmente criativa. TEMPO LIMITE É fundamental preestabelecer um limite de tempo para a reunião. Essa medida pressionará o grupo a produzir mais e focar na solução do problema. O BRAINSTORMING DEVE SER DIVERTIDO Não faça da “tempestade de ideias” mais uma reunião chata. É importante que seja um momento de descontração dos participantes. Quanto mais relaxadas e desinibidas as pessoas estiverem, maior será a chance de elas deixarem dar vazão à criatividade que existe dentro delas. / LEVE MUITAS REFERÊNCIAS NA CABEÇA A preparação mais importante para o brainstorming começa muito antes da reunião. São as referências que você traz dentro de si, de todos os tipos de experiências com que já foi impactado e guarda na memória, como: cenas de filmes, obras de arte, ilustrações, pinturas, fotografias,histórias, leitura; conhecimentos gerais como notícias, últimas tendências, memes da internet; e até mesmo suas experiências de vida, como viagens, passeios, encontros e conversas com amigos. Ao conjunto de referências que você possui, podemos chamar de repertório. Tudo isso ajuda na inspiração. E quanto maior for o seu repertório, maiores as chances de seu cérebro realizar conexões criativas e inovadoras. Importante frisar que, muitas vezes, será necessário mais de uma sessão de brainstorming. Depois da primeira “descarga” de ideias, os cérebros dos participantes estarão mais condicionados, familiarizados e envolvidos com aquele determinado problema. E esses cérebros se encarregarão de fazer as conexões necessárias para gerar novas ideias criativas. Fonte: Shutterstock - Rawpixel.com DESENVOLVIMENTO DE ROUGHS / Quando um diretor de arte precisa criar um anúncio, tudo o que ele tem à disposição é uma folha de papel em branco na sua frente e muitas ideias na cabeça. Depois de gerar essas ideias, ele precisa escolher uma ou mais para serem trabalhadas e passá-las para o papel. O rough, ou rafe, como é mais conhecido, é a primeira etapa desse processo de concepção da criação. Porque, até que o anúncio esteja finalizado, as ideias só existem na cabeça de quem as idealizou. E, em muitos casos, quem teve a ideia não é necessariamente a pessoa que vai executar esse trabalho. Em várias agências, o diretor de arte pensa nas ideias e passa para outro profissional executá-las. O diretor de arte é a pessoa que comanda o processo e dirige a criação do anúncio. Sendo assim, todos que vão participar da produção da peça (designers, ilustradores, fotógrafos, editores de vídeo etc.) devem ser capazes de visualizar como ela será para que consigam realizar seu trabalho. Fonte:Shutterstock Rafe da Campanha criada pela agência Camisa 10 para a Petrobras. Fonte: Rafe elaborado pelo autor Mas como transmitir para uma equipe o que está somente na sua cabeça? A maneira mais simples e utilizada na publicidade para comunicar uma ideia é por meio do rafe. Como dissemos antes, o rafe é a primeira fase de estudos feitos pelo diretor de arte para a criação / de um anúncio. É um esboço inicial do planejamento gráfico de um trabalho e deve possibilitar a pré-visualização de como será o anúncio final. ALGUNS MITOS SOBRE O RAFE Fonte:Shutterstock EU NÃO SEI DESENHAR, COMO EU FAÇO? / Fonte:Shutterstock O RAFE NÃO PARECE PROFISSIONAL Fonte:Shutterstock RAFE É PERDA DE TEMPO EU NÃO SEI DESENHAR, COMO EU FAÇO? / Há muitos diretores de arte com talentos artísticos para ilustrar, pintar, desenhar. Mas outros, tão bem-sucedidos quanto esses, não têm o mesmo talento artístico nato. Isso vale para o rafe, em que o aspecto visual não é tão relevante. O que realmente importa é conseguir comunicar visualmente como será a peça para que a equipe possa discutir e executar a ideia. Vale até desenho de palitinhos, desde que você consiga transmitir sua ideia. O RAFE NÃO PARECE PROFISSIONAL O rafe é simplesmente uma forma de passar a ideia que está na cabeça para uma folha de papel, para sua validação entre os integrantes da equipe de criação da agência (redator, diretor de arte e diretor de criação). Não é muito indicado apresentá-la dessa forma para um cliente, a não ser que haja um grau de confiança e entrosamento grande desse cliente com a agência. O cliente tende a se apegar aos detalhes visuais como cores, tipos e imagens, desvirtuando-se do propósito do rafe, que é o de comunicar e avaliar uma ideia. RAFE É PERDA DE TEMPO Começar as ideias com rafes, pelo contrário do que muitos pensam, gera uma economia enorme de tempo, que seria gasto produzindo layouts. Depois de aprovado o conceito, é muito mais fácil e rápido fazer o layout de forma assertiva, pois já se tem um conhecimento prévio dos elementos que serão utilizados. Pense bem: é muito mais fácil modificar as características de uma casa na planta-baixa (o projeto) do que quando ela está construída. EXEMPLO DE RAFE Campanha “Placas”, criada para a ONG Trânsito Amigo, para conscientizar motoristas sobre educação no trânsito. / Rafe da Campanha criada pela agência Camisa 10 para a ONG Trânsito Amigo. Fonte: Rafe elaborado pelo autor Campanha criada pela agência Camisa 10 para a ONG Trânsito Amigo. Fonte: Camisa 10. Teste mais uma vez os seus conhecimentos! / Ponha-se no lugar do atendimento de uma agência e elabore um briefing simples. Não vai ser necessário ir tão longe, como pensar no faturamento da empresa, por exemplo. Mas procure responder ao máximo de perguntas do modelo proposto neste tema. Estipule o nome do produto ou serviço atendido pelo projeto de sua agência. Pense no tipo de campanha que o cliente solicita e siga o briefing. Depois, você estará no lugar dos diretores de arte. É hora do brainstorming para elaborar o conceito. Quando o captar, desenvolva um rafe para transmitir a ideia. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. ASSINALE O ITEM QUE NÃO VEM DESCRITO NO BRIEFING: A) A utilidade do produto ou serviço. B) Os principais concorrentes. C) O conceito da campanha. D) O que comunicar. 2. APONTE O EXEMPLO ERRADO DE PARTICULARIDADES NA VEICULAÇÃO DE UMA PROPAGANDA: A) Anúncio de TV e de YouTube são peças audiovisuais. B) Mídias OOH têm espaço e tempo curtos para transmitir a mensagem. C) Anúncios em jornal dão mais tempo para o consumidor ver e absorver o que está sendo oferecido do que as mídias OOH. D) Anúncio em revista tem mesma função e formato que peças de PDVs. / GABARITO 1. Assinale o item que não vem descrito no briefing: A alternativa "C " está correta. O conceito da campanha não vem descrito no briefing. O conceito é criado a partir do briefing. 2. Aponte o exemplo errado de particularidades na veiculação de uma propaganda: A alternativa "D " está correta. O conceito deve respeitar as particularidades e os formatos de cada mídia. Nas mídias OOH, por exemplo, há pouco espaço para veicular a mensagem, além de as pessoas estarem de passagem na rua. Por isso, ela precisa ser sintética. Já no jornal ou revista, existe uma liberdade maior e a possibilidade de o consumidor ter mais tempo para a peça. Por fim, apesar de em geral serem peças gráficas, as peças de PDVs têm um consumo diferente dos anúncios em revista. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste tema, você conheceu os pontos básicos da criação de arte para publicidade. Essa área comunica uma mensagem por meio de imagens, mas também de texto, criando um conceito visual que traduza uma visão pensada para um trabalho publicitário. Dentro dessa ideia e dessa imagem geral, pode-se pensar as campanhas propriamente ditas. Como vimos, o processo criativo se pauta no briefing, sendo extremamente estimulante. A partir do conhecimento dos anseios do cliente e de seu produto ou serviço, elabora-se o conceito criativo e se busca, a começar por um brainstorming, a melhor maneira de comunicá-lo. / Mas, por mais importantes que sejam as ideias, é também trabalho do diretor de arte orquestrar toda uma equipe de criativos, de pessoal de vídeo, imagem, redação, design, web e quantos mais profissionais forem necessários para colocar aquelas ideias em prática, sem esquecer o olhar técnico, a fim de garantir a melhor maneira de se passar a mensagem desejada. É um trabalho e tanto, mas também muito estimulante! REFERÊNCIAS BIGAL, S. O que é criação publicitária: o estético na publicidade. São Paulo: Nobel, 1999. CESAR, N. Direção de Arte em Propaganda. São Paulo: Futura, 2000. SANDMANN, A. A Linguagem da Propaganda. São Paulo: Contexto, 1999. THOMPSON, C. Grandes ideias. São Paulo: Saraiva, 1993. EXPLORE+ Procure em seu navegador e assista ao comercial do Banco Itaú intitulado Inconfundível. Acesse o website do Clube de Criação. Trata-se de uma associação de publicitários, que existe desde 1975, criada para valorizar a propaganda brasileira. Tem uma premiação, / publica um anuário e promoveum festival com palestras nacionais e internacionais, recebendo mais de 1,5 mil pessoas por dia. Acesse o portal e a rede social da Update or Die, uma comunidade de profissionais e amadores da área da criatividade (redatores, designers, fotógrafos, executivos de marketing, gamers, cinéfilos etc.), “curiosos por natureza e que adoram compartilhar seus achados”, conforme diz o próprio veículo. Também funciona como produtora de conteúdo. Outra comunidade virtual de criativos é o Ads of World, que, como o nome diz, é internacional. Ela publica em sua página também anúncios produzidos por estudantes de publicidade. Propmark é um veículo especializado em comunicação, marketing e mídia. Tem uma publicação impressa e digital cobrindo notícias desse mercado. Outro portal sobre comunicação, marketing e mídia é o Meio e Mensagem, que também promove eventos e premiação. CONTEUDISTA Victor Vicente dos Santos CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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