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Atribuições do Analista, Técnico e Assessor Jurídico

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Prévia do material em texto

ATRIBUIÇÕES DO ANALISTA, DO TÉCNICO E 
DO ASSESSOR JURÍDICO 
APRESENTAÇÃO 
 
 
Prof. Ma. Raiza Eloa Brambilla Catanio 
 
● Mestra em Ciências Jurídicas, pela UniCesumar (Universidade Cesumar); 
● Bacharel em Direito (UniCesumar); 
● Pós-graduanda em Docência no Ensino Superior (Uniasselvi); 
● Assessora de Magistrado no Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR). 
 
Olá aluno (a)! Tudo bem? 
 
Nessa Unidade do Curso seguiremos juntos um caminho acerca das atribuições 
do assessor jurídico, do analista judiciário e do técnico judiciário e, antes de qualquer 
conteúdo, que me apresentar a vocês, explicando um pouquinho da minha trajetória 
profissional. 
Sou a prof. Raiza, graduada em Direito, Mestra em Ciências Jurídicas e pós-
graduanda em Docência no Ensino Superior. No ano de 2016, ainda durante a 
graduação, fui contratada como estagiária voluntária junto a Secretaria da 7ª Vara Cível 
de Maringá, local onde atuei com analistas e técnicos por quase um ano, aprendendo 
sobre as funções, andamentos de processos e atendimento ao público. 
No ano seguinte, em 2017, fui aprovada em processo seletivo para vaga de 
estágio remunerado junto ao Gabinete da 4ª Vara Criminal de Maringá, onde permaneci 
até concluir minha graduação, em 2018, aprendendo sobre as atividades do magistrado, 
bem como as atividades de assessoramento. 
Em 2019, após a terminar a graduação, já estava aprovada como Bolsista CAPES 
no programa de Mestrado da UniCesumar, em Ciências Jurídicas, mesmo ano em que 
fui convidada pelo Magistrado Titular do Gabinete da 4ª Vara Criminal, para 
desempenhar a função de sua assessora de gabinete. 
Desde então, ocupo esse cargo e atuo como servidora comissionada no Tribunal 
de Justiça do Paraná, razão pela qual, tenho muito conteúdo e conhecimento a oferecer. 
Espero que nossa jornada aqui seja de muito sucesso. 
APRESENTAÇÃO DA APOSTILA 
 
E prezado(a) aluno(a), se você se interessou pelo assunto desta disciplina, esse 
já é o início de uma grande jornada que vamos trilhar juntos a partir de agora. Proponho, 
junto com você, construir nosso conhecimento sobre as atribuições das atividades de 
assessor jurídico, técnico e analista judiciário, abordando conceitos fundamentais sobre 
as temáticas. Além de conhecer seus principais conceitos e definições vamos explorar 
os campos de atuação, requisitos e deveres inerentes a cada cargo. 
Na unidade I começaremos a nossa jornada a partir de uma breve conceituação 
geral sobre os cargos, esta noção é necessária para que possamos trabalhar as 
próximas unidades do livro de maneira mais completa. Na sequência, partiremos ao 
estudo atinente ao analista judiciário, o conceito do cargo, as funções que lhe são 
atribuídas, bem como seus deveres. 
 Já na unidade II vamos ampliar nossos conhecimentos sobre as atividades do 
técnico jurídico, abordando as características gerais do cargo, suas funções e 
atribuições, bem como seus deveres. Ao final, faremos uma diferenciação acerca dos 
cargos de analista e técnico jurídico. 
A III unidade, é destinada ao estudo da carreira do assessor jurídico, ocasião em 
que também abordaremos todos os conceitos atinentes ao cargo, suas respectivas 
atribuições, deveres e funções, além da captação para a vaga de assessor jurídico no 
direito público e no direito privado. 
E por fim, trataremos sobre a responsabilidade civil, administrativa e penal dos 
servidores aqui estudados, nas unidades anteriores, abordando as nuances gerais da 
responsabilidade civil, administrativa e penal, no exercício das atividades de analista, técnico e 
assessor jurídico, finalizando este material com a exemplificação com casos práticos destas 
responsabilidades. 
Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta 
jornada de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos 
abordados em nosso material. Esperamos contribuir para seu crescimento pessoal e 
profissional. 
Muito obrigada e bom estudo! 
1 
 
 
UNIDADE I 
DOS CARGOS E DO ANALISTA JURÍDICO 
Prof. Ma. Raiza Eloa Brambilla Catanio1 
 
Plano de Estudo desta Unidade: 
 
 
● Das características gerais sobre os cargos; 
 
 
● Da conceituação de analista jurídico; 
 
 
● Das funções atribuídas ao analista; 
 
 
● Dos deveres atinentes à função de analista 
jurídico. 
 
 
Objetivo de Aprendizagem: 
 
 Prezado (a) aluno (a), esta primeira unidade acerca do estudo das 
atribuições do analista, do técnico e do assessor jurídico será dividida nos 04 
tópicos acima elencados, sendo que em cada um deles aprenderemos questões 
básicas e gerais atinentes a cada cargo como uma breve introdução ao conteúdo 
da disciplina e, na sequência, adentraremos no estudo mais aprofundado em 
relação ao cargo de analista jurídico, abordando os conceitos necessários, suas 
respectivas funções e quais seus deveres enquanto analista. 
Desta forma, por meio da compreensão destas profissões, serão 
estabelecidas suas respectivas importâncias para o sistema judiciário brasileiro 
e a prestação jurisdicional como forma de acesso à justiça. 
 
1 Mestra em Ciências Jurídicas pela Universidade Cesumar – UniCesumar, pós-graduanda em 
Docência no Ensino Superior, pela Uniasselvi, Assessora Jurídica no Tribunal de Justiça do 
Estado do Paraná – TJPR. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6265742338541943. E-mail: 
raizaeloa@hotmail.com. 
2 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Caro (a) aluno (a), com esse material, espero contribuir para seu 
aprendizado, conceituando e contextualizando o tema, proporcionando a 
compreensão das atividades dos servidores públicos, sobretudo, do analista, 
profissional a ser abordado neste momento. E desta forma, por meio do ensino, 
estabelecer a importância desta função ao judiciário e contribuir para seu 
crescimento pessoal e profissional. 
Então vamos lá! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
TÓPICO I 
Das características gerais sobre os cargos 
 
 
● Você sabe quem é o analista, o técnico e o assessor jurídico? 
 
Em linhas gerais, os analistas, técnicos e assessores jurídicos são 
servidores públicos, que atuam em órgãos governamentais, integrados em 
cargos do Distrito Federal, Estados e da União. 
A Constituição Federal do Brasil de 1988, em seu artigo 125 diz que os 
Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos na 
Carta e que a competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, 
sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça. 
Ou seja, desse dispositivo extrai-se que 
os Tribunais possuem grande autonomia para 
regular suas atividades e necessidades, 
podendo estabelecer normas próprias com lei 
estadual de organização judiciária. Assim, 
todos os Tribunais do país, e seus respectivos 
juízos podem criar mecanismos de 
regulamentação de suas peculiaridades, 
como decretos, portarias, entre outros. 
Mas o que são os Tribunais? O Tribunal 
refere-se ao órgão soberano cuja finalidade é resolver litígios e conflitos 
necessários à sociedade e ao convívio social, ou seja, é onde há o efetivo 
exercício da jurisdição, da aplicabilidade das leis, da regulamentação da vida em 
sociedade. 
No Brasil, podemos constatar a existência do Superior Tribunal federal 
(STF), Superior Tribunal de Justiça (STJ), Tribunais de Justiça Estaduais (TJPR, 
TJSC, TJSP, entre outros), Tribunais Regionais Federais, Tribunais do Trabalho, 
etc., presentes em todos os Estados da Federação e também em todas as 
regiões. 
 
Fonte: Shutterstock 
 
Figura 1 - Deusa da Justiça 
4 
 
Assim, é importante esclarecer que a justiça se divide em vários territórios 
de jurisdição, em várias competências. Existe a justiça estadual, a justiça federal, 
a justiça do trabalho, etc. e toda essa divisão se deve pela necessidade de 
organização jurisdicional, a fim de garantir a presteza da atividade jurídica.Diante dessa necessidade de organização, para funcionamento da justiça, 
existem leis federais que versam sobre servidores públicos e suas respectivas 
carreiras e por isso podemos afirmar que, que apesar de cada Estado elaborar 
sua própria organização e regulamentação quanto aos tribunais e órgãos 
judiciais, não existem diferenças discrepantes, na medida que Leis Federais 
atuam como um norte dessa divisão e organização. 
 Neste sentido, podemos citar a Lei nº. 8.112, de 11 de setembro de 1990, 
que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das 
autarquias e das fundações públicas federais. 
Já em seus artigos iniciais, a lei conceitua o servidor como pessoa legalmente 
investida em cargo público e, na sequência, afirma que cargo público é o 
conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura 
organizacional que devem ser cometidas a um servidor, sendo que estes cargos 
são criados por meio de leis, com denominação própria e vencimento pago pelos 
cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão, acessíveis 
a todos os brasileiros. 
E ainda, a Lei nº. 11.416 de dezembro de 2006 regulamenta as carreiras 
dos servidores do poder Judiciário da União, ocasião em que em seu artigo 2º, 
prevê a existências dos cargos de analista judiciário, técnico judiciário e auxiliar 
judiciário. 
Do mesmo modo, a Lei Federal nº. 11.415, de 2006, versa sobre as 
carreiras dos servidores do Ministério Público e também em seu artigo 2º, trata 
da existência dos cargos de analista, técnico e assessor jurídico. 
Assim, afere-se que cada Estado da União possui suas próprias normas 
de regulamentação quanto à atividade da justiça e organização jurisdicional, no 
entanto, apesar de várias, guardam similitude, sobretudo diante da existência de 
leis federais que regulamentam de forma geral o assunto. 
Ademais, os requisitos de ingresso nas carreiras são estabelecidos em lei 
federal e também porque as necessidades de trabalho são semelhantes, mesmo 
que de um Estado para outro. As maiores variações não dizem respeito ao 
5 
 
trabalho em si, mas sim na distribuição e lotação dos servidores, todavia, as 
qualificações e requisitos exigidos nos editais de concurso tendem a ser 
parecidos, se não semelhantes. 
O ingresso nessas carreiras pode se dar de duas formas: 
1. Mediante concurso público de títulos ou de provas; 
2. Ou por nomeação em cargos de comissão (conhecidos como cargos 
de confiança). 
Em relação aos cargos de comissão, cabe dizer que nesta modalidade os 
servidores podem ser nomeados e exonerados a qualquer tempo (ad nutum), 
não possuindo estabilidade, devendo ser ressaltado que qualquer pessoa pode 
ser nomeada, desde que preencha os requisitos necessários. 
O Estatuto dos Funcionários do Poder Judiciário do Estado do Paraná (Lei 
nº. 16.024/08), em seu art. 6º, §2º, dispõe que “Os cargos de provimento em 
comissão envolvem atribuições de direção, de assessoramento e de assistência 
superior e são de livre nomeação e exoneração, satisfeitos os requisitos fixados 
em lei ou regulamento”. 
Sobre os cargos de confiança, por assim o serem – de livre nomeação – 
existem alguns requisitos legais que devem ser observados, como o nepotismo, 
a teor do que dispõe a Súmula nº. 13 do Supremo Tribunal de Justiça, aprovada 
em Sessão Plenária no ano de 2008, que disciplinou a questão e firmou o 
entendimento de que: 
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, 
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade 
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo 
de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em 
comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na 
administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a 
Constituição Federal. 
 
E ainda, para a investidura em cargo público, devem estar contemplados 
também, os seguintes requisitos do art. 5º, da Lei 8.112/90: 
 
Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo público: 
I - a nacionalidade brasileira; 
II - o gozo dos direitos políticos; 
6 
 
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; 
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; 
V - a idade mínima de dezoito anos; 
VI - aptidão física e mental. 
 
 E mencionada lei, em seus parágrafos seguintes ainda faz ressalvas no 
que concerne aos requisitos para ingresso em cargo público, ao prever que a 
depender do cargo, suas respectivas atribuições podem justificar a exigência de 
outros requisitos estabelecidos em lei; define que às pessoas portadoras de 
deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para 
provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de 
que são portadoras e que para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por 
cento) das vagas oferecidas no concurso; bem como que as universidades e 
instituições de pesquisa científica e tecnológica federais podem prover seus 
cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as 
normas e os procedimentos desta Lei. (Art. 5º, §§ 1º, 2º e 3º, Lei 8.112/90). 
As funções desses servidores são essenciais para a prestação 
jurisdicional, na medida em que cada vez mais se busca uma celeridade dos 
processos, sobretudo diante do aumento das demandas judiciais. 
Cada um destes servidores, dentro dos seus quadros de atuação, 
desenvolve atividades indispensáveis ao Poder Judiciário e por consequência, 
para toda a sociedade, na resolução de conflitos, assessoramento, andamento 
processual, suporte técnico, operacional, jurídico e administrativo, na proteção 
de interesses individuais e coletivos. 
Resumidamente, podemos afirmar que as atividades profissionais do 
analista, do técnico e do assessor contribuem para o funcionamento e 
aperfeiçoamento da justiça, garantindo a prestação jurisdicional e o andamento 
processual. 
 
SAIBA MAIS 
 
O termo “assessoramento” não se aplica somente em relação ao assessor! 
Assessorar é prestar assistência, e tanto os técnicos quanto os analistas 
judiciários prestam, também, atividades de assessoramento à atividade 
judiciária, ao conferir prazos de processos, numerar autos, arquivar e organizar 
7 
 
documentos, triar processos, entre outras funções. Então, caso vejam esse 
termo em materiais de apoio, livros ou outros meios, lembrem-se dessa 
observação para não se confundirem e achar que todo aquele que faz 
“assessoramento” é de fato assessor (MASSAD, 2016, p. 38). 
 
#SAIBA MAIS# 
 
● Quem pode ser analista, técnico e assessor jurídico? 
Antes de adentrarmos em cada função, faremos uma breve diferenciação 
destes profissionais, para então termos uma noção melhor de quem são, quais 
suas principais características e funções, sem causar confusões entre eles, pois, 
mesmo que suas atividades por vezes se confundam, são distintas. 
Conforme Fernanda Marinela (2010, p. 543-544) 
 
Os servidores públicos constituem o grupo de servidores estatais que 
atuam nas pessoas jurídicas da Administração Pública de direito 
público, nas pessoas da Administração Direta (entes políticos: União, 
Estados, Municípios e Distrito Federal) e nas pessoas da 
Administração Indireta (as autarquias e fundações públicas de direito 
público). Para esses servidores, a relação de trabalho é de natureza 
profissional de caráter não eventual, sob o vínculo de dependência com 
as pessoas jurídicas de direito público. 
 
 A carreira de analista judiciário é bastante diversificada e possui várias 
áreas de especialidade. O requisito para o cargo é ter diploma em nível superior 
na área de atuação a ser ocupada em instituição de ensino reconhecida pelo 
Ministério da Educação (diploma em engenharia civil, em psicologia, medicina,biblioteconomia). (MASSAD, 2016). Ex: necessária conclusão de curso em 
psicologia para cargo de analista judiciário em Vara da Infância e Juventude. 
 O assessor judiciário, da mesma maneira, precisa de formação em nível 
superior, mas neste caso, restrita a área do direito, uma vez que atua 
diretamente com processos judiciais, pesquisa de jurisprudências, doutrinas e 
legislações, pré-análises de processos e elaboração de pareceres jurídicos. 
Portanto, para o assessor judiciário é indispensável a formação no curso de 
Direito, em instituição de ensino reconhecida pelo Ministério da Educação 
(MEC). 
8 
 
 Para ser técnico judiciário, por sua vez, é necessária somente a 
formação em nível médio ou curso técnico equivalente, em instituição de ensino 
reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC). Sua atuação por vezes se volta 
mais às áreas administrativas e de suporte técnico do Poder Judiciário, podendo 
também, trabalhar em cartórios judiciais, varas, gabinetes, etc. 
 
● Estrutura de um Gabinete e Secretarias 
 
Primeiramente, o que é um gabinete? 
 
Trata-se de um espaço físico, uma estrutura, onde os magistrados, 
procuradores, promotores, desembargadores e seus colaboradores (entre os 
quais, o assessor) exercem suas atividades. 
Assim, podemos afirmar que o gabinete é o local de trabalho dos juízes, 
promotores e outros membros do Poder Judiciário e, portanto, ali são realizadas 
quase todas as funções exercidas nessas carreiras, como por exemplo: a 
elaboração de peças jurídicas, decisões, despachos, arquivamento de feitos, 
andamento processual, organização de documentos, triagem de processos, 
verificação de prazos, etc. 
No Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) cada gabinete de 
desembargador tem uma disponibilidade de cargos, conforme o quadro abaixo: 
 
Quadro 1 – Disponibilidade de Cargos TJPR 
 
CARGO 
 
 
QUANTIDADE 
 
SIMBOLOGIA* 
 
REQUISITO 
Secretário de 
desembargador 
 
01 
 
DAS-4 
Formação em 
curso superior de 
qualquer área 
Assessor de 
desembargador 
 
01 
 
DAS-4 
Graduação 
específica em 
Direito 
Assessor II de 
desembargador 
 
01 
 
DAS-5 
Graduação 
específica em 
Direito 
Assistente de 
desembargador 
 
01 
 
1-C 
Graduação 
específica em 
Direito 
9 
 
Assistente II de 
desembargador 
 
01 
 
3-C 
Carteira de 
habilitação válida, 
categoria “B” 
Oficiais de 
gabinete de 
desembargador 
 
02 
 
1-C 
Ensino médio 
completo 
 
*A simbologia diz respeito às denominações de letras e números dos cargos e atuam como referências ao 
enquadramento e à remuneração do servidor. 
Fonte: (MASSAD, 2016, p. 27) 
 
A estrutura dos gabinetes dos magistrados, em especial, de primeiro grau, 
varia muito de acordo com a comarca e a vara em que atuam. A estrutura e o 
número de funcionários disponibilizados deve ser proporcional ao número de 
feitos que tramitam. No gabinete de Juiz de Entrância Final, conforme 
informações do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (Lei nº. 20.329 - 24 de 
setembro de 2020): 
 
Quadro 2 - Disponibilidade de Cargos TJPR – Entrância Final 
 
CARGO 
 
 
QUANTIDADE 
 
SIMBOLOGIA* 
 
REQUISITO 
 
Servidor efetivo 
 
01 
 
- 
Desde que 
bacharel em 
Direito 
Assistente II de 
Juiz de Direito 
 
02 
 
1-C 
Graduação 
específica em 
Direito 
Assistente III de 
Juiz de Direito 
 
01 
 
3-C 
Graduação 
específica em 
Direito 
Estagiário de 
Graduação 
 
02 
 
- 
Cursando 
graduação em 
Direito 
 
*A simbologia diz respeito às denominações de letras e números dos cargos e atuam como referências ao 
enquadramento e à remuneração do servidor. 
Fonte: Lei nº. 20.329/20, art. 15, online. 
 
Todos os cargos de gabinete são comissionados e podem ser 
preenchidos por funcionários do quadro da Secretaria do Tribunal de Justiça, 
inclusive, há uma orientação do Conselho Nacional de Justiça – instituição 
pública que atua para o aperfeiçoamento do sistema judiciário brasileiro, 
controlando sua atuação administrativa e financeira – dispondo que pelo menos 
vinte por cento dos cargos em comissão da área de apoio direto à atividade 
10 
 
judicante e cinquenta por cento da área de apoio indireto à atividade judicante 
deverão ser destinados aos servidores das carreiras judiciárias. 
 
BREVE CONSIDERAÇÃO: diferente do que ocorre nos gabinetes de 2º grau, 
onde o assessor não possui tanta participação nos atos processuais, no primeiro 
grau, o assessor ou assistente do magistrado tem ampla participação na 
movimentação dos processos e se torna peça imprescindível, sobretudo em 
razão da concentração do juiz nos autos de audiência e envolvimento com as 
partes (MASSAD, 2016). 
 
E o que é uma secretaria (ou cartório judicial)? 
 
Por cartório judicial se entende o local onde o servidor da Justiça exerce 
seu ofício (seu trabalho) e também o local onde são armazenados os processos, 
documentos relativos aos feitos judiciais e demais objetos que sejam 
necessários e/ou pertinentes a algum processo e que devem permanecer em 
cartório judicial, ou apreendidos. Nas secretarias a lotação dos servidores varia 
de acordo com a entrância (inicial, intermediária ou final), bem como pela 
demanda de trabalho. Uma secretaria é composta por pelo menos 01 
analista/escrivão e técnicos judiciários. 
Nos termos do § 1º, do art. 14 da Lei nº. 20.329/20, por Secretaria haverá 
um cargo em comissão de Chefe de Secretaria e um cargo em comissão de 
Supervisor de Secretaria, sendo que o § 2º define que nas unidades em que 
houver Analista Judiciário Sênior, a estes será destinado o cargo de Chefe de 
Secretaria. 
Ou seja, na secretaria, servidores públicos investidos no cargo por 
concurso público, também podem receber cargos em comissão. Por exemplo: 
um analista que recebe um cargo de chefia: ele continua sendo analista, mas em 
cargo de Chefe de Secretaria. 
A título de exemplificação da estruturação (quantidade de servidores), 
uma Vara Cível da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba possui uma 
distribuição anual média de 1.900 processos, sendo seu quadro de servidores 
composto por 01 analista e 07 técnicos judiciários (além de estagiários e do 
gabinete). 
11 
 
Veja o quadro abaixo: 
 
Quadro 3 - Lotação Paradigma de Servidores por Secretaria - Triênio 2018, 
2019 e 2020 – TJPR
 
Fonte: TJPR, online. 
 
● Síntese deste tópico 
A atividade jurisdicional necessita de colaboradores para seu bom 
funcionamento e daí, então, surgem os cargos de técnicos, analista e assessor 
judiciários e, ao mesmo tempo em que são funções distintas, também são 
complementares diante de suas finalidades finais: a garantia da prestação 
jurisdicional. 
As atividades jurídicas dentro de um fórum não dependem exclusivamente 
dos magistrados e desembargadores, mas sim em conjunto com as funções 
desempenhadas por todos os servidores. 
Cada gabinete e serventia deve respeitar a distribuição de competência e 
de jurisdição e atuar naquilo em que estiver designado, de forma que suas 
respectivas atuações sejam delimitadas e organizadas, garantindo-se a presteza 
da Justiça. 
12 
 
Dadas essas breves considerações gerais acerca do tema, partiremos 
agora ao estudo mais detalhado sobre os conceitos da função de analista 
jurídico, seus deveres e atribuições. Seguimos! 
 
13 
 
 
 
TÓPICO II 
Da conceituação de Analista Jurídico 
 
 
● Do Analista Jurídico 
O analista judiciário, como já salientado anteriormente, deve ter formação 
em nível superior em qualquer área de graduação (a depender do cargo). Pode 
ser da área do Direito e trabalhar em cartórios, ou com juízes, desembargadores 
e promotores, auxiliando na movimentação de processos e pareceres jurídicos. 
O art. 4º da Lei nº. 11.416/06, que disciplina as carreiras dos servidores 
do poder Judiciário da União determina que incumbe Analista Judiciário as 
atividades de planejamento; organização; coordenação; supervisão técnica;assessoramento; estudo; pesquisa; elaboração de laudos, pareceres ou 
informações e execução de tarefas de elevado grau de complexidade. 
Por sua vez, o art. 5º, inciso III da Lei nº. 16.748, de dezembro de 2010, 
que reestrutura os quadros de pessoal do Poder Judiciário do Estado do Paraná 
e as carreiras de seus servidores, dispõe que integram o respectivo quadro de 
servidores do TJPR os: 
 
[...] Auxiliares da Justiça de Nível Superior (AJS) composta por cargos 
de provimento efetivo de Analista Judiciário, Psicólogo Judiciário e 
Assistente Social Judiciário, destinados à área de apoio direto à 
prestação jurisdicional, com atribuições de elaboração e execução de 
atos processuais e laudos, cujo requisito de ingresso é a formação 
superior correlacionada com a especialidade e com habilitação legal, 
se for o caso. 
 
A Constituição do Estado do Paraná, em seu art. 243-B, define que o 
assessoramento jurídico do Poder Judiciário, bem como a supervisão dos seus 
órgãos de consultoria e de assessoramento jurídicos, serão exercidos, 
privativamente, por bacharéis em Direito, desta forma, é possível concluir que 
para o analista judiciário é necessária a formação em Direito, já para o Psicólogo 
Judiciário, por exemplo, é necessária a formação na área da Psicologia. 
 Na área judiciária o profissional deve realizar os serviços relativos à área 
jurídica, abrangendo o processamento de feitos, análise e pesquisa de 
legislações, consulta a jurisprudências, doutrinas e demais atualizações 
 
14 
 
pertinentes ao Direito, além de elaborar pareceres, certidões, e informações 
jurídicas nos processos em que estiver incumbido de fazê-lo. 
O próprio Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, na Lei nº. Lei 20.329, 
de 24 de setembro de 2020 que alterou em partes os dispositivos da Lei nº. 
16.023/08, versa sobre a existência de analistas nas áreas da psicologia e da 
assistência social, denominando-os, respectivamente, como Psicólogo Judiciário 
e Assistente Social Judiciário, que assim como o Analista Judiciário, voltam-se 
ao apoio direto à prestação jurisdicional, naquilo que lhes couber. 
Outrossim, referida lei ainda trata dos profissionais de Apoio 
Especializado Superior, que também se enquadram como analistas e é 
composta por servidores cuja especializadas seja nas áreas de apoio indireto à 
prestação jurisdicional de análise de sistemas, contabilidade, engenharia, 
economia, estatística e medicina, cujo requisito de ingresso é a formação em 
curso superior correlacionado com a especialidade e com habilitação legal, se 
for o caso. 
Cabe dizer que profissionais, digamos, “fora da área do direito” são 
necessários na medida em que o direito versa sobre quase todas as áreas da 
vida e por vezes são necessários laudos técnicos sobre o assunto, a serem 
confeccionados por profissionais capacitados, assim como outros estudos, 
exames e pareceres. 
Isso ocorre porque os magistrados e representantes do Ministério Público 
não possuem conhecimento em diversas áreas quem muitas vezes estão 
relacionadas às ações judiciais que lhes são incumbidas, sendo que o 
conhecimento técnico sobre o assunto é fundamental na resolução de conflitos 
e indispensável para que o juiz forme sua convicção e para que as partes se 
manifestem nos autos. 
Veja o art. 5º da Lei 20.329/2020: 
 
Lei nº. 20.329/2020 - Art. 5º - Divide a estrutura funcional da parte 
permanente do Quadro de Pessoal do Poder Judiciário do Estado do 
Paraná nas seguintes carreiras, organizadas segundo os requisitos de 
investidura, atribuições, complexidade, grau de responsabilidade e 
peculiaridades do cargos: 
[...] 
II - Apoio Especializado Superior (AES) composta por cargos de 
provimento efetivo com atribuições especializadas nas áreas de apoio 
indireto à prestação jurisdicional de análise de sistemas, contabilidade, 
engenharia, economia, estatística e medicina, cujo requisito de 
15 
 
ingresso é a formação em curso superior correlacionado com a 
especialidade e com habilitação legal, se for o caso; 
III - Auxiliares da Justiça de Nível Superior (AJS) composta por cargos 
de provimento efetivo de Analista Judiciário, Psicólogo Judiciário e 
Assistente Social Judiciário, destinados à área de apoio direto à 
prestação jurisdicional, com atribuições de elaboração e execução de 
atos processuais e laudos, cujo requisito de ingresso é a formação 
superior correlacionada com a especialidade e com habilitação legal, 
se for o caso; 
[...]. (grifo não original) 
 
Portanto, mesmo sem possuírem formação jurídica, esses profissionais 
que se enquadram como analistas são indispensáveis para a prestação 
jurisdicional. 
O Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, em seu site, traz 
considerações acerca do cargo de Analista Jurídico, asseverando que o requisito 
escolar para investidura no cargo é ser portador de diploma de curso superior 
em Direito e descreve as atribuições do servidor, que serão vistas no próximo 
tópico desta Unidade. 
Outrossim, a Lei Complementar nº. 406 de 2008, alterada pela Lei 
Complementar nº. 699/17, em seu artigo 1º, §2º, assevera que resta 
estabelecida, no citado Tribunal de Justiça, a seguinte habilitação profissional 
para a categoria funcional de Analista Administrativo. Segue a transcrição: 
 
“Portador de diploma de curso superior em Administração, Ciências 
Contábeis, Ciências Econômicas ou Direito". 
§ 3º As atribuições das categorias funcionais de Analista Jurídico e 
Analista Administrativo serão definidas por resolução do Presidente 
do Tribunal de Justiça do Estado. 
 
Não diferente, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, com a Lei nº. 
13.807 de 2011, atualizada pela Lei nº. 14.722 de 2015 dispõe sobre a criação 
do cargo de Analista Judiciário para lotação preferencial em cargos de 
provimento efetivo, oportunidade que dispõe que referidos cargos serão 
distribuídos conforme as seguintes áreas de atividade: 
 
I - Área Judiciária – abrangendo, em termos gerais, processamento dos 
feitos, análise e pesquisa de legislação, doutrina e jurisprudência, elaboração de 
textos jurídicos, e demais atribuições previstas em regulamento; 
16 
 
II - Área Administrativa – atividades relacionadas com recursos humanos, 
material e patrimônio, orçamento e finanças, contratos e licitações, transporte e 
segurança e demais funções complementares de apoio administrativo; e 
III - Área de Apoio Especializado – atividades a demandar dos titulares, 
registro no órgão fiscalizador do exercício da profissão ou que exijam o domínio 
de habilidades específicas, a critério da administração, tais como: saúde, 
contadoria, arquitetura, engenharia, comunicação social, biblioteconomia, 
informática, programação visual, taquigrafia, assistência social, administração e 
economia, dentre outras. 
 Exemplificando, na área especializada necessita-se que os serviços 
sejam efetuados por profissionais capacitados na área, com a devida formação, 
registro no órgão fiscalizador do exercício da profissão ou o domínio de 
habilidades específicas, a critério da administração. 
Um analista da área de apoio especializado, que seja assistente social, 
trabalhe com serviço social, ele poderá atuar nas varas e promotorias de direito 
de família, na proteção da criança e do adolescente, idosos, vítimas de violências 
sexual, doméstica, etc. 
Já na área do apoio administrativo, o profissional deve efetivar a 
formalização de determinados atos processuais de mero expediente (mero 
andamento), certificações em geral, escrituração, finanças, segurança, ou seja, 
atua no andamento da justiça sob um viés administrativo, em complementação 
à área judiciária e de apoio especializado. 
Por fim, a área do analista judiciário com formação exclusiva em Direito é 
voltada à atuação na área jurídica, no processamento de feitos, entre outras 
atividades relativas aos processos e que demandam conhecimento técnico e 
jurídico. 
Desta forma, emsíntese podemos concluir que há um leque de atuação 
para o cargo de analista, podendo este ter formação em direito, ou em outras 
áreas que serão determinadas de acordo com as necessidades de cada ente da 
federação e seus respectivos órgãos. 
Aqui neste material foi abordado um pouco sobre as legislações relativas 
ao analista na região sul do país, sendo possível constatar pequenas diferenças 
de nomenclatura, de cargos e áreas, a depender das necessidades de cada 
região. 
17 
 
É importante salientar que o Brasil possui 27 unidades federativas e em 
cada uma delas existirão diferenças, mas, além disso, muitas semelhanças. 
Por isso, é impossível tratar de todos os temas conforme a 
regulamentação de cada Estado! Este material elenca apenas alguns Estados, 
como forma de expor a existência de legislações sobre a carreira, a sua 
importância e necessidade. 
Os exemplos fornecem uma base sólida e útil ao seu aprendizado, na 
medida em que as regulamentações são parecidas nas diversas unidades 
federativas e como salientado no início desta unidade, a teor do que leciona a 
Constituição Federal de 1988, é dever de cada Estado organizar sua justiça e 
leis de organização judiciária (art. 125). 
 
REFLITA 
 
Por que a atuação do analista judiciário é tão relevante para a atividade 
jurisdicional? Existe uma relação de interdependência entre as funções de 
analista, técnico e assessor judiciário? 
 
Fonte: a autora. 
 
#REFLITA# 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TÓPICO III 
Das funções atribuídas ao Analista 
 
 
18 
 
Neste tópico, depois de assimiladas as conceituações sobre o analista 
judiciário, passaremos a trabalhar suas atribuições junto ao seu local de trabalho. 
O papel do analista é de auxiliar 
na elaboração de peças técnicas nas áreas de sua especialidade (ex: contador, 
pedagogo, assistente social, etc.), jurídicas e/ou administrativas, no 
acompanhamento processual, em atos processuais, audiências, atendimento ao 
público, etc. 
O Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, em sua página na 
Web traz algumas informações sobre 
as atribuições do analista jurídico 
portador de diploma em graduação no 
curso de Direito, descrevendo que lhe 
incumbe, dentre outras coisas as 
atividades de planejamento, 
organização, coordenação, 
supervisão técnica, estudo, pesquisa, 
elaboração de laudos, pareceres ou 
informações e execução de tarefas de 
elevado grau de complexidade. 
Acrescentando como objetivo fundamental da carreira, fornecer suporte 
jurídico-administrativo aos órgãos do Tribunal de Justiça e da Justiça de Primeiro 
Grau, e também, atuar como conciliador ou mediador, por designação da 
autoridade judiciária a que estiver subordinado2. 
Exemplos típicos de atribuições da categoria: 
a) Dar andamento a processos administrativos e judiciais e ao expediente 
do órgão em que estiver lotado; 
b) Elaboração de certidões, informações, relatórios, pareceres e 
expedientes diversos, de acordo com a natureza do órgão no qual estiver 
lotado; 
c) Atendimentos às partes e interessados, em processos judiciais e 
administrativos; 
 
2 TJSC. Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Analista Jurídico. Disponível em: 
https://www.tjsc.jus.br/web/servidor/analista-juridico. 
Figura 2 - Ilustração Justiça 
Fonte: Shutterstock 
 
19 
 
d) Análise e pesquisa de legislação, doutrina e jurisprudência; 
e) Orientação e execução de tarefas e elaboração de estudos e projetos nos 
assuntos relacionados à sua área de formação; 
f) Exercer, quando designado pela Direção do Foro, a Chefia de Cartório, 
nos termos da Lei Complementar 406/08, com os encargos de fedatário; 
g) Outras atividades correlatas e de mesma natureza e grau de 
complexidade. 
E passaremos a tratar das atividades de assessoramento do analista, 
recapitulando neste ponto, uma observação dos tópicos anteriores, onde explica-
se que o termo “assessoramento” não se aplica somente ao assessor! Nessas 
atividades desde o servidor auxiliar a atuação dos magistrados e dos membros 
do Ministério Público. 
Com a Reforma do Judiciário, ocorrida em 2004, houve a implementação 
de medidas de celeridade processual e duração razoável do processo, pois como 
bem aponta Cappelletti e Garth (1988, p. 20-21): 
 
Uma justiça que não cumpre suas funções em um prazo razoável é, para 
muitas pessoas, uma Justiça inacessível. 
 
Neste sentido foi que se passou a dar mais atenção e ênfase aos analistas 
(bem como técnicos e assessores judiciários), na medida em que a função de 
assessoramento por eles desempenhada contribui de forma grandiosa para a 
celeridade processual, sendo uma de suas principais atribuições junto ao local 
onde está lotado, a triagem dos feitos. 
Todo processo possui um início (seja a petição inicial, o recebimento de 
denúncia, etc), um meio (produção de provas, audiência de instrução e 
julgamento, etc.) e um fim (o julgamento, a sentença, a condenação, a 
absolvição, etc.) 
E todos esses processos tramitam independente de suas fases, 
necessitando de diferentes decisões, manifestações e movimentações. A 
triagem atua como uma forma de otimizar o serviço e incumbe ao analista 
jurídico, por exemplo, dar o devido seguimento ao feito, auxiliando o magistrado 
da causa ou membro do Ministério Público. 
 
20 
 
Ainda, cada processo possui suas peculiaridades, prazos e custas 
processuais, que devem ser observados atentamente pelo servidor. 
E, apesar de o analista judiciário ter um cargo bastante reconhecido, por 
vezes recebendo função comissionada de chefia, ele não precisa estar sempre 
envolvido em funções estritamente técnicas, elaborando peças jurídicas em um 
gabinete apertado ou, se for área não-jurídica, escrevendo pareceres e 
estudando casos apresentados. 
O analista não precisa estar sempre envolvido em funções estritamente 
técnicas: nada impede que um analista judiciário com formação jurídica atenda 
ao público, e isso não é nenhum demérito! 
Pelo contrário, o contato com pessoas é estimulante e necessário, tanto 
por parte do usuário do serviço público, que quer ser bem atendido, quanto para 
quem atende. O atendimento ao público é muitas vezes o primeiro contato entre 
o cidadão e a justiça, razão pela qual é de suma importância que o servidor aja 
com lisura, com eficiência (art. 37, da CF) e também que se faça compreender, 
pois o acesso deve ser para todos. 
Para atender o público, cuide de sua linguagem, seja comunicativo, 
atencioso e objetivo. Conforme o CNJ (resolução 215/2015), todos os “órgãos 
administrativos e judiciais do Poder Judiciário devem garantir às pessoas 
naturais e jurídicas o direito de acesso à informação, mediante procedimento 
objetivo e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil 
compreensão”. 
O Poder Judiciário se divide em diferentes órgãos de atuação na 
prestação jurisdicional, com a competência definida pela Constituição Federal de 
1988. Existem variações quanto ao funcionamento de todos os órgãos da Justiça 
(tribunais, colegiados, etc.). 
A atuação do analista judiciário é de suma importância para o 
funcionamento da justiça, seja diante de sua atuação em gabinetes, em varas, 
cartórios judiciais, no primeiro ou no segundo grau de jurisdição. 
Não se esqueça que essa é uma profissão versátil, varia de acordo com 
a competência, jurisdição, conveniência e necessidade de serviço. Trata-se de 
uma atividade com muita atuação e exigido grau de responsabilidade. Engana-
se aquele que acha que o analista, seja da área do direito ou de áreas 
especializadas tem uma atuação mecânica e monótona. 
21 
 
No primeiro e no segundo grau de jurisdição, os analistas ainda podem 
participar das sessões de audiência (ou de julgamento). 
 
SAIBA MAIS 
 
É importante ressaltar que a função de analista não está restrita ao Poder 
Judiciário Estadual!! Na Justiça Federal, na Justiça do Trabalho, na Justiça 
Eleitoral e demaisTribunais Superiores também existe referida profissão de 
analista. 
 
Fonte: (MASSAD, 2016). 
 
#SAIBA MAIS# 
 
Requisitos de ingresso ao cargo de analista: 
 
1. Requisito exigido para cargo de analista judiciário em concurso 
realizado pelo Tribunal Regional Federal 
 
Área e especialidade Requisito 
 
 
Judiciária – judiciária 
Diploma ou certificado, devidamente 
registrado, de conclusão de curso 
superior em Direito, fornecido por 
instituição de nível superior 
reconhecida pelo MEC. 
 
 
Judiciária – oficial de justiça avaliador 
federal 
Diploma ou certificado, devidamente 
registrado, de conclusão de curso 
superior em Direito, fornecido por 
instituição de nível superior 
reconhecida pelo MEC. 
 
 
Diploma ou certificado, devidamente 
registrado, de conclusão de curso 
22 
 
 
 
Analista da área de apoio 
especializado – informática 
superior completo, em qualquer área 
de formação, fornecido por instituição 
de nível superior reconhecida pelo 
MEC, acompanhado de curso de 
especialização com carga horaria 
mínima de 360 (trezentos e sessenta) 
horas na área de Análise de Sistemas, 
ou qualquer curso superior de 
Informática devidamente reconhecido. 
Fonte: (MASSAD, 2016, p. 55-56) 
 
2. Requisito exigido para cargo de analista judiciário em concurso 
realizado pelo Tribunal de Justiça do Paraná 
 
Especialidade Requisito 
 
Judiciário 
Diploma ou certificado de curso de 
nível superior em Direito, reconhecido 
pelo MEC. 
 
Psicologia 
Diploma ou certificado de curso de 
nível superior em Psicologia, 
reconhecido pelo MEC. 
 
Contabilidade 
Diplomas ou certificados de curso de 
nível superior em Contabilidade, 
reconhecido pelo MEC. 
 
Assistência Social 
 
Diplomas ou certificados de curso de 
nível superior em Assistência Social, 
reconhecido pelo MEC. 
Fonte: (MASSAD, 2016, p. 58) 
23 
 
 
 
TÓPICO IV 
Dos deveres atinentes à função de analista jurídico 
 
E passaremos agora ao último tópico desta Unidade sobre o cargo de 
analista judiciário, ocasião em que trabalharemos sobre a ética, o sigilo 
profissional, segredo de justiça e demais deveres do analista. 
 
● Da Ética 
 
Tem-se por ética um conjunto de valores morais e princípios que norteiam 
a conduta humana e da sociedade. Atua como um instrumento de equilíbrio, para 
que ninguém saia prejudicado. 
E não confunda a ética com leis!! Ela está mais relacionada a um 
sentimento de justiça social. E por ser uma construção social, baseada em todo 
um contexto histórico e sociocultural (e também econômico) a ética é consagrada 
como um ramo da ciência que estuda os valores e princípios morais humanos e 
da sociedade, de forma que é possível, portanto, se falar em ética nas relações 
profissionais. 
Uma coisa que se deve ter em mente é de que os servidores públicos 
(seja analista, assessor, juiz, promotor) são profissionais que detém um vínculo 
de trabalho profissional com órgão e entidades do governo, e todas as atividades 
de órgãos do governo, afetam a vida em sociedade, sendo de extrema relevância 
que os servidores apliquem em seu trabalho valores éticos, para que então, toda 
a sociedade possa acreditar na eficiência e lisura dois serviços públicos. 
E por esta razão, a lei inclusive prevê sanções e mecanismos que 
penalizam servidores que ajam em desacordo com suas atividades e condutas 
profissionais. 
Um exemplo é a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 
101/2000), assim como a Lei nº. 8.027/1990, que trata-se do Código de ética dos 
servidores públicos, e dispõe sobre normas de conduta dos servidores públicos 
 
24 
 
civis da união, das autarquias e das fundações públicas. Veja o art. 2º da Lei nº. 
8.027/1990: 
 
Art. 2º São deveres dos servidores públicos civis: 
 
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições legais e regulamentares 
inerentes ao cargo ou função; 
II - ser leal às instituições a que servir; 
III - observar as normas legais e regulamentares; 
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente 
ilegais; 
V - atender com presteza: 
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, 
ressalvadas as protegidas pelo sigilo; 
b) à expedição de certidões requeridas para a defesa de direito ou 
esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
VI - zelar pela economia do material e pela conservação do patrimônio 
público; 
VII - guardar sigilo sobre assuntos da repartição, desde que envolvam 
questões relativas à segurança pública e da sociedade; 
VIII - manter conduta compatível com a moralidade pública; 
IX - ser assíduo e pontual ao serviço; 
X - tratar com urbanidade os demais servidores públicos e o público 
em geral; 
XI - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. 
 
 
A referida norma ainda trata sobre desvios de conduta, faltas e infrações, 
versando sobre possíveis punições administrativas (que mais à frente serão 
estudadas). 
No Estado do Paraná, a Lei n° 16.024, de 19 de dezembro de 2008, 
Estatuto dos Funcionários do Poder Judiciário elenca vários deveres do 
funcionário público, sendo eles: 
 
Art. 156. São deveres do funcionário: 
 I - assiduidade; 
II - pontualidade; 
 III - urbanidade; 
IV - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; 
V - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; 
VI - lealdade e respeito às instituições a que servir; 
VII - observar as normas legais e regulamentares; 
VIII - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente 
ilegais; 
IX - atender com presteza: a) ao público em geral, prestando as 
informações requeridas, ressalvadas às protegidas por sigilo; b) à 
expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou 
esclarecimento de situações de interesse pessoal; c) às requisições 
para a defesa da Fazenda Pública; 
X - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de 
que tiver ciência em razão do cargo; 
25 
 
XI - zelar pela economia do material e conservação do patrimônio 
público; XII - guardar sigilo sobre assunto da repartição 
XII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; 
XIII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder; 
XIV - atender prontamente às convocações para serviços 
extraordinários; 
XV - zelar pela manutenção atualizada dos seus dados cadastrais 
perante a administração pública; 
XVI - apresentar-se convenientemente trajado em serviço ou com 
uniforme determinado; 
XVII - proceder na vida pública e na vida privada de forma a dignificar 
o cargo ou a função que exerce; 
XVIII - cumprir os prazos previstos para a prática dos atos que lhe são 
afetos ou que forem determinados pela autoridade administrativa ou 
judiciária a que estiver vinculado; 
XIX - comunicar à Secretaria do Tribunal de Justiça e restituir 
imediatamente os valores que perceber indevidamente como 
remuneração; 
XX - frequentar os cursos instituídos pela administração do Tribunal de 
Justiça para aperfeiçoamento ou especialização; 
XXI - submeter-se à inspeção médica quando determinada pela 
autoridade competente. 
 
 
O que se deve ter como ponto de referência em relação à ética do servidor 
público é a busca por um padrão de comportamento ético, para que a partir disso, 
se possa julgar a atuação dos servidores. Para tanto, o artigo 37, da CF/88 traz 
alguns princípios que regem a Administração Pública: legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência. 
Portanto, o servidor deve sempre agir pautado nesses princípios. 
 
● Sigilo Profissional 
 
A Lei nº. 8.027/1990, em seu art. 2º, VII, dispõe que é dever do servidor 
guardar sigilo sobre assuntos da repartição, desde que envolvam questões 
relativas à segurança pública e da sociedade, e assim, o sigilo se constitui como 
um dever a ser cumprido pelo analista, 
sendo que o seu descumprimento 
implica em punições, a teor do que 
prescreve a Lei nº. 8.112/1990. 
 O servidor público tem o dever de 
procederde forma a agir com discrição 
e à salvaguarda de documentos 
Figura 3 - Profissional do Direito 
26 
 
sigilosos, preservando em ambiente apropriado as informações afetas ao seu 
trabalho. Não pode o analista, por exemplo, tornar públicas as decisões ou 
demais atos sigilosos executados 
dentro de seu ambiente profissional. 
 
● Segredo de Justiça 
 
Também é dever do analista zelar pelo sigilo de processos judiciais ou 
demais investigações e atos que sejam uma exceção ao princípio da publicidade, 
na medida em que pode envolver a intimidade de alguma pessoa, seus dados 
pessoais, sigilos fiscais, de dados, de telefonia, etc. 
Em determinadas situações admite-se a publicidade restrita aos 
envolvidos no processo, preservando-se a dignidade das pessoas. Sendo dever 
do analista, a garantia desse segredo de justiça (MASSAD, 2016). 
 
● Documentos Oficiais e Participação em Atos Oficiais 
 
E encerrando essa Unidade, vamos trabalhar os documentos a serem 
elaborados pelo analista e sua participação em atos oficiais. 
Atualmente, a maioria dos processos são eletrônicos. A modernização 
dos sistemas de integração e de comunicação permitiram uma maior agilidade 
nos feitos e na comunicação, aperfeiçoando a prestação jurisdicional. 
Há exemplo disso, no TJPR os servidores têm acesso a um chat particular 
de comunicação online, um sistema de comunicação por mensagens 
(mensageiro) e o sistema Hércules onde são agilizados diversos requerimentos 
e procedimentos internos, dispensando a impressão de papel, deslocamentos, 
etc. 
Todavia, apesar dessa modernização, a redação das comunicações e 
contatos oficiais deve respeitar os preceitos de cada órgão do Poder Judiciário 
em que estiver atuando. A redação é elemento essencial e os pronomes de 
tratamento devem ser sempre observados. Além dos pronomes de tratamento, 
outro ponto importante, é a impessoalidade da redação, o uso padrão e culto de 
linguagem, a clareza, concisão, formalidade e uniformidade do texto. 
Fonte: Shutterstock 
27 
 
E já por ato processual, se entende como qualquer ato praticado por 
quaisquer das pessoas envolvidas na relação jurídica processual, com vistas a 
produzir uma consequência jurídica. Incluem, portanto, petições, recursos e 
movimentações. No Novo CPC encontram-se previstos no Livro IV, nos arts. 188 
a 293. 
Com mais especificidade, os arts. 206 a 211 trazem sobre os atos do 
escrivão ou do chefe de secretaria: 
 
Seção V 
Dos Atos do Escrivão ou do Chefe de Secretaria 
Art. 206. Ao receber a petição inicial de processo, o escrivão ou o chefe 
de secretaria a autuará, mencionando o juízo, a natureza do processo, 
o número de seu registro, os nomes das partes e a data de seu início, 
e procederá do mesmo modo em relação aos volumes em formação. 
 Art. 207. O escrivão ou o chefe de secretaria numerará e rubricará 
todas as folhas dos autos. 
Parágrafo único. À parte, ao procurador, ao membro do Ministério 
Público, ao defensor público e aos auxiliares da justiça é facultado 
rubricar as folhas correspondentes aos atos em que intervierem. 
 Art. 208. Os termos de juntada, vista, conclusão e outros semelhantes 
constarão de notas datadas e rubricadas pelo escrivão ou pelo chefe 
de secretaria. 
Art. 209. Os atos e os termos do processo serão assinados pelas 
pessoas que neles intervierem, todavia, quando essas não puderem 
ou não quiserem firmá-los, o escrivão ou o chefe de secretaria 
certificará a ocorrência. 
§ 1º Quando se tratar de processo total ou parcialmente documentado 
em autos eletrônicos, os atos processuais praticados na presença do 
juiz poderão ser produzidos e armazenados de modo integralmente 
digital em arquivo eletrônico inviolável, na forma da lei, mediante 
registro em termo, que será assinado digitalmente pelo juiz e pelo 
escrivão ou chefe de secretaria, bem como pelos advogados das 
partes. 
§ 2º Na hipótese do § 1º, eventuais contradições na transcrição 
deverão ser suscitadas oralmente no momento de realização do ato, 
sob pena de preclusão, devendo o juiz decidir de plano e ordenar o 
registro, no termo, da alegação e da decisão. 
 Art. 210. É lícito o uso da taquigrafia, da estenotipia ou de outro 
método idôneo em qualquer juízo ou tribunal. 
 Art. 211. Não se admitem nos atos e termos processuais espaços em 
branco, salvo os que forem inutilizados, assim como entrelinhas, 
emendas ou rasuras, exceto quando expressamente ressalvadas. 
 
 
28 
 
Desta forma, visualiza-se que os analistas têm em suas atribuições o 
dever de praticar atos de documentação, de comunicação e de logística. 
Os atos de comunicação são aqueles onde o analista ou escrivão 
transfere para determinado suporte as declarações emitidas pelos sujeitos do 
processo. Ex: a representação que dá início ao processo e é autuada pelo 
analista, que insere as informações pertinentes do processo e lavra os termos 
necessários. 
Já os atos de comunicação são aqueles realizados com o intuito de dar 
ciência às partes, dar conhecimento sobre algum acontecimento do processo. É 
um ato indispensável. Ex: intimação e citação. Os termos mais comuns redigidos 
pelo escrivão são os de juntada, vista, conclusão e recebimento, que fazem o 
processo “caminhar”. O analista dá o andamento no processo, faz o intermédio 
de comunicação entre as partes. 
O ato de juntada é quando o analista certifica o ingresso de alguma 
petição ou documento nos autos. 
Vista é o ato de franquear o auto às partes para que se manifestem sobre 
algum evento. 
Conclusão é quando o processo é encaminhado ao juiz, para alguma 
deliberação. 
E por fim, o recebimento se configura como sendo o ato em que o 
analista ou escrivão documenta o momento em que os autos voltaram ao cartório 
após uma vista ou conclusão. 
E já os atos de logística dizem respeito ao recebimento e depósito de 
valores entregues pelas partes, a presença em audiências lavrando termos, as 
certidões do analista certificando o que correu em sua presença. 
 
SAIBA MAIS 
 
Você sabia que o analista possui fé pública? Pois é!! Ele possui e todo ato e 
documentação por ele realizada são cobertos por presunção de verdade. 
 
Fonte: a autora. 
 
#SAIBA MAIS#
29 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Nesta Unidade pudemos pincelar o que seria o técnico, o assessor e o 
analista judiciários, adentrando com mais afinco no estudo relativo ao analista. 
Trata-se este de um servidor indispensável à prestação jurisdicional, que detém 
inúmeras atribuições e deveres, que devem ser cumpridos e respeitados, 
sobretudo diante das imposições constitucionais. 
Como bem visto cada Ente da Federação pode dispor sobre suas próprias 
regras de organização, distribuição e demais normativas relativas à justiça, 
sendo que apesar de serem diferentes em cada Estado, guardam muitas 
semelhanças. 
O analista judiciário, servidor de nível superior, auxilia em sua área de 
formação. E em tendo formação na área jurídica, pode auxiliar na elaboração de 
peças processuais, e demais andamentos relativos ao processo, podendo 
inclusive ser chamado para preencher o cargo de assessor de magistrado, 
desembargador, promotor, etc. (a depender de onde esteja lotado). 
Foi possível com esse aprendizado, compreender a importância do 
analista judiciários, da triagem de feitos, análise e andamento processual, 
verificação de prazos, pagamento de custas, fases do processo, etc. É uma 
atividade de grande importância para a prestação jurisdicional, além de ser uma 
ótima carreira a ser seguida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
LIVRO 
 
Título: Atribuições do assessor jurídico, do analista 
judiciário e do técnico judiciário. 
Autor: Carlos Eduardo Massad. 
Editora: Intersaberes 
Sinopse: Quais são as atribuições de assessores 
jurídicos, analistas judiciários e técnicos judiciários? 
Quais requisitos esses profissionais precisam preencher 
para ingressar nessas carreiras? Em que áreas atuam?Sem dúvida, as atividades desempenhadas por esses 
profissionais são de extrema importância para o bom funcionamento da estrutura 
jurídica de nosso país. Conhecendo melhor as responsabilidades desses cargos, 
você poderá compreender como o trabalho de assessores jurídicos e analistas 
e técnicos judiciários é relevante para a sociedade no que diz respeito ao acesso 
do cidadão à justiça. O conteúdo que você encontrará neste livro ampliará sua 
percepção sobre o funcionamento do Poder Judiciário no Brasil. 
 
 
 
Título: Acesso à Justiça 
Autor: Mauro Cappelletti; Bryant Garth 
Editora: Fabris 
Sinopse: Nesta obra, os autores sugerem três 
movimentos (ou ondas) que podem contribuir para o 
acesso à justiça e solucionar problemas da prestação 
jurisdicional, sendo eles: a assistência judiciária, a 
representação jurídica para os interesses difusos e 
enfoque de acesso à Justiça. Trata-se de um livro 
interessantíssimo e de grande utilidade para aqueles 
que desejam ingressar na carreira dos concursos públicos ou cargos 
comissionados na área jurídica. 
 
 
31 
 
FILME/DOCUMENTÁRIO 
 
Documentário: JUSTIÇA 
Direção e Roteiro: Maria A. Ramos 
Data de Lançamento: 2004 
Sinopse: Este documentário (disponível no YouTube) 
expõe o dia a dia do Tribunal de Justiça do Rio de 
Janeiro e todos seus personagens (servidores públicos, 
réus, familiares, etc.) e oferece ao público uma reflexão 
sobre o sistema judicial brasileiro e as estruturas de 
poder vigentes no país. 
 
 
32 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
Artigo: O Servidor Público no Mundo do Trabalho do Século XXI 
Autores: Carla Vaz dos Santos Ribeiro e Deise Mancebo 
Revista Psicologia: Ciência e Profissão 
Disponível em: 
<https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S141498932013000100015&script=sci_a
rttext&tlng=pt> 
Resumo: O texto aborda as repercussões do discurso depreciativo da sociedade 
dirigido ao servidor público – em muito intensificado pelas mutações no mundo 
do trabalho na virada do século XX para o XXI – na subjetividade dessa categoria 
e investiga como esses trabalhadores convivem com a utilização corrente de 
estereótipos negativos que desqualificam e desvalorizam a sua atividade laboral. 
O texto discute ainda como a falta de reconhecimento e de valorização interfere 
no sentido atribuído pelos servidores públicos à sua vida profissional. O texto 
analisa também as transformações ocorridas no setor público nas últimas 
décadas, em especial, as mudanças provocadas a partir da implementação da 
Reforma do Estado, de 1995, no Brasil, constata que a crise do Estado-
providência influência de maneira decisiva as políticas, as estruturas e a cultura 
das organizações estatais e identifica um novo cenário que gera significativos 
impactos na produção da subjetividade da categoria; por fim, questiona se ainda 
há espaço para o servidor público no mundo do trabalho contemporâneo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Código de Processo Civil (2015). Brasília, DF: Senado, 2015. 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição Federal. Brasília, 1988. 
BRASIL. Lei nº 11.415, de 15 de dezembro de 2006. Brasília, 2006. 
BRASIL. Lei nº 11.416, de 15 de dezembro de 2006. Brasília, 2006. 
BRASIL. Lei nº 8.027, de 12 de abril de 1990. Brasília, 1990. 
BRASIL. Lei nº 8.112, de 11 de setembro de 1990. Brasília, 1990. 
CAPPELLETTI, M.; GARTH, B. Acesso à justiça. Porto Alegre: Sergio Antonio 
Fabris Editor, 1988. 
 
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Resolução do CNJ nº 215, de 16 de 
dezembro de 2015. Brasília, 2015. 
 
MARINELA. F. Direito Administrativo. Niterói: Impetus, 2010. 
PARANÁ. Constituição (1989). Constituição do Estado do Paraná, de 05 de 
outubro de 1989. Curitiba, 1989. 
PARANÁ. Lei Estadual nº 16.023, de 19 de dezembro de 2008. Curitiba, 
2008. 
PARANÁ. Lei Estadual nº 16.024, de 19 de dezembro de 2008. Curitiba, 
2008. 
PARANÁ. Lei Estadual nº 16.024, de 19 de dezembro de 2008. Estatuto dos 
Funcionários do Poder Judiciário. Curitiba, 2008. 
PARANÁ. Lei Estadual nº 16.748, de 29 de dezembro de 2010. Curitiba, 2010. 
PARANÁ. Lei Estadual nº 20.329, de 24 de setembro de 2020. Curitiba, 2020. 
 RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 13.807, de 17 de outubro de 2011. 
Porto Alegre, 2011. 
SANTA CATARINA. Lei Complementar nº 406, de 25 de janeiro de 2008. . 
Florianópolis, 2008. 
SHUTTERSTOCK. Imagem. Disponível em: 
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/lady-justice-blindfolded-beam-
balance-sword-1917918482. Acesso em: 19 maio 2021. 
SHUTTERSTOCK. Imagem. Disponível em: 
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/law-justice-notary-work-concept-
young-1819449371. Acesso em: 19 maio 2021. 
34 
 
SHUTTERSTOCK. Imagem. Disponível em: 
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/black-holding-weighing-scale-
inclined-other-285432824. Acesso em: 19 maio 2021. 
STF. Súmula Vinculante nº 13, de 29 de agosto de 2008. Brasília, Disponível 
em: http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menusumario.asp?sumula=1227. 
Acesso em: 26 maio 2021. 
TJPR. Lotação Paradigma de Servidores por Secretaria - Triênio 2018, 
2019 e 2020 – TJPR. 2020. Disponível em: 
https://www.tjpr.jus.br/documents/13302/17194517/Anexo+I+-
+Quadros+I+e+II+-+11.05.2021.pdf/f9cdc093-f5de-6bab-e43a-44ecd22df6ab. 
Acesso em: 24 maio 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
 
UNIDADE II 
DO TÉCNICO JURÍDICO 
Prof. Ma. Raiza Eloa Brambilla Catanio1 
 
Plano de Estudo desta Unidade: 
 
 
● Das características gerais do cargo de técnico 
jurídico; 
 
 
● Das funções/atribuições do técnico jurídico; 
 
 
● Dos deveres da função de técnico jurídico; 
 
 
● Das diferenças e similitudes entre analistas e 
técnicos jurídicos 
 
 
Objetivo de Aprendizagem: 
 
Prezado (a) aluno (a), agora daremos início aos estudos relativos ao cargo 
de técnico judiciário, tema este, que faz parte da Unidade II da nossa disciplina 
de Atribuições do Analista, do Técnico e do Assessor Jurídico. 
Dividiremos esse material em 04 tópicos, onde abordaremos as 
características gerais deste cargo, quais suas funções e atribuições, bem como 
seus deveres, sendo que por fim, trabalharemos as semelhanças e diferenças 
entre o técnico judiciário e o analista (função estudada na unidade anterior). 
 
 
 
 
1 Mestra em Ciências Jurídicas pela Universidade Cesumar – UniCesumar, pós-graduanda em 
Docência no Ensino Superior, pela Uniasselvi, Assessora Jurídica no Tribunal de Justiça do 
Estado do Paraná – TJPR. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6265742338541943. E-mail: 
raizaeloa@hotmail.com. 
2 
 
INTRODUÇÃO 
 
Caro (a) aluno(a), essa unidade tem como objetivo principal elucidar todas 
questões relativas ao tema e desta forma, acrescentar conteúdo e sabedoria à 
sua jornada acadêmica. 
Será uma nova unidade de conceituação, contextualização e novos 
aprendizados acerca desta profissão em crescente demanda e que diariamente 
têm se demonstrado como uma atividade essencial à prestação jurisdicional, 
sendo, portanto, merecedora de nossa atenção e estudo. 
Então seguimos adiante, para mais uma unidade com muito estudo e 
conhecimento! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
TÓPICO I 
Das características gerais do cargo de técnico jurídico 
 
 
● Você sabe quem é o técnico jurídico? 
 
 
Recapitulando brevemente o tema da unidade anterior, os analistas, 
técnicos e assessores jurídicos são servidores públicos e atuam em órgãos 
governamentais, integrados em cargos do Distrito Federal, Estados e da União. 
O cargo de técnico jurídico, assim como 
o do analista, está previsto na Lei nº. 11.416 de 
dezembro de 2006, que regulamenta as 
carreiras dos servidores do poder Judiciário da 
União, bem como, pela Lei Federal nº. 11.415, 
de 2006, versa sobre as carreiras dos 
servidores do Ministério Público. 
Importante relembrarmos que cada Ente 
Federativo possui autonomia paracriar e editar 
suas normas de regulamentação em relação às atividades da justiça, conforme 
o art. 125 da Constituição Federal de 1988. 
E da mesma forma que ocorre com os analistas, os técnicos jurídicos 
trabalham para que a prestação jurisdicional ocorra como deve ser: com 
celeridade e amplo acesso. Sua atividade é essencial e indispensável para a 
Justiça e também para toda a sociedade. 
Existem duas formas de ingresso nas carreiras jurídicas de analista, 
assessor e técnico, sendo que para esta última, é necessária somente a 
formação em nível médio ou curso técnico equivalente, em instituição de ensino 
reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC). 
Anteriormente à Carta Maior de 1988 (Constituição Federal) as atribuições 
anteriormente estudadas relativas ao cargo de Analista Judiciário, eram 
privativas dos Servidores que detinham destaque na prestação do serviço 
 
Figura SEQ Figura \* ARABIC 1 - 
Técnico Jurídico 
4 
 
público e investiam em seu aperfeiçoamento técnico e acadêmico, e 
consequentemente profissional. 
Era realizado um procedimento interno de concurso e em caso de 
aprovação, referidos profissionais davam sequência à suas carreiras junto ao 
Ente Público, mas agora na função de Analista Judiciário. Sucintamente, tratava-
se de uma promoção do servidor que trabalhava com eficiência e presteza, 
sobretudo diante do aumento de sua remuneração e de suas responsabilidades 
(ARAÚJO, c2006-2021). 
Com o passar dos anos, a carreira de analista foi dividida em duas: 
Analista e Técnico Judiciário, sendo que durante a inscrição em concurso público 
já há a diferenciação entre os cargos, a depender da qualificação do candidato 
(formação em nível superior). 
A atuação do técnico jurídico, por vezes, se volta mais às áreas 
administrativas e de suporte técnico do Poder 
Judiciário, podendo também, trabalhar em 
cartórios judiciais, varas, gabinetes. 
São servidores que prestam grande 
auxílio no andamento dos processos e 
atendimento ao público. 
Trata-se o Técnico Judiciário de um 
servidor público, cuja atuação se dá nos tribunais e demais espaços da Justiça, 
ou seja, é um profissional que pode trabalhar junto à Justiça Federal (TRF), 
Estadual (TJ), Justiça do Trabalho (TRT) ou 
Justiça Eleitoral (TRE). 
É um cargo que possui ampla concorrência, haja vista a dispensa de 
diploma em nível superior e as excelentes remunerações e gratificações e 
também por possuir ampla área de atuação. Geralmente referidas áreas podem 
ser (MASSAD, 2016): 
 
● Área Administrativa (somente ensino médio completo) 
● Área Administrativa – Especialidade Contabilidade (ensino médio + 
Curso técnico de Contabilidade) 
● Área Administrativa – Especialidade Enfermagem (ensino médio + 
Curso técnico de Enfermagem) 
Figura SEQ Figura \* ARABIC 2 - 
Técnica Jurídica 
Fonte: shutterstock 
5 
 
● Área Administrativa – Tecnologia da Informação (ensino médio + 
Curso técnico de Informática) 
 
Na área de apoio especializado ou técnico (ensino médio + curso 
técnico) os serviços serão realizados somente por servidores devidamente 
aprovados no concurso público para o cargo de Técnico Judiciário que 
apresentem o devido registro, nos respectivos órgãos fiscalizadores do exercício 
da profissão ou o domínio de habilidades específicas. Exemplo: Especialidade 
Enfermagem (ensino médio + diploma em curso técnico de Enfermagem) 
Já quanto à área de apoio administrativo, os serviços dizem respeito a 
formalização de atos processuais, escrituração em livros, digitalização de 
documentos, certificação dos atos processuais, de ofícios e demais 
comunicações pertinentes ao processo, atendimento ao público, entre outras. 
Ainda, além de o técnico judiciário desempenhar inúmeras funções no 
Poder Judiciário brasileiro, também pode atuar junto ao Ministério Público e, 
muito embora seja um profissional sem formação em nível superior de graduação 
em Direito, deve possuir conhecimentos sobre a estrutura e funcionamento dos 
órgãos onde está lotado atuando como servidor. 
A Lei nº. 11.416/2006, que dispõe sobre a carreira dos servidores do 
Poder Judiciário da União, prescreve em seu art. 8º, inciso II, que é requisito de 
escolaridade para o ingresso no cargo de técnico judiciário, o curso de ensino 
fundamental. 
O art. 4º, inciso II da referida Lei, leciona que a atribuição da carreira de 
técnico judiciário está voltada para a execução de tarefas de suporte técnico e 
administrativo. 
No Estado do Paraná, as Leis nº. 16.023/2008, nº. 16.748/2010 e nº. 
20.329/2020 tratam das carreiras dos funcionários públicos do quadro pessoal 
do Poder Judiciário, e determinam como requisito para ingresso no cargo de 
técnico jurídico a conclusão de cursos de ensino médio ou curso técnico 
equivalente ou ainda curso superior correlacionado com a especialidade da área 
de apoio, em sendo o caso. Vejamos: 
 
Art. 5°. Divide a estrutura funcional da parte permanente do Quadro de 
Pessoal do Poder Judiciário do Estado do Paraná nas seguintes 
carreiras, organizadas segundo os requisitos de investidura, 
6 
 
atribuições, complexidade, grau de responsabilidade e peculiaridades 
dos cargos: (Redação dada pela Lei 20329 de 24/09/2020). [...] 
Art. 6°. Divide a estrutura funcional da parte suplementar do Quadro de 
Pessoal do Poder Judiciário do Estado do Paraná nas seguintes 
carreiras: (Redação dada pela Lei 20329 de 24/09/2020).[...] 
III - Auxiliares da Justiça (AUJ) composta por cargos de provimento 
efetivo com atribuições de suporte técnico e administrativo relativos a 
diligências externas e cumprimento de atos processuais, de 
fiscalização de crianças e adolescentes e da execução das leis que os 
assistem e de apregoamento, cujo requisito de ingresso é a formação 
em curso de ensino médio; (Incluído pela Lei 20329 de 24/09/2020). 
IV - Intermediária (INT) composta por cargos de provimento efetivo com 
atribuições técnicas nas áreas de apoio direto e indireto à prestação 
jurisdicional, cujo requisito de ingresso é a formação em curso de 
ensino médio, ou curso técnico equivalente, correlacionado com a 
especialidade, se for o caso. (Redação dada pela Lei 20329 de 
24/09/2020). 
 
 
E aqui novamente citando a página da Web do Tribunal de Justiça do 
Estado de Santa Catarina, referido site, ao dispor sobre a função de Técnico 
Judiciário traz algumas informações e denominações da categoria2: 
 
Ou seja, descreve sumariamente que ao técnico judiciário ficam 
incumbidas as atividades relacionadas com serviços de organização, execução 
e controle de serviços técnicos-administrativos, bem como atuar como 
conciliador ou mediador, por designação da autoridade judiciária a que estiver 
subordinado. 
 
2 TJSC. Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Técnico Judiciário. Disponível em: 
https://www.tjsc.jus.br/web/servidor/tecnico-judiciario-auxiliar. 
Fonte: (TJSC, online) 
Figura SEQ Figura \* ARABIC 3 - Site TJSC 
7 
 
Já o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul ao dispor sobre 
a carreira de técnico judiciário, a divide em três áreas (Lei nº. 13.807 de 17 de 
outubro de 2011, atualizada até a Lei nº. 14.722, de 19 de agosto de 2015): 
● Da área judiciária; 
● Da área administrativa; 
● Da área de apoio especializado 
 
E como já explicado na Unidade anterior, os técnicos judiciários podem 
exercer suas funções nos cartórios judiciais, locais estes onde o servidor da 
Justiça exerce seu ofício (seu trabalho) e também o local onde são armazenados 
os processos, documentos relativos aos feitos judiciais e demais objetos que 
sejam necessários e/ou pertinentes a algum processo e que devem permanecer 
em cartórios judiciais, ou apreendidos. 
Nas secretarias a lotação dos servidores varia de acordo com a entrância 
(inicial, intermediária ou final), bem como pela demanda de trabalho. Uma 
secretaria é composta por pelo menos 01 analista/escrivão e técnicos judiciários. 
Devendo ser ressaltadonovamente, que a quantidade de técnicos por 
comarca, vara, secretaria, etc. varia de acordo com a demanda processual, 
distribuição de feitos e competências. 
 
Requisitos de ingresso ao cargo de técnico: 
 
1. Edital 001/2017 – Concurso Público para provimento de vagas do 
cargo de Técnico Judiciário do quadro de pessoal do 1º Grau de 
Jurisdição do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná: 
 
Cargo Requisito 
 
Técnico Judiciário 
Certificado de conclusão de Ensino 
Médio, fornecido por instituição de 
ensino reconhecida pelo Ministério da 
Educação e Cultura - MEC. 
Fonte: TJPR, online. 
 
8 
 
2. Edital 01/2020 – Concurso Público para o provimento de cargos 
vagos e à formação de cadastro de reserva do quadro de pessoal 
efetivo do Poder Judiciário do Estado de Santa Catarina: 
 
Cargo Requisito 
 
 
Técnico Judiciário Auxiliar 
Certificado, devidamente registrado, 
de conclusão de curso de nível médio 
(antigo 2º grau) expedido por 
Instituição de Ensino reconhecida por 
Conselho Estadual de Educação ou 
por Conselho Nacional de Educação. 
Fonte: Edital 01/2020, TJSC, online. 
 
3. Requisitos exigidos para cargos de técnico judiciário em concurso 
realizado pelo Tribunal Regional Federal: 
 
Especialidade Requisito 
 
Administrativa 
Comprovante de conclusão de ensino 
médio ou equivalente, devidamente 
reconhecido por órgão competente 
para tal. 
 
 
Segurança e Transporte 
Comprovante de conclusão de ensino 
médio ou equivalente, devidamente 
reconhecido por órgão competente 
para tal e carteira nacional de 
habilitação, no mínimo, categoria “D”. 
 
 
Contabilidade 
Conclusão de curso de ensino médio 
ou equivalente e curso de técnico de 
contabilidade, devidamente 
reconhecidos por órgão competente 
para tal, e registro no Conselho 
Regional de Contabilidade (CRC). 
9 
 
 
Tecnologia da Informação 
Comprovante de conclusão de ensino 
médio ou equivalente, devidamente 
reconhecido por órgão competente 
para tal. 
Fonte: (MASSAD, 2016, p. 56-57) 
 
 
 As atividades administrativas e técnicas realizadas pelos servidores são 
de grande valia para a prestação jurisdicional e têm sua relevância, dadas às 
necessidades de cada órgão e Estado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
TÓPICO II 
 Das funções/atribuições do técnico jurídico 
 
 
Neste tópico, depois de assimiladas as conceituações sobre o técnico 
judiciário, quem é, qual a forma de 
ingresso na carreira, etc., passaremos a 
trabalhar suas atribuições e funções 
junto ao seu local de trabalho. 
O papel do técnico é prestar apoio 
às áreas do Poder Judiciário e desta 
forma, desempenhar atividades gerais, 
de cunho administrativo ou 
especializado, a depender de sua 
especialidade ou formação. 
Como salientado, fazem parte de suas tarefas o atendimento ao público 
em geral, instruir as partes sobre o processo, fornecer informações, redigir 
documentos judiciais e administrativos, bem como podem realizar atividades 
relacionadas com as funções de administração de recursos humanos, materiais 
e patrimoniais, orçamentários e financeiros e controle interno da repartição, 
desde que aptos para tanto (2021). 
O Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, em sua página na 
Web traz algumas informações sobre as atribuições do técnico jurídico portador 
de diploma em ensino médio ou curso técnico, devidamente reconhecimento 
pelo MEC3. Exemplos típicos de atribuições da categoria: 
 
Atribuições gerais 
a) Atender aos advogados e ao público, prestando as informações 
solicitadas; 
b) Elaborar atas de julgamento e de sorteios de jurados; 
 
3TJSC. Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Técnico Judiciário. Disponível em: 
https://www.tjsc.jus.br/web/servidor/tecnico-judiciario-auxiliar. 
 
 
Figura SEQ Figura \* ARABIC 4 - Técnico Jurídico 
Fonte: shutterstock 
11 
 
c) Autuar inquéritos, cartas precatórias, ações, execuções fiscais e demais 
processos; 
d) Fazer juntada de documentos nos processos; 
e) Digitar audiências, quando indicado pelo Escrivão, e demais expedientes 
do cartório; 
f) Realizar o cadastramento dos processos em andamento, partes e 
testemunhas, vinculando-as ao processo; 
g) Registrar e acompanhar a movimentação de processos e respectiva 
localização no cartório; 
h) Providenciar o acondicionamento físico dos processos no cartório, de 
acordo com o respectivo registro lançado no sistema; 
i) Elaborar e controlar a carga e remessa de processos; 
j) Emitir carga de mandado e expedientes diversos; 
k) Receber e remeter petição intermediária; 
l) Providenciar o apensamento, desapensamento e reunião de processos; 
m) Executar mudança de classe de processos; 
n) Cadastrar e emitir pauta de audiência; 
o) Conferir registro de objetos e valores apreendidos; 
p) Manter atualizados os registros no sistema, pertinentes às suas 
atribuições; 
q) Executar outras tarefas correlatas a critério de seu superior imediato. 
Na função de depositário público 
a) Guardar, conservar e administrar os bens a si confinados; 
b) Requerer a cautela bens deterioráveis e sujeitos a depreciação; 
c) Sugerir a locação dos imóveis desocupados sob sua administração; 
d) Promover com a renda dos imóveis sob sua guarda, as reparações dos 
mesmos, mantendo-os segurados contra o fogo e pagar os tributos, com 
autorização do juiz da causa; 
e) Diligenciar despejo dos prédios confinados à sua guarda, e cobrança 
judicial dos aluguéis em mora; 
f) Efetuar a inscrição no registro competente, do ato determinante do 
depósito de imóveis, quando omissas as partes; 
12 
 
g) Prestar informação ao juiz e aos interessados, quando solicitado, 
permitindo o exame dos objetos depositados; 
h) Submeter os livros ao exame do juiz e do órgão do ministério público; 
i) Registrar em livro próprio os depósitos recebidos e entregues, bem como 
os deixados em mãos de particulares; 
j) Escriturar, em livro especial para cada vara, a receita e despesa dos 
depósitos, remetendo o balanço mensal da escrituração ao juiz 
competente no prazo legal; 
k) Executar outras tarefas correlatas a critério de seu superior imediato. 
Na função de partidor 
a) Fazer o esboço de partilha ou sobre partilha judiciais; 
b) Executar outras tarefas correlatas a critério de seu superior imediato. 
Na função de porteiro de auditórios 
a) Apregoar a abertura e o encerramento das sessões do júri; 
b) Apregoar as pessoas chamadas às audiências e sessões do júri; 
c) Apregoar os bens nas hastas públicas e vendas judiciais, animando os 
respectivos atos; 
d) Cumprir as determinações do juiz para a manutenção da ordem, disciplina 
e fiscalização do foro; 
e) Afixar e desafixar editais; 
f) Executar outras tarefas correlatas a critério de seu superior imediato. 
Outros exemplos típicos 
a) Elaborar, datilografar e/ou digitar, conferir instruções, ordens de serviços, 
pareceres, ofícios memorandos, boletins, relatórios, acórdãos, 
declarações, certidões, formulários, tabelas, atos, editais, quadros, mapas 
estatísticos, termos de audiência, pauta de julgamentos, carta de ordem, 
carta de sentença, traslado de agravo de instrumento, processamento dos 
recursos extraordinário, especial, ordinário e outros documentos em geral; 
b) Elaborar e processar as alterações necessárias em terminais de 
computador e sistema usuário; 
13 
 
c) Participar de Comissões em geral, secretariando ou servindo como 
membro; 
d) Efetuar o cadastramento de fornecedores; 
e) Atender ao público em geral, recebendo e prestando informações; 
f) Preparar processos para julgamento, bem como calcular custas 
processuais; 
g) Operar em terminais de computador, máquina composer, telex, fax, 
micros e microfilme; 
h) Processar a movimentação e ascensão funcional, judicial e extrajudicial, 
executando os atos necessários para a sua concretização; 
i) Emitir empenhos e efetuar os respectivos depósitosna rede bancária; 
j) Colaborar na realização de licitações e outros meios utilizados para 
aquisições de materiais e contratação de serviços; 
k) Analisar e emitir informações em expedientes administrativos, referentes 
a requerimentos de magistrados e servidores; 
l) Processar a avaliação de desempenho e de estágio probatório dos 
servidores; 
m) Autuar processos e informar sobre andamento dos mesmos até a decisão 
final; 
n) Manter arquivo de circulares, portarias, leis, decretos e demais 
expedientes de interesse do órgão onde estiver lotado; 
o) Inscrever os magistrados e servidores junto ao PASEP; 
p) Colaborar na elaboração da revista de Jurisprudência Catarinense e na 
realização de correições e inspeções; 
q) Efetuar o cadastramento de bens de caráter permanente; 
r) Protocolar e autuar processos administrativos funcionais e de pagamento; 
s) Cadastrar em terminais de computadores, processos judiciais e 
administrativos; 
t) Arquivar processos administrativos, obedecendo a classificação por 
assunto, ordem alfabética, numérica e digitar nos terminais a 
movimentação referente aos arquivos, relacionando após um ano e 
encaminhando para o arquivo central; 
u) Cadastrar a frota de veículos do Poder Judiciário, efetuando o 
emplacamento, licenciamento, pagamento de seguro, controle das 
14 
 
despesas dos veículos, registrando no terminal de computador os 
serviços de mão-de-obra, reposições de peças, controle da média de 
combustíveis, elaboração do relatório mensal e anual das despesas dos 
veículos; 
v) Controlar a movimentação de veículos e a permanência dos mesmos no 
abrigo deste Tribunal; 
w) Emitir e controlar contratos e emitir convites e dispensas de licitações; 
x) Conferir propostas apresentadas pelas empresas, efetuando cálculos, 
mapas e numeração dos processos; 
y) Efetuar pedidos de abertura de licitação e montagem de processos e 
elaborar levantamento de dados necessários à promoção, remoção e ou 
opção de magistrados para o Corregedor Geral da Justiça remetidos à 
presidência; 
z) Proceder, após determinado, autuação de processos, assim como manter 
atualizado, em parte, manualmente ou digitado, o andamento dos 
processos e executar outras atividades correlatas. 
No tocante às atribuições e funções do Técnico Judiciário, o Tribunal de 
Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, na Lei nº. 13.807 de 17 de outubro de 
2011, atualizada até a Lei nº. 14.722, de 19 de agosto de 2015, instituiu as três 
áreas anteriormente elencadas (área judiciária, área administrativa e de apoio 
especializado), sendo que explicou cada uma delas, conceituando-as: 
 
Art. 3º: IV - Técnico Judiciário – Área Judiciária: atividades de 
cumprimento e formalização dos atos processuais e respectiva 
certificação, elaboração de documentos, atendimento ao público, 
efetuar juntada de documentos; proceder à baixa e arquivamento dos 
processos; executar atividades de apoio administrativo, mediação, 
conciliação, atuação como instrutor e monitor em cursos de 
treinamento e aperfeiçoamento de servidores do Poder Judiciário, e 
outras tarefas de grau médio de complexidade, dentre as demais 
atribuições definidas em regulamento; 
 
V - Técnico Judiciário – Área Administrativa: execução de tarefas de 
suporte administrativo, mediação, conciliação, atuação como instrutor 
e monitor em cursos de treinamento e aperfeiçoamento de servidores 
do Poder Judiciário, e outras de grau médio de complexidade, dentre 
as demais atribuições definidas em regulamento; e 
 
VI - Técnico Judiciário – Área de Apoio Especializado: execução de 
tarefas de suporte técnico de grau médio de complexidade, dentre as 
demais atribuições definidas em regulamento. 
15 
 
 
No que diz respeito ao Estado do Paraná, o Técnico Judiciário poderá 
exercer tarefas de suporte técnico, judiciário, administrativo e de apoio em geral 
(MASSAD, 2016). 
 
SAIBA MAIS 
 
Os ocupantes do cargo da carreira de Técnico Judiciário e de Secretaria podem 
ser designados para atividades internas e externas concernentes com as 
atribuições de Oficial de Justiça, Comissário da Infância e Juventude, Porteiro 
de Auditório e Leiloeiro. 
 
Fonte: Lei nº. 16.023/08, art. 8º, § 2º. 
 
#SAIBA MAIS# 
 
A atividade do técnico judiciário, ao contrário do que pode parecer, 
também é muito versátil! Sim, os técnicos judiciários podem exercer funções de 
Oficial de Justiça, Comissário da Infância e Juventude, Porteiro de Auditório e 
Leiloeiro, conforme dispõe a Lei nº. 16.023/08, art. 8º, § 2º, desde que estes 
frequentem e sejam aprovados em cursos de qualificação para tanto: 
 
I - O exercício das atribuições de Oficial de Justiça, Comissário da 
Infância e Juventude e de Leiloeiro tem como pressuposto a frequência 
e aprovação em curso de qualificação que será regulamentado pelo 
Presidente do Tribunal de Justiça; 
 
II - O exercício das atribuições de Oficial de Justiça e Comissário da 
Infância e da Juventude implicará em dispensa das atividades próprias 
do cargo de Técnico Judiciário em grau definido pelo Juiz Titular ao 
qual o funcionário estiver subordinado; 
 
III - O exercício das funções de porteiro de auditório e de leiloeiro dar-
se-á por designação do Juiz Diretor do Fórum, através de portaria e 
não implicarão em dispensa do cumprimento de outras atribuições 
próprias ao cargo; 
 
IV - As atribuições da função de Comissário da Infância e da Juventude 
serão as definidas em lei e, supletivamente, pelo Presidente do 
Tribunal de Justiça. 
 
SAIBA MAIS 
16 
 
 
E trazendo novamente conteúdos estudados na Unidade anterior, não se 
esqueça que a atividade de assessoramento também pode ser atribuída ao 
técnico judiciário, ao conferirem prazos de processos, numerar autos, arquivar e 
organizar documentos, triar processos, entre outras funções. 
 
Fonte: a autora. 
 
#SAIBA MAIS# 
 
No assessoramento de juiz de primeiro grau, o técnico judiciário 
contribuirá para a solução mais célere possível dos conflitos, possibilitando que 
o maior número possível de processos seja concluído. 
Os técnicos judiciários, muito embora não possuam qualquer formação na 
área do Direito, também podem auxiliar em tarefas de cunho jurídico, realizando 
pesquisas e estudos para facilitá-las, assim como informando movimentações 
de processos e prestando informações aos advogados e partes. 
Os técnicos após realizarem as triagens dos feitos, ainda poderão 
verificar os prazos das ações, recursos e demais procedimentos, atentando-se 
à prioridade de cada um e suas peculiaridades (processos antigos, processos de 
réu preso, envolvendo criança ou adolescente, etc.) 
Outro ponto a ser analisado pelo profissional, são as custas processuais 
ou preparo do recurso. O técnico judiciário sem formação na área do direito 
pode também realizar funções administrativas dentro de um gabinete, ou seja, 
sua atuação não se restringe aos cartórios e secretarias judiciais. 
No gabinete, o servidor pode auxiliar na movimentação processual 
(entrada e saída de processos), organização da pauta de audiências e da 
agenda de sessões, bem como pesquisar jurisprudências, entendimentos de 
tribunais superiores, elaborar relatórios, etc. 
 
 
 
 
 
17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TÓPICO III 
Dos deveres atinentes à função de técnico jurídico 
 
 
18 
 
E passaremos agora ao terceiro tópico desta Unidade sobre o cargo de 
técnico jurídico, ocasião que trabalharemos sobre a ética, o sigilo profissional, 
segredo de justiça e demais deveres desse profissional. 
 
Figura 5 - Sigilo Profissional 
 
Fonte: shutterstock 
 
● Da Ética 
 
Como já salientado na unidade anterior, a ética é um conjunto de valores 
morais e princípios que norteiam a conduta humana e da sociedade e que atua 
como um norte para as relações humanas. Trata-se de uma espécie de 
instrumento de equilíbrio para que ninguém saia prejudicado. 
Também salientamosque a ética não deve ser confundida com leis, pois 
está mais relacionada a um sentimento de justiça social. O técnico judiciário, 
assim como os analistas, são servidores públicos que detém um vínculo de 
trabalho profissional com órgão e entidades do governo. 
Todas as atividades realizadas por Entes Federativos, órgãos do governo, 
etc., trazem consequências para a vida em sociedade, sendo de extrema 
relevância que os servidores apliquem em seu trabalho valores éticos, para que 
então, toda a sociedade possa acreditar na eficiência e lisura dos serviços 
públicos. 
Então, repetimos aqui este tópico a importância deste valor, pois a 
exigência da ética ao profissional técnico judiciário não é diferente. 
19 
 
Como bem exposto na Unidade I, a Lei nº. 8.027 de 12 de abril de 1990, 
conhecida como Código de ética dos servidores públicos, dispõem sobre normas 
de conduta dos servidores públicos civis da união, das autarquias e das 
fundações públicas: 
 
Art. 2º São deveres dos servidores públicos civis: 
 
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições legais e regulamentares 
inerentes ao cargo ou função; 
II - ser leal às instituições a que servir; 
III - observar as normas legais e regulamentares; 
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente 
ilegais; 
V - atender com presteza: 
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, 
ressalvadas as protegidas pelo sigilo; 
b) à expedição de certidões requeridas para a defesa de direito ou 
esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
VI - zelar pela economia do material e pela conservação do patrimônio 
público; 
VII - guardar sigilo sobre assuntos da repartição, desde que envolvam 
questões relativas à segurança pública e da sociedade; 
VIII - manter conduta compatível com a moralidade pública; 
IX - ser assíduo e pontual ao serviço; 
X - tratar com urbanidade os demais servidores públicos e o público 
em geral; 
XI - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. 
 
No Estado do Paraná, a Lei n° 16.024, de 19 de dezembro de 2008, 
Estatuto dos Funcionários do Poder Judiciário elenca vários deveres do 
funcionário público, sendo eles: 
 
Art. 156. São deveres do funcionário: 
 I - assiduidade; 
II - pontualidade; 
 III - urbanidade; 
IV - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; 
V - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; 
VI - lealdade e respeito às instituições a que servir; 
VII - observar as normas legais e regulamentares; 
VIII - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente 
ilegais; 
IX - atender com presteza: a) ao público em geral, prestando as 
informações requeridas, ressalvadas às protegidas por sigilo; b) à 
expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou 
esclarecimento de situações de interesse pessoal; c) às requisições 
para a defesa da Fazenda Pública; 
X - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de 
que tiver ciência em razão do cargo; 
XI - zelar pela economia do material e conservação do patrimônio 
público; XII - guardar sigilo sobre assunto da repartição 
XII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; 
20 
 
XIII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder; 
XIV - atender prontamente às convocações para serviços 
extraordinários; 
XV - zelar pela manutenção atualizada dos seus dados cadastrais 
perante a administração pública; 
XVI - apresentar-se convenientemente trajado em serviço ou com 
uniforme determinado; 
XVII - proceder na vida pública e na vida privada de forma a dignificar 
o cargo ou a função que exerce; 
XVIII - cumprir os prazos previstos para a prática dos atos que lhe são 
afetos ou que forem determinados pela autoridade administrativa ou 
judiciária a que estiver vinculado; 
XIX - comunicar à Secretaria do Tribunal de Justiça e restituir 
imediatamente os valores que perceber indevidamente como 
remuneração; 
XX - frequentar os cursos instituídos pela administração do Tribunal de 
Justiça para aperfeiçoamento ou especialização; 
XXI - submeter-se à inspeção médica quando determinada pela 
autoridade competente. 
 
Pontua-se novamente que o servidor público deve buscar sempre agir 
conforme um padrão de comportamentos éticos, conforme dispõe o art. 37, da 
CF/88, que elenca alguns princípios que regem a Administração Pública: 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência. 
Portanto, o servidor deve sempre agir pautado nesses princípios, 
seja ele analista, técnico ou assessor. 
 
● Sigilo Profissional 
 
A Lei nº. 8.027/1990, em seu art. 2º, VII, dispõe que é dever do servidor 
guardar sigilo sobre assuntos da repartição, desde que envolvam questões 
relativas à segurança pública e à sociedade. 
O sigilo se constitui como um dever a ser cumprido também pelo técnico 
judiciário, no exercício de suas funções, mesmo que este não possua formação 
na área do direito e atue em setores administrativos ou em outras funções da 
administração pública, conforme a Lei nº. 8.112/1990. 
O servidor público tem o dever de proceder de forma a agir com discrição, 
preservando em ambiente apropriado as informações afetas ao seu trabalho. 
Não pode o técnico judiciário, do mesmo modo que o analista, tornar públicas 
as decisões ou demais atos sigilosos executados dentro de seu ambiente 
profissional. 
 
21 
 
● Segredo de Justiça 
 
Também é dever do técnico zelar pelo sigilo de processos judiciais ou 
demais investigações e atos que sejam uma exceção ao princípio da publicidade, 
na medida em que pode envolver a intimidade de alguma pessoa, seus dados 
pessoais, sigilos fiscais, de dados, de telefonia, etc. 
Em determinadas situações admite-se a publicidade restrita aos 
envolvidos no processo, preservando-se a dignidade das pessoas. Sendo dever 
do profissional, a garantia desse segredo de justiça (MASSAD, 2016). 
 
● Documentos Oficiais e Participação em Atos Oficiais 
 
Sobre esse ponto, relembramos novamente os conteúdos da unidade 
anterior, ressaltando que os técnicos judiciários também podem elaborar 
determinados atos oficiais. 
Os técnicos, sobretudo aqueles que atuam diretamente em cargos 
vinculados à área do direito têm em suas atribuições o dever de praticar atos de 
documentação, de comunicação e de logística, dentro de suas possibilidades e 
capacitações. 
Por exemplo, podem atuar na expedição de cartas precatórias, intimações 
e citações, e demais atos de andamento processual determinados pelo 
magistrado, assim como, também podem atuar em gabinetes, como 
anteriormente citado. 
 
● Síntese deste tópico 
 
Basicamente, podemos concluir que o Técnico possui a função de apoio 
às áreas do Poder Judiciário, desempenhando funções gerais de cunho 
administrativo, ou em sua área específica de formação técnica. Faz parte das 
tarefas, em alguns casos, realizar atendimento ao público, redigir documentos 
judiciais e administrativos, ou executar atividades de nível intermediário 
relacionadas com as funções de administração de recursos humanos, materiais 
e patrimoniais, orçamentários e financeiros e controle interno da repartição. 
22 
 
As atividades jurídicas dentro de um fórum não dependem exclusivamente 
dos magistrados e desembargadores, mas sim em conjunto com as funções 
desempenhadas por todos os servidores. 
 
Abaixo listamos as principais atribuições do cargo de Técnico Judiciário: 
● Executar tarefas de suporte técnico, judiciário e administrativo e apoio 
em geral ao adequado funcionamento das Secretarias; 
● Auxiliar na escrituração de livros, redigir e assinar ofícios, mandados, 
editais e demais atos da Secretaria; 
● Efetuar a autuação, cadastramento e arquivamento de processos; 
● Auxiliar na movimentação processual; 
● Auxiliar no cumprimento de decisões judiciais; 
● Fazer a juntada de documentos e petições; 
● Auxiliar nas audiências com serviços de digitação ou datilografia; 
● Apregoar as partesnas audiências; 
● Auxiliar na expedição e recebimento de processos, documentos e 
correspondências; 
● Zelar pela manutenção e controle de processos, documentos, livros e 
arquivos sob sua guarda; 
● Auxiliar no apensamento, desapensamento e reunião de processos. 
 
Cada gabinete e serventia deve respeitar a distribuição de competência e 
de jurisdição e atuar naquilo em que estiver designado, de forma que suas 
respectivas atuações sejam delimitadas e organizadas, garantindo-se a presteza 
da Justiça. 
 
REFLITA 
 
Por que o atendimento ao público é uma atividade essencial a ser 
desempenhada pelos servidores da justiça? E seria possível falar que o 
atendimento ao público se consagra como uma forma de acesso à justiça? Por 
quê? 
 
Fonte: a autora. 
23 
 
 
#REFLITA# 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TÓPICO IV 
Das diferenças e similitudes entre analistas e técnicos jurídicos 
 
 
24 
 
 
E agora, finalizando mais uma unidade, trabalharemos as semelhanças e as 
diferenças entre os cargos de analista e de técnico judiciário. Talvez no decorrer 
da leitura dos textos você tenha se confundido com os cargos, se perguntando 
“Ué, mas parecem os mesmos cargos... quais as diferenças entre um e outro?” 
Nós responderemos essa sua dúvida agora! 
 
Figura 6 - Profissionais do Direito 
 
Fonte: shutterstock 
Como já trabalhado nesta unidade e na anterior, tanto o técnico quanto o 
analista podem desempenhar funções de assessoramento, trabalhar em 
gabinetes e secretarias, atuar no andamento de processos, auxílio de 
magistrados, pesquisarem legislações, jurisprudências, praticar atos de citação 
e intimação, e tantas outras similitudes já apontadas, mas quais são as principais 
diferenças? 
Ambas as carreiras são extremamente desejadas por muitos concurseiros 
e possuem altos índices de concorrência. Mas cada uma tem suas 
características e peculiaridades, então vejamos: 
O Analista executa atividades de planejamento, envolvendo a análise de 
fases processuais para dar o devido andamento e sequência dos feitos 
(processos). As tarefas de coordenação, emissão de pareceres e a elaboração 
de laudos e certificações de fé pública são algumas das atividades cuja 
atribuição lhes recai. 
Outro ponto relevante é o requisito de formação educacional do candidato, 
que deve ter formação em curso de nível superior, devidamente reconhecido 
25 
 
pelo MEC. Por exemplo: na área judiciária, exige-se a formação em Direito, já na 
área Administrativa, a formação pode ser em qualquer curso de nível superior. 
Já a função do técnico, pode ser brevemente descrita como uma função 
onde se concentram as execuções de atividades administrativas e de suporte 
técnico. 
Este profissional atua no encaminhamento de processos, abertura e 
encerramento de audiências de instrução, análise de arquivos, dentre outras 
atividades de cunho administrativo ou de especialização técnica, nos casos de 
técnicos com formação em curso técnico para a área em que atua. 
Para concorrer ao cargo de técnico, exige-se a formação em nível médio 
ou curso técnico, reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC). 
Também existem diferenças quanto a remuneração, eis que em média, 
os vencimentos iniciais para analista podem chegar até R$ 12 mil dependendo 
da região onde o mesmo está atuando, enquanto que os vencimentos do técnico 
perfazem a quantia de aproximadamente R$7 mil com possibilidade de aumento 
de acordo com as capacitações acadêmicas. 
Nestes dois cargos estão incluídas gratificações e auxílio alimentação e 
ainda, em alguns Estado, planos de saúde. 
O Local de atuação também pode ser semelhante para ambos os cargos, 
sendo muito amplo, tanto na esfera estadual, quanto na esfera federal. 
Nos Tribunais, o trabalho poderá ocorrer junto aos Tribunais Regionais 
Federais, Tribunais Regionais do Trabalho, Tribunais de Justiça e Tribunais 
Regionais Eleitorais. 
Esses servidores também poderão atuar no Ministério Público, no 
Ministério Público da União e nos Ministérios Públicos Estaduais, assim como 
nas Defensorias. 
Outro ponto relevante a ser apontado sobre as similitudes entre referidos 
cargos, é que ambos são incompatíveis com a atividade da advocacia, conforme 
leciona o art. 28, inciso IV, da Lei nº. 8.906/1994. Assim, o advogado que deseja 
ingressar nos referidos cargos públicos, deve requerer o cancelamento de sua 
inscrição junto à Ordem, ou esta deverá ser feita de oficio pela própria OAB. 
E por fim, de acordo com os editais de concursos, para ambos os cargos, 
a jornada de trabalho é de 40 horas semanais. 
 
26 
 
Tabela – Diferenças e Similitudes entre o Técnico e o Analista 
Jurídico 
Técnico Jurídico Analista Jurídico 
Formação em nível médio ou técnico Formação em nível superior 
O técnico executa atividades 
administrativas e de suporte técnico 
O analista executa atividades de 
planejamento e coordenação 
Remuneração mais baixa Remuneração mais alta 
Incompatível com a advocacia Incompatível com a advocacia 
 
Fonte: a autora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Finalizamos mais uma unidade, onde abordamos a atuação do técnico 
jurídico, a conceituação deste cargo, suas atribuições, funções e deveres e 
também fizemos uma breve diferenciação entre este cargo e o de analista 
judiciário. 
27 
 
Assim como pontuado em relação ao analista, o técnico também exerce 
atividade de grande valia para a prestação judicial e é peça importante para a 
celeridade da justiça, na medida em que desempenham 
suas atividades de impulsionamento de processos, 
atendimento ao público, elaboração de relatórios e 
certidões, entre outras atividades. 
Foi possível com esse aprendizado, compreender 
a importância do técnico judiciário, compreender as 
tarefas que este profissional desenvolve, assim como o 
requisito de ingresso na carreira, que compreende a 
conclusão de ensino médio, em Instituição de Ensino 
devidamente reconhecida pelo MEC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LIVRO 
 
Título: Atribuições do assessor jurídico, do analista judiciário e do técnico 
judiciário. 
28 
 
Autor: Carlos Eduardo Massad. 
Editora: Intersaberes 
Sinopse: Quais são as atribuições de assessores jurídicos, analistas judiciários 
e técnicos judiciários? Quais requisitos esses profissionais precisam preencher 
para ingressar nessas carreiras? Em que áreas atuam? Sem dúvida, as 
atividades desempenhadas por esses profissionais são de extrema importância 
para o bom funcionamento da estrutura jurídica de nosso país. Conhecendo 
melhor as responsabilidades desses cargos, você poderá compreender como o 
trabalho de assessores jurídicos e analistas e técnicos judiciários é relevante 
para a sociedade no que diz respeito ao acesso do cidadão à justiça. O conteúdo 
que você encontrará neste livro ampliará sua percepção sobre o funcionamento 
do Poder Judiciário no Brasil. 
 
 
 
Título: Gestão Pública: Abordagem Integrada da Administração e do Direito 
Administrativo. 
Autor: Antonio Cesar Amaru Maximiano; Irene Patrícia Nohara. 
Editora: Atlas 
Sinopse: Esta também é uma obra de grande valia para todos aqueles que 
desejam ingressas na carreira pública, na medida em que traz assuntos relativos 
ao Administrativo e a Administração. Pode ser utilizado 
para aprendizado, seja por alunos da graduação, 
alunos de cursos técnicos e pós-graduação, bem como 
por todos aqueles que desejam se capacitar 
profissionalmente. 
 
 
FILME/VÍDEO 
 
29 
 
Título: 12 homens e uma sentença 
Direção: Sidney Lumet 
Data de Lançamento: 1957 
Sinopse: O filme acompanha o julgamento de um 
jovem acusado de ter matado o próprio pai. Se a 
votação do júri for unânime, o réu será condenado 
à morte. Onze jurados votam pela condenação, 
mas o jurado número 8 (Henry Fonda) acredita na 
inocênciado garoto e tenta convencer seus 
colegas a repensarem a sentença. 
30 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
Artigo: Trabalhadores públicos e sindicalismo no Brasil: O caso dos 
Trabalhadores Públicos do Judiciário Brasileiro 
Autores: Giovanni Alves e Thayse Palmela 
Revista Pegada - A Revista da Geografia do Trabalho 
Disponível em: <https://repositorio.unesp.br/handle/11449/114876> 
Resumo: O objetivo do ensaio é expor, de modo meramente introdutório, alguns 
elementos analíticos sobre o trabalho e sindicalismo dos empregados públicos 
no Brasil, salientando o caso dos trabalhadores públicos do Poder Judiciário. 
Num primeiro momento, abordaremos o caráter sociológico do proletariado 
público e a sua dimensão no Brasil. Depois, trataremos da estrutura sindical 
brasileira e seus vieses corporativistas. Finalmente, trataremos da precarização 
do trabalho dos empregados do setor público no Brasil na década de 2000. 
 
 
 
 
31 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ARAÚJO, A. P. Técnico Judiciário. InfoEscola. Disponível em: 
https://www.infoescola.com/profissoes/tecnico-judiciario/. Acesso em: 29 mar. 
2021. 
 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição Federal. Brasília, 1988. 
BRASIL. Lei nº 11.415, de 15 de dezembro de 2006. Brasília, 2006. 
BRASIL. Lei nº 11.416, de 15 de dezembro de 2006. Brasília, 2006. 
BRASIL. Lei nº 8.027, de 12 de abril de 1990. Brasília, 1990. 
BRASIL. Lei nº 8.112, de 11 de setembro de 1990. Brasília, 1990. 
BRASIL. Lei nº 8.906, de 04 de julho de 1994. Brasília, 1994. 
CONCURSOS, Equipe Nova. O que faz e como se tornar um Técnico 
Judiciário? 2021. Disponível em: 
https://www.novaconcursos.com.br/portal/noticias/o-que-faz-e-como-se-tornar-
um-tecnico-judiciario-2015-12/. Acesso em: 29 mar. 2021. 
 
MASSAD, C. E. Atribuições do assessor jurídico, do analista judiciário e 
do técnico judiciário. Curitiba: InterSaberes, 2016. 
 
PARANÁ. Lei Estadual nº 16.023, de 19 de dezembro de 2008. Curitiba, 2008. 
 
PARANÁ. Lei Estadual nº 16.024, de 19 de dezembro de 2008. Estatuto dos 
Funcionários do Poder Judiciário. Curitiba, 2008 
 
PARANÁ. Lei Estadual nº 16.748, de 29 de dezembro de 2010. Curitiba, 2010. 
 
PARANÁ. Lei Estadual nº 20.329, de 24 de setembro de 2020. Curitiba, 2020. 
 
RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 13.807, de 17 de outubro de 2011. 
Porto Alegre, 2011. 
 
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32 
 
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TJPR. Edital 001/2017. 2017. Disponível em: 
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da5a6714875a86281196ee2a49fbd028bf440087b6b30641a2fb19108057b53ee
f286ec70184c6e. Acesso em: 24 maio 2021. 
TJSC. Edital 01/202: Fundação Carlos Chagas. Disponível em: https://blog-
static.infra.grancursosonline.com.br/wp-
content/uploads/2020/03/06151602/minuta_edital__versao_final.pdf. Acesso 
em: 24 maio 2021. 
TJSC. Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Técnico Judiciário. Disponível 
em: https://www.tjsc.jus.br/web/servidor/tecnico-judiciario-auxiliar. Acesso em: 
24 maio 2021. 
 
1 
 
 
 
UNIDADE III 
DO ASSESSOR JURÍDICO 
Prof. Ma. Raiza Eloa Brambilla Catanio1 
 
Plano de Estudo desta Unidade: 
 
 
● Da definição e características gerais da função; 
 
 
● Da captação para a vaga de assessor jurídico no 
direito público e privado; 
 
 
● Das atribuições; 
 
 
● Dos deveres da função de assessor jurídico. 
 
 
Objetivos de aprendizagem: 
 
Prezado (a) aluno (a), agora daremos início aos estudos relativos ao cargo 
do assessor jurídico, tema este, que faz parte da Unidade III da nossa disciplina 
de Atribuições do Analista, do Técnico e do Assessor Jurídico. 
O material desta Unidade está dividido em 04 tópicos, onde abordaremos 
a definição e característica geral da função, as atribuições do assessor e seus 
deveres e funções, assim como, também estudaremos sobre a captação para a 
vaga de assessor jurídico no direito público e no direito privado. 
 
 
 
 
1 Mestra em Ciências Jurídicas pela Universidade Cesumar – UniCesumar, pós-graduanda em 
Docência no Ensino Superior, pela Uniasselvi, Assessora Jurídica no Tribunal de Justiça do 
Estado do Paraná – TJPR. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6265742338541943. E-mail: 
raizaeloa@hotmail.com. 
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INTRODUÇÃO 
 
Caro (a) aluno (a), esta Unidade vem para fechar nosso estudo sobre as 
funções do analista, do técnico e do assessor judiciário. Com objetivo de 
contribuir para seu aprendizado e carreira profissional, trabalharemos pontos 
relevantes e imprescindíveis acerca do tema. 
O assessor jurídico é um profissional indispensável para a prestação 
jurisdicional e atua diretamente com os promotores, defensores, juízes e 
desembargadores. Para este cargo, é imprescindível o amplo conhecimento da 
legislação e muita desenvoltura. 
Então vamos lá! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TÓPICO I 
Da definição e características gerais da função 
 
 
Da mesma maneira que o analista e o técnico jurídico, o assessor 
judiciário é um servidor público que atua em órgãos governamentais, integrados 
em cargos do Distrito Federal, Estados e da União. 
Para preencher o cargo, o profissional deve ter formação em nível 
superior em curso de Direito, devidamente reconhecido pelo MEC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: shutterstock 
 
Trata-se de um profissional com formação essencialmente na área 
jurídica e que atua auxiliando magistrados, desembargadores, promotores de 
justiça, e procuradores. 
Antes de 1988, o sistema de Justiça no Brasil em muito se assemelhava 
a outros países, na medida que a Primeira Instância era representada pelas 
varas judicial e a Segunda Instância por Tribunais de Justiça, Tribunais 
Regionais do Trabalho e um Tribunal Federal de Recursos, com sede em Brasília 
(FREITAS, 2017). 
Até então, o acesso à justiça não era amplo e com o advento da 
Constituição Federal de 1988, as pautas coletivas foram tomando maiores 
proporções, deixando para trás a individualidade do Estado. Esse movimento de 
coletividade trouxe uma aproximação da população e seus reais problemas com 
as pautas de direitos e justiça. 
Em Acesso à Justiça (livro já recomendado nas unidades anteriores), os 
autores Cappelletti e Garth (1988, p. 12) afirmam que o acesso à justiça pode 
ser encarado como um dos requisitos mais básicos e fundamentais de garantia 
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dos direitos humanos, por meio de um sistema judiciário moderno, pautado em 
princípios de igualdade e coletividade, com a devida instrumentalização e 
efetividade dos direitos. 
Assim, com a expansão do sistema de Justiça (que vai além do próprio 
Poder Judiciário e engloba promotorias, procuradorias e defensorias) a 
morosidade processual acabou por ser uma consequência. 
Ou seja, os processos que antes eram poucos e tramitavam rapidamente, 
se multiplicaram de forma exponencial, sobrecarregando magistrados, 
promotores e defensores. Diante disso, os processos que antes duravam poucos 
meses, começaram a acumular e se estender por anos. 
E, portanto, buscando-se a celeridade processual, agilizar todas as 
demandas das justiças, os Magistradospassaram a contar com a ajuda de 
assessores jurídicos, lhes atribuindo atividades e funções, com o objetivo de 
minimizar a demanda de processos e dar agilidade aos feitos. 
O mesmo ocorreu com o Ministério Público, na medida em que 
Promotores de Justiça também passaram a contar com a ajuda de assessores 
jurídicos, assim como em outros órgãos do sistema de Justiça do Brasil. 
Os assessores também podem ser chamados de assistentes e exercem 
funções de grande relevância, porquanto auxiliam os magistrados e promotores 
na prática de seus atos processuais. 
Os assessores, ou assistentes, ocupam cargo em comissão, ou seja, eles 
são indicados por alguém para preencher o cargo. Para este cargo não é 
necessária aprovação em concurso público, ao contrário do que ocorre com os 
técnicos e analistas jurídicos (conteúdos estudados nas aulas anteriores). 
Contudo, é importante ressaltar que alguns magistrados, promotores e 
defensores, têm aderido à utilização de pequenos procedimentos seletivos 
internos para a contratação de assessores, visando escolher com cautela e 
precisão seus auxiliares. 
Assim, alguns magistrados e promotores que optam por elaborar um 
pequeno concurso público, elaboram uma prova a ser realizada pelo candidato, 
bem como fixam outros critérios de aprovação, como experiência, currículo 
profissional e acadêmico e histórico escolar. 
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Portanto, embora os cargos de assessoria sejam cargos em comissão, 
que dispensam a aprovação em concurso público, não é estranho a existência 
de pequenos processos seletivos internos para este fim. 
De forma ligeira e técnica, podemos dizer que o assessor judiciário é um 
quase-juiz, ou um quase-promotor, por exemplo. E por que falamos isso? Porque 
o assistente jurídico executa diversas atividades que um juiz executa. 
Um assessor pode elaborar uma decisão, um despacho e até mesmo uma 
sentença. Mas sempre deve-se lembrar que todos os atos são de fato de 
atribuição do magistrado e, portanto, suas ideias devem se amoldar com os 
pensamentos do Juiz. 
Não seria estranho um Juiz conhecido, com longos anos de carreira, após 
contratar um novo assessor, mudar toda sua forma de atuação e condução de 
seus processos?! Pois bem, por isso é essencial que o assessor aja com 
discrição e siga as linhas de pensamento e princípios adotados por sua chefia. 
As decisões e atos processuais relativos ao magistrado são por ele 
analisadas, revisadas e assinadas, sendo o assessor uma peça elementar dos 
bastidores. 
Outrossim, como já ressaltado nas unidades anteriores, de acordo com o 
art. 125, da Constituição Federal de 1988, cada Estado é autônomo na criação 
e edição de suas próprias normas de regulamentação e atividades relativas à 
prestação jurisdicional: 
 
 
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios 
estabelecidos nesta Constituição. 
 
Todas as atividades relativas à prestação jurisdicional são essenciais e 
indispensáveis, não sendo diferente em relação aos assessores. 
É indispensável que o assessor jurídico, ao desempenhar suas atividades 
como operador do direito, se mantenha sempre atualizado, estudando 
legislações e doutrinas relativas à sua área de lotação, e também pesquisando 
jurisprudências, súmulas e enunciados atuais, para que com isso possa auxiliar 
 
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o magistrado com eficiência e devido embasamento jurídico, que seja pertinente 
e atual. 
E mais uma vez retomando conteúdos de aulas anteriores, caro (a) aluno 
(a), você se recorda do que é um gabinete? 
Conforme aprendido na primeira Unidade deste material, é um espaço 
físico onde os magistrados, procuradores, promotores, desembargadores e seus 
colaboradores, entre os quais, o assessor, exercem suas atividades. 
É o local de trabalho dos juízes, promotores, desembargadores e também 
dos assessores jurídicos. Neste local são realizadas quase todas as funções 
exercidas nessas carreiras, como por exemplo: a elaboração de peças jurídicas, 
decisões, despachos, arquivamento de feitos, andamento processual, 
organização de documentos, triagem de processos, verificação de prazos, etc. 
 
SAIBA MAIS 
 
Caro (a) aluno (a), você acha que os assessores jurídicos podem trabalhar 
na modalidade de teletrabalho, não ficando restritos ao gabinete ou fórum? 
 
Fonte: a autora. 
 
#SAIBA MAIS# 
 
A resposta para a pergunta acima é sim!! Embora a maioria dos 
assessores, enquanto servidores da Justiça atuem junto a um gabinete, suas 
atividades nem sempre se dão de forma presencial! 
Vários Tribunais de Justiça e demais órgãos relativos à Justiça, nos 
últimos anos, têm instituído o regime de teletrabalho (homeoffice) para 
assessores e assistentes de gabinete. 
É uma prática bastante comum, mesmo antes da incidência da pandemia 
do Covid-19, que os assessores desempenhem suas atividades fora das 
estruturas de um fórum e/ou gabinete, podendo trabalhar de suas respectivas 
casas. 
Todavia, é importante ressaltar que para a adoção de regime de 
teletrabalho é necessária a anuência da chefia imediata do servidor, ou seja, o 
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magistrado, promotor, desembargador, etc. deve concordar com o pedido de 
trabalho online, não bastando, unicamente, a vontade do assessor. 
No Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) cada gabinete de 
desembargador tem uma disponibilidade de cargos, conforme o quadro abaixo: 
Quadro 1 - Cargos do gabinete do desembargador 
 
CARGO 
 
 
QUANTIDADE 
 
SIMBOLOGIA* 
 
REQUISITO 
Secretário de 
desembargador 
 
01 
 
DAS-4 
Formação em 
curso superior de 
qualquer área 
Assessor de 
desembargador 
 
01 
 
DAS-4 
Graduação 
específica em 
Direito 
Assessor II de 
desembargador 
 
01 
 
DAS-5 
Graduação 
específica em 
Direito 
Assistente de 
desembargador 
 
01 
 
1-C 
Graduação 
específica em 
Direito 
Assistente II de 
desembargador 
 
01 
 
3-C 
Carteira de 
habilitação válida, 
categoria “B” 
Oficiais de 
gabinete de 
desembargador 
 
02 
 
1-C 
Ensino médio 
completo 
 
*A simbologia diz respeito às denominações de letras e números dos cargos e atuam como referências ao 
enquadramento e à remuneração do servidor. 
Fonte: (Massad, 2016, p. 55) 
 
A estrutura dos gabinetes dos magistrados, em especial, de primeiro grau, 
varia muito de acordo com a comarca e a vara em que atuam. 
A estrutura e o número de funcionários disponibilizados deve ser 
proporcional ao número de feitos que tramitam. No gabinete de Juiz de Entrância 
Final, conforme informações do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (Lei nº. 
20.329 - 24 de setembro de 2020): 
 
Quadro 2 - Disponibilidade de Cargos TJPR – Entrância Final 
 
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CARGO 
 
 
QUANTIDADE 
 
SIMBOLOGIA* 
 
REQUISITO 
 
Servidor efetivo 
 
01 
 
- 
Desde que 
bacharel em 
Direito 
Assistente II de 
Juiz de Direito 
 
02 
 
1-C 
Graduação 
específica em 
Direito 
Assistente III de 
Juiz de Direito 
 
01 
 
3-C 
Graduação 
específica em 
Direito 
Estagiário de 
Graduação 
 
02 
 
- 
Cursando 
graduação em 
Direito 
 
*A simbologia diz respeito às denominações de letras e números dos cargos e atuam como referências ao 
enquadramento e à remuneração do servidor. 
Fonte: Lei nº. 20.329/20, art. 15. 
 
 
OBSERVAÇÃO: os cargos de assistente de Juiz de Direito também dizem 
respeito a cargos de assessoria! Trata-se apenas de uma distinção de 
nomenclatura. 
 
A Lei nº. 11.416/2006, que dispõe sobre a carreira dos servidores do 
Poder Judiciário da União, prescreve em seu art. 5º, que as funções 
comissionadas e os cargos em comissão também integram os Quadros de 
Pessoal dos órgãos do Poder Judiciário da União. 
Mencionado artigo, em seu §2º ainda dispõe que as funções 
comissionadas de natureza gerencial serão exercidas preferencialmente por 
servidores com formação superior. Veja o artigo na íntegra: 
Art. 5º Integram os Quadros de Pessoal dosórgãos do Poder Judiciário 
da União as Funções Comissionadas, escalonadas de FC-1 a FC-6, e 
os Cargos em Comissão, escalonados de CJ-1 a CJ-4, para o exercício 
de atribuições de direção, chefia e assessoramento. 
§ 1º Cada órgão destinará, no mínimo, 80% (oitenta por cento) do total 
das funções comissionadas para serem exercidas por servidores 
integrantes das Carreiras dos Quadros de Pessoal do Poder Judiciário 
da União, podendo designar-se para os restantes servidores ocupantes 
de cargos de provimento efetivo que não integrem essas carreiras ou 
que sejam titulares de empregos públicos, observados os requisitos de 
qualificação e de experiência previstos em regulamento. 
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§ 2º As funções comissionadas de natureza gerencial serão exercidas 
preferencialmente por servidores com formação superior. 
§ 3º Consideram-se funções comissionadas de natureza gerencial 
aquelas em que haja vínculo de subordinação e poder de decisão, 
especificados em regulamento, exigindo-se do titular, participação em 
curso de desenvolvimento gerencial oferecido pelo órgão. 
§ 4º Os servidores designados para o exercício de função comissionada 
de natureza gerencial que não tiverem participado de curso de 
desenvolvimento gerencial oferecido pelo órgão deverão fazê-lo no 
prazo de até um ano da publicação do ato, a fim de obterem a 
certificação. 
§ 5º A participação dos titulares de funções comissionadas de que trata 
o § 4º deste artigo em cursos de desenvolvimento gerencial é 
obrigatória, a cada 2 (dois) anos, sob a responsabilidade dos respectivos 
órgãos do Poder Judiciário da União. 
§ 6º Os critérios para o exercício de funções comissionadas de natureza 
não gerencial serão estabelecidos em regulamento. 
§ 7º Pelo menos 50% (cinquenta por cento) dos cargos em comissão, a 
que se refere o caput deste artigo, no âmbito de cada órgão do Poder 
Judiciário, serão destinados a servidores efetivos integrantes de seu 
quadro de pessoal, na forma prevista em regulamento. 
§ 8º Para a investidura em cargos em comissão, ressalvadas as 
situações constituídas, será exigida formação superior, aplicando-se o 
disposto nos §§ 3º , 4º e 5º deste artigo quanto aos titulares de cargos 
em comissão de natureza gerencial. 
 
O Estado do Paraná, por meio da Lei n.º 17.474/2013, dispõe sobre as 
funções comissionadas no Poder Judiciário do Estado, ocasião em que já define 
que cada função e cargo comissionado serão definidos em regulamento próprio. 
Ou seja, cada órgão do judiciário do Estado pode editar suas normas, desde que 
compatíveis com a mencionada legislação. 
Anteriormente, no ano de 2011, o então governador do Estado do Paraná 
sancionou lei estadual aprovando a criação de novos 787 cargos comissionados 
para função de assessor, para todos os juízes de Direito e Substitutos, com o 
objetivo de implementar uma assessoria qualificada e incrementar 
significativamente a produtividade dos magistrados paranaenses (TJPR, [s.d.]). 
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Já no ano de 2020, referido Tribunal do Estado do Paraná, por meio da 
Lei nº. 20.329 - 24 de Setembro de 2020 criou 363 (trezentos e sessenta e três) 
novos cargos de livre provimento de Assistente III de Juiz, simbologia 1 D 
(assessor de juiz) (TJPR, 2020). 
No Estado de Santa Catarina, o Tribunal de Justiça editou a Resolução 
n.º 29 de 1º de junho de 2017, regulamentando as atribuições dos cargos 
comissionados que prestam assessoria aos magistrados de primeiro grau de 
jurisdição, definindo como requisito para ingresso na carreira, a conclusão de 
curso superior em Direito. 
No mesmo sentido, em 2005, o TJRS determinou a criação de 567 cargos 
de assessor de Juiz de Direito, a serem lotados, conforme as necessidades de 
serviço, segundo critérios estabelecidos pelo Conselho da Magistratura, nas 
Varas Judiciais das Comarcas de Entrância Inicial, Intermediária e Final do 
Estado (Lei nº. 12.264/05). 
 
● Histórico da Estrutura do Gabinete – TJPR 
 
a) Lei Estadual nº. 15.831/2008 
- 1 Assessor de Juiz de Direito (3-C) 
 - 1 Estagiário de Graduação 
 
b) Lei Estadual nº. 16.957/2011 (Alterou a denominação do Cargo) 
- Assistente I de Juiz de Direito (3-C) 
 
c) Lei Estadual nº. 17.249/2012 
- 1 Assistente I de Juiz de Direito (3-C) 
- 1 Assistente II de Juiz de Direito (1-C) 
 - 1 Estagiário de Graduação 
 
d) Lei Estadual nº. 17.528/2013 (Gabinete do Juízo) 
- 1 Assistente I de Juiz de Direito (3-C) 
- 1 Assistente II de Juiz de Direito (1-C) 
 - 2 Estagiários de Graduação 
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e) Lei Estadual nº. 20.329/2020 (Unificação dos Quadros de Pessoal 
do Poder Judiciário) 
- 2 Assistentes II de Juiz de Direito (1-C) 
- 1 Assistente III de Juiz de Direito (1-D) 
 - 2 Estagiários de Graduação 
 
A tendência é que os números de assessores jurídicos nos Tribunais de 
Justiça do Brasil todo aumentem. A implantação de um sistema de processo 
eletrônico e o crescente aumento de demandas judiciais contribuíram para o 
aumento de cargos de assessoria em vários tribunais do país. 
Sem estes profissionais, os serviços judiciários entrariam em colapso, 
com muito mais morosidade e permeado de injustiças e excessos que se 
configuram como um atentado à justiça e por consequência, aos direitos 
humanos e fundamentais do cidadão brasileiro. 
E ainda, vale ser ressaltado que o cargo de assessor ou assistente jurídico 
não se limita à atuação em cargos junto a tribunais, promotorias e defensorias. 
Também é uma atividade que pode ser exercida na seara privada, junto a 
escritórios de advocacia, contabilidade, bem como em empresas privadas e 
também em setores públicos. 
Mas como assim? Esse conteúdo será abordado no tópico a seguir, 
quando passaremos a trabalhar a captação (compressão, percepção) da vaga 
de assessor jurídico na esfera pública e privada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TÓPICO II 
Da captação para a vaga de assessor jurídico no direito 
público e privado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: shutterstock 
 
Como exposto no final do tópico anterior, a atividade de assessor jurídico 
não se restringe aos órgãos públicos, na medida em que advogados e bacharéis 
 
13 
 
em direito também podem ser assessores. Mas é preciso muita atenção neste 
ponto! 
Os advogados e bacharéis em direito que atuam como assessores 
jurídicos não prestam serviços junto a algum órgão público da justiça, mas sim, 
prestam assessoria jurídica a pessoas físicas, empresas, e até mesmo a órgãos 
do governo, mas não são servidores públicos! 
O assistente (ou assessor jurídico) é o profissional que vai auxiliar 
determinado local que o contratou com suas questões jurídicas ou 
administrativas. 
Por exemplo: uma empresa que contrata um advogado para fins de 
assessoria trabalhista, emitindo pareceres em relação à conformidade da 
empresa com as leis trabalhistas, possíveis 
violações de direitos que estejam ocorrendo e 
outras medidas a fim de evitar um futuro 
procedimento judicial. 
Ou seja, muitas das vezes, esses 
assessores jurídicos de empresas prestam 
serviços de consultoria, assessoramento e 
auxílio. 
No mercado de trabalho privado, a profissão de assessor jurídico pode ter 
funções, atribuições e remunerações distintas. Detalhes estes que variam de 
acordo com as necessidades de cada contratante, seu respectivo negócio e o 
grau de conhecimento técnico e adequação profissional de cada profissional. 
É muito comum, por exemplo, que prefeituras de cidades pequenas 
contratem serviços de assessoria jurídica para acompanhar as atividades da 
unidade, procedimentos licitatórios, contratos, etc., com o objetivo de garantir 
que a lei seja seguida e respeitada, evitando-se assim, quaisquer problemas 
judiciais. 
É uma profissão em ascensão, para o bacharel em direito e com inúmeras 
possibilidades de atuação, podendo este 
escolher como atuar, em quais áreas e onde 
(em empresas privadas, órgãos públicos, 
escritóriosde advocacia, etc.). 
Figura 1 - Assessor Jurídico 
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Um detalhe que merece atenção é que para o cargo de assessor de juiz 
de direito ou de desembargador, promotor e defensor público, o bacharel em 
direito não pode estar inscrito nos quadros da Ordem de Advogados do Brasil. 
Assim, como os cargos de técnico e de analista judiciário, os assessores 
ou assistentes vinculados a Tribunais de Justiça como servidores comissionados 
não podem exercer a advocacia, conforme o art. 28, inciso IV, da Lei nº. 
8.906/1994 (Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil). 
Assim, o advogado já inscrito na OAB, e que deseja ingressar nos 
referidos cargos públicos, deve requerer o cancelamento de sua inscrição junto 
à Ordem, ou esta deverá ser feita de ofício pela própria OAB. 
O papel do assessor jurídico é de intermediar as relações, manejar as 
ações e vontades de seus representantes de acordo com as prerrogativas do 
direito, as legislações e entendimentos jurisprudenciais. 
Tanto o assessor da área privada, quanto aquele vinculado à órgãos da 
Justiça, como Tribunais e Promotorias exercem atividades imprescindíveis à 
prestação jurisdicional. 
O assessor jurídico privado pode ser contratado para exercer atividades 
com regularidade e habitualidade ou também por empreitadas, serviços 
previamente definidos e ajustados. 
Já o assessor jurídico de Juiz de Direito, Desembargador ou Promotor, é 
contratado para cargo e integra os quadros de funcionários públicos do 
respectivo órgão, mas na modalidade de cargo em comissão (ou seja, não é 
efetivo), podendo ser exonerado a qualquer momento e por qualquer razão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TÓPICO III 
 Das atribuições do assessor jurídico 
 
 
 
Fonte: shutterstock. 
 
De início, é importante pontuar que os integrantes da assessoria estão no 
gabinete para auxiliar o juiz. Não decidem nada, apenas fazem a minuta de uma 
decisão que pode vir a ser acolhida pelo juiz. 
Portanto, por mais que o entendimento pessoal sobre o caso em concreto 
não se coadune com o posicionamento seguido pelo gabinete, assessores, como 
auxiliares do juiz devem sempre seguir o entendimento deste. 
 
16 
 
Eventuais alterações da linha de entendimento devem ser previamente 
consultadas ou avisadas depois de enviada a minuta. 
Inicialmente, entendia-se que a atribuição do assessor jurídico era a 
elaboração de minutas (rascunhos, projeto) de despachos, decisões e 
sentenças. Posteriormente, novas funções foram aparecendo: 
 
- Atendimento aos Advogados e Partes 
- Informações de Agravo 
- Tarefas Administrativas (consultas em sistemas BACENJUD, 
RENAJUD, INFOJUD, SIEL, etc.) 
- Auxiliar em Plantão Judiciário 
 
 A Lei Estadual nº. 17.528/2013 (Estado do Paraná) que dispõe sobre a 
estrutura do Gabinete do Juízo e adota outras providências, em seu art. 5º, define 
como atribuições básicas do assessor de magistrado: 
 
Aos servidores lotados no Gabinete do Juízo incumbe: 
I - Elaborar relatórios e minutas de atos; 
II - Lançar no sistema informatizado os despachos, decisões, audiências 
e sentenças, todos na íntegra, provendo as respectivas publicações, 
quando for o caso; 
III - Auxiliar o magistrado na realização de atos que envolvam a utilização 
de sistemas informatizados e adotar todas as providências necessárias 
à sua efetivação por meio eletrônico; 
IV - Atender previamente todas as pessoas que pretenderem ser 
recebidas pelo magistrado, sem impedir-lhes, todavia, o acesso direto, 
quando for o caso; 
V - Organizar, segundo os critérios estabelecidos, processos judiciais 
remetidos à conclusão ao magistrado, em meio físico ou eletrônico; 
VI - Pesquisar legislação, jurisprudência, normas e conteúdos 
doutrinários; 
VII - gerir materiais e serviços do gabinete; 
VIII - manter em ordem arquivos de correspondência e registros das 
atividades do gabinete; 
IX - Receber ofícios em agravo de instrumento, pedidos de informação 
em mandados de segurança, habeas corpus e quaisquer outros 
procedimentos, certificando o atendimento tempestivo às solicitações; 
X - Elaborar, sob a supervisão do magistrado, relatórios estatísticos, 
planilhas de movimentação forense, gráficos e documentos similares. 
 
 
 Ao observarmos os incisos V e X também podemos perceber que incumbe 
ao assessor de juiz a gestão do ambiente de trabalho e de pessoas, não ficando 
tão somente restrito a elaboração de peças jurídicas e demais atos processuais. 
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 Um assessor jurídico pode atuar tanto no primeiro quanto no segundo 
grau de jurisdição. Veja o art. 153 do Decreto Judiciário nº 391, de 19 de maio 
de 1995, atualizado até o Decreto Judiciário nº 113, de 3 de março de 2021, que 
estabelece a estrutura da Secretaria do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, 
fixa a competência dos órgãos que o integram e dispõe sobre as atribuições dos 
titulares dos cargos e funções: 
 
Art. 153. Ao Assessor Jurídico de Gabinete de Desembargador compete: 
(Renumerado pelo D.J. 797/95, Renumerado pelo D.J. 251/96, 
Renumerado pelo D.J. 365/96, Renumerado pelo D.J. 297/98, 
Renumerado pelo D.J. 141/00, Renumerado pelo D.J. 208/00, 
Renumerado pelo D.J. 209/00, Renumerado pelo D.J. 210/00, 
Renumerado pelo D.J. 098/05, Renumerado pelo D.J. 100/05, 
Renumerado pelo D.J. 152/05, Renumerado pelo D.J. 191/05, 
Renumerado pelo D.J. 275/05, Renumerado pelo D.J. 333/05, 
Renumerado pelo D.J. 486/05, Renumerado pelo D.J. 506/05, 
Renumerado pelo D.J. 187/06) 
 
I - assessorar o Desembargador no que pertine a compilação de dados 
para a elaboração de relatórios e minutas de acórdãos; 
II - controlar o trâmite dos processos no âmbito do Gabinete; 
III - fazer pesquisas e coleta de jurisprudência, quando solicitado pelo 
Desembargador; 
IV - dar atendimento aos advogados, partes e demais interessados, 
sempre que se fizer necessário; 
V - exercer outras atividades determinadas pelo Desembargador. 
 
 
 O planejamento e organização, ou seja, a gestão dos processos de 
trabalho e de pessoas também é de atribuição do assessor. Mas por onde 
começar essa organização da assessoria? 
 Uma sugestão seria começar pelos números. Conhecer tudo aquilo que 
entra e sai do gabinete. Conheça a produtividade de cada servidor e estagiário 
que compõem o gabinete. Outra possibilidade, é a elaboração de fluxogramas 
que tracem os procedimentos dos processos e contenha para cada fase, qual o 
entendimento do Magistrado sobre o assunto. 
 Atualmente, existem sites e empresas que focam na criação de 
ferramentas que auxiliem a compreensão do estudo jurídico e possibilitem ao 
operador do direito o aumento de sua produtividade. 
 Assim, ao se trabalhar em um gabinete com alta demanda de processos, 
em que os números não apresentam melhoras significativas, talvez seja 
interessante buscar medidas de organização e gestão que facilitem o trabalho e 
contribuam com a produtividade. 
18 
 
 Também é muito comum que os gabinetes e assessorias organizem um 
banco de modelos padrão, para auxiliar na confecção de minutas. 
Referidos modelos devem ser atualizados com frequência, diante de 
todas as mudanças legislativas, no entanto, mesmo sendo necessárias 
constantes mudanças, o “pontapé” inicial para a criação de uma sentença, 
despacho ou decisão é de grande valia. 
 
Figura 1 - Modelo Genérico 
 
 
 
 
 
 
Fonte: TJPR, online. 
 
O modelo de minuta acima era muito utilizado pelos Magistrados (cada 
um à sua maneira) quando estes não contavam com a ajuda de assessores e 
estagiários, fazendo sozinhos toda a análise dos processos. 
Com a criação dos cargos de assessoria e ajuda de estagiários, foi se 
tornando comum que os magistrados adotassem modelos de minutas mais 
explicativas, contendo os números dos sequenciais no processo (as 
movimentações), etc. 
Ou seja, modelos autossuficientes foram sendo implementados para 
facilitar o trabalho dos assessores e juízes:19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 - Modelo autossuficiente 
Fonte: TJPR, online. 
 
Assim, depois de criado um banco de minutas-padrão (mas 
autossuficientes), para que haja bom rendimento e, principalmente, unicidade 
20 
 
dos procedimentos, é de extrema importância que o respectivo padrão seja 
seguido. 
É gravoso e motivo desprestígio ao gabinete que processos semelhantes 
sigam ritos diversos ou tenham decisões conflitantes e, então, para que isso não 
ocorra, os padrões devem ser seguidos. 
Obviamente que tais modelos-padrão não servirão indiscriminadamente 
para todas as situações, assim como seria impossível, e até improdutivo, prever 
e criar modelos para todo tipo de pedido apresentável. O objetivo primordial 
destes padrões é garantir que o processo siga o procedimento estabelecido pela 
lei e pelo juiz, não deixando espaço ao esquecimento da observância de 
determinadas regras imprescindíveis à validade do ato jurisdicional. 
Note-se que por meio do segundo modelo acima demonstrado, até 
mesmo um estagiário com pouca experiência, por simples leitura e 
preenchimento das lacunas, pode depreender qual o prazo para embargar, as 
hipóteses de cabimento do respectivo recurso, a exigência do contraditório 
quando houver aplicação de efeito infringente e as hipóteses de omissão 
previstas pelo código. 
E através do preenchimento completo de todas as lacunas do modelo é 
possível que o magistrado confirme a respectiva minuta sem nem mesmo 
acessar o campo de navegação do processo, vez que pela leitura do que foi 
preenchido saberá exatamente qual a pretensão recursal apresentada e se a 
decisão sugerida pelo assessor/estagiário foi ou não acertada, trazendo assim 
maior celeridade, segurança e qualidade ao exercício da função. 
Ademais, os agrupadores disponíveis no Projudi (sistema utilizado no 
TJPR) também se constituem como excelentes instrumentos de organização do 
trabalho. É uma ferramenta que permite que os processos sejam organizados 
por ordem cronológica, de prioridade, agrupamentos, etc. 
Outra atribuição essencial ao assistente de magistrado é o padrão de 
linguagem. Tal como dito no início, os assessores executam meras minutas de 
decisões que passam a ter validade somente com a assinatura do juiz. 
Assim, em contrapartida, e não poderia ser diferente, os assessores 
devem escrever como se fossem o próprio juiz que estivesse o fazendo. 
Para tanto, por óbvio devem ser evitadas ao máximo expressões 
coloquiais e, da mesma forma, aquelas “deveras rebuscadas”. 
21 
 
Deve-se lembrar que as decisões são direcionadas às partes (ao homem 
médio) as quais não detêm conhecimento avançado para sinônimos de baixa 
frequência de utilização e muito menos para expressões latinas 
O respeito à forma padrão não é imprescindível à boa decisão, mas com 
certeza facilita em muito o trabalho do juiz, que assim não precisará ficar 
adaptando a decisão ao seu estilo. 
Dúvidas à confecção da minuta são mais do que naturais ao despachar e 
sentenciar, mas devem ser encaradas para além de uma obrigação, mas sim, 
como um desafio pessoal. 
Quando estiverem diante de uma situação em que precisam elaborar um 
despacho, decisão e sentença e não sabem a resposta imediata, sugiro o 
seguinte procedimento a ser seguido: 
 
1º) Estudar todos os pontos do processo (leitura atenta e integral); 
2º) Buscar a resposta na Lei (obs.: poucas profissões possuem “livro de 
respostas”, a nossa possui milhares); 
3º) Buscar a resposta na jurisprudência (www.jusbrasil.com.br, 
www.jus.com.br, www.migalhas.com.br, ou nos sites dos tribunais); 
4º) Pesquisar no material didático disponibilizado à assessoria: modelos 
da pasta compartilhada e nos próprios modelos do Projudi; 
5º) Perguntar aos colegas. Todavia, da seguinte forma: 
5.1. Procurar apresentar a dúvida no intervalo entre um despacho 
e outro do colega ou então anunciar ao colega que pretende apresentar 
um questionamento (o Skype pode ser uma ótima ferramenta para esse 
anúncio), o qual então, após terminar o que está fazendo ou após terminar 
o raciocínio da tese que está trabalhando, procurará sanar a dúvida; 
5.2. Se possível, tentar formular uma pergunta direta que resuma 
toda a dúvida, como se fosse uma questão de concurso; 
5.3. Procurar fazer as perguntas todos de uma só vez e não de 
forma intercalada; 
5.4. A resposta ou eventual debate sobre a questão não deve ser 
superior a 30 minutos. Mais do que isso provavelmente entra no campo 
acadêmico de pesquisa ou da curiosidade ou especulação, os quais 
devem ser deixados para uma ocasião mais adequada; 
22 
 
5.5. Excetuam-se a essas regras os casos de Urgência, como 
tutela ou casos em que o advogado aguarda uma resposta. 
6º) Em último lugar, se o colega não souber responder, aí sim perguntar 
ao juiz. 
 
Outrossim, como já salientado anteriormente, o assessor também faz 
atendimentos às partes e advogados, sendo que ao atender um advogado, deve 
escutar a reclamação ou requisição, perguntar se a questão já foi apresentada 
nos autos por petição e então dizer que o quanto antes a petição será analisada. 
Caso o advogado não tenha peticionado ainda aos autos, é importante 
sugerir que assim o faça, eis que é importante procurar não debater com o 
advogado sobre a legislação, entendimentos ou forma de atuação nos casos em 
concreto. 
Como salientado, ao assessor jurídico incumbe as atividades 
relacionadas ao assessoramento dos magistrados, promotores, 
desembargadores, etc., tais como: o exame de autos (físicos ou digitais); análise 
de documentações pertinentes à cada caso sob sua análise; pesquisa da 
doutrina, legislação e jurisprudência; redação de minutas de despachos e 
decisões; recepção e atendimento de partes e advogados. 
Sobre o assunto o Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, em 
sua página na Web traz algumas informações sobre as atribuições do assessor 
jurídico portador de diploma em Direito, devidamente reconhecimento pelo 
MEC2. Exemplos típicos de atribuições da categoria: 
 
Atribuições gerais 
a) Elaborar estudos, pesquisas, projetos de voto, minutas de decisões 
unipessoais (art. 557 do CPC e tutelas de urgência) e de despachos 
diversos, sob a supervisão e orientação do secretário jurídico; 
 
2TJSC. Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Assessor Jurídico. Disponível em: 
https://www.tjsc.jus.br/web/servidor/assessor-juridico. 
 
23 
 
b) Recepcionar e atender partes e advogados quando não houver 
necessidade de que o contato se dê diretamente com o desembargador 
ou juiz de direito de segundo grau; 
c) Executar atividades administrativas inerentes à sessão de julgamento, 
supervisionadas pelo secretário jurídico; 
d) Executar atividades administrativas em geral; 
e) Orientar os estagiários na elaboração de pesquisas, projetos de voto e 
minutas de decisões unipessoais de menor complexidade. 
f) Desempenhar outras atribuições em consonância com as competências 
do Gabinete, delegadas pela autoridade superior e/ou contidas em 
normas. 
A Resolução GP n. 29/2017 é a norma que define as atribuições dos 
cargos comissionados que prestam assessoria aos magistrados de primeiro grau 
no Estado de Santa Catarina. 
Já o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, na Lei nº. 12.264 
de 17 de maio de 2005, extinguiu e criou cargos/funções, dentre elas, cargos de 
Assessor de Juiz de Direito e Assessor de Pretor: 
 
Quadro 2 - Cargos em Comissão - TJRS 
 
 
Cargo em 
Comissão ou 
Função Gratificada 
 
Atribuições Sintéticas 
 
 
Escolaridade 
 
 
 
Assessor de Juiz de 
Direito 
Prestar assessoramento ao Juiz de 
Direito, em assuntos relativos à 
prestação jurisdicional; elaborar 
pesquisas doutrinárias e 
jurisprudenciais, para serem 
utilizadas no trabalho sentencial; 
manter atualizados os registros 
sintéticos referentes a temas 
jurídicos de utilidade para o 
desempenho da função jurisdicional;atuar como conciliador em 
 
 
 
Graduação em 
Direito 
24 
 
audiências de rito sumário; elaborar 
despachos e minutas de decisões 
interlocutórias; elaborar relatórios 
em geral; auxiliar os Juízes de 
Direito no desempenho das 
atividades administrativas da Vara; 
exercer outras tarefas afins. 
 
 
 
 
 
 
 
Assessor de Pretor 
Prestar assessoramento ao Pretor, 
em assuntos relativos à prestação 
jurisdicional; elaborar pesquisas 
doutrinárias e jurisprudenciais, para 
serem utilizadas no trabalho 
sentencial; manter atualizados os 
registros sintéticos referentes a 
temas jurídicos de utilidade para o 
desempenho da função jurisdicional; 
atuar como conciliador em 
audiências de rito sumário; elaborar 
despachos e minutas de decisões 
interlocutórias; elaborar relatórios 
em geral; exercer outras tarefas 
afins. 
 
 
 
 
 
 
Graduação em 
Direito 
Fonte: Lei nº. 12.264/05, art. 3º. 
 
Referida norma ainda dispõe que a nomeação para Cargos em Comissão 
de Assessor de Juiz de Direito e Assessor de Pretor será feita entre Bacharéis 
Direito, por indicação do respectivo magistrado, salientando que não poderá 
recair em cônjuge, companheiro e parentes consanguíneos, afins ou por adoção, 
até o segundo grau, de Desembargadores, Juízes de Direito e Pretores. 
E uma OBSERVAÇÃO: este material dispõe sobre legislações e 
estruturas do Poder Judiciário da região Sul do país (PR, SC E RS), sendo 
possível constatar pequenas diferenças de nomenclatura e atribuições, mas 
mantendo-se a similitude quanto à essência da função de assessor jurídico. 
25 
 
Importante lembrar novamente que o Brasil possui 27 unidades 
federativas e em cada uma delas existirão diferenças, mas, além disso, muitas 
semelhanças. 
Por isso, é impossível tratar de todos os temas conforme a 
regulamentação de cada Estado! Este material elenca apenas alguns Estados, 
como forma de expor a existência de legislações sobre a carreira, a sua 
importância e necessidade. 
Os exemplos fornecem uma base sólida e útil ao seu aprendizado, na 
medida em que as regulamentações são parecidas nas diversas unidades 
federativas e como leciona a Constituição Federal de 1988: é dever de cada 
Estado organizar sua justiça e leis de organização judiciária (art. 125). 
E em relação ao assessor jurídico de competência privada, como 
advogados e bacharéis em direito que atuam foram do Poder Judiciário e Órgãos 
da Justiça, propriamente ditos, e exercem suas atividades em advocacias, 
empresas privadas e prestam serviços específicos à Entes Públicos (sem 
preencher a condição de servidor – efetivo ou comissionado) suas atribuições 
em muito guardam semelhanças com àquelas já expostas aqui. 
Também é função destes profissionais auxiliar seus respectivos 
contratantes, de acordo com suas necessidades, ter determinação, 
responsabilidade, capacidade, habilidades na mediação e resolução de conflitos, 
boa comunicação e organização. 
Esse profissional pode, por exemplo, analisar e elaborar contratos, 
participar de audiências, emitir pareceres e relatórios, acompanhar ações 
processuais, oferecer atendimento ao público e várias outras funções que forem 
pertinentes. 
As vantagens de se contratar um assessor jurídico privado incluem: 
 
a) Maior segurança e estabilidade para o contratante e seu negócio ou 
atividade; 
b) Apoio técnico e especializado; 
c) Auxílio na tomada de decisões, buscando sempre as melhores 
soluções e alternativas para a questão; 
d) Apoio jurídico e legal. 
 
26 
 
Assim, é possível compreender que as atribuições de um assessor 
jurídico vão muito além de apenas realizar a elaboração de minutas de 
despachos e decisões e sentenças. Em relação a este profissional incumbem 
atividades essenciais ao andamento e prestação jurisdicional, sendo que uma 
boa organização e gestão são diferenciais primordiais. 
 
REFLITA: 
 
Por que, em se tratando de assessor jurídico de juiz de direito, a função não é 
efetiva? Sendo de livre nomeação e exoneração? 
Fonte: a autora. 
 
#REFLITA# 
 
E finalizando essa Unidade sobre a profissão do Assessor Jurídico, 
trataremos no tópico seguinte os deveres atinentes à sua função. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TÓPICO IV 
Dos deveres atinentes à função de assessor jurídico 
 
 
27 
 
Neste último tópico da unidade vamos sintetizar todo o conteúdo já 
aprendido em outras Unidades, relativo à ética, sigilo profissional e segredo de 
justiça dos servidores públicos, acrescentando sobre as peças jurídicas a serem 
realizadas pelo assessor jurídico, enquanto servidor público. 
 
Figura 3 - Assessor Jurídico 
Fonte: shutterstock 
 
● Síntese – Ética, Segredo de Justiça e Sigilo Profissional 
 
Os assessores jurídicos, assim como os técnicos e analistas devem 
executar suas atividades e funções sempre observando princípios éticos, morais 
e questões relacionadas ao sigilo profissional e segredo de justiça. 
Os padrões éticos dos servidores públicos são derivados de sua própria 
natureza, em razão de exercerem função pública. 
A ética pública está amplamente relacionada aos princípios dispostos na 
Constituição Federal e buscam a concretização dos valores morais da boa 
conduta e boa boa-fé. 
O servidor público tem a obrigação de agir pautado nestes valores e desta 
forma, representar a prestação de seu serviço público com qualidade, nos termos 
do art. 37, da CF/88, que elenca alguns princípios que regem a Administração 
Pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência. 
A moralidade do servidor público deve estar acima de qualquer suspeita 
que possa desabonar sua conduta enquanto servidor da justiça. 
28 
 
Levantamentos de fianças, recolhimento de custas, recebimento de bens, 
valores, apreensão de armas e drogas, são exemplos de situações em que o 
profissional deve agir permeado de lisura, ou seja, suas ações devem ser 
íntegras, corretas e de acordo com a lei. 
Qualquer deslize cometido pelo profissional pode macular sua carreira e 
prejudicar a imagem da própria justiça perante toda a sociedade, já sendo sabido 
que o descrédito da justiça nos dias atuais é crescente. 
E também, no exercício de suas funções, os servidores por possuírem 
acesso a todos os processos, inclusive aqueles com segredo de justiça, devem 
ter atenção quanto ao sigilo profissional. 
As peculiaridades dos casos sob sua atribuição e responsabilidade devem 
ser mantidas em segredo. É de responsabilidade do profissional agir com 
cautela, sigilo e discrição, promovendo desta forma, o resguardo das 
informações e documentos sigilosos, preservando em ambiente apropriado as 
informações afetas ao ser trabalho. 
 
● Peças Jurídicas do Assessor Jurídico 
 
Conforme amplamente debatido nas Unidades anteriores, atualmente, a 
maioria dos processos são eletrônicos, sendo que a modernização dos sistemas 
de integração e de comunicação permitiram uma maior agilidade nos feitos e na 
comunicação, aperfeiçoando a prestação jurisdicional. 
E embora tenha ocorrido referida modernização, dispensando-se a 
impressão de papel, deslocamentos, etc., a redação das comunicações, 
contatos, documentos e atos oficiais deve respeitar os preceitos de cada órgão 
do Poder Judiciário em que estiver atuando. 
Outrossim, a redação se constitui como um elemento essencial e 
imprescindível ao servidor público, que deve escrever com impessoalidade, 
respeitando o uso padrão e culto de linguagem, a clareza, concisão, formalidade 
e uniformidade do texto. 
É de conhecimento de todos que cada gabinete possui sua própria 
formatação e banco de modelos padrão, sempre de acordo com o entendimento 
e orientações do juiz, desembargador, promotor, defensor ou do advogado (no 
caso de assessor privado). 
29 
 
Em resumo, as peças jurídicas a serem executadas por um assessor de 
juiz de direito, por exemplo, podem ser: despachos de mero expediente,decisões interlocutórias e decisões terminativas (sentenças e votos). 
Despachos de mero expediente são aqueles que não possuem qualquer 
carga decisória, ou seja, são documentos para impulsionar o processo, 
determinar diligências básicas, etc. e não implicam em qualquer prejuízo para as 
partes (art. 203, §3º, CPC). 
Já as decisões interlocutórias são compreendidas como sendo todo 
pronunciamento judicial de natureza decisória. Ou seja, por meio deste ato, o 
julgador vai decidir algo no processo. Exemplo: o magistrado deve analisar um 
pedido de audiência e deferir ou indeferir; ou analisar um pedido de busca e 
apreensão e deferir ou indeferir. As possibilidades são enormes (art. 203, §2º, 
CPC). 
 E as sentenças, ou decisões terminativas são aquelas decisões em que 
o juiz, por meio de um pronunciamento devidamente fundamentado, põe fim à 
fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução (art. 
203, §1º, CPC). 
Já se o assessor for de Promotor, por exemplo, fará minutas de 
denúncias, manifestações, alegações finais, pedidos e requerimentos. 
Existem várias modalidades de assessor jurídico, e cada uma delas tem 
suas peculiaridades, mas no geral, a função deste profissional é de auxílio. O 
assessor carrega consigo a atribuição de ajudar seu superior na execução de 
todos os atos de sua competência. 
 
REFLITA 
 
 Por que os assessores jurídicos devem ter formação exclusiva em curso de 
Direito? E quais as principais razões para sua atividade ser essencial à prestação 
jurisdicional? 
 
Fonte: a autora. 
 
# REFLITA# 
 
30 
 
● Doutrina e Jurisprudência 
 
Você sabe o que é doutrina, jurisprudência e suas respectivas 
aplicabilidades? 
A pesquisa de doutrinas e jurisprudências é atribuição essencial do 
assessor e é ferramenta elementar para fundamentar decisões, sentenças, 
pareceres e petições. 
 A doutrina e jurisprudência se traduzem como um meio de evolução do 
direito (MASSAD, 2016, p. 127). 
Por doutrina entende-se um conjunto de ideias, princípios, ensinamentos 
e razões de autores da área do direito que dispõem sobre entendimentos sobre 
o assunto pesquisado e servem como base do sistema jurídico, vez que 
fundamentam e dão força ao documento a ser elaborado. 
A doutrina também tem servido como forma de interpretar a lei, fixando 
diretrizes gerais de compreensão e aplicabilidade. 
Por sua vez, a jurisprudência também se constitui como uma fonte do 
direito, mas representando o posicionamento do judiciário em relação ao 
assunto, isto é, compõe um conjunto de entendimento e decisões dos tribunais 
sobre a aplicação do direito aos casos concretos. 
Decisões reiteradas, proferidas por um órgão julgador onde pelo menos 
três julgadores compactuam com esta decisão, constituem a jurisprudência 
como uma fonte do direito e argumento a ser utilizado como embasamento de 
decisões. 
Assim, ao julgar ou peticionar sobre determinado caso, o profissional pode 
transcrever a jurisprudência existente para o tema, justificando, portanto, sua 
decisão ou pedido. Com efeito, a Constituição Federal leciona que: 
 
 Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por 
provocação, mediante decisão de dois terços dos seus 
membros, após reiteradas decisões sobre matéria 
constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na 
imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais 
órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e 
indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como 
proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida 
em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
(Vide Lei nº 11.417, de 2006). 
 
31 
 
Assim, quando uma determinada jurisprudência se torna uma decisão e 
interpretação majoritária sobre o tema, são editadas súmulas ou enunciados 
pacificando a questão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Chegamos ao fim de mais uma unidade! Espero que a partir do estado 
deste material, prezado (a) aluno (a), você tenha compreendido sobre a função 
do Assessor Jurídico, suas atribuições e deveres, e possa aplicar em sua vida 
profissional todas as dicas fornecidas para melhorar ou aplicar em sua função, 
garantindo maior desempenho e produtividade. 
O Assessor Jurídico é um profissional indispensável à prestação 
jurisdicional, sobretudo diante do aumento de processos judiciais ocasionados 
pela promulgação da Constituição Federal de 1988, também conhecida como 
Constituição Cidadã, que traz um texto rico em direitos e garantias que devem 
ser instrumentalizados e aplicados na prática. 
As pautas de coletividade contribuíram para o fomento dessa profissão 
que tende a ter demandas muito maiores. O julgador, assim como os promotores, 
desembargadores, defensores e advogados necessitam do devido apoio 
especializado a ser realizado por profissionais do direito, que o auxiliarão na 
tomada de decisões e soluções. 
32 
 
Portanto, fechamos este conteúdo salientando que o assessor jurídico 
exerce uma função primordial de auxílio relacionado às áreas jurídicas, sendo 
requisito obrigatório, formação em curso superior de Direito, em Instituição de 
Ensino devidamente reconhecida pelo MEC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LIVRO 
 
 
Título: Atribuições do assessor jurídico, do analista judiciário e do técnico 
judiciário. 
Autores: Carlos Eduardo Massad 
Editora: Intersaberes 
Sinopse: Quais são as atribuições de assessores jurídicos, analistas judiciários 
e técnicos judiciários? Quais requisitos esses profissionais precisam preencher 
para ingressar nessas carreiras? Em que áreas atuam? Sem dúvida, as 
atividades desempenhadas por esses profissionais são de extrema importância 
para o bom funcionamento da estrutura jurídica de nosso país. Conhecendo 
melhor as responsabilidades desses cargos, você poderá compreender como o 
trabalho de assessores jurídicos e analistas e técnicos judiciários é relevante 
para a sociedade no que diz respeito ao acesso do cidadão à justiça. O conteúdo 
que você encontrará neste livro ampliará sua percepção sobre o funcionamento 
do Poder Judiciário no Brasil. 
33 
 
 
 
Título: Justiça Estadual - Manual do Assessor: Teoria 
e Prática 
Autor: Igor Gouveia de Andrade e Vanessa Carvalho 
Barros de Castro 
Editora: Canal6 
Sinopse: Este livro é um guia teórico e prático 
demonstrando as formas de acesso e permanência no 
cargo, salário, princípios, e, ainda, os softwares mais 
utilizados, importante para aqueles que desejam 
adentrar mais a fundo na profissão de assessor. 
 
 
 
34 
 
 
FILME/DOCUMENTÁRIO 
 
Documentário: 30 anos da Constituição 
Direção: TV Justiça Oficial 
Data de Lançamento: 2018 
Sinopse: A Constituição Federal de 1988 completa três décadas e o 
documentário “30 anos da Constituição” apresenta o processo de construção da 
lei suprema do país. Personagens históricos falam sobre sua participação no 
desenvolvimento da sétima Carta Magna brasileira, a primeira após a Ditadura 
Militar e que contou com a inédita participação popular. 
35 
 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
Artigo: Assessores de magistrados têm papel essencial no nosso sistema de 
Justiça 
Autores: Vladimir Passos de Freitas 
Site Conjur – Consultor Jurídico 
Disponível em: < https://www.conjur.com.br/2017-nov-05/segunda-leitura-
assessores-papel-essencial-nosso-sistema-justica> 
Resumo: Referido texto aborda a essencialidade do assessor jurídico no cenário 
jurídico brasileiro, que diante da alta demanda de processos, exigiu a presente 
deste profissional na resolução de conflitos e auxílio da prestação jurisdicional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Código de Processo Civil (2015). Brasília, DF: Senado, 2015. 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição Federal. Brasília, 1988. 
36 
 
BRASIL. Lei nº 11.415, de 15 de dezembro de 2006. Brasília, 2006.BRASIL. Lei nº 11.416, de 15 de dezembro de 2006. Brasília, 2006. 
BRASIL. Lei nº 8.906, de 04 de julho de 1994. Brasília, 1994. 
CAPPELLETTI, M.; GARTH, B. Acesso à justiça. Porto Alegre: Sergio Antonio 
Fabris Editor, 1988. 
FREITAS, V. P. de. Assessores de magistrados têm papel essencial no 
nosso sistema de Justiça. 2017. Conjur. Disponível em: 
https://www.conjur.com.br/2017-nov-05/segunda-leitura-assessores-papel-
essencial-nosso-sistema-justica. Acesso em: 06 mar. 2021. 
MASSAD, C. E. Atribuições do assessor jurídico, do analista judiciário e 
do técnico judiciário. Curitiba: InterSaberes, 2016. 
PARANÁ, Tribunal de Justiça do Estado do. Assembleia Legislativa aprova 
cargos de assessores para todos os magistrados do Paraná. Disponível 
em: 
https://www.tjpr.jus.br/home?p_p_id=101&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximiz
ed&p_p_mode=view&_101_struts_action=%2Fasset_publisher%2Fview_conte
nt&_101_returnToFullPageURL=%2F&_101_assetEntryId=59007&_101_type=
content&_101_groupId=18319&_101_urlTitle=assembleia-legislativa-aprova-
cargos-de-assessores-para-todos-os-magistrados-do-
parana&inheritRedirect=true. Acesso em: 06 mar. 2021. 
PARANÁ, Tribunal de Justiça do Estado do. TJPR aprova anteprojeto de lei 
que equaliza a força de trabalho entre o 1º e o 2º graus de Jurisdição. 
2020. Disponível em: https://www.tjpr.jus.br/destaques/-
/asset_publisher/1lKI/content/tjpr-aprova-anteprojeto-de-lei-que-equaliza-a-
forca-de-trabalho-entre-o-1-e-o-2-graus-de-
jurisdicao/18319?inheritRedirect=false. Acesso em: 06 mar. 2021. 
PARANÁ. Lei Estadual nº 15.831, de 12 de maio de 2008. Curitiba, 2008. 
PARANÁ. Lei Estadual nº 16.024, de 19 de dezembro de 2008. Estatuto dos 
Funcionários do Poder Judiciário. Curitiba, 2008. 
PARANÁ. Lei Estadual nº 16.748, de 29 de dezembro de 2010. Curitiba, 2010. 
PARANÁ. Lei Estadual nº 16.957, de 05 de dezembro de 2011. Curitiba, 2011. 
PARANÁ. Lei Estadual nº 17.249, de 2012. Curitiba, 2012. 
PARANÁ. Lei Estadual nº 17.474/2013, de 02 de janeiro de 2013. Curitiba, 
2010. 
PARANÁ. Lei Estadual nº 17.528, de 26 de março de 2013. Curitiba, 2013. 
PARANÁ. Lei Estadual nº 20.329, de 24 de setembro de 2020. Curitiba, 2020. 
37 
 
RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 12.264, de 17 de maio de 2005. Porto 
Alegre, 2011. 
SANTA CATARINA. Lei Complementar nº 406, de 25 de janeiro de 2008. . 
Florianópolis, 2008. 
SHUTTERSTOCK. Imagem. Disponível em: 
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courtroom-front-1909334188. Acesso em: 19 maio 2021. 
TJPR. Decreto Judiciário nº. 391, de 19 de maio de 1995. 
TJSC. Resolução GP º. 29, de 1º de junho de 2017. Florianópolis, 2017. 
TJSC. Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Assessor Jurídico. Disponível 
em: https://www.tjsc.jus.br/web/servidor/assessor-juridico. Acesso em: 06 mar. 
2021. 
 
 
 
1 
 
 
 
UNIDADE IV 
DA RESPONSABILIDADE CIVIL, ADMINISTRATIVA E PENAL 
Prof. Ma. Raiza Eloa Brambilla Catanio1 
 
Plano de Estudo desta Unidade: 
 
 
● Das nuances gerais quanto à responsabilidade 
civil no exercício das atividades de analista, 
técnico e assessor jurídico; 
 
 
● Da responsabilidade administrativa quanto à 
responsabilidade civil no exercício das 
atividades de analista, técnico e assessor 
jurídico; 
 
 
● Da responsabilidade penal quanto à 
responsabilidade civil no exercício das 
atividades de analista, técnico e assessor 
jurídico; 
 
 
● Da exemplificação com casos práticos da 
responsabilidade civil, administrativa e penal. 
 
 
Objetivo de Aprendizagem: 
 
Caro (a) aluno (a), para finalizar o estudo relativo à compreensão do papel 
do gestor, com enfoque nos cargos de analista, técnico e assessor jurídico, 
 
1 Mestra em Ciências Jurídicas pela Universidade Cesumar – UniCesumar, pós-graduanda em 
Docência no Ensino Superior, pela Uniasselvi, Assessora Jurídica no Tribunal de Justiça do 
Estado do Paraná – TJPR. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6265742338541943. E-mail: 
raizaeloa@hotmail.com. 
2 
 
faremos um diagnóstico sobre a responsabilidade administrativa, civil e penal 
destes profissionais no exercício da atividade. 
Ao final, exemplificaremos a responsabilidade dos ocupantes de tais 
cargos com casos práticos. 
3 
 
 
INTRODUÇÃO 
 Neste último item do nosso estudo, abordaremos as responsabilidades e 
penalidades cabíveis ao analista e técnico judiciário e ao assessor jurídico. 
 Desta forma, adentraremos no estudo das responsabilidades dos 
servidores públicos diante dos atos e infrações por eles praticadas, no exercício 
de sua respectiva função pública. 
O objetivo desta unidade é expor e exemplificar o instituto da 
responsabilização, tanto na esfera administrativa, na esfera penal, quanto na 
esfera civil. 
A Lei Federal nº 8.112, de 1990, dispõe sobre o regime jurídico dos 
servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas 
federais e serve como embasamento legal para a apuração das 
responsabilidades e aplicação de penalidades aos servidores públicos. 
Para contextualizar, vivemos em um período contemporâneo onde toda e 
qualquer ação gera efeitos, reações. Por vezes, referidos atos trazem consigo 
consequências indesejadas, mas que devem ser arcadas. 
A Constituição Federal traz consigo todo um rol de princípios e direitos 
que devem ser observados, sendo que toda violação de garantia de direitos deve 
ser reparada, a fim de se evitar injustiças e desigualdades. 
À essa reparação, dá-se o nome de responsabilização. Ou seja, o autor 
do dano (ato que teve consequências) será devidamente responsabilizado, 
mesmo que agindo com intenção ou não. E por essa razão, não seria diferente 
com os servidores públicos, sobretudo diante de exercerem função junto à 
Administração Pública. 
E por trabalharem junto à Administração Pública, dentro de um Estado 
Democrático de Direito, os servidores públicos, tornam-se titulares de direito e 
deveres concernentes às suas funções, e em virtude disso, podem ser 
responsabilizados pelo cometimento de atos e infrações. 
A Constituição de 1988 define “Servidores Públicos” como todas as 
pessoas que prestam serviços à Administração Pública direta, autarquias e 
fundações públicas e que possuem vínculo empregatício, 
4 
 
O art. 121 da Lei nº 8.112/90 dispõe que “O servidor responde civil, penal 
e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições. ”. 
Por essa razão, todo e qualquer servidor público que no exercício de sua 
atividade profissional ou na imissão de praticá-la, poderá incorrer na prática de 
infrações administrativas de ordem administrativa, civil ou criminal. 
Neste sentido, conforme as lições de Hely Lopes Meirelles (2006, p. 466) 
essas infrações deverão ser responsabilizadas tanto pela Administração Pública, 
quanto perante a Justiça Comum. 
A seguir, veremos cada uma dessas modalidades de responsabilização 
do analista e técnico judiciário e do assessor jurídico, bem como as infrações, 
penalidades e exemplos de casos concretos. 
 
Figura 1 - Operador do Direito 
Fonte: shutterstock 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
TÓPICO I 
Das nuances gerais quanto à responsabilidade civil no exercício das 
atividades de analista, técnico e assessor jurídico 
 
Podemos conceituar a responsabilidade civil como uma obrigação do 
servidor público em reparar supostos danos que tenha causados à 
Administração, por culpa ou dolo, enquanto desempenhava suas funções. 
É muitoimportante lembrar que para a responsabilidade civil do servidor, 
é imprescindível que tenha ocorrido um dano patrimonial à Administração. 
Referida ordem patrimonial tem fundamento no art. 186 do Código Civil, 
Lei nº. 10.406/22, na medida em que este dispõe que: 
 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente 
moral, comete ato ilícito. 
 
 
Por esse motivo, a Administração não pode deixar de responsabilizar seus 
servidores, ou se isentar dessa responsabilização civil, pelo simples motivo de 
não possuir o poder de dispor sobre o patrimônio público. 
Não existindo qualquer dano patrimonial, não persistem fundamentos 
aptos para ensejar a responsabilização civil, pois esta tem como objetivo 
principal a reparação material ou pecuniária sofrida pela Administração. 
(MEIRELLES, 2006, p. 470). 
Veja as palavras do autor: 
 
A comprovação do dano e da culpa do servidor é comumente feita 
através do processo administrativo, findo o qual a autoridade 
competente lhe impõe a obrigação de repará-lo, através de 
indenização em dinheiro, indicando a forma de pagamento. Os 
estatutos costumam exigir a reposição de uma só vez quando o 
prejuízo decorrer de alcance, desfalque, remissão ou omissão de 
recolhimento ou entrada no prazo devido. (MEIRELLES, 2006, p. 470) 
 
 
 
 
6 
 
No entanto, quando um terceiro (exemplo: usuário do serviço público), 
sofrer alguma lesão que se deu por meio de ato praticado por servidor público, 
incide a aplicação do art. 37, § 6°, da Constituição Federal de 1988. Mencionado 
artigo dispõe que nestas situações específicas, o Estado responde 
objetivamente e independente de culpa ou dolo: 
 
Art. 37. […] 
§6º. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado 
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus 
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito 
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 
 
E, ao contrário do que ocorre com a responsabilidade do Estado, que é 
objetiva, a responsabilidade do próprio servidor é subjetiva. 
 Desta forma, o servidor apenas responderá pelos danos que causar, se 
forem cometidos por ação ou omissão e somente depois que restar comprovado 
que houve culpa ou dolo (intenção) do servidor em praticar a ação que deu causa 
a responsabilidade. (ALEXANDRINO; PAULO, 2011, p. 401). 
Assim, em um primeiro momento, a pessoa que foi vítima do dano 
promove uma ação contra o Estado. 
Após o caso ser sentenciado e transitado em julgado, e sendo a sentença 
condenatória, é possível que o Estado, que já respondeu objetivamente pelo 
dano, proponha uma ação de regresso contra seu servidor, com o objetivo de 
ressarcir os valores que foi condenado a indenizar, desde que seja comprovada 
a culpa ou dolo do agente público. 
É relevante salientar que a responsabilidade civil do servidor público é 
independente das outras formas de responsabilização (administrativa e penal), 
na medida em que é apurada e verificada na Justiça Comum, na área do Direito 
Privado. 
Assim, a responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, 
doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros (art. 122 da 
lei n. º 8.112/90), e tem fundamento nos artigos 186, 187 e 927 do Código Civil, 
o qual impõe a todo aquele causar prejuízo a outrem a obrigação de reparação. 
 
- Ato omissivo: o agente pratica o ato por meio de uma ação); 
7 
 
- Ato comissivo: o agente pratica o ato através de uma omissão, um não 
agir, ou seja, deixa de fazer algo que deveria. 
- Ato doloso: nesse tipo de conduta o agente age com intenção de 
praticar a ação e produzir o resultado. 
- Ato culposo: não há a intenção de se obter o resultado, todavia, isso 
decorre de um comportamento negligente, imprudente ou não feito com a 
habilidade apropriada. 
 
Via de regra, a responsabilização civil, exige o conjunto dos seguintes 
requisitos: 
 
 
a) Ação ou omissão antijurídica; 
b) Dolo ou culpa; 
c) Relação de causalidade entre a ação ou omissão e o dano; 
d) Existência de um dano moral ou material. 
 
 
Tanto na ação de regresso do Estado contra o servidor, quanto na ação 
de indenização por prejuízos causados à Administração diretamente, inexistindo 
bens do servidor público para garantir e pagar a execução, poderão ser 
realizados descontos mensais em sua remuneração. 
Referidos descontos não podem ultrapassar 10% do valor da 
remuneração percebida pelo servidor. 
Outrossim, em se tratando de servidor regido pela CLT, há que se 
observar os termos desta para então promover o desconto. Desta forma, é 
necessário que o servidor celetista expresse sua autorização para os respectivos 
descontos. 
Já no caso de prejuízo causado ao erário ou ao patrimônio das estatais 
por crime, o servidor estará sujeito ao sequestro e perdimento de bens, conforme 
a Lei n. º 8.429/92: 
 
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão 
representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que 
requeira ao juízo competente a decretação do sequestro dos bens do 
 
8 
 
agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano 
ao patrimônio público. 
§ 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com o disposto 
nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil. 
§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o 
bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas 
pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados 
internacionais. 
 
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo 
Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta 
dias da efetivação da medida cautelar. 
§ 1º As ações de que trata este artigo admitem a celebração de acordo 
de não persecução cível, nos termos desta Lei. (Redação dada pela 
Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações 
necessárias à complementação do ressarcimento do patrimônio 
público. 
§ 3o No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério 
Público, aplica-se, no que couber, o disposto no § 3o do art. 6o da Lei 
no 4.717, de 29 de junho de 1965. (Redação dada pela Lei nº 9.366, 
de 1996) 
§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, 
atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade. 
§ 5o A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas 
as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de 
pedir ou o mesmo objeto. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, 
de 2001) 
§ 6o A ação será instruída com documentos ou justificação que 
contenham indícios suficientes da existência do ato de improbidade ou 
com razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação de 
qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive as 
disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo 
Civil. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) 
§ 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e 
ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifestação por 
escrito, que poderá ser instruída com documentos e justificações, 
dentro do prazo de quinze dias. (Incluído pela Medida Provisória nº 
2.225-45, de 2001) 
§ 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em 
decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência 
do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação 
da via eleita. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) 
§ 9o Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar 
contestação. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) 
§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de 
instrumento. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) 
§ 10-A. Havendo a possibilidade desolução consensual, poderão as 
partes requerer ao juiz a interrupção do prazo para a contestação, por 
prazo não superior a 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019) 
§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da 
ação de improbidade, o juiz extinguirá o processo sem julgamento do 
mérito. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) 
§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos 
processos regidos por esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1o, do 
Código de Processo Penal. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-
45, de 2001) 
§ 13. Para os efeitos deste artigo, também se considera pessoa 
jurídica interessada o ente tributante que figurar no polo ativo da 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#art822
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#art825
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4717.htm#art6%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4717.htm#art6%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4717.htm#art6%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4717.htm#art6%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4717.htm#art6%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4717.htm#art6%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4717.htm#art6%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4717.htm#art6%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9366.htm#art11
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9366.htm#art11
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2180-35.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2180-35.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#art16
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#art16
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2225-45.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2225-45.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2225-45.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2225-45.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2225-45.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2225-45.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2225-45.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art221
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art221
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art221
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art221
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art221
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art221
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2225-45.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2225-45.htm#art4
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obrigação tributária de que tratam o § 4º do art. 3º e o art. 8º-A da Lei 
Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei 
Complementar nº 157, de 2016) 
 
Art. 17-A. (VETADO): (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de 
dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o 
pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da 
pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito. 
 
 
Conforme Odete Medauar (2011, p. 321): 
[...] para que o servidor possa ser responsabilizado e obrigado a pagar 
o prejuízo, é necessário comprovar seu dolo (teve intenção de lesar ou 
assumiu esse risco) ou sua culpa (imprudência, negligência ou 
imperícia). Para isso, a Administração é obrigada a tomar as medidas 
legais pertinentes, não podendo, a priori, inocentar o servidor [...]. 
 
Desta forma, podemos concluir o debate afirmando que tanto o analista e 
o técnico judiciário, quanto o assessor jurídico, por serem servidores públicos, 
estão sujeitos a incorrer nas sanções dispostas na Lei nº. 8.112/90, em razão de 
seu cargo. 
Assim, deve o servidor zelar pelo bom exercício de suas atividades, sob 
pena de incorrer nas penalidades descritas na lei anteriormente citada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp116.htm#art3%C2%A74
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp116.htm#art8a
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp116.htm#art8a
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp157.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp157.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art6
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TÓPICO II 
Da responsabilidade administrativa quanto à responsabilidade civil no 
exercício das atividades de analista, técnico e assessor jurídico 
 
Fonte: shutterstock 
 
Já em relação à responsabilidade administrativa, podemos dizer que esta 
diz respeito aos encargos incumbidos ao servidor público que viola normas 
internas da própria Administração. 
É importante ressaltar que o servidor público, quando do exercício de suas 
funções e atribuições junto ao órgão que atua, está sujeito aos estatutos, 
decretos, disposições complementares ou provimentos regulamentares das 
funções públicas. (MEIRELLES, 2006, p. 467). 
Neste sentido, por exemplo, vamos citar o caso de um analista judiciário. 
Em se tratando de servidor de um Tribunal de Justiça, está sujeito às normas do 
referido tribunal, sendo que seu descumprimento implicará em violação às 
normas internas e consequentemente, poderá sofrer sanções administrativas. 
Essa falta funcional do servidor para com a Administração dá origem a um 
ilícito administrativo que decorre da ação ou omissão do servidor, seja por dolo 
ou culpa. 
11 
 
Desta forma, a própria Administração deverá instaurar um procedimento 
adequado para apurar as condutas do seu servidor. É importante ressaltar que 
esse procedimento não vai para a justiça comum, é um procedimento interno!! 
Mas, mesmo sendo um procedimento interno, também é direito do 
servidor a garantia ao contraditório e a ampla defesa, ou seja, ele tem o direito 
de acompanhar todo o procedimento e se defender. (DI PIETRO, 2011, p. 589) 
Outrossim, todas as punições a serem aplicadas pela Administração ao 
servidor público, devem estar em conformidade com as legislações pertinentes, 
decretos e demais dispositivos que se baseiam. Ou seja, as punições não podem 
ser arbitrárias. 
A aplicação das penalidades deve ser devidamente fundamentada e 
motivada, sendo de atribuição da própria autoridade administrativa competente, 
justificar a aplicação da punição imposta ao servidor, demonstrando quais foram 
os regulamentos violados, a punição aplicada e em quais dispositivos legais elas 
estão previstas. 
E também, as penalidades administrativas não dependem de um 
processo na esfera civil ou na esfera penal. 
Caso o mesmo ato tenha gerado procedimentos de responsabilidade civil 
penal e administrativa, a Administração não tem a obrigação de aguardar que os 
procedimentos penais e cíveis sejam finalizados para impor a punição que 
entende cabível. 
Mas, caso o servidor punido administrativamente seja absolvido 
penalmente, por comprovação da inexistência do fato, existência de 
circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena, será afastada a sua 
punibilidade na esfera administrativa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
TÓPICO III 
Da responsabilidade penal quanto à responsabilidade civil no 
exercício das atividades de analista, técnico e assessor jurídico 
 
 
A responsabilidade penal do servidor público abrange todos os crimes e 
contravenções penais imputadas a ele. Outrossim, para efeitos penais, o art. 
317, do Código Penal, Lei nº 2.848/40, leciona que: 
 
 Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, 
embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou 
função pública.E em complementação, o parágrafo único do referido artigo conceitua que 
também são equiparados a “funcionário público quem exerce cargo, emprego ou 
função em entidade paraestatal e quem trabalha para empresa prestadora de 
serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da 
Administração Pública”. 
Podemos dizer que a responsabilidade criminal decorre do cometimento 
de crimes funcionais, que estão previstos no Código Penal, e que podem atingir 
qualquer funcionário público que se qualifique como sendo. (MEIRELLES, 2006, 
p. 471 e 472). 
Ao contrário do que ocorre com a responsabilidade administrativa, a 
responsabilidade penal é apurada pelo Poder Judiciário. 
E quais crimes a responsabilidade penal abrange? O artigo art. 123 da Lei 
nº. 8.112/90 define que a responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções 
imputadas ao servidor, nessa qualidade. 
Requisitos da responsabilidade penal: 
 
a) exige dolo ou culpa; 
b) nexo de causalidade; 
c) dano concreto ou perigo de dano, ou seja, a tentativa também é 
punida. 
 
 
13 
 
No Código Penal os crimes funcionais estão nos artigos 312 a 326, sendo 
que o elemento subjetivo do tipo é ser funcionário público, de forma que os 
assessores, técnicos e analistas podem incorrer nesses crimes. 
Ademais, crimes praticados por funcionário público contra a 
Administração em geral, também podem ser encontrados na Lei nº 4.898/65 e 
Lei nº 8.666/93, que tratam sobre as condutas qualificadas como abuso de 
autoridade e licitações, respectivamente. 
E trata-se de crimes funcionais e de responsabilidade, cuja ação penal é 
pública, de forma que é necessária a instauração de um processo. A autoridade 
competente deve ser comunicada ou deve ser feita denúncia pelo Ministério 
Público. 
 Geralmente, a apuração da responsabilidade criminal do servidor público 
é conhecida após o procedimento administrativo disciplinar, que depois de 
verificados pela Administração e pelo agente competente, é enviado ao Promotor 
de Justiça para que leve o fato ao conhecimento do judiciário. 
A sentença criminal poderá ser de condenação ou de absolvição do 
servidor. 
 
● Da independência entre as esferas civil, administrativa e penal 
 
Como percebido nesta Unidade, existem três esferas de 
responsabilidade: 
 
1. Administrativa; 
2. Civil; 
3. Penal. 
 
É importante mencionarmos novamente que elas são independentes 
entre si. Mas o que isso quer dizer? Bom, significa que elas podem ser apuradas 
separadamente ou em conjunto. 
Sobre os meios de punição dos servidores públicos, em razão do 
cometimento do ilícito penal, Hely Lopes Meirelles salienta que: 
 
14 
 
“[…] a responsabilização e a punição dos servidores públicos fazem-
se por meios internos e externos. Aqueles abrangem o processo 
administrativo disciplinar e os meios sumários, com a garantia do 
contraditório e da ampla defesa; estes compreendem os processos 
judiciais, civis e criminais. Os meios internos, desenvolvem-se e se 
exaurem no âmbito da própria Administração; os meios externos ficam 
a cargo exclusivo do Poder Judiciário”. (MEIRELLES, 2006, p. 472) 
 
 
O art.125 da Lei n.° 8.112/1990, dispõe que as esferas civil, penal e 
administrativa são independentes entre si, mas podem acumular-se. 
Todavia, é possível que, por exemplo, um fato estar tipificado em uma lei 
penal como crime ou contravenção e ao mesmo tempo se enquadrar como 
infração disciplinar em alguma lei administrativa e, podendo ainda, causar danos 
patrimoniais, ou seja, cíveis, que devem ser indenizados. 
Neste caso, a condenação criminal do servidor por esse fato irá interferir 
nas esferas cível e administrativa. (ALEXANDRINO; PAULO, 2011, p. 402) 
Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2011, p. 615), sobre a sentença 
condenatória na instância penal, dispõe que: “quando o funcionário for 
condenado na esfera criminal, o juízo cível e a autoridade administrativa não 
podem decidir de forma contrária, uma vez que, nessa hipótese, houve decisão 
definitiva quanto ao fato e à autoria, aplicando-se o artigo 935 do Código Civil de 
2002”. 
E assim como a condenação penal, a absolvição também gera seus 
efeitos. O art. 126 da mencionada lei determina que nos casos de absolvição 
criminal por inexistência do fato ou de autoria, a responsabilidade administrativa 
do servidor será afastada. 
É possível que o servidor seja condenado no âmbito administrativo e 
condenado no criminal e no civil, ou condenado na esfera criminal e absolvido 
administrativamente e civilmente, etc. São inúmeras as possibilidades, pois as 
esferas são independentes e autônomas entre si, são os casos 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 - Esferas de Responsabilização 
15 
 
 
 
Fonte: a autora. 
 
REFLITA 
 
Um analista judiciário foi responsabilizado por seus atos na esfera cível e 
administrativa. Após algum tempo sobreveio absolvição na esfera criminal por 
falta de provas de sua conduta. Esse servidor deve ter as outras 
responsabilidades já julgadas afastadas (civil e administrativa) e seus efeitos 
devem retroagir? 
 
Resposta: Não!! Pois como o art. 126 descreve, referidas responsabilidades 
somente serão afastadas (mesmo após julgadas) se a absolvição for por 
inexistência do fato ou da autoria, salvo os casos de excepcionalidade. 
 
Fonte: art. 126, Lei n. 8.112/90. 
 
#REFLITA# 
 
● Dos deveres do analista, técnico e assessor jurídico 
 
 
 
Esferas de 
Responsabiliz
ação 
 Civil Administrativa Penal 
16 
 
Como já estudamos nas unidades anteriores, os analistas, técnicos e 
assessores jurídicos possuem suas atribuições e funções, sendo que seus 
deveres estão ligados ao bom funcionamento do serviço público. 
Via de regra, os deveres desses servidores estão previstos em estatutos 
e decretos próprios e seus respectivos descumprimentos podem ensejar 
punições administrativas. 
 
● Do afastamento do servidor 
 
O servidor público poderá ser afastado de suas funções por até 60 dias, 
como medida cautelar, a fim de que o servidor não venha a influir na apuração 
da irregularidade (art. 147, da Lei n.º 8.112/90). 
 
SAIBA MAIS 
 
Esse afastamento é prorrogável? E o servidor deixa de receber sua 
remuneração? Bom, o afastamento pode ser prorrogado uma única vez e não há 
prejuízo na remuneração do servidor afastado. 
 
Fonte: art. 147, parágrafo único, da Lei n.º 8.112/90. 
 
#SAIBA MAIS# 
 
● Das penalidades 
 
A Lei n. º 8.112/90, em seu art. 127, traz algumas penalidades 
disciplinares a serem aplicadas ao servidor, sendo elas: 
 
a) Advertência – por escrito e em casos de faltas de menor gravidade, 
(exemplo incisos I a VIII e XIX do art. 117). Também poderá ser aplicada quando 
inobservados os deveres funcionais previstos em lei, regulamento ou norma 
interna, desde que não justifique a aplicação de penalidade mais grave (art. 129 
da Lei n.º 8.112/90); 
 
17 
 
b) Suspensão – será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas 
com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração 
sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias 
(art. 130 da Lei n. º 8.112/90); 
 
c) Demissão – é a penalidade máxima do servidor na esfera 
administrativa e deve ser aplicada pelas autoridades máximas de cada Poder, 
nos casos de: 
I. Crime contra a administração pública; 
II. Abandono de cargo (falta no serviço, injustificadamente, por mais 
de 30 dias consecutivos); 
III. Inassiduidade habitual (falta no serviço, injustificadamente, por 60 
dias de modo intercalado, em 12 meses); 
IV. Improbidade administrativa; (ver Lei n. º 8.429/92); 
V. Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; 
VI. Insubordinação grave em serviço; 
VII. Ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em 
legítima defesa própria ou de outrem; 
VIII. Aplicação irregular de dinheiros públicos; 
IX. Revelação de segredo doqual se apropriou em razão do cargo; 
X. Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; 
XI. Corrupção; 
XII. Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; 
XIII. Transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. 
 
d) Cassação de aposentadoria ou disponibilidade – em casos onde o 
servidor já está aposentado e tenha tomado ciência, dentro do prazo de 
prescrição sobre a penalidade de 5 anos, de falta punível com demissão. 
 
e) Destituição de cargo em comissão – ocorre em razão de falta punível 
com demissão, em caso de servidor que não é efetivo. 
 
18 
 
f) Destituição de função comissionada – ocorre para o servidor efetivo 
que além das demais penalidades que lhe forem impostas, perderá também sua 
função comissionada. 
 
 
● Da Sindicância e do Processo Administrativo Disciplinar 
 
Por sindicância, entende-se o procedimento que apura os fatos 
irregulares, ocorridos no exercício do serviço público, pelo servidor e que não 
estão bem definidos, de forma que é necessária uma investigação para melhor 
apurar as condutas possivelmente praticadas, os aspectos da situação e seus 
respectivos autores. 
Já o Processo Administrativo Disciplinar, conhecido como PAD, destina-
se à apuração de irregularidades praticadas no exercício das atividades da 
administração e que devem estar formalizadas e expressas em um processo. 
Outrossim, apesar de se tratar de um procedimento administrativo, o PAD 
deve respeitar preceitos da Constituição Federal, como por exemplo, estes, 
disposto no art. 5º, incisos: 
 
✔ LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela 
autoridade competente; 
✔ LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o 
devido processo legal; 
✔ LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos 
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla 
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. 
 
E no art. 41, §1º, inciso II, também da CF/88: 
 
✔ Art. 41, § 1º, inciso II, como exigência de realização desse tipo de 
processo para aplicação das penas que impliquem perda de cargo 
de funcionário estável. 
 
19 
 
O PAD tem como finalidade apurar as responsabilidades de servidor por 
infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com 
as atribuições do cargo em que se encontre investido (art.148, Lei nº. 8.112/90). 
 
SAIBA MAIS 
 
Referida apuração é obrigatória e deve ser realizada através de processo 
disciplinar, sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar punição de 
suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria 
ou disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão (art. 146, Lei nº. 
8.112/90). 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
TÓPICO IV 
Da exemplificação com casos práticos da responsabilidade civil 
administrativa e penal 
 
 
A seguir, serão expostos alguns exemplos de casos práticos e 
responsabilidades dos servidores públicos. 
 
Exemplo 1 – João, analista judiciário, servidor público federal, enquanto estava 
em seu local de trabalho, inicia uma discussão com José, técnico judiciário e seu 
colega de trabalho e no meio da briga, acaba por assassiná-lo. Trata-se de um 
crime de homicídio e será apurado pela Polícia Federal, bem como a denúncia 
será oferecida pelo Ministério Público Federal e o julgamento será realizado pelo 
Poder Judiciário Federal. E, além da apuração do fato na esfera penal, a 
autoridade administrativa tem o dever de instaurar um processo disciplinar, mas 
não para averiguar e apurar o crime de homicídio, pois não é de sua 
competência, mas sim para apurar se a conduta do servidor infringe alguma 
norma ou ditame da Administração Pública. 
Nesta situação, é muito provável que a autoridade administrativa expeça Portaria 
descrevendo os fatos e o enquadrará nas condutas previstas no art. 132, da lei 
nº 8.112/1990. 
 
Exemplo 2 – Mariana, assessora de magistrado, subtraiu um computador da 
repartição pública onde trabalha. E assim, praticou, supostamente, o crime de 
peculato-furto, previsto no art. 312 do Código Penal. Nesta situação a autoridade 
administrativa também não irá apurar o ilícito penal, mas sim, editará Portaria 
para abertura do processo administrativo disciplinar, onde deverá descrever o 
fato e enquadrar a conduta nos tipos previstos na lei nº 8.112/1990, mais 
precisamente nos artigos 116, 117 e/ou 132. 
Neste caso, ainda, além de violar a moralidade da administração e cometer 
crime, Mariana causou danos ao patrimônio, de forma que poderá ser 
responsabilizada civilmente a ressarcir o prejuízo causado. 
 
21 
 
Exemplo 3 – Pedro, analista judiciário e chefe em cargo comissionado é muito 
envolvido em questões políticas e é filiado a um partido, onde atua 
fervorosamente. Todos os dias, Pedro coage seus subordinados Joana, Márcio 
e Julia a filiarem-se a seu partido, falando que os destituirá do cargo e dará causa 
à instauração de procedimento administrativo contra seus subordinados. Joana, 
Márcio e Julia cansados das ameaças decidem denunciar Pedro, que será 
investigado por meio de PAD. A administração deve expedir Portaria 
descrevendo os fatos e o enquadrar referido servidor nas condutas previstas no 
art. 117, VII, da Lei nº 8.112/1990, bem como analisar qual punição do art. 127 
lhe é cabível, sendo que em razão da coação, Pedro inclusive poderá ser 
afastado temporariamente de suas funções, até que o procedimento seja 
concluído. 
 
Jurisprudências sobre o tema: 
 
1 – APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE ATO 
ADMINISTRATIVO. REINTEGRAÇÃO EM CARGO PÚBLICO. PROCESSO 
ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. PENA DEMISSÃO. AÇÃO PENAL 
ABSOLUTÓRIA. INSUFICIÊNCIA DE PROVAS. COMUNICABILIDADE DE 
INSTÂNCIAS. INOCORRÊNCIA. PARADIGMAS APRESENTADOS. 
INADEQUADOS. DEMISSÃO. DEVIDO PROCESSO LEGAL. ILEGALIDADE. 
INEXISTÊNCIA. I - Por força do princípio da independência das instâncias, a 
esfera administrativa só se subordina à penal quando a sentença absolutória 
reconhece que não houve ocorrência do fato ou que negue a autoria, o que não 
é o caso dos autos em que a absolvição se fundamentou na insuficiência de 
provas. II - A recorrente foi absolvida na esfera penal por insuficiência de provas 
nos termos do art. 386, inciso VII, do CPP, o que não produz efeitos sobre a 
decisão administrativa que demitiu a apelante. III - Os casos apontados pela 
apelante em que servidores foram readmitidos, após o trânsito da sentença 
absolutória, não se prestam como paradigmas pois não se enquadram no caso 
tipificado da recorrente, sendo, pois, despiciendo manifestar sobre cada um 
deles. IV - O processo administrativo que culminou com a demissão da apelante 
observou os princípios do contraditório e da ampla defesa para a obtenção do 
devido processo legal, o que não configura ato ilícito, inexistindo, pois, 
22 
 
ilegalidade na pena de demissão aplicada. APELAÇÃO CONHECIDA E 
DESPROVIDA. SENTENÇA MANTIDA. 
(TJ-GO - (CPC): 02667559320168090051, Relator: NORIVAL DE CASTRO 
SANTOMÉ, Data de Julgamento: 05/10/2018, 6ª Câmara Cível, Data de 
Publicação: DJ de 05/10/2018). 
 
2 – ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. AUDITOR FISCAL DA RECEITA 
FEDERAL. PAD. DEMISSÃO. FATO SUPERVENIENTE. ABSOLVIÇÃO NO 
JUÍZO PENAL. NEGATIVA DE EXISTÊNCIA DO FATO. AUSÊNCIA DE FALTA 
DISCIPLINAR RESIDUAL. MANIFESTAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO PELA 
CONCESSÃO DAORDEM. ORDEM CONCEDIDA.1. O impetrante foi demitido 
do cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal, em razão da conclusão do 
processo administrativo disciplinar de que ele teria classificado terminais de 
captação de apostas, cuja importação é proibida, como produto de informática, 
de importação permitida. A conduta foi enquadrada nos arts. 117, IX, e132, IV, 
da Lei n. 8.112/1990.2. O processo administrativo disciplinar não é dependente 
da instância penal, porém,nos termos do art. 126, da Lei n.8.112/1990, a 
responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de o Juízo 
Criminal proferir sentença absolutória que negue a existência do fato ou sua 
autoria, exceto se houver falta disciplinar residual não englobada pela sentença 
penal (Súmula n. 18/STF).3. In casu, os fatos expostos na sentença da Ação 
Penal movida contra o impetrante são os mesmos tratados no PAD e não há 
resíduo punível, pois na esfera criminal foi absolvido por inexistência do fato 
delituoso, nos termos do art. 386, I, do CPP.4. Ordem concedida. 
(STJ – Acórdão Ms 14717 / Df, Relator(a): Min. Antonio Saldanha Palheiro, data 
de julgamento: 28/11/2018, data de publicação: 01/02/2019, 3ª Seção) 
 
3 – RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO PODER PÚBLICO – 
ELEMENTOS ESTRUTURAIS. PRESSUPOSTOS LEGITIMADORES DA 
INCIDÊNCIA DO ART. 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. TEORIA 
DO RISCO ADMINISTRATIVO. HOSPITAL PÚBLICO QUE INTEGRAVA, À 
ÉPOCA DO FATO GERADOR DO DEVER DE INDENIZAR, A ESTRUTURA DO 
MINISTÉRIO DA SAÚDE. RESPONSABILIDADE CIVIL DA PESSOA ESTATAL 
QUE DECORRE, NA ESPÉCIE, DA INFLIÇÃO DE DANOS CAUSADOS A 
23 
 
PACIENTE EM RAZÃO DE PRESTAÇÃO DEFICIENTE DE ATIVIDADE 
MÉDICO-HOSPITALAR DESENVOLVIDA EM HOSPITAL PÚBLICO – LESÃO 
ESFINCTERIANA OBSTÉTRICA GRAVE. FATO DANOSO PARA A OFENDIDA 
RESULTANTE DE EPISIOTOMIA REALIZADA DURANTE O PARTO – 
OMISSÃO DA EQUIPE DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE, EM REFERIDO 
ESTABELECIMENTO HOSPITALAR, NO ACOMPANHAMENTO PÓS-
CIRÚRGICO. DANOS MORAIS E MATERIAIS RECONHECIDOS. 
RESSARCIBILIDADE. DOUTRINA. JURISPRUDÊNCIA. RECURSO DE 
AGRAVO IMPROVIDO. 
(STF - AI: 852237 RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Data de Julgamento: 
25/06/2013, Segunda Turma, Data de Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO 
DJe-176 DIVULG 06-09-2013 PUBLIC 09-09-2013) 
 
4 – DIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. INFRAÇÃO 
DISCIPLINAR. RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA E PENAL. 
INDEPENDÊNCIA DE INSTÂNCIAS. ABSOLVIÇÃO PENAL. INEXISTÊNCIA 
DO FATO. FALTA RESIDUAL. INEXISTÊNCIA. 1. “As responsabilidades 
disciplinar, civil e penal são independentes entre si e as sanções 
correspondentes podem se cumular (art. 125); entretanto, a absolvição criminal, 
que negue a existência do fato ou de sua autoria, afasta a responsabilidade 
administrativa (art. 126)”. MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito 
Administrativo. 14. ed. São Paulo: Malheiros, 2001. 2. O artigo 23 da Lei 8.935/94 
não resta violado quando o fato imputado ao agente, que fundamentou a 
aplicação da pena de suspensão por 90 (noventa) dias, restou declarado 
inexistente, não havendo conduta outra, cometida pelo servidor, capaz de 
configurar-se como infração disciplinar, a justificar a aplicação daquela 
penalidade. 3. É que a responsabilidade administrativa deve ser afastada nos 
casos em que declarada a inexistência do fato imputado ao servidor ou negada 
sua autoria pela instância penal. 4. Destarte, afastada a responsabilidade 
criminal do servidor, por inexistência do fato ou negativa de sua autoria, afastada 
também estará a responsabilidade administrativa, exceto se verificada falta 
disciplinar residual , não abrangida pela sentença penal absolutória. Inteligência, 
a contrario sensu, da Súmula 18 do STF, verbis: “Pela falta residual, não 
24 
 
compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é admissível a punição 
administrativa do servidor público”. 
REsp 1199083/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado 
em 24/08/2010, DJe 08/09/2010; MS 13.599/DF, Rel. Ministro NAPOLEÃO 
NUNES MAIA FILHO, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 12/05/2010, DJe 
28/05/2010; Rcl .611/DF, Rel. Ministro WALDEMAR ZVEITER, CORTE 
ESPECIAL, julgado em 18/10/2000, DJ 04/02/2002. 
 
5 – PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM 
MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. ANALISTA 
JUDICIÁRIO, EXECUÇÃO DE MANDADOS. SINDICÂNCIA INVESTIGATIVA E 
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. DENÚNCIA ANÔNIMA. 
PODER-DEVER DA ADMINISTRAÇÃO. ART. 143 DA LEI 8.112/1990. 
DENÚNCIA ACOMPANHADA POR OUTROS ELEMENTOS DE PROVA 
SUFICIENTES A DENOTAR A CONDUTA IRREGULAR DO SERVIDOR. 
COMISSÃO DE SINDICÂNCIA E DO PROCESSO ADMINISTRATIVO 
DISCIPLINAR. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE. OBSERVÂNCIA DA REGRA 
DO ART. 149 DA LEI 8.112/1990. EXIGÊNCIA APENAS DO PRESIDENTE DA 
COMISSÃO OCUPAR CARGO EFETIVO SUPERIOR OU DO MESMO NÍVEL, 
OU TER NÍVEL DE ESCOLARIDADE IGUAL OU SUPERIOR AO DO 
INDICIADO. PRECEDENTES. ALEGAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE INFRAÇÃO 
DISCIPLINAR OU ILÍCITO PENAL. IMPOSSIBILIDADE DE CONHECIMENTO. 
NECESSÁRIA DILAÇÃO PROBATÓRIA. DESCABIMENTO. RECURSO 
ORDINÁRIO NÃO PROVIDO. 1. Trata-se de recurso ordinário em Mandado de 
Segurança onde pretende o recorrente a concessão integral da segurança a fim 
de reconhecer a nulidade da Sindicância e do Processo Administrativo 
Disciplinar e, consequentemente, do ato apontado como coator, porquanto 
teriam sido deflagrados através de denúncia anônima, a violar a regra do art. 144 
da Lei 8.112/1990; tendo em vista que o fato noticiado não configuraria evidente 
infração disciplinar ou ilícito penal, porquanto ocorrido em evento externo ao local 
de trabalho e que sequer haveria a comprovação da autoria e materialidade, não 
guardando relação direta com os deveres ou proibições impostas aos servidores 
públicos federais e diante da inobservância do princípio da hierarquia na 
formação das Comissões de Sindicância e de Processo Administrativo 
25 
 
Disciplinar. 2. É firme o entendimento no âmbito do STJ no sentido de que 
inexiste ilegalidade na instauração de sindicância investigativa e processo 
administrativo disciplinar com base em denúncia anônima, por conta do poder-
dever de autotutela imposto à Administração (art. 143 da Lei 8.112/1990), ainda 
mais quando a denúncia decorre de Ofício do próprio Diretor do Foro e é 
acompanhada de outros elementos de prova que denotariam a conduta irregular 
praticada pelo investigado, como no presente caso. Precedentes. 3. "A teor do 
artigo 149 da Lei nº 8.112/90, apenas o Presidente da Comissão Processante 
deverá ocupar cargo efetivo superior ou do mesmo nível, ou ter nível de 
escolaridade igual ou superior ao do indiciado" (MS 9.421/DF, Rel. Ministro Paulo 
Gallotti, Terceira Seção, julgado em 22/08/2007, DJ 17/09/2007, p. 201). 4. Não 
há como se conhecer da alegação de que o fato noticiado não configuraria 
evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a justificar a instauração do PAD, na 
medida que tais alegações ainda serão examinadas pela Comissão Processante 
e por demandarem ampla dilação probatória, o que é vedado na via estreita do 
presente mandamus, a pressupor prova pré-constituída. 5. Recurso ordinário 
não provido. 
(STJ - RMS: 44298 PR 2013/0379189-4, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL 
MARQUES, Data de Julgamento: 18/11/2014, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de 
Publicação: DJe 24/11/2014). 
 
6 – PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR – TRIBUNAL REGIONAL DO 
TRABALHO DA 3ª REGIÃO – INFRAÇÃO DISCIPLINAR – SUSPEIÇÃO – 
RECEBIMENTO DE VANTAGEM ECONÔMICA – ASSESSOR – 
IMPEDIMENTO – APOSENTADORIA COMPULSÓRIA. 1. O magistrado deve 
afastar-se de toda causa que tenha o potencial de alterar expressivamente a 
posição equidistante na qual deveria se manter em relação às partes dos 
processos, sob pena de afrontar as exigências legais e éticas que pautam sua 
atuação profissional. 2. Ao receber vantagem econômica de uma das partes – 
no caso, mora luxuosamente há anos em apartamento de propriedade do 
patrono de inúmeros processos julgados por ele, praticamente a título gratuito – 
é evidente que a independência do magistrado é colocada em jogo, e por ele 
mesmo. O juiz não pode dispor da independência judicial individual que lhe foi 
constitucionalmente conferida: ela é mais uma responsabilidade do que um 
26 
 
privilégio. Trata-se da responsabilidade de se manter independente, de zelar por 
sua independência, para quesuas atribuições não sejam ameaçadas por 
pressões das mais variadas naturezas. Tal conduta configura prática de 
irregularidades no exercício da magistratura, previstas nos arts. 35, incisos I da 
LOMAN e a inobservância à vedação imposta pelo art. 95, parágrafo único, inciso 
IV, da Constituição Federal, ensejando a aplicação da pena de aposentadoria 
compulsória. 3. Nem todo caso em que o magistrado suspeito para o julgamento 
de determinados processos deixa de declarar sua suspeição ensejará a punição 
disciplinar. Na verdade, a combinação da patente suspeição do magistrado, em 
vista de sua amizade fraternal e do recebimento de vantagem econômica pelos 
advogados mencionados e, ainda, de sua conduta suspeita, indicando o 
favorecimento dos mesmos advogados nos processos mencionados, é que 
evidencia o descumprimento de seus deveres funcionais. 4. A nomeação de 
servidor advindo do escritório de amigo íntimo do magistrado, daquele que 
subvenciona sua moradia, e mesmo sabendo que este servidor é filho de 
membro daquele escritório, mantendo o servidor na elaboração das minutas de 
decisão, sem qualquer ressalva, sem qualquer organização no gabinete que 
impedisse a prática de atos pelo servidor nos processos em que seu pai figurava 
como advogado é dever funcional ao art. 35, VII da LOMAN. 5. Não se aplica 
pena de advertência a magistrado de segundo grau, nos termos do parágrafo 
único do art. 42 da LOMAN. 6. Procedência da pretensão punitiva quanto ao 
primeiro requerido, com aplicação da pena de aposentadoria compulsória, 
porquanto demonstrado que a conduta do magistrado processado está tipificada 
no art. 56, II, da Lei Complementar nº 35, de 1979 (“... procedimento incompatível 
com a dignidade, a honra e o decoro de suas funções”). Improcedência da 
pretensão punitiva quanto ao segundo requerido, pois, mesmo configurada a 
infração ao dever inscrito no artigo 35, VII da LOMAN, não se pode aplicar pena 
menos severa que aposentadoria compulsória e disponibilidade ao Juiz, nos 
termos do parágrafo único do art. 42 da LOMAN. 
(PAD - Processo Administrativo Disciplinar - 0007400-80.2009.2.00.0000 - Rel. 
JORGE HÉLIO CHAVES DE OLIVEIRA - 122ª Sessão Ordinária - julgado em 
15/03/2011 ). 
 
 
https://www.jusbrasil.com.br/consulta-processual/goto/0007400-80.2009.2.00.0000
27 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Desta forma, sintetizando todo o aprendizado desta Unidade, o servidor 
público pode responder civil, penal e administrativamente quando exercer 
irregularmente duas atribuições. 
A responsabilidade civil decorrerá de ato omissivo ou comissivo, doloso 
ou culposo e que tenha como resultado um prejuízo ao erário ou para terceiros. 
Assim, o servidor público poderá responder nessas três esferas (civil, 
penal e administrativa) caso sejam encontradas irregularidades no exercício de 
suas atividades enquanto funcionário público. 
Referidos desvios de conduta do servidor podem ter como resultado 
sanções administrativas, indenizações e responsabilização criminal. 
A responsabilidade civil possui ordem patrimonial e tem fundamento no 
Código Civil, na medida em que todo dano causado a alguém deve ser reparado. 
E em se tratando de dano causado ao Estado, a responsabilidade será 
apurada pela própria administração, que irá instaurar Procedimento 
Administrativo Disciplinar, observando-se todas as regras e garantias previstas 
em leis e na Constituição. 
Outrossim, referidos procedimentos executórios com base em processos 
administrativos disciplinares não dependem de autorização judicial. 
É muito normal que a administração desconte dos vencimentos do 
servidor os valores necessários ao ressarcimento dos prejuízos que tenha 
causado, respeitando os limites fixados em lei. Mas em caso de servidor 
contratado em regime CLT, o desconto somente será feito com anuência do 
empregado ou em caso de dolo. 
Já em caso de ato que resulte em prejuízo à Fazenda Pública ou fique 
constatado enriquecimento ilícito do servidor, este estará sujeito ao perdimento 
ou sequestro de seus bens. Todavia, neste caso, é necessária a intervenção do 
poder judiciário, não bastando a via administrativa. 
Já em relação a prejuízos a terceiro, o estado ficará responsável na 
modalidade objetiva, mas sendo cabível ação de regresso contra o servidor que 
agiu por dolo ou culpa. 
No que diz respeito à responsabilidade penal, o servidor incorre sempre 
que praticar crime ou contravenção no exercício de suas funções públicas, sendo 
28 
 
que para tanto, a apuração dessa responsabilidade incumbe exclusivamente ao 
Poder Judiciário. 
E, a infração de leis, normas internas, decretos ou quaisquer outras 
irregularidades a ordens administrativas caracterizam o ilícito administrativo, que 
também tem como elementos a ação ou omissão, desde que por dolo ou culpa. 
A maioria das infrações administrativas têm fundamento legal e, portanto, 
sua ocorrência surge com o descumprimento dos deveres expressos em lei, que 
se caracterizem como norma disciplinar e vinculados ao exercício da atividade 
do servidor público. 
E a apuração da responsabilidade administrativa do servidor é 
realizada no âmbito da própria Administração, através de sindicância ou 
processo administrativo, em que sejam assegurados, ao servidor, o contraditório 
e a ampla defesa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LIVRO 
29 
 
Título: Atribuições do assessor jurídico, do analista judiciário e do técnico 
judiciário. 
Autores: Carlos Eduardo Massad 
Editora: Intersaberes 
Sinopse: Quais são as atribuições de assessores 
jurídicos, analistas judiciários e técnicos judiciários? 
Quais requisitos esses profissionais precisam 
preencher para ingressar nessas carreiras? Em que 
áreas atuam? Sem dúvida, as atividades 
desempenhadas por esses profissionais são de 
extrema importância para o bom funcionamento da estrutura jurídica de nosso 
país. Conhecendo melhor as responsabilidades desses cargos, você poderá 
compreender como o trabalho de assessores jurídicos e analistas e técnicos 
judiciários é relevante para a sociedade no que diz respeito ao acesso do 
cidadão à justiça. O conteúdo que você encontrará neste livro ampliará sua 
percepção sobre o funcionamento do Poder Judiciário no Brasil. 
 
 
 
 
 
 
Título: Direito Administrativo Moderno 
Autor: Odete Medauar 
Editora: Fórum 
Sinopse: Neste livro figuram os mais relevantes 
preceitos e institutos do direito administrativo, 
abordando-se com muita precisão a responsabilidade 
dos servidores públicos, sendo de fácil compreensão 
e grande aprendizado. 
 
 
 
FILME/DOCUMENTÁRIO 
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Filme: A condenação 
Direção e Roteiro: Tony Goldwyn 
Data de Lançamento: 2010 
Sinopse: A garçonete Betty Anne Waters deixa sua 
vida de lado para tentar livrar o irmão de uma 
acusação de assassinato. Convencida da inocência 
dele, ela volta a estudar Direito para poder assumir o 
caso, na esperança de libertá-lo. 
 
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LEITURA COMPLEMENTAR 
 
Artigo: Da responsabilidade do servidor público 
Autores: Aníbal de Mello Couto 
Biblioteca Digital - FGV 
Disponível em: 
http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rda/article/view/14210/13075 
Resumo: Sob vários prismas pode ser apreciado o conceito da 
responsabilidade, fenômeno que emerge como consequência da atividade 
humana nos diversos setores da vida social. Especialmente para conceituar a 
que decorre da atividade funcional dos servidores públicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ALEXANDRINO, M.; PAULO, V.. Direito administrativo descomplicado. 19 
ed. São Paulo: Método, 2011. 
BRASIL. Código Civil (2002). Brasília, DF: Senado, 2002. 
BRASIL. Código de Processo Civil (2015). Brasília, DF: Senado, 2015. 
BRASIL. Código Penal (1940). Brasília, DF: Senado, 1940. 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição Federal. Brasília, 1988. 
BRASIL. Lei nº 8.112, de 11 de setembro de 1990. Brasília,1990. 
BRASIL. Lei nº 8.429, de 02 DE JUNHO DE 1992. Brasília, 1992. 
BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Brasília, 1993. 
DI PIETRO, M. S. Z.. Direito Administrativo. 24ª edição. São Paulo, Editora 
Atlas. 2011. 
MASSAD, C. E.. Atribuições do assessor jurídico, do analista judiciário e 
do técnico judiciário. Curitiba: InterSaberes, 2016. 
MEDAUAR, O. Direito Administrativo Moderno. 15ª edição, revista, 
atualizada e ampliada. São Paulo, Editora Revista dos Tribunais. 2011. 
MEIRELLES, H. L.. Direito administrativo brasileiro. 32 ed. São Paulo: 
Malheiros Editores, 2006. 
SHUTTERSTOCK. Imagem. Disponível em: 
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/legal-decisions-thinking-right-law-
judgment-1913068831. Acesso em: 19 maio 2021. 
SHUTTERSTOCK. Imagem. Disponível em: 
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/judje-hammer-icon-law-gavel-
auction-1471172369. Acesso em: 19 maio 2021. 
SHUTTERSTOCK. Imagem. Disponível em: 
https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/lawyers-team-legal-
department-business-financial-179824845. Acesso em: 19 maio 2021. 
SHUTTERSTOCK. Imagem. Disponível em: 
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/conversation-policeman-man-
serious-cop-confused-1420310450. Acesso em: 19 maio 2021. 
CONCLUSÃO GERAL 
 
Prezado(a) aluno(a), 
Neste material, busquei trazer para você os principais conceitos a respeito 
das atribuições do técnico, do analista e do assessor jurídico. Para tanto 
abordamos as definições teóricas e, neste aspecto acreditamos que tenha ficado 
claro para você o quanto são funções necessárias à prestação jurisdicional e 
profissões muito versáteis, com amplas possibilidades de atuação, além de 
contarem com a estabilidade conferida ao servidor público (nos casos de técnico 
e analista concursado) e ótimas remunerações. 
 Em cada unidade deste material destacamos um pouco sobre cada uma 
dessas profissões. Outrossim, salientamos que cada Ente da Federação pode 
dispor sobre suas próprias regras de organização, distribuição e demais 
normativas relativas à justiça, sendo que apesar de serem diferentes em cada 
Estado, guardam muitas semelhanças. 
 Em relação ao analista judiciário, servidor de nível superior, destacamos 
que este profissional auxilia em sua área de formação e sendo formado na área 
jurídica, pode auxiliar na elaboração de peças processuais, e demais 
andamentos relativos ao processo, podendo inclusive ser chamado para 
preencher o cargo de assessor de magistrado, de desembargador ou de 
promotor. Pudemos compreender a importância do analista judiciário na triagem 
de feitos, análise e andamento processual, verificação de prazos, pagamento de 
custas, fases do processo, etc. 
 Já na segunda unidade, quando trabalhamos sobre a função do técnico, 
servidor de nível médio ou técnico, apontamos que é um profissional muito 
importante para a celeridade da justiça, na medida em que desempenha suas 
atividades de impulsionamento de processos, atendimento ao público, 
elaboração de relatórios e certidões, entre outras atividades. 
 Na unidade seguinte, trabalhamos sobre a função de assessor jurídico, 
profissional de nível superior, graduado na área do direito e que atua diretamente 
junto a magistrados, desembargadores e promotores, auxiliando na pré-análise 
de processos, elaboração de minutas e gestão de pessoas e processos. Sua 
atividade é primordial para que o juiz consiga julgar todos os processos de sua 
atribuição, sendo que sozinho, seria humanamente impossível, em razão da alta 
demanda de processos. 
 E por fim, abordamos sobre as responsabilidades de cada um desses 
servidores, no exercício de suas atividades, vez que devem atuar pautados em 
princípios éticos e morais, que não atentem contra a Administração Pública, sua 
presteza, produtividade, eficiência e moralidade. 
 A partir de agora acreditamos que você já está preparado para seguir em 
frente desenvolvendo ainda mais suas habilidades e tendo muito mais 
conhecimento acerca dessas profissões e suas responsabilidades. 
 Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigada!

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