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PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES URBANOS Carlla Portal Volpatto Plano Diretor de Mobilidade Urbana Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever o processo de elaboração do Plano Diretor de Mobilidade Urbana. Discutir a importância do PDMU para a sociedade. Analisar os benefícios e as limitações do desenvolvimento e da atu- alização do PDMU. Introdução O Brasil enfrenta problemas relacionados à circulação e à infraestrutura de transportes que vêm se intensificando nas últimas décadas. A Política Nacional de Mobilidade Urbana estabelece princípios para a criação de uma mobilidade urbana sustentável, propondo a elaboração de planos diretores de transportes urbanos para as cidades com mais de 20 mil habitantes. Embora essa lei esteja em vigor, seus conceitos e objetivos estão sendo pouco aplicados nas cidades brasileiras. Neste capítulo, você vai compreender a importância do Plano Diretor de Mobilidade Urbana (PDMU) para a população brasileira, conferindo suas vantagens, desvantagens e aplicação. A legislação A Constituição Federal brasileira, em seus artigos 21 e 182, estabelece as diretrizes sobre o transporte urbano e os planos diretores municipais (BRA- SIL, 1988). O objetivo dessas diretrizes é integrar os diferentes modos de transporte, gerando, assim, melhorias na acessibilidade e na mobilidade das pessoas. De acordo com o art. 21, compete à União instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos. Já o art. 182 dispõe o seguinte: Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Pú- blico municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. § 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. § 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exi- gências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor. § 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro. § 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: I - parcelamento ou edificação compulsórios; II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais (BRASIL, 1988, documento on-line). A chamada Lei da Mobilidade Urbana (Lei 12.587/12) impõe aos municípios a tarefa de planejar e executar tal política (BRASIL, 2012). Ela exige que os municípios com população acima de 20 mil habitantes elaborem e apresentem um plano de mobilidade urbana, com o objetivo de planejar o crescimento das cidades de forma ordenada. A norma estabelece que esses planos priorizem os serviços de transporte público coletivo, assim como o modo de transporte não motorizado. Segundo o artigo 24 da Lei, o PDMU deve contemplar: I - os serviços de transporte público coletivo; II - a circulação viária; III - as infraestruturas do sistema de mobilidade urbana, incluindo as ciclo- vias e ciclofaixas; IV - a acessibilidade para pessoas com deficiência e restrição de mobilidade; V - a integração dos modos de transporte público e destes com os privados e os não motorizados; Plano Diretor de Mobilidade Urbana2 VI - a operação e o disciplinamento do transporte de carga na infraestrutura viária; VII - os polos geradores de viagens; VIII - as áreas de estacionamentos públicos e privados, gratuitos ou onerosos; IX - as áreas e horários de acesso e circulação restrita ou controlada; X - os mecanismos e instrumentos de financiamento do transporte público coletivo e da infraestrutura de mobilidade urbana; e XI - a sistemática de avaliação, revisão e atualização periódica do Plano de Mobilidade Urbana em prazo não superior a 10 (dez) anos (BRASIL, 2012, documento on-line). O artigo 18 dessa lei traz ainda as atribuições dos municípios: I - planejar, executar e avaliar a política de mobilidade urbana, bem como promover a regulamentação dos serviços de transporte urbano; II - prestar, direta, indiretamente ou por gestão associada, os serviços de transporte público coletivo urbano, que têm caráter essencial; III - capacitar pessoas e desenvolver as instituições vinculadas à política de mobilidade urbana do Município (BRASIL, 2012, documento on-line). O planejamento urbano, que aparece como uma das diretrizes do Estatuto da Cidade (Lei nº. 10.257, de 10 de julho de 2001), é um instrumento fundamental para o desen- volvimento sustentável das cidades no Brasil. Elaboração do PDMU O processo de construção do PDMU tem início com a criação de uma equipe, composta por pessoas de diferentes áreas do conhecimento (como arquitetos, engenheiros, geógrafos e sociólogos), que fará o diagnóstico da situação atual do trânsito e da mobilidade urbana da cidade. Essa equipe deve considerar e integrar os demais planos existentes e fazer o levantamento das necessidades identifi cadas pelos diversos atores que compõem a sociedade organizada. O cidadão deve participar e expor sua opinião, assim como suas necessidades de mobilidade e acessibilidade. Machado (2019) apresenta quatro passos para a elaboração do PDMU; essas etapas também estão presentes no PlanMob, um caderno de referência 3Plano Diretor de Mobilidade Urbana para o desenvolvimento do PDMU. A primeira etapa consiste nas análises preliminares, abrangendo também a seleção de atores e a participação da sociedade e das estruturas de gestão. Na segunda etapa, são definidos os objetivos do plano, a área de intervenção, bem como as metas e as prioridades. A terceira etapa consiste na cooperação para a elaboração do PDMU, do termo de referência que antecede a licitação, do plano de trabalho e do cronograma. A quarta e última etapa para a elaboração do Plano envolve a realização de um diagnóstico, a análise de cenários e a avaliação de impactos, bem como a criação de um programa de ação, a proposição de indicadores de desempenho e a consolidação do plano. Cabe lembrar que essas quatro etapas se referem aos trabalhos para a elaboração do PDMU, e não para a sua realização efetiva. O Ministério das Cidades, hoje parte do Ministério do Desenvolvimento Regional, desenvolveu em 2015 um caderno de referência para a elaboração do PDMU, intitulado PlanMob, que está disponível no link a seguir. https://qrgo.page.link/8iAuy O instituto de pesquisa WRI Brasil auxilia os governos na implementação de projetos e políticas públicas e orienta líderes do setor privado e da sociedade civil para o desenvolvimento de estratégias e a adoção de práticas capazes de criar oportunidades econômicas sustentáveis. O material elaborado pelo WRI Brasil tem como público-alvo gestores e técnicos do setor público, consultores e lideranças políticas envolvidas na elaboração dos planos (OPPERMANN et al. 2017). As orientações elaboradas pelo instituto não definem técnicas detalhadas, pois pretendem ser adaptáveis às cidades com distintos portes e complexidades. Quando necessário, trabalhos técnicos e ferramentas especí- ficas devem ser aplicados. A Figura 1 apresenta os sete passos criados pelo WRI Brasil para estimular e auxiliar cidades na construção de seus PDMUs, por meio de orientações e recomendações de natureza prática. Plano Diretor de Mobilidade Urbana4 Figura 1. Ciclo de atividadespara a criação do Plano Diretor de Mobilidade Urbana. Fonte: Oppermann et al. (2017, documento on-line). O método para elaboração do PDMU foi inspirado no material intitulado Guidelines — Developing and Implementig Sustainable Urban Mobility Plans, produzido pela Rupprecht Consult, uma empresa de consultoria alemã que atua no segmento de mobilidade urbana. Ao compararmos as duas metodologias, notamos que o guia brasileiro (Figura 1) tem um menor número de etapas. Veja na Figura 2 o guia europeu. 5Plano Diretor de Mobilidade Urbana Figura 2. Metodologia para a elaboração de um Sustainable Urban Mobility Plan para cidades europeias. Fonte: Machado (2019, documento on-line). O art. 8º da Resolução nº. 34, de 1º de julho de 2005, do Conselho das Cidades, estabelece os objetivos a serem atendidos pelo plano de mobilidade nos municípios. I - garantir a diversidade das modalidades de transporte, respeitando as ca- racterísticas das cidades, priorizando o transporte coletivo, que é estruturante, sobre o individual, os modos não-motorizados e valorizando o pedestre; II - garantir que a gestão da Mobilidade Urbana ocorra de modo integrado com o Plano Diretor Municipal; III - respeitar as especificidades locais e regionais; IV - garantir o controle da expansão urbana, a universalização do acesso à cidade, a melhoria da qualidade ambiental, e o controle dos impactos no sistema de mobilidade gerados pela ordenação do uso do solo (BRASIL, 2005, documento on-line). Plano Diretor de Mobilidade Urbana6 Para um melhor entendimento do PDMU, você pode conferir exemplos de planos já elaborados, como os planos do Distrito Federal, de Curitiba, de São Paulo e de Porto Alegre, disponíveis nos links a seguir. Distrito Federal https://qrgo.page.link/MDUMk Curitiba https://qrgo.page.link/VK1uG São Paulo https://qrgo.page.link/Kjvqk Porto Alegre https://qrgo.page.link/fhZS9 Importância do Plano Diretor de Mobilidade No Brasil, durante a década de 1950, a forma de deslocamento dos indivíduos passou por uma profunda transformação, devido ao crescimento acelerado dos grandes centros urbanos, causado pelo processo de industrialização. Em um curto período, o país deixou de ser rural para se tornar predominantemente urbano. Essa mudança desencadeou uma série modifi cações nos meios de transportes e no trânsito. O Brasil possui uma herança política rodoviária, que gerou um acúmulo de investimentos destinados ao modal de transporte rodoviário, em detrimento de outras formas de locomoção e deslocamento. Essa atitude gera consequências até hoje, como a grande quantidade de veículos pesados e congestionamentos e a deficiência dos outros modais. Ainda, o paradigma do automóvel influen- ciou nos traçados das cidades que foram construídas nas décadas de 1950 e 1960. Como exemplo, temos a construção da capital do país, Brasília, onde o automóvel foi priorizado e percursos a pé são feitos com grande dificuldade. Diante dessa priorização do transporte motorizado individual, alguns proble- mas surgiram como consequência: 7Plano Diretor de Mobilidade Urbana limitação do fluxo; falta de estacionamento; aumento do índice de acidentes, tendo como consequência mutilações graves ou mortes; poluição do meio ambiente; pequena oferta de alternativas de mobilidade para atender ao excesso de passageiros que dependem de transportes públicos. Para resolver essas questões, as soluções aplicadas eram imediatistas, com resoluções de curto prazo, que visavam a resolver problemas pontuais e de maneira segmentada. Nas décadas de 1980 e 1990, os investimentos em mobilidade urbana deram prioridade ao transporte individual, com obras que ampliavam o sistema viário, com a construção de pontes, túneis e viadutos. A aplicação de recursos em transporte público coletivo e em infraestrutura para o transporte não motorizado foi retomada apenas recentemente, diante da crise de mobilidade existente em muitos municípios brasileiros. Com a criação do PDMU, tem-se uma espécie de medida resolutiva para os problemas citados, sendo um instrumento fundamental para o crescimento ordenado das cidades brasileiras. O PDMU tem como objetivo efetivar a PNMU, gerando, assim, uma melhoria no serviço de transporte público coletivo, criando infraestruturas para circulação viária, bem como uma integração entre as diferentes modalidades de transportes. Nesse sentido, os PDMUs abordam a mobilidade urbana, um atributo das cidades, buscando um deslocamento mais qualificado e eficiente para a sociedade. O transporte público coletivo consiste em apenas um de seus componentes. A mobilidade urbana é ainda representada pela presença de: acessibilidade universal nos passeios e edificações; transporte de alta capacidade; prioridade ao transporte coletivo no sistema viário; terminais de transporte intermodais; rede de transporte coletivo por ônibus; rede cicloviária; existência de bicicletários; boa legibilidade dos sistemas de orientação; comunicação eficaz com os usuários; modicidade tarifária; logística eficiente no transporte de carga, entre outros itens. Plano Diretor de Mobilidade Urbana8 Ou seja, a mobilidade urbana abrange uma série de pequenas ações pontuais que, em conjunto, geram grandes melhorias no deslocamento, no trânsito e na rotina diária da população. Ela é considerada um dos principais desafios de gestão das cidades na atualidade, devido ao grande índice populacional. É de extrema importância que os planos passem a priorizar o uso do espaço viário urbano por meio do transporte público coletivo, do transporte ativo (bicicletas) e dos deslocamentos a pé. Essa medida é fundamental para a eficiência do transporte coletivo, assim como para permitir um deslocamento seguro e eficaz do transporte ativo. Nesse contexto, o deslocamento a pé deve ter prioridade sobre os demais, sendo não apenas mais um modo de trans- porte, mas uma atividade básica do ser humano a ser plenamente assegurada, garantindo qualidade de vida para a população. Vantagens e desvantagens O PDMU surgiu como uma estratégia para a melhoria do sistema de mobili- dade urbana, seguindo as orientações estipuladas pela PNMU, prezando pelo interesse coletivo, apresentando princípios, diretrizes e ações dessa política e criando ações e medidas futuras complementares. Como vantagem, a criação do PDMU trouxe um debate sobre a sustentabilidade urbana nas cidades, fa- vorecendo a pesquisa e o fi nanciamento para o desenvolvimento de inovações tecnológicas. Tais pesquisas possibilitam introduzir novos combustíveis e veículos, sistemas de compartilhamento de veículos e aplicativos para viagem, como o Uber, além de bicicletas e patinetes disponibilizados nas grandes cidades, favorecendo uma mobilidade sem poluição e permitindo uma maior qualidade de vida para a população. Ao verificar as diretrizes e propostas para a criação dos PDMUs, percebe- -se que a causa tem grande importância, mas as propostas apresentadas são amplas, fazendo com que sua eficiência e aplicabilidade sejam dificultadas. Os municípios tinham o prazo de três anos a partir da vigência da lei — ou seja, até 2015 — para elaborar os seus planos de mobilidade; caso a elaboração do plano não ocorresse, o município poderia não receber recursos orçamentários federais destinados à mobilidade urbana. Recentemente, os municípios com mais de 20 mil habitantes que ainda não desenvolveram seus planos de mobilidade urbana receberam um novo prazo para elaborarem o documento. O Ministério das Cidades explica que o objetivo dessa medida é possibilitar que as prefeituras elaborem seus planos por meio do programa Avançar Cidades — Mobilidade 9Plano Diretor de Mobilidade Urbana Urbana, lançado em 2017, que disponibiliza recursos para financiamento de planos em municípios com mais de 100 mil habitantes. Percebe-se que a ideia do PDMU é boa, porém, precisa ser trabalhada e revisada e implantada. O Brasil é um país com grandesdiferenças entre os estados. O PDMU da cidade de São Paulo, por exemplo, será muito diferente do PDMU da cidade de Manaus. Logo, as diretrizes gerais criadas na Lei da Mobilidade Urbana se aplicam de formas distintas para cada estado e cada cidade, com divergências na forma de aplicação e nas soluções para resolver a questão da mobilidade. Como resultado da criação de diretrizes gerais e amplas, a maioria dos PDMUs vem sendo elaborada de maneira insuficiente. As ações pensam exclusivamente no deslocamento facilitado, tratando do movimento. Não ocorreu uma integração entre os planos de mobilidade e de planejamento urbano, pensando na rua como um lugar de estar, criando espaços públicos de qualidade entre os percursos. Para um PDMU eficaz, é necessário compreender como ocorrem as atividades urbanas da cidade, bem como a organização da malha urbana. Deve-se atentar para a natureza dos diferentes espaços e dos tecidos social e econômico que caracterizam suas atividades e, principalmente, observar as peculiaridades de cada cidade. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União, 5 out. 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/consti- tuicao.htm. Acesso em: 16 out. 2019. BRASIL. Lei no. 12.587, de 3 de janeiro de 2012. Institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana; revoga dispositivos dos Decretos-Leis nºs 3.326, de 3 de junho de 1941, e 5.405, de 13 de abril de 1943, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e das Leis nºs 5.917, de 10 de setembro de 1973, e 6.261, de 14 de novembro de 1975; e dá outras providências. Diário Oficial da União, 4 jan. 2012. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/cci- vil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12587.htm. Acesso em: 16 out. 2019. BRASIL. Ministério das Cidades. Conselho das Cidades. Resolução no. 34, de 01 de julho de 2005. Diário Oficial da União, 14 jul. 2005. Disponível em: https://www.ilhasolteira. sp.gov.br/planodiretor/images/res_34.pdf. Acesso em: 16 out. 2019. MACHADO, L. Avaliação ex ante da política setorial de mobilidade urbana brasileira e de planos de mobilidade urbana. 2019. Tese (Doutorado em Planejamento Urbano e Plano Diretor de Mobilidade Urbana10 Regional) - Faculdade de Arquitetura, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2019. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/194637. Acesso em: 16 out. 2019. OPPERMANN, N. M. et al. Sete passos: como construir um plano de mobilidade urbana. 2. ed. São Paulo: WRI Brasil, 2017. Disponível em: Disponível em: https://wribrasil.org.br/ sites/default/files/Sete%20Passos%20-%20Como%20construir%20um%20Plano%20 de%20Mobilidade%20Urbana_jan18.pdf. Acesso em: 16 out. 2019. Leitura recomendada LIMA NETO, V. C.; GALINDO, E. P. Texto para discussão: planos de mobilidade urbana: instrumento efetivo da política pública de mobilidade? Brasília: Ipea, 2015. Disponível em: Disponível em: http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/5274/1/td_2115. pdf. Acesso em: 16 out. 2019. 11Plano Diretor de Mobilidade Urbana
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