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0 CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO - FAVENI APOSTILA ATENDIMENTO PUBLICITÁRIO ESPIRITO SANTO 1 SUMÁRIO 1 MARKETING ......................................................................................................... 3 2 MARKETING PROMOCIONAL ............................................................................. 4 3 O TRADE MARKETING ........................................................................................ 6 4 TRADE MARKETING x MERCHANDISING ......................................................... 8 5 PROMOÇÃO DE VENDAS E MERCHANDISING .............................................. 10 6 ESTRATÉGIAS E PROMOÇÕES ....................................................................... 13 6.1 Análise de promoções anteriores ....................................................... 13 6.2 Cronograma de uma promoção anterior............................................. 13 7 RECURSOS FINANCEIROS .............................................................................. 14 8 MERCHANDISING ............................................................................................. 15 8.1 Merchandising Nos Novos Tempos .................................................... 16 9 PRODUTO .......................................................................................................... 17 10 CONSUMIDOR ................................................................................................... 18 10.1 Entendendo o consumidor .............................................................. 19 10.2 Comportamento do Consumidor ..................................................... 20 10.3 O Processo de Decisão de Compra do Consumidor ....................... 21 10.4 Fidelização de clientes .................................................................... 23 11 FIDELIDADE À MARCA...................................................................................... 24 11.1 Fidelização e Promoção de Vendas em Tempos de crise .............. 25 12 VAREJO .............................................................................................................. 26 12.1 Definições de varejo ........................................................................ 28 12.2 Administração do varejo .................................................................. 29 12.3 Funções do administrador varejista ................................................ 29 12.4 Variáveis do marketing varejista ..................................................... 30 12.5 Variáveis controláveis do varejo ...................................................... 30 2 12.6 Variáveis incontroláveis .................................................................. 31 13 CICLO DE VIDA DO VAREJO ............................................................................ 32 13.1 4 Ações de marketing promocional essenciais no varejo ................ 34 13.2 Sugestões de Ações de Marketing Promocional ............................. 35 14 O PONTO DE COMPRA ..................................................................................... 38 14.1 Mapeamento das Oportunidades .................................................... 39 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 40 15 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................. 43 3 1 MARKETING Fonte: marketingemedia.com.br O marketing está inserido dentro de um campo específico da Administração. Para o desenvolvimento desta pesquisa, torna-se importante que se conheça melhor seu significado. Antes de tentar adotar uma única e exclusiva compreensão da área especifica de marketing, é interessante verificar como têm evoluído suas definições. Em 1960, a AMA (American Marketing Association) definia marketing como o desempenho das atividades de negócios que dirigem o fluxo de bens e serviços do produtor ao consumidor ou utilizador. O mundo dos negócios, cada vez mais desenvolvido, gerou a necessidade de melhor conceituar o marketing, explicando sua natureza. Observa-se então uma evolução constante nas definições que o caracterizam cada vez de maneira mais ampla. Mas, afinal, o que é marketing? Eis como a compreensão de seu conceito evoluiu. Em 1965, a Ohio StateUniversity definiu marketing como: O processo na sociedade pelo qual a estrutura da demanda para bens econômicos e serviço é antecipada ou abrangida e satisfeita através da concepção, promoção, troca e distribuição física de bens e serviços. (Apud COBRA, 1985, p.26) 4 As definições sobre Marketing são inúmeras, pois cada especialista da área procura dar sua contribuição. Um dos autores mais importantes para o tema é Kotler (1998, p. 14) diz que: Marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes á relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar determinados objetivos de empresas ou indivíduos... Portanto, não podemos confundir ao utilizarmos a palavra marketing, pois algumas vezes vemos políticos agindo dissimuladamente e a população, sem conhecimento, logo dispara: “estão vendo? Isto é marketing!”. Evidentemente que o equívoco precisa ser corrigido, sob pena de pensarmos que marketing, antes de ser uma ciência, é apenas um truque para enganar o consumidor. Longe do senso comum, marketing se ocupa essencialmente de satisfazer as necessidades do consumidor final. Para Las Casas (1993, p.95): Marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes à relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar determinados objetivos de empresas ou indivíduos... Observamos, por meio da literatura, que há um grande número de definições sobre marketing, até conflitantes, mas isso retrata a evolução da própria dinâmica das organizações, também, as mudanças de valores da sociedade como um todo. Entretanto, o marketing eficaz é aquele que requer entendimento de todos os fatores que influenciam o comportamento do consumidor. 2 MARKETING PROMOCIONAL O marketing promocional funciona como um verdadeiro divisor de águas em sua empresa. Caso você não aplique o conceito de maneira correta nas estratégias internas, o negócio pode perder espaço no mercado segmentado. Mas não se preocupe! É nesse momento que estudar e conhecer os objetivos corporativos faz toda a diferença. 5 Fonte:logweb.com.br Segundo a definição da Associação de Marketing Promocional (AMPRO), ele é o conjunto de ações que visam gerar mais valor para a marca e incentivar a experiência, a compra, o uso e a fidelização de produtos e serviços. Tudo isso se mostra cada vez mais eficiente junto ao bom relacionamento com o público-alvo. Ou seja, o marketing promocional busca formas eficientes de se promover um produto, marca ou evento em especifico através de diferentes formas de divulgação a fim de atingir o público alvo, e para isso utiliza diversas estratégias e analisa o mercado e seus consumidores, para encontrar a melhor maneira de informar o cliente sobre o produto em questão e concretizar vendas procurando manter sempre os clientes fiéis à marca. O Marketing promocional é a vertente do marketing totalmente direcionada a marca, produtos e serviços com finalidade comercial, visando por meio de ações que interagem com consumidor atingir os principais objetivos estratégicos que são: construção de marca, fidelização de clientes e vendas. O Marketing Promocional é composto por um mix de várias ferramentas e que envolve toda a comunicação da empresa com seus clientes, parceiros e fornecedores. O Mix de comunicaçãode marketing utiliza-se de diversas ferramentas e estas são: 6 Propaganda – umas das formas mais padrões de divulgação é a utilização dos principais meios de comunicação, como comerciais de televisão, anúncios, impressos, outdoors, sites entre outras coisas. Promoção de Vendas – É comum em todos os tipos de lojas essa estratégia para atrair mais clientes, que é usando cupons, descontos, brindes e demonstrações. Relações públicas – Envolvem aspectos como assessoria, imprensa, comunicados Venda Pessoal – Apresentações de vendas, feiras, seminários e eventos que são regulamente feitos por muitas empresas, inclusive para grandes lançamentos onde estes tipos de eventos levantam muito a atenção do público e colocam ainda mais evidência o produto Marketing Direto – Tende a utilizar como principais meios de comunicação para entrar em contato com o consumidor de forma direta a Internet, E-mail Marketing e ainda o Telemarketing. 3 O TRADE MARKETING Simonetti (2009, p.28), afirma que, Trade Marketing é um modelo, uma ciência que procura discutir o desenvolvimento das relações entre fabricantes e seus canais de venda. A parceria do varejista com o fabricante do produto é fundamental para o sucesso de uma promoção de vendas. A sedução do consumidor no Ponto de Compra do varejista acontece com planejamento na comunicação. As estratégias precisam estar alinhadas. A figura abaixo ressalta como Simonetti (2009, p. 42), dividiu o processo de vendas: 7 Figura - Área de Gestão e atuação do Trade Marketing Um grande desafio é o de utilizar as ferramentas de comunicação de forma criativa e eficaz, pois o tempo de impacto para interferir na decisão de compra é pouco e, muitas vezes, pode ser único. Por meio de pesquisas realizadas para avaliar o comportamento humano, pelo Instituto de Pesquisa Práxis, que é mantido pelo CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, foi possível identificar que o tempo médio de visita do consumidor no varejo gira em torno de 4 a 6 minutos. Cada consumidor reage de forma diferente sob estímulos iguais, e isso ocorre porque cada um possui uma opinião diferente. De acordo com as teorias psicológicas da personalidade, as pessoas são diferentes umas das outras. As motivações, que são as respostas do indivíduo aos estímulos recebidos, são distintas para cada um. Uma pessoa pode estar escolhendo um produto como por reflexo de uma experiência passada. A estrutura cognitiva, isto é, a estrutura do conhecimento, opinião ou crença, acerca do ambiente e de si próprio, dentro de seu meio ambiente psicológico, leva os consumidores a agir em cada um de maneira diferente. A ocasião de consumo, ou esse momento em que se usufrui dos benefícios desse produto, é provavelmente a última chance de criarmos um vínculo com o consumidor. 8 4 TRADE MARKETING X MERCHANDISING Amplamente utilizado no mercado de distribuição, as áreas de trade marketing e merchandising se encontram em determinada medida. Trade marketing, pode ser caracterizado como o canal que possibilita um relacionamento familiarizado com distribuidores (PDV) o que ajuda a gerar satisfação para os clientes de um determinado produto. A importância de perceber que está área precisa ser vista não apenas como um canal, traz bons resultados para fechamento de vendas e expansão da marca, é preciso compreender que a relação com o varejista é essencial e que esta tarefa fica diretamente ligada ao Trade marketing. Uma boa estratégia de Trade marketing deve passar essencialmente pelos seguintes pontos: Relações comerciais É necessário que fabricantes tenham proximidade dos seus distribuidores. Isso não requer grandes descontos ou fechamentos exorbitantes, para agilizar esse processo pode ser necessário desenvolver uma estratégia de CRM B2B. O relacionamento deve ser exclusivo e não deve ser visto apenas como mais uma negociação. Esforço logístico do fabricante Esse passo faz com que a empresa se preocupe essencialmente com a disponibilidade do seu produto nos PDV’s, pois de nada adianta grandes esforços para Trade, de vendas, ou Merchandising se o produto não está acessível. Elaborando bem este passo podemos evitar a perda de um cliente para uma marca concorrente. Ações no PDV Sem a forma correta da exposição dos produtos no PDV, de nada valerá o treinamento de vendedores e promotores ou o ótimo relacionamento com distribuidor, nem a presença do produto na loja. Neste ponto o foco é no consumidor final, pois 9 essa é a porta de entrada para conhecer o produto e também a marca. Esse conjunto de ações são fundamentais para a decisão do cliente em permanecer com sua marca. E o Merchandising? Segundo BLESSA (2005), o Merchandising “é o conjunto de técnicas responsáveis pela informação e apresentação destacada dos produtos na loja, de maneira tal que acelere sua rotatividade. ” Ou seja, é de total responsabilidade do Merchandising a exposição, disposição e material atrativo para o produto. Assim, podemos dizer que esta é uma ferramenta acessória do Trade Marketing. Devido a todos esses fatos, conseguimos concluir que Merchandising está para Trade da mesma forma que Propaganda está para Marketing: um é indispensável para o outro, e todos eles são essenciais para o sucesso das vendas de uma empresa. Equipe Vendas Externas Oferecemos soluções para gestão das vendas, destinadas a empresas que atuam em canais como força de vendas, lojas virtuais e televendas. Baixe gratuitamente nosso aplicativo de pedidos. 10 5 PROMOÇÃO DE VENDAS E MERCHANDISING Fonte:marketing.curadoriaemacao.com.br No caso da promoção, são incentivos em curto prazo para motivar a compra e a venda de um produto ou serviço. Estimula a comercialização de produtos e serviços. Também é dirigida a todos os segmentos que participam da comercialização: Quem compra quem vende e quem influencia a decisão de compra. É realizada no local onde se encontra o público-alvo, começando no produtor e terminando no comprador final (consumidor ou empresa). As atividades promocionais são de curto prazo pois, procura dar desta que ao produto ou serviço colocando-o em contato íntimo com seus diversos públicos. Segundo Kotler (1998, p. 579) : ...estabelecer objetivos, selecionar as ferramentas, desenvolver o programa, fazer os pré-testes, implementá-lo e avaliar os resultados. As promoções de vendas atraem os consumidores, favorecendo a fidelização e também abrindo as portas para a compra pela segunda ou terceira vez de clientes eventuais. Segundo Kotler (ano,1998p.30) afirma que promoção de vendas: É um termo genérico para vários instrumentos que não são classificados formalmente como propaganda, vendas pessoais ou publicidade. Esses instrumentos são endereçados aos consumidores, ao comércio ou à própria força de vendas do fabricante. 11 Porém, para Monteiro (ano2011, p.26), a definição de promoção de vendas é indicada também pela limitação de tempo em que a ação será executada: Podemos definir “promoção de vendas” como: Uma ação de comunicação e marketing que tem como objetivo vender mais, através de incentivos e benefícios adicionais e por um período de tempo determinado. Quanto a sua implementação, a promoção de vendas pode ter como alvo a equipe interna, o trade (intermediários) ou o consumidor final. Mas sempre teremos como objetivo final o aumento das vendas. Todas as promoções são por tempo limitado, caso contrário passam a fazer parte do preço, da linha de produtos, da remuneração dos vendedores etc. Entende-se, assim, que promoções de vendas é uma ferramenta que as empresas em geral podem utilizar para atrair clientes e atingir o objetivo de aumentar sua venda. A diferença entre os termos “promoção” e “promoção de vendas” se aprofundam na evolução do mercado nosúltimos anos. Na prática, promoção de vendas é estimular as vendas, é impulsionar a aceitação do produto pelo consumidor mediante a oferta, e realizando algo fora do padrão. A promoção, além do consumidor, deve beneficiar o varejista e todos os intermediários. Isso ocorre através do aumento de estoque via compensação para todos. O termo promoção está atrelado a um conceito mais tradicional do marketing estando ligado à propaganda, venda pessoal e a própria promoção de vendas, porém, cada um destes setores desenvolveram caminhos próprios na evolução das ações de mercado. Para entendermos melhor, vamos mencionar as ferramentas que compõem o marketing de varejo e promoções de vendas. Enfatiza-se que o marketing engloba quatro ferramentas básicas: Os 4Ps – Produto – Preço – Praça – Promoção. No âmbito da Promoção, encontram-se ferramentas e atividades de COMUNICAÇÃO que integram o composto mercadológico, destacando-se a propaganda, a venda pessoal e a promoção de vendas. A Promoção de Vendas é reconhecida como uma atividade que viabiliza o estímulo da demanda projetada para complementar a propaganda, como também para facilitar a venda pessoal. Resumidamente, ela é projetada para motivar as vendas de forma mais agressiva, sendo paga pelo patrocinador que se envolve temporariamente para encorajar a venda Conforme a American Marketing Association (AMA), define-se a promoção de vendas como sendo as atividades dentro do marketing que se distinguem da venda pessoal e da propaganda, estimulando os 12 clientes a comprar e com isso gerando rotatividade nos estoques dos distribuidores. Ribeiro (1985) definiu a estratégia promocional de vendas como sendo o conjunto de ações e esforços na área da comunicação mercadológica que fazem uso de espaço e tempo determinados junto aos canais de revenda e consumidores. Todo isso, visando à agilidade das vendas e a viabilidade de se incrementar o volume total consumido no momento presente ou para o futuro. Essa estratégia pode envolver diferentes técnicas, entre elas destacam-se: amostras, liquidações, descontos, premiações, patrocínio de eventos, cupons e concursos. O funcionamento da promoção de vendas pode ser melhor compreendido por intermédio da descrição do processo decisório do consumidor em suas compras, pois suas atitudes afetam diretamente os produtos e marcas. Geralmente, o consumidor apresenta várias etapas até chegar à conclusão final de compra, são elas: A participação de estratégias de promoção de vendas está ampliando-se na rotina organizacional de forma gradativa e muitos autores atribuem quatro motivos para explicar esse crescente. (SCHULTZ; ROBINSON e PETRISON, 1996). O primeiro motivo remete ao fato de que a promoção de vendas realmente apresenta resultados, já que naturalmente as pessoas, consumidores, possuem um apelo para aderir e se render aos seus apelos. Geralmente essa conquista se faz mais consistente quando a empresa oferece vantagens ainda mais concretas para o comprador, tais como: brindes e descontos. O segundo fator responsável pela ampliação do uso da ferramenta de promoção de vendas são os seus efeitos rápidos e diretos no cliente. Geralmente ela é utilizada por um período determinado de tempo, considerado curto, mas gera resultados imediatos, em dias ou até mesmo horas. Como terceiro motivo, apresenta-se a grande facilidade de mensuração das ações promocionais. Isso se reflete até mesmo nas fórmulas que alguns pesquisadores encontraram para predizer com exatidão, como os diversos modos de ações e volumes de investimento podem afetar as vendas em diferentes classes de produtos. Como quarto fator determina-se a facilidade de execução da atividade de promoção de vendas, aliada com seu baixo custo para ser implementada. Devido ao seu potencial de precisão para estimar o volume de vendas e os reflexos destas, os profissionais encontram facilidade na execução de seu trabalho na área promocional. 13 Paralelamente, se for comparada às atividades de propagandas veiculadas, por exemplo, em comerciais de TV, o custo torna-se extremamente elevado. Ganha a promoção de vendas com seu baixo custo e elevada praticidade. 6 ESTRATÉGIAS E PROMOÇÕES Uma boa promoção é essencial para criar situações que despertem interesse de compras. Podemos ter ações que promovem o incremento no valor total da compra, como, por exemplo, “leve 3, pague 2”. Ações que sugerem a repetição da compra, 14 como por exemplo, o “juntou, trocou”. As degustações, brindes, amostras promovem a quebra de barreiras e a penetração de novos produtos. Organizar-se e montar um plano promocional, com a análise de ações semelhantes anteriores, um cronograma, verificação dos recursos financeiros, pessoal e técnico e definição do impacto desejado do plano promocional, tudo isso indicará a eficiência da promoção. 6.1 Análise de promoções anteriores Trata-se de identificar os pontos fortes e pontos fracos e já definir metas para as ações promocionais propostas. 6.2 Cronograma de uma promoção anterior. O estabelecimento de um cronograma facilita o gerenciamento de prazos e as relações de tempo e espaço. Exemplo. Fonte: Spaipaindustriadebebidas.com 14 7 RECURSOS FINANCEIROS Fonte: topgesto.com.br É preciso definir o retorno do investimento, identificando o resultado líquido gerado em um evento, do início ao fim da promoção. Um plano de negócio para o consumidor precisa contar com a contribuição de várias pessoas dentro de uma empresa. Pode haver divergências e negativismo por parte dos colaboradores, mas é importante, nesse momento, entender claramente qual é o papel de cada um no processo de decisão. Um dos elementos fundamentais em uma campanha promocional é a questão da demanda por espaços na loja para expor a campanha. A montagem de stands, palcos, equipamentos deve ser preparada antecipadamente com planejamento. Todo plano deve sinalizar de forma clara os impactos tangíveis e intangíveis, que irá provocar e quem irá arcar com as consequências destes. A valorização de qualquer esforço que façamos em um plano também deve estar destacada. A comunicação da promoção pode beneficiar o resultado final com 3 pontos de destaque: Vendas internas do plano (para obter o comprometimento de todos os colaboradores) Material de apresentação (para enfocar somente nos principais pontos) 15 Material de apoio (para expor amostras, peças de comunicação da campanha) 8 MERCHANDISING Fonte:marketing.curadoriaemacao.com.br È o conjunto de prestação de serviços e de atividades no ponto-de-venda feito para o consumidor e desenvolvido pela indústria e comércio com o objetivo de explorar o impulso de compra e acelerar a rotatividade de um produto. É uma estratégia de comunicação realizada no ponto - de - venda. Dirige-se ao público final consumidor ou comprador empresarial. Utiliza técnicas que visam destacar o produto junto ao público. Busca motivar as compras por impulso. É uma atividade de comunicação próxima à venda. É uma derivação da palavra inglesa merchandising, que podemos traduzir, como operação com mercadorias. O Merchandising e a Promoção de vendas não são temas novos e já figuravam nos livros de Administração e Marketing como citado por Kotler (1996, apud BOSTON, ALLYN & BACON,1967, p. 401) “Os efeitos das promoções de vendas são geralmente mais mediatos e mensuráveis do que os da propaganda. No entanto, há pouca pesquisa e construção de modelos de decisão destinados a ela”. Alguns anos depois 16 o mesmo autor já apresentava a promoção de vendas como uma ferramenta de incentivo para estimular a compra mais rápida ou em maior volume por consumidor ou comerciante. Já Ferraciu de (1997, p.9) o autor destaca 20 significados diferentes de pelo menos 15 autores para a promoção de vendas, e conclui que: (...)a promoção de Vendas deine-se por si própria: é uma técnica de promover vendas. Promover implica fomentar, ser a causa, dar impulso, fazer avançar, provocar, diligenciar, desenvolver, originar, favorecer etc (...) A promoção de vendas prepara o caminho da execução das vendas, dando impulso a eles. Portanto, a promoção de vendas é dirigida a diversos segmentos de público, desde o vendedor até o comprador final, enquanto o merchandising é dirigido apenas ao comprador final. Algumas ações de promoção de vendas não visam uma venda imediata, mas criam condições favoráveis para que ela ocorra. O merchandising objetiva a venda imediata, estimulando as pessoas a agir por impulso, como é o caso de uma degustação. A promoção abrange um campo mais amplo em razão da diversidade do público atingido e do local onde se encontram. O merchandising atinge o seu alvo no ponto-de-venda e apenas o consumidor presente nesse local. 8.1 Merchandising Nos Novos Tempos O marketing no ponto de venda é caracterizado pelas ações realizadas diretamente no ponto e venda, essa estratégia é chamada de merchandising1 e o material curado ajudar a compreender melhor o que significa, do que é composta e traz exemplos de soluções criativas para atrair o consumidor. 1 A origem da palavra Merchandising é inglesa, que merchandising significa mercadoria ou indica o ato de fazer negócio. No texto também fala que a criatividade, que na publicidade é essencial, também é no merchandising. Fonte: https://www.significados.com.br/merchandising/ 17 9 PRODUTO Fonte: professormezzalira.com.br De acordo com Luciano Grocco (1996, p. 21) o conceito de produto é: Produto é um conceito bastante amplo em marketing, e se refere a qualquer coisa que é oferecida ao mercado para ser adquirida, usada ou apreciada. Assim, qualquer coisa pode ser tratada como um produto. O refrigerante é obviamente um produto, mas também são produtos: um corte de cabelo, um restaurante, um lugar para passar as férias, uma organização de qualquer tipo (tanto uma empresa como uma associação de bairro, um clube ou uma ONG), uma ideia pode ser considerada um produto ou mesmo uma pessoa... Por exemplo, a ideia de doar sangue pode ser trabalhada de forma a incentivar as pessoas a colaborar. Um produto pode ser apenas apreciado, como quando se visita um museu e se admira seu acervo. No processo de definição do produto, deve- se buscar esclarecer em que se consiste o produto, a quem se destina, para que serve, qual o desempenho, o que pode influenciar o cliente a optar por este produto frente aos dos concorrentes, e também definir o momento em que este é utilizado. Todas essas informações vão permitir a identificação dos critérios a serem avaliados e desenvolvidos em relação aos produtos da empresa. Existem três níveis que o produto apresenta: o primeiro nível, benefício central, é a razão de ser do produto; resume por que o consumidor está comprando o produto. O segundo nível é o denominado produto básico, que é o produto em si, formado pelo nível de qualidade que o produto terá, suas características, nome de marca, embalagem e design. O terceiro e último nível chama-se produto ampliado e envolve a oferta de serviços adicionais, como instalação, garantia, entrega e crédito. 18 Além dos níveis, os produtos possuem inúmeras formas de classificação. Uma classificação bastante usual refere-se à durabilidade, que vem a ser o tempo de vida que um produto tem na casa do consumidor. Os produtos podem ser classificados como: duráveis (ou seja, que resistem por muito tempo a inúmeras utilizações, por exemplo, eletrodomésticos); não-duráveis (que tem uma durabilidade limitada, como a maioria dos alimentos e produtos de higiene e limpeza); e, por fim, destinado a prestação de serviços (que não tem se quer durabilidade, pois extinguem-se no momento em que são executados). Por exemplo, o serviço de um corte de cabelos existe enquanto o cabelo é cortado; o resultado do corte durará algum tempo, mas a prestação do serviço em si tem uma duração muito pequena. Outra classificação comumente utilizada baseia-se no tipo de consumidor que usa o produto, este pode ser um bem de consumo ou um bem empresarial, ou seja, trata-se de saber se quem usa o produto é uma pessoa ou uma empresa. 10 CONSUMIDOR Fonte: medeirosdearaujo.adv.br Consumidor é uma pessoa, várias pessoas ou ainda empresas, que escolhem, compram ou utilizam produtos e serviços para uso próprio. Cobra (1997, p.62), afirma que a noção essencial do comportamento do consumidor implica que ele é influenciado pelas perspectivas econômicas, sobretudo com respeito ao princípio de utilidade ou da satisfação derivada do consumo. 19 No entanto, houve uma mudança de comportamento com o pós-guerra. Os consumidores, em muitos países assumiram uma maturidade financeira ocorrendo um fortalecimento em seus hábitos de consumo, isto a partir dos anos 60 e 70. No Brasil, isso ocorreu nos anos 90 com o surgimento do “Código do Consumidor”. O consumo maior e a crescente variedade de opções indicaram a prosperidade garantida e fizeram com que o varejo se organizasse de maneira extremamente profissional. Esse poder assumido pelos consumidores determinou a necessidade por parte das empresas de varejo em estudar profundamente o perfil do consumidor. É muito importante analisar a ocasião de consumo do produto, a forma de decisão do comprador, a dinâmica geral do PDV (Ponto de Venda). Sendo assim, a análise do perfil e quais as melhores oportunidades de abordagem ao consumidor são fatores fundamentais para o sucesso da promoção de vendas. 10.1 Entendendo o consumidor Simonetti (2009, p. 22 e 23) destaca os principais desafios do momento, o que torna importante observar mudanças de comportamento, conforme podemos ver que: Mais pessoas morando sozinhas, as famílias lideradas pelas mulheres, mulheres trabalhando fora de casa, mais casais sem filhos, necessidade de cuidar do corpo e saúde, ninguém quer ser comum, o consumidor está disposto a pagar pela exclusividade, existe um padrão de beleza, novos canais de compras (internet, celular), agilidade no atendimento, mais pessoas viajam e conhecem novas soluções, Consumidores mais velhos, muitas marcas e variedades para decidir. O aspecto social e psicológico do comportamento do consumidor apresenta um processo de compra com base na sua educação, orientação recebida ao longo dos anos e seu estilo de vida, também através fontes de informação que o atingem, como por exemplo, rádio, jornais, revistas, televisão etc. Os consumidores são a chave para qualquer negócio. As Empresas estão sempre procurando atrair novos clientes. Contudo, muitas delas não conseguem compreender que, a fidelidade dos clientes, em geral, é o fator mais importante que a quantidade de clientes que devem atrair. Da mesma forma que as Empresas devem procurar formar relações estratégicas, devem tentar vender para clientes estratégicos. 20 Os consumidores apresentarão vários motivos para justificar o desejo ou a necessidade de consumo. Utilizando um exemplo de uma empresa fabricante de calçados, conseguimos identificar o momento em que surge o desejo ou necessidade de consumir: proximidade das férias, preparação para alguma viagem, início da prática de algum esporte. A compreensão do comportamento humano se faz principalmente por meio da análise de suas necessidades satisfeitas. Isto é válido para a satisfação da compra. As necessidades são muitas vezes percebidas ou não pelas pessoas. Por exemplo: a compra de determinados produtos ou marcas são necessidades muitas vezes levadas a um nível emocional e não necessariamente a um nível racional. É fato que esse comportamento, acontece nos pontos de venda, ou seja, no varejo. Portanto, vamos agora saber o que é varejo,definições, os tipos de varejo sua natureza e sua importância. 10.2 Comportamento do Consumidor Para compreender o comportamento do consumidor no processo de decisão de compra é necessário primeiramente identificar seus desejos, necessidades e o que ele busca em um produto ou serviço. Conforme TOLEDO e VAZ (2008, p.6), “O principal objetivo do estudo do comportamento do consumidor é entender porque os consumidores tomam suas decisões de compra, como: quem compra, o que compra, quando compra, por que compra, onde compra e com que frequência compra”. Com estas informações, a empresa saberá qual o produto certo, no momento certo para oferecer ao cliente ideal. Como base orientadora, temos no marketing o modelo dos 4 P’s, aplicados pelas empresas para obter os resultados desejados de seus mercados, conforme suas estratégias, denominados em seu escopo de composto de marketing ou mix de marketing, classificados por McCarthy (apud KOTLER e KELLER, 2012) em produto, preço, promoção, praça, pessoas, processo, programas e performance. De acordo com BENJAMIN et al (2011, p. 78), o papel do marketing nas organizações tornou-se como “uma filosofia empresarial de como fazer negócios, englobando todo o conjunto de atividades de planejamento, concepção e 21 concretização, que visam à satisfação das necessidades dos clientes”, sendo isso feito através da identificação das necessidades e oportunidades, mostrando a importância de se orientar pelas necessidades e exigências do mercado. Ou seja, utilizando o marketing como fator primordial na tomada de decisões e levando em consideração o processo de decisão de compra do consumidor, a empresa tende a se sustentar diante de um mercado cada vez mais competitivo. Segundo MENEZES (2010), vários fatores influenciam na decisão de compra, são esses os culturais, sociais, pessoais e psicológicos. A influência cultural são as práticas e valores que formam o ser humano, tendo como fator motivacional os grupos sociais em que se está inserido, por exemplo a religião, a cultura do País, as normas, regras e costumes. Já, o fator social é formado pelo grupo de referência que é a família, amigos, o alto grau de influência sobre a sociedade, status. E, por fim, o fator pessoal é a capacidade humana de satisfazer sua necessidade própria e que muda de acordo com os outros fatores de influência. Conforme afirma Ferraciù (2007), o comportamento humano, os usos e costumes são os mais diferenciados no Brasil, seja pela formação étnica e cultural ou pelo tamanho do país. Dessa forma, toda promoção de vendas deve ser planejada de acordo com as culturas locais. Uma boa promoção em uma região pode não ser ideal em outra. O entendimento do comportamento humano sobre a influência psicológica se faz através do diagnóstico de suas necessidades, visto que todo o processo de tomada de decisão baseia-se na percepção das necessidades satisfeitas. As necessidades psicológicas surgem de estados de tensão psicológicos, como necessidades de reconhecimento, valor ou integração. (MENEZES, 2010). 10.3 O Processo de Decisão de Compra do Consumidor Estudiosos do Marketing definiram em cinco etapas o processo de decisão de compras do consumidor, sendo este processo decisivo para as empresas definirem quais são as reais necessidades e desejos dos seus clientes e decidirem quais estratégias de marketing tomarem em cada etapa. Conforme Kotler e Keller (2012), essas etapas são: 22 - Reconhecimento do problema – é o início do processo, onde o comprador reconhece um problema ou uma necessidade desencadeada por estímulos internos ou externos. Por exemplo, se uma pessoa sente fome ou sede, este é um estímulo interno. No segundo caso, em que a necessidade é provocada por estímulos externos, uma pessoa admira um carro novo de um amigo ou vê uma propaganda de férias na televisão, o que desencadeia ideias sobre a possibilidade de fazer uma compra. - Busca de informações – Os consumidores costumam buscar uma quantidade limitada de informação. Podemos esta busca entre dois níveis de interesse, o estado de busca mais moderada é denominado atenção elevada. Nesse nível, a pessoa está mais receptiva a informações sobre um produto. No outro nível, a pessoa embarca em uma busca ativa de informações: Ela procura saber a respeito, consultam os amigos, pesquisa na internet e visita lojas para saber mais sobre o produto. - Avaliação das alternativas – É a etapa em que o consumidor compara as informações de cada marca e faz um julgamento. Não existe um processo único usado por todos os consumidores, nem por um consumidor em todas as situações de compra. Em primeiro lugar, ele tenta satisfazer uma necessidade, depois, ele busca certos benefícios que o produto pode oferecer e por último o consumidor avalia cada produto como um conjunto de atributos com diferentes capacidades de entregar seus benefícios. - Decisão de compra – É consumidor cria preferências entre as marcas do conjunto de suas escolhas e também forma uma intenção de compra as marcas preferidas. Ao formar essa intenção, ele pode passar por cinco subdecisões: por marca (Marca A), decisão por revendedor (revendedor 2), decisão por quantidade (um celular), decisão por ocasião (fim de semana) e decisão por forma de pagamento (cartão de crédito). - Comportamento pós compra – Após a compra, o consumidor percebe vários aspectos sobre as marcas, ele pode adquirir vários conhecimentos a partir da aquisição do produto, formando assim um conceito sobre a marca, sendo ele satisfatório ou não. (Kotler e Keller, 2012) É importante que as empresas estejam sensíveis em todos os estágios e saibam em que momento investir suas ações para influenciar nas atitudes dos consumidores, para identificar quais as estratégias mais eficazes para atender as expectativas destes consumidores tornando-os fiéis. 23 10.4 Fidelização de clientes Fonte:carloshilsdorf.com.br Fidelizar um cliente se torna a cada dia mais difícil, com a ampla variedade de ofertas no mercado e visto que ele pode buscar um produto pelo preço, procurando o mais barato com o mesmo benefício que um similar que seja mais caro. Um exemplo disso são os remédios genéricos, pois têm o mesmo atributo funcional, porém com um preço reduzido. O principal objetivo da fidelização de clientes é evitar que eles comprem na concorrência, e em seguida, gerar lucros para a empresa. Em princípio, convém considerar que fidelidade é um tipo de comportamento complexo. Tanto no campo das relações afetivas quanto comerciais, fidelidade quer dizer, em síntese, confirmação de uma escolha, opção exclusiva e única por algo ou alguém e permanência dessa opção num determinado tempo (HELMER, 2007). Philip Kotler, afirma sobre a relação entre o marketing e a fidelização que “vemos a administração de marketing como a arte e a ciência da escolha de mercados-alvo e da captação, manutenção e fidelização de clientes por meio da criação, da entrega e da comunicação de um valor superior para o cliente.” (KOTLER, 2000, p.30). Neste caso, nos mostra que é através do Marketing que é possível fidelizar o cliente. Em contrapartida, Ferraciù (2007), afirma que é de se esperar que o consumidor traia a marca quando a promoção de vendas atrai, mas ele trai muito mais 24 depois, não dando fidelidade de compra ao produto, quando percebe que ele é mais vendido pelas ofertas ou descontos que dá do que pelos reais atributos e benefícios que possui. Isto é, se um produto reduz muito o seu preço, ou até mesmo vive em constante promoção, isso acaba o desvalorizando diante dos olhos do consumidor. Portanto, é necessário sim utilizar da promoção de vendas, porém, buscando sempre enfatizar o valor e a qualidade e não somente o preço do produto. Deve-se considerar que o consumidor tende a preferir uma marca forte com poucas vantagensdo que uma marca fraca ou não muito forte com muitas vantagens, pois não adianta fazer promoções para produtos que não vendem sem promoções, é necessário que o produto tenha um posicionamento estratégico e não passe a impressão de que sem a promoção nada mais tem a oferecer (FERRACIÙ, 2007). 11 FIDELIDADE À MARCA Para construir uma afinidade com o consumidor, a organização precisa atender à necessidade deste por meio de uma proposta de valor: “Valor, que é um conceito central do marketing, é a relação entre a somatória dos custos financeiros e emocionais envolvidos na aquisição desse produto”, focando no desenvolvimento de ativos e qualificação. KOTLER (2012, p. 130) Um ativo é algo que a empresa possui, tal como o nome de uma marca ou ponto de venda, superior ao da concorrência. A qualificação diz respeito ao que a empresa faz melhor que os seus concorrentes, tal como a propaganda, fabricação eficiente, atendimento e posicionamento. A fidelização à marca proporciona à empresa previsibilidade e segurança de demanda, além de criar barreiras que tornam mais difícil para outras empresas ingressarem no mercado. A fidelização estimula também a empresa fazer altos investimentos, esperando que o público fidelizado a acompanhe em algumas mudanças. Segundo Moutella (2002, p. 5), “clientes fiéis reclamam quando têm uma experiência ruim, porque querem ver seu problema resolvido, acreditam na marca/empresa e querem melhorá-la.” Sendo que quando ao contrário, os clientes infiéis além de não comprarem mais, falam mal da empresa ou da marca. Em um cenário de inserção de um novo produto no mercado, a promoção de vendas pode ter maiores impactos para o consumidor, uma vez que o cliente ainda 25 não criou laços com a marca. Já para clientes fidelizados, a promoção de vendas não tem o mesmo efeito, pois independente da promoção, o cliente não se deixa influencia por novas ações, mas agrega na sua avaliação de alternativas, conforme constatado na pesquisa. 11.1 Fidelização e Promoção de Vendas em Tempos de crise Diante de um mercado competitivo, em que os consumidores têm várias promoções ao seu dispor, muito acesso a informação e pouco tempo disponível, “é necessário encontrar alternativas que conquistem o cliente não apenas no bolso, mas de tal forma que façam com que ele se torne fiel aos seus serviços e mix”. Uma conquista difícil nos dias atuais, principalmente em meio à crise, mas não impossível, com ações simples, criativas e inovadoras, fazendo da fidelização um relacionamento de longo prazo. Um dado relevante mostra que a intenção de consumo das famílias (ICF), de acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), teve uma redução de 2,4% em setembro de 2015, na comparação com o mês anterior. (Exame, online, 2015). Isso mostra como o consumidor está mais preocupado e cuidadoso quando se trata de compras que podem comprometer o seu orçamento. Vale lembrar que esta pesquisa fez uma comparação, analisando o mesmo período do ano de 2014, e a queda chegou a 34,5%. Ou seja, é possível perceber uma redução bastante considerável em 2015, devido à crise que atingiu principalmente o setor varejista. Dessa forma, podemos analisar através de dados mais recentes que a economia do país está com a estrutura bastante abalada. Foi realizada outra pesquisa, desta vez pela multinacional inglesa Dunnhumby, onde foram entrevistados 700 brasileiros e através dela, foi analisado o seu consumo. A pesquisa apontou que o ambiente de crise levou dois terços dos consumidores a visitarem mais os supermercados a procura do melhor preço, e 80% começaram a poupar em alguns produtos para poder manter o padrão no que consideram mais importante. Ainda na mesma pesquisa, os resultados mostram que os clientes estão mais dispostos a substituir as marcas para economizar em produtos de limpeza, higiene e 26 perfumaria, além de massas, molhos e condimentos, 27% já trocaram de marca de shampoo e condicionador (Caleiro, Exame online). O rendimento real dos trabalhadores, segundo o IBGE, perdeu 0,7% na comparação entre 2012 e 2014, para 1.863 reais. O patamar também representa queda de 0,4 por cento sobre igual trimestre de 2014. De acordo com esta matéria da revista Exame online, “a Pnad Contínua tem abrangência nacional e vai substituir a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que leva em consideração dados apurados apenas em seis regiões metropolitanas do país. ” Isso trará uma melhor dimensão da real situação econômica vivida no país. A consequência de todos estes acontecimentos é que o mercado de trabalho brasileiro vem refletindo a situação econômica do país, com redução de crédito, inflação alta e expectativa de contração econômica neste ano, principalmente no que diz respeito ao comércio e setor varejista. Diante de tudo isso, as empresas devem despertar para uma necessidade explícita: desenvolver estratégias para atrair e reter seus clientes. Criar métodos que chamem a atenção e que fixe este cliente, inclusive fazendo com que ele propague para outras pessoas a sua satisfação com aquela compra. 12 VAREJO Fonte: designforum.com.br As mais antigas relíquias descobertas pelo comércio mostram a existência de atacadista e varejista em épocas bem remotas, de modo que Atenas, Alexandria e 27 Roma foram grandes áreas comerciais, e os gregos, conhecidos como excepcionais comerciantes, conforme afirma Henry Richert no livro Retailing: principles and practices (1954). Antes de continuar o histórico do varejo, vale uma ressalva sobre as diferenças entre varejistas e atacadistas. Deve-se ressaltar que ambos, atacadistas e varejistas, auxiliam a colocar o produto do fabricante no mercado, cada um com estratégias de operação diferentes. Os atacadistas adquirem as mercadorias dos fabricantes e as vendem para os varejistas, que, por sua vez, vendem-nas para o consumidor final. No processo de satisfazer às necessidades dos clientes, tanto varejista quanto atacadista tomam as decisões a respeito de compra e manuseio das mercadorias, informando os clientes e os fornecedores, assim como vendendo os produtos. Á evolução do varejo, na época do Império Romano, as lojas tornaram-se muito numerosas em Roma e em outras cidades imperiais. Apareceram vários “shopping centers” em Roma. A maioria das lojas tinha uma placa do lado de fora para designar o tipo de mercadoria trabalhada. A queda do Império Romano demonstrou também uma queda da estrutura do varejo na época. O varejo, como elemento intermediário dos sistemas produtivos, deu-se nos Estados Unidos e na Inglaterra, no século XIX, quando surgiram as chamadas general stores, ou lojas de mercadorias gerais, as quais comercializavam praticamente todos os tipos de mercadorias: alimentos, tecidos, utilidades domésticas, armas e munições, ferramentas, entre diversas outras. Em 1886 teve início a Sears, um varejo que vendia por meio de catálogos, que mais tarde transformou-se em loja de departamento. No Brasil, o varejo é tal qual se conhece hoje; iniciou-se no final do século XIX, com o início da industrialização e o surgimento dos meios e vias de transporte. Os historiadores citam o Visconde de Mauá como um dos primeiros e dos mais importantes varejistas, além de ser responsável por fundações de bancos, construção de estradas de ferro, estaleiros, indústrias e investimentos importantes em companhias de iluminação a gás, no Rio de Janeiro. Nos períodos seguintes surgiram novos comerciantes e estabelecimentos que fizeram história no varejo brasileiro, tais como a Casa Masson (1871), as Casas Pernambucanas (1906), a Mesbla e a Casa Anglo-Brasileira (1913) – exemplos de lojas de departamentos, instaladas nos principais centros urbanos do país. Em termos 28 históricos, o desenvolvimento mais concreto do varejo aconteceu no períodologo após a Segunda Guerra, quando teve início o declínio do setor atacadista tradicional, que dominava tanto o setor produtivo como distributivo. A partir daí houve o aumento da concentração dos negócios de varejo. A evolução histórica tanto do varejo brasileiro quanto o de outros países está diretamente relacionada ao cenário em que se assenta a infraestrutura das cidades. Além disso, necessitam principalmente de uma concentração mercadológica que pressupõe a existência de pessoas, dinheiro, autoridade para comprar e, evidentemente, disposição para comprar. Adicionalmente à facilidade de transporte e comunicações, é determinante para o crescimento varejista o próprio crescimento das cidades. Basta comparar o comércio varejista de algumas capitais mais populosas com o das cidades interioranas para constatar essa evolução. 12.1 Definições de varejo Existem várias definições para varejo. Sua essência é a comercialização de produtos e serviços a consumidores finais. Henry Richter (1954, p.53) define bem esse processo: “Varejo é o processo de compra de produtos em quantidade relativamente grande dos produtores atacadistas e outros fornecedores e posterior venda em quantidades menores ao consumidor final”. Outra definição usada por muitos autores é que o varejo consiste na atividade comercial responsável por providenciar mercadorias e serviços desejados pelos consumidores. No entanto, a definição mais utilizada é a fornecida pela American Marketing Association, na qual o varejo é definido como uma unidade de negócios que compra mercadorias de fabricantes, atacadistas e outros distribuidores e vende diretamente a consumidores finais e, eventualmente, a outros consumidores. Uma das definições mais abrangentes em relação ao varejo, contudo, encontra- se nas publicações de Philip Kotler, nas quais o autor afirma que o varejo inclui todas as atividades envolvidas na venda de bens ou serviços diretamente aos consumidores finais para uso pessoal. Qualquer organização que utiliza essa forma de venda, seja ela fabricante, atacadista ou varejista, está praticando varejo. Não importa a maneira pela qual os bens ou serviços são vendidos se são vendas pessoais, pelos correios, 29 por telefone ou por máquina automática, ou onde elas são efetuadas – se em loja, na rua ou residência. As definições de varejo apresentam um aspecto importante em relação à comercialização. Sendo assim, pode-se concluir que o varejo tem como condição básica de sua prática a comercialização de produtos ou serviços a consumidores finais, não importando a natureza da organização que o exerce e tampouco o local em que está sendo praticado. 12.2 Administração do varejo O varejo, como qualquer outro empreendimento, precisa de uma boa administração e de administradores, que planejem, organizem, dirijam e controlem o crescimento, a sobrevivência e o futuro dos seus negócios. Caso contrário, verão seus esforços desmoronar mediante a concorrência e a competitividade existente no setor. 12.3 Funções do administrador varejista As funções desempenhadas pelos administradores estarão sempre ligadas ao tamanho da estrutura da organização. Conforme for essa estrutura, a administração poderá ser dividida por especializadas (normalmente grandes estruturas) ou poderão estar centralizadas somente em uma pessoa (como nas estruturas pequenas). Tais funções serão estabelecidas segundo a cultura de cada organização. A Tabela apresenta algumas funções básicas e complementares desenvolvidas pelo administrador de varejo. 30 12.4 Variáveis do marketing varejista A Figura mostra todo o processo mercadológico, independente do segmento de mercado em que as variáveis incontroláveis influenciam o composto de marketing. A figura demonstra o fato de que o setor varejista faz parte do sistema de distribuição, uma das variáveis controláveis. Deve-se observar que será a administração da empresa varejista que decidirá quais variáveis controláveis sofrerão influências das variáveis incontroláveis do ambiente em que está inserido. 12.5 Variáveis controláveis do varejo Os primeiros estudos desenvolvidos sobre variáveis controláveis do varejo foram feitos por William Lazer e Eugene Keiley (1961). Segundo os autores, as principais variáveis do composto de marketing varejista são: Subcomposto de produtos e serviços • Componentes: Serviços de venda – Variedade e sortimento – Serviços ao cliente – Crédito – Linha de preços – Garantias e trocas – Alterações e ajustes – Imagem da loja. 31 • Entregas. Subcomposto de comunicação • Componentes: Venda pessoal – Vitrines – Displays – Relações Públicas – Layout. • Catálogos – Televendas. Subcomposto de distribuição • Componentes: Local da loja – Centros de distribuição – Armazéns – Manuseio de mercadorias – Empacotamento. 12.6 Variáveis incontroláveis As atividades varejistas sofrem importantes influências dos fatores ambientais. Sabe-se, por exemplo, que quedas e altas da economia ajudam ou prejudicam certos negócios, motivos pelos quais as variáveis incontroláveis devem ser analisadas por setores ou até mesmo por empresas individuais. Observa-se, também, que as ameaças e oportunidades causadas por essas variáveis dependerão do tipo de negócio do varejista. Variáveis incontroláveis que afetam o setor de varejo: Demográficas – mudanças nos padrões demográficos, tais como idade, índice de natalidade, estado civil, instrução, crença religiosa, etnia, renda salarial, níveis culturais; periodicamente forçam os administradores do varejo a adaptarem os produtos com os quais atuam ou até mesmo a localização das lojas, em virtude de mudanças em tais padrões e nas exigências de cada segmento. Econômicas – papel importante no setor de varejo. Por meio de medidas governamentais, inflação, mudança de câmbio, valorização, recessão, renda do consumidor desindexações pode haver necessidade de se adaptar ou mudar produtos. Fator que obriga os varejistas a criarem estratégias para cada momento instituído pela economia. Políticas – as diferentes ideologias e princípios que orientam as decisões políticas mudam os diversos aspectos da comercialização. Legais – as leis, regulamentações e normas federais, estaduais e municipais afetam diretamente a administração das organizações de varejo, pois uma empresa 32 não funciona apenas de acordo com seu próprio conjunto de regas, mas, sim, submetida às regras do entorno. Sociais – formado pelas pessoas de uma sociedade, seus valores, crenças e comportamentos, bem como seus interesses relativos a esses aspectos. Tecnológicas – as inovações e os aperfeiçoamentos técnicos têm tornado os varejistas mais competitivos, possibilitando a esse setor a oportunidade de oferecer aos clientes novos valores. Culturais – visto pelos varejistas como um fator importante, principalmente no mercado religioso. Concorrência – dificilmente uma organização é única no fornecimento de determinado produto ou serviço. Os meios acadêmicos aceitam universalmente esse conceito, mas existem algumas limitações. Stanley Hollander, por exemplo, na obra The Wheel of Retailing, afirma que o ciclo não é válido para todo tipo de varejo e cita vários casos que confirmam ou não tal assertiva. No entanto, as hipóteses são válidas para explicar o padrão comum em economia industrializada em expansão. 13 CICLO DE VIDA DO VAREJO Como as organizações e os produtos, o varejo também tem o seu ciclo de vida, o qual está dividido nas seguintes fases: introdução, crescimento, maturidade e declínio. A duração de cada uma dessas fases é diferente para cada situação. As características básicas de cada fase do ciclo de vida são: Introdução – lento crescimento em vendas, altas despesas de promoção, preços altos e margens altas para compensar os baixos volumes. Crescimento –vendas crescem, despesas promocionais continuam altas, mas proporcionalmente menores, quando comparadas às vendas. Esforços de propaganda podem ser diminuídos e os lucros totais crescem rapidamente. Maturidade – taxas de crescimento das vendas diminuem, não há condições de manutenção das altas margens unitárias, despesas com propaganda são contidas, segmentação começa a dar sinal de evolução. Nessa fase, começa a se pensar em aperfeiçoamentos e atualizações. 33 Vendas caem rapidamente, porém nem sempre os lucros caem na mesma proporção, já que as despesas com propaganda e promoção podem ser reduzidas e a empresa viver de venda para clientes fiéis. O ciclo de vida das empresas varejistas. Fonte: Las Casas, A. Marketing: conceitos, exercícios e casos. A curva apresentada possibilita ao administrador formular não só as estratégias para determinadas fases da empresa, mas também auxiliam o administrador a adaptar-se a cada uma delas. Os conceitos de ciclo de varejo, no entanto, baseiam- se nos estudos de Malcolm McNair, publicados em The case method at the Harvard Business School, a visão sobre o desenvolvimento varejista, segundo a teoria do ciclo de varejo, a qual aponta que: Normalmente os novos tipos de varejistas se introduzem no mercado atuando com preços baixos, baixa margem ou mesmo com baixo status. Com o tempo é que vão adquirindo estabelecimento, e, precisando de mais investimentos, acabam por elevar seus preços operacionais. Quando alcançam os estágios de maturidade, seus custos operacionais estão mais elevados, os preços de suas mercadorias também estão mais altos. Nessa fase, ficam mais vulneráveis aos fornecedores que trabalham ainda em padrões de preços baixos. Por exemplo, as lojas de departamento que, no início, são fortes concorrentes para os pequenos varejos, por sua vez são vulneráveis às lojas de desconto. O varejo é um dos elementos do processo que se aproxima do consumidor. É no varejo que ele interage pela primeira vez com os produtos, busca informações e 34 tem momentos de lazer. O setor de varejo é um dos mais dinâmicos da economia, pois acompanha a evolução e as mudanças do consumidor. Segundo Grocco (ano 1996,p.12) a definição de varejo é: Varejo é um conjunto de atividades de negócios que adiciona valor a produtos a serviços vendidos a consumidores para seu uso pessoal e familiar. Um varejista é o último elo que liga os fabricantes dos produtos ao consumidor final e executa funções fundamentais: como permitir que o consumidor compre a quantidade desejada de produtos, pois em geral, o fabricante vende em lotes maiores ou em caixas fechadas com muitas unidades; mantem estoque, para que os produtos estejam disponíveis quando o consumidor desejar compra-los: fornece serviços que facilitam a compra e o uso dos produtos, por exemplo, manter vendedor para dar explicações, dispor os produtos de maneira a facilitar o processo de decisão ou mesmo criar mecanismos de financiamentos e entrega. As instituições varejistas são classificadas como: a) Varejo com loja, ou seja, um ponto de venda em que o consumidor tem acesso físico ao produto. A loja (ponto de venda) pode ser classificada como: Loja sem check-outs (caixa para pagamento), por exemplo, bar, boteco, padaria, trabalha geralmente com lanches e bebidas. Loja com check-outs (caixa para pagamento), por exemplo, loja de conveniência, supermercado e hipermercado. b) Varejo sem loja, os consumidores podem comprar por intermédio de um serviço de telefone ou pela internet a partir de seu local de trabalho ou no conforto de sua casa. A assertividade na abordagem dos consumidores no varejo, considerando as diferentes formas de venda, se dará através de conceitos e estudos propostos pelos profissionais de marketing que buscam entender as razões pelas quais os indivíduos se envolvem no processo de compra e quais os elementos que se relacionam com suas decisões. 13.1 4 Ações de marketing promocional essenciais no varejo A importância de criar uma relação de proximidade com o consumidor é cada vez mais latente no mercado, principalmente no varejo, que teve a maior queda de vendas nos últimos 14 anos, segundo dados do IBGE no primeiro trimestre de 2017. Por isso, planejar ações de marketing promocional é primordial para melhorar o desempenho financeiro, seja em grandes negócios ou em pequenos comércios. 35 As ações de marketing promocional envolvem toda a comunicação de uma marca que busca ampliar seu valor por meio de técnicas promocionais e pontos de contato que ativem a compra, segundo define a Associação de Marketing Promocional (AMPRO). Na prática, o marketing promocional tem o propósito de construir e consolidar uma marca, assim como promover as vendas e fidelizar clientes. Tais estratégias podem utilizar desde ações mais comuns, como ofertas, distribuição de brindes e amostras, como outras mais elaboradas, como promoções em redes sociais e atividades que proporcionam uma experiência diferente ao público-alvo, também chamadas de live marketing. 13.2 Sugestões de Ações de Marketing Promocional Uma das pesquisas mais recentes da AMPRO sobre o tema mostra que as ações de marketing promocional estão entre as estratégias mais utilizadas para tentar alavancar as vendas, adotadas por 62% das empresas entrevistadas. Seja uma ação de marketing promocional mais básica ou algo mais elaborado, o planejamento é essencial para que a campanha seja um sucesso. A sugestão é realizar as atividades com datas e produtos bem definidos, considerando também a sazonalidade e os períodos comemorativos. Controlar os resultados das campanhas também é muito importante para analisar se a estratégia de marketing promocional tem sido efetiva ou se será necessário fazer interferências para torná-la mais atrativa ou, ainda, verificar tendências para promoções futuras. 1. CRIE PROGRAMAS DE INCENTIVO Programas de incentivo são uma boa opção para fidelização. Com base em estratégias de pontuação ou benefícios acumulados, o consumidor que compra com mais frequência terá direito à troca de pontos por produtos, viagens, prêmios, descontos, entre outras vantagens. E isso pode ser aplicado tanto em grandes redes, como já faz o Carrefour e o Extra com seus cartões de crédito exclusivos, como para 36 empreendimentos menores, que podem usar cupons ou mesmo as próprias notas fiscais para oferecer regalias aos clientes mais fiéis. No entanto, pesquisar o tipo de premiação que o consumir tem mais interesse é fundamental para o sucesso desse tipo de campanha. Adequar a bonificação ao consumidor ajuda não somente na fidelização à loja, mas também contribui para o aumento das vendas. Um bom exemplo foi de uma rede de supermercados Coop, que atua na região do ABC Paulista e interior, que fez uma campanha na qual concedia “selos” a cada R$ 50,00 em compras. Ao completar um número mínimo de selos, o consumidor poderia escolher um dos modelos de faca e utensílios de cozinha disponíveis na coleção. 2. OFEREÇA BRINDES REALMENTE ÚTEIS Os brindes são ótimas ferramentas de marketing promocional, quando bem selecionados. A grande sacada é o oferecimento de produtos que realmente serão úteis ao público, além de gerar maior visibilidade à marca. Com a utilização de brindes cria-se uma simpatia com os clientes, e esse fator se intensifica quando existe uma ligação mais forte com a marca. Desta forma, o shopper utilizará o “mimo” com frequência e, consequentemente, vai se lembrar constantemente da empresa. Foi o que fez o Clube de Vinhos Wine. Todo mês, ele envia aos seus assinantes um corta-gotas personalizado para ser utilizado junto com as garrafas compradas, tornando a marca presente também durante o consumo da bebida. 3. DISTRIBUA AMOSTRAS EM LOCAIS ESTRATÉGICOS Se o brinde procura construir uma relação maisforte do consumidor com a marca, as amostras atuam de maneira mais direta nas vendas: oferecendo uma prévia do produto ou serviço a ser comercializado. Aí, entram as degustações e demonstrações geralmente realizadas com promotores de venda em campo. Mas não basta somente escolher um local de grande circulação e sair distribuindo amostras. Para conseguir bons resultados, é fundamental um estudo sobre o ambiente em que será realizada a ação, de modo a garantir que as amostras 37 chegarão aos consumidores que realmente se interessam por aquele tipo de produto e também seja feito o acompanhamento das vendas do item naquele PDV. Por exemplo, uma marca de isotônicos pode distribuir amostras grátis do produto em um evento esportivo. Uma fabricante de cookies sem glúten e sem açúcar pode fazer uma degustação em uma academia. 4. PROMOVA EXPERIÊNCIAS DIFERENTES E CRIATIVAS Dentro do live marketing, um dos conceitos principais é envolver o consumidor com a sua marca, de modo a gerar um grande engajamento do público. Isso geralmente é alcançado com campanhas criativas, que gerem uma experiência diferente e incomum. Veja só o exemplo da P&G durante os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. A empresa criou a Casa da Família, montada em um hotel no bairro de São Conrado, no qual os visitantes puderam usufruir de tratamentos de beleza e higiene usando produtos da marca de maneira gratuita. Já a Claro, aproveitou o verão para divulgar sua marca no litoral gaúcho de forma inovadora. Em uma parceria com um estacionamento local, ela oferecia o serviço de manobrista para os clientes que iam passar o dia na praia. Uma boa maneira de agradar e fidelizar o público, não é mesmo? 38 14 O PONTO DE COMPRA Fonte: br.advfn.com A localização do produto é muito importante para atrair o comprador. Logo a disposição e forma de exposição dos produtos pode ajudar na concretização da compra. A entrada à loja é chamada de zona de descompressão, em que se dá a transição da ansiedade com que o consumidor ou comprador chega da rua para a distração. Uma boa sugestão para essas áreas é mantermos uma zona promocional ou interativa para tentarmos diminuir o ritmo dessa ansiedade. Expor bem os produtos pode também estimular a compra dos produtos. Alguns elementos importantes, nesse caso, são: imagem, aromas, som, iluminação e climatização. Entender o cliente, mapear as oportunidades, utilizar ferramentas do Trade Marketing e conhecer o ponto de compra são itens fundamentais para a execução de uma promoção assertiva de vendas. 39 14.1 Mapeamento das Oportunidades O comprador pode ou não ser o consumidor do produto por isso a comunicação adotada para chamar a atenção do comprador deve sempre levar em consideração o comprador, sendo objetiva. Não adianta colocarmos nas peças de comunicação uma linguagem detalhada e técnica sobre, por exemplo vinhos em um supermercado, se é um leigo quem vai comprá-lo. O comprador pode ter um influenciador, ajudando-o a definir a compra de acordo com o exemplo a seguir: Uma criança pode até indicar que quer um jogo de uma determinada marca e assim agir como um influenciador da decisão de compras. Para um mesmo produto, o perfil do comprador pode variar, o exemplo da cerveja é um clássico nesse aspecto. Nos supermercados, o perfil do comprador é predominantemente feminino. Já em lojas de conveniência, observamos que os homens entre 20 a 45 anos são os maiores compradores de cerveja. A linha de comunicação da mesma marca e embalagem de uma cerveja precisa falar com públicos diferentes. Uma vez estabelecido o perfil do comprador e do consumidor, devemos analisar a forma de gerar o consumo do produto. A empresa 3M, por exemplo, é reconhecida no mercado pela postura inovadora, utiliza-se o post-it, bloco de anotações, para colar. Trata-se de uma invenção que surgiu por meio de uma cola de pouca adesão, que não deixava marcas, e que por acaso, foi utilizada para juntar os papéis de um amigo do pesquisador. Foram, posteriormente, distribuídas amostras. Com isso, houve uma necessidade de consumo estabelecida pelo fabricante e solicitada pelo consumidor, seduzido pelos benefícios do produto. 40 BIBLIOGRAFIA BERNARDINO, Eliane C. et al. Marketing de Varejo. 3ª ed. Rio de Janeiro: FGV editora, 2008. BLACKWELL, R. D., MINIARD, P. W.; ENGEL, J. F. 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Mas reduzir aleatoriamente o preço dos produtos ou oferecer brindes e prêmios só para imitar os concorrentes nem sempre traz bons resultados. “Antes de fazer qualquer tipo de promoção, é preciso saber a que propósito ela servirá e qual impacto financeiro pode trazer para a empresa”, diz Kito Manzano, presidente da Associação de Marketing Promocional (Ampro). A oferta deve ter um objetivo claro, um desconto que não comprometa a rentabilidade da empresa, prazo definido para terminar e uma comunicação que atinja diretamente o público-alvo da marca. Com planejamento detalhado, metas claras e a ajuda da tecnologia para anunciar as ofertas aos consumidores certos, a promoção pode ser uma ferramenta eficiente e barata para que os pequenos e médios varejistas divulguem sua marca e seus produtos e aumentem as vendas. Exame PME ouviu especialistas e empreendedores para saber que aspectos é preciso considerar para fazer uma promoção com inteligência e obter bons resultados com o menor investimento possível. Veja quais são. Qual o objetivo? O propósito da promoção pode ser aumentar as vendas, divulgar novos produtos, conquistar novos clientes ou fidelizar os antigos. Ao 44 perceber que as metas de vendas estão longe de ser atingidas e o estoque está cheio, a empresa pode reduzir os preços temporariamente para tentar reverter o quadro. Já nos períodos em que os consumidores estão naturalmente mais dispostos a comprar, como nas trocas de estação, os descontos podem ser um estímulo adicional para que eles levem mais produtos para casa, aumentando o valor do tíquete médio. A promoção também pode funcionar como uma propaganda barata dos novos produtos. Mais clientes: Outra meta pode ser a conquista de novos consumidores, já que os descontos são uma forma de despertar o interesse pela marca e seus produtos — mesmo para quem nunca tinha ouvido falar daquela empresa antes. Hoje é comum que muitas marcas condicionem a participação dos consumidores nas promoções ao preenchimento de um cadastro ou à assinatura nas redes sociais. Assim, elas formam um banco de dados e podem se comunicar com esses clientes em outras ocasiões. Premiar os consumidores que fazem compras recorrentes ou de valores mais altos também é uma forma de recompensar a preferência que eles dão à empresa e fidelizá-los. Pode ainda estimular os demais clientes a comprar mais para ter acesso a melhores condições de pagamento. Que produtos pôr em oferta? Os descontos podem ser aplicados em apenas uma peça, em várias peças ou em todo o estoque da loja. O importante é que os produtos selecionados para entrar em oferta ajudem a alcançar o objetivo da promoção. Para escolher que peças terão o preço reduzido, o consultor especializado em gestão Diego Báez, sócio da Heartman House, recomenda dividi-las em dois tipos: as mais vendáveis (que têm mais saída e 45 normalmente são mais baratas do que a média do estoque) e as mais rentáveis (que não costumam ser as mais vendidas, mas têm uma margem de lucro maior e ajudam a empresa a se diferenciar dos concorrentes). Os produtos que estão na lista dos mais vendidos pela empresa são, naturalmente, mais conhecidos pelos clientes e comprados com mais frequência. “Para quem quer aumentar as vendas, esses são os itens adequados para entrar na promoção”, afirma Báez. Ao colocá-los em oferta, o fluxo de clientes na loja tende a crescer — quem estava há um tempo sem comprar vai querer aproveitar os bons preços. Isso ajuda não apenas a aumentar as vendas dos itens com desconto, como de tudo o mais que estiver nas prateleiras. Quando o propósito da promoção é conquistar novos clientes, os produtos que devem entrar em oferta são os mais rentáveis. Esses itens costumam ter margem de lucro maior porque são mais elaborados e valorizados pelos consumidores — mas não estão entre os mais vendidos, porque normalmente custam mais caro. Ao colocá-los em promoção, a empresa chama a atenção para a marca e atrai também consumidores que não costumam comprar ali. Dar desconto nos produtos mais rentáveis apenas para clientes especiais é uma boa maneira de fidelizá-los. Quem faz uma compra acima de 2.000 reais numa loja de roupas, por exemplo, pode ganhar uma peça mais cara como brinde. A empresa pode ainda ligar para os clientes mais antigos e informá- los que, se eles forem à loja em determinado período, terão um desconto significativo na compra dos itens mais rentáveis. Lançamentos: O único tipo de produto que não deve ser vendido com desconto são os recém-lançados. “Uma vez que o cliente conhece o produto com preço reduzido, dificilmente ele vai querer comprar pelo preço cheio”, afirma a consultora de gestão Bibiana Carneiro, sócia da BCME Consulting. 46 Nesse caso, o melhor é criar uma promoção diferente, oferecendo amostras grátis ou degustações. Foi o que fez o gaúcho Giancarlo Zanetello, de 54 anos, dono da Saúde no Copo, rede de franquias de lanchonetes sediada em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Como o cardápio era formado por sucos, lanches saudáveis e outros alimentos de baixa caloria, as vendas costumavam cair bruscamente no inverno. Para aumentar as receitas da estação, em 2011, Zanetello elaborou um cardápio diferente para os dias frios, com cafés, sopas e outros pratos quentes. E lançou uma promoção para divulgar a novidade. A empresa espalhou seis outdoors pela capital gaúcha pedindo para o consumidor mandar um SMS para o telefone da loja. Quem enviasse a mensagem receberia pelo celular um vale que daria direito a um caldo quente de abóbora — um dos destaques do novo menu. Durante 45 dias, 2.600 pessoas foram às duas lojas cadastradas pela Saúde no Copo para experimentar o creme e 30% consumiram algum outro produto. “Os clientes aprovaram o novo cardápio e mais gente passou a frequentar a loja durante todo o ano”, diz Zanetello. Com a promoção, o movimento naquele inverno aumentou 15% em relação a 2010, as vendas nos dias frios ficaram mais próximas dos resultados obtidos no verão e o faturamento subiu 21% em 2011, chegando a quase 4 milhões de reais. No ano passado, com 16 lojas, a Saúde no Copo faturou 6 milhões de reais. De quanto deve ser o desconto? O primeiro passo é avaliar as finanças da empresa. A promoção pode ser encarada apenas como uma ação de marketing ou ela deve dar lucro? É simplesmente um investimento ou precisa gerar receita? Quem cria uma oferta com o objetivo de vender mais ou atrair novos clientes, normalmente está preocupado em trazer mais dinheiro para o caixa. 47 Já as empresas que buscam fidelizar clientes ou apresentar novos produtos podem gastar os recursos sem contar com retorno imediato. A Saúde no Copo, por exemplo, usou parte da verba de publicidade para distribuir os produtos gratuitamente e, como resultado, conseguiu divulgar os novos itens do cardápio — mas não estava preocupada com o lucro. Em casos como esse, o desconto pode ser de 100%, já que a empresa estava preparada para gastar todo o dinheiro. No azul: Há ainda situações em que os empreendedores simplesmente optam por vender o produto pelo preço de custo. Isso costuma ocorrer quando a promoção não visa ao lucro, mas a empresa precisa de capital de giro naquele
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