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Indaial – 2022 Prof. Diogo Xavier Saes Prof. Wainer Cristiano Cancian 1a Edição Design De Loja VirtuaL e MerchanDising Elaboração: Prof. Diogo Xavier Saes Prof. Wainer Cristiano Cancian Copyright © UNIASSELVI 2022 Revisão, Diagramação e Produção: Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI Impresso por: C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI. Núcleo de Educação a Distância. SAES, Diogo Xavier. Design de Loja Virtual e Merchandising. Diogo Xavier Saes; Wainer Cristiano Cancian. Indaial - SC: UNIASSELVI, 2022. 151p. ISBN 978-85-515-0604-2 ISBN Digital 978-85-515-0601-1 “Graduação - EaD”. 1. Design 2. Loja 3. Merchandising CDD 658.8 Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679 Olá, caro acadêmico! Seja mais que bem-vindo à nova disciplina que você irá estudar. Ao longo das próximas páginas, vamos falar bastante sobre uma ferramenta do marketing que é decisiva em inúmeros modelos de negócio: o merchandising. Para aprofundarmos nosso conhecimento e discussão acerca desse tema, este livro didático conduzirá você pelo caminho descrito na sequência. Primeiramente, é essencial que alguns conceitos e definições sejam pautados. Afinal, se vamos falar sobre algo, precisamos, antes de tudo, trazer algumas ideias iniciais para fixar bem a proposta e preparar o terreno para os assuntos mais profundos que serão comentados posteriormente. Assim, a Unidade 1 abordará o que é, de fato, o merchandising e quais são os seus objetivos. Também discorrerá sobre alguns termos de marketing que são fundamentais para a compreensão do merchandising, tais como: o marketing de varejo, promoção de vendas e pontos de venda. Ainda, é muito comum escutarmos a palavra merchandising utilizada erroneamente como sinônimos, por exemplo, de inserção de propaganda em cenas de novelas ou filme (o que, na verdade, estaria mais próximo do conceito de merchandising televisivo). Por isso, vamos definir e delimitar esses conceitos para que você tenha um ponto de partida bastante límpido. Ainda, a Unidade 1 ficará destinada para mostrar outras técnicas de marketing que podem ser pensadas com uma orientação para o merchandising. Dessa forma, ela trata sobre o marketing direto, o marketing de guerrilha e o neuromarketing. Vistos esses embasamentos iniciais, o próximo passo é direcionar as atenções para os Materiais de Ponto De Venda (MPDV). Por isso, a Unidade 2 tratará da importância, influência, pontos fortes e fracos dos MPDV, assim como os tipos de display e comunicações utilizados, sem esquecermos do ponto de venda virtual. Também abordaremos a ambientação e atmosfera de compra, mostrando como utilizar a sinestesia. Até este momento, você terá visto toda a parte conceitual do merchandising e os principais tipos de MPDV. Mas de que adianta saber esses itens separadamente se você não souber trabalhá-los em conjunto? Por isso, a Unidade 3 abordará os tipos de layout de loja e as técnicas para exposição de produtos a favor das ações de merchandising. APRESENTAÇÃO Ao longo da leitura, você vai perceber a importância do consumidor para se trabalhar um merchandising maduro. Por isso, ainda, a Unidade 3 resgatará alguns fundamentos sobre a arte do Vitrinismo, os conceitos sobre a vitrina e todas as formas que ela se apresenta ao consumidor, buscando, ainda, levar você ao entendimento e compreensão de como se planejar uma vitrina em seus mínimos detalhes. A Unidade 3 ainda apresentará os tipos de comunicação visual e a montagem da vitrina, para que, assim, todo o conteúdo a ser abordado seja assimilado e repensado para ser feito na prática. Deu para perceber que vamos mergulhar no universo do merchandising, concorda? Esperamos que você esteja bem confortável e animado para esse novo assunto que começa agora! Tenha uma excelente leitura e ótimos estudos! Prof. Diogo Xavier Saes Prof. Wainer Cristiano Cancian Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos. GIO QR CODE Olá, eu sou a Gio! No livro didático, você encontrará blocos com informações adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender melhor o que são essas informações adicionais e por que você poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto estudado em questão. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um novo visual – com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada também digital, em que você pode acompanhar os recursos adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Preparamos também um novo layout. Diante disso, você verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os seus estudos com um material atualizado e de qualidade. ENADE LEMBRETE Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conheci- mento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa- res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, acessando o QR Code a seguir. Boa leitura! SUMÁRIO UNIDADE 1 - MERCHANDISING: TÉCNICAS, DEFINIÇÃO E CONCEITOS ..............1 TÓPICO 1 - O QUE É MERCHANDISING? ................................................................ 3 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3 2 INTRODUÇÃO AO MERCHANDISING .................................................................4 2.1 OBJETIVOS DO MERCHANDISING ................................................................................... 8 2.2 ATIVIDADES DO MERCHANDISING ................................................................................. 8 2.3 DICAS PARA PLANEJAR UM BOM MERCHANDISING ...............................................103 MERCHANDISING TELEVISIVO ......................................................................... 12 3.1 MERCHANDISING TELEVISIVO: COMERCIAL E SOCIAL .............................................13 RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................... 15 AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 16 TÓPICO 2 - VAREJO E MARKETING DE VAREJO ................................................. 19 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 19 2 INTRODUÇÃO AO VAREJO E MARKETING DE VAREJO ................................... 19 3 ESTRATÉGIA DE VAREJO .................................................................................. 21 4 PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS NO VAREJO .......................................................... 21 5 MARKETING DE VAREJO ................................................................................... 21 RESUMO DO TÓPICO 2 ..........................................................................................23 AUTOATIVIDADE ...................................................................................................24 TÓPICO 3 - PROMOÇÃO DE VENDAS ................................................................... 27 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 27 2 INTRODUÇÃO À PROMOÇÃO DE VENDAS......................................................... 27 3 TIPOS DE PROMOÇÃO DE VENDAS ...................................................................30 4 O QUE É PONTO DE VENDA? (TRADICIONAL E ON-LINE) ................................ 31 RESUMO DO TÓPICO 3 ..........................................................................................33 AUTOATIVIDADE ...................................................................................................34 TÓPICO 4 - MERCHANDISING E OUTRAS TÉCNICAS ......................................... 37 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 37 2 MARKETING DIRETO .......................................................................................... 37 3 MARKETING DE GUERRILHA .............................................................................39 3.1 MARKETING DE GUERRILHA E O MERCHANDISING .................................................. 39 4 NEUROMARKETING ........................................................................................... 41 4.1 NEUROMARKETING E MERCHANDISING ...................................................................... 42 LEITURA COMPLEMENTAR ..................................................................................43 RESUMO DO TÓPICO 4 ..........................................................................................45 AUTOATIVIDADE ...................................................................................................46 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 48 UNIDADE 2 — MATERIAIS DE PONTO DE VENDA (MPDV) ................................... 51 TÓPICO 1 — A IMPORTÂNCIA E INFLUÊNCIA DOS MPDV ...................................53 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................53 2 FUNDAMENTOS DA IMPORTÂNCIA E INFLUÊNCIA DOS MPDV .......................53 2.1 OBTENDO EFICÁCIA COM OS MPDV.............................................................................. 55 2.2 PROCEDIMENTOS PARA A CONFECÇÃO DE MPDV .................................................. 56 3 PONTOS FORTES E FRACOS DOS MPDV ..........................................................59 3.1 PONTOS FORTES DOS MATERIAIS DE PDV ................................................................. 59 3.2 PONTOS FRACOS DOS MATERIAIS DE PDV ................................................................60 4 MERCHANDISING NA INTERNET ...................................................................... 61 4.1 EXIBA SEUS PRODUTOS .................................................................................................. 62 4.2 INFORME AS OPÇÕES E INCLUA DETALHES EM SEUS PRODUTOS ..................... 63 RESUMO DO TÓPICO 1 ..........................................................................................65 AUTOATIVIDADE ...................................................................................................66 TÓPICO 2 - TIPOS DE DISPLAYS E DE MATERIAIS DE COMUNICAÇÃO .............69 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................69 2 TIPOS DE DISPLAYS ..........................................................................................70 2.1 TIPOS DE DISPLAYS E O SEU USO ................................................................................. 71 3 TIPOS DE MATERIAIS DE COMUNICAÇÃO ........................................................ 75 RESUMO DO TÓPICO 2 ..........................................................................................78 AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 79 TÓPICO 3 - AMBIENTAÇÃO, SINESTESIA E MERCHANDISING ......................... 81 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 81 2 AMBIENTAÇÃO (ATMOSFERA DE COMPRA) ....................................................82 3 SINESTESIA E MERCHANDISING ......................................................................85 LEITURA COMPLEMENTAR ..................................................................................89 RESUMO DO TÓPICO 3 ..........................................................................................95 AUTOATIVIDADE ...................................................................................................96 REFERÊNCIAS .......................................................................................................98 UNIDADE 3 — APLICANDO O MERCHANDISING ................................................ 101 TÓPICO 1 — LAYOUT DE LOJA E COMUNICAÇÃO ..............................................103 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................103 2 FUNDAMENTOS DE LAYOUT DE LOJA E COMUNICAÇÃO (TRADICIONAL E ON- LINE) ....................................................................................................................104 3 TÉCNICAS PARA EXPOSIÇÃO DE PRODUTOS ...............................................108 RESUMO DO TÓPICO 1 ......................................................................................... 111 AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 112 TÓPICO 2 - VITRINISMO ......................................................................................115 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................115 2 INTRODUÇÃO A VITRINA ................................................................................. 116 2.1 CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DA VITRINA .........................................................117 2.2 ELEMENTOS ESTRUTURAIS NA VITRINA ................................................................... 118 2.3 TIPOS DE VITRINA ........................................................................................................... 120 3 VITRINA ............................................................................................................ 121 4 O VITRINISTA ...................................................................................................124 4.1 O PAPEL DO VITRINISTA..................................................................................................125 5 ESPAÇO DA VITRINA ........................................................................................ 126 5.1 CONCEPÇÃO ......................................................................................................................129 RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................130 AUTOATIVIDADE ..................................................................................................131 TÓPICO 3 - VITRINE E SUA COMUNICAÇÃO VISUAL ........................................133 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................133 2 TEMAS E ESQUEMAS .......................................................................................134 3 COMUNICAÇÃO VISUAL .................................................................................. 135 4 MONTAGEM ......................................................................................................138 LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................140 RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................146 AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 147 REFERÊNCIAS .....................................................................................................149 1 UNIDADE 1 - MERCHANDISING: TÉCNICAS, DEFINIÇÃO E CONCEITOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • apresentar o merchandising e a importância do merchandising televisivo; • analisar as formas do merchandising televisivo: comercial e social; • discutir sobre varejo e marketing de varejo e o conceito de promoção de vendas; • conhecer o Ponto de Venda (PDV); • relacionar o merchandising com outras técnicas de marketing; • entender como o merchandising dialoga com outras técnicas de marketing; • apurar conceitos de marketing direto, marketing de guerrilha e neuromarketing; • compreender como o merchandising pode ser potencializado e otimizado em meio a estratégias diversificadas. Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer dela, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – O QUE É MERCHANDISING? TÓPICO 2 – VAREJO E MARKETING DE VAREJO TÓPICO 3 – PROMOÇÃO DE VENDAS TÓPICO 4 – MERCHANDISING E OUTRAS TÉCNICAS Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 CONFIRA A TRILHA DA UNIDADE 1! Acesse o QR Code abaixo: 3 O QUE É MERCHANDISING? 1 INTRODUÇÃO Prezado acadêmico, seja bem-vindo! Você já deve ter ouvido em algum momento a palavra merchandising e deve ter se perguntado para que serve e qual é a sua funcionalidade. Apesar de sermos constantemente bombardeados com informações e conteúdos pelas lojas, muitas vezes, não reconhecemos determinados significados e nem qual é o motivo dessa abordagem, porém, em nosso inconsciente, há uma explicação para isso tudo. Há um fator motivador, que acaba fazendo ainda mais sentido quando efetuamos uma compra mediante uma ação do merchandising. Dessa maneira, cabe destacar, em um primeiro momento, o motivo pelo qual devemos estudar merchandising. Iniciaremos o tópico conceituando o que é o merchandising e a sua importância para uma loja, bem como os conceitos relacionados às atividades inerentes ao merchandising. Para isso, destacamos, sob uma ótica funcional, quais atividades englobam o merchandising, além de seus objetivos comuns. Explicamos também o que é o merchandising televisivo e suas formas de apresentação ao consumidor, além de abordarmos o varejo e o marketing de varejo, evidenciando suas estratégias. Por fim, falamos a respeito da promoção de vendas e o ponto de venda. Nesse último, ocorre de maneira efetiva o merchandising, seja ele tradicional (loja física) ou on-line (loja virtual), visando explanar como se consegue atingir eficazmente o cliente, que se torna cada dia mais exigente e conhecedor das estratégias utilizadas pelas empresas. Nessa perspectiva e na busca de um real entendimento sobre nosso papel enquanto gestores de loja, torna-se necessário que compreendamos conceitos importantes, como o merchandising e a promoção de vendas, bem como quais os objetivos comuns, para enfrentarmos os desafios propostos nessa área tão abrangente. A compreensão desta unidade é muito importante para que, no decorrer do livro, você já esteja familiarizado com o merchandising, suas técnicas e formas. TÓPICO 1 - UNIDADE 1 4 O autosserviço é o tipo de estabelecimento comercial em que o consumidor escolhe o produto que deseja, depois o leva para um terminal de pagamento (dentro da própria loja), assim como ocorre em redes de hiper e supermercados, por exemplo. Fonte: os autores. NOTA Quando falamos em merchandising, muitas vezes, passa um mundo de coisas em nossos pensamentos sobre o que pode e o que não pode ser. Compreende-se que é somente a apresentação e venda de um determinado produto ou marca no ponto de venda, e até pode ser confundido com promoção de vendas. Ao longo dos anos, essa concepção foi mudando e se aprimorando com as mais variadas técnicas e modelos pelas quais o merchandising se apresenta. Para acompanharmos essa evolução conceitual e prática do famoso “merchan”, vamos, primeiramente, conhecer mais sobre a sua origem etimológica e concepções: A palavra inglesa merchandise significa “mercadoria”, e merchandiser significa “negociante”. Por sua vez, a tradução de merchandising seria “mercadização”, nome que em português não corresponde exatamente ao significado da atividade como é conhecida. Merchandising seria então uma derivação da palavra merchandise, que podemos traduzir como “operação com mercadorias” (BLESSA, 2014, p. 7, grifo nosso). Blessa (2014) destaca também que o merchandising é uma técnica muito antiga, podendo ser comparada com a venda por si só. Na Idade Média, as mercadorias eram expostas nas ruas e os homens daquela época concorriam entre si, gritando e chamando a atenção dos que ali transitavam para seus produtos expostos. Dessa forma, o processo de merchandising já acontecia, mesmo que involuntariamente e sem o amparo literário que nós temos hoje. A mesma autora afirma ainda que “o merchandising como hoje é conhecido surgiu com o próprio marketing e intensificou-se com o surgimento do autosserviço nos Estados Unidos, na década de 1930” (BLESSA, 2014, p. 7). 2 INTRODUÇÃO AO MERCHANDISING 5 Esses conceitos não são os únicos que permeiam a esfera do merchandising. Na atualidade e desde o seu surgimento, ele possui diversos termos e definições, além de grandes autores que se propuseram a estudá-lo. Dentro de uma perspectiva mais abrangente, o merchandising, para Lupetti (2003, p. 84), “é um conjunto de ações que visam construir um cenário favorável para a compra do produto no ponto de venda, podendo ou não ser fortalecido por aparições da marca de forma casual em programas de TV, shows etc.” Em complemento, podemos retomar aos ensinamentos de Blessa (2014, p. 1, grifo nosso), que afirma: Merchandising é qualquer técnica, ação ou material promocional usado no ponto de venda que proporcione informação e melhor visibilidade a produtos, marcas ou serviços, com o propósito de motivar e influenciar as decisões de compra dos consumidores. É o conjunto de atividades de marketing e comunicação destinadas a identificar, controlar, ambientar e promover marcas, produtos e serviços nos pontos de venda. Seguindo esse passeio conceitual que estamos realizando, temosuma visão mais ampla, a partir de Zenone e Buairide (2006, p. 123), em que os autores conceituam merchandising como o “planejamento e a operacionalização de atividades que se realizam em estabelecimentos comerciais, especialmente em lojas de varejo”. Dessa forma, ao fazer a análise das citações, compreendemos que o merchandising passa a ter funções específicas, ligadas diretamente às vendas e também à empresa e, além disso, pode ser confundido com promoção de vendas. Devemos ter em mente que não são a mesma coisa, já que merchandising está além da promoção de vendas, utilizando-a como meio para realizar efetivamente a ação da venda, enquanto a promoção de vendas utiliza-se de métodos e recursos para o aumento do volume de vendas. Dessa forma, é importante enxergarmos o merchandising como aquém da promoção de vendas, de maneira a compreender a sua totalidade e por qual motivo ele é considerado como ímpar no planejamento das ações em uma empresa. Começando a pensar, então, nas competências do merchandising, de acordo com a concepção de Dias (2003, p. 301, grifo nosso), ele engloba as seguintes atividades: • Exposição do produto: displays, stands, prateleiras, pilhas de produtos. • Comunicação: folhetos, cartazes, pôsteres. • Promoção: demonstradores, degustadores, sorteios e distribuição de brindes. 6 A exposição de produtos, a comunicação e a promoção (que fazem parte do merchandising), conforme supracitado, estão inseridas em um sistema mercadológico de bens de consumo. Esse sistema é complexo e tem o objetivo principal de expor ou apresentar tais bens de consumo de maneira a criar impulsos de compra na mente dos consumidores (ZENONE; BUAIRIDE, 2006). Com isso em mente, observe a Figura 1: Figura 1 – Processo de merchandising que tem por objetivo estimular a compra por impulso no ponto de venda Fonte: adaptada de Zenone e Buairide (2006, p. 123) Agora que você observou a Figura 1, reflita conosco, se a necessidade do consumidor gera estímulos que podem ser impulsionados no ponto de venda para despertar a ação da compra, isso significa que você deve estar com o produto certo no lugar certo. Ou seja, falar em merchandising no cenário atual implica também pensar no Ciclo de Vida do produto. Sobre isso, Blessa (2014, p. 8) destaca também que “hoje, o merchandising é considerado como muito mais completo, acompanhando todo o ciclo de vida de um produto, desde a adequação de sua imagem para os pontos de venda até a sua performance diante de seus consumidores”. Para continuarmos esclarecendo o conceito de merchandising, precisamos também falar de promoção de vendas. Afinal, anteriormente, comentamos as particularidades existentes entre esses dois termos. Em um segundo momento, falaremos mais sobre a promoção de vendas. Por ora, é válido ressaltar que, mesmo não sendo a mesma coisa, eles possuem objetivos em comum, conforme ilustrado no Quadro 1. 7 Quadro 1 – Objetivos comuns de merchandising e promoção de vendas Fonte: adaptado de Blessa (2014, p. 4). Além dos objetivos compartilhados com a promoção de vendas, o merchandising carrega as suas próprias preocupações, que serão elencadas no tópico a seguir. Contudo é interessante adiantarmos a você, caro acadêmico, que um dos objetivos do merchandising é acrescentar benefícios ao produto por tempo indeterminado, como: “um display que dure anos, uma embalagem promocional ou um cartazete que fique exposto por meses” (BLESSA, 2014, p. 4). Esses objetivos devem estar em consonância com a empresa e com a “filosofia global de comunicação” de determinado produto ou empresa. Caso isso não ocorra, há uma quebra de unidade na comunicação do merchandising. Ou seja, isso significa que uma ação de merchandising deve ter a “cara” da empresa, deve seguir o padrão de mensagem já trabalhado em outros meios comunicacionais, e deve respeitar a identidade estabelecida pela comunicação integrada de marketing. Por fim, Blessa (2014, p. 8) dá ênfase para o merchandising no ponto de venda, considerando-o como a mídia mais veloz e eficaz, destacando que “é a única [mídia] em que a mensagem conta com os ‘três elementos-chave’, para a ação de uma venda: o consumidor, o produto e o dinheiro”. Deu para notar quão importante o merchandising é para uma loja? Caso não seja bem elaborado, a chance de percepção dos clientes para o que foi feito é baixa, gerando gastos desnecessários, o que não é esperado por qualquer empresa. Pensando nessa importância do “merchan”, falaremos, na sequência, sobre os objetivos do merchandising, as atividades do merchandising e dicas para planejar um bom merchandising. Você está preparado? Esperamos que sim, pois aqui vamos nós! 8 2.1 OBJETIVOS DO MERCHANDISING Além dos pontos em comum com a promoção de vendas, o merchandising possui três objetivos principais, que são destacados por Zenone e Buairide (2006): 1. Vender mais e melhor – devido ao bom merchandising aplicado, as vendas no curto prazo aumentam. Uma exposição bem realizada valoriza os produtos e marcas expostos, o que torna a compra, além de necessária, prazerosa. 2. Incrementar o número de consumidores – cada cliente possui um potencial de compra, que é definido pelo uso de determinados produtos ou poder econômico. Ampliar o número de clientes de uma marca ou produto de maneira efetiva é a forma mais fácil e segura de conseguir incrementar as vendas, considerando também que muitos clientes atraem novos compradores. Nesse caso, é possível repensar quanto a selecionar o público- alvo que deseja, pois o merchandising que é realizado de forma eficiente atrai todos os públicos constantemente. 3. Reduzir custos – decisões intermediárias na mente do consumidor auxiliam para uma efetiva economia quanto à ação do merchandising, pois reduz custos principais de um ponto de venda, como o espaço físico ou mão de obra, por exemplo. 2.2 ATIVIDADES DO MERCHANDISING A partir de 1930 ocorreram grandes transformações no comércio varejista, data quando surge a necessidade de criação para alguma nova técnica operacional que fosse um complemento para as técnicas mercadológicas já existentes naquela época, sendo o varejo de bens de consumo o maior necessitado para essa nova técnica. Mal havia balconistas, então a possibilidade de os consumidores fazerem escolhas livremente foi o norteador para que as empresas oferecessem destaque aos produtos (ZENONE; BUAIRIDE, 2006). Decisões intermediárias: para muitos consumidores os produtos similares servem tão bem quanto os de uma marca renomada, por exemplo. As decisões intermediárias podem ser tomadas com base em uma marca, uma característica, uso do produto etc NOTA 9 Nas lojas conhecidas como “tradicionais”, ou lojas de balcão, o merchandising comumente existente é o chamado vitrinismo, que consiste em expor os produtos de maneira a chamar a atenção do cliente para esses produtos, ou seja, os produtos que ali estão expostos geralmente não estão à venda (servem somente como amostragem) e, nesses casos, utiliza-se a venda de produtos similares em estoque. Como exemplo para uma loja de balcão, citamos aquelas lojas de varejo que utilizam um balcão específico para a venda de celulares e artigos eletrônicos, e possuem os respectivos modelos em exposição (geralmente para que o cliente possa pegá-los e vê-los funcionando), mas que, após a compra efetuada, busca o produto lacrado no estoque e repassa ao consumidor. Alguns outros pontos podem ser apresentados como parte das atividades do merchandising. Na visão de Zenone e Buairide (2006), são: • Mix de produto em função do público-alvo – estabelecer o mix ideal de produtos a serem expostos no ponto de venda é um ponto básico de uma atividade de merchandising. É muito importante ter “produtos-âncoras”, ou seja, produtos de marcas conhecidas e agrupar tais itens conforme a necessidadedo consumidor. • Política de preços e qualidade – análise da atuação da concorrência na região, assim como o perfil do consumidor, de maneira que se estabeleça uma política de preços atrativa. Nesse ponto, a qualidade do atendimento e dos produtos deve estar em sintonia com a política de preço. • Logística e parceria – o consumidor deve sempre encontrar o produto no ponto de venda. A prioridade deve ser dada a algum produto que esteja prestes a acabar, principalmente se for anunciado em uma propaganda. A reposição de produtos eficaz é resultante da parceria com os fabricantes. • Layout e exposição – ter o produto visível para o consumidor é importante, porém elementos como: iluminação, segurança, ventilação do ambiente e o tráfego são tão importantes quanto. Consumidor e produto devem estar harmônicos com o ambiente. • Atendimento e relacionamento – a prática de atendimento deve buscar além da cortesia, preocupando-se em entender as necessidades do cliente, buscando sempre “colocar o produto certo para a pessoa certa”. Essa ação de merchandising busca a fidelização com a oferta de serviços extras, excedendo assim as expectativas. • Serviço ampliado – outro ponto do merchandising é identificar quais serviços podem ser incorporados, como meio de agregar valor ao consumidor. Dentre os serviços, temos como exemplo: caixas eletrônicos, entrega em domicílio, estacionamento etc. • Treinamento constante dos funcionários – aqui, as pessoas que fazem parte da empresa são consideradas um elemento fundamental dentro da prática de merchandising. É de muita importância capacitar os funcionários com novas práticas e motivação. • Comunicação integrada e divulgação pelas mídias adequadas – a utilização de mídias permite destacar produtos que a empresa deseja pôr em evidência. A prática de merchandising deve estar em sintonia com as ferramentas de comunicação, como a propaganda, a publicidade, a promoção de vendas e o marketing direto, formando assim o composto de comunicação. 10 Figura 2 – Estratégia de merchandising: as diversas atividades desenvolvidas no ponto de venda em parceria com os fornecedores Fonte: adaptada de Zenone e Buairide (2006, p. 127) É possível perceber que essa estratégia compreende o conjunto de ações que se realizam para maior valorização possível do produto, tanto para consumidor quanto para distribuidor. Tenha sempre um bom planejamento das ações de merchandising, para conseguir atingir impacto positivo em seu consumidor, além de crescimento nas vendas. Lembre-se de que um consumidor satisfeito sempre volta e o consumidor insatisfeito, além de não retornar, não permitirá que outras pessoas voltem! INTERESSANTE 2.3 DICAS PARA PLANEJAR UM BOM MERCHANDISING Blessa (2014) destaca 18 dicas de planejamento das ações de merchandising no ponto de venda, para que saiam conforme o esperado e falhas não ocorram durante o processo de vendas, conforme o Quadro 2. 11 Quadro 2 – Dicas de planejamento para um bom merchandising Fonte: adaptado de Blessa (2014, p. 8-9) 12 Ao seguir essas dicas à risca, a chance de obter sucesso com o merchandising é grande, porém é importante que a empresa dê conta e tenha controle sobre todos os passos descritos anteriormente, pois requer mão de obra qualificada, exigindo alto investimento. Caso contrário, a melhor alternativa é a terceirização de uma equipe de merchandising. 3 MERCHANDISING TELEVISIVO Dentre todas as formas conhecidas de merchandising, há uma que gera discussões das mais variadas, que é o merchandising televisivo. Com o surgimento da televisão brasileira, por volta de 1950, iniciaram-se também diversas práticas de ações promocionais nesse ramo. A maior parte dos autores concentrou-se na ideia de que o merchandising é uma inserção ou menção da marca, produto ou serviço no ponto de venda, somente. Mas como ficam, então, os famosos “merchans” do Faustão, do Gugu, da Sônia Abrão e companhia? Se a TV não for considerada um ponto de venda, não podemos dar o nome de merchandising para essas chamadas comerciais? Para responder a essa dúvida, temos o conceito de merchandising televisivo, que, em sua definição mais assertiva, conforme Rabaça e Barbosa (1978 apud TRINDADE, 2007, p. 342), “é o termo que designa, em mídia, a veiculação de menções ou aparições de um produto, marca ou serviço ao consumidor, em programa de televisão ou rádio, filmes, espetáculo teatral etc.” TERCEIRIZAÇÃO DE ATIVIDADES A terceirização pode ser muito útil, quando os gastos de determinado setor na empresa são maiores que os lucros, porém, quando há uma demanda muito grande de serviços que dependem de terceirização, está na hora de a empresa rever alguns conceitos e repensar a hipótese de começar a desenvolver determinado serviço por conta própria. INTERESSANTE 13 Ainda, entre outras definições de merchandising televisivo, destacamos uma em particular, baseada no conceito americano de tie in. Para Trindade (2007), tie, em inglês, significa “amarrar”, e in quer dizer “dentro de”. Assim, a utilização de um produto, marca ou serviço veiculados em uma mídia não publicitária, seja um programa de televisão, telenovela, ou um cartaz, pode ser entendida como a propaganda tie in. O autor deixa claro que: Aquilo que hoje se convencionou chamar de merchandising televisivo nada tem a ver com o conceito promocional em sua origem. [...] Os vícios da aplicação equivocada do primeiro conceito resultaram em utilização indiscriminada, de ampla aceitação, que hoje se torna corrente (TRINDADE, 2007, p. 343). Você consegue perceber na citação anterior, que uma força de expressão empregada erroneamente passou a ser considerada como correta em um determinado momento? Para exemplificar melhor, você já deve ter assistido a uma novela ou a um filme e o personagem vai à geladeira, abre um refrigerante de determinada marca, correto? Ou quando está passando uma cena em que a pessoa vai lavar as roupas e utiliza aquele sabão em pó em específico, mostrando a embalagem de perto? Esse processo é considerado como merchandising televisivo. Lembrando que, muitas vezes, o personagem poderá até mesmo citar o nome da marca ou produto, além de enfatizar seus benefícios. No Brasil, a prática de merchandising televisivo, principalmente em telenovela, é inigualável se comparada às ações semelhantes realizadas em outros países. “O Brasil, portanto, coloca-se como doador de um saber publicitário ímpar no que diz respeito ao domínio da técnica de merchandising televisivo” (TRINDADE, 2007, p. 343). 3.1 MERCHANDISING TELEVISIVO: COMERCIAL E SOCIAL As práticas de merchandising televisivo como hoje conhecemos possuem duas formas de apresentar-se ao público: (1) comercialmente e (2) socialmente. Nesse caso, vale ressaltar que há um paralelo didático entre publicidade e propaganda, em que publicidade é relacionada com difusão de mercadorias e propaganda com a difusão de ideias, propiciando compreender as ações de “tie-in” tanto como propaganda quanto como publicidade (TRINDADE, 2007). 1. Na visão de Trindade (2007, p. 343-344), isso quer dizer que “em determinados momentos as ações de merchandising televisivo terão finalidades exclusivamente comerciais, visando à divulgação ou promoção de uma mercadoria, marca ou serviço”, o que nos permite classificar ações de tie-in como merchandising televisivo comercial. 2. Por outro lado, as ações de tie-in também podem ocorrer visando difundir valores positivos 14 “para o bem-estar coletivo da sociedade ou prestando um serviço de utilidade pública à comunidade” (TRINDADE, 2007, p. 343-344). Nesse sentido, a difusão de ideias permite-nos classificar o tie-in como merchandising televisivo social. Para o merchandising comercial, a empresa ou departamento responsável comercializa e oferece para as agências de publicidadeos locais de inserções da marca, produto ou serviço, em programas de auditório, telenovelas e demais variações que permitem implementar os quatro tipos de ações básicas do tie-in, ou visando combiná- las. Observe o Quadro 3 para mais detalhes. Quadro 3 – Ações básicas do tie-in Fonte: adaptado de Trindade (1999, p. 157-158) Já o merchandising social corresponde às ações que partem do compromisso e da imagem social que a emissora de televisão visa construir junto ao seu público, sendo socialmente responsável, o que é muito comum de se ver nas telenovelas atualmente. Casos muito recentes e que são pertinentes são as ações de inclusão social que as emissoras promovem, mas podemos destacar também o combate ao mosquito “aedes aegypti”, também chamado de mosquito da dengue. Com esses exemplos, é possível notar que somos rodeados a todo instante por ações de merchandising comercial e social, e temos a certeza de que, a partir de agora, a sua visão para esses temas passará a ser diferente. 15 Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como: • A palavra inglesa merchandise significa “mercadoria”, e merchandiser significa “negociante”. • Merchandising é uma técnica muito antiga, podendo ser comparada com a venda por si só. • Merchandising é qualquer técnica, ação ou material promocional usado no ponto de venda que proporcione informação e melhor visibilidade a produtos, marcas ou serviços, com o propósito de motivar e influenciar as decisões de compra dos consumidores. • O merchandising possui três objetivos principais: vender mais e melhor; incrementar o número de consumidores; reduzir custos. • Merchandising televisivo como hoje conhecemos possuem duas formas de apresentar-se ao público: (1) comercialmente e (2) socialmente. • Merchandising social corresponde às ações que partem do compromisso e da imagem social que a emissora de televisão visa construir junto ao seu público, sendo socialmente responsável, o que é muito comum de se ver nas telenovelas atualmente. RESUMO DO TÓPICO 1 16 AUTOATIVIDADE 1 Merchandising é uma ferramenta de Marketing formada pelo conjunto de técnicas responsáveis pela informação e apresentação destacada dos produtos no ponto de venda, de maneira que acelere sua rotatividade. Sobre o merchandising, assinale os itens referentes aos objetivos do merchandising. I- Vender mais e melhor II- Incrementar o número de consumidores III- Reduzir custos IV- Fidelizar o cliente Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) I – III – IV. b) ( ) II – III – IV. c) ( ) I – II – III. d) ( ) I – II – IV. 2 Para o merchandising comercial, a empresa ou departamento responsável comercializa e oferece para as agências de publicidade os locais de inserções da marca, produto ou serviço, em programas de auditório, telenovelas e demais variações que permitem implementar os tipos de ações básicas do tie-in, ou visando combiná-las. Sobre o tie-in, assinale os itens referentes aos tipos de ações básicas do tie-in. I- Menção ao produto II- Estímulo visual III- Demonstração sobre uso dos produtos IV- Apresentação de metas V- Utilização do produto/ serviço Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) I – III – IV – V. b) ( ) II – III – IV – V. c) ( ) I – II – III – IV. d) ( ) I – II – III – V. 17 3 No Brasil, a prática de merchandising televisivo, principalmente em telenovela, é inigualável se comparada às ações semelhantes realizadas em outros países. O Brasil, portanto, coloca- se como doador de um saber publicitário ímpar no que diz respeito ao domínio da técnica de merchandising televisivo. As práticas de merchandising televisivo como hoje conhecemos possuem duas formas de apresentar-se ao público. Assinale quais são estas duas formas: a) ( ) Comercialmente e socialmente. b) ( ) Fiscal e contábil. c) ( ) On-line e tradicional. d) ( ) Político e social. 4 Durante a unidade, abordamos a importância da terceirização dos serviços de merchandising, caso a empresa não possua alguém especializado. Destacamos também o caso de algumas empresas que acabam voltando atrás em sua decisão quanto à terceirização. Com base nisso, explique a decisão de uma empresa de porte grande, quanto a voltar atrás e ela mesma realizar os serviços de merchandising. 5 Os varejistas, também conhecidos como intermediários, possuem diversas funções, que são apresentadas por Las Casas (2000). Dessa forma, disserte sobre a função da distribuição e do transporte. 18 19 VAREJO E MARKETING DE VAREJO 1 INTRODUÇÃO Embora todos conheçamos a palavra “varejo”, talvez não saibamos como definir “marketing de varejo” em contraste com outros tipos de marketing. Em suma, varejo refere-se a acordos nos quais os produtores vendem produtos a granel a distribuidores a preços de atacado, que por sua vez os vendem aos consumidores por um preço mais alto que cobre armazenamento, marketing, mão de obra e outras despesas. O setor de varejo existe há séculos, mas continua a mudar e evoluir em resposta às tendências e mercados emergentes. Todo o marketing de varejo compartilha algumas características comuns, mas é precisará desenvolver uma estratégia promocional personalizada que faça sentido para cada negócio exclusivo. Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos o varejo e marketing de varejo, seus conceitos, características e tipologias. Em seguida, estudaremos, primeiramente, estratégias de varejo e suas ações para promover o desempenho organizacional, em seguida, prestações de serviços no varejo, e por fim analisaremos marketing de varejo. 2 INTRODUÇÃO AO VAREJO E MARKETING DE VAREJO Há diversas definições para o varejo. Uma delas, por exemplo, explica que “um varejista, ou uma loja de varejo é qualquer empreendimento comercial cujo faturamento provenha principalmente da venda de pequenos lotes no varejo” (KOTLER, 2000, p. 540), ou seja, qualquer organização que venda para consumidores finais. Porém, independente de como as definições varejistas se apresentam, o varejo trata do comércio de produtos e serviços ao consumidor final. Um comércio varejista que vende por meio de lojas é chamado de varejo lojista, e aquele em que se vende diretamente é o não lojista. Muitas empresas atuam em venda de atacado e varejo. Consideram- se estabelecimentos varejistas aquelas empresas em que mais de 50% de suas operações são decorrentes de vendas a varejo (LAS CASAS, 2000, p. 17). UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 20 Quando tratamos de varejo, logo imaginamos a imagem de uma loja, mas devemos lembrar que o varejo também se apresenta em outros meios: telefone, correio, internet, e até na casa do consumidor. Para a venda aos consumidores finais, há diversas funções desempenhadas pelos varejistas, também conhecidos como intermediários. O Quadro 4 apresenta as principais funções de um intermediários. Quadro 4 – Principais funções de um intermediários Fonte: adaptado de Webster (1974, p. 291 apud LAS CASAS, 2000, p. 18) Conforme visto no Quadro 4, note que a função de um varejista ou intermediário não é somente a realização de uma venda. Ele deve observar e analisar diversos fatores, entre compras, vendas e até a análise de riscos. Agora analise a seguinte situação: imagine que você é varejista do setor de vestuário e que, ao planejar a sua loja, não se atentou quanto ao financiamento e só aceita como forma de pagamento dinheiro em espécie. Consegue imaginar o problema que você terá a partir de agora? Com as facilidades de crédito que os consumidores hoje possuem, a disponibilização de formas de financiamento se faz primordial, principalmente, no varejo do setor do vestuário, pois, nesse caso, existe a compra em grandes quantidades e valores altos. Para que as ações de varejo ocorram, deve haver um planejamento ou uma estratégia de varejo. 21 3 ESTRATÉGIA DE VAREJO O varejo deve ser orientadonas empresas de maneira estratégica, seja o planejamento realizado formal ou informalmente. A empresa deve atuar de maneira que conheça o mercado e suas respectivas mudanças, e não deve agir sem avaliar os possíveis cenários. Pacanowski, Khoury e Reis (2008) destacam que a estratégia é uma linha de ação que indica como a empresa utilizará seus recursos para obtenção dos objetivos pretendidos. Compreendemos, então, que se trata de um plano, que ao ser executado deverá produzir o desempenho esperado, de maneira que os concorrentes só consigam ter reação muito tempo depois ou a um custo muito elevado. 4 PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS NO VAREJO Atualmente, vivemos em uma época em que os produtos já são muito parecidos e, muitas vezes, muda-se somente a marca, utilizando, graças ao avanço das informações e da tecnologia, matérias-primas e praticamente o mesmo processo de fabricação, amadurecendo os setores rapidamente. Geralmente, a oferta de produtos é muito superior à demanda, gerando excessos, fazendo com que a experiência de compra passe a ser o diferencial para um varejista se comparado a seus concorrentes. Daud e Rabello (2007) apontam que tornar essa compra efetiva, confortável, positiva e, sobretudo, sentida e percebida pelo cliente não pode passar despercebido por nenhum varejista que se preocupa em melhorar sua relação com seus compradores. Tais oportunidades de geração de lucros por meio da prestação de serviços vêm sendo percebidas pela própria indústria. Assim, por exemplo, temos hoje no Brasil a parceria entre montadoras de carros com empresas de locação, em que passa da venda do produto, para a venda de um serviço. Ou seja, os serviços acoplados a produtos podem-se mostrar como diferenciais competitivos, cativando mais os clientes e gerando novas formas de monetização para as empresas. 5 MARKETING DE VAREJO Geralmente, há um erro muito comum em compreender que marketing de varejo e trade marketing são a mesma coisa, mas não são. O trade marketing é uma ação de marketing advinda do fornecedor para atuar por meio do varejista (intermediário), promovendo ações no ponto de venda, incentivando a escolha do consumidor por um produto. Isso não quer dizer que o trade marketing é um desserviço para o varejista, pois ele representa um verdadeiro serviço em seu favor, porém essas ações visam ao aumento das vendas de produtos específicos vendidos pelo fornecedor. 22 Em outras palavras, o trade marketing opera como uma campanha de incentivo ao lojista e vendedores, que recebem benefícios e vantagens da própria marca conforme a saída do produto em seu estabelecimento. Enquanto isso, o marketing de varejo, de acordo com Pacanowski, Khoury e Reis (2008, p. 21): “É o marketing realizado pelo varejista, visando aumentar as vendas, a participação de mercado e a percepção positiva do seu empreendimento como um todo – a sua loja ou a sua rede de lojas – aumentando, também, a fidelidade". O marketing de varejo possui como característica a comunicação com o consumidor, não focando em uma determinada marca ou produto. No Brasil, um conceito muito utilizado na abordagem do consumidor é a conhecida “sensação de oportunidade única”, que, cá entre nós, funciona em pelo menos 80% das compras (PACANOWSKI; KHOURY; REIS, 2008). Desde cartazes ou propagandas sendo veiculadas na TV ou rádio, somos constantemente cercados de promoções que dão ênfase a slogans e frases de efeito como: “É só amanhã”, “Termina nesta semana”, entre outras. Tais frases tem o propósito de criar a sensação de oportunidade única na mente do consumidor, o que o leva a tomar uma decisão rápida ou comprar por impulso, devido às adversas condições em que poderá se apresentar: preço atrativo, disponibilidade do produto imediato etc. 23 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como: • Um varejista, ou uma loja de varejo, é qualquer empreendimento comercial cujo faturamento provenha principalmente da venda de pequenos lotes no varejo. • O trade marketing é uma ação de marketing advinda do fornecedor para atuar por meio do varejista (intermediário), promovendo ações no ponto de venda, incentivando a escolha do consumidor por um produto. • O varejo deve ser orientado nas empresas de maneira estratégica, seja o planejamento realizado formal ou informalmente. • A empresa deve atuar de maneira que conheça o mercado e suas respectivas mudanças, e não deve agir sem avaliar os possíveis cenários. • O trade marketing opera como uma campanha de incentivo ao lojista e vendedores, que recebem benefícios e vantagens da própria marca conforme a saída do produto em seu estabelecimento. • O marketing de varejo possui como característica a comunicação com o consumidor, não focando em uma determinada marca ou produto. 24 AUTOATIVIDADE 1 Um comércio varejista que vende por meio de lojas é chamado de varejo lojista, e aquele em que se vende diretamente é o não lojista. Muitas empresas atuam em venda de atacado e varejo. Consideram-se estabelecimentos varejistas aquelas empresas em que mais de 50% de suas operações são decorrentes de vendas a varejo. Para a venda aos consumidores finais, há diversas funções desempenhadas pelos varejistas, também conhecidos como intermediários. Sobre as principais funções de um intermediário, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) Vendas: promover o produto junto a clientes potenciais. ( ) Compras: comprar uma variedade de produtos de vários vendedores, usualmente para revenda. ( ) Financiamento: fazer sortimento de produtos, geralmente inter-relacionados, para os clientes potenciais. ( ) Seleção: oferecer crédito a clientes potenciais para facilitar a transação: providenciar também recursos para os vendedores, para ajudá-los a financiar seus negócios. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – V – F – F. b) ( ) V – F – V – F. c) ( ) F – V – F – V. d) ( ) F – V – V – V. 2 Quando tratamos de varejo, logo imaginamos a imagem de uma loja, mas devemos lembrar que o varejo também se apresenta em outros meios: telefone, correio, internet, e até na casa do consumidor. Para a venda aos consumidores finais, há diversas funções desempenhadas pelos varejistas, também conhecidos como intermediários. Sobre as Principais funções de um intermediário, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) Gestão de pessoas: proteger o produto e manter estoques para oferecer melhores serviços ao consumidor. ( ) Distribuição: comprar em grande quantidade e dividi-la em quantidades desejadas pelos clientes. ( ) Controle de qualidade: avaliar a qualidade dos produtos e ajudar em seu melhoramento. ( ) Transporte: movimentação física do produto do produtor ao consumidor. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – V – F – F. 25 b) ( ) V – F – V – F. c) ( ) F – V – F – V. d) ( ) F – V – V – V. 3 Há diversas definições para o varejo. Uma delas, por exemplo, explica que um varejista, ou uma loja de varejo é qualquer empreendimento comercial cujo faturamento provenha principalmente da venda de pequenos lotes no varejo, ou seja, qualquer organização que venda para consumidores finais. Para a venda aos consumidores finais, há diversas funções desempenhadas pelos varejistas, também conhecidos como intermediários. Sobre as principais funções de um intermediário, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) Informações de marketing: prestam informação aos fabricantes sobre condições de mercado, incluindo volume de vendas, tendências de moda e condições de preços. ( ) Logística: proteger o produto e manter estoques para oferecer melhores serviços ao consumidor. ( ) Riscos: absorver riscos dos negócios, especialmente riscos de manutenção de estoques, obsolescência de produtosetc. ( ) TI: comprar em grande quantidade e dividi-la em quantidades desejadas pelos clientes. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – V – F – F. b) ( ) V – F – V – F. c) ( ) F – V – F – V. d) ( ) F – V – V – V. 4 O varejo deve ser orientado nas empresas de maneira estratégica, seja o planejamento realizado formal ou informalmente. A empresa deve atuar de maneira que conheça o mercado e suas respectivas mudanças, e não deve agir sem avaliar os possíveis cenários. Qual o conceito de estratégia de varejo? 5 Geralmente, a oferta de produtos é muito superior à demanda, gerando excessos, fazendo com que a experiência de compra passe a ser o diferencial para um varejista se comparado a seus concorrentes. Qual conceito de varejo? 26 27 TÓPICO 3 - PROMOÇÃO DE VENDAS UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Uma promoção de vendas, segundo Perez e Barbosa (2007), é uma estratégia de marketing em que uma empresa usa campanhas de curto prazo para despertar o interesse e criar demanda por um produto, serviço ou outras ofertas. Para o autor, as promoções de vendas podem ter muitos objetivos e resultados ideais. As promoções de vendas, segundo Zenone e Buairide (2006), são usadas para motivar o comportamento de compra ou desencadear um aumento nas compras no curto prazo, a fim de atingir uma meta. Para os autores, embora o objetivo imediato de uma promoção de vendas seja um aumento nas vendas, há muitos benefícios em desenvolver uma técnica de promoção de vendas estratégica com sua equipe de marketing que veremos ao longo deste tópico. Acadêmico, no Tópico 3, abordaremos conceitos definições tipologias e características da promoção de vendas em que abalizaremos, primeiramente, alguns tipos de promoção de vendas, e por fim abordaremos o que é ponto de venda, tanto o tradicional como o on-line. 2 INTRODUÇÃO À PROMOÇÃO DE VENDAS E eis que chegamos a tão comentada promoção de vendas. Você se lembra dos nossos apontamentos sobre ela lá no início, quando começamos a falar de merchandising, correto? Pois bem, vamos ver do que realmente trata essa tal promoção de vendas. A promoção de vendas é considerada, geralmente, uma ferramenta de incentivo às vendas, tanto em relação aos intermediários quanto diretamente ao consumidor final. No entanto, as empresas que utilizam a promoção de vendas fazem-na como uma ferramenta estratégica, e não somente um complemento de outras ações da comunicação. Em definição ampla, Perez e Barbosa (2007, p. 352) nos colocam que “a promoção de vendas (ou marketing promocional) é a atividade estratégica, tática e de apoio a uma marca, geralmente de curto prazo, projetada para estimular a compra ou ‘alavancar’ a performance de vendas”. Cabe aqui ressaltar que há outros pensamentos que podem diferir ligeiramente em alguns conceitos sobre a promoção de vendas e sobre o marketing promocional, variando de autor para autor. Analise, a seguir, o quadro e compare os tipos de promoção de vendas (pontuais) que são mais encontrados: 28 Quadro 5 – Tipos de promoção de vendas (pontuais) Fonte: adaptado de Blessa (2014, p. 3) Diferentemente do marketing de varejo, que procura passar a sensação de oportunidade única ao consumidor, a promoção de vendas busca enaltecer uma qualidade de determinado produto, por exemplo: “preço baixo é aqui!”, ou até mesmo sem relação com ele, como “compre hoje e concorra a uma casa”, “compre aqui e concorra a um caminhão de prêmios”. Dessa forma, a ferramenta estratégica de promoção de vendas torna-se adaptável às mais diversas necessidades. Percebe-se, portanto, que a promoção de vendas é um importante instrumento para as empresas, por impulsionar um rápido aumento nas vendas, porém possui limitações, conforme Zenone e Buairide (2006): • Características de curta duração – uma promoção de vendas deve ser curta, pois corre o risco de não criar o impacto desejado no consumidor. • Impacta negativamente as vendas nos meses seguintes – devido à promoção, o cliente tende a estocar determinado produto que foi ofertado. • Cria uma “guerra” mercadológica – nos mercados competitivos, os concorrentes reagem, muitas vezes, rapidamente na criação de estratégias de comunicação, tentando neutralizar determinada promoção de vendas. • Gera dependência do consumidor na oferta – a empresa possui dificuldades em retirar o benefício ou incentivo que foi ofertado anteriormente ao cliente, gerando, assim, sentimento de insatisfação em relação ao produto ou até mesmo em relação à empresa. 29 Apesar dos inevitáveis riscos, as atividades relacionadas à promoção de vendas são as que mais continuam a crescer. Como se pode observar, ao que foi apresentado até aqui, a promoção de vendas é uma excelente ferramenta de apoio estratégico e, infelizmente, a maioria das empresas ainda utiliza essa ferramenta somente em momentos de emergência e sem empregar um planejamento adequado, consistindo em um grande erro (ZENONE; BUAIRIDE, 2006). A promoção de vendas é muito utilizada, principalmente, em datas comemorativas, como: dia das mães, páscoa, dia das crianças etc. Durante essas datas, as empresas utilizam de diversos mecanismos promocionais (verifique o Quadro 6), que chamam a atenção do cliente, estimulando à compra. Os principais objetivos da promoção de vendas são destacados no quadro a seguir. Quadro 6 – Principais objetivos da promoção de vendas Fonte: adaptado de Zenone e Buairide (2006, p. 70) Nesse sentido, analisando os objetivos, a redução de preço é caracterizada por descontos promocionais, prazo para pagamento maior, brindes (como o exemplo de leve 2, pague 1) ou incentivos extras que indiquem ao consumidor que há uma vantagem financeira. O market share representa a participação da empresa em seu mercado de atuação, comumente medida por faturamento. O cliente share representa a participação de uma empresa, mediante o potencial de determinado cliente, em relação à compra, determinando o grau de fidelização desse cliente com base em um produto ou uma marca. 30 É importante ressaltar que, para atingir objetivos promocionais, é necessário que a empresa possua um bom planejamento, incluindo datas comemorativas em seu calendário promocional, assim como a análise dos ambientes sociais, econômicos e políticos e, também, o perfil do público que pretende atingir. 3 TIPOS DE PROMOÇÃO DE VENDAS Basicamente, existem três tipos de promoção de vendas conceitualmente falando. Veremos a seguir que, conforme destacam Zenone e Buairide (2006), as fronteiras entre eles não são demarcadas. Promoção de produtos/serviços – ação promocional com o foco principal voltado ao produto ou serviço de determinada marca, com o objetivo final de venda. Exemplos comumente utilizados para esse tipo de promoção: degustação, descontos, sorteios, concursos etc. Promoção de marca – busca evidenciar a marca do produto, sem se preocupar inicialmente com vendas. Para esse tipo de promoção, existem os eventos cujo patrocínio possui relação direta com os produtos ou serviços oferecidos pela empresa. Como exemplo: patrocínio, participação ou somente a presença em um torneio de futebol. Promoção institucional – busca a valorização da imagem da empresa, sem manter relação direta com o bem (produto ou serviço) que ela produz. Destacamos, então, como exemplo de promoções institucionais, os eventos culturais: exposições artísticas, espetáculos de balé, dentre outros. Devemos ter em mente que a promoção de bens e promoção institucional podem se confundir. Vamos exemplificar com um espetáculo de balé, que é patrocinado por um fabricante de vinho. Note que, nesse caso, há todas as características de uma promoção institucional, porém a menção da marca do vinho é uma contribuição para aumentar o prestígio dessa marca, perante os segmentos de público. Observe o Quadro 7 para uma melhorcomparação entre os três tipos de promoção: produtos/serviços, marca e institucional. A empresa poderá utilizar-se desse mix de ações promocionais para ações de curto, médio e longo prazos. 31 Quadro 7 – A diferença entre a promoção de produtos/serviços, de marca e institucional Fonte: adaptado de Zenone e Buairide (2006, p. 73) 4 O QUE É PONTO DE VENDA? (TRADICIONAL E ON-LINE) Sabemos até então que o merchandising se utiliza de técnicas promocionais no Ponto de Venda (PDV), proporcionando visibilidade e melhor informação de produtos, serviços. Mas o que é o ponto de venda? Dentre os diversos autores que buscaram compreender o ponto de venda, Levy (2002) e Blessa (2014) afirmam que são todos os canais utilizados para a exposição, venda e distribuição física de produtos para o consumidor final. Podemos utilizar como exemplo: as lojas, bancos, exposições, feiras, supermercados, lojas virtuais (on-line), entre outras. As decisões relativas ao ponto de venda são importantes e, segundo Levy (2002), se baseiam nas respostas adquiridas para as seguintes perguntas: • Onde estão seus clientes? • Você precisa estar perto de seus clientes? • Eles precisam de um serviço pós-vendas? • Precisam que você lhes ofereça um serviço prestado pessoalmente? (LEVY, 2002, p. 45). Tais perguntas devem ser feitas para que você, enquanto gestor, se autoavalie, pois fácil acesso é geralmente uma das características mais importantes para seus clientes, e isso não quer dizer que você precisa estar fisicamente ao lado desse cliente. Nessa concepção de fácil acesso é possível fazermos um estudo híbrido com a loja virtual (on-line), em que muitas empresas que conhecemos estão vendendo produtos e serviços pela internet. 32 É pertinente enfatizar que Levy (2002) nos deixa claro que a acessibilidade se vale, grande parte das vezes, em possuir uma página na internet, que pode ser encontrada rapidamente. Muitas vezes, já nos deparamos com determinadas lojas físicas que só atuam em determinados locais (cidades ou estados), com uma determinada quantia de produtos ou segmentos de produtos voltados à somente um público específico. Porém essa mesma loja atende on-line, trabalhando com outros segmentos e recebendo outros públicos. Por ser inviável a abertura de tal loja em nossa cidade, há a opção de comprar tais produtos específicos, ofertados por essa empresa, pela internet. Nesse sentido, é importante destacar que o ponto de venda virtual é também toda forma de exposição, compra e venda de produtos e serviços na web. Como mencionamos anteriormente, existem muitas lojas, dos mais variados tipos, que atuam fortemente on-line, e isso se dá mediante o avanço e expansão da internet na atualidade. Conforme cita a Harvard Business Review (2002, p. 52-53), “a maior ameaça para as empresas tradicionais é não integrar a internet em suas operações ou não utilizar a internet de maneira estratégica”. 33 RESUMO DO TÓPICO 3 Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como: • A promoção de vendas é considerada geralmente como uma ferramenta de incentivo às vendas, tanto em relação aos intermediários quanto diretamente ao consumidor final. • A promoção de vendas (ou marketing promocional) é a atividade estratégica, tática e de apoio a uma marca, geralmente de curto prazo, projetada para estimular a compra ou ‘alavancar’ a performance de vendas”. • A promoção de vendas busca enaltecer uma qualidade de determinado produto. • A promoção de vendas é muito utilizada principalmente em datas comemorativas, como: dia das mães, páscoa, dia das crianças. • Promoção de produtos/serviços – ação promocional com o foco principal voltado ao produto ou serviço de determinada marca, com o objetivo final de venda. • Promoção de marca – busca evidenciar a marca do produto, sem se preocupar inicialmente com vendas. • Promoção institucional – busca a valorização da imagem da empresa, sem manter relação direta com o bem (produto ou serviço) que ela produz. • O merchandising se utiliza de técnicas promocionais no Ponto de Venda (PDV), proporcionando visibilidade e melhor informação de produtos, serviços. • O ponto de venda virtual é também toda forma de exposição, compra e venda de produtos e serviços na web. 34 AUTOATIVIDADE 1 Para atingir objetivos promocionais, é necessário que a empresa possua um bom planejamento, incluindo datas comemorativas em seu calendário promocional, assim como a análise dos ambientes sociais, econômicos e políticos e, também, o perfil do público que pretende atingir. Sobre os tipos e promoção, analise as sentenças a seguir: I- Promoção de produtos/serviços. II- Promoção de marca. III- Promoção institucional. IV- Promoção de pessoas. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) I – II – IV. b) ( ) I – II – III. c) ( ) II – III – IV. d) ( ) I – III. 2 A ferramenta estratégica de promoção de vendas torna-se adaptável às mais diversas necessidades. Percebe-se, portanto, que a promoção de vendas é um importante instrumento para as empresas, por impulsionar um rápido aumento nas vendas, porém possui limitações. Sobre as limitações da promoção, analise as sentenças a seguir: I- Características de curta duração. II- Impacta negativamente as vendas nos meses seguintes. III- Retorno rapido. IV- Cria uma “guerra” mercadológica. V- Gera dependência do consumidor na oferta. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) I – II – IV – V. b) ( ) I – II – III – V. c) ( ) II – III – IV – V. d) ( ) I – III – IV. 35 3 A promoção de vendas (ou marketing promocional) é a atividade estratégica, tática e de apoio a uma marca, geralmente de curto prazo, projetada para estimular a compra ou ‘alavancar’ a performance de vendas. Sobre os tipos de promoção de vendas (pontuais), analise as sentenças a seguir: I- Vale-brinde. II- Sorteio. III- Cupons. IV- Comercial TV. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) I – II – IV. b) ( ) I – II – III. c) ( ) II – III – IV. d) ( ) I – III. 4 Promoção de produtos/serviços – ação promocional com o foco principal voltado ao produto ou serviço de determinada marca, com o objetivo final de venda. Exemplos comumente utilizados para esse tipo de promoção: degustação, descontos, sorteios, concursos etc. Conceitue promoção de vendas. 5 Nesta unidade, explicamos que a promoção de vendas é comumente utilizada em datas comemorativas, como o dia das mães. Explique de que maneira você faria uma promoção de vendas para comemorar essa data. 36 37 MERCHANDISING E OUTRAS TÉCNICAS UNIDADE 1 TÓPICO 4 - 1 INTRODUÇÃO Olá, caro acadêmico! Este tópico procura estimular a sua mente a fazer links entre o merchandising e algumas outras práticas do marketing. Algumas delas mais disseminadas do que outras, mas de igual importância. Para esse exercício, elencamos três delas para dialogarmos com o tão comentado “merchan”, quais sejam: o marketing direto, o marketing de guerrilha e o neuromarketing. Pois bem, em um primeiro momento, vamos falar sobre o marketing direto, passeando por alguns autores da área, e como ele pode ser somado ao merchandising. Depois, comentaremos sobre o marketing de guerrilha, que se mostra uma curiosa e intrigante estratégia de marketing, e como suas práticas podem potencializar o merchandising e vice-versa. Por fim, mas não menos importante, a discussão é voltada para o neuromarketing, um termo relativamente novo que mescla a neurociência e o marketing (olha só que interessante!), para buscar respostas desconhecidas ou mesmo camufladas pelas máscaras comportamentais dos consumidores. E, claro, também vamos comentar sobre os laços existentes entre o merchandising e o neuromarketing. Desejamos que este tópico desperte sua atenção e interesse, e que sirva de alicerce para desdobramentos reflexivos futuros em sua jornada profissional. É interessante pontuarmos queos conteúdos deste tópico são pinceladas quando comparados às obras completas, pois nosso objetivo paira na superfície desses assuntos e suas pontes com o merchandising. É chegado o momento. Vamos lá! Aproveite sua leitura, continue firme nos estudos e muito sucesso em sua caminhada, sempre! 2 MARKETING DIRETO Agora é o momento de elencarmos os conceitos e práticas já vistos do merchandising com o marketing direto. Como será que podemos desenvolver algo assim? É bem provável que você já tenha olhado ou comprado algo daquelas revistas de cosméticos, por intermédio de um consultor de vendas. Talvez você seja um consultor ou uma consultora de vendas. Empresas como Avon, Natura, Tupperware, Eudora, O Boticário, Jequiti, Mary Kay, entre tantas outras, realizam a prática da venda direta por meio de consultores de vendas. 38 Imagine, então, um dos catálogos utilizados para realizar os pedidos. Ele vai conter os lançamentos, as linhas de produtos separadas para cada tipo de tratamento, dará destaque para alguma campanha em evidência (como algo especial para o dia dos namorados ou dia das mães, por exemplo), e assim por diante. A maneira como esse catálogo será elaborado pode recorrer aos conceitos de merchandising para conseguir melhores impactos e resultados. É interessante resgatarmos e pontuarmos brevemente algo já apurado, que é o fato de que “a visão é o primeiro sentido humano responsável pelo processo de escolha”, afirma Blessa (2006, p. 13). É a visão que causa a primeira impressão. A mesma autora ainda complementa que “o merchandising trabalha nessa primeira impressão, [...] pois é no momento da compra que o consumidor vai resolver se leva seu produto” (BLESSA, 2006, p. 13). Assim, se o merchandising se preocupa com a exposição do produto no ponto de venda e o marketing direto se preocupa em atingir clientes específicos, onde quer que eles estejam, o que seria o ponto de venda nesse caso? Podemos encará-lo como ato da visita até o cliente. Assim, é comum encontrarmos consultores e consultoras de cosméticos utilizando os produtos que vendem para uma melhor exposição. Atender a uma cliente utilizando um batom recém-lançado ou uma nova linha de creme hidratante é uma forma de dar exposição ao item que se deseja vender, uma forma alternativa de trabalhar alguns conceitos de vitrina (por que não?!). O que os olhos veem, o coração sente. (Regina Blessa) NOTA O merchandising explora, então, a relação sensorial do indivíduo no ponto de venda. Com isso em mente e mantendo o exemplo de cosméticos, você também já deve ter encontrado alguma vez uma página de uma revista/catálogo constando dizeres do tipo “passe o punho aqui para sentir”, se referindo a uma breve degustação de um perfume, dando a possibilidade de o cliente sentir uma fragrância mediante um catálogo. Ao mencionarmos isso, você pode ter lembrado das famosas degustações de cafezinhos, petiscos, bolachinhas, chocolates ou iogurtes que encontramos frequentemente em hipermercados. Eis mais um exemplo de fundamentos do merchandising voltado para as práticas do marketing direto, explorando as possibilidades sensoriais dentro do que a abordagem direta possibilita. 39 3 MARKETING DE GUERRILHA O marketing de guerrilha (ou guerrilla marketing) é uma forma de abordagem utilizada pelo marketing que possui algumas ramificações interessantes. Por exemplo, faz parte da guerrilha o tipo de batalhas judiciais travadas entre as empresas ou processos por motivos variados, em função de seguir ou não determinadas leis. Também cabe na concepção de guerrilha ações publicitárias que atacam diretamente determinado concorrente. Contudo nem só de brigas e disputas vive o marketing de guerrilha. Um dos pontos mais saudáveis e curiosos para se trabalhar com o marketing de guerrilha é quando uma empresa utiliza mídias alternativas e inusitadas para promover uma experiência diferenciada junto ao seu público, provocando sensações para surpreender os impactados, e realizando abordagens em momentos nos quais os consumidores não esperam ser atingidos por propagandas ou ações comunicacionais. É nesse ponto que vamos canalizar nossas atenções aqui neste livro e traçar os paralelos com o merchandising. 3.1 MARKETING DE GUERRILHA E O MERCHANDISING Associando o marketing de guerrilha com o merchandising, temos que esse último pode ser encarado como uma propaganda que não tem cara de propaganda, como comenta Zarpelon (2015, on-line). Ao mesmo tempo, a guerrilha procura impactar as pessoas quando elas menos esperam. Esse é um dos pontos em comum, que podemos utilizar para dialogar uma ação de guerrilha com o merchandising: utilizar espaços alternativos para impactar clientes de forma criativa e com uma roupagem que não aparenta (ou ao menos ameniza) uma propaganda. Para ilustrar o que acabamos de falar, compartilhamos com você uma ação presenciada por nós, professor, formando quórum junto aos impactados: em uma véspera de dia das mães, nós fomos almoçar em um shopping center na cidade de Maringá, no Paraná. Estávamos comendo tranquilamente um hambúrguer quando uma A marca de cosméticos O Boticário iniciou também as vendas por intermédio do marketing direto. Essa nova forma de abordagem levou anos de planejamento e a prática foi implementada pouco a pouco. Para saber mais sobre esse caso de sucesso, acesse a matéria publicada pela Revista Exame, escrita por Camila Fusco, disponível em: http://exame.abril.com.br/revista-exame/ edicoes/968/noticias/ele-vai-bater-sua-porta-558119. DICA 40 pessoa começou a cantar no meio da praça de alimentação. Em seguida, outra pessoa deu continuidade à música (agora ela estava vestida como uma atendente de um dos restaurantes). Então, em outro ponto da praça de alimentação, uma terceira pessoa (também vestida como atendente de outro restaurante) canta. Em continuidade, apareceram violinos e violoncelo acompanhando a melodia. Tratava-se de um flash mob, que são ações coordenadas em lugares públicos por pessoas que aparentam não se conhecerem, pegando de surpresa aqueles que, por acaso, estão no mesmo local. Para finalizar, foram entregues botões de rosas para as mães presentes. Esse flash mob foi promovido pelo shopping center em parceria com uma emissora de TV. Ele nos impactou em um momento no qual não esperávamos ser impactado, ele teve uma abordagem bastante curiosa e criativa, e ainda vendeu a imagem do shopping e dos demais envolvidos, reforçando o posicionamento da marca junto a todos os envolvidos. Esse caso não se tratou de um produto, mas de uma ação em que predominou o caráter institucional. Quando (como espectador) percebemos que se tratava de uma ação, já estava completamente envolvido pelo posicionamento de marca que ali estava sendo frisado. O flash mob mencionado é um caso real e foi realizado na cidade de Maringá, no Paraná. Ele foi registrado em vídeo e, após edição, disponibilizado na internet, sendo compartilhado nas redes sociais do referido shopping center. Você pode conferir o vídeo dessa ação acessando o link disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=l7AufEPTOYw. DICA Essa é uma das possibilidades de associação de conceitos do merchandising com uma guerrilha. A ação conjunta das possibilidades do marketing ajuda significativamente no desempenho das organizações. O marketing de guerrilha pode tanto ser extremamente caro (como acontece com algumas grandes ações e produções), como ser aplicado com recursos reduzidos e pontuais (como acontece com empresas com pouca verba para investimento publicitário). Por ter a característica de ser algo inusitado, conforme supracitado, as chances de geração de mídia espontânea são maiores. Para elaborar uma campanha de marketing de guerrilha, uma empresa vai precisar, principalmente, saber sobre o mercado e o público- alvo (hábitos, preferências, costumes etc.), ter um produto ou serviço
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