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Princípios Constitucionais Aplicáveis aos Direitos Políticos (1)

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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO ELEITORAL
Princípios Constitucionais Aplicáveis 
aos Direitos Políticos
Livro Eletrônico
WESLEI MACHADO
Weslei Machado é Promotor de Justiça Substi-
tuto no Ministério Público do Estado do Amazo-
nas e Promotor Eleitoral da 38ª Zona Eleitoral 
do Estado do Amazonas, Especialista em Direi-
to Constitucional – IDP, foi Analista Judiciário – 
Área Judiciária do TSE (2007/2017); foi Asses-
sor de Desembargador no TJDFT (2016/2017; 
professor de diversos cursos preparatórios para 
concursos em Brasília; professor e foi Assessor 
do curso de Direito da Universidade Católica de 
Brasília.
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DIREITO ELEITORAL
Princípios Constitucionais Aplicáveis aos Direitos Políticos
Prof. Weslei Machado 
Direitos Políticos .........................................................................................5
Princípios Constitucionais Aplicáveis aos Direitos Políticos .................................5
A) Aspectos Gerais .....................................................................................5
B) Direitos Políticos: Classificação .................................................................7
C) Direito ao Sufrágio ...............................................................................10
D) Direito ao Voto .....................................................................................12
Voto: Características .................................................................................13
E) Plebiscito e Referendo ...........................................................................14
F) Alistamento Eleitoral .............................................................................16
Requisitos para o Alistamento ....................................................................16
Espécies de Alistamento ............................................................................17
G) Elegibilidade ........................................................................................21
H) Condições de Elegibilidade Infraconstitucionais .........................................29
Indicação em Convenção Partidária .............................................................29
Elegibilidade do Militar ..............................................................................35
Restrição dos Direitos Políticos ...................................................................36
Perda dos Direitos Políticos ........................................................................38
Resumo ...................................................................................................46
Questões de Concurso ...............................................................................52
Gabarito ..................................................................................................64
Gabarito Comentado .................................................................................65
Referências ..............................................................................................89
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Princípios Constitucionais Aplicáveis aos Direitos Políticos
Prof. Weslei Machado 
Querido(a) aluno(a), tudo bem?
Em nossa aula de hoje, trataremos dos direitos políticos ou, no jargão utilizado 
por alguns editais de concursos públicos, dos princípios constitucionais aplicáveis 
aos direitos políticos. Em suma, eu e você, a partir de agora, veremos as principais 
disposições constitucionais inscritas nos arts. 14 a 16 da Constituição Federal.
Entretanto, você não pode se esquecer de que os direitos políticos são uma 
categoria distinta de direitos fundamentais. Aliás, a partir da própria classificação 
constitucional, tem-se que são espécies de direitos fundamentais:
•	 direitos e deveres individuais e coletivos;
•	 direitos sociais;
•	 nacionalidade;
•	 direitos políticos;
•	 partidos políticos.
A partir dessa distinção constitucional, vê-se que os direitos políticos constituem 
uma categoria distinta de direitos fundamentais. Não se confundem, por exemplo, 
com o direito de criar, organizar e participar de partidos políticos. Com efeito, os di-
reitos políticos são a forma de exercício da soberania popular.
Assim, em nossa aula de hoje, deteremos os nossos olhares, especificamente, 
nas normas constitucionais referentes aos direitos políticos. Entretanto, dadas a 
importância e as especificidades do instituto da inelegibilidade, ele será estudado 
em uma aula separada.
Por fim, em nossa conversa de hoje, trataremos dos aspectos gerais dos direitos 
políticos: direito ao voto, alisamento eleitoral, elegibilidade, elegibilidade do militar 
e hipóteses de perda ou suspensão dos direitos políticos.
Está preparado(a)? Vamos lá!!!
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DIREITOS POLÍTICOS
Princípios Constitucionais Aplicáveis aos Direitos Políti-
cos
A) Aspectos Gerais
A Constituição Federal, em seu art. 1º, parágrafo único, prescreve que todo 
poder emana do povo, que o exerce diretamente ou por meio de representantes 
eleitos. Esse poder do povo é denominado soberania popular. Na verdade, segundo 
o Texto Constitucional, “todo” poder pertence ao povo e, para exercê-lo, existem 
duas maneiras: diretamente, por meio dos instrumentos de exercício direto de de-
mocracia (voto, plebiscito, referendo etc.); e indiretamente, por meio dos cidadãos 
eleitos para o exercício de mandatos representativos no poder legislativo e no po-
der executivo.
Com efeito, a soberania popular pode ser exercida de forma direta ou indireta. 
O povo exerce seu poder diretamente quando, sem intermediação, interfere na 
formação da vontade política do Estado. Por sua vez, exercerá seu poder indire-
tamente por meio da escolha de representantes populares. Esses representantes 
serão responsáveis pela elaboração das leis e atos normativos em nome do povo.
Mas como se dá o exercício da soberania popular? Em outras palavras: como o 
povo exerce o seu poder ou a soberania popular?
Nos termos do art. 14, caput, da CF, a soberania popular será exercida por meio 
do sufrágio universal e pelo voto direto e secreto e, nos termos da lei, mediante:
•	 plebiscito;
•	 referendo;
•	 iniciativa popular de leis;
•	 ação popular, entre outros instrumentos de exercício direto de poder 
pelo povo.
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Esse conjunto de instrumentos de exercício da soberania popular é denominado 
direitos políticos. Isso quer dizer que os direitos políticossão os instrumentos de 
exercício do poder pelo povo. Alexandre de Moraes conceitua os direitos políticos 
da seguinte forma:
É o conjunto de regras que disciplina as formas de atuação da soberania popular, con-
forme preleciona o caput do art. 14 da Constituição Federal. São direitos públicos sub-
jetivos que investem o indivíduo no status activae civitatis, permitindo-lhe o exercício 
concreto da liberdade de participação nos negócios políticos do Estado, de maneira a 
conferir os atributos da cidadania.
Para José Jairo Gomes, esta é a definição de direitos políticos:
Denominam-se direitos políticos ou cívicos as prerrogativas e os deveres inerentes à 
cidadania. Englobam o direito de participar direta ou indiretamente do governo, da 
organização e funcionamento do Estado [...]. É pelos direitos políticos que as pessoas
– individual ou coletivamente – intervêm e participam no governo. Tais direitos não são 
conferidos indistintamente a todos os habitantes do território estatal – isto é, a toda a 
população –, mas só aos nacionais que preencham determinados requisitos expressos 
na Constituição – ou seja, ao povo.
De forma expressa, a Constituição Federal consagra os seguintes direitos polí-
ticos:
•	 Sufrágio universal;
•	 Voto direto e secreto;
•	 Referendo;
•	 Plebiscito;
•	 Iniciativa popular de leis.
Ressalte-se, entretanto, que o rol de direitos políticos constantes no art. 14 da 
Constituição Federal não é taxativo, mas meramente exemplificativo. Isso quer 
dizer que existem outros direitos políticos, além daqueles expressamente consig-
nados na Constituição Federal. Assim, toda forma de manifestação que permita ao 
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povo a intervenção na formação/modificação das políticas públicas e das leis cons-
tituirá direito político. Exemplificando: as manifestações populares, a favor ou con-
tra um determinado tema político-comunitário, constituem manifestação de direito 
político; a atividade do lobista na defesa de direitos de uma determinada classe ou 
setor social, por exemplo, constitui exercício de direito político.
B) Direitos Políticos: Classificação
Os direitos políticos podem ser classificados em ativos ou passivos:
•	 Direitos políticos ativos – constituem o direito de votar. Trata-se da hipótese 
em que o povo manifesta diretamente sua vontade. Somente pode exercer o 
direito ao voto o cidadão previamente alistado perante a Justiça Eleitoral, já 
que, segundo entendimento majoritário, o alistamento eleitoral possui cará-
ter constitutivo. Ou seja: antes do alistamento, não há cidadão; após o alis-
tamento, surgem os direitos políticos e o cidadão poderá exercê-los.
Todo cidadão tem direito político ativo. Isso quer dizer que qualquer cidadão alista-
do perante a Justiça Eleitoral será titular do direito de votar, independentemente de 
qualquer outra circunstância, salvo se incidir em uma hipótese restritiva do exercí-
cio da cidadania, como, por exemplo, nos casos de suspensão dos direitos políticos 
inscritas no art. 15 da Constituição Federal.
•	 Direitos políticos passivos – abrangem o direito de ser votado, ou seja, 
o direito de concorrer a cargos públicos eletivos. Para o exercício dos direitos 
políticos passivos é necessário o preenchimento de um conjunto de requisitos 
fixados na Constituição Federal ou em lei, que são denominados condições de 
elegibilidade.
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Somente poderá exercer os direitos políticos passivos o cidadão que preencher 
todas as condições de elegibilidade e não incidir em nenhuma situação de inele-
gibilidade. Não são todos os cidadãos que podem exercer o direito de ser votado, 
diferentemente do direito de votar.
Essa primeira classificação não é suficiente para encaixar/classificar uma série 
de direitos políticos. Por essa razão, com a finalidade de classificar didaticamente 
todos os direitos políticos, a doutrina construiu outra classificação que divide os di-
reitos políticos em positivos e negativos. 
Direitos políticos positivos constituem o conjunto de normas que conferem 
ao povo a possibilidade de exercer a soberania popular. Toda norma que atribuir ao 
povo o direito de interferir na formação da vontade política do Estado será denomi-
nada direito político positivo. Segundo Dirley da Cunha Júnior:
São prerrogativas que asseguram ao povo a faculdade de participar democraticamente 
do governo, quer por seus representantes, quer por si.
Como núcleo dos direitos políticos, surge o direito de sufrágio, que se caracteriza tanto 
pela capacidade eleitoral ativa (direito de votar, capacidade de ser eleitor, alistabilida-
de) como pela capacidade eleitoral passiva (direito de ser votado, elegibilidade). (Pedro 
Lenza. Direito Constitucional Esquematizado. Saraiva: São Paulo, p. 1422
A partir dessa classificação, podem ser classificados como direitos políticos po-
sitivos os seguintes instrumentos de exercício da soberania popular:
•	 1º — direito de votar;
•	 2º — direito de ser votado;
•	 3º — direito de participar em referendo; 
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•	 4º — direito de participar em plebiscito; 5º — iniciativa popular de leis;
•	 6º — ação popular.
Direitos políticos negativos constituem um conjunto de normas que res-
tringem o exercício dos direitos políticos. Essas limitações devem ser interpreta-
das restritivamente. Isso porque normas que restringem os direitos políticos, na 
verdade, estarão restringindo um direito fundamental, pois, segundo regras de 
hermenêutica, restrição a direitos fundamentais devem ser interpretadas de forma 
restritiva.
Sobre essa espécie de classificação, Pedro Lenza, em seu livro Direito Constitu-
cional Esquematizado, leciona que:
Ao contrário dos direitos políticos positivos, os direitos políticos negativos individuali-
zam-se ao definirem formulações constitucionais restritivas e impeditivas das atividades 
político-partidárias, privando o cidadão do exercício de seus direitos políticos, bem como 
impedindo-o de eleger um candidato (capacidade eleitoral ativa) ou de ser eleito (capa-
cidade eleitoral passiva).
Além disso, no que se refere à aplicação das restrições à cidadania, deve-se 
levar em consideração o princípio da tipicidade eleitoral. A partir dessa norma, so-
mente será admitida a limitação de direitos políticos nas hipóteses expressamente 
previstas na Constituição Federal ou em lei.
Aliás, Thales Tácito Cerqueira e Camila A. Cerqueira (CERQUEIRA, Tales Tácito. 
CERQUEIRA, Camila. Direito Eleitoral Esquematizado. Saraiva: São Paulo, p. 35) 
ensinam que:
No Direito Eleitoral brasileiro, onde não se estiver restringido direitos políticos, não cabe 
ao intérpretefazê-lo. Este princípio é fundamental, é norma de aplicação geral, e cor-
responde exatamente ao in dubio pro reo do Direito Processual Penal. Podemos cha-
má-lo de in dubio pro candidato ou in dubio pro eleitor, ou seja, havendo dúvida, deve 
sempre o juiz ou Tribunal priorizar a não restrição de direitos políticos.
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Assim, a restrição de direitos políticos por meio dos institutos da perda ou sus- 
pensão somente é admitida nos casos estabelecidos no art. 15 da Constituição 
Federal. Não se admite a instituição de novas hipóteses de perda e suspensão de 
direitos políticos por meio de legislação infraconstitucional.
Por sua vez, a restrição do direito político passivo por meio das inelegibilidades 
somente cabe por meio de previsão contida em norma constitucional (art. 14, §§ 4º 
a 7º) ou disposição de lei complementar. Isso porque o art. 14, § 9º, da Constitui-
ção Federal prevê a possibilidade de criação de outras hipóteses de inelegibilidade, 
além daquelas estabelecidas no texto constitucional, desde que haja a instituição 
de lei complementar.
Após essas considerações, podem ser classificadas como direitos políticos ne-
gativos:
•	 hipóteses de inelegibilidades;
•	 hipóteses de perda dos direitos políticos;
•	 hipóteses de suspensão dos direitos políticos.
C) Direito ao Sufrágio
Segundo Gilmar Mendes e Paulo Gustavo Gonet Branco, “os direitos políticos 
abrangem o direito ao sufrágio, que se materializa no direito de votar, de participar 
da organização da vontade estatal e no direito de ser votado”.
Da mesma forma, Alexandre de Moraes reconhece que o direito ao sufrágio 
abrange o direito de votar e de ser votado, sendo a essência dos direitos políticos. 
Desse modo, o direito ao sufrágio abrange:
•	 a capacidade eleitoral ativa – direito de votar;
•	 a capacidade eleitoral passiva – direito de ser votado.
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Contudo, não se pode confundir voto e sufrágio. Embora haja uma íntima liga-
ção entre esses dois institutos, eles não se confundem. De acordo com José Afonso 
da Silva:
As palavras sufrágio e voto são empregadas comumente como sinônimos. A Constitui-
ção, no entanto, dá-lhes sentidos diferentes, especialmente, no seu artigo 14, por onde 
se vê que o sufrágio é universal e o voto é direto e secreto e tem valor igual. A palavra 
voto é empregada em outros dispositivos, exprimindo a vontade num processo decisó-
rio. Escrutínio é outro termo com que se confundem as palavras sufrágio e voto. É que 
os três se inserem no processo de participação do povo no governo, expressando: um, 
o direito (sufrágio), outro, o seu exercício (o voto), e o outro, o modo de exercício (es-
crutínio).
A Constituição Federal dispõe que o sufrágio é universal. Em um primeiro momen-
to, pode-se pensar que todas as pessoas são titulares de direitos políticos, dada a 
menção à característica da universalidade. Não obstante, somente são titulares do 
direito ao sufrágio as pessoas que preencherem os requisitos constitucionais para a 
aquisição dos direitos políticos. Essas pessoas são denominadas cidadãos.
Deve-se distinguir o cidadão da pessoa:
•	 Cidadão – titular de direitos políticos. Para a Constituição, só poderá ser con-
siderado cidadão a pessoa que for brasileira e maior de dezesseis anos, desde 
que alistado perante a Justiça Eleitoral;
•	 Pessoa – titular de direitos. Para o Código Civil, todos os que nasceram com 
vida são pessoas e titulares de direitos e obrigações na ordem civil.
A expressão sufrágio universal é utilizada em contraposição ao sufrágio res-
trito. De forma simples, Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino fazem a seguinte dis-
tinção entre sufrágio universal e restrito:
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O sufrágio é universal quando assegurado o direito de votar a todos os nacionais, 
independentemente da exigência de quaisquer requisitos, tais como condições culturais 
ou econômicas etc.
O sufrágio será restrito quando o direito de votar for concedido tão somente àqueles 
que cumprirem determinadas condições fixadas pelas leis do Estado. O sufrágio restrito, 
por sua vez, poderá ser censitário ou capacitário.
O sufrágio censitário é aquele que somente outorga o direito voto àqueles que preen-
cherem certas qualificações econômicas. Seria o caso, por exemplo, de não se permitir 
o direito de voto àqueles que auferissem renda mensal inferior a um salário mínimo.
O sufrágio capacitário é aquele que só outorga o direito de voto aos indivíduos do-
tados de certas características especiais, notadamente de natureza intelectual. Seria 
o caso, por exemplo, de se exigir para o direito ao voto a apresentação de diploma de 
conclusão do curso fundamental, ou médio ou superior.
D) Direito ao Voto
Como visto, o direito ao voto é classificado como direito político ativo. Todo ci-
dadão que possuir a capacidade eleitoral ativa terá direito de exercer o voto.
O direito ao voto pode ser conceituado, segundo José Jairo Gomes, como:
[...] um dos mais importantes instrumentos democráticos, pois enseja o exercício da 
soberania popular e do sufrágio. Cuida-se do ato pelo qual os cidadãos escolhem os 
ocupantes de cargos político-eletivos. Por ele, concretiza-se o processo de manifestação 
da vontade popular. Embora expresse um direito público subjetivo, o voto é também um 
dever cívico e, por isso, obrigatório para os maiores de 18 anos e menores de 70 anos.
Quanto à sua natureza jurídica, Pinto Ferreira ensina que o voto:
[...] é essencialmente um direito público subjetivo, é uma função da soberania popular 
na democracia representativa e na democracia mista como um instrumento deste, e tal 
função social justifica e legitima a sua imposição como um dever, posto que o cidadão 
tem o dever de manifestar sua vontade na democracia.
Assim, vê-se que o voto é um direito público subjetivo de manifestação da von-
tade e decorre da soberania popular. Para os maiores de 18 anos e menores de 70 
anos, desde que alfabetizados, o voto também é um dever cívico. Trata-se de um di-
reito/dever em que os cidadãos escolherão os ocupantes de cargos representativos.
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Voto: Características
O direito ao voto possui algumas características:pessoalidade, obrigatoriedade, 
liberdade, secreto, direto, periódico e igual. Essas características são corretamente 
definidas por Alexandre de Moraes, nos seguintes termos:
•	 Pessoalidade: o voto só pode ser exercido pessoalmente. O eleitor não pode 
outorgar procuração para que outrem exerça o voto em seu lugar. A pessoa-
lidade é essencial para a garantia da sinceridade e da autenticidade do voto;
•	 Obrigatoriedade de comparecimento: aos maiores de 18 anos e meno-
res de 70 anos, desde que alfabetizados, é obrigatório o comparecimento às 
eleições. Aquele que se encaixar nessa prescrição constitucional deverá ne-
cessariamente comparecer às urnas sob pena de estar sujeito a uma série de 
restrições legais e multa.
Especificamente sobre essa característica, há uma divergência se há uma obri-
gatoriedade para o voto ou uma obrigatoriedade de comparecimento às urnas. 
Alexandre de Moraes defende que:
• Obrigatoriedade formal do comparecimento: em regra, existe a obri-
gatoriedade do voto, salvo aos maiores de 70 anos e aos menores de 18 e 
maiores de 16. Consiste em obrigar o cidadão ao comparecimento às elei-
ções, assinando uma folha de presença e depositando seu voto na urna, ha-
vendo inclusive uma sanção (multa) para sua ausência. Em virtude, porém, 
de sua característica de secreto, não se pode exigir que o cidadão, efetiva-
mente, vote.
•	 Liberdade – trata-se da possibilidade de o cidadão escolher com liberdade 
seus candidatos e partidos políticos. Além disso, a liberdade de voto inclui o 
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direito de se votar em branco ou em anular o voto. Portanto, “embora haja 
o dever de votar, todos são livres para escolher ou não um candidato e até 
anular o voto” (José Jairo Gomes);
•	 Secreto – o voto é sigiloso e o seu conteúdo não pode ser revelado pelos 
órgãos da Justiça Eleitoral. Essa característica tem a finalidade de garantir a 
lisura e a probidade das eleições, evitando que o eleitor tenha sua vontade 
corrompida pelo abuso do poder econômico ou político;
•	 Direto – o eleitor, sem intermediários, escolhe seus governantes e represen-
tantes;
•	 Periodicidade – os mandatos são temporários e, de forma periódica, o elei-
tor é chamado a escolher seus governantes e representantes por meio do 
voto. Aliás, a periodicidade do voto é uma cláusula pétrea;
•	 Igualdade – o voto de todos os cidadãos tem o mesmo valor, independente- 
mente de qualquer circunstância. Nesse tema, aplica-se o princípio da igual-
dade formal: one man, one vote.
E) Plebiscito e Referendo
Entre as formas de exercício da soberania popular, tem-se o referendo e o ple-
biscito. Esses dois instrumentos viabilizam o exercício da soberania popular de for-
ma direta. O povo é chamado por meio de uma consulta popular a se manifestar 
sobre um determinado tema político-comunitário.
De acordo com Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, pode-se conceituar plebis-
cito e referendo da seguinte forma:
Plebiscito e referendo são consultas formuladas ao povo para que delibere sobre matéria 
de acentuada relevância, de natureza constitucional, legislativa ou administrativa.
O plebiscito é convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo, cabendo 
ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido.
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O referendo é convocado com posterioridade a ato legislativo ou administrativo, cum-
prindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição.
A distinção entre os institutos é feita levando-se em conta o momento da manifestação 
dos cidadãos: se a consulta à população é prévia, temos o plebiscito; se a consulta à 
população sobre determinada matéria é posterior à edição de um ato governamental, 
temos o referendo.
Sobre o plebiscito e o referendo, veja as seguintes prescrições contidas na Lei 
n. 9.709/1998:
Art. 1º A soberania popular é exercida por sufrágio universal e pelo voto direto e se-
creto, com valor igual para todos, nos termos desta Lei e das normas constitucionais 
pertinentes, mediante:
I – plebiscito;
II – referendo;
III – iniciativa popular.
Art. 2º Plebiscito e referendo são consultas formuladas ao povo para que delibere sobre 
matéria de acentuada relevância, de natureza constitucional, legislativa ou administra-
tiva.
§ 1º O plebiscito é convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo, ca-
bendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido.
§ 2º O referendo é convocado com posterioridade a ato legislativo ou administrativo, 
cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição.
Art. 3º Nas questões de relevância nacional, de competência do Poder Legislativo ou 
do Poder Executivo, e no caso do § 3º do art. 18 da Constituição Federal, o plebiscito 
e o referendo são convocados mediante decreto legislativo, por proposta de um terço, 
no mínimo, dos membros que compõem qualquer das Casas do Congresso Nacional, de 
conformidade com esta Lei.
Art. 8º Aprovado o ato convocatório, o Presidente do Congresso Nacional dará ciência
à Justiça Eleitoral, a quem incumbirá, nos limites de sua circunscrição: I – fixar a data 
da consulta popular;
I – tornar pública a cédula respectiva;
II – expedir instruções para a realização do plebiscito ou referendo;
III – assegurar a gratuidade nos meio de comunicação de massa concessionários de 
serviço público, aos partidos políticos e às frentes suprapartidárias organizadas pela 
sociedade civil em torno da matéria em questão, para a divulgação de seus postulados 
referentes ao tema sob consulta.
Art. 9º Convocado o plebiscito, o projeto legislativo ou medida administrativa não efeti-
vada, cujas matérias constituam objeto da consulta popular, terá sustada sua tramitação, 
até que o resultado das urnas seja proclamado.
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Art. 10. O plebiscito ou referendo, convocado nos termos da presente Lei, será conside-
rado aprovado ou rejeitado por maioria simples, de acordo com o resultado homologado 
pelo Tribunal Superior Eleitoral.
F) Alistamento Eleitoral
O alistamento eleitoral é o ato pelo qual a pessoa se torna um cidadão. Trata-se 
de procedimento administrativo desenvolvido perante a Justiça Eleitoral que tem a 
finalidade de aferir o preenchimento dos requisitos de alistabilidade. Segundo José 
Jairo Gomes:
Entende-se por alistamento o procedimento administrativo-eleitoral pelo qual se qualifi-
cam e se inscrevem os eleitores. Nele se verifica o preenchimento dos requisitos cons-
titucionais e legais indispensáveis à inscrição do eleitor. Uma vez deferido, o indivíduo é 
integrado ao corpo de eleitores, podendo exercer direitos políticos, votar e ser votado, 
enfim,participar da vida política do país. Em outras palavras, adquire-se cidadania. No-
te-se, porém, que, com o alistamento, adquire-se apenas a capacidade eleitoral ativa, 
o jus sufragii; a passiva ou a elegibilidade depende de outros fatores.
Requisitos para o Alistamento
A Constituição Federal, em seu art. 14, § 1º enumera os requisitos necessários 
para o alistamento eleitoral. Assim, são requisitos de alistabilidade:
•	 Nacionalidade brasileira: basta ter a nacionalidade brasileira para que a 
pessoa possa alistar-se. No que se refere aos requisitos para a prática desse 
ato, não há distinção entre brasileiro nato e naturalizado;
Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em 
favor de brasileiros, nos termos do art. 12, § 1º, da Constituição Federal, serão atribu-
ídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos na Constituição. Isso 
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quer dizer que os portugueses podem se alistar no Brasil, desde que haja o preen-
chimento desses dois requisitos: residência permanente no Brasil e reciprocidade. 
Assim, preenchidos os requisitos, o português é o único estrangeiro que poderá se 
tornar um cidadão brasileiro.
•	 Idade mínima de 16 anos;
Espécies de Alistamento
De acordo com o art. 14, §§ 1º e 2º, da Constituição Federal, o alistamento 
eleitoral pode ser classificado em: obrigatório, facultativo e vedado.
Alistamento Obrigatório
O alistamento e o voto serão obrigatórios desde que preenchidos os seguintes 
requisitos cumulativos:
•	 Ser brasileiro, maior de 18 anos, menor de 70 anos; e
•	 Alfabetizado.
Por essa razão, aquele (com alistamento e voto obrigatórios) que não cumprir 
esse dever constitucional estará sujeito às seguintes sanções:
Art. 7º O eleitor que deixar de votar e não se justificar perante o juiz eleitoral até 30 
(trinta) dias após a realização da eleição, incorrerá na multa de 3 (três) a 10 (dez) por 
cento sobre o salário-mínimo da região, imposta pelo juiz eleitoral e cobrada na forma 
prevista no art. 367. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 1966)
§ 1º Sem a prova de que votou na última eleição, pagou a respectiva multa ou de que 
se justificou devidamente, não poderá o eleitor:
I – inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública, investir-se ou em-
possar-se neles;
II – receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou emprego 
público, autárquico ou para estatal, bem como fundações governamentais, empresas, 
institutos e sociedades de qualquer natureza, mantidas ou subvencionadas pelo governo 
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ou que exerçam serviço público delegado, correspondentes ao segundo mês subsequente 
ao da eleição;
III – participar de concorrência pública ou administrativa da União, dos Estados, dos 
Territórios, do Distrito Federal ou dos Municípios, ou das respectivas autarquias;
IV – obter empréstimos nas autarquias, sociedades de economia mista, caixas econô-
micas federais ou estaduais, nos institutos e caixas de previdência social, bem como em 
qualquer estabelecimento de crédito mantido pelo governo, ou de cuja administração 
este participe, e com essas entidades celebrar contratos;
V – obter passaporte ou carteira de identidade;
VI – renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo;
VII – praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou imposto 
de renda.
Alistamento Facultativo
O alistamento será facultativo para pessoas nas seguintes situações:
•	 Maior de 16 anos e menor de 18 anos;
•	 Maior de 70 anos;
•	 Analfabeto.
Qual a razão de o voto e o alistamento serem facultativos aos maiores de 70 
anos? Qual a circunstância que singulariza essa classe de pessoas para que rece-
bam um tratamento normativo diferenciado? Para Gilmar Mendes e Paulo Gustavo 
Gonet Branco:
[...] o legislador constitucional, ao facultar o voto aos maiores de 70 anos, atentou, cer-
tamente, para as prováveis limitações físicas decorrentes da sua idade, de modo a não 
transformar o exercício do voto em transtorno ao seu bem-estar.
Você deve estar pensando que existe outra classe de pessoas que também pos-
sui limitações físicas que podem tornar oneroso o exercício dos direitos políticos: 
as pessoas com necessidades especiais (PNEs). O alistamento eleitoral é facultativo 
ou obrigatório para as PNEs?
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Os próprios autores Gilmar Mendes e Paulo Gustavo Gonet Branco respondem 
a essa pergunta, baseados em um julgamento do Tribunal Superior Eleitoral, nos 
seguintes moldes:
Argumentou-se que algumas pessoas apresentam deficiências que praticamente tor-
nam impossível o exercício de suas obrigações eleitorais, tais como os tetraplégicos e 
os deficientes visuais inabilitados para a leitura em braile. Todos eles poderiam, assim, 
encontrar-se em situação até mais onerosa do que a dos idosos. Ressalte-se que nem 
todas as salas de seções de votação têm acesso adequado para deficientes. Cuidar-se-ia 
de ‘lacuna’ suscetível de ser superada com base nos próprios princípios estruturantes 
do sistema constitucional, suficientes a legitimar uma cláusula implícita que justificasse 
outras exceções ao alistamento obrigatório, desde que compatível com o ‘projeto’ fixado 
pelo texto constitucional. No caso, o próprio art. 5º, § 2º, da Constituição Federal auto- 
rizaria a interpretação que legitimava a extensão do direito reconhecido aos idosos às 
portadoras de deficiência grave.
Por sua vez, ao regulamentar a matéria, o TSE, na edição da Resolução-TSE n. 
21.920/2004, dispôs que o alistamento e o voto são obrigatórios para as pessoas 
com deficiência. Entretanto, as pessoas com deficiência para quem o exercício das 
obrigações eleitorais seja excessivamente oneroso não estarão sujeitas às sanções 
decorrentes de não o praticarem. Ou seja, para esta última classe de pessoas, 
o alistamento e o voto serão facultativos.
Aliás, a extensão da facultatividade do voto para os maiores de 70 anos foi ex-
pressamente consignada na fundamentação dada pelo TSE para a edição da Reso-
lução TSE n. 21.920/2004. Senão vejamos:
Considerando a necessidade de garantia do princípio da dignidade da pessoa 
humana, princípio fundamental do Estado democrático de direito,
Considerando que o texto constitucional faculta aos maiores de 70 anos o 
exercício do voto, certamente com a finalidade de não causar transtorno ao 
seu bem-estar (CF, art. 14, § 1º, II, b),
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Considerando que algumas pessoas apresentam deficiências que praticamente 
tornam impossível ou extremamente oneroso o exercício de suas obrigações 
eleitorais, considerando que o art. 5º, § 2º, da Constituição Federal, legitima a 
extensão do direito assegurado aos maiores de 70 anos às pessoas portadoras 
de deficiência nas condições referidas,
Considerando não haver razão para se aplicarem as sanções legais àqueles 
que se encontram na situação acima descrita e que, por isso, deixam de exer-
cer suas obrigações eleitorais.
Veja o teor da disposição normativa dessa referida Resolução TSE n. 21.920/2004:
Art. 1º O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para todas as pessoas porta-
doras de deficiência.
Parágrafo único. Não estará sujeita a sanção a pessoa portadora de deficiência que torne 
impossível ou demasiadamente oneroso o cumprimento das obrigações eleitorais, rela-
tivas ao alistamento e ao exercício do voto.
Alistamento Vedado
A Constituição Federal proíbe o alistamento eleitoral para as seguintes pessoas:
•	 Conscrito, durante o período do serviço militar obrigatório – conscrito é o 
nome que se dá aos que prestam serviço militar obrigatório. Esse serviço 
constitui-se de um conjunto de atividades específicas prestadas às Forças 
Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica –, relacionadas à defesa nacional;
•	 Estrangeiro – a nacionalidade brasileira é pressuposto para a cidadania bra-
sileira. O único estrangeiro que pode se alistar no Brasil é o português, em 
razão do estatuto da igualdade.
O conscrito e o estrangeiro são denominados inalistáveis.
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Quanto ao alistamento vedado, o Código Eleitoral, em seu art. 5º, inciso II, 
prescreve que o alistamento é vedado àqueles que não saibam exprimir-se em lín-
gua nacional. Esse inciso está revogado. Veja o seguinte julgado do TSE:
Consoante o § 2º do artigo 14 da CF, a não alistabilidade como eleitores 
somente é imputada aos estrangeiros e, durante o período do serviço militar 
obrigatório, aos conscritos, observada, naturalmente, a vedação que se impõe 
em face da incapacidade absoluta nos termos da lei civil.
Sendo o voto obrigatório para os brasileiros maiores de 18 anos, ressalvada 
a facultatividade de que cuida o inciso II do § 1º do artigo 14 da CF, não há 
como entender recepcionado preceito de lei, mesmo de índole complementar 
à Carta Magna, que imponha restrição ao que a norma superior hierárquica 
não estabelece.
Vedado impor qualquer empecilho ao alistamento eleitoral que não esteja pre-
visto na Lei Maior, por caracterizar restrição indevida a direito político, há que 
afirmar a inexigibilidade de fluência da língua pátria para que o indígena ainda 
sob tutela e o brasileiro possam alistar-se eleitores.
Declarada a não recepção do art. 5º, inciso II, do Código Eleitoral pela Consti-
tuição Federal de 1988. (TSE, PA n. 19.840/2010).
G) Elegibilidade
O direito à elegibilidade confere ao cidadão a possibilidade de concorrer a cargos 
públicos eletivos. Pode ser classificado como direito político passivo e decorre da 
capacidade eleitoral passiva.
Somente poderá exercer o direito à elegibilidade o cidadão que preencher as 
condições de elegibilidade. Essas condições estão estabelecidas no art. 14, § 3º, da 
Constituição Federal, nos seguintes termos:
Art. 14, § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I – a nacionalidade brasileira;
II – o pleno exercício dos direitos políticos;
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III – o alistamento eleitoral;
IV – o domicílio eleitoral na circunscrição;
V – a filiação partidária; Regulamento
VI – a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, 
Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
Ressalte-se que essa norma constitucional pode ser classificada como norma de 
eficácia contida. Isso quer dizer que, desde a promulgação da Constituição, todo 
cidadão que quisesse concorrer a cargos públicos eletivos deveria preencher os 
requisitos constitucionais inscritos no art. 14, § 3º. Entretanto, é possível que o le-
gislador ordinário institua novos critérios para o exercício do direito político passivo. 
Não se pode confundir as condições de elegibilidade com as inelegibilidades.
São institutos distintos e com finalidades distintas. Para deixar clara essa dife-
renciação, veja o seguinte julgado do TSE:
Não há que confundir, em face de nosso sistema constitucional, pressupostos 
(ou condições) de elegibilidade e inelegibilidades, embora a ausência de qual-
quer daqueles ou a incidência de qualquer destas impeça alguém de poder 
candidatar-se a eleições municipais, estaduais ou federais.
Pressupostos de elegibilidade são requisitos que se devem preencher para que 
se possa concorrer a eleições. Assim, estar no gozo de direitos políticos, ser 
alistado como eleitor, estar filiado a partido político, ter sido escolhido como 
candidato do Partido a que se acha filiado, haver sido registro, pela Justiça 
Eleitoral, como candidato por esse partido. Já as inelegibilidades são impedi-
mentos que, se não afastados por quem preencha os pressupostos de elegibi-
lidade, lhe obstam concorrer a eleições, ou – se supervenientes ao registro ou 
se de natureza constitucional – servem de fundamento à impugnação de sua 
diplomação, se eleito. (Processo Administrativo 19.899, rel. Min. Ari Pargen-
dler, de 30.9.2008, Res.-TSE n. 22.948).
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Visando à correta compreensão das condições de elegibilidade, faremos um es- 
tudo pormenorizado de cada um desses requisitos constitucionais para o exercício 
da capacidade eleitoral passiva.
Nacionalidade Brasileira
É a primeira das condições de elegibilidade, enumerada pela CF/1988 (art. 14, 
§ 3º, I). A Constituição Federal não permite que todos os residentes no Brasil possam 
ser candidatos. Tutela, assim, os interesses nacionais, permitindo que somente os 
brasileiros participem do processo eleitoral como candidatos.
Dessa forma, exige-se a nacionalidade brasileira para que a pessoa possa con-
correr a cargos eletivos. Aos brasileiros natos, a elegibilidade é plena para todos 
os cargos, de modo que o impedimento para os naturalizados ocorre nas seguinteshipóteses:
•	 quando se tratar de eleições para os cargos de presidente e vice-presidente 
da República (CF/1988, art. 12, § 3º, I);
•	 quando houver a perda da nacionalidade adquirida (brasileiro naturalizado), 
seja por cancelamento via sentença judicial em que não caiba mais recurso, 
seja por ter o cidadão adquirido outra nacionalidade, excetuados os casos 
previstos na própria Carta Magna (CF/1988, art. 12, § 4º, I e II).
Questão interessante é saber se o português pode concorrer a cargos públicos 
eletivos no Brasil. Sobre o assunto, este é o ensinamento de Dirley da Cunha Jú-
nior:
Em razão de norma permissiva do § 1º do art. 12 da Constituição – que assegura aos 
portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de 
brasileiros, os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos na Constituição – 
os portugueses podem exercer a capacidade eleitoral passiva e se candidatar a mandato 
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eletivo (exceto para Presidente e Vice-Presidente da República, em face do § 3º do 
art. 12), desde que cumpram as demais condições de elegibilidade.
Alistamento Eleitoral
Somente o cidadão previamente inscrito no Cadastro Eleitoral poderá concorrer 
a cargos eletivos. O alistamento eleitoral é uma das condições de elegibilidade. Em 
outras palavras, só o cidadão, se preencher os demais requisitos, poderá participar 
de eleições.
Plenitude do Gozo dos Direitos Políticos
A plenitude de direitos políticos é condição sine qua non para a elegibilidade. 
Isso quer dizer que, para o exercício do direito à elegibilidade, o cidadão não pode 
incidir em nenhuma das hipóteses de perda ou de suspensão dos direitos políticos.
As inelegibilidades não afetam a plenitude do exercício dos direitos políticos. So-
mente as hipóteses de perda ou suspensão retiram o pleno gozo dos direitos polí-
ticos. As inelegibilidades constituem restrição somente para o exercício do direito à 
elegibilidade. O cidadão inelegível poderá exercer os demais direitos políticos.
Pode-se afirmar que “há pleno exercício dos direitos políticos quando o cidadão 
pode exercer o conjunto dos direitos a ele conferidos, tais como exercício do voto 
(capacidade eleitoral ativa), de concorrer a cargos eletivos (capacidade eleitoral 
passiva), de participar de partidos políticos, de utilizar instrumentos constitucionais 
e legais, de ter efetiva participação e influência nas atividades de governo”.
Haverá restrições aos direitos políticos nos casos de perda e suspensão desses 
direitos. As hipóteses que afastam a plenitude do exercício dos direitos políticos 
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estão estabelecidas no art. 15 da Constituição Federal. Esta é a redação do referido 
artigo:
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará
nos casos de:
I – cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II – incapacidade civil absoluta;
III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos 
do art. 5º, VIII;
V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
Domicílio Eleitoral
O cidadão somente pode concorrer a cargos eletivos da circunscrição de seu do-
micílio eleitoral. O domicílio eleitoral demarca o local da candidatura e do exercício 
dos direitos políticos do cidadão.
Mas, o que é domicílio eleitoral? O conceito legal está descrito no art. 42, pará-
grafo único, do Código Eleitoral. Esta é a redação do referido dispositivo:
Art. 42. O alistamento se faz mediante a qualificação e inscrição do eleitor.
Parágrafo único. Para o efeito da inscrição, é domicílio eleitoral o lugar de residência 
ou moradia do requerente, e, verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á 
domicílio qualquer delas.
Entretanto, em razão da dinamicidade inerente ao direito eleitoral, além desse 
conceito legal, o alcance do conceito de domicílio eleitoral foi alargado pela juris- 
prudência do TSE. Esse é o conceito de domicílio eleitoral para o TSE:
DOMICÍLIO ELEITORAL. O domicílio eleitoral não se confunde, necessaria-
mente, com o domicílio civil.
A circunstância de o eleitor residir em determinado município não constitui 
obstáculo a que se candidate em outra localidade onde é inscrito e com a qual 
mantém vínculos (negócios, propriedades, atividades políticas).
(Recurso Especial n. 18.124, rel. Min. Garcia Vieira, de 16.11.2000).
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Pode-se, ainda, compreender o contorno do conceito de domicílio eleitoral no 
seguinte julgado:
DIREITO ELEITORAL. CONTRADITÓRIO. DEVIDO PROCESSO LEGAL. INOB-
SERVÂNCIA. DOMICÍLIO ELEITORAL. CONCEITUAÇÃO E ENQUADRAMENTO. 
MATÉRIA DE DIREITO. MÁ-FÉ NÃO CARACTERIZADA. RECURSO CONHECIDO 
E PROVIDO.
I – O conceito de domicílio eleitoral não se confunde com o de domicílio do 
direito comum, regido pelo Direito Civil. Mais flexível e elástico, identifica-se 
com a residência e o lugar onde o interessado tem vínculos políticos e sociais.
II – Não se pode negar tais vínculos políticos, sociais e afetivos do candidato 
com o município no qual, nas eleições imediatamente anteriores, teve ele mais 
da metade dos votos para o posto pelo qual disputava.
Para participar das eleições, o cidadão deverá, de acordo com as modificações 
promovidas pela Lei n. 13.488/2017, ter domicílio eleitoral na circunscrição do 
cargo pelo prazo de, pelo menos, seis meses antes da data das eleições. Trata-se 
de forma de garantir que os cidadãos, minimamente, tenham um vínculo com os 
cidadãos daquela localidade, conheçam os valores, anseios e necessidades, tendo, 
por essa razão, melhor condição de exercer o direito à elegibilidade.
Filiação Partidária
Para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deverá estar filiado a um partido político. 
Isso porque o exercício do direito à elegibilidade depende dos partidos políticos. Para 
José Jairo Gomes:
Por isso, essas entidades tornaram-se peças essenciais no funcionamento da democra-
cia. Tanto assim que se fala, hoje, em democracia partidária. Não é possível a represen-
tação política fora do partido, já que o artigo 14, § 3º, V, da Lei Maior erigiu a filiação 
partidária como condição de elegibilidade. Na verdade, os partidos detêm o monopólio 
das candidaturas, de sorte que, para ser votado, o cidadão deve filiar-se.
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Em razão dessa disposição constitucional, não existe candidatura avulsa, em 
nenhuma circunstância. Em nenhuma circunstância admite-se que um cidadão con-
corra a cargos eletivos sem estar previamente filiado a um partido político.
Em regra, para concorrer a cargos eletivos, o cidadão deve estar filiado ao res-
pectivo partido político pelo prazo mínimo de seis meses antes da data das elei-
ções. Trata-se de importante novidade legislativa trazida pela Lei n. 13.165/2015: 
a alteração do prazo de filiação partidária para participar das eleições de 1 ano para 
apenas 6 meses antes do pleito eleitoral.
A esse respeito, veja a previsão contida no art. 9º da Lei n. 9.504/1997:
Art. 9º Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na 
respectiva circunscrição pelo prazo de seis meses e estar com a filiação deferida pelo 
partido no mesmo prazo. (Redação dada pela Lei n. 13.488, de 2017)
Parágrafo único. Havendo fusão ou incorporação de partidos após o prazo estipulado no 
caput, será considerada, para efeito de filiação partidária, a data de filiação do candidato 
ao partido de origem.
Aliás, ressalte-se que, se o partido ao qual o cidadão é filiado participar de fusão 
ou incorporação, o prazo de filiação para fins de exercício do direito à elegibilidade 
será contado da data da filiação ao partido originário, e não àquele resultante do 
processo de união partidária.
Quanto aos prazos de filiação partidária, veja alguns casos específicos de acordo 
com a jurisprudência do TSE:
Consulta. Militar da ativa. Concorrência. Cargo eletivo. Filiação partidária. Ine-
xigibilidade. Res.-TSE n. 21.608/2004, art. 14, § 1º. 1. A filiação partidária 
contida no art. 14,
§ 3º, V, Constituição Federal não é exigível ao militar da ativa que pretenda 
concorrer a cargo eletivo, bastando o pedido de registro de candidatura após 
prévia escolha em convenção partidária (Res.-TSE n. 21.608/2004, art. 14, 
§ 1º). (Res. n. 21.787, de 1º.6.2004, rel. Min. Humberto Gomes de Barros.).
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Consulta. Prazo. Filiação partidária. Magistrado. Comprovação. Afastamento. 
Função. Magistrado que pretenda se aposentar para satisfazer a condição de 
elegibilidade de filiação partidária, objetivando lançar-se candidato às eleições, 
somente poderá filiar-se a partido político depois de publicado o ato que com-
prove seu afastamento de forma definitiva e até seis meses antes do pleito que 
deseja disputar. (Res. n. 22.179, de 30.3.2006, rel. Min. Cesar Asfor Rocha.).
Idade Mínima
Por fim, a última condição de elegibilidade constitucional é a idade mínima. 
A idade mínima constitucional está relacionada à “preocupação em se exigir maior 
grau de consciência, experiência e maturidade dos candidatos de acordo com a 
importância e a complexidade das funções inerentes ao cargo” (José Jairo Gomes).
São essas as idades mínimas estabelecidas pela Constituição:
•	 trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
•	 trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
•	 vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Pre- 
feito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
•	 dezoito anos para Vereador.
Segundo o Ministro Carlos Velloso:
Partiu o legislador constituinte do princípio de que o passar dos anos assegura a seu 
detentor maturidade para enfrentar com maior sapiência os problemas e angústias do 
cotidiano.
Essa condição de elegibilidade, nos moldes do § 2º do art. 11 da Lei n. 9.504/1997, 
é verificada tendo por base a data da posse e não a data do registro de candidatura. 
A esse respeito já decidiu o Tribunal Superior Eleitoral:
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[...] indefere-se pedido de registro de candidato que não possui, na data da 
posse, a idade mínima para o cargo que pretende disputar, por ausência da 
condição de elegibi- lidade prevista no art. 14, § 3º, VI, da Constituição Fede-
ral (AgRgRO n. 911, Rel. Min. Marcelo Ribeiro).
Entretanto, especificamente sobre a idade mínima de 18 anos exigida para que 
o cidadão possa concorrer ao cargo de vereador, dispõe a Lei n. 9.504/1997 (após a 
reforma eleitoral de 2015), que o momento de sua comprovação deve ser a data do 
pedido de registro de candidatura. A esse respeito, veja a seguinte prescrição legal:
Art. 11, § 2º A idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição de ele-
gibilidade é verificada tendo por referência a data da posse, salvo quando fixada em 
dezoito anos, hipótese em que será aferida na data-limite para o pedido de registro.
H) Condições de Elegibilidade Infraconstitucionais
Além dos requisitos constitucionais para o exercício do direito à elegibilidade, 
existem condições que foram impostas pelo legislador infraconstitucional, as quais 
podem receber as seguintes denominações:
•	 condições de elegibilidade infra- constitucionais; ou
•	 condições de elegibilidade impróprias.
Indicação em Convenção Partidária
O cidadão que deseja candidatar-se precisa ter seu nome escolhido pela con-
venção do partido ao qual esteja filiado para concorrer a determinado cargo eletivo. 
Dessa forma dispõe o art. 8º da Lei n. 9.504/1997:
Art. 8º A escolha dos candidatos pelos partidos e a deliberação sobre coligações deve-
rão ser feitas no período de 20 de julho a 5 de agosto do ano em que se realizarem as 
eleições, lavrando-se a respectiva ata em livro aberto, rubricado pela Justiça Eleitoral, 
publicada em vinte e quatro horas em qualquer meio de comunicação.
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Desse modo, o candidato, ainda que preencha todas as condições de elegibilida-
de constitucionais, deverá ser indicado pelo partido político ao qual é filiado. Essa 
escolha em convenção partidária deve ser feita dentro do período estabelecido pelo 
art. 8º da Lei n. 9.504/1997, ou seja, entre os dias 20 de julho e 5 de agosto do 
ano das eleições.
Veja que, para concorrer a um cargo eletivo, não basta que o cidadão seja fi-
liado a um partido político. Exige-se que, além da filiação partidária, o filiado seja 
escolhido por sua agremiação partidária como candidato e que haja a indicação 
para qual cargo irá concorrer.
Quitação Eleitoral
Para o TSE:
[...] o conceito de quitação eleitoral abrange, além da plenitude do gozo dos 
direitos políticos, a regularidade do exercício do voto, salvo quando facultativo, 
o atendimento a eventuais convocações da Justiça Eleitoral, inexistência da 
multas aplicadas por esta JustiçaEspecializada e a apresentação das contas de 
campanha, caso se trate de candidatos (Resolução TSE n. 21.823).
No que concerne às multas aplicadas pela Justiça Eleitoral, serão considerados 
quites os candidatos que, até a formalização do pedido de registro de candidatura, 
tenham comprovado o parcelamento da dívida regularmente cumprido.
Portanto, o exercício da elegibilidade fica condicionado à quitação junto à Justiça 
Eleitoral em razão da determinação do art. 11, inciso VI, da Lei das Eleições.
Quanto ao conceito de quitação eleitoral, atente-se para o novo conceito intro-
duzido pela Lei n. 12.034/2009, que alterou o art. 11, § 7º, da Lei n. 9.504/1997. 
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Antes da Lei n. 12.034/2009, somente estaria quite com a Justiça Eleitoral o can-
didato que tivesse as suas contas aprovadas. Após a Lei n. 12.034/2009, basta o 
candidato apresentar as contas de campanha. Veja a nova redação do dispositivo:
Art. 11. § 7º A certidão de quitação eleitoral abrangerá exclusivamente a plenitude do 
gozo dos direitos políticos, o regular exercício do voto, o atendimento a convocações da 
Justiça Eleitoral para auxiliar os trabalhos relativos ao pleito, a inexistência de multas 
aplicadas, em caráter definitivo, pela Justiça Eleitoral e não remitidas, e a apresentação 
de contas de campanha eleitoral. (Incluído pela Lei n. 12.034, de 2009)
Quanto a este último aspecto, cuidado! Para fins de quitação eleitoral, basta 
que o cidadão tenha apresentado as contas de campanha relacionadas às eleições 
passadas. Não é exigível a aprovação dessas contas.
Desse modo, ainda que o candidato tenha tido as suas contas rejeitadas, es-
tará quite com a Justiça Eleitoral. De acordo com o TSE, em sessão realizada no 
dia 28/6/2012, a não aprovação de contas de campanha não impede a emissão da 
certidão de quitação eleitoral e o registro de candidaturas às eleições.
Aliás, a esse respeito, o Tribunal Superior Eleitoral editou uma súmula sobre a 
quitação eleitoral daquele que não prestou contas, com o seguinte teor:
Súmula n. 57 
A apresentação das contas de campanha é suficiente para a obtenção da qui-
tação eleitoral, nos termos da nova redação conferida ao art. 11, § 7º, da Lei 
n. 9.504/1997, pela Lei n. 12.034/2009.
A seu turno, imagine a situação em que um cidadão participe das eleições, mas 
não apresente suas contas de campanha, motivo pelo qual a Justiça Eleitoral de-
claração a não prestação de contas. Nesse caso, esse cidadão ficará sem quitação 
eleitoral pelo período do mandato para o qual concorreu.
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A título exemplificativo, se um candidato a deputado federal participou das elei-
ções de 2018 e não prestou contas, tendo essa situação sido declarada pela Justiça 
Eleitoral, ficará sem quitação eleitoral até o fim do ano de 2022. Não obstante, se 
até o fim do ano de 2022, o candidato persistir em sua omissão no dever de prestar 
contar, a ausência de quitação eleitoral perdurará até que cumpra o seu dever de 
prestar contas.
Esse é o entendimento firmado pelo Tribunal Superior Eleitoral ao editar a se-
guinte súmula:
Súmula n. 42 
A decisão que julga não prestadas as contas de campanha impede o candidato 
de obter a certidão de quitação eleitoral durante o curso do mandato ao qual 
concorreu, persistindo esses efeitos, após esse período, até a efetiva apresen-
tação das contas.
Momento de Comprovação das Condições de Elegibilidade
As condições de elegibilidade deverão ser demonstradas no momento do pedi- 
do de registro de candidatura junto à Justiça Eleitoral. Entretanto, são exceções a 
essa regra: necessidade de seis meses de filiação partidária, período de seis meses 
de domicílio eleitoral na circunscrição na qual pretenda concorrer e idade mínima. 
Para o domicílio eleitoral e a filiação partidária, a contagem do prazo tem como 
base a data das eleições. Por sua vez, a idade mínima tem como parâmetro a data 
da posse, salvo, como visto, para aqueles cargos cuja idade mínima seja de 18 anos. 
No mesmo sentido:
As inelegibilidades e as condições de elegibilidade são aferidas ao tempo do 
registro da candidatura. Precedentes do TSE. Diversa é a situação da condição 
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de idade mínima, que se verifica na data prevista da posse, por expressa pre-
visão legal (§ 2º do art. 11 da Lei n. 9.504/1997) (Ac. de 20/9/2004 no REspe 
n. 22.900, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira).
Sobre o momento de aferição das condições de elegibilidade, esta é a prescrição 
legal quanto aos requisitos filiação partidária e domicílio eleitoral:
Art. 9º Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na 
respectiva circunscrição pelo prazo de seis meses e estar com a filiação deferida pelo 
partido no mesmo prazo. (Redação dada pela Lei n. 13.488, de 2017)
Por sua vez, quanto à idade mínima, esta é a disposição normativa:
Art. 11, § 2º A idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição de ele-
gibilidade é verificada tendo por referência a data da posse, salvo quando fixada em 
dezoito anos, hipótese em que será aferida na data-limite para o pedido de registro.
Portanto, podemos concluir que a aferição quanto ao preenchimento das condi-
ções de elegibilidade é feita no dia da formalização do pedido de registro de can-
didatura. Contudo, a idade mínima constitucional deve ser comprovada tendo por 
parâmetro a data da posse do cargo eletivo pretendido; o domicílio eleitoral e a 
filiação partidária são verificadas baseando-se na data da eleição.
Entretanto, se na data da formalização do pedido de registro de candidatura, 
o cidadão for inelegível e, após esse período, ocorrer alguma circunstância fática e 
jurídica apta a afastar a inelegibilidade, será cabível o deferimento de seu pedido 
de registro de candidatura, nos termos do art. 11, § 10 da Lei n. 9504/1997:
Art. 11, § 10 As condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade devem ser 
aferidas no momento da formalização do pedido de registro da candidatura, ressalvadas 
as alterações, fáticas ou jurídicas, supervenientes ao registro que afastem a inelegibili-
dade. (Incluído pela Lei n. 12.034, de 2009)
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Aliás,de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, a ocorrência de uma situa-
ção fática e jurídica que faça com que um candidato que, ao tempo da eleição, não 
preenchia uma das condições de elegibilidade, mas passe a preencher, fará com 
que seja deferido o pedido de esse cidadão participar das eleições. Esse é o enten-
dimento fixado no seguinte enunciado sumular:
Súmula n. 43
As alterações fáticas ou jurídicas supervenientes ao registro que beneficiem o 
candidato, nos termos da parte final do art. 11, § 10, da Lei n. 9.504/1997, 
também devem ser admitidas para as condições de elegibilidade.
Ademais, desde as eleições de 2014, o Tribunal Superior Eleitoral passou a 
entender que alterações fáticas e supervenientes que atraíssem a incidência de 
circunstâncias de inelegibilidade também devem ser avaliadas (nas instâncias ordi-
nárias) e poderá gerar o indeferimento do registro de candidatura. Ou seja, se ao 
tempo do pedido de registro de candidatura o candidato era elegível, mas surgiu 
uma hipótese geradora de sua inelegibilidade (como, por exemplo, uma condena-
ção por corrupção eleitoral proferida por órgão colegiado), o requerimento de re-
gistro de candidatura deverá ser indeferido.
A esse respeito, veja o seguinte julgado proferido pelo Tribunal Superior Eleito-
ral:
FIXAÇÃO DE TESE A SER OBSERVADA NOS REGISTROS DE CANDIDATURA DO 
PLEITO DE 2014:
As inelegibilidades supervenientes ao requerimento de registro de candidatura 
poderão ser objeto de análise pelas instâncias ordinárias no próprio processo 
de registro de candidatura, desde que garantidos o contraditório e a ampla 
defesa. Votação por maioria. (RO no 154-29/DF, Rel. Mm. Henrique Neves, 
PSESS de 27.08.2014).
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No mesmo sentido:
ELEIÇÕES 2016. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. 
REGISTRO DE CANDIDATURA. PREFEITO ELEITO. DEFERIDO. INELEGIBILI-
DADE SUPERVENIENTE. ART. 1º, I, L, DA LC N. 64/1990. CONHECIMENTO 
PELAS INSTANCIAS ORDINÁRIAS. POSSIBILIDADE. CONTRADITÓRIO E AMPLA 
DEFESA. NECESSIDADE.
2. Ante a possibilidade de conhecimento da inelegibilidade superveniente 
enquanto os autos do registro ainda tramitam nas instâncias ordinárias, pro-
vido o recurso especial, com comando de retorno dos autos a origem para que, 
oportunizado o contraditório ao candidato, o Tribunal a quo decida acerca do 
disposto no art. 1º, I, I, da LC n. 64/1990.
Da inviabilidade do agravo regimental
1. As inelegibilidades supervenientes ao requerimento de registro de candida-
tura podem ser objeto de análise pelas instâncias ordinárias no próprio pro-
cesso de registro de candidatura. Precedentes.
2. Noticiada nova condenação por improbidade antes do julgamento do agravo 
regimental pelo TRE/MG, é dizer, antes de exauridas as instâncias ordinárias, 
ausente óbice ao exame do jus honorum a luz do fato superveniente, respei-
tadas as garantias do devido processo legal.
Agravo regimental conhecido e não provido. (AgR-REspe no 135-68/MG, Rel. 
Mm. Rosa Weber, DJe de 18.5.2017).
Elegibilidade do Militar
O militar alistável é elegível. Isso quer dizer que a única espécie de militar que 
não pode candidatar-se a cargos eletivos é o conscrito. Todos os demais militares, 
não importa a força ou a patente, são elegíveis.
Entretanto, a elegibilidade dos militares depende do atendimento dos seguintes 
requisitos, inscritos no art. 14, § 8º:
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Art. 14, § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se 
eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
Há uma restrição constitucional para que o militar possa filiar-se a partidos po-
líticos, estatuída no art. 142, § 3º, inciso V, e no art. 42.
Surge uma dúvida: a filiação partidária é uma das condições de elegibilidade e 
não existe candidatura avulsa. Como o militar poderá concorrer a cargos eletivos se 
não pode filiar-se a partidos políticos? Essa pergunta foi respondida pelo TSE nos 
seguintes termos:
Militar da ativa (subtenente), com mais de dez anos de serviço. Sendo alistá-
vel e elegível, mas não filiável, basta-lhe, nessa condição excepcional, como 
suprimento da prévia filiação partidária, o pedido do registro da candidatura, 
apresentado pelo partido e autorizado pelo candidato. Só a partir do registro 
da candidatura e até a diplomação ou o regresso à Força Armada, manter-se-á 
o candidato na condição de agregado (CF, art. 14, parágrafos 3º, V, e 8, II e 
art. 42, parag. 6º; CE, art. 5º, parágrafo único e Lei n. 6.880/80, art. 82, XIV 
e parag. 4º). (Acórdão n. 11.314).
Restrição dos Direitos Políticos
Os direitos políticos são uma espécie de direitos fundamentais. Essa afirmação 
pode ser constatada a partir da análise de sua topografia na Constituição. O Título 
II da CF trata de Direitos e Garantias Fundamentais e é subdividido em 5 capítulos. 
São eles:
•	 Capítulo I – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos;
•	 Capítulo II – Dos Direitos Sociais;
•	 Capítulo III – Da Nacionalidade;
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•	 Capítulo IV – Dos Direitos Políticos;
•	 Capítulo V – Dos Partidos Políticos.
Os direitos políticos possuem natureza jurídica de direitos fundamentais. Isso 
quer dizer que somente se admite restrição de direitos políticos nas hipóteses 
previstas na própria Constituição ou nas espécies normativas permitidas no texto 
constitucional, vedada a aplicação de analogia ou de interpretação extensiva nessa 
matéria.
Os direitos políticos podem ser restringidos por meio de 4 tipos de institutos.
São eles:
•	 Cassação de direitos políticos;
•	 Perda dos direitos políticos;
•	 Suspensão de direitos políticos;
•	 Inelegibilidades.
As inelegibilidades serão estudadas por nós em nossa próxima aula. Remete-
mos você para lá e sugerimos que faça um estudo pormenorizado desse importante 
instituto restritivo do exercício dos direitos políticos passivos.
Quanto à cassação, essa forma de restrição foi proibida em nosso ordena-
mento jurídico. Sobre a cassação de direitos políticos, veja o que escreve Roberto 
Moreira Almeida:
Direto da doutrina
É expressamente vedada a cassação de direitos políticos no Brasil (CF, art. 15, caput). 
Ocorreu, por exemplo, quando da vigência da Constituição Federal de 1967, com a edi-
ção do Ato Institucional n. 5 (AI-5, art. 5º) pelo Governo Militar, que cassou, por ato 
administrativo, os direitos políticos de inúmeros brasileiros.
Sobre o tema perda e suspensão dos direitos políticos trata o art. 15 da 
Constituição

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