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Acidente Ocupacional com Material BiológicoAcidente Ocupacional com Material Biológico Prevenção e Condutas Kátia Sanches HistóricoHistórico � Doença Ocupacional Tucídedes no século IV AC Peste de Atenas. Os médicos desconheciam a natureza da doença e eram os primeiros a ter contato com doentes e a morrer (tucídedes apud Lopes, 1970) � Riscos biológicos Laboratórios onde se dava manipulação com microorganismos e material clínico. XIX-XX contaminação em laboratórios por Salmonella typhi (Teixeira e Valle, 1996) Riscos Biológicos �Microorganismos geneticamente modificados ou não (formas de vida de dimensões microscópicas) que inclui bactérias, fungos, protozoários e vírus. � Cultura de células � Parasitas � Toxinas Portaria 322, 14/11/2005 Riscos BiológicosRiscos Biológicos �Transmissão Oral-fecal Via respiratória (gotículas ou aérea) Contato Via sanguínea Riscos biológicos �Transmissão sangüínea HIV Hepatite B Hepatite C 60 diferentes agentes infecciosos 26 vírus, 18 bactérias, 13 parasitas e 3 yeasts Tarantola, AJIC 34(6): 367-75, 2006 Acidentes Ocupacionais com Material BiológicoAcidentes Ocupacionais com Material Biológico Fluidos orgânicos COM RISCO: sêmen, secreção vaginal, líq sinovial, líq pleural, líq peritoneal, líq pericárdico, líq amniótico, líquor, saliva (em ambientes odontológicos). MMWR 1996, 45 (22): 468-472. Johns Hopkhins - Bloodborne pathogens - Professional Study Guide, 1996. Acidentes Ocupacionais com Material BiológicoAcidentes Ocupacionais com Material Biológico Fluidos orgânicos SEM RISCO: lágrima, saliva (em ambientes não-odontológicos), secreções nasais, urina, fezes, escarro, suor e vômito. QUALQUER FLUIDO CONTENDO SANGUE deve ser considerado como material biológico COM RISCO. MMWR 1996, 45 (22): 468-472. Johns Hopkhins - Bloodborne pathogens - Professional Study Guide, 1996. MagnitudeMagnitude �3 milhões de acidentes percutâneo com agulhas contaminadas por material biológico por ano entre trabalhadores da área da saúde (WHO, 2002 e Wilburn e Eijkermans, 2004) : �385.000 acidentes/ano – 1000/dia (Panlilo et al, 2004) �15 a 57/1 milhão trabalhadores da área da saúde morrem anualmente devido a infecções e acidentes ocupacionais (Sepkowitz e Eisenberg, 2005) Risco biológicoRisco biológico �Acidentes pérfuro-cortante 33 acidentes por 100 leitos ocupados 21 : 100 leitos ocupados (hospitais não Universitários) 38 : 100 leitos ocupados (hospitais Universitários) Jagger J *Perry J, Journal of Infusion Nursing 25 (6S), S15-S20, 2002 Targeting Zero http://www.apic.orghttp://www.apic.org BiossegurançaBiossegurança � Precauções básicas a serem tomadas com qualquer paciente, independente de sua situação sorológica em relação ao HIV, HCV e HBV � Equipamentos de Proteção Individual Acidente Ocupacional com Material BiológicoAcidente Ocupacional com Material Biológico Precauções Universais – CDC 1987 Precauções Básicas – 1996 Recomendações para a manipulação de sangue, outros fluidos corpóreos, secreções, excreções, pele não íntegra e membranas mucosas independente de conter sangue visível Encarar todos os pacientes como potencialmente infectados Infect Control hosp epidemiol 1996, 17:54 Acidente de Trabalho com Material biológicoAcidente de Trabalho com Material biológico Hospital A - 150 acidentes no ano X X Hospital B - 15 acidentes no ano X Em qual hospital a situação de controle de acidentes é pior? No data = No problem In our experience, data is the single most important tool for promoting change. Administrators and policymakers often will not acknowledge that a problem exists if there are no data to document it. Jagger J *Perry J, Journal of Infusion Nursing 25 (6S), S15-S20, 2002 Portaria MS 777 de 28/04/2004Portaria MS 777 de 28/04/2004 �Art 1 Regulamenta a notificação compulsória de agravos à saúde do trabalhador – acidentes e doenças relacionadas ao trabalho – em redes de serviço sentinela �P 1 São agravos de notificação compulsória, para efeito desta portaria: Acidentes com exposição a Material Biológico �Todos os casos de acidente com material biológico devem ser comunicados ao INSS – CAT Serviço público e Militares – Documento próprio MS – SINAN A instituição deve manter um registro interno com os dados do acidente Setor, data, hora, tipo, material biológico, função que exerce, circunstância, EPI, condições Sistema de Vigilância �Monitorar práticas existentes �Cobertura vacinal �Características dos acidentes �Riscos de adoecimento Estabelecer propostas e estratégias de prevenção Acidente Ocupacional com Material BiológicoAcidente Ocupacional com Material Biológico �Hepatite B por exposição Ocupacional EUA 8.700 casos /ano 2000 casos Doença clínica 400 casos Hospitalização 200 casos Óbito 800 casos Cronicidade CDC, 1991 Acidente Ocupacional com Material BiológicoAcidente Ocupacional com Material Biológico �Hepatite B por exposição Ocupacional EUA 1.000 casos /ano 250 casos Doença clínica 17 casos Óbitos por cirrose 1 caso Óbito - hepatite fulminante 63 casos Cronicidade 4 casos Carcinoma hepatocelular CDC, 1994 INFECÇÃO OCUPACIONAL PELO HIVINFECÇÃO OCUPACIONAL PELO HIV DEFINIÇÃO DE CASO Soroconversão ou evidência virológica documentada e associada de forma temporal com uma exposição ocupacional a sangue ou outro material potencialmente contaminado com o HIV. CASOS DE SOROCONVERSÃO PELO HIV ACIDENTES OCUPACIONAIS EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE 106 casos comprovados CATEGORIA PROFISSIONAL 71% profissionais da enfermagem e técnicos de laboratórios clínicos TIPO DE EXPOSIÇÃO 89% exposições percutâneas MATERIAL BIOLÓGICO ENVOLVIDO 91% exposições a sangue Exposição a SangueExposição a Sangue � HIV Risco de 0,3 a 0,09% Fatores envolvidos: tipo de acidente; profundidade da lesão; paciente fonte; atendimento inicial � HBV Risco de 6 a 40% Medidas profiláticas podem reduzir em 90 a 95% � HCV Risco de 3 a 10% 200 a 500 casos/ano (Jagger, 2001) Ausência de medidas preventivas Risco : Exposição PercutâneaRisco : Exposição Percutânea �Em relação ao volume de sangue Lesão profunda Agulha de grosso calibre Agulha retirada de artéria ou veia de paciente �Em relação a carga viral Títulos elevados: primo-infecção; doença terminal; resistência ARV Por que reencapam?Por que reencapam? � “Quando reencapo agulhas usadas estou protegendo meus colegas” � “Não acho seguro desprezar agulhas usadas sem reencapá-las” � “É melhor reencapar do que ter que carregá-las até o local de descarte” � “Reencapo quando não encontro recipientes para descarte dentro do quarto do paciente”. Brevidelli MM, Ver Saúde Pública, 2001 Acidente Ocupacional com Material BiológicoAcidente Ocupacional com Material Biológico �O que fazer no momento do acidente? Aconselhar o profissional de saúde Cuidados com a área da lesão Identificar o paciente-fonte (teste rápido) Avaliação do risco do acidente Procedimentos em Caso de Exposição a Material Biológico Procedimentos em Caso de Exposição a Material Biológico �HIV Aconselhamento do profissional de saúde Critérios de gravidade Sorologia do paciente fonte Risco atribuível Medidas de profilaxia - Indicação de antiretrovirais Acompanhamento sorológico Procedimentos em Caso de Exposição a Material Biológico Procedimentos em Caso de Exposição a Material Biológico �HBV Vacina para hepatite B Gamaglobulina hiperimune Acompanhamento sorológico �HCV Nenhuma medida específica que seja eficaz Acompanhamento sorológico e clínico Risco de efeitos adversos Risco de Transmissão Considerações para o uso de PEP PEP Cardo, Denise - CDC - 1st IAS, 2001 cidente Ocupacional com Material Biológicocidente Ocupacional com Material Biológico �Quando iniciar profilaxia para o HIV? Idealmente dentro de 1 a 2 horas após o acidente Até quanto depois ainda é benéfico? �Por quanto tempomanter? Por quatro semanas HIV+ assintomático ou carga viral baixa HIV+ sintomático ou carga viral alta Fonte ou sorologia HIV desconhecida HIVnegativo não se recomenda não se recomenda em geral,não se recomenda em geral,não se recomenda + grave - grave 3 drogas 3 drogas 2 drogas 3 drogas + grave - grave grande volume grande volume pequeno volume pequeno volume 2 drogas considerar 2 drogas 3 drogas 2 drogas Profilaxia anti-retroviral pós-exposição (PEP) Ministério da Saúde, 2001 Exposição percutânea Exposição de mucosa ou pele não íntegra Aconselhamento pós-exposição � Efeitos adversos das drogas � Sinais e sintomas de infecção aguda pelo HIV febre rash sintomas semelhantes à gripe � Prevenir transmissão secundária abstinência sexual ou preservativos não doar sangue � Mulheres amamentando devem ser aconselhadas sobre os riscos de transmissão e as drogas utilizadas � Em 6 semanas: �anti-HIV, TGP (se fonte HCV+). � Em 3 meses �anti-HIV. � Em 6 meses: �anti-HIV, anti- HCV, HBsAg (se fonte HCV+ e HVB+). � Em 1 ano: �anti-HIV, em condições especiais. Acompanhamento pós-exposição � Exame clínico semanal �hemograma, TGP, amilase; �assegurar adesão e manejo de efeitos adversos. Quimioprofilaxia completa (28 dias) Silva Jr e col - 50% Abboud CD e col - 28.9% Acompanhamento clínico-laboratorial completo Silva Jr e col - 50% Abboud CD e col Seguimento regular 32% Abandono - 37.4% BH 2000 Seguimento do profissional exposto Efeitos adversos graves associados com PEP � Insuficiência hepática fulminante (um caso de transplante hepático) e reação de hipersensibilidade → uso de nevirapina na PEP � FDA recebeu 22 relatos de efeitos adversos graves relacionados ao uso de nevirapina na PEP Hepatotoxicidade (12 casos) Lesões cutâneas (14 casos) � Não aferíveis: ? MMWR 2001;49:1153-1155 CASOS DE FALHAS AOS ANTI-RETROVIRAIS EM EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS AO HIV 17 casos de falha - monoterapia AZT 7/10 casos - fonte em uso de AZT 1 caso de falha - AZT + ddI - resistência ao AZT ? 1 caso de falha - AZT + ddI + 3TC + indinavir paciente-fonte com vírus multirresistente 1 caso de falha - PEP combinada (Hawkins) 1 caso AZT + 3TC + indinavir 1 caso AZT + ddI Am J Med 1997; 102:52-55. Clin Infect Dis 1999; 28:365-383. VI Conf Retrov and Opport Infect Chicago, 1999. Bull Epid Hebdo 1999; 18:69-70. Implicações dos acidentes com material biológico Implicações dos acidentes com material biológico �Risco de infecção � Impacto emocional �Custos médicos �Custos pessoais �Aspectos legais Cardo, d, 2001 Registro do Acidente de TrabalhoRegistro do Acidente de Trabalho �Registro com informações sobre: Condições do acidente Dados do paciente-fonte Dados do profissional de saúde �Formulário específico para a comunicação de acidente de trabalho - CAT Subnotificação de Acidentes OcupacionaisSubnotificação de Acidentes Ocupacionais �Exposições percutâneas Estudos Subnotificação CDC, 1997 46 % O’Neill, 1992 91 % Mc Geer, 1990 95 % Hamory, 1983 75 % MMWR 46: 20,5, 1997. Arch Intern Med 152: 1451-6, 1992. J Infec Dis 162: 961-4, 1990. Am J Infect Control 11: 174-7, 1983. Precauções BásicasPrecauções Básicas Medidas de prevenção que devem ser utilizadas na assistência a todos os pacientes, quando há manipulação de sangue, secreções e excreções e contato com mucosas e pele não íntegra. Isto independe do diagnóstico definido ou presumido de doença infecciosa. Equipamento de Proteção Individual Manipulação e descarte de material pérfuro-cortante Equipamento de Proteção IndividualEquipamento de Proteção Individual �Luvas – possibilidade de contato com sangue, secreções e excreções com mucosas ou pele não íntegra. �Máscaras, Gorros e Óculos de proteção – possibilidade de respingo de sangue ou outros fluidos corpóreos nas mucosas da boca, nariz e olhos. �Capotes – possibilidade de contato com material biológico. �Botas – proteção dos pés em locais úmidos ou com quantidade significativa de material infectante. Cuidados com Material Pérfuro-cortanteCuidados com Material Pérfuro-cortante �Máxima atenção �Jamais usar dedos como anteparo �Não reencapar agulhas �Não utilizar agulhar para afixar papéis �Descarte em recipientes próprios �Recipientes preenchidos até no máximo 2/3 �Recipientes próximos ao local do procedimento Utilize equipamento de proteção individual (EPI). Descarte material pérfuro- cortante em recipiente rígido, com tampa. Vacine-se contra a Hepatite B. Acidentes Ocupacionais com Material Biológico
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