Prévia do material em texto
ATRIBUIÇÕES DO ANALISTA, DO TÉCNICO E DO ASSESSOR JURÍDICO APRESENTAÇÃO Prof. Ma. Raiza Eloa Brambilla Catanio ● Mestra em Ciências Jurídicas, pela UniCesumar (Universidade Cesumar); ● Bacharel em Direito (UniCesumar); ● Pós-graduanda em Docência no Ensino Superior (Uniasselvi); ● Assessora de Magistrado no Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR). Olá aluno (a)! Tudo bem? Nessa Unidade do Curso seguiremos juntos um caminho acerca das atribuições do assessor jurídico, do analista judiciário e do técnico judiciário e, antes de qualquer conteúdo, que me apresentar a vocês, explicando um pouquinho da minha trajetória profissional. Sou a prof. Raiza, graduada em Direito, Mestra em Ciências Jurídicas e pós- graduanda em Docência no Ensino Superior. No ano de 2016, ainda durante a graduação, fui contratada como estagiária voluntária junto a Secretaria da 7ª Vara Cível de Maringá, local onde atuei com analistas e técnicos por quase um ano, aprendendo sobre as funções, andamentos de processos e atendimento ao público. No ano seguinte, em 2017, fui aprovada em processo seletivo para vaga de estágio remunerado junto ao Gabinete da 4ª Vara Criminal de Maringá, onde permaneci até concluir minha graduação, em 2018, aprendendo sobre as atividades do magistrado, bem como as atividades de assessoramento. Em 2019, após a terminar a graduação, já estava aprovada como Bolsista CAPES no programa de Mestrado da UniCesumar, em Ciências Jurídicas, mesmo ano em que fui convidada pelo Magistrado Titular do Gabinete da 4ª Vara Criminal, para desempenhar a função de sua assessora de gabinete. Desde então, ocupo esse cargo e atuo como servidora comissionada no Tribunal de Justiça do Paraná, razão pela qual, tenho muito conteúdo e conhecimento a oferecer. Espero que nossa jornada aqui seja de muito sucesso. APRESENTAÇÃO DA APOSTILA E prezado(a) aluno(a), se você se interessou pelo assunto desta disciplina, esse já é o início de uma grande jornada que vamos trilhar juntos a partir de agora. Proponho, junto com você, construir nosso conhecimento sobre as atribuições das atividades de assessor jurídico, técnico e analista judiciário, abordando conceitos fundamentais sobre as temáticas. Além de conhecer seus principais conceitos e definições vamos explorar os campos de atuação, requisitos e deveres inerentes a cada cargo. Na unidade I começaremos a nossa jornada a partir de uma breve conceituação geral sobre os cargos, esta noção é necessária para que possamos trabalhar as próximas unidades do livro de maneira mais completa. Na sequência, partiremos ao estudo atinente ao analista judiciário, o conceito do cargo, as funções que lhe são atribuídas, bem como seus deveres. Já na unidade II vamos ampliar nossos conhecimentos sobre as atividades do técnico jurídico, abordando as características gerais do cargo, suas funções e atribuições, bem como seus deveres. Ao final, faremos uma diferenciação acerca dos cargos de analista e técnico jurídico. A III unidade, é destinada ao estudo da carreira do assessor jurídico, ocasião em que também abordaremos todos os conceitos atinentes ao cargo, suas respectivas atribuições, deveres e funções, além da captação para a vaga de assessor jurídico no direito público e no direito privado. E por fim, trataremos sobre a responsabilidade civil, administrativa e penal dos servidores aqui estudados, nas unidades anteriores, abordando as nuances gerais da responsabilidade civil, administrativa e penal, no exercício das atividades de analista, técnico e assessor jurídico, finalizando este material com a exemplificação com casos práticos destas responsabilidades. Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos abordados em nosso material. Esperamos contribuir para seu crescimento pessoal e profissional. Muito obrigada e bom estudo! 1 UNIDADE I DOS CARGOS E DO ANALISTA JURÍDICO Prof. Ma. Raiza Eloa Brambilla Catanio1 Plano de Estudo desta Unidade: ● Das características gerais sobre os cargos; ● Da conceituação de analista jurídico; ● Das funções atribuídas ao analista; ● Dos deveres atinentes à função de analista jurídico. Objetivo de Aprendizagem: Prezado (a) aluno (a), esta primeira unidade acerca do estudo das atribuições do analista, do técnico e do assessor jurídico será dividida nos 04 tópicos acima elencados, sendo que em cada um deles aprenderemos questões básicas e gerais atinentes a cada cargo como uma breve introdução ao conteúdo da disciplina e, na sequência, adentraremos no estudo mais aprofundado em relação ao cargo de analista jurídico, abordando os conceitos necessários, suas respectivas funções e quais seus deveres enquanto analista. Desta forma, por meio da compreensão destas profissões, serão estabelecidas suas respectivas importâncias para o sistema judiciário brasileiro e a prestação jurisdicional como forma de acesso à justiça. 1 Mestra em Ciências Jurídicas pela Universidade Cesumar – UniCesumar, pós-graduanda em Docência no Ensino Superior, pela Uniasselvi, Assessora Jurídica no Tribunal de Justiça do Estado do Paraná – TJPR. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6265742338541943. E-mail: raizaeloa@hotmail.com. 2 INTRODUÇÃO Caro (a) aluno (a), com esse material, espero contribuir para seu aprendizado, conceituando e contextualizando o tema, proporcionando a compreensão das atividades dos servidores públicos, sobretudo, do analista, profissional a ser abordado neste momento. E desta forma, por meio do ensino, estabelecer a importância desta função ao judiciário e contribuir para seu crescimento pessoal e profissional. Então vamos lá! 3 TÓPICO I Das características gerais sobre os cargos ● Você sabe quem é o analista, o técnico e o assessor jurídico? Em linhas gerais, os analistas, técnicos e assessores jurídicos são servidores públicos, que atuam em órgãos governamentais, integrados em cargos do Distrito Federal, Estados e da União. A Constituição Federal do Brasil de 1988, em seu artigo 125 diz que os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos na Carta e que a competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça. Ou seja, desse dispositivo extrai-se que os Tribunais possuem grande autonomia para regular suas atividades e necessidades, podendo estabelecer normas próprias com lei estadual de organização judiciária. Assim, todos os Tribunais do país, e seus respectivos juízos podem criar mecanismos de regulamentação de suas peculiaridades, como decretos, portarias, entre outros. Mas o que são os Tribunais? O Tribunal refere-se ao órgão soberano cuja finalidade é resolver litígios e conflitos necessários à sociedade e ao convívio social, ou seja, é onde há o efetivo exercício da jurisdição, da aplicabilidade das leis, da regulamentação da vida em sociedade. No Brasil, podemos constatar a existência do Superior Tribunal federal (STF), Superior Tribunal de Justiça (STJ), Tribunais de Justiça Estaduais (TJPR, TJSC, TJSP, entre outros), Tribunais Regionais Federais, Tribunais do Trabalho, etc., presentes em todos os Estados da Federação e também em todas as regiões. Fonte: Shutterstock Figura 1 - Deusa da Justiça 4 Assim, é importante esclarecer que a justiça se divide em vários territórios de jurisdição, em várias competências. Existe a justiça estadual, a justiça federal, a justiça do trabalho, etc. e toda essa divisão se deve pela necessidade de organização jurisdicional, a fim de garantir a presteza da atividade jurídica.Diante dessa necessidade de organização, para funcionamento da justiça, existem leis federais que versam sobre servidores públicos e suas respectivas carreiras e por isso podemos afirmar que, que apesar de cada Estado elaborar sua própria organização e regulamentação quanto aos tribunais e órgãos judiciais, não existem diferenças discrepantes, na medida que Leis Federais atuam como um norte dessa divisão e organização. Neste sentido, podemos citar a Lei nº. 8.112, de 11 de setembro de 1990, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Já em seus artigos iniciais, a lei conceitua o servidor como pessoa legalmente investida em cargo público e, na sequência, afirma que cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor, sendo que estes cargos são criados por meio de leis, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão, acessíveis a todos os brasileiros. E ainda, a Lei nº. 11.416 de dezembro de 2006 regulamenta as carreiras dos servidores do poder Judiciário da União, ocasião em que em seu artigo 2º, prevê a existências dos cargos de analista judiciário, técnico judiciário e auxiliar judiciário. Do mesmo modo, a Lei Federal nº. 11.415, de 2006, versa sobre as carreiras dos servidores do Ministério Público e também em seu artigo 2º, trata da existência dos cargos de analista, técnico e assessor jurídico. Assim, afere-se que cada Estado da União possui suas próprias normas de regulamentação quanto à atividade da justiça e organização jurisdicional, no entanto, apesar de várias, guardam similitude, sobretudo diante da existência de leis federais que regulamentam de forma geral o assunto. Ademais, os requisitos de ingresso nas carreiras são estabelecidos em lei federal e também porque as necessidades de trabalho são semelhantes, mesmo que de um Estado para outro. As maiores variações não dizem respeito ao 5 trabalho em si, mas sim na distribuição e lotação dos servidores, todavia, as qualificações e requisitos exigidos nos editais de concurso tendem a ser parecidos, se não semelhantes. O ingresso nessas carreiras pode se dar de duas formas: 1. Mediante concurso público de títulos ou de provas; 2. Ou por nomeação em cargos de comissão (conhecidos como cargos de confiança). Em relação aos cargos de comissão, cabe dizer que nesta modalidade os servidores podem ser nomeados e exonerados a qualquer tempo (ad nutum), não possuindo estabilidade, devendo ser ressaltado que qualquer pessoa pode ser nomeada, desde que preencha os requisitos necessários. O Estatuto dos Funcionários do Poder Judiciário do Estado do Paraná (Lei nº. 16.024/08), em seu art. 6º, §2º, dispõe que “Os cargos de provimento em comissão envolvem atribuições de direção, de assessoramento e de assistência superior e são de livre nomeação e exoneração, satisfeitos os requisitos fixados em lei ou regulamento”. Sobre os cargos de confiança, por assim o serem – de livre nomeação – existem alguns requisitos legais que devem ser observados, como o nepotismo, a teor do que dispõe a Súmula nº. 13 do Supremo Tribunal de Justiça, aprovada em Sessão Plenária no ano de 2008, que disciplinou a questão e firmou o entendimento de que: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. E ainda, para a investidura em cargo público, devem estar contemplados também, os seguintes requisitos do art. 5º, da Lei 8.112/90: Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo público: I - a nacionalidade brasileira; II - o gozo dos direitos políticos; 6 III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; V - a idade mínima de dezoito anos; VI - aptidão física e mental. E mencionada lei, em seus parágrafos seguintes ainda faz ressalvas no que concerne aos requisitos para ingresso em cargo público, ao prever que a depender do cargo, suas respectivas atribuições podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em lei; define que às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras e que para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso; bem como que as universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais podem prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei. (Art. 5º, §§ 1º, 2º e 3º, Lei 8.112/90). As funções desses servidores são essenciais para a prestação jurisdicional, na medida em que cada vez mais se busca uma celeridade dos processos, sobretudo diante do aumento das demandas judiciais. Cada um destes servidores, dentro dos seus quadros de atuação, desenvolve atividades indispensáveis ao Poder Judiciário e por consequência, para toda a sociedade, na resolução de conflitos, assessoramento, andamento processual, suporte técnico, operacional, jurídico e administrativo, na proteção de interesses individuais e coletivos. Resumidamente, podemos afirmar que as atividades profissionais do analista, do técnico e do assessor contribuem para o funcionamento e aperfeiçoamento da justiça, garantindo a prestação jurisdicional e o andamento processual. SAIBA MAIS O termo “assessoramento” não se aplica somente em relação ao assessor! Assessorar é prestar assistência, e tanto os técnicos quanto os analistas judiciários prestam, também, atividades de assessoramento à atividade judiciária, ao conferir prazos de processos, numerar autos, arquivar e organizar 7 documentos, triar processos, entre outras funções. Então, caso vejam esse termo em materiais de apoio, livros ou outros meios, lembrem-se dessa observação para não se confundirem e achar que todo aquele que faz “assessoramento” é de fato assessor (MASSAD, 2016, p. 38). #SAIBA MAIS# ● Quem pode ser analista, técnico e assessor jurídico? Antes de adentrarmos em cada função, faremos uma breve diferenciação destes profissionais, para então termos uma noção melhor de quem são, quais suas principais características e funções, sem causar confusões entre eles, pois, mesmo que suas atividades por vezes se confundam, são distintas. Conforme Fernanda Marinela (2010, p. 543-544) Os servidores públicos constituem o grupo de servidores estatais que atuam nas pessoas jurídicas da Administração Pública de direito público, nas pessoas da Administração Direta (entes políticos: União, Estados, Municípios e Distrito Federal) e nas pessoas da Administração Indireta (as autarquias e fundações públicas de direito público). Para esses servidores, a relação de trabalho é de natureza profissional de caráter não eventual, sob o vínculo de dependência com as pessoas jurídicas de direito público. A carreira de analista judiciário é bastante diversificada e possui várias áreas de especialidade. O requisito para o cargo é ter diploma em nível superior na área de atuação a ser ocupada em instituição de ensino reconhecida pelo Ministério da Educação (diploma em engenharia civil, em psicologia, medicina,biblioteconomia). (MASSAD, 2016). Ex: necessária conclusão de curso em psicologia para cargo de analista judiciário em Vara da Infância e Juventude. O assessor judiciário, da mesma maneira, precisa de formação em nível superior, mas neste caso, restrita a área do direito, uma vez que atua diretamente com processos judiciais, pesquisa de jurisprudências, doutrinas e legislações, pré-análises de processos e elaboração de pareceres jurídicos. Portanto, para o assessor judiciário é indispensável a formação no curso de Direito, em instituição de ensino reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC). 8 Para ser técnico judiciário, por sua vez, é necessária somente a formação em nível médio ou curso técnico equivalente, em instituição de ensino reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC). Sua atuação por vezes se volta mais às áreas administrativas e de suporte técnico do Poder Judiciário, podendo também, trabalhar em cartórios judiciais, varas, gabinetes, etc. ● Estrutura de um Gabinete e Secretarias Primeiramente, o que é um gabinete? Trata-se de um espaço físico, uma estrutura, onde os magistrados, procuradores, promotores, desembargadores e seus colaboradores (entre os quais, o assessor) exercem suas atividades. Assim, podemos afirmar que o gabinete é o local de trabalho dos juízes, promotores e outros membros do Poder Judiciário e, portanto, ali são realizadas quase todas as funções exercidas nessas carreiras, como por exemplo: a elaboração de peças jurídicas, decisões, despachos, arquivamento de feitos, andamento processual, organização de documentos, triagem de processos, verificação de prazos, etc. No Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) cada gabinete de desembargador tem uma disponibilidade de cargos, conforme o quadro abaixo: Quadro 1 – Disponibilidade de Cargos TJPR CARGO QUANTIDADE SIMBOLOGIA* REQUISITO Secretário de desembargador 01 DAS-4 Formação em curso superior de qualquer área Assessor de desembargador 01 DAS-4 Graduação específica em Direito Assessor II de desembargador 01 DAS-5 Graduação específica em Direito Assistente de desembargador 01 1-C Graduação específica em Direito 9 Assistente II de desembargador 01 3-C Carteira de habilitação válida, categoria “B” Oficiais de gabinete de desembargador 02 1-C Ensino médio completo *A simbologia diz respeito às denominações de letras e números dos cargos e atuam como referências ao enquadramento e à remuneração do servidor. Fonte: (MASSAD, 2016, p. 27) A estrutura dos gabinetes dos magistrados, em especial, de primeiro grau, varia muito de acordo com a comarca e a vara em que atuam. A estrutura e o número de funcionários disponibilizados deve ser proporcional ao número de feitos que tramitam. No gabinete de Juiz de Entrância Final, conforme informações do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (Lei nº. 20.329 - 24 de setembro de 2020): Quadro 2 - Disponibilidade de Cargos TJPR – Entrância Final CARGO QUANTIDADE SIMBOLOGIA* REQUISITO Servidor efetivo 01 - Desde que bacharel em Direito Assistente II de Juiz de Direito 02 1-C Graduação específica em Direito Assistente III de Juiz de Direito 01 3-C Graduação específica em Direito Estagiário de Graduação 02 - Cursando graduação em Direito *A simbologia diz respeito às denominações de letras e números dos cargos e atuam como referências ao enquadramento e à remuneração do servidor. Fonte: Lei nº. 20.329/20, art. 15, online. Todos os cargos de gabinete são comissionados e podem ser preenchidos por funcionários do quadro da Secretaria do Tribunal de Justiça, inclusive, há uma orientação do Conselho Nacional de Justiça – instituição pública que atua para o aperfeiçoamento do sistema judiciário brasileiro, controlando sua atuação administrativa e financeira – dispondo que pelo menos vinte por cento dos cargos em comissão da área de apoio direto à atividade 10 judicante e cinquenta por cento da área de apoio indireto à atividade judicante deverão ser destinados aos servidores das carreiras judiciárias. BREVE CONSIDERAÇÃO: diferente do que ocorre nos gabinetes de 2º grau, onde o assessor não possui tanta participação nos atos processuais, no primeiro grau, o assessor ou assistente do magistrado tem ampla participação na movimentação dos processos e se torna peça imprescindível, sobretudo em razão da concentração do juiz nos autos de audiência e envolvimento com as partes (MASSAD, 2016). E o que é uma secretaria (ou cartório judicial)? Por cartório judicial se entende o local onde o servidor da Justiça exerce seu ofício (seu trabalho) e também o local onde são armazenados os processos, documentos relativos aos feitos judiciais e demais objetos que sejam necessários e/ou pertinentes a algum processo e que devem permanecer em cartório judicial, ou apreendidos. Nas secretarias a lotação dos servidores varia de acordo com a entrância (inicial, intermediária ou final), bem como pela demanda de trabalho. Uma secretaria é composta por pelo menos 01 analista/escrivão e técnicos judiciários. Nos termos do § 1º, do art. 14 da Lei nº. 20.329/20, por Secretaria haverá um cargo em comissão de Chefe de Secretaria e um cargo em comissão de Supervisor de Secretaria, sendo que o § 2º define que nas unidades em que houver Analista Judiciário Sênior, a estes será destinado o cargo de Chefe de Secretaria. Ou seja, na secretaria, servidores públicos investidos no cargo por concurso público, também podem receber cargos em comissão. Por exemplo: um analista que recebe um cargo de chefia: ele continua sendo analista, mas em cargo de Chefe de Secretaria. A título de exemplificação da estruturação (quantidade de servidores), uma Vara Cível da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba possui uma distribuição anual média de 1.900 processos, sendo seu quadro de servidores composto por 01 analista e 07 técnicos judiciários (além de estagiários e do gabinete). 11 Veja o quadro abaixo: Quadro 3 - Lotação Paradigma de Servidores por Secretaria - Triênio 2018, 2019 e 2020 – TJPR Fonte: TJPR, online. ● Síntese deste tópico A atividade jurisdicional necessita de colaboradores para seu bom funcionamento e daí, então, surgem os cargos de técnicos, analista e assessor judiciários e, ao mesmo tempo em que são funções distintas, também são complementares diante de suas finalidades finais: a garantia da prestação jurisdicional. As atividades jurídicas dentro de um fórum não dependem exclusivamente dos magistrados e desembargadores, mas sim em conjunto com as funções desempenhadas por todos os servidores. Cada gabinete e serventia deve respeitar a distribuição de competência e de jurisdição e atuar naquilo em que estiver designado, de forma que suas respectivas atuações sejam delimitadas e organizadas, garantindo-se a presteza da Justiça. 12 Dadas essas breves considerações gerais acerca do tema, partiremos agora ao estudo mais detalhado sobre os conceitos da função de analista jurídico, seus deveres e atribuições. Seguimos! 13 TÓPICO II Da conceituação de Analista Jurídico ● Do Analista Jurídico O analista judiciário, como já salientado anteriormente, deve ter formação em nível superior em qualquer área de graduação (a depender do cargo). Pode ser da área do Direito e trabalhar em cartórios, ou com juízes, desembargadores e promotores, auxiliando na movimentação de processos e pareceres jurídicos. O art. 4º da Lei nº. 11.416/06, que disciplina as carreiras dos servidores do poder Judiciário da União determina que incumbe Analista Judiciário as atividades de planejamento; organização; coordenação; supervisão técnica;assessoramento; estudo; pesquisa; elaboração de laudos, pareceres ou informações e execução de tarefas de elevado grau de complexidade. Por sua vez, o art. 5º, inciso III da Lei nº. 16.748, de dezembro de 2010, que reestrutura os quadros de pessoal do Poder Judiciário do Estado do Paraná e as carreiras de seus servidores, dispõe que integram o respectivo quadro de servidores do TJPR os: [...] Auxiliares da Justiça de Nível Superior (AJS) composta por cargos de provimento efetivo de Analista Judiciário, Psicólogo Judiciário e Assistente Social Judiciário, destinados à área de apoio direto à prestação jurisdicional, com atribuições de elaboração e execução de atos processuais e laudos, cujo requisito de ingresso é a formação superior correlacionada com a especialidade e com habilitação legal, se for o caso. A Constituição do Estado do Paraná, em seu art. 243-B, define que o assessoramento jurídico do Poder Judiciário, bem como a supervisão dos seus órgãos de consultoria e de assessoramento jurídicos, serão exercidos, privativamente, por bacharéis em Direito, desta forma, é possível concluir que para o analista judiciário é necessária a formação em Direito, já para o Psicólogo Judiciário, por exemplo, é necessária a formação na área da Psicologia. Na área judiciária o profissional deve realizar os serviços relativos à área jurídica, abrangendo o processamento de feitos, análise e pesquisa de legislações, consulta a jurisprudências, doutrinas e demais atualizações 14 pertinentes ao Direito, além de elaborar pareceres, certidões, e informações jurídicas nos processos em que estiver incumbido de fazê-lo. O próprio Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, na Lei nº. Lei 20.329, de 24 de setembro de 2020 que alterou em partes os dispositivos da Lei nº. 16.023/08, versa sobre a existência de analistas nas áreas da psicologia e da assistência social, denominando-os, respectivamente, como Psicólogo Judiciário e Assistente Social Judiciário, que assim como o Analista Judiciário, voltam-se ao apoio direto à prestação jurisdicional, naquilo que lhes couber. Outrossim, referida lei ainda trata dos profissionais de Apoio Especializado Superior, que também se enquadram como analistas e é composta por servidores cuja especializadas seja nas áreas de apoio indireto à prestação jurisdicional de análise de sistemas, contabilidade, engenharia, economia, estatística e medicina, cujo requisito de ingresso é a formação em curso superior correlacionado com a especialidade e com habilitação legal, se for o caso. Cabe dizer que profissionais, digamos, “fora da área do direito” são necessários na medida em que o direito versa sobre quase todas as áreas da vida e por vezes são necessários laudos técnicos sobre o assunto, a serem confeccionados por profissionais capacitados, assim como outros estudos, exames e pareceres. Isso ocorre porque os magistrados e representantes do Ministério Público não possuem conhecimento em diversas áreas quem muitas vezes estão relacionadas às ações judiciais que lhes são incumbidas, sendo que o conhecimento técnico sobre o assunto é fundamental na resolução de conflitos e indispensável para que o juiz forme sua convicção e para que as partes se manifestem nos autos. Veja o art. 5º da Lei 20.329/2020: Lei nº. 20.329/2020 - Art. 5º - Divide a estrutura funcional da parte permanente do Quadro de Pessoal do Poder Judiciário do Estado do Paraná nas seguintes carreiras, organizadas segundo os requisitos de investidura, atribuições, complexidade, grau de responsabilidade e peculiaridades do cargos: [...] II - Apoio Especializado Superior (AES) composta por cargos de provimento efetivo com atribuições especializadas nas áreas de apoio indireto à prestação jurisdicional de análise de sistemas, contabilidade, engenharia, economia, estatística e medicina, cujo requisito de 15 ingresso é a formação em curso superior correlacionado com a especialidade e com habilitação legal, se for o caso; III - Auxiliares da Justiça de Nível Superior (AJS) composta por cargos de provimento efetivo de Analista Judiciário, Psicólogo Judiciário e Assistente Social Judiciário, destinados à área de apoio direto à prestação jurisdicional, com atribuições de elaboração e execução de atos processuais e laudos, cujo requisito de ingresso é a formação superior correlacionada com a especialidade e com habilitação legal, se for o caso; [...]. (grifo não original) Portanto, mesmo sem possuírem formação jurídica, esses profissionais que se enquadram como analistas são indispensáveis para a prestação jurisdicional. O Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, em seu site, traz considerações acerca do cargo de Analista Jurídico, asseverando que o requisito escolar para investidura no cargo é ser portador de diploma de curso superior em Direito e descreve as atribuições do servidor, que serão vistas no próximo tópico desta Unidade. Outrossim, a Lei Complementar nº. 406 de 2008, alterada pela Lei Complementar nº. 699/17, em seu artigo 1º, §2º, assevera que resta estabelecida, no citado Tribunal de Justiça, a seguinte habilitação profissional para a categoria funcional de Analista Administrativo. Segue a transcrição: “Portador de diploma de curso superior em Administração, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas ou Direito". § 3º As atribuições das categorias funcionais de Analista Jurídico e Analista Administrativo serão definidas por resolução do Presidente do Tribunal de Justiça do Estado. Não diferente, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, com a Lei nº. 13.807 de 2011, atualizada pela Lei nº. 14.722 de 2015 dispõe sobre a criação do cargo de Analista Judiciário para lotação preferencial em cargos de provimento efetivo, oportunidade que dispõe que referidos cargos serão distribuídos conforme as seguintes áreas de atividade: I - Área Judiciária – abrangendo, em termos gerais, processamento dos feitos, análise e pesquisa de legislação, doutrina e jurisprudência, elaboração de textos jurídicos, e demais atribuições previstas em regulamento; 16 II - Área Administrativa – atividades relacionadas com recursos humanos, material e patrimônio, orçamento e finanças, contratos e licitações, transporte e segurança e demais funções complementares de apoio administrativo; e III - Área de Apoio Especializado – atividades a demandar dos titulares, registro no órgão fiscalizador do exercício da profissão ou que exijam o domínio de habilidades específicas, a critério da administração, tais como: saúde, contadoria, arquitetura, engenharia, comunicação social, biblioteconomia, informática, programação visual, taquigrafia, assistência social, administração e economia, dentre outras. Exemplificando, na área especializada necessita-se que os serviços sejam efetuados por profissionais capacitados na área, com a devida formação, registro no órgão fiscalizador do exercício da profissão ou o domínio de habilidades específicas, a critério da administração. Um analista da área de apoio especializado, que seja assistente social, trabalhe com serviço social, ele poderá atuar nas varas e promotorias de direito de família, na proteção da criança e do adolescente, idosos, vítimas de violências sexual, doméstica, etc. Já na área do apoio administrativo, o profissional deve efetivar a formalização de determinados atos processuais de mero expediente (mero andamento), certificações em geral, escrituração, finanças, segurança, ou seja, atua no andamento da justiça sob um viés administrativo, em complementação à área judiciária e de apoio especializado. Por fim, a área do analista judiciário com formação exclusiva em Direito é voltada à atuação na área jurídica, no processamento de feitos, entre outras atividades relativas aos processos e que demandam conhecimento técnico e jurídico. Desta forma, emsíntese podemos concluir que há um leque de atuação para o cargo de analista, podendo este ter formação em direito, ou em outras áreas que serão determinadas de acordo com as necessidades de cada ente da federação e seus respectivos órgãos. Aqui neste material foi abordado um pouco sobre as legislações relativas ao analista na região sul do país, sendo possível constatar pequenas diferenças de nomenclatura, de cargos e áreas, a depender das necessidades de cada região. 17 É importante salientar que o Brasil possui 27 unidades federativas e em cada uma delas existirão diferenças, mas, além disso, muitas semelhanças. Por isso, é impossível tratar de todos os temas conforme a regulamentação de cada Estado! Este material elenca apenas alguns Estados, como forma de expor a existência de legislações sobre a carreira, a sua importância e necessidade. Os exemplos fornecem uma base sólida e útil ao seu aprendizado, na medida em que as regulamentações são parecidas nas diversas unidades federativas e como salientado no início desta unidade, a teor do que leciona a Constituição Federal de 1988, é dever de cada Estado organizar sua justiça e leis de organização judiciária (art. 125). REFLITA Por que a atuação do analista judiciário é tão relevante para a atividade jurisdicional? Existe uma relação de interdependência entre as funções de analista, técnico e assessor judiciário? Fonte: a autora. #REFLITA# TÓPICO III Das funções atribuídas ao Analista 18 Neste tópico, depois de assimiladas as conceituações sobre o analista judiciário, passaremos a trabalhar suas atribuições junto ao seu local de trabalho. O papel do analista é de auxiliar na elaboração de peças técnicas nas áreas de sua especialidade (ex: contador, pedagogo, assistente social, etc.), jurídicas e/ou administrativas, no acompanhamento processual, em atos processuais, audiências, atendimento ao público, etc. O Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, em sua página na Web traz algumas informações sobre as atribuições do analista jurídico portador de diploma em graduação no curso de Direito, descrevendo que lhe incumbe, dentre outras coisas as atividades de planejamento, organização, coordenação, supervisão técnica, estudo, pesquisa, elaboração de laudos, pareceres ou informações e execução de tarefas de elevado grau de complexidade. Acrescentando como objetivo fundamental da carreira, fornecer suporte jurídico-administrativo aos órgãos do Tribunal de Justiça e da Justiça de Primeiro Grau, e também, atuar como conciliador ou mediador, por designação da autoridade judiciária a que estiver subordinado2. Exemplos típicos de atribuições da categoria: a) Dar andamento a processos administrativos e judiciais e ao expediente do órgão em que estiver lotado; b) Elaboração de certidões, informações, relatórios, pareceres e expedientes diversos, de acordo com a natureza do órgão no qual estiver lotado; c) Atendimentos às partes e interessados, em processos judiciais e administrativos; 2 TJSC. Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Analista Jurídico. Disponível em: https://www.tjsc.jus.br/web/servidor/analista-juridico. Figura 2 - Ilustração Justiça Fonte: Shutterstock 19 d) Análise e pesquisa de legislação, doutrina e jurisprudência; e) Orientação e execução de tarefas e elaboração de estudos e projetos nos assuntos relacionados à sua área de formação; f) Exercer, quando designado pela Direção do Foro, a Chefia de Cartório, nos termos da Lei Complementar 406/08, com os encargos de fedatário; g) Outras atividades correlatas e de mesma natureza e grau de complexidade. E passaremos a tratar das atividades de assessoramento do analista, recapitulando neste ponto, uma observação dos tópicos anteriores, onde explica- se que o termo “assessoramento” não se aplica somente ao assessor! Nessas atividades desde o servidor auxiliar a atuação dos magistrados e dos membros do Ministério Público. Com a Reforma do Judiciário, ocorrida em 2004, houve a implementação de medidas de celeridade processual e duração razoável do processo, pois como bem aponta Cappelletti e Garth (1988, p. 20-21): Uma justiça que não cumpre suas funções em um prazo razoável é, para muitas pessoas, uma Justiça inacessível. Neste sentido foi que se passou a dar mais atenção e ênfase aos analistas (bem como técnicos e assessores judiciários), na medida em que a função de assessoramento por eles desempenhada contribui de forma grandiosa para a celeridade processual, sendo uma de suas principais atribuições junto ao local onde está lotado, a triagem dos feitos. Todo processo possui um início (seja a petição inicial, o recebimento de denúncia, etc), um meio (produção de provas, audiência de instrução e julgamento, etc.) e um fim (o julgamento, a sentença, a condenação, a absolvição, etc.) E todos esses processos tramitam independente de suas fases, necessitando de diferentes decisões, manifestações e movimentações. A triagem atua como uma forma de otimizar o serviço e incumbe ao analista jurídico, por exemplo, dar o devido seguimento ao feito, auxiliando o magistrado da causa ou membro do Ministério Público. 20 Ainda, cada processo possui suas peculiaridades, prazos e custas processuais, que devem ser observados atentamente pelo servidor. E, apesar de o analista judiciário ter um cargo bastante reconhecido, por vezes recebendo função comissionada de chefia, ele não precisa estar sempre envolvido em funções estritamente técnicas, elaborando peças jurídicas em um gabinete apertado ou, se for área não-jurídica, escrevendo pareceres e estudando casos apresentados. O analista não precisa estar sempre envolvido em funções estritamente técnicas: nada impede que um analista judiciário com formação jurídica atenda ao público, e isso não é nenhum demérito! Pelo contrário, o contato com pessoas é estimulante e necessário, tanto por parte do usuário do serviço público, que quer ser bem atendido, quanto para quem atende. O atendimento ao público é muitas vezes o primeiro contato entre o cidadão e a justiça, razão pela qual é de suma importância que o servidor aja com lisura, com eficiência (art. 37, da CF) e também que se faça compreender, pois o acesso deve ser para todos. Para atender o público, cuide de sua linguagem, seja comunicativo, atencioso e objetivo. Conforme o CNJ (resolução 215/2015), todos os “órgãos administrativos e judiciais do Poder Judiciário devem garantir às pessoas naturais e jurídicas o direito de acesso à informação, mediante procedimento objetivo e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão”. O Poder Judiciário se divide em diferentes órgãos de atuação na prestação jurisdicional, com a competência definida pela Constituição Federal de 1988. Existem variações quanto ao funcionamento de todos os órgãos da Justiça (tribunais, colegiados, etc.). A atuação do analista judiciário é de suma importância para o funcionamento da justiça, seja diante de sua atuação em gabinetes, em varas, cartórios judiciais, no primeiro ou no segundo grau de jurisdição. Não se esqueça que essa é uma profissão versátil, varia de acordo com a competência, jurisdição, conveniência e necessidade de serviço. Trata-se de uma atividade com muita atuação e exigido grau de responsabilidade. Engana- se aquele que acha que o analista, seja da área do direito ou de áreas especializadas tem uma atuação mecânica e monótona. 21 No primeiro e no segundo grau de jurisdição, os analistas ainda podem participar das sessões de audiência (ou de julgamento). SAIBA MAIS É importante ressaltar que a função de analista não está restrita ao Poder Judiciário Estadual!! Na Justiça Federal, na Justiça do Trabalho, na Justiça Eleitoral e demaisTribunais Superiores também existe referida profissão de analista. Fonte: (MASSAD, 2016). #SAIBA MAIS# Requisitos de ingresso ao cargo de analista: 1. Requisito exigido para cargo de analista judiciário em concurso realizado pelo Tribunal Regional Federal Área e especialidade Requisito Judiciária – judiciária Diploma ou certificado, devidamente registrado, de conclusão de curso superior em Direito, fornecido por instituição de nível superior reconhecida pelo MEC. Judiciária – oficial de justiça avaliador federal Diploma ou certificado, devidamente registrado, de conclusão de curso superior em Direito, fornecido por instituição de nível superior reconhecida pelo MEC. Diploma ou certificado, devidamente registrado, de conclusão de curso 22 Analista da área de apoio especializado – informática superior completo, em qualquer área de formação, fornecido por instituição de nível superior reconhecida pelo MEC, acompanhado de curso de especialização com carga horaria mínima de 360 (trezentos e sessenta) horas na área de Análise de Sistemas, ou qualquer curso superior de Informática devidamente reconhecido. Fonte: (MASSAD, 2016, p. 55-56) 2. Requisito exigido para cargo de analista judiciário em concurso realizado pelo Tribunal de Justiça do Paraná Especialidade Requisito Judiciário Diploma ou certificado de curso de nível superior em Direito, reconhecido pelo MEC. Psicologia Diploma ou certificado de curso de nível superior em Psicologia, reconhecido pelo MEC. Contabilidade Diplomas ou certificados de curso de nível superior em Contabilidade, reconhecido pelo MEC. Assistência Social Diplomas ou certificados de curso de nível superior em Assistência Social, reconhecido pelo MEC. Fonte: (MASSAD, 2016, p. 58) 23 TÓPICO IV Dos deveres atinentes à função de analista jurídico E passaremos agora ao último tópico desta Unidade sobre o cargo de analista judiciário, ocasião em que trabalharemos sobre a ética, o sigilo profissional, segredo de justiça e demais deveres do analista. ● Da Ética Tem-se por ética um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana e da sociedade. Atua como um instrumento de equilíbrio, para que ninguém saia prejudicado. E não confunda a ética com leis!! Ela está mais relacionada a um sentimento de justiça social. E por ser uma construção social, baseada em todo um contexto histórico e sociocultural (e também econômico) a ética é consagrada como um ramo da ciência que estuda os valores e princípios morais humanos e da sociedade, de forma que é possível, portanto, se falar em ética nas relações profissionais. Uma coisa que se deve ter em mente é de que os servidores públicos (seja analista, assessor, juiz, promotor) são profissionais que detém um vínculo de trabalho profissional com órgão e entidades do governo, e todas as atividades de órgãos do governo, afetam a vida em sociedade, sendo de extrema relevância que os servidores apliquem em seu trabalho valores éticos, para que então, toda a sociedade possa acreditar na eficiência e lisura dois serviços públicos. E por esta razão, a lei inclusive prevê sanções e mecanismos que penalizam servidores que ajam em desacordo com suas atividades e condutas profissionais. Um exemplo é a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101/2000), assim como a Lei nº. 8.027/1990, que trata-se do Código de ética dos servidores públicos, e dispõe sobre normas de conduta dos servidores públicos 24 civis da união, das autarquias e das fundações públicas. Veja o art. 2º da Lei nº. 8.027/1990: Art. 2º São deveres dos servidores públicos civis: I - exercer com zelo e dedicação as atribuições legais e regulamentares inerentes ao cargo ou função; II - ser leal às instituições a que servir; III - observar as normas legais e regulamentares; IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; V - atender com presteza: a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas pelo sigilo; b) à expedição de certidões requeridas para a defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; VI - zelar pela economia do material e pela conservação do patrimônio público; VII - guardar sigilo sobre assuntos da repartição, desde que envolvam questões relativas à segurança pública e da sociedade; VIII - manter conduta compatível com a moralidade pública; IX - ser assíduo e pontual ao serviço; X - tratar com urbanidade os demais servidores públicos e o público em geral; XI - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. A referida norma ainda trata sobre desvios de conduta, faltas e infrações, versando sobre possíveis punições administrativas (que mais à frente serão estudadas). No Estado do Paraná, a Lei n° 16.024, de 19 de dezembro de 2008, Estatuto dos Funcionários do Poder Judiciário elenca vários deveres do funcionário público, sendo eles: Art. 156. São deveres do funcionário: I - assiduidade; II - pontualidade; III - urbanidade; IV - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; V - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; VI - lealdade e respeito às instituições a que servir; VII - observar as normas legais e regulamentares; VIII - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; IX - atender com presteza: a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas às protegidas por sigilo; b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública; X - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo; 25 XI - zelar pela economia do material e conservação do patrimônio público; XII - guardar sigilo sobre assunto da repartição XII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; XIII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder; XIV - atender prontamente às convocações para serviços extraordinários; XV - zelar pela manutenção atualizada dos seus dados cadastrais perante a administração pública; XVI - apresentar-se convenientemente trajado em serviço ou com uniforme determinado; XVII - proceder na vida pública e na vida privada de forma a dignificar o cargo ou a função que exerce; XVIII - cumprir os prazos previstos para a prática dos atos que lhe são afetos ou que forem determinados pela autoridade administrativa ou judiciária a que estiver vinculado; XIX - comunicar à Secretaria do Tribunal de Justiça e restituir imediatamente os valores que perceber indevidamente como remuneração; XX - frequentar os cursos instituídos pela administração do Tribunal de Justiça para aperfeiçoamento ou especialização; XXI - submeter-se à inspeção médica quando determinada pela autoridade competente. O que se deve ter como ponto de referência em relação à ética do servidor público é a busca por um padrão de comportamento ético, para que a partir disso, se possa julgar a atuação dos servidores. Para tanto, o artigo 37, da CF/88 traz alguns princípios que regem a Administração Pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência. Portanto, o servidor deve sempre agir pautado nesses princípios. ● Sigilo Profissional A Lei nº. 8.027/1990, em seu art. 2º, VII, dispõe que é dever do servidor guardar sigilo sobre assuntos da repartição, desde que envolvam questões relativas à segurança pública e da sociedade, e assim, o sigilo se constitui como um dever a ser cumprido pelo analista, sendo que o seu descumprimento implica em punições, a teor do que prescreve a Lei nº. 8.112/1990. O servidor público tem o dever de procederde forma a agir com discrição e à salvaguarda de documentos Figura 3 - Profissional do Direito 26 sigilosos, preservando em ambiente apropriado as informações afetas ao seu trabalho. Não pode o analista, por exemplo, tornar públicas as decisões ou demais atos sigilosos executados dentro de seu ambiente profissional. ● Segredo de Justiça Também é dever do analista zelar pelo sigilo de processos judiciais ou demais investigações e atos que sejam uma exceção ao princípio da publicidade, na medida em que pode envolver a intimidade de alguma pessoa, seus dados pessoais, sigilos fiscais, de dados, de telefonia, etc. Em determinadas situações admite-se a publicidade restrita aos envolvidos no processo, preservando-se a dignidade das pessoas. Sendo dever do analista, a garantia desse segredo de justiça (MASSAD, 2016). ● Documentos Oficiais e Participação em Atos Oficiais E encerrando essa Unidade, vamos trabalhar os documentos a serem elaborados pelo analista e sua participação em atos oficiais. Atualmente, a maioria dos processos são eletrônicos. A modernização dos sistemas de integração e de comunicação permitiram uma maior agilidade nos feitos e na comunicação, aperfeiçoando a prestação jurisdicional. Há exemplo disso, no TJPR os servidores têm acesso a um chat particular de comunicação online, um sistema de comunicação por mensagens (mensageiro) e o sistema Hércules onde são agilizados diversos requerimentos e procedimentos internos, dispensando a impressão de papel, deslocamentos, etc. Todavia, apesar dessa modernização, a redação das comunicações e contatos oficiais deve respeitar os preceitos de cada órgão do Poder Judiciário em que estiver atuando. A redação é elemento essencial e os pronomes de tratamento devem ser sempre observados. Além dos pronomes de tratamento, outro ponto importante, é a impessoalidade da redação, o uso padrão e culto de linguagem, a clareza, concisão, formalidade e uniformidade do texto. Fonte: Shutterstock 27 E já por ato processual, se entende como qualquer ato praticado por quaisquer das pessoas envolvidas na relação jurídica processual, com vistas a produzir uma consequência jurídica. Incluem, portanto, petições, recursos e movimentações. No Novo CPC encontram-se previstos no Livro IV, nos arts. 188 a 293. Com mais especificidade, os arts. 206 a 211 trazem sobre os atos do escrivão ou do chefe de secretaria: Seção V Dos Atos do Escrivão ou do Chefe de Secretaria Art. 206. Ao receber a petição inicial de processo, o escrivão ou o chefe de secretaria a autuará, mencionando o juízo, a natureza do processo, o número de seu registro, os nomes das partes e a data de seu início, e procederá do mesmo modo em relação aos volumes em formação. Art. 207. O escrivão ou o chefe de secretaria numerará e rubricará todas as folhas dos autos. Parágrafo único. À parte, ao procurador, ao membro do Ministério Público, ao defensor público e aos auxiliares da justiça é facultado rubricar as folhas correspondentes aos atos em que intervierem. Art. 208. Os termos de juntada, vista, conclusão e outros semelhantes constarão de notas datadas e rubricadas pelo escrivão ou pelo chefe de secretaria. Art. 209. Os atos e os termos do processo serão assinados pelas pessoas que neles intervierem, todavia, quando essas não puderem ou não quiserem firmá-los, o escrivão ou o chefe de secretaria certificará a ocorrência. § 1º Quando se tratar de processo total ou parcialmente documentado em autos eletrônicos, os atos processuais praticados na presença do juiz poderão ser produzidos e armazenados de modo integralmente digital em arquivo eletrônico inviolável, na forma da lei, mediante registro em termo, que será assinado digitalmente pelo juiz e pelo escrivão ou chefe de secretaria, bem como pelos advogados das partes. § 2º Na hipótese do § 1º, eventuais contradições na transcrição deverão ser suscitadas oralmente no momento de realização do ato, sob pena de preclusão, devendo o juiz decidir de plano e ordenar o registro, no termo, da alegação e da decisão. Art. 210. É lícito o uso da taquigrafia, da estenotipia ou de outro método idôneo em qualquer juízo ou tribunal. Art. 211. Não se admitem nos atos e termos processuais espaços em branco, salvo os que forem inutilizados, assim como entrelinhas, emendas ou rasuras, exceto quando expressamente ressalvadas. 28 Desta forma, visualiza-se que os analistas têm em suas atribuições o dever de praticar atos de documentação, de comunicação e de logística. Os atos de comunicação são aqueles onde o analista ou escrivão transfere para determinado suporte as declarações emitidas pelos sujeitos do processo. Ex: a representação que dá início ao processo e é autuada pelo analista, que insere as informações pertinentes do processo e lavra os termos necessários. Já os atos de comunicação são aqueles realizados com o intuito de dar ciência às partes, dar conhecimento sobre algum acontecimento do processo. É um ato indispensável. Ex: intimação e citação. Os termos mais comuns redigidos pelo escrivão são os de juntada, vista, conclusão e recebimento, que fazem o processo “caminhar”. O analista dá o andamento no processo, faz o intermédio de comunicação entre as partes. O ato de juntada é quando o analista certifica o ingresso de alguma petição ou documento nos autos. Vista é o ato de franquear o auto às partes para que se manifestem sobre algum evento. Conclusão é quando o processo é encaminhado ao juiz, para alguma deliberação. E por fim, o recebimento se configura como sendo o ato em que o analista ou escrivão documenta o momento em que os autos voltaram ao cartório após uma vista ou conclusão. E já os atos de logística dizem respeito ao recebimento e depósito de valores entregues pelas partes, a presença em audiências lavrando termos, as certidões do analista certificando o que correu em sua presença. SAIBA MAIS Você sabia que o analista possui fé pública? Pois é!! Ele possui e todo ato e documentação por ele realizada são cobertos por presunção de verdade. Fonte: a autora. #SAIBA MAIS# 29 CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta Unidade pudemos pincelar o que seria o técnico, o assessor e o analista judiciários, adentrando com mais afinco no estudo relativo ao analista. Trata-se este de um servidor indispensável à prestação jurisdicional, que detém inúmeras atribuições e deveres, que devem ser cumpridos e respeitados, sobretudo diante das imposições constitucionais. Como bem visto cada Ente da Federação pode dispor sobre suas próprias regras de organização, distribuição e demais normativas relativas à justiça, sendo que apesar de serem diferentes em cada Estado, guardam muitas semelhanças. O analista judiciário, servidor de nível superior, auxilia em sua área de formação. E em tendo formação na área jurídica, pode auxiliar na elaboração de peças processuais, e demais andamentos relativos ao processo, podendo inclusive ser chamado para preencher o cargo de assessor de magistrado, desembargador, promotor, etc. (a depender de onde esteja lotado). Foi possível com esse aprendizado, compreender a importância do analista judiciários, da triagem de feitos, análise e andamento processual, verificação de prazos, pagamento de custas, fases do processo, etc. É uma atividade de grande importância para a prestação jurisdicional, além de ser uma ótima carreira a ser seguida. 30 LIVRO Título: Atribuições do assessor jurídico, do analista judiciário e do técnico judiciário. Autor: Carlos Eduardo Massad. Editora: Intersaberes Sinopse: Quais são as atribuições de assessores jurídicos, analistas judiciários e técnicos judiciários? Quais requisitos esses profissionais precisam preencher para ingressar nessas carreiras? Em que áreas atuam?Sem dúvida, as atividades desempenhadas por esses profissionais são de extrema importância para o bom funcionamento da estrutura jurídica de nosso país. Conhecendo melhor as responsabilidades desses cargos, você poderá compreender como o trabalho de assessores jurídicos e analistas e técnicos judiciários é relevante para a sociedade no que diz respeito ao acesso do cidadão à justiça. O conteúdo que você encontrará neste livro ampliará sua percepção sobre o funcionamento do Poder Judiciário no Brasil. Título: Acesso à Justiça Autor: Mauro Cappelletti; Bryant Garth Editora: Fabris Sinopse: Nesta obra, os autores sugerem três movimentos (ou ondas) que podem contribuir para o acesso à justiça e solucionar problemas da prestação jurisdicional, sendo eles: a assistência judiciária, a representação jurídica para os interesses difusos e enfoque de acesso à Justiça. Trata-se de um livro interessantíssimo e de grande utilidade para aqueles que desejam ingressar na carreira dos concursos públicos ou cargos comissionados na área jurídica. 31 FILME/DOCUMENTÁRIO Documentário: JUSTIÇA Direção e Roteiro: Maria A. Ramos Data de Lançamento: 2004 Sinopse: Este documentário (disponível no YouTube) expõe o dia a dia do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e todos seus personagens (servidores públicos, réus, familiares, etc.) e oferece ao público uma reflexão sobre o sistema judicial brasileiro e as estruturas de poder vigentes no país. 32 LEITURA COMPLEMENTAR Artigo: O Servidor Público no Mundo do Trabalho do Século XXI Autores: Carla Vaz dos Santos Ribeiro e Deise Mancebo Revista Psicologia: Ciência e Profissão Disponível em: <https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S141498932013000100015&script=sci_a rttext&tlng=pt> Resumo: O texto aborda as repercussões do discurso depreciativo da sociedade dirigido ao servidor público – em muito intensificado pelas mutações no mundo do trabalho na virada do século XX para o XXI – na subjetividade dessa categoria e investiga como esses trabalhadores convivem com a utilização corrente de estereótipos negativos que desqualificam e desvalorizam a sua atividade laboral. O texto discute ainda como a falta de reconhecimento e de valorização interfere no sentido atribuído pelos servidores públicos à sua vida profissional. O texto analisa também as transformações ocorridas no setor público nas últimas décadas, em especial, as mudanças provocadas a partir da implementação da Reforma do Estado, de 1995, no Brasil, constata que a crise do Estado- providência influência de maneira decisiva as políticas, as estruturas e a cultura das organizações estatais e identifica um novo cenário que gera significativos impactos na produção da subjetividade da categoria; por fim, questiona se ainda há espaço para o servidor público no mundo do trabalho contemporâneo. 33 REFERÊNCIAS BRASIL. Código de Processo Civil (2015). Brasília, DF: Senado, 2015. BRASIL. Constituição (1988). Constituição Federal. Brasília, 1988. BRASIL. Lei nº 11.415, de 15 de dezembro de 2006. Brasília, 2006. BRASIL. Lei nº 11.416, de 15 de dezembro de 2006. Brasília, 2006. BRASIL. Lei nº 8.027, de 12 de abril de 1990. Brasília, 1990. BRASIL. Lei nº 8.112, de 11 de setembro de 1990. Brasília, 1990. CAPPELLETTI, M.; GARTH, B. Acesso à justiça. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1988. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Resolução do CNJ nº 215, de 16 de dezembro de 2015. Brasília, 2015. MARINELA. F. Direito Administrativo. Niterói: Impetus, 2010. PARANÁ. Constituição (1989). Constituição do Estado do Paraná, de 05 de outubro de 1989. Curitiba, 1989. PARANÁ. Lei Estadual nº 16.023, de 19 de dezembro de 2008. Curitiba, 2008. PARANÁ. Lei Estadual nº 16.024, de 19 de dezembro de 2008. Curitiba, 2008. PARANÁ. Lei Estadual nº 16.024, de 19 de dezembro de 2008. Estatuto dos Funcionários do Poder Judiciário. Curitiba, 2008. PARANÁ. Lei Estadual nº 16.748, de 29 de dezembro de 2010. Curitiba, 2010. PARANÁ. Lei Estadual nº 20.329, de 24 de setembro de 2020. Curitiba, 2020. RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 13.807, de 17 de outubro de 2011. Porto Alegre, 2011. SANTA CATARINA. Lei Complementar nº 406, de 25 de janeiro de 2008. . Florianópolis, 2008. SHUTTERSTOCK. Imagem. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/lady-justice-blindfolded-beam- balance-sword-1917918482. Acesso em: 19 maio 2021. SHUTTERSTOCK. Imagem. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/law-justice-notary-work-concept- young-1819449371. Acesso em: 19 maio 2021. 34 SHUTTERSTOCK. Imagem. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/black-holding-weighing-scale- inclined-other-285432824. Acesso em: 19 maio 2021. STF. Súmula Vinculante nº 13, de 29 de agosto de 2008. Brasília, Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menusumario.asp?sumula=1227. Acesso em: 26 maio 2021. TJPR. Lotação Paradigma de Servidores por Secretaria - Triênio 2018, 2019 e 2020 – TJPR. 2020. Disponível em: https://www.tjpr.jus.br/documents/13302/17194517/Anexo+I+- +Quadros+I+e+II+-+11.05.2021.pdf/f9cdc093-f5de-6bab-e43a-44ecd22df6ab. Acesso em: 24 maio 2021. 1 UNIDADE II DO TÉCNICO JURÍDICO Prof. Ma. Raiza Eloa Brambilla Catanio1 Plano de Estudo desta Unidade: ● Das características gerais do cargo de técnico jurídico; ● Das funções/atribuições do técnico jurídico; ● Dos deveres da função de técnico jurídico; ● Das diferenças e similitudes entre analistas e técnicos jurídicos Objetivo de Aprendizagem: Prezado (a) aluno (a), agora daremos início aos estudos relativos ao cargo de técnico judiciário, tema este, que faz parte da Unidade II da nossa disciplina de Atribuições do Analista, do Técnico e do Assessor Jurídico. Dividiremos esse material em 04 tópicos, onde abordaremos as características gerais deste cargo, quais suas funções e atribuições, bem como seus deveres, sendo que por fim, trabalharemos as semelhanças e diferenças entre o técnico judiciário e o analista (função estudada na unidade anterior). 1 Mestra em Ciências Jurídicas pela Universidade Cesumar – UniCesumar, pós-graduanda em Docência no Ensino Superior, pela Uniasselvi, Assessora Jurídica no Tribunal de Justiça do Estado do Paraná – TJPR. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6265742338541943. E-mail: raizaeloa@hotmail.com. 2 INTRODUÇÃO Caro (a) aluno(a), essa unidade tem como objetivo principal elucidar todas questões relativas ao tema e desta forma, acrescentar conteúdo e sabedoria à sua jornada acadêmica. Será uma nova unidade de conceituação, contextualização e novos aprendizados acerca desta profissão em crescente demanda e que diariamente têm se demonstrado como uma atividade essencial à prestação jurisdicional, sendo, portanto, merecedora de nossa atenção e estudo. Então seguimos adiante, para mais uma unidade com muito estudo e conhecimento! 3 TÓPICO I Das características gerais do cargo de técnico jurídico ● Você sabe quem é o técnico jurídico? Recapitulando brevemente o tema da unidade anterior, os analistas, técnicos e assessores jurídicos são servidores públicos e atuam em órgãos governamentais, integrados em cargos do Distrito Federal, Estados e da União. O cargo de técnico jurídico, assim como o do analista, está previsto na Lei nº. 11.416 de dezembro de 2006, que regulamenta as carreiras dos servidores do poder Judiciário da União, bem como, pela Lei Federal nº. 11.415, de 2006, versa sobre as carreiras dos servidores do Ministério Público. Importante relembrarmos que cada Ente Federativo possui autonomia paracriar e editar suas normas de regulamentação em relação às atividades da justiça, conforme o art. 125 da Constituição Federal de 1988. E da mesma forma que ocorre com os analistas, os técnicos jurídicos trabalham para que a prestação jurisdicional ocorra como deve ser: com celeridade e amplo acesso. Sua atividade é essencial e indispensável para a Justiça e também para toda a sociedade. Existem duas formas de ingresso nas carreiras jurídicas de analista, assessor e técnico, sendo que para esta última, é necessária somente a formação em nível médio ou curso técnico equivalente, em instituição de ensino reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC). Anteriormente à Carta Maior de 1988 (Constituição Federal) as atribuições anteriormente estudadas relativas ao cargo de Analista Judiciário, eram privativas dos Servidores que detinham destaque na prestação do serviço Figura SEQ Figura \* ARABIC 1 - Técnico Jurídico 4 público e investiam em seu aperfeiçoamento técnico e acadêmico, e consequentemente profissional. Era realizado um procedimento interno de concurso e em caso de aprovação, referidos profissionais davam sequência à suas carreiras junto ao Ente Público, mas agora na função de Analista Judiciário. Sucintamente, tratava- se de uma promoção do servidor que trabalhava com eficiência e presteza, sobretudo diante do aumento de sua remuneração e de suas responsabilidades (ARAÚJO, c2006-2021). Com o passar dos anos, a carreira de analista foi dividida em duas: Analista e Técnico Judiciário, sendo que durante a inscrição em concurso público já há a diferenciação entre os cargos, a depender da qualificação do candidato (formação em nível superior). A atuação do técnico jurídico, por vezes, se volta mais às áreas administrativas e de suporte técnico do Poder Judiciário, podendo também, trabalhar em cartórios judiciais, varas, gabinetes. São servidores que prestam grande auxílio no andamento dos processos e atendimento ao público. Trata-se o Técnico Judiciário de um servidor público, cuja atuação se dá nos tribunais e demais espaços da Justiça, ou seja, é um profissional que pode trabalhar junto à Justiça Federal (TRF), Estadual (TJ), Justiça do Trabalho (TRT) ou Justiça Eleitoral (TRE). É um cargo que possui ampla concorrência, haja vista a dispensa de diploma em nível superior e as excelentes remunerações e gratificações e também por possuir ampla área de atuação. Geralmente referidas áreas podem ser (MASSAD, 2016): ● Área Administrativa (somente ensino médio completo) ● Área Administrativa – Especialidade Contabilidade (ensino médio + Curso técnico de Contabilidade) ● Área Administrativa – Especialidade Enfermagem (ensino médio + Curso técnico de Enfermagem) Figura SEQ Figura \* ARABIC 2 - Técnica Jurídica Fonte: shutterstock 5 ● Área Administrativa – Tecnologia da Informação (ensino médio + Curso técnico de Informática) Na área de apoio especializado ou técnico (ensino médio + curso técnico) os serviços serão realizados somente por servidores devidamente aprovados no concurso público para o cargo de Técnico Judiciário que apresentem o devido registro, nos respectivos órgãos fiscalizadores do exercício da profissão ou o domínio de habilidades específicas. Exemplo: Especialidade Enfermagem (ensino médio + diploma em curso técnico de Enfermagem) Já quanto à área de apoio administrativo, os serviços dizem respeito a formalização de atos processuais, escrituração em livros, digitalização de documentos, certificação dos atos processuais, de ofícios e demais comunicações pertinentes ao processo, atendimento ao público, entre outras. Ainda, além de o técnico judiciário desempenhar inúmeras funções no Poder Judiciário brasileiro, também pode atuar junto ao Ministério Público e, muito embora seja um profissional sem formação em nível superior de graduação em Direito, deve possuir conhecimentos sobre a estrutura e funcionamento dos órgãos onde está lotado atuando como servidor. A Lei nº. 11.416/2006, que dispõe sobre a carreira dos servidores do Poder Judiciário da União, prescreve em seu art. 8º, inciso II, que é requisito de escolaridade para o ingresso no cargo de técnico judiciário, o curso de ensino fundamental. O art. 4º, inciso II da referida Lei, leciona que a atribuição da carreira de técnico judiciário está voltada para a execução de tarefas de suporte técnico e administrativo. No Estado do Paraná, as Leis nº. 16.023/2008, nº. 16.748/2010 e nº. 20.329/2020 tratam das carreiras dos funcionários públicos do quadro pessoal do Poder Judiciário, e determinam como requisito para ingresso no cargo de técnico jurídico a conclusão de cursos de ensino médio ou curso técnico equivalente ou ainda curso superior correlacionado com a especialidade da área de apoio, em sendo o caso. Vejamos: Art. 5°. Divide a estrutura funcional da parte permanente do Quadro de Pessoal do Poder Judiciário do Estado do Paraná nas seguintes carreiras, organizadas segundo os requisitos de investidura, 6 atribuições, complexidade, grau de responsabilidade e peculiaridades dos cargos: (Redação dada pela Lei 20329 de 24/09/2020). [...] Art. 6°. Divide a estrutura funcional da parte suplementar do Quadro de Pessoal do Poder Judiciário do Estado do Paraná nas seguintes carreiras: (Redação dada pela Lei 20329 de 24/09/2020).[...] III - Auxiliares da Justiça (AUJ) composta por cargos de provimento efetivo com atribuições de suporte técnico e administrativo relativos a diligências externas e cumprimento de atos processuais, de fiscalização de crianças e adolescentes e da execução das leis que os assistem e de apregoamento, cujo requisito de ingresso é a formação em curso de ensino médio; (Incluído pela Lei 20329 de 24/09/2020). IV - Intermediária (INT) composta por cargos de provimento efetivo com atribuições técnicas nas áreas de apoio direto e indireto à prestação jurisdicional, cujo requisito de ingresso é a formação em curso de ensino médio, ou curso técnico equivalente, correlacionado com a especialidade, se for o caso. (Redação dada pela Lei 20329 de 24/09/2020). E aqui novamente citando a página da Web do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, referido site, ao dispor sobre a função de Técnico Judiciário traz algumas informações e denominações da categoria2: Ou seja, descreve sumariamente que ao técnico judiciário ficam incumbidas as atividades relacionadas com serviços de organização, execução e controle de serviços técnicos-administrativos, bem como atuar como conciliador ou mediador, por designação da autoridade judiciária a que estiver subordinado. 2 TJSC. Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Técnico Judiciário. Disponível em: https://www.tjsc.jus.br/web/servidor/tecnico-judiciario-auxiliar. Fonte: (TJSC, online) Figura SEQ Figura \* ARABIC 3 - Site TJSC 7 Já o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul ao dispor sobre a carreira de técnico judiciário, a divide em três áreas (Lei nº. 13.807 de 17 de outubro de 2011, atualizada até a Lei nº. 14.722, de 19 de agosto de 2015): ● Da área judiciária; ● Da área administrativa; ● Da área de apoio especializado E como já explicado na Unidade anterior, os técnicos judiciários podem exercer suas funções nos cartórios judiciais, locais estes onde o servidor da Justiça exerce seu ofício (seu trabalho) e também o local onde são armazenados os processos, documentos relativos aos feitos judiciais e demais objetos que sejam necessários e/ou pertinentes a algum processo e que devem permanecer em cartórios judiciais, ou apreendidos. Nas secretarias a lotação dos servidores varia de acordo com a entrância (inicial, intermediária ou final), bem como pela demanda de trabalho. Uma secretaria é composta por pelo menos 01 analista/escrivão e técnicos judiciários. Devendo ser ressaltadonovamente, que a quantidade de técnicos por comarca, vara, secretaria, etc. varia de acordo com a demanda processual, distribuição de feitos e competências. Requisitos de ingresso ao cargo de técnico: 1. Edital 001/2017 – Concurso Público para provimento de vagas do cargo de Técnico Judiciário do quadro de pessoal do 1º Grau de Jurisdição do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná: Cargo Requisito Técnico Judiciário Certificado de conclusão de Ensino Médio, fornecido por instituição de ensino reconhecida pelo Ministério da Educação e Cultura - MEC. Fonte: TJPR, online. 8 2. Edital 01/2020 – Concurso Público para o provimento de cargos vagos e à formação de cadastro de reserva do quadro de pessoal efetivo do Poder Judiciário do Estado de Santa Catarina: Cargo Requisito Técnico Judiciário Auxiliar Certificado, devidamente registrado, de conclusão de curso de nível médio (antigo 2º grau) expedido por Instituição de Ensino reconhecida por Conselho Estadual de Educação ou por Conselho Nacional de Educação. Fonte: Edital 01/2020, TJSC, online. 3. Requisitos exigidos para cargos de técnico judiciário em concurso realizado pelo Tribunal Regional Federal: Especialidade Requisito Administrativa Comprovante de conclusão de ensino médio ou equivalente, devidamente reconhecido por órgão competente para tal. Segurança e Transporte Comprovante de conclusão de ensino médio ou equivalente, devidamente reconhecido por órgão competente para tal e carteira nacional de habilitação, no mínimo, categoria “D”. Contabilidade Conclusão de curso de ensino médio ou equivalente e curso de técnico de contabilidade, devidamente reconhecidos por órgão competente para tal, e registro no Conselho Regional de Contabilidade (CRC). 9 Tecnologia da Informação Comprovante de conclusão de ensino médio ou equivalente, devidamente reconhecido por órgão competente para tal. Fonte: (MASSAD, 2016, p. 56-57) As atividades administrativas e técnicas realizadas pelos servidores são de grande valia para a prestação jurisdicional e têm sua relevância, dadas às necessidades de cada órgão e Estado. 10 TÓPICO II Das funções/atribuições do técnico jurídico Neste tópico, depois de assimiladas as conceituações sobre o técnico judiciário, quem é, qual a forma de ingresso na carreira, etc., passaremos a trabalhar suas atribuições e funções junto ao seu local de trabalho. O papel do técnico é prestar apoio às áreas do Poder Judiciário e desta forma, desempenhar atividades gerais, de cunho administrativo ou especializado, a depender de sua especialidade ou formação. Como salientado, fazem parte de suas tarefas o atendimento ao público em geral, instruir as partes sobre o processo, fornecer informações, redigir documentos judiciais e administrativos, bem como podem realizar atividades relacionadas com as funções de administração de recursos humanos, materiais e patrimoniais, orçamentários e financeiros e controle interno da repartição, desde que aptos para tanto (2021). O Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, em sua página na Web traz algumas informações sobre as atribuições do técnico jurídico portador de diploma em ensino médio ou curso técnico, devidamente reconhecimento pelo MEC3. Exemplos típicos de atribuições da categoria: Atribuições gerais a) Atender aos advogados e ao público, prestando as informações solicitadas; b) Elaborar atas de julgamento e de sorteios de jurados; 3TJSC. Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Técnico Judiciário. Disponível em: https://www.tjsc.jus.br/web/servidor/tecnico-judiciario-auxiliar. Figura SEQ Figura \* ARABIC 4 - Técnico Jurídico Fonte: shutterstock 11 c) Autuar inquéritos, cartas precatórias, ações, execuções fiscais e demais processos; d) Fazer juntada de documentos nos processos; e) Digitar audiências, quando indicado pelo Escrivão, e demais expedientes do cartório; f) Realizar o cadastramento dos processos em andamento, partes e testemunhas, vinculando-as ao processo; g) Registrar e acompanhar a movimentação de processos e respectiva localização no cartório; h) Providenciar o acondicionamento físico dos processos no cartório, de acordo com o respectivo registro lançado no sistema; i) Elaborar e controlar a carga e remessa de processos; j) Emitir carga de mandado e expedientes diversos; k) Receber e remeter petição intermediária; l) Providenciar o apensamento, desapensamento e reunião de processos; m) Executar mudança de classe de processos; n) Cadastrar e emitir pauta de audiência; o) Conferir registro de objetos e valores apreendidos; p) Manter atualizados os registros no sistema, pertinentes às suas atribuições; q) Executar outras tarefas correlatas a critério de seu superior imediato. Na função de depositário público a) Guardar, conservar e administrar os bens a si confinados; b) Requerer a cautela bens deterioráveis e sujeitos a depreciação; c) Sugerir a locação dos imóveis desocupados sob sua administração; d) Promover com a renda dos imóveis sob sua guarda, as reparações dos mesmos, mantendo-os segurados contra o fogo e pagar os tributos, com autorização do juiz da causa; e) Diligenciar despejo dos prédios confinados à sua guarda, e cobrança judicial dos aluguéis em mora; f) Efetuar a inscrição no registro competente, do ato determinante do depósito de imóveis, quando omissas as partes; 12 g) Prestar informação ao juiz e aos interessados, quando solicitado, permitindo o exame dos objetos depositados; h) Submeter os livros ao exame do juiz e do órgão do ministério público; i) Registrar em livro próprio os depósitos recebidos e entregues, bem como os deixados em mãos de particulares; j) Escriturar, em livro especial para cada vara, a receita e despesa dos depósitos, remetendo o balanço mensal da escrituração ao juiz competente no prazo legal; k) Executar outras tarefas correlatas a critério de seu superior imediato. Na função de partidor a) Fazer o esboço de partilha ou sobre partilha judiciais; b) Executar outras tarefas correlatas a critério de seu superior imediato. Na função de porteiro de auditórios a) Apregoar a abertura e o encerramento das sessões do júri; b) Apregoar as pessoas chamadas às audiências e sessões do júri; c) Apregoar os bens nas hastas públicas e vendas judiciais, animando os respectivos atos; d) Cumprir as determinações do juiz para a manutenção da ordem, disciplina e fiscalização do foro; e) Afixar e desafixar editais; f) Executar outras tarefas correlatas a critério de seu superior imediato. Outros exemplos típicos a) Elaborar, datilografar e/ou digitar, conferir instruções, ordens de serviços, pareceres, ofícios memorandos, boletins, relatórios, acórdãos, declarações, certidões, formulários, tabelas, atos, editais, quadros, mapas estatísticos, termos de audiência, pauta de julgamentos, carta de ordem, carta de sentença, traslado de agravo de instrumento, processamento dos recursos extraordinário, especial, ordinário e outros documentos em geral; b) Elaborar e processar as alterações necessárias em terminais de computador e sistema usuário; 13 c) Participar de Comissões em geral, secretariando ou servindo como membro; d) Efetuar o cadastramento de fornecedores; e) Atender ao público em geral, recebendo e prestando informações; f) Preparar processos para julgamento, bem como calcular custas processuais; g) Operar em terminais de computador, máquina composer, telex, fax, micros e microfilme; h) Processar a movimentação e ascensão funcional, judicial e extrajudicial, executando os atos necessários para a sua concretização; i) Emitir empenhos e efetuar os respectivos depósitosna rede bancária; j) Colaborar na realização de licitações e outros meios utilizados para aquisições de materiais e contratação de serviços; k) Analisar e emitir informações em expedientes administrativos, referentes a requerimentos de magistrados e servidores; l) Processar a avaliação de desempenho e de estágio probatório dos servidores; m) Autuar processos e informar sobre andamento dos mesmos até a decisão final; n) Manter arquivo de circulares, portarias, leis, decretos e demais expedientes de interesse do órgão onde estiver lotado; o) Inscrever os magistrados e servidores junto ao PASEP; p) Colaborar na elaboração da revista de Jurisprudência Catarinense e na realização de correições e inspeções; q) Efetuar o cadastramento de bens de caráter permanente; r) Protocolar e autuar processos administrativos funcionais e de pagamento; s) Cadastrar em terminais de computadores, processos judiciais e administrativos; t) Arquivar processos administrativos, obedecendo a classificação por assunto, ordem alfabética, numérica e digitar nos terminais a movimentação referente aos arquivos, relacionando após um ano e encaminhando para o arquivo central; u) Cadastrar a frota de veículos do Poder Judiciário, efetuando o emplacamento, licenciamento, pagamento de seguro, controle das 14 despesas dos veículos, registrando no terminal de computador os serviços de mão-de-obra, reposições de peças, controle da média de combustíveis, elaboração do relatório mensal e anual das despesas dos veículos; v) Controlar a movimentação de veículos e a permanência dos mesmos no abrigo deste Tribunal; w) Emitir e controlar contratos e emitir convites e dispensas de licitações; x) Conferir propostas apresentadas pelas empresas, efetuando cálculos, mapas e numeração dos processos; y) Efetuar pedidos de abertura de licitação e montagem de processos e elaborar levantamento de dados necessários à promoção, remoção e ou opção de magistrados para o Corregedor Geral da Justiça remetidos à presidência; z) Proceder, após determinado, autuação de processos, assim como manter atualizado, em parte, manualmente ou digitado, o andamento dos processos e executar outras atividades correlatas. No tocante às atribuições e funções do Técnico Judiciário, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, na Lei nº. 13.807 de 17 de outubro de 2011, atualizada até a Lei nº. 14.722, de 19 de agosto de 2015, instituiu as três áreas anteriormente elencadas (área judiciária, área administrativa e de apoio especializado), sendo que explicou cada uma delas, conceituando-as: Art. 3º: IV - Técnico Judiciário – Área Judiciária: atividades de cumprimento e formalização dos atos processuais e respectiva certificação, elaboração de documentos, atendimento ao público, efetuar juntada de documentos; proceder à baixa e arquivamento dos processos; executar atividades de apoio administrativo, mediação, conciliação, atuação como instrutor e monitor em cursos de treinamento e aperfeiçoamento de servidores do Poder Judiciário, e outras tarefas de grau médio de complexidade, dentre as demais atribuições definidas em regulamento; V - Técnico Judiciário – Área Administrativa: execução de tarefas de suporte administrativo, mediação, conciliação, atuação como instrutor e monitor em cursos de treinamento e aperfeiçoamento de servidores do Poder Judiciário, e outras de grau médio de complexidade, dentre as demais atribuições definidas em regulamento; e VI - Técnico Judiciário – Área de Apoio Especializado: execução de tarefas de suporte técnico de grau médio de complexidade, dentre as demais atribuições definidas em regulamento. 15 No que diz respeito ao Estado do Paraná, o Técnico Judiciário poderá exercer tarefas de suporte técnico, judiciário, administrativo e de apoio em geral (MASSAD, 2016). SAIBA MAIS Os ocupantes do cargo da carreira de Técnico Judiciário e de Secretaria podem ser designados para atividades internas e externas concernentes com as atribuições de Oficial de Justiça, Comissário da Infância e Juventude, Porteiro de Auditório e Leiloeiro. Fonte: Lei nº. 16.023/08, art. 8º, § 2º. #SAIBA MAIS# A atividade do técnico judiciário, ao contrário do que pode parecer, também é muito versátil! Sim, os técnicos judiciários podem exercer funções de Oficial de Justiça, Comissário da Infância e Juventude, Porteiro de Auditório e Leiloeiro, conforme dispõe a Lei nº. 16.023/08, art. 8º, § 2º, desde que estes frequentem e sejam aprovados em cursos de qualificação para tanto: I - O exercício das atribuições de Oficial de Justiça, Comissário da Infância e Juventude e de Leiloeiro tem como pressuposto a frequência e aprovação em curso de qualificação que será regulamentado pelo Presidente do Tribunal de Justiça; II - O exercício das atribuições de Oficial de Justiça e Comissário da Infância e da Juventude implicará em dispensa das atividades próprias do cargo de Técnico Judiciário em grau definido pelo Juiz Titular ao qual o funcionário estiver subordinado; III - O exercício das funções de porteiro de auditório e de leiloeiro dar- se-á por designação do Juiz Diretor do Fórum, através de portaria e não implicarão em dispensa do cumprimento de outras atribuições próprias ao cargo; IV - As atribuições da função de Comissário da Infância e da Juventude serão as definidas em lei e, supletivamente, pelo Presidente do Tribunal de Justiça. SAIBA MAIS 16 E trazendo novamente conteúdos estudados na Unidade anterior, não se esqueça que a atividade de assessoramento também pode ser atribuída ao técnico judiciário, ao conferirem prazos de processos, numerar autos, arquivar e organizar documentos, triar processos, entre outras funções. Fonte: a autora. #SAIBA MAIS# No assessoramento de juiz de primeiro grau, o técnico judiciário contribuirá para a solução mais célere possível dos conflitos, possibilitando que o maior número possível de processos seja concluído. Os técnicos judiciários, muito embora não possuam qualquer formação na área do Direito, também podem auxiliar em tarefas de cunho jurídico, realizando pesquisas e estudos para facilitá-las, assim como informando movimentações de processos e prestando informações aos advogados e partes. Os técnicos após realizarem as triagens dos feitos, ainda poderão verificar os prazos das ações, recursos e demais procedimentos, atentando-se à prioridade de cada um e suas peculiaridades (processos antigos, processos de réu preso, envolvendo criança ou adolescente, etc.) Outro ponto a ser analisado pelo profissional, são as custas processuais ou preparo do recurso. O técnico judiciário sem formação na área do direito pode também realizar funções administrativas dentro de um gabinete, ou seja, sua atuação não se restringe aos cartórios e secretarias judiciais. No gabinete, o servidor pode auxiliar na movimentação processual (entrada e saída de processos), organização da pauta de audiências e da agenda de sessões, bem como pesquisar jurisprudências, entendimentos de tribunais superiores, elaborar relatórios, etc. 17 TÓPICO III Dos deveres atinentes à função de técnico jurídico 18 E passaremos agora ao terceiro tópico desta Unidade sobre o cargo de técnico jurídico, ocasião que trabalharemos sobre a ética, o sigilo profissional, segredo de justiça e demais deveres desse profissional. Figura 5 - Sigilo Profissional Fonte: shutterstock ● Da Ética Como já salientado na unidade anterior, a ética é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana e da sociedade e que atua como um norte para as relações humanas. Trata-se de uma espécie de instrumento de equilíbrio para que ninguém saia prejudicado. Também salientamosque a ética não deve ser confundida com leis, pois está mais relacionada a um sentimento de justiça social. O técnico judiciário, assim como os analistas, são servidores públicos que detém um vínculo de trabalho profissional com órgão e entidades do governo. Todas as atividades realizadas por Entes Federativos, órgãos do governo, etc., trazem consequências para a vida em sociedade, sendo de extrema relevância que os servidores apliquem em seu trabalho valores éticos, para que então, toda a sociedade possa acreditar na eficiência e lisura dos serviços públicos. Então, repetimos aqui este tópico a importância deste valor, pois a exigência da ética ao profissional técnico judiciário não é diferente. 19 Como bem exposto na Unidade I, a Lei nº. 8.027 de 12 de abril de 1990, conhecida como Código de ética dos servidores públicos, dispõem sobre normas de conduta dos servidores públicos civis da união, das autarquias e das fundações públicas: Art. 2º São deveres dos servidores públicos civis: I - exercer com zelo e dedicação as atribuições legais e regulamentares inerentes ao cargo ou função; II - ser leal às instituições a que servir; III - observar as normas legais e regulamentares; IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; V - atender com presteza: a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas pelo sigilo; b) à expedição de certidões requeridas para a defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; VI - zelar pela economia do material e pela conservação do patrimônio público; VII - guardar sigilo sobre assuntos da repartição, desde que envolvam questões relativas à segurança pública e da sociedade; VIII - manter conduta compatível com a moralidade pública; IX - ser assíduo e pontual ao serviço; X - tratar com urbanidade os demais servidores públicos e o público em geral; XI - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. No Estado do Paraná, a Lei n° 16.024, de 19 de dezembro de 2008, Estatuto dos Funcionários do Poder Judiciário elenca vários deveres do funcionário público, sendo eles: Art. 156. São deveres do funcionário: I - assiduidade; II - pontualidade; III - urbanidade; IV - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; V - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; VI - lealdade e respeito às instituições a que servir; VII - observar as normas legais e regulamentares; VIII - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; IX - atender com presteza: a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas às protegidas por sigilo; b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública; X - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo; XI - zelar pela economia do material e conservação do patrimônio público; XII - guardar sigilo sobre assunto da repartição XII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; 20 XIII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder; XIV - atender prontamente às convocações para serviços extraordinários; XV - zelar pela manutenção atualizada dos seus dados cadastrais perante a administração pública; XVI - apresentar-se convenientemente trajado em serviço ou com uniforme determinado; XVII - proceder na vida pública e na vida privada de forma a dignificar o cargo ou a função que exerce; XVIII - cumprir os prazos previstos para a prática dos atos que lhe são afetos ou que forem determinados pela autoridade administrativa ou judiciária a que estiver vinculado; XIX - comunicar à Secretaria do Tribunal de Justiça e restituir imediatamente os valores que perceber indevidamente como remuneração; XX - frequentar os cursos instituídos pela administração do Tribunal de Justiça para aperfeiçoamento ou especialização; XXI - submeter-se à inspeção médica quando determinada pela autoridade competente. Pontua-se novamente que o servidor público deve buscar sempre agir conforme um padrão de comportamentos éticos, conforme dispõe o art. 37, da CF/88, que elenca alguns princípios que regem a Administração Pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência. Portanto, o servidor deve sempre agir pautado nesses princípios, seja ele analista, técnico ou assessor. ● Sigilo Profissional A Lei nº. 8.027/1990, em seu art. 2º, VII, dispõe que é dever do servidor guardar sigilo sobre assuntos da repartição, desde que envolvam questões relativas à segurança pública e à sociedade. O sigilo se constitui como um dever a ser cumprido também pelo técnico judiciário, no exercício de suas funções, mesmo que este não possua formação na área do direito e atue em setores administrativos ou em outras funções da administração pública, conforme a Lei nº. 8.112/1990. O servidor público tem o dever de proceder de forma a agir com discrição, preservando em ambiente apropriado as informações afetas ao seu trabalho. Não pode o técnico judiciário, do mesmo modo que o analista, tornar públicas as decisões ou demais atos sigilosos executados dentro de seu ambiente profissional. 21 ● Segredo de Justiça Também é dever do técnico zelar pelo sigilo de processos judiciais ou demais investigações e atos que sejam uma exceção ao princípio da publicidade, na medida em que pode envolver a intimidade de alguma pessoa, seus dados pessoais, sigilos fiscais, de dados, de telefonia, etc. Em determinadas situações admite-se a publicidade restrita aos envolvidos no processo, preservando-se a dignidade das pessoas. Sendo dever do profissional, a garantia desse segredo de justiça (MASSAD, 2016). ● Documentos Oficiais e Participação em Atos Oficiais Sobre esse ponto, relembramos novamente os conteúdos da unidade anterior, ressaltando que os técnicos judiciários também podem elaborar determinados atos oficiais. Os técnicos, sobretudo aqueles que atuam diretamente em cargos vinculados à área do direito têm em suas atribuições o dever de praticar atos de documentação, de comunicação e de logística, dentro de suas possibilidades e capacitações. Por exemplo, podem atuar na expedição de cartas precatórias, intimações e citações, e demais atos de andamento processual determinados pelo magistrado, assim como, também podem atuar em gabinetes, como anteriormente citado. ● Síntese deste tópico Basicamente, podemos concluir que o Técnico possui a função de apoio às áreas do Poder Judiciário, desempenhando funções gerais de cunho administrativo, ou em sua área específica de formação técnica. Faz parte das tarefas, em alguns casos, realizar atendimento ao público, redigir documentos judiciais e administrativos, ou executar atividades de nível intermediário relacionadas com as funções de administração de recursos humanos, materiais e patrimoniais, orçamentários e financeiros e controle interno da repartição. 22 As atividades jurídicas dentro de um fórum não dependem exclusivamente dos magistrados e desembargadores, mas sim em conjunto com as funções desempenhadas por todos os servidores. Abaixo listamos as principais atribuições do cargo de Técnico Judiciário: ● Executar tarefas de suporte técnico, judiciário e administrativo e apoio em geral ao adequado funcionamento das Secretarias; ● Auxiliar na escrituração de livros, redigir e assinar ofícios, mandados, editais e demais atos da Secretaria; ● Efetuar a autuação, cadastramento e arquivamento de processos; ● Auxiliar na movimentação processual; ● Auxiliar no cumprimento de decisões judiciais; ● Fazer a juntada de documentos e petições; ● Auxiliar nas audiências com serviços de digitação ou datilografia; ● Apregoar as partesnas audiências; ● Auxiliar na expedição e recebimento de processos, documentos e correspondências; ● Zelar pela manutenção e controle de processos, documentos, livros e arquivos sob sua guarda; ● Auxiliar no apensamento, desapensamento e reunião de processos. Cada gabinete e serventia deve respeitar a distribuição de competência e de jurisdição e atuar naquilo em que estiver designado, de forma que suas respectivas atuações sejam delimitadas e organizadas, garantindo-se a presteza da Justiça. REFLITA Por que o atendimento ao público é uma atividade essencial a ser desempenhada pelos servidores da justiça? E seria possível falar que o atendimento ao público se consagra como uma forma de acesso à justiça? Por quê? Fonte: a autora. 23 #REFLITA# TÓPICO IV Das diferenças e similitudes entre analistas e técnicos jurídicos 24 E agora, finalizando mais uma unidade, trabalharemos as semelhanças e as diferenças entre os cargos de analista e de técnico judiciário. Talvez no decorrer da leitura dos textos você tenha se confundido com os cargos, se perguntando “Ué, mas parecem os mesmos cargos... quais as diferenças entre um e outro?” Nós responderemos essa sua dúvida agora! Figura 6 - Profissionais do Direito Fonte: shutterstock Como já trabalhado nesta unidade e na anterior, tanto o técnico quanto o analista podem desempenhar funções de assessoramento, trabalhar em gabinetes e secretarias, atuar no andamento de processos, auxílio de magistrados, pesquisarem legislações, jurisprudências, praticar atos de citação e intimação, e tantas outras similitudes já apontadas, mas quais são as principais diferenças? Ambas as carreiras são extremamente desejadas por muitos concurseiros e possuem altos índices de concorrência. Mas cada uma tem suas características e peculiaridades, então vejamos: O Analista executa atividades de planejamento, envolvendo a análise de fases processuais para dar o devido andamento e sequência dos feitos (processos). As tarefas de coordenação, emissão de pareceres e a elaboração de laudos e certificações de fé pública são algumas das atividades cuja atribuição lhes recai. Outro ponto relevante é o requisito de formação educacional do candidato, que deve ter formação em curso de nível superior, devidamente reconhecido 25 pelo MEC. Por exemplo: na área judiciária, exige-se a formação em Direito, já na área Administrativa, a formação pode ser em qualquer curso de nível superior. Já a função do técnico, pode ser brevemente descrita como uma função onde se concentram as execuções de atividades administrativas e de suporte técnico. Este profissional atua no encaminhamento de processos, abertura e encerramento de audiências de instrução, análise de arquivos, dentre outras atividades de cunho administrativo ou de especialização técnica, nos casos de técnicos com formação em curso técnico para a área em que atua. Para concorrer ao cargo de técnico, exige-se a formação em nível médio ou curso técnico, reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC). Também existem diferenças quanto a remuneração, eis que em média, os vencimentos iniciais para analista podem chegar até R$ 12 mil dependendo da região onde o mesmo está atuando, enquanto que os vencimentos do técnico perfazem a quantia de aproximadamente R$7 mil com possibilidade de aumento de acordo com as capacitações acadêmicas. Nestes dois cargos estão incluídas gratificações e auxílio alimentação e ainda, em alguns Estado, planos de saúde. O Local de atuação também pode ser semelhante para ambos os cargos, sendo muito amplo, tanto na esfera estadual, quanto na esfera federal. Nos Tribunais, o trabalho poderá ocorrer junto aos Tribunais Regionais Federais, Tribunais Regionais do Trabalho, Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais Eleitorais. Esses servidores também poderão atuar no Ministério Público, no Ministério Público da União e nos Ministérios Públicos Estaduais, assim como nas Defensorias. Outro ponto relevante a ser apontado sobre as similitudes entre referidos cargos, é que ambos são incompatíveis com a atividade da advocacia, conforme leciona o art. 28, inciso IV, da Lei nº. 8.906/1994. Assim, o advogado que deseja ingressar nos referidos cargos públicos, deve requerer o cancelamento de sua inscrição junto à Ordem, ou esta deverá ser feita de oficio pela própria OAB. E por fim, de acordo com os editais de concursos, para ambos os cargos, a jornada de trabalho é de 40 horas semanais. 26 Tabela – Diferenças e Similitudes entre o Técnico e o Analista Jurídico Técnico Jurídico Analista Jurídico Formação em nível médio ou técnico Formação em nível superior O técnico executa atividades administrativas e de suporte técnico O analista executa atividades de planejamento e coordenação Remuneração mais baixa Remuneração mais alta Incompatível com a advocacia Incompatível com a advocacia Fonte: a autora. CONSIDERAÇÕES FINAIS Finalizamos mais uma unidade, onde abordamos a atuação do técnico jurídico, a conceituação deste cargo, suas atribuições, funções e deveres e também fizemos uma breve diferenciação entre este cargo e o de analista judiciário. 27 Assim como pontuado em relação ao analista, o técnico também exerce atividade de grande valia para a prestação judicial e é peça importante para a celeridade da justiça, na medida em que desempenham suas atividades de impulsionamento de processos, atendimento ao público, elaboração de relatórios e certidões, entre outras atividades. Foi possível com esse aprendizado, compreender a importância do técnico judiciário, compreender as tarefas que este profissional desenvolve, assim como o requisito de ingresso na carreira, que compreende a conclusão de ensino médio, em Instituição de Ensino devidamente reconhecida pelo MEC. LIVRO Título: Atribuições do assessor jurídico, do analista judiciário e do técnico judiciário. 28 Autor: Carlos Eduardo Massad. Editora: Intersaberes Sinopse: Quais são as atribuições de assessores jurídicos, analistas judiciários e técnicos judiciários? Quais requisitos esses profissionais precisam preencher para ingressar nessas carreiras? Em que áreas atuam? Sem dúvida, as atividades desempenhadas por esses profissionais são de extrema importância para o bom funcionamento da estrutura jurídica de nosso país. Conhecendo melhor as responsabilidades desses cargos, você poderá compreender como o trabalho de assessores jurídicos e analistas e técnicos judiciários é relevante para a sociedade no que diz respeito ao acesso do cidadão à justiça. O conteúdo que você encontrará neste livro ampliará sua percepção sobre o funcionamento do Poder Judiciário no Brasil. Título: Gestão Pública: Abordagem Integrada da Administração e do Direito Administrativo. Autor: Antonio Cesar Amaru Maximiano; Irene Patrícia Nohara. Editora: Atlas Sinopse: Esta também é uma obra de grande valia para todos aqueles que desejam ingressas na carreira pública, na medida em que traz assuntos relativos ao Administrativo e a Administração. Pode ser utilizado para aprendizado, seja por alunos da graduação, alunos de cursos técnicos e pós-graduação, bem como por todos aqueles que desejam se capacitar profissionalmente. FILME/VÍDEO 29 Título: 12 homens e uma sentença Direção: Sidney Lumet Data de Lançamento: 1957 Sinopse: O filme acompanha o julgamento de um jovem acusado de ter matado o próprio pai. Se a votação do júri for unânime, o réu será condenado à morte. Onze jurados votam pela condenação, mas o jurado número 8 (Henry Fonda) acredita na inocênciado garoto e tenta convencer seus colegas a repensarem a sentença. 30 LEITURA COMPLEMENTAR Artigo: Trabalhadores públicos e sindicalismo no Brasil: O caso dos Trabalhadores Públicos do Judiciário Brasileiro Autores: Giovanni Alves e Thayse Palmela Revista Pegada - A Revista da Geografia do Trabalho Disponível em: <https://repositorio.unesp.br/handle/11449/114876> Resumo: O objetivo do ensaio é expor, de modo meramente introdutório, alguns elementos analíticos sobre o trabalho e sindicalismo dos empregados públicos no Brasil, salientando o caso dos trabalhadores públicos do Poder Judiciário. Num primeiro momento, abordaremos o caráter sociológico do proletariado público e a sua dimensão no Brasil. Depois, trataremos da estrutura sindical brasileira e seus vieses corporativistas. Finalmente, trataremos da precarização do trabalho dos empregados do setor público no Brasil na década de 2000. 31 REFERÊNCIAS ARAÚJO, A. P. Técnico Judiciário. InfoEscola. Disponível em: https://www.infoescola.com/profissoes/tecnico-judiciario/. Acesso em: 29 mar. 2021. BRASIL. Constituição (1988). Constituição Federal. Brasília, 1988. BRASIL. Lei nº 11.415, de 15 de dezembro de 2006. Brasília, 2006. BRASIL. Lei nº 11.416, de 15 de dezembro de 2006. Brasília, 2006. BRASIL. Lei nº 8.027, de 12 de abril de 1990. Brasília, 1990. BRASIL. Lei nº 8.112, de 11 de setembro de 1990. Brasília, 1990. BRASIL. Lei nº 8.906, de 04 de julho de 1994. Brasília, 1994. CONCURSOS, Equipe Nova. O que faz e como se tornar um Técnico Judiciário? 2021. Disponível em: https://www.novaconcursos.com.br/portal/noticias/o-que-faz-e-como-se-tornar- um-tecnico-judiciario-2015-12/. Acesso em: 29 mar. 2021. MASSAD, C. E. Atribuições do assessor jurídico, do analista judiciário e do técnico judiciário. Curitiba: InterSaberes, 2016. PARANÁ. Lei Estadual nº 16.023, de 19 de dezembro de 2008. Curitiba, 2008. PARANÁ. Lei Estadual nº 16.024, de 19 de dezembro de 2008. Estatuto dos Funcionários do Poder Judiciário. Curitiba, 2008 PARANÁ. Lei Estadual nº 16.748, de 29 de dezembro de 2010. Curitiba, 2010. PARANÁ. Lei Estadual nº 20.329, de 24 de setembro de 2020. Curitiba, 2020. RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 13.807, de 17 de outubro de 2011. Porto Alegre, 2011. SHUTTERSTOCK. Imagem. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/lady-justice-blindfolded-beam- balance-sword-1917918482. Acesso em: 19 maio 2021. SHUTTERSTOCK. Imagem. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/zipping-her-mouth-abstract- background-shut-1660945501. Acesso em: 19 maio 2021. SHUTTERSTOCK. Imagem. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/businessman-smiling-confident- concept-leadership-hand-1763377229. Acesso em: 19 maio 2021. 32 SHUTTERSTOCK. Imagem. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/attorney-holding-paper-seal- signature-court-1306763458. Acesso em: 19 maio 2021. SHUTTERSTOCK. Imagem. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/concept-law-justice-legal-service- services-1739781962. Acesso em: 19 maio 2021. TJPR. Edital 001/2017. 2017. Disponível em: https://portal.tjpr.jus.br/pesquisa_athos/publico/ajax_concursos.do?tjpr.url.crypt o=8a6c53f8698c7ff7801c49a82351569545dd27fb68d84af89c7272766cd6fc9f7 da5a6714875a86281196ee2a49fbd028bf440087b6b30641a2fb19108057b53ee f286ec70184c6e. Acesso em: 24 maio 2021. TJSC. Edital 01/202: Fundação Carlos Chagas. Disponível em: https://blog- static.infra.grancursosonline.com.br/wp- content/uploads/2020/03/06151602/minuta_edital__versao_final.pdf. Acesso em: 24 maio 2021. TJSC. Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Técnico Judiciário. Disponível em: https://www.tjsc.jus.br/web/servidor/tecnico-judiciario-auxiliar. Acesso em: 24 maio 2021. 1 UNIDADE III DO ASSESSOR JURÍDICO Prof. Ma. Raiza Eloa Brambilla Catanio1 Plano de Estudo desta Unidade: ● Da definição e características gerais da função; ● Da captação para a vaga de assessor jurídico no direito público e privado; ● Das atribuições; ● Dos deveres da função de assessor jurídico. Objetivos de aprendizagem: Prezado (a) aluno (a), agora daremos início aos estudos relativos ao cargo do assessor jurídico, tema este, que faz parte da Unidade III da nossa disciplina de Atribuições do Analista, do Técnico e do Assessor Jurídico. O material desta Unidade está dividido em 04 tópicos, onde abordaremos a definição e característica geral da função, as atribuições do assessor e seus deveres e funções, assim como, também estudaremos sobre a captação para a vaga de assessor jurídico no direito público e no direito privado. 1 Mestra em Ciências Jurídicas pela Universidade Cesumar – UniCesumar, pós-graduanda em Docência no Ensino Superior, pela Uniasselvi, Assessora Jurídica no Tribunal de Justiça do Estado do Paraná – TJPR. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6265742338541943. E-mail: raizaeloa@hotmail.com. 2 INTRODUÇÃO Caro (a) aluno (a), esta Unidade vem para fechar nosso estudo sobre as funções do analista, do técnico e do assessor judiciário. Com objetivo de contribuir para seu aprendizado e carreira profissional, trabalharemos pontos relevantes e imprescindíveis acerca do tema. O assessor jurídico é um profissional indispensável para a prestação jurisdicional e atua diretamente com os promotores, defensores, juízes e desembargadores. Para este cargo, é imprescindível o amplo conhecimento da legislação e muita desenvoltura. Então vamos lá! 3 TÓPICO I Da definição e características gerais da função Da mesma maneira que o analista e o técnico jurídico, o assessor judiciário é um servidor público que atua em órgãos governamentais, integrados em cargos do Distrito Federal, Estados e da União. Para preencher o cargo, o profissional deve ter formação em nível superior em curso de Direito, devidamente reconhecido pelo MEC. Fonte: shutterstock Trata-se de um profissional com formação essencialmente na área jurídica e que atua auxiliando magistrados, desembargadores, promotores de justiça, e procuradores. Antes de 1988, o sistema de Justiça no Brasil em muito se assemelhava a outros países, na medida que a Primeira Instância era representada pelas varas judicial e a Segunda Instância por Tribunais de Justiça, Tribunais Regionais do Trabalho e um Tribunal Federal de Recursos, com sede em Brasília (FREITAS, 2017). Até então, o acesso à justiça não era amplo e com o advento da Constituição Federal de 1988, as pautas coletivas foram tomando maiores proporções, deixando para trás a individualidade do Estado. Esse movimento de coletividade trouxe uma aproximação da população e seus reais problemas com as pautas de direitos e justiça. Em Acesso à Justiça (livro já recomendado nas unidades anteriores), os autores Cappelletti e Garth (1988, p. 12) afirmam que o acesso à justiça pode ser encarado como um dos requisitos mais básicos e fundamentais de garantia 4 dos direitos humanos, por meio de um sistema judiciário moderno, pautado em princípios de igualdade e coletividade, com a devida instrumentalização e efetividade dos direitos. Assim, com a expansão do sistema de Justiça (que vai além do próprio Poder Judiciário e engloba promotorias, procuradorias e defensorias) a morosidade processual acabou por ser uma consequência. Ou seja, os processos que antes eram poucos e tramitavam rapidamente, se multiplicaram de forma exponencial, sobrecarregando magistrados, promotores e defensores. Diante disso, os processos que antes duravam poucos meses, começaram a acumular e se estender por anos. E, portanto, buscando-se a celeridade processual, agilizar todas as demandas das justiças, os Magistradospassaram a contar com a ajuda de assessores jurídicos, lhes atribuindo atividades e funções, com o objetivo de minimizar a demanda de processos e dar agilidade aos feitos. O mesmo ocorreu com o Ministério Público, na medida em que Promotores de Justiça também passaram a contar com a ajuda de assessores jurídicos, assim como em outros órgãos do sistema de Justiça do Brasil. Os assessores também podem ser chamados de assistentes e exercem funções de grande relevância, porquanto auxiliam os magistrados e promotores na prática de seus atos processuais. Os assessores, ou assistentes, ocupam cargo em comissão, ou seja, eles são indicados por alguém para preencher o cargo. Para este cargo não é necessária aprovação em concurso público, ao contrário do que ocorre com os técnicos e analistas jurídicos (conteúdos estudados nas aulas anteriores). Contudo, é importante ressaltar que alguns magistrados, promotores e defensores, têm aderido à utilização de pequenos procedimentos seletivos internos para a contratação de assessores, visando escolher com cautela e precisão seus auxiliares. Assim, alguns magistrados e promotores que optam por elaborar um pequeno concurso público, elaboram uma prova a ser realizada pelo candidato, bem como fixam outros critérios de aprovação, como experiência, currículo profissional e acadêmico e histórico escolar. 5 Portanto, embora os cargos de assessoria sejam cargos em comissão, que dispensam a aprovação em concurso público, não é estranho a existência de pequenos processos seletivos internos para este fim. De forma ligeira e técnica, podemos dizer que o assessor judiciário é um quase-juiz, ou um quase-promotor, por exemplo. E por que falamos isso? Porque o assistente jurídico executa diversas atividades que um juiz executa. Um assessor pode elaborar uma decisão, um despacho e até mesmo uma sentença. Mas sempre deve-se lembrar que todos os atos são de fato de atribuição do magistrado e, portanto, suas ideias devem se amoldar com os pensamentos do Juiz. Não seria estranho um Juiz conhecido, com longos anos de carreira, após contratar um novo assessor, mudar toda sua forma de atuação e condução de seus processos?! Pois bem, por isso é essencial que o assessor aja com discrição e siga as linhas de pensamento e princípios adotados por sua chefia. As decisões e atos processuais relativos ao magistrado são por ele analisadas, revisadas e assinadas, sendo o assessor uma peça elementar dos bastidores. Outrossim, como já ressaltado nas unidades anteriores, de acordo com o art. 125, da Constituição Federal de 1988, cada Estado é autônomo na criação e edição de suas próprias normas de regulamentação e atividades relativas à prestação jurisdicional: Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição. Todas as atividades relativas à prestação jurisdicional são essenciais e indispensáveis, não sendo diferente em relação aos assessores. É indispensável que o assessor jurídico, ao desempenhar suas atividades como operador do direito, se mantenha sempre atualizado, estudando legislações e doutrinas relativas à sua área de lotação, e também pesquisando jurisprudências, súmulas e enunciados atuais, para que com isso possa auxiliar 6 o magistrado com eficiência e devido embasamento jurídico, que seja pertinente e atual. E mais uma vez retomando conteúdos de aulas anteriores, caro (a) aluno (a), você se recorda do que é um gabinete? Conforme aprendido na primeira Unidade deste material, é um espaço físico onde os magistrados, procuradores, promotores, desembargadores e seus colaboradores, entre os quais, o assessor, exercem suas atividades. É o local de trabalho dos juízes, promotores, desembargadores e também dos assessores jurídicos. Neste local são realizadas quase todas as funções exercidas nessas carreiras, como por exemplo: a elaboração de peças jurídicas, decisões, despachos, arquivamento de feitos, andamento processual, organização de documentos, triagem de processos, verificação de prazos, etc. SAIBA MAIS Caro (a) aluno (a), você acha que os assessores jurídicos podem trabalhar na modalidade de teletrabalho, não ficando restritos ao gabinete ou fórum? Fonte: a autora. #SAIBA MAIS# A resposta para a pergunta acima é sim!! Embora a maioria dos assessores, enquanto servidores da Justiça atuem junto a um gabinete, suas atividades nem sempre se dão de forma presencial! Vários Tribunais de Justiça e demais órgãos relativos à Justiça, nos últimos anos, têm instituído o regime de teletrabalho (homeoffice) para assessores e assistentes de gabinete. É uma prática bastante comum, mesmo antes da incidência da pandemia do Covid-19, que os assessores desempenhem suas atividades fora das estruturas de um fórum e/ou gabinete, podendo trabalhar de suas respectivas casas. Todavia, é importante ressaltar que para a adoção de regime de teletrabalho é necessária a anuência da chefia imediata do servidor, ou seja, o 7 magistrado, promotor, desembargador, etc. deve concordar com o pedido de trabalho online, não bastando, unicamente, a vontade do assessor. No Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) cada gabinete de desembargador tem uma disponibilidade de cargos, conforme o quadro abaixo: Quadro 1 - Cargos do gabinete do desembargador CARGO QUANTIDADE SIMBOLOGIA* REQUISITO Secretário de desembargador 01 DAS-4 Formação em curso superior de qualquer área Assessor de desembargador 01 DAS-4 Graduação específica em Direito Assessor II de desembargador 01 DAS-5 Graduação específica em Direito Assistente de desembargador 01 1-C Graduação específica em Direito Assistente II de desembargador 01 3-C Carteira de habilitação válida, categoria “B” Oficiais de gabinete de desembargador 02 1-C Ensino médio completo *A simbologia diz respeito às denominações de letras e números dos cargos e atuam como referências ao enquadramento e à remuneração do servidor. Fonte: (Massad, 2016, p. 55) A estrutura dos gabinetes dos magistrados, em especial, de primeiro grau, varia muito de acordo com a comarca e a vara em que atuam. A estrutura e o número de funcionários disponibilizados deve ser proporcional ao número de feitos que tramitam. No gabinete de Juiz de Entrância Final, conforme informações do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (Lei nº. 20.329 - 24 de setembro de 2020): Quadro 2 - Disponibilidade de Cargos TJPR – Entrância Final 8 CARGO QUANTIDADE SIMBOLOGIA* REQUISITO Servidor efetivo 01 - Desde que bacharel em Direito Assistente II de Juiz de Direito 02 1-C Graduação específica em Direito Assistente III de Juiz de Direito 01 3-C Graduação específica em Direito Estagiário de Graduação 02 - Cursando graduação em Direito *A simbologia diz respeito às denominações de letras e números dos cargos e atuam como referências ao enquadramento e à remuneração do servidor. Fonte: Lei nº. 20.329/20, art. 15. OBSERVAÇÃO: os cargos de assistente de Juiz de Direito também dizem respeito a cargos de assessoria! Trata-se apenas de uma distinção de nomenclatura. A Lei nº. 11.416/2006, que dispõe sobre a carreira dos servidores do Poder Judiciário da União, prescreve em seu art. 5º, que as funções comissionadas e os cargos em comissão também integram os Quadros de Pessoal dos órgãos do Poder Judiciário da União. Mencionado artigo, em seu §2º ainda dispõe que as funções comissionadas de natureza gerencial serão exercidas preferencialmente por servidores com formação superior. Veja o artigo na íntegra: Art. 5º Integram os Quadros de Pessoal dosórgãos do Poder Judiciário da União as Funções Comissionadas, escalonadas de FC-1 a FC-6, e os Cargos em Comissão, escalonados de CJ-1 a CJ-4, para o exercício de atribuições de direção, chefia e assessoramento. § 1º Cada órgão destinará, no mínimo, 80% (oitenta por cento) do total das funções comissionadas para serem exercidas por servidores integrantes das Carreiras dos Quadros de Pessoal do Poder Judiciário da União, podendo designar-se para os restantes servidores ocupantes de cargos de provimento efetivo que não integrem essas carreiras ou que sejam titulares de empregos públicos, observados os requisitos de qualificação e de experiência previstos em regulamento. 9 § 2º As funções comissionadas de natureza gerencial serão exercidas preferencialmente por servidores com formação superior. § 3º Consideram-se funções comissionadas de natureza gerencial aquelas em que haja vínculo de subordinação e poder de decisão, especificados em regulamento, exigindo-se do titular, participação em curso de desenvolvimento gerencial oferecido pelo órgão. § 4º Os servidores designados para o exercício de função comissionada de natureza gerencial que não tiverem participado de curso de desenvolvimento gerencial oferecido pelo órgão deverão fazê-lo no prazo de até um ano da publicação do ato, a fim de obterem a certificação. § 5º A participação dos titulares de funções comissionadas de que trata o § 4º deste artigo em cursos de desenvolvimento gerencial é obrigatória, a cada 2 (dois) anos, sob a responsabilidade dos respectivos órgãos do Poder Judiciário da União. § 6º Os critérios para o exercício de funções comissionadas de natureza não gerencial serão estabelecidos em regulamento. § 7º Pelo menos 50% (cinquenta por cento) dos cargos em comissão, a que se refere o caput deste artigo, no âmbito de cada órgão do Poder Judiciário, serão destinados a servidores efetivos integrantes de seu quadro de pessoal, na forma prevista em regulamento. § 8º Para a investidura em cargos em comissão, ressalvadas as situações constituídas, será exigida formação superior, aplicando-se o disposto nos §§ 3º , 4º e 5º deste artigo quanto aos titulares de cargos em comissão de natureza gerencial. O Estado do Paraná, por meio da Lei n.º 17.474/2013, dispõe sobre as funções comissionadas no Poder Judiciário do Estado, ocasião em que já define que cada função e cargo comissionado serão definidos em regulamento próprio. Ou seja, cada órgão do judiciário do Estado pode editar suas normas, desde que compatíveis com a mencionada legislação. Anteriormente, no ano de 2011, o então governador do Estado do Paraná sancionou lei estadual aprovando a criação de novos 787 cargos comissionados para função de assessor, para todos os juízes de Direito e Substitutos, com o objetivo de implementar uma assessoria qualificada e incrementar significativamente a produtividade dos magistrados paranaenses (TJPR, [s.d.]). 10 Já no ano de 2020, referido Tribunal do Estado do Paraná, por meio da Lei nº. 20.329 - 24 de Setembro de 2020 criou 363 (trezentos e sessenta e três) novos cargos de livre provimento de Assistente III de Juiz, simbologia 1 D (assessor de juiz) (TJPR, 2020). No Estado de Santa Catarina, o Tribunal de Justiça editou a Resolução n.º 29 de 1º de junho de 2017, regulamentando as atribuições dos cargos comissionados que prestam assessoria aos magistrados de primeiro grau de jurisdição, definindo como requisito para ingresso na carreira, a conclusão de curso superior em Direito. No mesmo sentido, em 2005, o TJRS determinou a criação de 567 cargos de assessor de Juiz de Direito, a serem lotados, conforme as necessidades de serviço, segundo critérios estabelecidos pelo Conselho da Magistratura, nas Varas Judiciais das Comarcas de Entrância Inicial, Intermediária e Final do Estado (Lei nº. 12.264/05). ● Histórico da Estrutura do Gabinete – TJPR a) Lei Estadual nº. 15.831/2008 - 1 Assessor de Juiz de Direito (3-C) - 1 Estagiário de Graduação b) Lei Estadual nº. 16.957/2011 (Alterou a denominação do Cargo) - Assistente I de Juiz de Direito (3-C) c) Lei Estadual nº. 17.249/2012 - 1 Assistente I de Juiz de Direito (3-C) - 1 Assistente II de Juiz de Direito (1-C) - 1 Estagiário de Graduação d) Lei Estadual nº. 17.528/2013 (Gabinete do Juízo) - 1 Assistente I de Juiz de Direito (3-C) - 1 Assistente II de Juiz de Direito (1-C) - 2 Estagiários de Graduação 11 e) Lei Estadual nº. 20.329/2020 (Unificação dos Quadros de Pessoal do Poder Judiciário) - 2 Assistentes II de Juiz de Direito (1-C) - 1 Assistente III de Juiz de Direito (1-D) - 2 Estagiários de Graduação A tendência é que os números de assessores jurídicos nos Tribunais de Justiça do Brasil todo aumentem. A implantação de um sistema de processo eletrônico e o crescente aumento de demandas judiciais contribuíram para o aumento de cargos de assessoria em vários tribunais do país. Sem estes profissionais, os serviços judiciários entrariam em colapso, com muito mais morosidade e permeado de injustiças e excessos que se configuram como um atentado à justiça e por consequência, aos direitos humanos e fundamentais do cidadão brasileiro. E ainda, vale ser ressaltado que o cargo de assessor ou assistente jurídico não se limita à atuação em cargos junto a tribunais, promotorias e defensorias. Também é uma atividade que pode ser exercida na seara privada, junto a escritórios de advocacia, contabilidade, bem como em empresas privadas e também em setores públicos. Mas como assim? Esse conteúdo será abordado no tópico a seguir, quando passaremos a trabalhar a captação (compressão, percepção) da vaga de assessor jurídico na esfera pública e privada. 12 TÓPICO II Da captação para a vaga de assessor jurídico no direito público e privado Fonte: shutterstock Como exposto no final do tópico anterior, a atividade de assessor jurídico não se restringe aos órgãos públicos, na medida em que advogados e bacharéis 13 em direito também podem ser assessores. Mas é preciso muita atenção neste ponto! Os advogados e bacharéis em direito que atuam como assessores jurídicos não prestam serviços junto a algum órgão público da justiça, mas sim, prestam assessoria jurídica a pessoas físicas, empresas, e até mesmo a órgãos do governo, mas não são servidores públicos! O assistente (ou assessor jurídico) é o profissional que vai auxiliar determinado local que o contratou com suas questões jurídicas ou administrativas. Por exemplo: uma empresa que contrata um advogado para fins de assessoria trabalhista, emitindo pareceres em relação à conformidade da empresa com as leis trabalhistas, possíveis violações de direitos que estejam ocorrendo e outras medidas a fim de evitar um futuro procedimento judicial. Ou seja, muitas das vezes, esses assessores jurídicos de empresas prestam serviços de consultoria, assessoramento e auxílio. No mercado de trabalho privado, a profissão de assessor jurídico pode ter funções, atribuições e remunerações distintas. Detalhes estes que variam de acordo com as necessidades de cada contratante, seu respectivo negócio e o grau de conhecimento técnico e adequação profissional de cada profissional. É muito comum, por exemplo, que prefeituras de cidades pequenas contratem serviços de assessoria jurídica para acompanhar as atividades da unidade, procedimentos licitatórios, contratos, etc., com o objetivo de garantir que a lei seja seguida e respeitada, evitando-se assim, quaisquer problemas judiciais. É uma profissão em ascensão, para o bacharel em direito e com inúmeras possibilidades de atuação, podendo este escolher como atuar, em quais áreas e onde (em empresas privadas, órgãos públicos, escritóriosde advocacia, etc.). Figura 1 - Assessor Jurídico 14 Um detalhe que merece atenção é que para o cargo de assessor de juiz de direito ou de desembargador, promotor e defensor público, o bacharel em direito não pode estar inscrito nos quadros da Ordem de Advogados do Brasil. Assim, como os cargos de técnico e de analista judiciário, os assessores ou assistentes vinculados a Tribunais de Justiça como servidores comissionados não podem exercer a advocacia, conforme o art. 28, inciso IV, da Lei nº. 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil). Assim, o advogado já inscrito na OAB, e que deseja ingressar nos referidos cargos públicos, deve requerer o cancelamento de sua inscrição junto à Ordem, ou esta deverá ser feita de ofício pela própria OAB. O papel do assessor jurídico é de intermediar as relações, manejar as ações e vontades de seus representantes de acordo com as prerrogativas do direito, as legislações e entendimentos jurisprudenciais. Tanto o assessor da área privada, quanto aquele vinculado à órgãos da Justiça, como Tribunais e Promotorias exercem atividades imprescindíveis à prestação jurisdicional. O assessor jurídico privado pode ser contratado para exercer atividades com regularidade e habitualidade ou também por empreitadas, serviços previamente definidos e ajustados. Já o assessor jurídico de Juiz de Direito, Desembargador ou Promotor, é contratado para cargo e integra os quadros de funcionários públicos do respectivo órgão, mas na modalidade de cargo em comissão (ou seja, não é efetivo), podendo ser exonerado a qualquer momento e por qualquer razão. 15 TÓPICO III Das atribuições do assessor jurídico Fonte: shutterstock. De início, é importante pontuar que os integrantes da assessoria estão no gabinete para auxiliar o juiz. Não decidem nada, apenas fazem a minuta de uma decisão que pode vir a ser acolhida pelo juiz. Portanto, por mais que o entendimento pessoal sobre o caso em concreto não se coadune com o posicionamento seguido pelo gabinete, assessores, como auxiliares do juiz devem sempre seguir o entendimento deste. 16 Eventuais alterações da linha de entendimento devem ser previamente consultadas ou avisadas depois de enviada a minuta. Inicialmente, entendia-se que a atribuição do assessor jurídico era a elaboração de minutas (rascunhos, projeto) de despachos, decisões e sentenças. Posteriormente, novas funções foram aparecendo: - Atendimento aos Advogados e Partes - Informações de Agravo - Tarefas Administrativas (consultas em sistemas BACENJUD, RENAJUD, INFOJUD, SIEL, etc.) - Auxiliar em Plantão Judiciário A Lei Estadual nº. 17.528/2013 (Estado do Paraná) que dispõe sobre a estrutura do Gabinete do Juízo e adota outras providências, em seu art. 5º, define como atribuições básicas do assessor de magistrado: Aos servidores lotados no Gabinete do Juízo incumbe: I - Elaborar relatórios e minutas de atos; II - Lançar no sistema informatizado os despachos, decisões, audiências e sentenças, todos na íntegra, provendo as respectivas publicações, quando for o caso; III - Auxiliar o magistrado na realização de atos que envolvam a utilização de sistemas informatizados e adotar todas as providências necessárias à sua efetivação por meio eletrônico; IV - Atender previamente todas as pessoas que pretenderem ser recebidas pelo magistrado, sem impedir-lhes, todavia, o acesso direto, quando for o caso; V - Organizar, segundo os critérios estabelecidos, processos judiciais remetidos à conclusão ao magistrado, em meio físico ou eletrônico; VI - Pesquisar legislação, jurisprudência, normas e conteúdos doutrinários; VII - gerir materiais e serviços do gabinete; VIII - manter em ordem arquivos de correspondência e registros das atividades do gabinete; IX - Receber ofícios em agravo de instrumento, pedidos de informação em mandados de segurança, habeas corpus e quaisquer outros procedimentos, certificando o atendimento tempestivo às solicitações; X - Elaborar, sob a supervisão do magistrado, relatórios estatísticos, planilhas de movimentação forense, gráficos e documentos similares. Ao observarmos os incisos V e X também podemos perceber que incumbe ao assessor de juiz a gestão do ambiente de trabalho e de pessoas, não ficando tão somente restrito a elaboração de peças jurídicas e demais atos processuais. 17 Um assessor jurídico pode atuar tanto no primeiro quanto no segundo grau de jurisdição. Veja o art. 153 do Decreto Judiciário nº 391, de 19 de maio de 1995, atualizado até o Decreto Judiciário nº 113, de 3 de março de 2021, que estabelece a estrutura da Secretaria do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, fixa a competência dos órgãos que o integram e dispõe sobre as atribuições dos titulares dos cargos e funções: Art. 153. Ao Assessor Jurídico de Gabinete de Desembargador compete: (Renumerado pelo D.J. 797/95, Renumerado pelo D.J. 251/96, Renumerado pelo D.J. 365/96, Renumerado pelo D.J. 297/98, Renumerado pelo D.J. 141/00, Renumerado pelo D.J. 208/00, Renumerado pelo D.J. 209/00, Renumerado pelo D.J. 210/00, Renumerado pelo D.J. 098/05, Renumerado pelo D.J. 100/05, Renumerado pelo D.J. 152/05, Renumerado pelo D.J. 191/05, Renumerado pelo D.J. 275/05, Renumerado pelo D.J. 333/05, Renumerado pelo D.J. 486/05, Renumerado pelo D.J. 506/05, Renumerado pelo D.J. 187/06) I - assessorar o Desembargador no que pertine a compilação de dados para a elaboração de relatórios e minutas de acórdãos; II - controlar o trâmite dos processos no âmbito do Gabinete; III - fazer pesquisas e coleta de jurisprudência, quando solicitado pelo Desembargador; IV - dar atendimento aos advogados, partes e demais interessados, sempre que se fizer necessário; V - exercer outras atividades determinadas pelo Desembargador. O planejamento e organização, ou seja, a gestão dos processos de trabalho e de pessoas também é de atribuição do assessor. Mas por onde começar essa organização da assessoria? Uma sugestão seria começar pelos números. Conhecer tudo aquilo que entra e sai do gabinete. Conheça a produtividade de cada servidor e estagiário que compõem o gabinete. Outra possibilidade, é a elaboração de fluxogramas que tracem os procedimentos dos processos e contenha para cada fase, qual o entendimento do Magistrado sobre o assunto. Atualmente, existem sites e empresas que focam na criação de ferramentas que auxiliem a compreensão do estudo jurídico e possibilitem ao operador do direito o aumento de sua produtividade. Assim, ao se trabalhar em um gabinete com alta demanda de processos, em que os números não apresentam melhoras significativas, talvez seja interessante buscar medidas de organização e gestão que facilitem o trabalho e contribuam com a produtividade. 18 Também é muito comum que os gabinetes e assessorias organizem um banco de modelos padrão, para auxiliar na confecção de minutas. Referidos modelos devem ser atualizados com frequência, diante de todas as mudanças legislativas, no entanto, mesmo sendo necessárias constantes mudanças, o “pontapé” inicial para a criação de uma sentença, despacho ou decisão é de grande valia. Figura 1 - Modelo Genérico Fonte: TJPR, online. O modelo de minuta acima era muito utilizado pelos Magistrados (cada um à sua maneira) quando estes não contavam com a ajuda de assessores e estagiários, fazendo sozinhos toda a análise dos processos. Com a criação dos cargos de assessoria e ajuda de estagiários, foi se tornando comum que os magistrados adotassem modelos de minutas mais explicativas, contendo os números dos sequenciais no processo (as movimentações), etc. Ou seja, modelos autossuficientes foram sendo implementados para facilitar o trabalho dos assessores e juízes:19 Figura 3 - Modelo autossuficiente Fonte: TJPR, online. Assim, depois de criado um banco de minutas-padrão (mas autossuficientes), para que haja bom rendimento e, principalmente, unicidade 20 dos procedimentos, é de extrema importância que o respectivo padrão seja seguido. É gravoso e motivo desprestígio ao gabinete que processos semelhantes sigam ritos diversos ou tenham decisões conflitantes e, então, para que isso não ocorra, os padrões devem ser seguidos. Obviamente que tais modelos-padrão não servirão indiscriminadamente para todas as situações, assim como seria impossível, e até improdutivo, prever e criar modelos para todo tipo de pedido apresentável. O objetivo primordial destes padrões é garantir que o processo siga o procedimento estabelecido pela lei e pelo juiz, não deixando espaço ao esquecimento da observância de determinadas regras imprescindíveis à validade do ato jurisdicional. Note-se que por meio do segundo modelo acima demonstrado, até mesmo um estagiário com pouca experiência, por simples leitura e preenchimento das lacunas, pode depreender qual o prazo para embargar, as hipóteses de cabimento do respectivo recurso, a exigência do contraditório quando houver aplicação de efeito infringente e as hipóteses de omissão previstas pelo código. E através do preenchimento completo de todas as lacunas do modelo é possível que o magistrado confirme a respectiva minuta sem nem mesmo acessar o campo de navegação do processo, vez que pela leitura do que foi preenchido saberá exatamente qual a pretensão recursal apresentada e se a decisão sugerida pelo assessor/estagiário foi ou não acertada, trazendo assim maior celeridade, segurança e qualidade ao exercício da função. Ademais, os agrupadores disponíveis no Projudi (sistema utilizado no TJPR) também se constituem como excelentes instrumentos de organização do trabalho. É uma ferramenta que permite que os processos sejam organizados por ordem cronológica, de prioridade, agrupamentos, etc. Outra atribuição essencial ao assistente de magistrado é o padrão de linguagem. Tal como dito no início, os assessores executam meras minutas de decisões que passam a ter validade somente com a assinatura do juiz. Assim, em contrapartida, e não poderia ser diferente, os assessores devem escrever como se fossem o próprio juiz que estivesse o fazendo. Para tanto, por óbvio devem ser evitadas ao máximo expressões coloquiais e, da mesma forma, aquelas “deveras rebuscadas”. 21 Deve-se lembrar que as decisões são direcionadas às partes (ao homem médio) as quais não detêm conhecimento avançado para sinônimos de baixa frequência de utilização e muito menos para expressões latinas O respeito à forma padrão não é imprescindível à boa decisão, mas com certeza facilita em muito o trabalho do juiz, que assim não precisará ficar adaptando a decisão ao seu estilo. Dúvidas à confecção da minuta são mais do que naturais ao despachar e sentenciar, mas devem ser encaradas para além de uma obrigação, mas sim, como um desafio pessoal. Quando estiverem diante de uma situação em que precisam elaborar um despacho, decisão e sentença e não sabem a resposta imediata, sugiro o seguinte procedimento a ser seguido: 1º) Estudar todos os pontos do processo (leitura atenta e integral); 2º) Buscar a resposta na Lei (obs.: poucas profissões possuem “livro de respostas”, a nossa possui milhares); 3º) Buscar a resposta na jurisprudência (www.jusbrasil.com.br, www.jus.com.br, www.migalhas.com.br, ou nos sites dos tribunais); 4º) Pesquisar no material didático disponibilizado à assessoria: modelos da pasta compartilhada e nos próprios modelos do Projudi; 5º) Perguntar aos colegas. Todavia, da seguinte forma: 5.1. Procurar apresentar a dúvida no intervalo entre um despacho e outro do colega ou então anunciar ao colega que pretende apresentar um questionamento (o Skype pode ser uma ótima ferramenta para esse anúncio), o qual então, após terminar o que está fazendo ou após terminar o raciocínio da tese que está trabalhando, procurará sanar a dúvida; 5.2. Se possível, tentar formular uma pergunta direta que resuma toda a dúvida, como se fosse uma questão de concurso; 5.3. Procurar fazer as perguntas todos de uma só vez e não de forma intercalada; 5.4. A resposta ou eventual debate sobre a questão não deve ser superior a 30 minutos. Mais do que isso provavelmente entra no campo acadêmico de pesquisa ou da curiosidade ou especulação, os quais devem ser deixados para uma ocasião mais adequada; 22 5.5. Excetuam-se a essas regras os casos de Urgência, como tutela ou casos em que o advogado aguarda uma resposta. 6º) Em último lugar, se o colega não souber responder, aí sim perguntar ao juiz. Outrossim, como já salientado anteriormente, o assessor também faz atendimentos às partes e advogados, sendo que ao atender um advogado, deve escutar a reclamação ou requisição, perguntar se a questão já foi apresentada nos autos por petição e então dizer que o quanto antes a petição será analisada. Caso o advogado não tenha peticionado ainda aos autos, é importante sugerir que assim o faça, eis que é importante procurar não debater com o advogado sobre a legislação, entendimentos ou forma de atuação nos casos em concreto. Como salientado, ao assessor jurídico incumbe as atividades relacionadas ao assessoramento dos magistrados, promotores, desembargadores, etc., tais como: o exame de autos (físicos ou digitais); análise de documentações pertinentes à cada caso sob sua análise; pesquisa da doutrina, legislação e jurisprudência; redação de minutas de despachos e decisões; recepção e atendimento de partes e advogados. Sobre o assunto o Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, em sua página na Web traz algumas informações sobre as atribuições do assessor jurídico portador de diploma em Direito, devidamente reconhecimento pelo MEC2. Exemplos típicos de atribuições da categoria: Atribuições gerais a) Elaborar estudos, pesquisas, projetos de voto, minutas de decisões unipessoais (art. 557 do CPC e tutelas de urgência) e de despachos diversos, sob a supervisão e orientação do secretário jurídico; 2TJSC. Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Assessor Jurídico. Disponível em: https://www.tjsc.jus.br/web/servidor/assessor-juridico. 23 b) Recepcionar e atender partes e advogados quando não houver necessidade de que o contato se dê diretamente com o desembargador ou juiz de direito de segundo grau; c) Executar atividades administrativas inerentes à sessão de julgamento, supervisionadas pelo secretário jurídico; d) Executar atividades administrativas em geral; e) Orientar os estagiários na elaboração de pesquisas, projetos de voto e minutas de decisões unipessoais de menor complexidade. f) Desempenhar outras atribuições em consonância com as competências do Gabinete, delegadas pela autoridade superior e/ou contidas em normas. A Resolução GP n. 29/2017 é a norma que define as atribuições dos cargos comissionados que prestam assessoria aos magistrados de primeiro grau no Estado de Santa Catarina. Já o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, na Lei nº. 12.264 de 17 de maio de 2005, extinguiu e criou cargos/funções, dentre elas, cargos de Assessor de Juiz de Direito e Assessor de Pretor: Quadro 2 - Cargos em Comissão - TJRS Cargo em Comissão ou Função Gratificada Atribuições Sintéticas Escolaridade Assessor de Juiz de Direito Prestar assessoramento ao Juiz de Direito, em assuntos relativos à prestação jurisdicional; elaborar pesquisas doutrinárias e jurisprudenciais, para serem utilizadas no trabalho sentencial; manter atualizados os registros sintéticos referentes a temas jurídicos de utilidade para o desempenho da função jurisdicional;atuar como conciliador em Graduação em Direito 24 audiências de rito sumário; elaborar despachos e minutas de decisões interlocutórias; elaborar relatórios em geral; auxiliar os Juízes de Direito no desempenho das atividades administrativas da Vara; exercer outras tarefas afins. Assessor de Pretor Prestar assessoramento ao Pretor, em assuntos relativos à prestação jurisdicional; elaborar pesquisas doutrinárias e jurisprudenciais, para serem utilizadas no trabalho sentencial; manter atualizados os registros sintéticos referentes a temas jurídicos de utilidade para o desempenho da função jurisdicional; atuar como conciliador em audiências de rito sumário; elaborar despachos e minutas de decisões interlocutórias; elaborar relatórios em geral; exercer outras tarefas afins. Graduação em Direito Fonte: Lei nº. 12.264/05, art. 3º. Referida norma ainda dispõe que a nomeação para Cargos em Comissão de Assessor de Juiz de Direito e Assessor de Pretor será feita entre Bacharéis Direito, por indicação do respectivo magistrado, salientando que não poderá recair em cônjuge, companheiro e parentes consanguíneos, afins ou por adoção, até o segundo grau, de Desembargadores, Juízes de Direito e Pretores. E uma OBSERVAÇÃO: este material dispõe sobre legislações e estruturas do Poder Judiciário da região Sul do país (PR, SC E RS), sendo possível constatar pequenas diferenças de nomenclatura e atribuições, mas mantendo-se a similitude quanto à essência da função de assessor jurídico. 25 Importante lembrar novamente que o Brasil possui 27 unidades federativas e em cada uma delas existirão diferenças, mas, além disso, muitas semelhanças. Por isso, é impossível tratar de todos os temas conforme a regulamentação de cada Estado! Este material elenca apenas alguns Estados, como forma de expor a existência de legislações sobre a carreira, a sua importância e necessidade. Os exemplos fornecem uma base sólida e útil ao seu aprendizado, na medida em que as regulamentações são parecidas nas diversas unidades federativas e como leciona a Constituição Federal de 1988: é dever de cada Estado organizar sua justiça e leis de organização judiciária (art. 125). E em relação ao assessor jurídico de competência privada, como advogados e bacharéis em direito que atuam foram do Poder Judiciário e Órgãos da Justiça, propriamente ditos, e exercem suas atividades em advocacias, empresas privadas e prestam serviços específicos à Entes Públicos (sem preencher a condição de servidor – efetivo ou comissionado) suas atribuições em muito guardam semelhanças com àquelas já expostas aqui. Também é função destes profissionais auxiliar seus respectivos contratantes, de acordo com suas necessidades, ter determinação, responsabilidade, capacidade, habilidades na mediação e resolução de conflitos, boa comunicação e organização. Esse profissional pode, por exemplo, analisar e elaborar contratos, participar de audiências, emitir pareceres e relatórios, acompanhar ações processuais, oferecer atendimento ao público e várias outras funções que forem pertinentes. As vantagens de se contratar um assessor jurídico privado incluem: a) Maior segurança e estabilidade para o contratante e seu negócio ou atividade; b) Apoio técnico e especializado; c) Auxílio na tomada de decisões, buscando sempre as melhores soluções e alternativas para a questão; d) Apoio jurídico e legal. 26 Assim, é possível compreender que as atribuições de um assessor jurídico vão muito além de apenas realizar a elaboração de minutas de despachos e decisões e sentenças. Em relação a este profissional incumbem atividades essenciais ao andamento e prestação jurisdicional, sendo que uma boa organização e gestão são diferenciais primordiais. REFLITA: Por que, em se tratando de assessor jurídico de juiz de direito, a função não é efetiva? Sendo de livre nomeação e exoneração? Fonte: a autora. #REFLITA# E finalizando essa Unidade sobre a profissão do Assessor Jurídico, trataremos no tópico seguinte os deveres atinentes à sua função. TÓPICO IV Dos deveres atinentes à função de assessor jurídico 27 Neste último tópico da unidade vamos sintetizar todo o conteúdo já aprendido em outras Unidades, relativo à ética, sigilo profissional e segredo de justiça dos servidores públicos, acrescentando sobre as peças jurídicas a serem realizadas pelo assessor jurídico, enquanto servidor público. Figura 3 - Assessor Jurídico Fonte: shutterstock ● Síntese – Ética, Segredo de Justiça e Sigilo Profissional Os assessores jurídicos, assim como os técnicos e analistas devem executar suas atividades e funções sempre observando princípios éticos, morais e questões relacionadas ao sigilo profissional e segredo de justiça. Os padrões éticos dos servidores públicos são derivados de sua própria natureza, em razão de exercerem função pública. A ética pública está amplamente relacionada aos princípios dispostos na Constituição Federal e buscam a concretização dos valores morais da boa conduta e boa boa-fé. O servidor público tem a obrigação de agir pautado nestes valores e desta forma, representar a prestação de seu serviço público com qualidade, nos termos do art. 37, da CF/88, que elenca alguns princípios que regem a Administração Pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência. A moralidade do servidor público deve estar acima de qualquer suspeita que possa desabonar sua conduta enquanto servidor da justiça. 28 Levantamentos de fianças, recolhimento de custas, recebimento de bens, valores, apreensão de armas e drogas, são exemplos de situações em que o profissional deve agir permeado de lisura, ou seja, suas ações devem ser íntegras, corretas e de acordo com a lei. Qualquer deslize cometido pelo profissional pode macular sua carreira e prejudicar a imagem da própria justiça perante toda a sociedade, já sendo sabido que o descrédito da justiça nos dias atuais é crescente. E também, no exercício de suas funções, os servidores por possuírem acesso a todos os processos, inclusive aqueles com segredo de justiça, devem ter atenção quanto ao sigilo profissional. As peculiaridades dos casos sob sua atribuição e responsabilidade devem ser mantidas em segredo. É de responsabilidade do profissional agir com cautela, sigilo e discrição, promovendo desta forma, o resguardo das informações e documentos sigilosos, preservando em ambiente apropriado as informações afetas ao ser trabalho. ● Peças Jurídicas do Assessor Jurídico Conforme amplamente debatido nas Unidades anteriores, atualmente, a maioria dos processos são eletrônicos, sendo que a modernização dos sistemas de integração e de comunicação permitiram uma maior agilidade nos feitos e na comunicação, aperfeiçoando a prestação jurisdicional. E embora tenha ocorrido referida modernização, dispensando-se a impressão de papel, deslocamentos, etc., a redação das comunicações, contatos, documentos e atos oficiais deve respeitar os preceitos de cada órgão do Poder Judiciário em que estiver atuando. Outrossim, a redação se constitui como um elemento essencial e imprescindível ao servidor público, que deve escrever com impessoalidade, respeitando o uso padrão e culto de linguagem, a clareza, concisão, formalidade e uniformidade do texto. É de conhecimento de todos que cada gabinete possui sua própria formatação e banco de modelos padrão, sempre de acordo com o entendimento e orientações do juiz, desembargador, promotor, defensor ou do advogado (no caso de assessor privado). 29 Em resumo, as peças jurídicas a serem executadas por um assessor de juiz de direito, por exemplo, podem ser: despachos de mero expediente,decisões interlocutórias e decisões terminativas (sentenças e votos). Despachos de mero expediente são aqueles que não possuem qualquer carga decisória, ou seja, são documentos para impulsionar o processo, determinar diligências básicas, etc. e não implicam em qualquer prejuízo para as partes (art. 203, §3º, CPC). Já as decisões interlocutórias são compreendidas como sendo todo pronunciamento judicial de natureza decisória. Ou seja, por meio deste ato, o julgador vai decidir algo no processo. Exemplo: o magistrado deve analisar um pedido de audiência e deferir ou indeferir; ou analisar um pedido de busca e apreensão e deferir ou indeferir. As possibilidades são enormes (art. 203, §2º, CPC). E as sentenças, ou decisões terminativas são aquelas decisões em que o juiz, por meio de um pronunciamento devidamente fundamentado, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução (art. 203, §1º, CPC). Já se o assessor for de Promotor, por exemplo, fará minutas de denúncias, manifestações, alegações finais, pedidos e requerimentos. Existem várias modalidades de assessor jurídico, e cada uma delas tem suas peculiaridades, mas no geral, a função deste profissional é de auxílio. O assessor carrega consigo a atribuição de ajudar seu superior na execução de todos os atos de sua competência. REFLITA Por que os assessores jurídicos devem ter formação exclusiva em curso de Direito? E quais as principais razões para sua atividade ser essencial à prestação jurisdicional? Fonte: a autora. # REFLITA# 30 ● Doutrina e Jurisprudência Você sabe o que é doutrina, jurisprudência e suas respectivas aplicabilidades? A pesquisa de doutrinas e jurisprudências é atribuição essencial do assessor e é ferramenta elementar para fundamentar decisões, sentenças, pareceres e petições. A doutrina e jurisprudência se traduzem como um meio de evolução do direito (MASSAD, 2016, p. 127). Por doutrina entende-se um conjunto de ideias, princípios, ensinamentos e razões de autores da área do direito que dispõem sobre entendimentos sobre o assunto pesquisado e servem como base do sistema jurídico, vez que fundamentam e dão força ao documento a ser elaborado. A doutrina também tem servido como forma de interpretar a lei, fixando diretrizes gerais de compreensão e aplicabilidade. Por sua vez, a jurisprudência também se constitui como uma fonte do direito, mas representando o posicionamento do judiciário em relação ao assunto, isto é, compõe um conjunto de entendimento e decisões dos tribunais sobre a aplicação do direito aos casos concretos. Decisões reiteradas, proferidas por um órgão julgador onde pelo menos três julgadores compactuam com esta decisão, constituem a jurisprudência como uma fonte do direito e argumento a ser utilizado como embasamento de decisões. Assim, ao julgar ou peticionar sobre determinado caso, o profissional pode transcrever a jurisprudência existente para o tema, justificando, portanto, sua decisão ou pedido. Com efeito, a Constituição Federal leciona que: Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide Lei nº 11.417, de 2006). 31 Assim, quando uma determinada jurisprudência se torna uma decisão e interpretação majoritária sobre o tema, são editadas súmulas ou enunciados pacificando a questão. CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao fim de mais uma unidade! Espero que a partir do estado deste material, prezado (a) aluno (a), você tenha compreendido sobre a função do Assessor Jurídico, suas atribuições e deveres, e possa aplicar em sua vida profissional todas as dicas fornecidas para melhorar ou aplicar em sua função, garantindo maior desempenho e produtividade. O Assessor Jurídico é um profissional indispensável à prestação jurisdicional, sobretudo diante do aumento de processos judiciais ocasionados pela promulgação da Constituição Federal de 1988, também conhecida como Constituição Cidadã, que traz um texto rico em direitos e garantias que devem ser instrumentalizados e aplicados na prática. As pautas de coletividade contribuíram para o fomento dessa profissão que tende a ter demandas muito maiores. O julgador, assim como os promotores, desembargadores, defensores e advogados necessitam do devido apoio especializado a ser realizado por profissionais do direito, que o auxiliarão na tomada de decisões e soluções. 32 Portanto, fechamos este conteúdo salientando que o assessor jurídico exerce uma função primordial de auxílio relacionado às áreas jurídicas, sendo requisito obrigatório, formação em curso superior de Direito, em Instituição de Ensino devidamente reconhecida pelo MEC. LIVRO Título: Atribuições do assessor jurídico, do analista judiciário e do técnico judiciário. Autores: Carlos Eduardo Massad Editora: Intersaberes Sinopse: Quais são as atribuições de assessores jurídicos, analistas judiciários e técnicos judiciários? Quais requisitos esses profissionais precisam preencher para ingressar nessas carreiras? Em que áreas atuam? Sem dúvida, as atividades desempenhadas por esses profissionais são de extrema importância para o bom funcionamento da estrutura jurídica de nosso país. Conhecendo melhor as responsabilidades desses cargos, você poderá compreender como o trabalho de assessores jurídicos e analistas e técnicos judiciários é relevante para a sociedade no que diz respeito ao acesso do cidadão à justiça. O conteúdo que você encontrará neste livro ampliará sua percepção sobre o funcionamento do Poder Judiciário no Brasil. 33 Título: Justiça Estadual - Manual do Assessor: Teoria e Prática Autor: Igor Gouveia de Andrade e Vanessa Carvalho Barros de Castro Editora: Canal6 Sinopse: Este livro é um guia teórico e prático demonstrando as formas de acesso e permanência no cargo, salário, princípios, e, ainda, os softwares mais utilizados, importante para aqueles que desejam adentrar mais a fundo na profissão de assessor. 34 FILME/DOCUMENTÁRIO Documentário: 30 anos da Constituição Direção: TV Justiça Oficial Data de Lançamento: 2018 Sinopse: A Constituição Federal de 1988 completa três décadas e o documentário “30 anos da Constituição” apresenta o processo de construção da lei suprema do país. Personagens históricos falam sobre sua participação no desenvolvimento da sétima Carta Magna brasileira, a primeira após a Ditadura Militar e que contou com a inédita participação popular. 35 LEITURA COMPLEMENTAR Artigo: Assessores de magistrados têm papel essencial no nosso sistema de Justiça Autores: Vladimir Passos de Freitas Site Conjur – Consultor Jurídico Disponível em: < https://www.conjur.com.br/2017-nov-05/segunda-leitura- assessores-papel-essencial-nosso-sistema-justica> Resumo: Referido texto aborda a essencialidade do assessor jurídico no cenário jurídico brasileiro, que diante da alta demanda de processos, exigiu a presente deste profissional na resolução de conflitos e auxílio da prestação jurisdicional. REFERÊNCIAS BRASIL. Código de Processo Civil (2015). Brasília, DF: Senado, 2015. BRASIL. Constituição (1988). Constituição Federal. Brasília, 1988. 36 BRASIL. Lei nº 11.415, de 15 de dezembro de 2006. Brasília, 2006.BRASIL. Lei nº 11.416, de 15 de dezembro de 2006. Brasília, 2006. BRASIL. Lei nº 8.906, de 04 de julho de 1994. Brasília, 1994. CAPPELLETTI, M.; GARTH, B. Acesso à justiça. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1988. FREITAS, V. P. de. Assessores de magistrados têm papel essencial no nosso sistema de Justiça. 2017. Conjur. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2017-nov-05/segunda-leitura-assessores-papel- essencial-nosso-sistema-justica. Acesso em: 06 mar. 2021. MASSAD, C. E. Atribuições do assessor jurídico, do analista judiciário e do técnico judiciário. Curitiba: InterSaberes, 2016. PARANÁ, Tribunal de Justiça do Estado do. Assembleia Legislativa aprova cargos de assessores para todos os magistrados do Paraná. Disponível em: https://www.tjpr.jus.br/home?p_p_id=101&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximiz ed&p_p_mode=view&_101_struts_action=%2Fasset_publisher%2Fview_conte nt&_101_returnToFullPageURL=%2F&_101_assetEntryId=59007&_101_type= content&_101_groupId=18319&_101_urlTitle=assembleia-legislativa-aprova- cargos-de-assessores-para-todos-os-magistrados-do- parana&inheritRedirect=true. Acesso em: 06 mar. 2021. PARANÁ, Tribunal de Justiça do Estado do. TJPR aprova anteprojeto de lei que equaliza a força de trabalho entre o 1º e o 2º graus de Jurisdição. 2020. Disponível em: https://www.tjpr.jus.br/destaques/- /asset_publisher/1lKI/content/tjpr-aprova-anteprojeto-de-lei-que-equaliza-a- forca-de-trabalho-entre-o-1-e-o-2-graus-de- jurisdicao/18319?inheritRedirect=false. Acesso em: 06 mar. 2021. PARANÁ. Lei Estadual nº 15.831, de 12 de maio de 2008. Curitiba, 2008. PARANÁ. Lei Estadual nº 16.024, de 19 de dezembro de 2008. Estatuto dos Funcionários do Poder Judiciário. Curitiba, 2008. PARANÁ. Lei Estadual nº 16.748, de 29 de dezembro de 2010. Curitiba, 2010. PARANÁ. Lei Estadual nº 16.957, de 05 de dezembro de 2011. Curitiba, 2011. PARANÁ. Lei Estadual nº 17.249, de 2012. Curitiba, 2012. PARANÁ. Lei Estadual nº 17.474/2013, de 02 de janeiro de 2013. Curitiba, 2010. PARANÁ. Lei Estadual nº 17.528, de 26 de março de 2013. Curitiba, 2013. PARANÁ. Lei Estadual nº 20.329, de 24 de setembro de 2020. Curitiba, 2020. 37 RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 12.264, de 17 de maio de 2005. Porto Alegre, 2011. SANTA CATARINA. Lei Complementar nº 406, de 25 de janeiro de 2008. . Florianópolis, 2008. SHUTTERSTOCK. Imagem. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/lawyers-team-legal-department- business-financial-1748153504. Acesso em: 19 maio 2021. SHUTTERSTOCK. Imagem. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/justice-law-isometric-illustration- firm-1459522991. Acesso em: 19 maio 2021. SHUTTERSTOCK. Imagem. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/business-lawyer-holding-wooden- judge-gavel-1104917564. Acesso em: 19 maio 2021. SHUTTERSTOCK. Imagem. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/advocate-barrister-giving-speech- courtroom-front-1909334188. Acesso em: 19 maio 2021. TJPR. Decreto Judiciário nº. 391, de 19 de maio de 1995. TJSC. Resolução GP º. 29, de 1º de junho de 2017. Florianópolis, 2017. TJSC. Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Assessor Jurídico. Disponível em: https://www.tjsc.jus.br/web/servidor/assessor-juridico. Acesso em: 06 mar. 2021. 1 UNIDADE IV DA RESPONSABILIDADE CIVIL, ADMINISTRATIVA E PENAL Prof. Ma. Raiza Eloa Brambilla Catanio1 Plano de Estudo desta Unidade: ● Das nuances gerais quanto à responsabilidade civil no exercício das atividades de analista, técnico e assessor jurídico; ● Da responsabilidade administrativa quanto à responsabilidade civil no exercício das atividades de analista, técnico e assessor jurídico; ● Da responsabilidade penal quanto à responsabilidade civil no exercício das atividades de analista, técnico e assessor jurídico; ● Da exemplificação com casos práticos da responsabilidade civil, administrativa e penal. Objetivo de Aprendizagem: Caro (a) aluno (a), para finalizar o estudo relativo à compreensão do papel do gestor, com enfoque nos cargos de analista, técnico e assessor jurídico, 1 Mestra em Ciências Jurídicas pela Universidade Cesumar – UniCesumar, pós-graduanda em Docência no Ensino Superior, pela Uniasselvi, Assessora Jurídica no Tribunal de Justiça do Estado do Paraná – TJPR. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6265742338541943. E-mail: raizaeloa@hotmail.com. 2 faremos um diagnóstico sobre a responsabilidade administrativa, civil e penal destes profissionais no exercício da atividade. Ao final, exemplificaremos a responsabilidade dos ocupantes de tais cargos com casos práticos. 3 INTRODUÇÃO Neste último item do nosso estudo, abordaremos as responsabilidades e penalidades cabíveis ao analista e técnico judiciário e ao assessor jurídico. Desta forma, adentraremos no estudo das responsabilidades dos servidores públicos diante dos atos e infrações por eles praticadas, no exercício de sua respectiva função pública. O objetivo desta unidade é expor e exemplificar o instituto da responsabilização, tanto na esfera administrativa, na esfera penal, quanto na esfera civil. A Lei Federal nº 8.112, de 1990, dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais e serve como embasamento legal para a apuração das responsabilidades e aplicação de penalidades aos servidores públicos. Para contextualizar, vivemos em um período contemporâneo onde toda e qualquer ação gera efeitos, reações. Por vezes, referidos atos trazem consigo consequências indesejadas, mas que devem ser arcadas. A Constituição Federal traz consigo todo um rol de princípios e direitos que devem ser observados, sendo que toda violação de garantia de direitos deve ser reparada, a fim de se evitar injustiças e desigualdades. À essa reparação, dá-se o nome de responsabilização. Ou seja, o autor do dano (ato que teve consequências) será devidamente responsabilizado, mesmo que agindo com intenção ou não. E por essa razão, não seria diferente com os servidores públicos, sobretudo diante de exercerem função junto à Administração Pública. E por trabalharem junto à Administração Pública, dentro de um Estado Democrático de Direito, os servidores públicos, tornam-se titulares de direito e deveres concernentes às suas funções, e em virtude disso, podem ser responsabilizados pelo cometimento de atos e infrações. A Constituição de 1988 define “Servidores Públicos” como todas as pessoas que prestam serviços à Administração Pública direta, autarquias e fundações públicas e que possuem vínculo empregatício, 4 O art. 121 da Lei nº 8.112/90 dispõe que “O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições. ”. Por essa razão, todo e qualquer servidor público que no exercício de sua atividade profissional ou na imissão de praticá-la, poderá incorrer na prática de infrações administrativas de ordem administrativa, civil ou criminal. Neste sentido, conforme as lições de Hely Lopes Meirelles (2006, p. 466) essas infrações deverão ser responsabilizadas tanto pela Administração Pública, quanto perante a Justiça Comum. A seguir, veremos cada uma dessas modalidades de responsabilização do analista e técnico judiciário e do assessor jurídico, bem como as infrações, penalidades e exemplos de casos concretos. Figura 1 - Operador do Direito Fonte: shutterstock 5 TÓPICO I Das nuances gerais quanto à responsabilidade civil no exercício das atividades de analista, técnico e assessor jurídico Podemos conceituar a responsabilidade civil como uma obrigação do servidor público em reparar supostos danos que tenha causados à Administração, por culpa ou dolo, enquanto desempenhava suas funções. É muitoimportante lembrar que para a responsabilidade civil do servidor, é imprescindível que tenha ocorrido um dano patrimonial à Administração. Referida ordem patrimonial tem fundamento no art. 186 do Código Civil, Lei nº. 10.406/22, na medida em que este dispõe que: Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Por esse motivo, a Administração não pode deixar de responsabilizar seus servidores, ou se isentar dessa responsabilização civil, pelo simples motivo de não possuir o poder de dispor sobre o patrimônio público. Não existindo qualquer dano patrimonial, não persistem fundamentos aptos para ensejar a responsabilização civil, pois esta tem como objetivo principal a reparação material ou pecuniária sofrida pela Administração. (MEIRELLES, 2006, p. 470). Veja as palavras do autor: A comprovação do dano e da culpa do servidor é comumente feita através do processo administrativo, findo o qual a autoridade competente lhe impõe a obrigação de repará-lo, através de indenização em dinheiro, indicando a forma de pagamento. Os estatutos costumam exigir a reposição de uma só vez quando o prejuízo decorrer de alcance, desfalque, remissão ou omissão de recolhimento ou entrada no prazo devido. (MEIRELLES, 2006, p. 470) 6 No entanto, quando um terceiro (exemplo: usuário do serviço público), sofrer alguma lesão que se deu por meio de ato praticado por servidor público, incide a aplicação do art. 37, § 6°, da Constituição Federal de 1988. Mencionado artigo dispõe que nestas situações específicas, o Estado responde objetivamente e independente de culpa ou dolo: Art. 37. […] §6º. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. E, ao contrário do que ocorre com a responsabilidade do Estado, que é objetiva, a responsabilidade do próprio servidor é subjetiva. Desta forma, o servidor apenas responderá pelos danos que causar, se forem cometidos por ação ou omissão e somente depois que restar comprovado que houve culpa ou dolo (intenção) do servidor em praticar a ação que deu causa a responsabilidade. (ALEXANDRINO; PAULO, 2011, p. 401). Assim, em um primeiro momento, a pessoa que foi vítima do dano promove uma ação contra o Estado. Após o caso ser sentenciado e transitado em julgado, e sendo a sentença condenatória, é possível que o Estado, que já respondeu objetivamente pelo dano, proponha uma ação de regresso contra seu servidor, com o objetivo de ressarcir os valores que foi condenado a indenizar, desde que seja comprovada a culpa ou dolo do agente público. É relevante salientar que a responsabilidade civil do servidor público é independente das outras formas de responsabilização (administrativa e penal), na medida em que é apurada e verificada na Justiça Comum, na área do Direito Privado. Assim, a responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros (art. 122 da lei n. º 8.112/90), e tem fundamento nos artigos 186, 187 e 927 do Código Civil, o qual impõe a todo aquele causar prejuízo a outrem a obrigação de reparação. - Ato omissivo: o agente pratica o ato por meio de uma ação); 7 - Ato comissivo: o agente pratica o ato através de uma omissão, um não agir, ou seja, deixa de fazer algo que deveria. - Ato doloso: nesse tipo de conduta o agente age com intenção de praticar a ação e produzir o resultado. - Ato culposo: não há a intenção de se obter o resultado, todavia, isso decorre de um comportamento negligente, imprudente ou não feito com a habilidade apropriada. Via de regra, a responsabilização civil, exige o conjunto dos seguintes requisitos: a) Ação ou omissão antijurídica; b) Dolo ou culpa; c) Relação de causalidade entre a ação ou omissão e o dano; d) Existência de um dano moral ou material. Tanto na ação de regresso do Estado contra o servidor, quanto na ação de indenização por prejuízos causados à Administração diretamente, inexistindo bens do servidor público para garantir e pagar a execução, poderão ser realizados descontos mensais em sua remuneração. Referidos descontos não podem ultrapassar 10% do valor da remuneração percebida pelo servidor. Outrossim, em se tratando de servidor regido pela CLT, há que se observar os termos desta para então promover o desconto. Desta forma, é necessário que o servidor celetista expresse sua autorização para os respectivos descontos. Já no caso de prejuízo causado ao erário ou ao patrimônio das estatais por crime, o servidor estará sujeito ao sequestro e perdimento de bens, conforme a Lei n. º 8.429/92: Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do sequestro dos bens do 8 agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público. § 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil. § 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais. Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar. § 1º As ações de que trata este artigo admitem a celebração de acordo de não persecução cível, nos termos desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) § 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à complementação do ressarcimento do patrimônio público. § 3o No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, aplica-se, no que couber, o disposto no § 3o do art. 6o da Lei no 4.717, de 29 de junho de 1965. (Redação dada pela Lei nº 9.366, de 1996) § 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade. § 5o A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001) § 6o A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) § 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) § 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) § 9o Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) § 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) § 10-A. Havendo a possibilidade desolução consensual, poderão as partes requerer ao juiz a interrupção do prazo para a contestação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o processo sem julgamento do mérito. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) § 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos regidos por esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1o, do Código de Processo Penal. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225- 45, de 2001) § 13. Para os efeitos deste artigo, também se considera pessoa jurídica interessada o ente tributante que figurar no polo ativo da http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#art822 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#art825 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4717.htm#art6%C2%A73 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4717.htm#art6%C2%A73 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4717.htm#art6%C2%A73 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4717.htm#art6%C2%A73 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4717.htm#art6%C2%A73 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4717.htm#art6%C2%A73 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4717.htm#art6%C2%A73 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4717.htm#art6%C2%A73 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9366.htm#art11 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9366.htm#art11 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2180-35.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2180-35.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#art16 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#art16 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2225-45.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2225-45.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2225-45.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2225-45.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2225-45.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2225-45.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2225-45.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art221 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art221 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art221 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art221 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art221 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art221 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2225-45.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2225-45.htm#art4 9 obrigação tributária de que tratam o § 4º do art. 3º e o art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016) Art. 17-A. (VETADO): (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito. Conforme Odete Medauar (2011, p. 321): [...] para que o servidor possa ser responsabilizado e obrigado a pagar o prejuízo, é necessário comprovar seu dolo (teve intenção de lesar ou assumiu esse risco) ou sua culpa (imprudência, negligência ou imperícia). Para isso, a Administração é obrigada a tomar as medidas legais pertinentes, não podendo, a priori, inocentar o servidor [...]. Desta forma, podemos concluir o debate afirmando que tanto o analista e o técnico judiciário, quanto o assessor jurídico, por serem servidores públicos, estão sujeitos a incorrer nas sanções dispostas na Lei nº. 8.112/90, em razão de seu cargo. Assim, deve o servidor zelar pelo bom exercício de suas atividades, sob pena de incorrer nas penalidades descritas na lei anteriormente citada. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp116.htm#art3%C2%A74 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp116.htm#art8a http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp116.htm#art8a http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp157.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp157.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art6 10 TÓPICO II Da responsabilidade administrativa quanto à responsabilidade civil no exercício das atividades de analista, técnico e assessor jurídico Fonte: shutterstock Já em relação à responsabilidade administrativa, podemos dizer que esta diz respeito aos encargos incumbidos ao servidor público que viola normas internas da própria Administração. É importante ressaltar que o servidor público, quando do exercício de suas funções e atribuições junto ao órgão que atua, está sujeito aos estatutos, decretos, disposições complementares ou provimentos regulamentares das funções públicas. (MEIRELLES, 2006, p. 467). Neste sentido, por exemplo, vamos citar o caso de um analista judiciário. Em se tratando de servidor de um Tribunal de Justiça, está sujeito às normas do referido tribunal, sendo que seu descumprimento implicará em violação às normas internas e consequentemente, poderá sofrer sanções administrativas. Essa falta funcional do servidor para com a Administração dá origem a um ilícito administrativo que decorre da ação ou omissão do servidor, seja por dolo ou culpa. 11 Desta forma, a própria Administração deverá instaurar um procedimento adequado para apurar as condutas do seu servidor. É importante ressaltar que esse procedimento não vai para a justiça comum, é um procedimento interno!! Mas, mesmo sendo um procedimento interno, também é direito do servidor a garantia ao contraditório e a ampla defesa, ou seja, ele tem o direito de acompanhar todo o procedimento e se defender. (DI PIETRO, 2011, p. 589) Outrossim, todas as punições a serem aplicadas pela Administração ao servidor público, devem estar em conformidade com as legislações pertinentes, decretos e demais dispositivos que se baseiam. Ou seja, as punições não podem ser arbitrárias. A aplicação das penalidades deve ser devidamente fundamentada e motivada, sendo de atribuição da própria autoridade administrativa competente, justificar a aplicação da punição imposta ao servidor, demonstrando quais foram os regulamentos violados, a punição aplicada e em quais dispositivos legais elas estão previstas. E também, as penalidades administrativas não dependem de um processo na esfera civil ou na esfera penal. Caso o mesmo ato tenha gerado procedimentos de responsabilidade civil penal e administrativa, a Administração não tem a obrigação de aguardar que os procedimentos penais e cíveis sejam finalizados para impor a punição que entende cabível. Mas, caso o servidor punido administrativamente seja absolvido penalmente, por comprovação da inexistência do fato, existência de circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena, será afastada a sua punibilidade na esfera administrativa. 12 TÓPICO III Da responsabilidade penal quanto à responsabilidade civil no exercício das atividades de analista, técnico e assessor jurídico A responsabilidade penal do servidor público abrange todos os crimes e contravenções penais imputadas a ele. Outrossim, para efeitos penais, o art. 317, do Código Penal, Lei nº 2.848/40, leciona que: Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.E em complementação, o parágrafo único do referido artigo conceitua que também são equiparados a “funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública”. Podemos dizer que a responsabilidade criminal decorre do cometimento de crimes funcionais, que estão previstos no Código Penal, e que podem atingir qualquer funcionário público que se qualifique como sendo. (MEIRELLES, 2006, p. 471 e 472). Ao contrário do que ocorre com a responsabilidade administrativa, a responsabilidade penal é apurada pelo Poder Judiciário. E quais crimes a responsabilidade penal abrange? O artigo art. 123 da Lei nº. 8.112/90 define que a responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade. Requisitos da responsabilidade penal: a) exige dolo ou culpa; b) nexo de causalidade; c) dano concreto ou perigo de dano, ou seja, a tentativa também é punida. 13 No Código Penal os crimes funcionais estão nos artigos 312 a 326, sendo que o elemento subjetivo do tipo é ser funcionário público, de forma que os assessores, técnicos e analistas podem incorrer nesses crimes. Ademais, crimes praticados por funcionário público contra a Administração em geral, também podem ser encontrados na Lei nº 4.898/65 e Lei nº 8.666/93, que tratam sobre as condutas qualificadas como abuso de autoridade e licitações, respectivamente. E trata-se de crimes funcionais e de responsabilidade, cuja ação penal é pública, de forma que é necessária a instauração de um processo. A autoridade competente deve ser comunicada ou deve ser feita denúncia pelo Ministério Público. Geralmente, a apuração da responsabilidade criminal do servidor público é conhecida após o procedimento administrativo disciplinar, que depois de verificados pela Administração e pelo agente competente, é enviado ao Promotor de Justiça para que leve o fato ao conhecimento do judiciário. A sentença criminal poderá ser de condenação ou de absolvição do servidor. ● Da independência entre as esferas civil, administrativa e penal Como percebido nesta Unidade, existem três esferas de responsabilidade: 1. Administrativa; 2. Civil; 3. Penal. É importante mencionarmos novamente que elas são independentes entre si. Mas o que isso quer dizer? Bom, significa que elas podem ser apuradas separadamente ou em conjunto. Sobre os meios de punição dos servidores públicos, em razão do cometimento do ilícito penal, Hely Lopes Meirelles salienta que: 14 “[…] a responsabilização e a punição dos servidores públicos fazem- se por meios internos e externos. Aqueles abrangem o processo administrativo disciplinar e os meios sumários, com a garantia do contraditório e da ampla defesa; estes compreendem os processos judiciais, civis e criminais. Os meios internos, desenvolvem-se e se exaurem no âmbito da própria Administração; os meios externos ficam a cargo exclusivo do Poder Judiciário”. (MEIRELLES, 2006, p. 472) O art.125 da Lei n.° 8.112/1990, dispõe que as esferas civil, penal e administrativa são independentes entre si, mas podem acumular-se. Todavia, é possível que, por exemplo, um fato estar tipificado em uma lei penal como crime ou contravenção e ao mesmo tempo se enquadrar como infração disciplinar em alguma lei administrativa e, podendo ainda, causar danos patrimoniais, ou seja, cíveis, que devem ser indenizados. Neste caso, a condenação criminal do servidor por esse fato irá interferir nas esferas cível e administrativa. (ALEXANDRINO; PAULO, 2011, p. 402) Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2011, p. 615), sobre a sentença condenatória na instância penal, dispõe que: “quando o funcionário for condenado na esfera criminal, o juízo cível e a autoridade administrativa não podem decidir de forma contrária, uma vez que, nessa hipótese, houve decisão definitiva quanto ao fato e à autoria, aplicando-se o artigo 935 do Código Civil de 2002”. E assim como a condenação penal, a absolvição também gera seus efeitos. O art. 126 da mencionada lei determina que nos casos de absolvição criminal por inexistência do fato ou de autoria, a responsabilidade administrativa do servidor será afastada. É possível que o servidor seja condenado no âmbito administrativo e condenado no criminal e no civil, ou condenado na esfera criminal e absolvido administrativamente e civilmente, etc. São inúmeras as possibilidades, pois as esferas são independentes e autônomas entre si, são os casos Figura 2 - Esferas de Responsabilização 15 Fonte: a autora. REFLITA Um analista judiciário foi responsabilizado por seus atos na esfera cível e administrativa. Após algum tempo sobreveio absolvição na esfera criminal por falta de provas de sua conduta. Esse servidor deve ter as outras responsabilidades já julgadas afastadas (civil e administrativa) e seus efeitos devem retroagir? Resposta: Não!! Pois como o art. 126 descreve, referidas responsabilidades somente serão afastadas (mesmo após julgadas) se a absolvição for por inexistência do fato ou da autoria, salvo os casos de excepcionalidade. Fonte: art. 126, Lei n. 8.112/90. #REFLITA# ● Dos deveres do analista, técnico e assessor jurídico Esferas de Responsabiliz ação Civil Administrativa Penal 16 Como já estudamos nas unidades anteriores, os analistas, técnicos e assessores jurídicos possuem suas atribuições e funções, sendo que seus deveres estão ligados ao bom funcionamento do serviço público. Via de regra, os deveres desses servidores estão previstos em estatutos e decretos próprios e seus respectivos descumprimentos podem ensejar punições administrativas. ● Do afastamento do servidor O servidor público poderá ser afastado de suas funções por até 60 dias, como medida cautelar, a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da irregularidade (art. 147, da Lei n.º 8.112/90). SAIBA MAIS Esse afastamento é prorrogável? E o servidor deixa de receber sua remuneração? Bom, o afastamento pode ser prorrogado uma única vez e não há prejuízo na remuneração do servidor afastado. Fonte: art. 147, parágrafo único, da Lei n.º 8.112/90. #SAIBA MAIS# ● Das penalidades A Lei n. º 8.112/90, em seu art. 127, traz algumas penalidades disciplinares a serem aplicadas ao servidor, sendo elas: a) Advertência – por escrito e em casos de faltas de menor gravidade, (exemplo incisos I a VIII e XIX do art. 117). Também poderá ser aplicada quando inobservados os deveres funcionais previstos em lei, regulamento ou norma interna, desde que não justifique a aplicação de penalidade mais grave (art. 129 da Lei n.º 8.112/90); 17 b) Suspensão – será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias (art. 130 da Lei n. º 8.112/90); c) Demissão – é a penalidade máxima do servidor na esfera administrativa e deve ser aplicada pelas autoridades máximas de cada Poder, nos casos de: I. Crime contra a administração pública; II. Abandono de cargo (falta no serviço, injustificadamente, por mais de 30 dias consecutivos); III. Inassiduidade habitual (falta no serviço, injustificadamente, por 60 dias de modo intercalado, em 12 meses); IV. Improbidade administrativa; (ver Lei n. º 8.429/92); V. Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; VI. Insubordinação grave em serviço; VII. Ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; VIII. Aplicação irregular de dinheiros públicos; IX. Revelação de segredo doqual se apropriou em razão do cargo; X. Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; XI. Corrupção; XII. Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; XIII. Transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. d) Cassação de aposentadoria ou disponibilidade – em casos onde o servidor já está aposentado e tenha tomado ciência, dentro do prazo de prescrição sobre a penalidade de 5 anos, de falta punível com demissão. e) Destituição de cargo em comissão – ocorre em razão de falta punível com demissão, em caso de servidor que não é efetivo. 18 f) Destituição de função comissionada – ocorre para o servidor efetivo que além das demais penalidades que lhe forem impostas, perderá também sua função comissionada. ● Da Sindicância e do Processo Administrativo Disciplinar Por sindicância, entende-se o procedimento que apura os fatos irregulares, ocorridos no exercício do serviço público, pelo servidor e que não estão bem definidos, de forma que é necessária uma investigação para melhor apurar as condutas possivelmente praticadas, os aspectos da situação e seus respectivos autores. Já o Processo Administrativo Disciplinar, conhecido como PAD, destina- se à apuração de irregularidades praticadas no exercício das atividades da administração e que devem estar formalizadas e expressas em um processo. Outrossim, apesar de se tratar de um procedimento administrativo, o PAD deve respeitar preceitos da Constituição Federal, como por exemplo, estes, disposto no art. 5º, incisos: ✔ LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; ✔ LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; ✔ LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. E no art. 41, §1º, inciso II, também da CF/88: ✔ Art. 41, § 1º, inciso II, como exigência de realização desse tipo de processo para aplicação das penas que impliquem perda de cargo de funcionário estável. 19 O PAD tem como finalidade apurar as responsabilidades de servidor por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre investido (art.148, Lei nº. 8.112/90). SAIBA MAIS Referida apuração é obrigatória e deve ser realizada através de processo disciplinar, sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar punição de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão (art. 146, Lei nº. 8.112/90). #SAIBA MAIS# 20 TÓPICO IV Da exemplificação com casos práticos da responsabilidade civil administrativa e penal A seguir, serão expostos alguns exemplos de casos práticos e responsabilidades dos servidores públicos. Exemplo 1 – João, analista judiciário, servidor público federal, enquanto estava em seu local de trabalho, inicia uma discussão com José, técnico judiciário e seu colega de trabalho e no meio da briga, acaba por assassiná-lo. Trata-se de um crime de homicídio e será apurado pela Polícia Federal, bem como a denúncia será oferecida pelo Ministério Público Federal e o julgamento será realizado pelo Poder Judiciário Federal. E, além da apuração do fato na esfera penal, a autoridade administrativa tem o dever de instaurar um processo disciplinar, mas não para averiguar e apurar o crime de homicídio, pois não é de sua competência, mas sim para apurar se a conduta do servidor infringe alguma norma ou ditame da Administração Pública. Nesta situação, é muito provável que a autoridade administrativa expeça Portaria descrevendo os fatos e o enquadrará nas condutas previstas no art. 132, da lei nº 8.112/1990. Exemplo 2 – Mariana, assessora de magistrado, subtraiu um computador da repartição pública onde trabalha. E assim, praticou, supostamente, o crime de peculato-furto, previsto no art. 312 do Código Penal. Nesta situação a autoridade administrativa também não irá apurar o ilícito penal, mas sim, editará Portaria para abertura do processo administrativo disciplinar, onde deverá descrever o fato e enquadrar a conduta nos tipos previstos na lei nº 8.112/1990, mais precisamente nos artigos 116, 117 e/ou 132. Neste caso, ainda, além de violar a moralidade da administração e cometer crime, Mariana causou danos ao patrimônio, de forma que poderá ser responsabilizada civilmente a ressarcir o prejuízo causado. 21 Exemplo 3 – Pedro, analista judiciário e chefe em cargo comissionado é muito envolvido em questões políticas e é filiado a um partido, onde atua fervorosamente. Todos os dias, Pedro coage seus subordinados Joana, Márcio e Julia a filiarem-se a seu partido, falando que os destituirá do cargo e dará causa à instauração de procedimento administrativo contra seus subordinados. Joana, Márcio e Julia cansados das ameaças decidem denunciar Pedro, que será investigado por meio de PAD. A administração deve expedir Portaria descrevendo os fatos e o enquadrar referido servidor nas condutas previstas no art. 117, VII, da Lei nº 8.112/1990, bem como analisar qual punição do art. 127 lhe é cabível, sendo que em razão da coação, Pedro inclusive poderá ser afastado temporariamente de suas funções, até que o procedimento seja concluído. Jurisprudências sobre o tema: 1 – APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE ATO ADMINISTRATIVO. REINTEGRAÇÃO EM CARGO PÚBLICO. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. PENA DEMISSÃO. AÇÃO PENAL ABSOLUTÓRIA. INSUFICIÊNCIA DE PROVAS. COMUNICABILIDADE DE INSTÂNCIAS. INOCORRÊNCIA. PARADIGMAS APRESENTADOS. INADEQUADOS. DEMISSÃO. DEVIDO PROCESSO LEGAL. ILEGALIDADE. INEXISTÊNCIA. I - Por força do princípio da independência das instâncias, a esfera administrativa só se subordina à penal quando a sentença absolutória reconhece que não houve ocorrência do fato ou que negue a autoria, o que não é o caso dos autos em que a absolvição se fundamentou na insuficiência de provas. II - A recorrente foi absolvida na esfera penal por insuficiência de provas nos termos do art. 386, inciso VII, do CPP, o que não produz efeitos sobre a decisão administrativa que demitiu a apelante. III - Os casos apontados pela apelante em que servidores foram readmitidos, após o trânsito da sentença absolutória, não se prestam como paradigmas pois não se enquadram no caso tipificado da recorrente, sendo, pois, despiciendo manifestar sobre cada um deles. IV - O processo administrativo que culminou com a demissão da apelante observou os princípios do contraditório e da ampla defesa para a obtenção do devido processo legal, o que não configura ato ilícito, inexistindo, pois, 22 ilegalidade na pena de demissão aplicada. APELAÇÃO CONHECIDA E DESPROVIDA. SENTENÇA MANTIDA. (TJ-GO - (CPC): 02667559320168090051, Relator: NORIVAL DE CASTRO SANTOMÉ, Data de Julgamento: 05/10/2018, 6ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ de 05/10/2018). 2 – ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL. PAD. DEMISSÃO. FATO SUPERVENIENTE. ABSOLVIÇÃO NO JUÍZO PENAL. NEGATIVA DE EXISTÊNCIA DO FATO. AUSÊNCIA DE FALTA DISCIPLINAR RESIDUAL. MANIFESTAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO PELA CONCESSÃO DAORDEM. ORDEM CONCEDIDA.1. O impetrante foi demitido do cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal, em razão da conclusão do processo administrativo disciplinar de que ele teria classificado terminais de captação de apostas, cuja importação é proibida, como produto de informática, de importação permitida. A conduta foi enquadrada nos arts. 117, IX, e132, IV, da Lei n. 8.112/1990.2. O processo administrativo disciplinar não é dependente da instância penal, porém,nos termos do art. 126, da Lei n.8.112/1990, a responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de o Juízo Criminal proferir sentença absolutória que negue a existência do fato ou sua autoria, exceto se houver falta disciplinar residual não englobada pela sentença penal (Súmula n. 18/STF).3. In casu, os fatos expostos na sentença da Ação Penal movida contra o impetrante são os mesmos tratados no PAD e não há resíduo punível, pois na esfera criminal foi absolvido por inexistência do fato delituoso, nos termos do art. 386, I, do CPP.4. Ordem concedida. (STJ – Acórdão Ms 14717 / Df, Relator(a): Min. Antonio Saldanha Palheiro, data de julgamento: 28/11/2018, data de publicação: 01/02/2019, 3ª Seção) 3 – RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO PODER PÚBLICO – ELEMENTOS ESTRUTURAIS. PRESSUPOSTOS LEGITIMADORES DA INCIDÊNCIA DO ART. 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO. HOSPITAL PÚBLICO QUE INTEGRAVA, À ÉPOCA DO FATO GERADOR DO DEVER DE INDENIZAR, A ESTRUTURA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE. RESPONSABILIDADE CIVIL DA PESSOA ESTATAL QUE DECORRE, NA ESPÉCIE, DA INFLIÇÃO DE DANOS CAUSADOS A 23 PACIENTE EM RAZÃO DE PRESTAÇÃO DEFICIENTE DE ATIVIDADE MÉDICO-HOSPITALAR DESENVOLVIDA EM HOSPITAL PÚBLICO – LESÃO ESFINCTERIANA OBSTÉTRICA GRAVE. FATO DANOSO PARA A OFENDIDA RESULTANTE DE EPISIOTOMIA REALIZADA DURANTE O PARTO – OMISSÃO DA EQUIPE DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE, EM REFERIDO ESTABELECIMENTO HOSPITALAR, NO ACOMPANHAMENTO PÓS- CIRÚRGICO. DANOS MORAIS E MATERIAIS RECONHECIDOS. RESSARCIBILIDADE. DOUTRINA. JURISPRUDÊNCIA. RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. (STF - AI: 852237 RS, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Data de Julgamento: 25/06/2013, Segunda Turma, Data de Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-176 DIVULG 06-09-2013 PUBLIC 09-09-2013) 4 – DIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. INFRAÇÃO DISCIPLINAR. RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA E PENAL. INDEPENDÊNCIA DE INSTÂNCIAS. ABSOLVIÇÃO PENAL. INEXISTÊNCIA DO FATO. FALTA RESIDUAL. INEXISTÊNCIA. 1. “As responsabilidades disciplinar, civil e penal são independentes entre si e as sanções correspondentes podem se cumular (art. 125); entretanto, a absolvição criminal, que negue a existência do fato ou de sua autoria, afasta a responsabilidade administrativa (art. 126)”. MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 14. ed. São Paulo: Malheiros, 2001. 2. O artigo 23 da Lei 8.935/94 não resta violado quando o fato imputado ao agente, que fundamentou a aplicação da pena de suspensão por 90 (noventa) dias, restou declarado inexistente, não havendo conduta outra, cometida pelo servidor, capaz de configurar-se como infração disciplinar, a justificar a aplicação daquela penalidade. 3. É que a responsabilidade administrativa deve ser afastada nos casos em que declarada a inexistência do fato imputado ao servidor ou negada sua autoria pela instância penal. 4. Destarte, afastada a responsabilidade criminal do servidor, por inexistência do fato ou negativa de sua autoria, afastada também estará a responsabilidade administrativa, exceto se verificada falta disciplinar residual , não abrangida pela sentença penal absolutória. Inteligência, a contrario sensu, da Súmula 18 do STF, verbis: “Pela falta residual, não 24 compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é admissível a punição administrativa do servidor público”. REsp 1199083/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 24/08/2010, DJe 08/09/2010; MS 13.599/DF, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 12/05/2010, DJe 28/05/2010; Rcl .611/DF, Rel. Ministro WALDEMAR ZVEITER, CORTE ESPECIAL, julgado em 18/10/2000, DJ 04/02/2002. 5 – PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. ANALISTA JUDICIÁRIO, EXECUÇÃO DE MANDADOS. SINDICÂNCIA INVESTIGATIVA E PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. DENÚNCIA ANÔNIMA. PODER-DEVER DA ADMINISTRAÇÃO. ART. 143 DA LEI 8.112/1990. DENÚNCIA ACOMPANHADA POR OUTROS ELEMENTOS DE PROVA SUFICIENTES A DENOTAR A CONDUTA IRREGULAR DO SERVIDOR. COMISSÃO DE SINDICÂNCIA E DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE. OBSERVÂNCIA DA REGRA DO ART. 149 DA LEI 8.112/1990. EXIGÊNCIA APENAS DO PRESIDENTE DA COMISSÃO OCUPAR CARGO EFETIVO SUPERIOR OU DO MESMO NÍVEL, OU TER NÍVEL DE ESCOLARIDADE IGUAL OU SUPERIOR AO DO INDICIADO. PRECEDENTES. ALEGAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE INFRAÇÃO DISCIPLINAR OU ILÍCITO PENAL. IMPOSSIBILIDADE DE CONHECIMENTO. NECESSÁRIA DILAÇÃO PROBATÓRIA. DESCABIMENTO. RECURSO ORDINÁRIO NÃO PROVIDO. 1. Trata-se de recurso ordinário em Mandado de Segurança onde pretende o recorrente a concessão integral da segurança a fim de reconhecer a nulidade da Sindicância e do Processo Administrativo Disciplinar e, consequentemente, do ato apontado como coator, porquanto teriam sido deflagrados através de denúncia anônima, a violar a regra do art. 144 da Lei 8.112/1990; tendo em vista que o fato noticiado não configuraria evidente infração disciplinar ou ilícito penal, porquanto ocorrido em evento externo ao local de trabalho e que sequer haveria a comprovação da autoria e materialidade, não guardando relação direta com os deveres ou proibições impostas aos servidores públicos federais e diante da inobservância do princípio da hierarquia na formação das Comissões de Sindicância e de Processo Administrativo 25 Disciplinar. 2. É firme o entendimento no âmbito do STJ no sentido de que inexiste ilegalidade na instauração de sindicância investigativa e processo administrativo disciplinar com base em denúncia anônima, por conta do poder- dever de autotutela imposto à Administração (art. 143 da Lei 8.112/1990), ainda mais quando a denúncia decorre de Ofício do próprio Diretor do Foro e é acompanhada de outros elementos de prova que denotariam a conduta irregular praticada pelo investigado, como no presente caso. Precedentes. 3. "A teor do artigo 149 da Lei nº 8.112/90, apenas o Presidente da Comissão Processante deverá ocupar cargo efetivo superior ou do mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado" (MS 9.421/DF, Rel. Ministro Paulo Gallotti, Terceira Seção, julgado em 22/08/2007, DJ 17/09/2007, p. 201). 4. Não há como se conhecer da alegação de que o fato noticiado não configuraria evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a justificar a instauração do PAD, na medida que tais alegações ainda serão examinadas pela Comissão Processante e por demandarem ampla dilação probatória, o que é vedado na via estreita do presente mandamus, a pressupor prova pré-constituída. 5. Recurso ordinário não provido. (STJ - RMS: 44298 PR 2013/0379189-4, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de Julgamento: 18/11/2014, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 24/11/2014). 6 – PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR – TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3ª REGIÃO – INFRAÇÃO DISCIPLINAR – SUSPEIÇÃO – RECEBIMENTO DE VANTAGEM ECONÔMICA – ASSESSOR – IMPEDIMENTO – APOSENTADORIA COMPULSÓRIA. 1. O magistrado deve afastar-se de toda causa que tenha o potencial de alterar expressivamente a posição equidistante na qual deveria se manter em relação às partes dos processos, sob pena de afrontar as exigências legais e éticas que pautam sua atuação profissional. 2. Ao receber vantagem econômica de uma das partes – no caso, mora luxuosamente há anos em apartamento de propriedade do patrono de inúmeros processos julgados por ele, praticamente a título gratuito – é evidente que a independência do magistrado é colocada em jogo, e por ele mesmo. O juiz não pode dispor da independência judicial individual que lhe foi constitucionalmente conferida: ela é mais uma responsabilidade do que um 26 privilégio. Trata-se da responsabilidade de se manter independente, de zelar por sua independência, para quesuas atribuições não sejam ameaçadas por pressões das mais variadas naturezas. Tal conduta configura prática de irregularidades no exercício da magistratura, previstas nos arts. 35, incisos I da LOMAN e a inobservância à vedação imposta pelo art. 95, parágrafo único, inciso IV, da Constituição Federal, ensejando a aplicação da pena de aposentadoria compulsória. 3. Nem todo caso em que o magistrado suspeito para o julgamento de determinados processos deixa de declarar sua suspeição ensejará a punição disciplinar. Na verdade, a combinação da patente suspeição do magistrado, em vista de sua amizade fraternal e do recebimento de vantagem econômica pelos advogados mencionados e, ainda, de sua conduta suspeita, indicando o favorecimento dos mesmos advogados nos processos mencionados, é que evidencia o descumprimento de seus deveres funcionais. 4. A nomeação de servidor advindo do escritório de amigo íntimo do magistrado, daquele que subvenciona sua moradia, e mesmo sabendo que este servidor é filho de membro daquele escritório, mantendo o servidor na elaboração das minutas de decisão, sem qualquer ressalva, sem qualquer organização no gabinete que impedisse a prática de atos pelo servidor nos processos em que seu pai figurava como advogado é dever funcional ao art. 35, VII da LOMAN. 5. Não se aplica pena de advertência a magistrado de segundo grau, nos termos do parágrafo único do art. 42 da LOMAN. 6. Procedência da pretensão punitiva quanto ao primeiro requerido, com aplicação da pena de aposentadoria compulsória, porquanto demonstrado que a conduta do magistrado processado está tipificada no art. 56, II, da Lei Complementar nº 35, de 1979 (“... procedimento incompatível com a dignidade, a honra e o decoro de suas funções”). Improcedência da pretensão punitiva quanto ao segundo requerido, pois, mesmo configurada a infração ao dever inscrito no artigo 35, VII da LOMAN, não se pode aplicar pena menos severa que aposentadoria compulsória e disponibilidade ao Juiz, nos termos do parágrafo único do art. 42 da LOMAN. (PAD - Processo Administrativo Disciplinar - 0007400-80.2009.2.00.0000 - Rel. JORGE HÉLIO CHAVES DE OLIVEIRA - 122ª Sessão Ordinária - julgado em 15/03/2011 ). https://www.jusbrasil.com.br/consulta-processual/goto/0007400-80.2009.2.00.0000 27 CONSIDERAÇÕES FINAIS Desta forma, sintetizando todo o aprendizado desta Unidade, o servidor público pode responder civil, penal e administrativamente quando exercer irregularmente duas atribuições. A responsabilidade civil decorrerá de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo e que tenha como resultado um prejuízo ao erário ou para terceiros. Assim, o servidor público poderá responder nessas três esferas (civil, penal e administrativa) caso sejam encontradas irregularidades no exercício de suas atividades enquanto funcionário público. Referidos desvios de conduta do servidor podem ter como resultado sanções administrativas, indenizações e responsabilização criminal. A responsabilidade civil possui ordem patrimonial e tem fundamento no Código Civil, na medida em que todo dano causado a alguém deve ser reparado. E em se tratando de dano causado ao Estado, a responsabilidade será apurada pela própria administração, que irá instaurar Procedimento Administrativo Disciplinar, observando-se todas as regras e garantias previstas em leis e na Constituição. Outrossim, referidos procedimentos executórios com base em processos administrativos disciplinares não dependem de autorização judicial. É muito normal que a administração desconte dos vencimentos do servidor os valores necessários ao ressarcimento dos prejuízos que tenha causado, respeitando os limites fixados em lei. Mas em caso de servidor contratado em regime CLT, o desconto somente será feito com anuência do empregado ou em caso de dolo. Já em caso de ato que resulte em prejuízo à Fazenda Pública ou fique constatado enriquecimento ilícito do servidor, este estará sujeito ao perdimento ou sequestro de seus bens. Todavia, neste caso, é necessária a intervenção do poder judiciário, não bastando a via administrativa. Já em relação a prejuízos a terceiro, o estado ficará responsável na modalidade objetiva, mas sendo cabível ação de regresso contra o servidor que agiu por dolo ou culpa. No que diz respeito à responsabilidade penal, o servidor incorre sempre que praticar crime ou contravenção no exercício de suas funções públicas, sendo 28 que para tanto, a apuração dessa responsabilidade incumbe exclusivamente ao Poder Judiciário. E, a infração de leis, normas internas, decretos ou quaisquer outras irregularidades a ordens administrativas caracterizam o ilícito administrativo, que também tem como elementos a ação ou omissão, desde que por dolo ou culpa. A maioria das infrações administrativas têm fundamento legal e, portanto, sua ocorrência surge com o descumprimento dos deveres expressos em lei, que se caracterizem como norma disciplinar e vinculados ao exercício da atividade do servidor público. E a apuração da responsabilidade administrativa do servidor é realizada no âmbito da própria Administração, através de sindicância ou processo administrativo, em que sejam assegurados, ao servidor, o contraditório e a ampla defesa. LIVRO 29 Título: Atribuições do assessor jurídico, do analista judiciário e do técnico judiciário. Autores: Carlos Eduardo Massad Editora: Intersaberes Sinopse: Quais são as atribuições de assessores jurídicos, analistas judiciários e técnicos judiciários? Quais requisitos esses profissionais precisam preencher para ingressar nessas carreiras? Em que áreas atuam? Sem dúvida, as atividades desempenhadas por esses profissionais são de extrema importância para o bom funcionamento da estrutura jurídica de nosso país. Conhecendo melhor as responsabilidades desses cargos, você poderá compreender como o trabalho de assessores jurídicos e analistas e técnicos judiciários é relevante para a sociedade no que diz respeito ao acesso do cidadão à justiça. O conteúdo que você encontrará neste livro ampliará sua percepção sobre o funcionamento do Poder Judiciário no Brasil. Título: Direito Administrativo Moderno Autor: Odete Medauar Editora: Fórum Sinopse: Neste livro figuram os mais relevantes preceitos e institutos do direito administrativo, abordando-se com muita precisão a responsabilidade dos servidores públicos, sendo de fácil compreensão e grande aprendizado. FILME/DOCUMENTÁRIO 30 Filme: A condenação Direção e Roteiro: Tony Goldwyn Data de Lançamento: 2010 Sinopse: A garçonete Betty Anne Waters deixa sua vida de lado para tentar livrar o irmão de uma acusação de assassinato. Convencida da inocência dele, ela volta a estudar Direito para poder assumir o caso, na esperança de libertá-lo. 31 LEITURA COMPLEMENTAR Artigo: Da responsabilidade do servidor público Autores: Aníbal de Mello Couto Biblioteca Digital - FGV Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rda/article/view/14210/13075 Resumo: Sob vários prismas pode ser apreciado o conceito da responsabilidade, fenômeno que emerge como consequência da atividade humana nos diversos setores da vida social. Especialmente para conceituar a que decorre da atividade funcional dos servidores públicos 32 REFERÊNCIAS ALEXANDRINO, M.; PAULO, V.. Direito administrativo descomplicado. 19 ed. São Paulo: Método, 2011. BRASIL. Código Civil (2002). Brasília, DF: Senado, 2002. BRASIL. Código de Processo Civil (2015). Brasília, DF: Senado, 2015. BRASIL. Código Penal (1940). Brasília, DF: Senado, 1940. BRASIL. Constituição (1988). Constituição Federal. Brasília, 1988. BRASIL. Lei nº 8.112, de 11 de setembro de 1990. Brasília,1990. BRASIL. Lei nº 8.429, de 02 DE JUNHO DE 1992. Brasília, 1992. BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Brasília, 1993. DI PIETRO, M. S. Z.. Direito Administrativo. 24ª edição. São Paulo, Editora Atlas. 2011. MASSAD, C. E.. Atribuições do assessor jurídico, do analista judiciário e do técnico judiciário. Curitiba: InterSaberes, 2016. MEDAUAR, O. Direito Administrativo Moderno. 15ª edição, revista, atualizada e ampliada. São Paulo, Editora Revista dos Tribunais. 2011. MEIRELLES, H. L.. Direito administrativo brasileiro. 32 ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2006. SHUTTERSTOCK. Imagem. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/legal-decisions-thinking-right-law- judgment-1913068831. Acesso em: 19 maio 2021. SHUTTERSTOCK. Imagem. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/judje-hammer-icon-law-gavel- auction-1471172369. Acesso em: 19 maio 2021. SHUTTERSTOCK. Imagem. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/lawyers-team-legal- department-business-financial-179824845. Acesso em: 19 maio 2021. SHUTTERSTOCK. Imagem. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/conversation-policeman-man- serious-cop-confused-1420310450. Acesso em: 19 maio 2021. CONCLUSÃO GERAL Prezado(a) aluno(a), Neste material, busquei trazer para você os principais conceitos a respeito das atribuições do técnico, do analista e do assessor jurídico. Para tanto abordamos as definições teóricas e, neste aspecto acreditamos que tenha ficado claro para você o quanto são funções necessárias à prestação jurisdicional e profissões muito versáteis, com amplas possibilidades de atuação, além de contarem com a estabilidade conferida ao servidor público (nos casos de técnico e analista concursado) e ótimas remunerações. Em cada unidade deste material destacamos um pouco sobre cada uma dessas profissões. Outrossim, salientamos que cada Ente da Federação pode dispor sobre suas próprias regras de organização, distribuição e demais normativas relativas à justiça, sendo que apesar de serem diferentes em cada Estado, guardam muitas semelhanças. Em relação ao analista judiciário, servidor de nível superior, destacamos que este profissional auxilia em sua área de formação e sendo formado na área jurídica, pode auxiliar na elaboração de peças processuais, e demais andamentos relativos ao processo, podendo inclusive ser chamado para preencher o cargo de assessor de magistrado, de desembargador ou de promotor. Pudemos compreender a importância do analista judiciário na triagem de feitos, análise e andamento processual, verificação de prazos, pagamento de custas, fases do processo, etc. Já na segunda unidade, quando trabalhamos sobre a função do técnico, servidor de nível médio ou técnico, apontamos que é um profissional muito importante para a celeridade da justiça, na medida em que desempenha suas atividades de impulsionamento de processos, atendimento ao público, elaboração de relatórios e certidões, entre outras atividades. Na unidade seguinte, trabalhamos sobre a função de assessor jurídico, profissional de nível superior, graduado na área do direito e que atua diretamente junto a magistrados, desembargadores e promotores, auxiliando na pré-análise de processos, elaboração de minutas e gestão de pessoas e processos. Sua atividade é primordial para que o juiz consiga julgar todos os processos de sua atribuição, sendo que sozinho, seria humanamente impossível, em razão da alta demanda de processos. E por fim, abordamos sobre as responsabilidades de cada um desses servidores, no exercício de suas atividades, vez que devem atuar pautados em princípios éticos e morais, que não atentem contra a Administração Pública, sua presteza, produtividade, eficiência e moralidade. A partir de agora acreditamos que você já está preparado para seguir em frente desenvolvendo ainda mais suas habilidades e tendo muito mais conhecimento acerca dessas profissões e suas responsabilidades. Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigada!