Buscar

entrevita Sakima

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 6, n. 6, p. 1-8, nov./dez. 2001 1
1) Em 1998, o professor Joel
Cláudio da Rosa Martins também
foi entrevistado por esta revis-
ta e em uma das questões for-
muladas falou sobre o Grupo de
Araraquara. Foi justamente o
senhor que lhe fez a pergunta.
Agora eu gostaria que também
falasse, passados já 3 anos, so-
bre este grupo de Araraquara.
Lídia Parsekian Martins
Prezada Lídia, agradeço a sua par-
ticipação nesta entrevista e com esta
pergunta me dá a oportunidade de
homenagear o professor Joel Cláudio
da Rosa Martins, seu marido, que ao
longo dos anos foi um colaborador
incansável, crítico, inteligente e aci-
ma de tudo amigo. Infelizmente quis
o destino que partisse prematuramen-
te do nosso convívio, mas tenho a
certeza que, está olhando para o nos-
so grupo, o Grupo de Araraquara,
que ele ajudou a formar. De tudo o
que ele escreveu naquela entrevista
gostaria de acrescentar que o nosso
Grupo se caracteriza também pela
amizade dos seus membros, pela
maneira humana como tratam os
seus pares e os seus alunos, acima
dos conhecimentos adquiridos pelas
experiências como professores no
Entrevista
A Ortodontia brasileira possui vários ícones importantes que alicerçaram a evolução técnico-científica.
Verdadeiro guia, como tal, assumiu o papel de professor que educa, ensina e orienta os passos. Foi
exatamente com este ideal que com o Prof. Dr. Tatsuko Sakima surgiu o espírito “família” do grupo de
Araraquara. Existe uma contaminação do senso de amizade e humanismo que o caracteriza. As experiên-
cias como professor visitante na Universidade de Connecticut, EUA, de 1985 a 1987, também abriu novas
fronteiras para que todos do grupo tivessem esta experiência (Prof. Joel - Baylor, EUA, Prof. Ary - Baylor,
EUA, Prof. Luiz Gandini - Baylor, EUA, Prof. Dirceu - Toronto, Canadá e agora com a ida do Prof. Maurício -
Ahrus, Dinamarca ). Galgando a carreira acadêmica, chegou a Professor Titular e também a Diretor da
Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP, sem, no entanto, deixar o consultório particular, uma
verdadeira escola. Suas experiências técnicas e científicas, principalmente como introdutor da Técnica do
Arco Segmentado no Brasil, juntamente com professores renomados como o Dr. Rohit Sachdeva, Dr. Michael
Marcotte, Dra. Birte Melsen e o próprio Dr. Charles Burstone, fizeram crescer o interesse clínico e acadêmico
pela técnica, com cursos de pós-graduação ministrados pelos professores de Araraquara. Os inúmeros
trabalhos científicos produzidos, demonstram a preocupação crescente no nível de grandeza da Ortodon-
tia no Brasil e exterior.
Dr. Hélio Hissashi Terada
Brasil e no exterior. Esta amizade
quase familiar é que faz a força do
grupo, que quando um deles sai para
o exterior traz sempre algo de novo
para acrescentar na filosofia de tra-
tamento que se desenhou ao longo
desses anos, e que procuramos re-
passar para os nossos alunos nos
cursos de pós-graduação e especiali-
zação. A pós-graduação em nível de
mestrado e doutorado é onde os co-
nhecimentos científicos, adquiridos
em centros altamente categorizados,
são colocados em prática e como re-
sultado temos trabalhos de alto nível
científico que estão sendo desenvolvi-
dos pelos nossos alunos orientados
pelos professores do Grupo, alguns já
defendidos e com publicação no exte-
rior.
2) Quais são suas expectativas
em relação à Ortodontia e à Or-
topedia Funcional dos Maxilares
nos cursos de Especialização,
uma vez que a tendência é a for-
mação de cursos distintos para
Especialidades tão afins? Lídia
Parsekian Martins
A nossa especialidade é Ortodon-
tia e Ortopedia Facial pela resolução
da I ANEO, acontecido no Rio de Ja-
neiro. Entendemos que a Ortopedia
Facial é quando conseguimos inter-
ferir no crescimento e desenvolvimen-
to crânio facial, através de procedi-
mentos que interceptem o apareci-
mento ou desenvolvimento de uma
má-oclusão. O que importa é o con-
ceito e não a maneira de como fazê-
lo.
A Ortopedia Facial é dividida em
ortopedia mecânica, quando utiliza-
mos aparelhos como o “quad-helix”,
os aparelhos disjuntores, AEB re-
movível, e mesmo os aparelhos
Tatsuko Sakima
2 R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 6, n. 6, p. 1-8, nov./dez. 2001
créditos formais. Acredito que em de-
terminadas áreas do conhecimento
até seja possível programas de Pós-
Graduação à distância.
5) Como ficam os programas de
cursos de mestrado (acadêmi-
co e profissionalizante), com a
nova filosofia do Governo Fede-
ral? Tieo Takahashi
Parece-nos que existe um equívo-
co na nossa área sobre os cursos
profissionalizantes, que deveriam ser
aplicados para áreas emergentes e
não para áreas consagradas do co-
nhecimento. Esta distorção que está
acontecendo na nossa área é preju-
dicial para os cursos de mestrado aca-
dêmico, que tem um programa sério.
É impossível cumprir todos os crédi-
tos de um mestrado acadêmico em
cursos de final de semana ou mesmo
de uma semana por mês. Estes cur-
sos estão sendo criados para regula-
rizar a situação de docentes, já con-
tratados e que não possuem ainda o
título de mestre. Dar o mesmo valor
para o mestrado acadêmico e profis-
sionalizante é no mínimo injusto
para os alunos que se preparam em
tempo integral, buscando o conheci-
mento científico. O que deveríamos
fazer como professores é orientar os
nossos alunos de graduação e ficar
alerta na hora de contratação de
novos docentes.
6) Qual seria a tendência e o
papel dos cursos de especializa-
ção na Pós-Graduação do futu-
ro? Tieo Takahashi
A especialização, que é a pós-gra-
duação “latu sensu” está muito des-
gastada, pois temos mais de 90 cur-
sos de especialização e tantos outros
cursos de “typodonts” e atualização
que soltam no mercado profissionais
não habilitados para exercer uma boa
ortodontia e que concorrem com os
especialistas, com preços baixos. Os
cursos de especialização deveriam ter
como objetivo formar bons especia-
listas, para tratar casos mais com-
plexos, onde conhecimentos de
Reika, que gerou os três filhos Mau-
rício, Paulo e Alexandre e a filha Ra-
quel, todos dentistas e todos
ortodontistas, que ao longo destes
anos de convívio só nos tem dado ale-
gria. Na educação dos filhos estou
bastante convicto da importância do
papel da mãe, nesse processo, pois é
ela que fica mais próxima dos filhos
desde a concepção e acompanha mais
de perto a evolução física e psicológi-
ca. O pai tem de dar apoio psicológico
e ser exemplo para os filhos.
O papel do professor se asseme-
lha muito ao papel de pai, e tem de ser
por vocação, pois o professor além de
ensinar tem de educar para uma pro-
fissão. Como docente sempre assumi-
mos as oportunidades surgidas den-
tro da carreira universitária, seja aca-
dêmica ou administrativa. Do lado
acadêmico, cheguei a professor titular
e do lado administrativo até a Diretor
da Faculdade de Odontologia de
Araraquara, posições que me orgulho.
Mantive consultório particular por
20 anos, e mesmo em regime de tur-
no completo, galguei todos os postos
da carreira e devo isso a minha ati-
vidade privada, pois sempre procurei
documentar os casos clínicos do con-
sultório, que serviam para ilustração
das aulas teóricas.
4) Qual a sua opinião sobre o
ensino à distância nos progra-
mas de curso de Pós-Gradua-
ção? Tieo Takahashi
Hoje com a “internet” e a
globalização o ensino à distância não
fica tão distante assim. Para os cur-
sos de Pós-Graduação, “latu” e “strictu
sensu” na nossa área é praticamente
impossível o ensino à distância, pois
a parte prática laboratorial ou clínica
deve ser vivenciada pelos alunos e não
virtualmente. Nos programas de
Doutoramento, poder-se-ia fazer um
projeto misto, onde os alunos acom-
panhariam parte do programa na sua
faculdade de origem, principalmente
a parte da pesquisa, e enviar para o
orientador os dados e resultados e
parte na Faculdade para cumprir os
extrabucais com forças ortopédicas
e a ortopedia funcional dos maxila-
res quando usamos aparelhos, como
o Bionator de Balters, os aparelhos
de Bimler, Frankel, as pistasde Pla-
nas, etc., que aproveitam a muscu-
latura para promover as alterações
faciais. A literatura mostra que os
efeitos de um aparelho ortopédico
funcional para classe II tem pratica-
mente o mesmo efeito que um apare-
lho extrabucal. Entendemos que es-
ses aparelhos promovem a remoção
do bloqueio, favorecendo o cresci-
mento e desenvolvimento da maxila
e da mandíbula num determinado
momento, fazendo com que o desen-
volvimento da oclusão volte a ter o
seu curso normal. A mandíbula vai
crescer até onde determinar o código
genético de cada paciente, seja com
um aparelho ortopédico funcional ou
um aparelho extrabucal, se indicado
corretamente. Para o nosso curso de
Pós-Graduação ou de Especialização
nada vai mudar, pois já ministramos
estes conceitos há muito tempo, mes-
mo antes da incorporação do termo
Ortopedia Facial à Ortodontia. O que
lamentamos é que esta nova espe-
cialidade, denominada Ortopedia
Funcional dos Maxilares tenha sido
criado mais por uma razão política
do que de conceitos e objetivos.
3) É difícil encontrar, em um só
profissional, características re-
levantes como educador e clíni-
co. Sabemos que o senhor é con-
siderado por toda a Sociedade
Odontológica como um emérito
educador e um clínico por exce-
lência. O senhor poderia deixar
registradas suas experiência
mais significantes nestes dois
campos? Lídia Parsekian Martins
Agradecido pelos elogios, mas
não fazemos nada mais que obriga-
ção de pai e de professor. Quando
se decide constituir família e ter fi-
lhos é nossa obrigação educá-los da
melhor maneira possível e
encaminhá-los para a vida. Agra-
deço a Deus por ter a minha esposa
R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 6, n. 6, p. 1-8, nov./dez. 2001 3
Prof. Antenor, agradeço a sua
participação e é com grande prazer
que coloco aqui a minha opinião so-
bre a cirurgia ortognática. A cirurgia
ortognática no Brasil começou a sua
evolução na década de 80, quando
você voltou dos Estados Unidos e
começou a fazer e difundir as técni-
cas mais avançadas nas cirurgias de
displasias esqueléticas. Antes, as ci-
rurgias ortognáticas eram realizadas
somente na mandíbula, nos casos de
Classe III, pela técnica de Castro, e
sem um planejamento ortodôntico
que realizamos atualmente, nos três
planos do espaço. A ortodontia mo-
derna não caminha sem a cirurgia
ortognática. Hoje podemos dizer que
não existem casos insolúveis, pois
podemos utilizar da ortopedia facial,
na dentadura decídua e mista para
orientar o crescimento das displasias
esqueléticas; na fase ortodôntica, de
10 a 14 anos, utilizamos a mecâni-
ca ortodôntica, procurando camuflar
as displasias, quando não for possí-
vel corrigir dentro do ideal e nos ca-
sos mais complexos lançamos mão
da cirurgia ortognática. Cada vez
mais os ortodontistas estão indican-
do as cirurgias ortognáticas para os
seus pacientes. Os fatores limitantes
são a falta de cirurgiões nas cidades
brasileiras de médio porte e o custo,
que é ainda um pouco elevado para
as condições econômicas da maioria
dos brasileiros. No entanto existem
alguns planos de saúde que cobrem
também casos de cirurgias ortogná-
ticas, o que é muito bom para o pa-
ciente e para o cirurgião.
10) Sabemos que o senhor é um
grande conhecedor da biome-
cânica e uns dos difundores da
Técnica do Arco Segmentado no
Brasil. Sendo a grande maioria
dos tratamentos ortodônticos-
cirúrgicos realizados em pa-
cientes adultos, ou seja, sem
crescimento, como os princí-
pios dessa técnica podem auxi-
liar num preparo ortodôntico
pré-operatório? Antenor Araújo
usamos o “bull loop” em fios retan-
gulares ou mecânica de deslizamento
com “alastik” em cadeia, ancorado
com extra bucal, se necessário. Nos
casos mais complicados montamos
o sistema da mecânica do arco seg-
mentado, complementando com arco
lingual e barra palatina e utilizando
molas “T” de TMA, escolhendo a con-
figuração mais conveniente. Nos ca-
sos de mordida profunda em pacien-
tes braquicefálicos temos usado a
mecânica de intrusão/retração pro-
posta por Bhavna e Burstone. Após
o fechamento de espaços a
finalização é realizada com fios de
aços inoxidável .019x.025, com co-
ordenação e dobras de finalização.
8) Quais as principais diferen-
ças Biomecânicas entre se rea-
lizar a retração anterior de ca-
nino a canino, ou seja, em bloco
e retrair os caninos totalmente
com posterior retração dos in-
cisivos? Osmar Aparecido Cuoghi
A diferença está no tempo de tra-
tamento. Para a retração em mas-
sa dos seis dentes anteriores e so-
mente a retração dos caninos, o
tempo é praticamente o mesmo.
Nos casos onde os pacientes forem
bons colaboradores, que usam bem
o AEB, a retração em massa está
bem indicada. Nos casos de anco-
ragem máxima podemos retrair to-
talmente os caninos e depois os
dentes anteriores. Na mecânica de
retração intrusão é necessário re-
trair antes os caninos e depois
intruir e retrair os quatro incisivos
superiores.
9) A cirurgia ortognática conco-
mitante à ortodontia sofreu uma
grande evolução nas últimas
décadas. No Brasil, essa cons-
tante evolução também esteve
presente. No seu ponto de vis-
ta, hoje qual a influência da ci-
rurgia ortognática nos tratamen-
tos ortodônticos e qual o futuro
do tratamento ortodôntico-ci-
rúrgico? Antenor Araújo
ortopedia facial, mecânica ortodôn-
tica e cirurgia ortognática deveriam
ser ensinados, independentemente da
filosofia do curso. O futuro da espe-
cialidade depende dos especialistas,
que deverão estar constantemente se
atualizando. A filiação a uma associ-
ação de especialistas que tem a con-
dição e competência para orientar a
população é fundamental. Essa orien-
tação deveria ser mais constante e
mais abrangente.
7) Levando-se em consideração
os aspectos biológicos e mecâ-
nicos, quais os tipos de fios que
o Senhor adota para as distin-
tas etapas do tratamento orto-
dôntico, ou seja, retração inicial
de caninos, nivelamento, retra-
ção anterior e finalização? Por
que? Osmar Aparecido Cuoghi
Levando-se em consideração os
aspectos biológicos e mecânicos, usa-
mos a retração parcial de caninos,
nos casos com extrações dentárias,
para aliviar o apinhamento anterior
e evitar o movimento de vai/vem des-
ses dentes. Devemos usar qualquer
dispositivo que proporcione uma pro-
porção baixa entre carga e deflexão.
A eleição do dispositivo para a retra-
ção dos caninos depende da posição
axial desses dentes. Se esses dentes
estiverem bem posicionados até as
molas calibradas de niti podem ser
uma boa opção, mas se estiverem em
axiversão, o ideal seria corrigir a in-
clinação do dente, com uma alça re-
tangular de TMA, para depois retra-
ir. Se o espaço conseguido for sufici-
ente para nivelar e alinhar os dentes
anteriores, então entramos com um
fio com memória de forma, que pode
ser o niti .014 ou .016 redondos, de-
pendendo do grau de apinhamento.
Usamos esses fios até a completa cor-
reção do apinhamento, utilizando o
máximo da sua capacidade de traba-
lho. A fase de alinhamento e nivela-
mento segue a seqüência de fios .016,
.018 e .020 de aço inoxidável, para
preservar a forma do arco. Se o caso
for padrão, sem muita complicação,
A técnica do Arco Segmentado,
proposta pelo prof. Burstone tem
como base a Mecânica Ortodôntica
e se você conhecer os princípios des-
sa mecânica pode tratar de uma sé-
rie de situações clínicas, às vezes im-
possíveis de se resolver de outra ma-
neira. A mecânica é aplicada na den-
tição permanente, seja em adolescen-
tes ou em adultos. Os casos de cirur-
gia ortognática devem ser planejados
juntamente com o ortodontista, mes-
mo antes do início do tratamento. Nos
casos de perdas dos primeiros mola-
res permanentes, com inclinações de
outros dentes, a mecânica pode ser
empregada para corrigí-los sem dei-
xar efeitos colaterais. O preparo pode
ser feito em segmentos, se a cirurgia
da maxila for realizada em três pe-
ças e isso evita efeitos colaterais se
tivermos alterações no plano oclusal,
principalmente no eixo Z. Existe uma
série enorme de opções onde a TAS
pode ser empregada facilitando o tra-
balho do cirurgião.
11) A má-oclusãoClasse III
pode ser diagnosticada precoce-
mente. A ortopedia Facial nos
proporciona diferentes oportu-
nidades de tratamento, entre
elas a mentoneira. Qual seu pro-
tocolo de tratamento da má-
oclusão da Classe III quando
diagnosticado precocemente e
qual o limite do tratamento en-
tre a Ortodontia e Ortopedia
Facial e a Cirúrgia Ortognática?
Antenor Araújo
As más oclusões de Classe III e as
mordidas abertas esqueléticas são o
“calcanhar de Aquiles” dos ortodon-
tistas, principalmente se a opção ci-
rúrgica for descartada pelo paciente.
A classe III pode ser classificada di-
daticamente em dentária ou alvéolo
dentária, que são as mordidas cru-
zadas nos casos de classe I, que não
deve ser de muita preocupação, prin-
cipalmente se o paciente não apre-
sentar antecedentes familiares carac-
terísticos da classe III. A Classes III
funcional, ambiental, provocada por
desvios mandibulares, devido a con-
tatos prematuros ou por outras
afecções como amígdalas e adenóides
hipertrofiados, poderá ser tratada
pela remoção da causa e a colocação
de aparelhos ortopédicos. Nos casos
de Classe III esqueléticas, já caracte-
rizada como classe III, em qualquer
fase da dentição deve ser visto com
cautela pelo profissional. O exame clí-
nico cuidadoso, incluindo a
anamnese minuciosa, onde constam
os antecedentes familiares para esse
tipo de má-oclusão, e os exames fun-
cionais em RC e MIH, complementa-
do com a documentação ortodôntica
vão auxiliar muito na decisão do tra-
tamento. O padrão esquelético é um
outro ponto que devemos estar aten-
tos, porque dele pode depender o
diagnóstico e o prognóstico. Nas fa-
ses das dentaduras decídua ou mis-
ta, em determinados casos podemos
usar a mentoneira e casquete após
o descruzamento dos dentes anteri-
ores. Esse descruzamento pode ser
realizado com o aparelho progênico
modificado, ou pelos aparelhos or-
topédicos tipo FR III. Nos casos de
deficiência maxilar usamos o apa-
relho para tração reversa, que pode
ser acoplada aos disjuntores de
Haas. Na fase ortodôntica, as Clas-
ses III esqueléticas, quando passí-
veis de tratamento ortodôntico, são
por camuflagem, ou seja, haverá um
aumento na altura facial anterior
inferior, inclinação vestibular dos
incisivos superiores e lingual dos
inferiores. É importante salientar que
nunca podemos garantir, aos pais,
os tratamentos de Classe III, nessas
fases, porque não sabemos o com-
portamento do crescimento facial
desses pacientes, que depende do
código genético de cada um. Em
determinados casos é preferível
aguardar para encaminhar para a
cirurgia ortognática no momento
oportuno.
12) Além de sua formação como
educador, um período de sua
carreira foi dedicado a parte
administrativa da Odontologia.
Na sua opinião qual a posição da
Odontologia no Brasil em seu
caráter sócio-econômico? Ante-
nor Araújo
Se considerarmos a vasta exten-
são territorial do Brasil, podemos di-
zer que a existência de 153 faculda-
des existentes pode ser compatível,
mas se considerarmos onde elas es-
tão localizadas podemos verificar que
temos faculdades de odontologia em
excesso. Infelizmente não existe uma
política planejada quando da apro-
vação dessas faculdades. Como vi-
vemos num país democrático, onde
as decisões não são tomadas pela
razão, mas sim pelo poderio econô-
mico, vamos ter ainda muitas facul-
dades de odontologia onde não é
necessário e falta em outras regiões
carentes. Essa má distribuição faz
com que tenhamos muitos dentistas
em determinadas regiões e falta em
outras, principalmente nos sertões e
periferia das grandes cidades. Como
em outros setores, temos uma peque-
na camada da população bem servi-
da, a maioria razoavelmente servida
e a uma grande parte excluída. Mes-
mo assim o índice de cáries no Brasil
diminuiu, mas não é criando mais
faculdades de odontologia que iremos
resolver o problema.
13) A Pós-Graduação em Orto-
dontia em Araraquara se tornou
referência no Brasil. Anualmen-
te vários profissionais são pre-
parados e se dispersam por
todo país para atuar no ramo da
ortodontia. Gostaria de saber
quais os tópicos considerados
essenciais na formação ortodôn-
tica de um aluno? Antenor Araújo
Consideramos, hoje a nossa Pós-
Graduação bem estruturada, onde
todos os docentes tiveram vivência
em outros bons centros estrangeiros,
trazendo para cá o que viram de im-
portante na área de ensino e da pes-
quisa. Nos nossos cursos de pós-gra-
duação “strictu” e “latu sensu” os alu-
nos têm a prática e a vivência clínica
4 R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 6, n. 6, p. 1-8, nov./dez. 2001
oclusão dos dentes posteriores. Se o
problema da dor tem a sua origem na
DTM, é provável que os sintomas
melhorarão. Se não houver dentes
para serem movimentados indicamos
para um reabilitador bucal para a co-
locação de uma placa mio-relaxante e
provavelmente ajuste oclusal. Nos ca-
sos ortodônticos após a fase aguda
iniciamos o tratamento, tomando o
cuidado de verificar sempre os conta-
tos prematuros que podem advir da
movimentação dentária.
18) Sabendo que a introdução,
divulgação e aperfeiçoamento
da técnica do arco segmentado
no Brasil foram devido ao seu
esforço e empenho, gostaria
de ouvir seu relato de como e
porque isto ocorreu. Ary dos San-
tos Pinto
Logo que voltamos dos Estados
Unidos, isto foi em julho de 1987,
voltei convicto que tinha aprendido
uma boa filosofia de tratamento e que
valeria a pena divulgar e praticar.
Trouxemos no início o Prof. Rohit
Schdeva, por duas vezes, a quem
devemos muito pela calibração da
equipe e por introduzir a técnica para
uma seleta platéia de professores e
especialistas. Entendi também que
não era possível divulgar a técnica
sem ter um curso formal de pós-gra-
duação como suporte. Daí surgiu a
oportunidade de assumirmos a dire-
ção da Faculdade, e tive então a opor-
tunidade de conhecer a tramitação da
criação dos cursos de pós-graduação.
Trabalhamos arduamente no pro-
cesso, estimulei outras áreas para a
pós-graduação e na minha gestão
foram criados cursos na área de Or-
todontia, de Periodontia com o Prof.
Egbert C. de Toledo e de Endodontia
com o Prof. Mário Roberto Leonar-
do, nomes já consagrados nas res-
pectivas áreas, no nosso meio. A Pós-
graduação deu o motivo e a oportu-
nidade de vocês irem para os Esta-
dos Unidos e trazerem subsídios para
fortalecer os ensinamentos na área
do ensino e da pesquisa. Agradeço a
mordida aberta, usamos o mesmo
tipo de aparelho, com a tração oblí-
qua (TS), se problema for maxilar.
Nos casos em que o problema se lo-
caliza na mandíbula é indicado o apa-
relho ortopédico Bionator de Balters,
acoplado a um AEB, utilizando como
tração o IHG ou o TS, tomando o
cuidado de não desgastar o aparelho
de modo convencional. Na fase or-
todôntica, utilizamos o IHG ou o TS,
no auxílio da ancoragem, ou mesmo
como efeito ortopédico. Nos casos de
Classe III, mesmo ainda na fase da
dentadura decídua ou mista a
mentoneira e casquete é bem indica-
da, após o descruzamento dos den-
tes anteriores.
16) Qual sua opinião e sua im-
portância sobre a posição orto-
pedicamente estável da mandí-
bula (RC não forçada), para
diagnóstico, tratamento e
finalização de um caso ortodôn-
tico? Jurandir Barbosa
É um conceito onde está assen-
tada toda ortodontia moderna, que
não considera a oclusão estática. É
muito importante observarmos os
nossos pacientes em RC e MIH em
todas as fases do tratamento orto-
dôntico, principalmente durante o
exame clinico inicial e na fase de
finalização.
17) Tem aumentado a procura
de pacientes com dor Orofacial.
Qual sua conduta perante esses
casos? Jurandir Barbosa
Observamos que a cada dia au-
mentam os pacientes com dores oro-
faciais, principalmente adultos, aque-
les que têm uma atividade muito
estressante. Observamos se a dor é
muscular ou de ATM e verificamos se
existe interferência oclusal. No primei-
ro momento orientamos o paciente,
principalmente quanto ao apertamento
dentário e a sua relação com o
estresse, que pode ser a causa princi-
pal. A seguir construímos um platô de
canino a canino superior, diretamen-
te na bocado paciente, para aliviar a
da mecânica ortodôntica no trata-
mento das más-oclusões, da
ortodontia preventiva, onde se inse-
re a ortopedia facial e da cirurgia or-
tognática, onde os alunos preparam
os casos, planejam e acompanham
a cirurgia. Consideramos importan-
tes na formação do aluno o diagnós-
tico e planejamento, o planejamento
mecânico do aparelho que vai utili-
zar e o planejamento cirúrgico dos
casos que vai tratar. Saber diferenci-
ar um caso padrão de um caso com-
plicado e qual mecânica utilizar é tam-
bém importante para a formação do
especialista.
14) Qual a sua opinião a respei-
to do movimento que busca re-
conhecer a Ortopedia Facial
como especialidade? Jurandir
Barbosa
A nossa especialidade chama-se
ORTODONTIA E ORTOPEDIA
FACIAL, a proposta foi a criação da
especialidade “Ortopedia Funcional
dos Maxilares”, porque como você
sabe, a Ortopedia Facial pode ser di-
vidida em ortopedia mecânica e or-
topedia funcional dos maxilares,
como colocado na resposta de nº 2
da Prof. Lídia. Como disse o movi-
mento é mais político do que de obje-
tivos, que é resolver os problemas das
más-oclusões.
15) Qual ou quais dispositivos
o Sr. usa para controle vertical
posterior em pacientes com
tendência para crescimento no
sentido horário? Jurandir Barbo-
sa
O tratamento ortodôntico de pa-
cientes que apresentam padrão es-
quelético dolicofacial é sempre mais
problemático, em qualquer tipo de má-
oclusão e em qualquer idade. Nos
casos de Classe I com mordida aber-
ta, em pacientes em crescimento usa-
mos o aparelho de Thurow, com gra-
de e às vezes com torno expansor,
com tração bem vertical utilizando o
casquete de Interlandi (IHG), inver-
tido. Nos casos de classe II, ainda com
R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 6, n. 6, p. 1-8, nov./dez. 2001 5
Segmentado, que nos dá mais possi-
bilidade de movimentação sem mui-
tos efeitos colaterais dentro de um
planejamento mecânico e nos casos
impossíveis de se realizar só com o
tratamento ortodôntico empregamos
a cirurgia ortognática para resolver
o problema.
23) Como o Sr. compara o tra-
tamento ortodôntico em duas
fases versus o mesmo em uma
única fase. Se o Sr. acredita em
vantagens na primeira opção,
quais seriam estas? Luiz Gonza-
ga Gandini Jr.
A revista da A.J.O.D.O., na sua
edição de janeiro de 1998, é dedicada
quase que integralmente à discussão
dos tratamentos ortodônticos em uma
ou duas fases.
O tratamento em duas fases é in-
dicado sempre que haja a possibili-
dade e necessidade do crescimento
crânio facial para a correção da má-
oclusão, e na grande maioria das
vezes iniciados na dentadura mista.
A grande vantagem de se iniciar mais
cedo o tratamento é que há maior
possibilidade de evitarmos extrações
dentárias para a correção, pois os
pacientes nessa fase são mais cola-
boradores. Fazemos o tratamento
em duas fases, no consultório, des-
de a década de 70 e as conclusões
da reunião ocorrida em Quebec, e
relatada nesta revista de 1998 são
as mesmas que já divulgávamos nos
cursos de ortodontia preventiva e in-
terceptora que tivemos a oportuni-
dade de ministrar em várias cidades
brasileiras de norte a sul do Brasil,
desde 1976.
24) Há aproximadamente 15
anos a sua escola vem utilizan-
do a técnica do arco segmen-
tado. Como o Sr. situa essa fi-
losofia de tratamento na orto-
dontia atual, considerando-se
que cada vez mais os objetivos
são tratamentos simplistas,
com dispositivos pré-formados
e seguindo-se uma receita pré-
Charles Burstone e Peter Buchang,
por duas vezes; Kazuo Tanne, Samir
Bishara, Emil Russeaux, Jeryl English
e Wick Alexander, que conheceram
o nosso programa classificando-o
entre os melhores que eles tiveram
contato.
21) Qual sua visão a respeito da
tendência de parte dos ortodon-
tistas brasileiros em iniciar tra-
tamentos muito cedo, estenden-
do-o por um tempo demasiada-
mente longo, muitas vezes en-
volvendo três fases? Ary dos San-
tos Pinto
Iniciar o tratamento mais cedo
para segurar o paciente é simples-
mente lamentável, mas sabemos que
existe. Há situações que realmente
devemos intervir numa fase bem pre-
coce, como nos casos de mordidas
cruzadas, pois se não corrigidas po-
dem interferir no crescimento crânio-
facial, trazendo como conseqüência
desvios, às vezes irreversíveis. Nos
casos de classe II, iniciar o tratamento
na fase da dentadura mista é justifi-
cável, pois podemos utilizar aparelhos
ortopédicos, ou ortodônticos para
orientar o crescimento maxilo-man-
dibular. O que fazemos com freqüên-
cia é espaçar as visitas quando o re-
lacionamento maxilo mandibular foi
conseguido, no aguardo da erupção
dos dentes permanentes para nova
avaliação e ver a necessidade ou não
de aparelhagem fixa. Existem casos
que é melhor tratar em uma única
fase.
22) Qual a filosofia de tratamen-
to corretivo que tem emprega-
do na sua prática clínica? Ary dos
Santos Pinto
Casos simples, filosofia do “feijão
com arroz”, utilizamos bráquetes pré-
ajustados e os recursos do “Straigh-
Wire”, e os conceitos da mecânica
ortodôntica para acertar a posição
dos dentes na base óssea, para de-
pois iniciarmos o nivelamento e ali-
nhamento dos dentes; nos casos
mais complexos a Técnica do Arco
você Ary por encampar as pesquisas
dos alunos de pós-graduação, sem-
pre com incentivo e orientação nos
planejamentos e execução dos proje-
tos.
19) Pela sua experiência e
vivência dos rumos que a orto-
dontia brasileira tomou desde o
seu início como ortodontista,
qual sua expectativa para o fu-
turo da profissão, principalmen-
te com a divisão da Ortodontia
e Ortopedia Facial? Ary dos San-
tos Pinto
Na verdade a especialidade foi
desmembrada da Or toped ia
Facial. O que podemos antever é
a criação de mais cursos de espe-
cialização, para se somar aos 91
já existentes com os mesmos ob-
jetivos, ou seja, tratar a má-
oclusão. Para nós, em termos de
ensino nada vai mudar. Devemos
ficar atentos com a propaganda
que está sendo divulgada, nos jor-
nais e revistas, inclusive pelo jor-
nal da SPO, que a ortodontia só
movimenta dentes; no mínimo
não conhecem a definição de
Ortodontia ditada por Moyers.
20) Qual a filosofia que o Sr. im-
plantou em Araraquara que tem
possibilitado um crescimento do
grupo que lidera e angariando
respeito em nível nacional e in-
ternacional? Ary dos Santos Pinto
A filosofia do Grupo de Arara-
quara, muito bem definida pelo Prof.
Joel na sua entrevista, tem crescido
bastante em função do ensino e pes-
quisa desenvolvidos pelos alunos e
docentes e também pelo intercâm-
bio com os professores estrangeiros
que aqui vieram ministrar cursos,
conviver e avaliar a nossa pós-gra-
duação.
Desde a implantação da pós-gra-
duação, tivemos os seguintes pro-
fessores visitantes, para ministrar
cursos: Rohit Sachdeva, por duas
vezes; Michael Marcotte, por três ve-
zes; Birte Melsen, por duas vezes;
6 R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 6, n. 6, p. 1-8, nov./dez. 2001
des autônomas - a ortodontia e
a ortopedia facial? Décio Rodri-
gues Martins
Prof. Décio a nossa especialidade
chama-se Ortodontia e Ortopedia
Facial, e o que ocorreu foi um des-
membramento, sendo criada a Orto-
pedia Funcional dos Maxilares. Ago-
ra temos duas especialidades para tra-
tar os mesmos problemas que é a Má-
Oclusão. Este desmembramento foi
político, como ficou bem claro na reu-
nião preparatória, promovida pelo
CRO, em São Paulo. O que deveria
ter sido feito pelo CFO, quando da
mudança do nome de Ortodontia
para Ortodontia e Ortopedia Facial,
era habilitar àqueles que já faziam a
ortopedia através de provas e casos
clínicos, como foi feito quando da cri-
ação da especialidade Ortodontia. É
lamentável que isso tenha aconteci-
do, pois as duas especialidades ago-
ra vão disputar os mesmos pacien-
tes e com uma agravante que vai ser
a criação de vários cursos de espe-
cialização nessa área poluindo ainda
mais a nossa área, já com muitos
profissionais sem habilitação colo-
cando “aparelhos” para tentar corri-
gir as más-oclusões.
Agradeço à DENTAL PRESS, e em
especial ao professor Laurindo
Furquim, pela oportunidadedesta
entrevista, que nos abriu a possibili-
dade de divulgar o que o Grupo de
Araraquara realiza e a todos os pro-
fessores entrevistadores pelas exce-
lentes perguntas, que procurei res-
ponder sinceramente, dentro da mi-
nha vivência no campo da Ortodon-
tia e Ortopedia Facial.
estabelecida? Luiz Gonzaga
Gandini Jr.
O nosso Grupo conseguiu definir
bem uma filosofia de tratamento, que
engloba o que há de melhor em cada
técnica e em cada filosofia de trata-
mento e muito bem explicada, pelo
Prof. Joel na sua entrevista, quando
fala do Grupo de Araraquara. A téc-
nica do arco segmentado nos dá o
embasamento da mecânica ortodôn-
tica que nos possibilita aplicar esses
conceitos em qualquer técnica ou fi-
losofia quando necessários. Assim o
uso do arco lingual e da barra palati-
na na fase de retração dos dentes
anteriores durante o fechamento de
espaço evita efeitos colaterais, os tu-
bos duplos retangulares nos primei-
ros molares inferiores e triplos nos
superiores são auxiliares para a co-
locação de “cantilevers”, para a mo-
vimentação individual e que podem
ser aplicadas em qualquer técnica para
evitar os efeitos colaterais durante o
nivelamento e alinhamento dos den-
tes. O ortodontista consciente não
pode confiar somente nas receitas
pré-estabelecidas, pois as prescrições
nem sempre são adequadas para to-
dos os pacientes e as má-oclusões
nem sempre respondem da mesma
forma ao tratamento.
25) Com mais de trinta anos
como professor e clínico na área
ortodôntica qual a sua expecta-
tiva em termos de evolução da
ortodontia como especialidade
nessa próxima década? Luiz Gon-
zaga Gandini Jr.
A ortodontia evoluiu muito nos
últimos 15 anos em função dos no-
vos materiais que temos à disposi-
ção no mercado e está em franca evo-
lução quando vemos os aparelhos
“invisíveis”, tipo aparelho lingual e o
“invisalign”, que estão sendo intro-
duzidos atualmente. Acredito, ainda,
que os procedimentos cirúrgicos na
ortodontia ganharão força, com as
distrações osteogênicas e os implan-
tes para ancoragem. Isto poderá
mudar o rumo dos nossos atuais pla-
nos de tratamentos, com menos ex-
trações e menos cirurgias ortognáti-
cas.
26) Quais as vantagens da me-
cânica com os arcos segmetados
em comparação com a mecâni-
ca dos arcos contínuos? Décio
Rodrigues Martins
Professor Décio, agradeço pela sua
participação nesta entrevista. Não co-
locamos como vantagens ou desvan-
tagens de uma técnica em relação à
outra e sim como indicações em situ-
ações específicas. Nos casos “redon-
dos”, ou seja, naqueles casos-padrão
utilizamos os arcos contínuos, mas nos
casos mais complexos utilizamos a
técnica do arco segmentado, que nos
dá uma gama imensa de possibilida-
des mecânicas, como por exemplo,
nos casos de mordidas profundas em
pacientes braquicefálicos, classe II, a
mecânica de intrusão é importante
para a resolução do problema. Nos
casos de tração de caninos inclusos
pelos cantilevers apoiados nas barras
palatinas, evitam os efeitos colaterais
nos laterais e nos caninos. A vanta-
gem ou desvantagem da técnica do
arco segmentado é que o profissional
tem de pensar antes de colocar qual-
quer elemento ativo.
27) Qual a porcentagem de or-
todontistas que utilizam a me-
cânica com arcos segmentados,
nacionais e internacionalmente?
Décio Rodrigues Martins
Acredito que são muito poucos os
profissionais que fazem a técnica
pura, mesmo nacional ou internacio-
nalmente, esta a grande vantagem
de não ficar preso a nenhuma técni-
ca ou filosofia pura. Os conceitos
emitidos na técnica do arco segmen-
tado, na parte referente à mecânica,
podem ser aplicados a qualquer filo-
sofia, como explicado na pergunta
24, formulada pelo professor Gandini.
28) Qual é a sua opinião sobre
a recente deliberação da 2a
ANEO criando duas especialida-
R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 6, n. 6, p. 1-8, nov./dez. 2001 7
8 R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 6, n. 6, p. 1-8, nov./dez. 2001
Antenor Araújo
- Doutor em Ciências –
Cirurgia, pela Faculdade
de Odontologia de São
José dos Campos.
- Fellow in Oral Surgery –
Título concedido pela
University of Texas Health Science Center
at Dallas, U.S.A.
- Livre Docente – Cirurgia, pela Faculdade
de Odontologia de São José dos Campos.
- Professor Titular – Cirurgia, pela Faculda-
de de Odontologia de São José dos Cam-
pos.
Ary dos Santos
Pinto
- Professor Assistente Dou-
tor da Disciplina de Orto-
dontia Preventiva e Coor-
denador do Curso de pós-
graduação em Ortodontia
da Faculdade de Odontologia de Arara-
quara - UNESP
- Pós-Doutorado na Baylor College of
Dentistry - Dallas, Tx.
Décio Rodrigues
Martins
- Curso de Pós-graduação em
Ortodontia pela University
Oregon Dental School -
USA (Setembro/1968 -
Junho/1970).
- Professor Titular em Ortodontia da
Faculdade de Odontologia de Bauru da
Universidade de São Paulo desde 1983.
- Coordenador do Curso de Pós-graduação
em Ortodontia, em nível de mestrado e
doutorado, da Faculdade de Odontologia
de Bauru, da Universidade de São Paulo,
de 1973 a 1984.
- Coordenador dos Cursos de Especialização
em Ortodontia promovido pela Sociedade
de Promoção Social do Fissurado Lábio-
Palatal - PROFIS/Bauru de 1979 a 1987.
Luiz Gonzaga
Gandini
- Professor Assistente do
Departamento de Clínica
Infantil - Disciplina de
Ortodontia Preventiva da
Faculdade de Odontologia de Araraquara
- UNESP.
- Doutorado em Ortodontia pela Faculdade
de Odontologia de Araraquara - UNESP.
Lídia Parsekian
Martins
- Professora Assistente, da
disciplina de Ortodontia,
no Departamento de
Clínica Infantil da Facul-
dade de Odontologia da
Universidade Estadual Paulista, Campus
de Araraquara.
Jurandir Barbosa
- Mestre em Ortodontia
pela Faculdade de
Odontologia da USP –
Bauru.
- Professor do Curso de
Especialização promovi-
do pela APCD de Campinas – São Paulo.
Tieo Takahashi
- Professor Titular da Disci-
plina de Ortodontia do
Curso de Odontologia da
Universidade Estadual de
Londrina.
- Professor do Curso de
Especialização em Ortodontia e Ortope-
dia Facial da Universidade Estadual de
Londrina.
- Coordenador do Curso de Especialização
em Ortodontia e Ortopedia Facial dos
Maxilares promovido pela Associação
Odontológica do Norte do paraná - Lon-
drina.
- Prof. da Disciplina de Ortodontia da
Universidade Paranaense UNIPAR -
Umuarama.
Osmar Aparecido
Cuoghi
- Mestre e Doutor pela
Faculdade de Odontolo-
gia de Bauru - USP.
- Professor Doutor do De-
partamento de Odontolo-
gia Infantil e Social - Disciplina de
Ortodontia da Faculdade de Odontologia
de Araçatuba - UNESP.

Continue navegando