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PerioNews 2011v5 n6 p637

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V. 5 - N0 6
Nov/Dez 2011
ISSN 1981-2922
Nesta Edição
• Caderno Científi co - Periodontia
• Caderno Científi co - Cariologia
• Caderno Especial - Higiene Bucal
Estética vermelha e branca
– a base para sorrisos em harmonia.
Vol. 5 • N0 6 • Nov/Dez/2011
PerioNews - Vol. 5, n.6 (novembro/dezembro/2011) - São Paulo: VM Comunicação - Divisão Cultural, 2007
Periodicidade Bimestral
ISSN - 1981-2922
1. Odontologia (Periódicos) 2. Periodontia 3. Cariologia 
I. VM Comunicações - Divisão Cultural II. Título
CDD 617.6005
Black D65
 D631
Qualifi cação:
Qualis Nacional B4 - Odontologia
Indexação: 
BBO - Bibliografi a Brasileira de Odontologia
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
Em todo fi nal de ano é comum as pessoas terem a sensação de que 
o tempo passa rápido demais e uma pergunta sempre paira no ar: é o 
tempo que passa ou somos nós quem passamos? Por mais que se ten-
te explicar, a questão do tempo, objeto de estudo de fi lósofos, sábios, 
cientistas, é cada vez mais nebulosa e inatingível. Assim, deixemos aos 
estudiosos essas tarefas e nos concentremos em nossas realizações.
É hora de colher os frutos daquilo que semeamos no início do ano. E, em um rápido balanço 
de 2011, ponderamos os propósitos e os feitos, as descobertas e as conquistas e chegamos à 
conclusão de que a PerioNews solidifi cou ainda mais sua atuação junto aos cirurgiões-dentistas. 
Ampliamos nossa participação, levamos mais informação científi ca e serviços e ganhamos 
mais leitores.
Neste ano, a revista publicou artigos científi cos de valor inestimável, resultado do trabalho de 
pesquisa e estudo de profi ssionais de qualidade. E trouxe à pauta interessantes debates, como 
a opinião de especialistas sobre halitose e biofi lme, além da abertura do Fórum Clínico para 
discutir temas da atualidade, como biomateriais, hipersensibilidade dentinária e complicações 
pós-cirúrgicas em Periodontia e Implantodontia. Todos assuntos de fundamental importância 
para a prática segura da Odontologia.
Destaque também para a nossa participação no IN 2011 – Latin American Osseointegration 
Congress, o maior encontro sobre reabilitação oral com implantes da América Latina.
Assim, é com satisfação que olhamos para trás e constatamos os feitos realizados. Temos 
certeza do dever cumprido, de ter dado o máximo para melhor informar e atualizar os 
cirurgiões-dentistas. 
“O tempo dura bastante para aqueles que sabem aproveitá-lo”, já dizia Leonardo da Vinci, 
considerado o maior gênio da história pela multiplicidade de talentos. No caso da PerioNews, 
o nosso trabalho foi bastante efi caz e o tempo permanente.
Boas festas e ótima leitura.
Prof. Dr. Antonio Wilson Sallum
Editor científi co
 Editorial 
Revista PerioNews 2011;5(6):585
Questão do tempo
585
Revista PerioNews 2011;5(6):587
Tocando na ferida
Álvaro J. Cicareli é docente dos cursos de Graduação e Pós-graduação (Aperfeiçoamento e Especialização) em Periodontia da Unicastelo, da 
APCD e do Curso de Mestrado em Periodontia do Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic, em Campinas.
 Ponto de vista 
Em números anteriores des-
te já consagrado periódico e 
nesta mesma sessão Ponto de 
Vista, li e concordei com renoma-
dos profi ssionais preocupados 
com transmissão, assimilação e 
aplicação dos conhecimentos 
relacionados à diagnóstico, ao 
planejamento e à decisão de 
tratamento, sedimentando 
assim a essência dos princípios da Periodontia: pre-
venção, tratamento e preservação do estado de saúde 
periodontal. 
Embasado nestes princípios, comungo com esta preo-
cupação e sou totalmente contra verdadeiras eutanásias 
dentárias praticadas sob argumentos inverídicos (elimi-
nação da doença periodontal, estagnação da perda óssea 
e o apelo estético) justifi cando-se assim o ato clínico. 
Creio que devemos nos preocupar em identifi car e é 
necessário corrigir esta falha da formação e da conduta 
de alguns profi ssionais. Para isto, ressalto alguns pontos 
a considerar: atualização do profi ssional, formação do 
corpo docente e nível das instituições de ensino.
Para ser um bom profi ssional é de fundamental im-
portância estar atualizado tecnologicamente, acompa-
nhando o surgimento e a evolução de novos produtos 
(equipamentos e materiais), como também cientifi ca-
mente frequentando congressos, assinando periódicos 
da especialidade, ser associado a uma entidade repre-
sentativa da sua especialidade e frequentando cursos de 
pós-graduação de “bom nível”.
A abrupta procura por mestres e doutores pelas institui-
ções de ensino recém-criadas na Odontologia, visando 
cumprir metas estipuladas pelo MEC para obter melhor 
avaliação da mesma, gerou uma corrida frenética de 
profi ssionais que almejavam uma colocação dentro de 
uma instituição. Com esta demanda, geraram-se inú-
Álvaro J. Cicareli
meros cursos de pós-graduação em nível de mestrado 
e doutorado para completar o quadro docente destas. 
Criou-se, então, a categoria de mestrado profi ssionali-
zante, curso de pós-graduação que confere dupla certi-
fi cação (mestre e especialista) para fornecer ao mercado 
profi ssional titulados.
Indago: será possível manter a qualidade de ensino com 
dois objetivos distintos, formar um professor (acadê-
mico) e um especialista (clínico), já que não existem 
pré-requisitos para formar uma turma desses mestrados 
profi ssionalizantes? Um recém-formado em dezembro 
pode estar cursando em janeiro um desses cursos e, após 
30 meses, estará certifi cado como mestre e especialista. 
Milagre dos tempos modernos!
Com isso, o êxodo nos cursos de especialização tornou-se 
uma realidade e para tentar atrair candidatos, criaram-se 
cursos com módulos mensais. Será que este formato de 
curso é válido para ensino e acompanhamento clínico da 
Periodontia?
Acrescento, também, a preocupação com os critérios 
para avaliação da qualidade do ensino e das instituições 
em todos os níveis, que são regidos pelo Ministério de 
Educação e Cultura (MEC): aprovação contínua no ensino 
fundamental; grande difi culdade em realizar um simples 
Enem; período que passamos com abertura indiscrimina-
da de faculdades e cursos de pós-graduação; reconheci-
mento de subespecialidade a qual nosso Conselho não 
reconhece; ampliação do número de alunos e turmas nos 
cursos de pós-graduação; entidades de ensino cedendo 
a chancela para cursos a distância de especialização e 
aperfeiçoamento e alguns casos em clínicas particulares, 
entre tantos outros equívocos.
Creio que com todos esses fatores mencionados, deve-
mos, sim, fi car preocupados com a qualidade e a forma-
ção de nossos periodontistas. Precisamos unir forças e 
não fi carmos calados em prol de uma Periodontia forte, 
capaz e de alto nível científi co e clínico.
587
EDITOR CIENTÍFICO
Prof. Dr. Antonio Wilson Sallum
(FOP-Unicamp/SP)
(awsallum@terra.com.br)
CONSELHO CIENTÍFICO
Profs. Drs. Álvaro Francisco Bosco (Unesp-Araça-
tuba/SP), Arthur Belém Novaes Júnior (Forp - USP/
SP), Benedicto Egbert Corrêa de Toledo (Unifeb/
SP), Cassiano Kuchenbecker Rösing (UFRGS/RS), 
Carlos Alberto Dotto (Unicid/SP), Daiane Cristina 
Peruzzo (FOP-Unicamp/SP), Eduardo Gomes Se-
EDITORIAL
Questão do tempo
PONTO DE VISTA
Tocando na ferida
Álvaro J. Cicareli
FÓRUM CLÍNICO
Complicações pós-cirúrgicas em Periodontia e Implantodontia
CADERNO CIENTÍFICO
Trabalhos originais e inéditos em Periodontia e Cariologia
PESQUISAS EM EVIDÊNCIA 
Leituras essenciais
MERCADO
LITERATURA
VM Cultural Editora expande sua atuação com quatro lançamentos literários
EVENTOS
• Encontros da Abross promovem melhor prática da Implantodontia 
• No 8o Sipi foi anunciada a segunda fase da Campanha Nacional do 
Autoexame contra o Câncer de Boca
HOMENAGEM
RESPONSABILIDADE CIVIL 
A interrupção do tratamento
Regina Célia Dalle Nogare
GUIA DE PRODUTOS 
Guia de produtos de higiene bucal para uso domiciliar
NORMAS DE PUBLICAÇÃO
Como enviar seus trabalhos
585]
587]Revista PerioNews 2011;5(6):588-9
abra (UFRN/RN), Eduardo Muniz Barretto Tinoco 
(Uerj-Unigranrio/RJ), Eduardo Saba Chujfi (SLMan-
dic/SP), Elcio Marcantonio Jr. (Unesp-Araraquara/
SP), Enilson Antonio Sallum (FOP-Unicamp/SP), 
Euloir Passanezi (FOB-USP/SP), Fernanda Vieira 
Ribeiro (FOP-Unicamp/SP), Francisco Pustiglioni 
(Fousp/SP), Francisco Humberto Nociti Jr. (FOP-
Unicamp/SP), Getúlio da Rocha Nogueira Filho 
(EBMSP/BA), Henrique Cruz Pereira (Unig/RJ), 
José Eduardo Cezar Sampaio (Unesp/SP), José 
Eustáquio da Costa (UFMG/MG), José Rober-
to Cortelli (Unitau/SP), Luis Antonio P. Alves de 
Lima (USP/SP), Magda Feres (UnG/SP), Márcio 
Fernando de Moraes Grisi (Forp-USP/SP), Marcio 
Zaffalon Casati (FOP-Unicamp/SP), Renato de Vas-
concelos Alves (FOP-UPE/PE), Ricardo Guimarães 
Fischer (Uerj-RJ), Rui Vicente Oppermann (UFRGS/
RS), Sérgio Luís da Silva Pereira (Unifor/CE), Sô-
nia Groisman (UFRJ/RJ), Urbino da Rocha Tunes 
(EBMSP/BA), Valdir Gouveia Garcia (Unesp-Araça-
tuba/SP), Vinicius Augusto Tramontina (PUC/Pa-
raná), Wagner Leal Serra e Silva Filho (Unicamp/
SP), Wilson Roberto Sendyk (Unisa/SP), Wilson 
Trevisan Jr. (Aonp/PR)
PerioNews [ www.perionews.com.br ]
 Sumário
596]
679]
680]
Editor Executivo: Haroldo J. Vieira (diretoria.haroldo@
vmcom.com.br); Editora e Jornalista Responsável: 
Cecilia Felippe Nery MTb: 15.685 (jornalismo.cecilia@
vmcom.com.br); Revisora: Vivian Arais Soares 
(jornalismo.vivan@vmcom.com.br); Assistente de 
redação: Aline Souza (jornalismo.aline@vmcom.com.
br); Diretora de Arte: Miriam Ribalta (criacao.miriam@
vmcom.com.br); Assistentes de Arte: Cristina Sigaud 
(criacao.cris@vmcom.com.br) e Eduardo Kabello 
(criacao.kabello@vmcom.com.br); Webdesigner: 
Rodolfo Mustafe (web.mustafe@vmcom.com.br); 
Webmaster: Anderson Oliveira Magalhães (web.
anderson@vmcom.com.br); Gerente Operacional: 
José dos Reis Fernandes (go.reis@vmcom.com.
br); Circulação e Assinaturas: Alexandre Becsei 
(assinaturas.alexandre@vmcom.com.br); Gerente 
Nacional de Marketing e Vendas: Paulo César 
Raymundo (gerencia.pcraymundo@vmcom.com.
br); Publicidade: Executivas de Contas: Cintia 
Helena Avila (atendimento.cintia@vmcom.com.br) 
e Érika de Carvalho (atendimento.erika@vmcom.
com.br); Supervisora Comercial: Silvia Bruna; 
Administração: José Fernando Marino.
Redação, Marketing e Publicidade: 
VM Comunicação - Rua Gandavo, 70 - 04023-000 
São Paulo - SP - Tel.: (11) 2168-3400 - 
Fax: (11) 2168-3422 - www.vmcom.com.br
Impressão e Acabamento: Ipsis Gráfi ca e Editora. 
Responsabilidade Editorial: Todos os artigos 
assinados, bem como conteúdos publicitários 
inseridos na Revista PerioNews e edições especiais, 
são de inteira responsabilidade dos respectivos 
autores, empresas e instituições. Só será permitida a 
reprodução total ou parcial de conteúdos desta edição 
com a autorização dos editores.
Tiragem: 5.000 exemplares - auditada pela 
Circulação nacional.
Revista fi liada
Capa: imagem simbólica
representando estética 
vermelha e branca.
676]
685]
687]
701]
590]
686]
683]
588
Monitoramento, manutenção e 
restabelecimento da saúde peri-implantar
Monitoring, maintenance and reestablishing of 
peri-implant health
Ana Cristina Rosário Sobreira, Maria Cecília Fonseca 
Azoubel, Fábio José Barbosa Bezerra 
Terapia de manutenção periodontal e 
avaliação do nível de cooperação dos 
indivíduos 
Periodontal maintenance therapy and 
assessment of the level of compliance of 
individuals 
Bárbara Nascimento de Albuquerque, Simone 
Angélica Faria Amormino, Lidiane Cristina Machado 
Costa, Telma Campos Medeiros Lorentz, José 
Eustáquio da Costa, Fernando Oliveira Costa
Cuidados bucais em pacientes cirúrgicos e 
internados em hospitais de Porto Alegre 
Oral health care in surgical and hospitalized 
patients in hospitals of Porto Alegre 
Isabele Borrajo Moreira, Eloísa Galski Slawski, Roger 
Junges, Cassiano Kuchenbecker Rösing
Nova abordagem do tratamento não cirúrgico 
da periodontite agressiva 
New approach to non-surgical treatment of 
agressive periodontitis – cases report 
Anna Manuelle Correia de Matos, Ana Luísa 
Teixeira Meira, Maísa Cardozo Nascimento, Sandro 
Bittencourt, Érica Del Peloso Ribeiro 
Enxerto livre epitelizado em paciente HIV 
soropositivo 
Free epithelium graft in HIV-positive patient: 
case report 
Felipe Kiepper, Fábio Matos Chiarelli, Fausto 
FrizzeraBorges Filho, Eduardo Cláudio Lopes 
Chaves Mello Dias, Maria Rebeca Amaral Ganhoto, 
Alfredo Carlos Rodrigues Feitosa
Estudo comparativo entre o esfi gmomanômetro e 
o aparelho digital de pulso na aferição da pressão 
arterial e da pulsação em pacientes submetidos a 
tratamento periodontal 
Comparative study between sphygmomanometer 
and the wrist digital monitor in measurement of 
blood pressure and pulse rate in patients submitted 
to periodontal treatment 
João Carnio, Simone Valenga, Marcel Rodrigo Fuganti, 
Fernanda Akemi Nakanishi Ito, Pedro Aloysio Kreling
Avaliação clínica de um dentifrício à base de 
dióxido de cloro na redução dos compostos 
sulfurados voláteis 
Clinical assessment of a toothpaste based chlorine 
dioxide in the reduction of volatile sulfur compounds 
Roberto Luiz Guaitolini, Léo Guimarães Soares, Sérgio de 
Carvalho Weyne, Eduardo Muniz Barretto Tinoco, Márcio 
Eduardo Vieira Falabella, Denise Gomes da Silva 
Manifestações orais em pacientes diabéticos 
Oral manifestations in diabetic patients: a literature 
review 
Rafael Nepomuceno Oliveira, Mario Roberto Pontes 
Lisboa, Maria Mônica Studart Mendes Moreira
Dente particulado humano no tratamento de 
defeitos ósseos intrabucais: estudo histológico em 
ratos 
Human particle tooth in the treatment of intraoral 
bone defects: a histologic study in rats 
Felipe Rychuv Santos, Tatiana Miranda Deliberador, Allan 
Fernando Giovanini, João César Zielak, Carla Castiglia 
Gonzaga 
Doença do refl uxo gastroesofágico e erosão 
dentária 
Gastroesophageal refl ux disease and dental erosion 
Raimundo Alexandre da Silveira Vidigal Lacerda, Sonia 
Groisman, Simone Gomes de Oliveira, Fernanda Pitta 
Ritto, Rebecca Cruz, Natalia Araújo Silva Prado, Mariana 
Rodrigues Gonzalez, Hélio Rodrigues Sampaio Filho
596]
669]
Revista PerioNews 2011;5(6):588-9
605]
ARTIGOS ORIGINAIS / ORIGINAL ARTICLES
637]
651]
611]
 Caderno Científi co
Demais publicações VM Cultural:
619]
630]
Assinatura anual - R$ 460,00 | 6 edições
Internacional - US$ 280.
Central de Relacionamento com o Assinante:
Hunter Contact Center | Tel.: (11) 3566-6227 
assinaturas@huntercontactcenter.com.br
Loja virtual: www.vmstore.com.br
Importante: a revista PerioNews só comercializa 
assinaturas através de telemarketing próprio. 
Não possui “vendedores” em domicílio.
Compromisso com nossos leitores
 Facilitar o acesso a conteúdos 
baseados em pesquisas clínicas 
testadas e comprovadas.
 Publicar conteúdos de vanguarda, 
visando trazer para mais perto 
possibilidades futuras.
 Promover a discussão de temas 
polêmicos e fazer consenso para 
melhor orientar e proporcionar 
segurança nas várias práticas clínicas.
 Incentivar a produção científi ca de 
jovens talentos, criando prêmios 
de mérito para ampliar o número 
de pesquisadores no Brasil.
 Crescer continuamente o 
volume de artigos clínicos 
publicados por edição, buscando 
aumentar a base de informação.
 Disponibilizar canal on-line
de consultas para solucionar 
eventuais dúvidas em práticas 
clínicas seguras.
 Garantir circulação da revista na 
data certa, evitando a quebra do 
fl uxo regular de atualização 
científi ca neste campo.
660]
643]
589
Revista PerioNews 2011;5(6):590-4
Complicações pós-cirúrgicas 
em Periodontia e Implantodontia
Nas edições passadas, 
a coluna Fórum clínico 
abordou os biomateriais 
e a hipersensibilidade 
dentinária. Para esta 
edição, quatro renomados 
especialistas falam sobre 
os problemas pós-cirúrgicos 
em Periodontia 
e Implantodontia.
A reabilitação oral com implantes tem benefi ciado milhões de pessoas ao redor 
do mundo, tornando-se hoje uma práticaessencial para a recuperação da saúde 
bucal e a qualidade de vida dos pacientes. Entretanto – e apesar de todo o aparato 
tecnológico e científi co de que dispõe –, como todo procedimento odontológico, 
também está sujeita a falhas e complicações pós-cirúrgicas.
Assim, cabe ao cirurgião-dentista especialista atentar-se aos vários critérios se-
letivos e aos fatores de risco que podem desencadear problemas pós-cirúrgicos, 
tanto em Periodontia quanto em Implantodontia. 
Para discutir o assunto foram convidados a participar desse Fórum quatro pro-
fi ssionais de destacada atuação dentro das duas especialidades. Dentro de suas vi-
vências e experiências, eles abordam os fatores de riscos e apontam os cuidados ne-
cessários para evitar complicações pós-cirúrgicas em Periodontia e Implantodontia.
590
Revista PerioNews 2011;5(6):590-4
 Fórum clínico
Francisco Fernando Todescan
Mestre e doutor em Periodontia – Universidade de São Paulo; Especialista 
em Periodontia – Ucla; Coordenador do curso de Especialização em 
Implantodontia – Fundecto, Fousp.
ftodescan@uol.com.br
A anamnese criteriosa é o ponto de partida para se evitar a ocorrência de complicações 
pós-cirúrgicas. É na anamnese que identifi camos o tipo de paciente, se é colaborador, se aten-
de aos cuidados sugeridos, ou ainda se apresenta fatores de risco. A anamnese é que vai indicar 
qual a melhor abordagem para aquele tipo de paciente. Por exemplo, no caso de cardíacos 
e hipertensos, é imprescindível a conversa prévia com o médico, evitando drogas que pos-
sam interagir com aquelas de uso frequente do paciente, além da administração de ansiolíti-
cos para controle da ansiedade e, consequentemente, das alterações que possam ocorrer no 
pós-operatório imediato e mediato. 
Na anamnese também identifi camos pacientes alérgicos, que podem ou não estar cons-
cientes de sua condição, ou ainda aqueles com trato digestivo sensível, em que apenas a ad-
ministração de antibiótico pode levar ao desenvolvimento de uma gastrite grave, tornando o 
pós-operatório muito problemático, mesmo no caso de uma intervenção simples. Também são 
identifi cados aqueles pacientes que fazem uso de antiagregante plaquetário, que deverão inter-
romper a medicação pelo menos cinco dias antes do procedimento, interrupção esta que deverá 
ser determinada pelo médico responsável, evitando a possibilidade de hemorragias. 
No caso de fumantes, a anamnese nos indica em que grau ele se enquadra. O paciente que 
fuma cinco cigarros por dia é diferente daquele que fuma um maço ou mais por dia. Além do 
pós-operatório apresentar mais edema e desconforto, certos procedimentos como regeneração 
guiada com enxerto e membrana apresentam altos índices de deiscência de sutura e, portanto, 
causam fracasso do procedimento. 
No caso de implantes, os índices de fracasso na osseointegração pulam de 2% para 10%, 
conforme mostra a literatura. 
Outro dado importante a ser verifi cado na anamnese é sobre o uso de bifosfonatos, especi-
fi camente os injetáveis, em que a literatura mostra a ocorrência de osteonecrose dos maxilares, 
que pode ocorrer espontaneamente ou ser desencadeada por qualquer procedimento clínico e, 
uma vez iniciada, é de difícil resolução.
Existem, portanto, inúmeras situações que devem ser identifi cadas antes de qualquer in-
tervenção, fornecendo informações ao clínico para escolher qual técnica cirúrgica será utilizada, 
qual o tamanho do procedimento, quais medicamentos serão prescritos, a necessidade de am-
biente hospitalar etc. 
Acreditamos que a maioria das complicações pós-operatórias são decorrentes de informa-
ções que não foram obtidas na anamnese, complicações estas que poderiam ter sido evitadas.
591
Revista PerioNews 2011;5(6):590-4
Márcio de Moraes
Professor livre-docente; Coordenador do Curso de Pós-graduação em Clínica 
Odontológica; Coordenador do Curso de Especialização em Implantodontia – FOP-
Unicamp.
mmoraes@fop.unicamp.br
Inicialmente, as complicações estão intimamente relacionadas a algumas importantes situações que 
não precisam estar nesta ordem, necessariamente, mas todas devem ser observadas:
1) Falta de planejamento cirúrgico protético: esquecendo o básico. O paciente vem buscar a reabilitação 
com a prótese, assim, o implante nas cirurgias reconstrutivas é procedimento pré-protético. O planeja-
mento é reverso. Assim, mesmo não fazendo prótese, sempre faço a apresentação do planejamento ao 
paciente junto a um protesista.
2) Cuidado com a pesquisa sobre a saúde do paciente. Nos dias de hoje, a medicina nos levará a uma idade 
bastante avançada por meio de medidas terapêuticas efi cazes. Com isto, estamos a cada ano com novas 
drogas no mercado ou novos meios de encarar a terapêutica aplicada. Exemplos são os anticoagulantes e 
antiagregadores plaquetários (ex.: supende-se AAS para cirurgia? O mesmo para Marevan, Varfarina, Clexa-
ne?). Também, novas drogas (como alendronato, pamidronato, ácido zoledrônico, risedronato) utilizadas 
no tratamento da osteoporose e em pacientes com tumores ósseos têm de ser avaliadas e os pacientes 
individualizados quanto à oportunidade cirúrgica. Estes são apenas exemplos de como o cirurgião-dentista 
deve se atualizar sobre terapêutica.
3) Vontade de solucionar todo e qualquer caso da maneira que o paciente nos solicita, muitas vezes com 
a expectativa alta demais para o caso por parte dele. Assim, a conversa franca, aberta, limitando o caso ao 
que é possível realizar poderá evitar problemas, inclusive jurídicos. Tenho feito laudos a pedido de juízes 
em processos de pacientes contra cirurgiões-dentistas e posso afi rmar que a falta de informação sobre o 
tratamento é a causa mais comum de queixas dos pacientes que se sentem prejudicados. Além do plane-
jamento do caso em si, fumantes, diabéticos não compensados, entre outras patologias de base (solicite 
exames complementares e consultas com o médico do paciente!) devem ter o tratamento adiado, inde-
pendente da ameaça em mudar de profi ssional.
4) Avaliar os dentes vizinhos ao implante. Se nos alertarmos para uma “nova” visão ou a pouca observação 
sobre o osso que circunda uma região a ser operada, temos algumas situações em que um dente com 
uma área radiográfi ca difusa, seja mista radiolúcida/radiopaca que não “chama” a atenção, este dente que 
pode ou não ter o tratamento endodôntico já realizado, mas nos mostra um osso sugestivamente reacio-
nal a uma infl amação “passada”. Cuidado com esta situação, pois muitas vezes a alteração é subclínica, o 
paciente assintomático e o sistema está em equilíbrio. Porém, quando perfuramos o osso, com o aqueci-
mento, com a quebra do sistema ósseo, do equilíbrio, uma situação de osteomielite pode ocorrer. Sei da 
difi culdade de convencer um paciente a tratar ou retratar um canal de algo que não dói, no entanto, tenho 
observado alguns casos de infecção óssea, com complicações desde a perda do implante até segmentos 
ósseos por uma osteomielite. 
592
Revista PerioNews 2011;5(6):590-4
 Fórum clínico
A anamnese sempre se constituiu em um dos exames 
mais confi áveis de avaliação das condições pré-cirúrgicas do 
paciente, independentemente de exames complementares. 
Mesmo hemogramas, amplamente utilizados como exames de 
rotina, são citados na literatura médica por alterarem a condu-
ta clínica preestabelecida em somente 0,1% a 2,7% dos casos. 
Também, a contagem leucocitária e de plaquetas, realizada 
rotineiramente, é anormal em menos de 1,1% dos exames e 
raramente leva a alterações do planejamento clínico.
Em vista disso, a avaliação pré-cirúrgica reforça o papel 
de uma anamnese muito bem fundamentada, de um exame 
físico adequado e, quando necessários, de exames comple-
mentares defi nidos a partir de dados sugestivos encontrados 
na anamnese e no exame físico do paciente. Assim, também 
os protocolos medicamentosos pré-operatórios, orientados 
para preservar e proteger as condições sistêmicas denossos 
pacientes, têm sido parcialmente revistos, como por exemplo 
a prescrição de antimicrobianos, rotina que diversos trabalhos 
científi cos desaconselham em vista de não haver diferenças 
estatísticas com o não uso dos mesmos. 
Acredita-se que mais de 95% dos pacientes que se sub-
metem a cirurgia eletiva não requerem exames pré-cirúrgicos, 
desde que não tenham doença aguda ou crônica. No entanto, 
enfermidades como diabetes, hipertensão, cardiopatia, reu-
matismo, osteoporose, alergia e mesmo usuários de antipla-
quetários e fumantes, apesar de não se constituírem como 
contraindicações absolutas aos procedimentos implantodôn-
ticos e periodontais, apresentam, sim, riscos cirúrgicos ineren-
tes às suas condições de momento.
Cabe assim, ao profi ssional, a decisão de requerer encami-
nhamento médico e exames pré-cirúrgicos que julgar necessá-
rios, a fi m de estabelecer cuidados pré-cirúrgicos indispensá-
veis na prevenção de complicações pós-cirúrgicas indesejáveis. 
Estas podem incluir hemorragias, alterações metabólicas, vas-
culares ou mesmo neurológicas, podendo, inclusive, colocar 
em risco a vida do paciente. 
Assim, como postura pré-cirúrgica, adequada para evitar 
ou minimizar essas complicações, deve-se prover controles ri-
Marcolino Antonio Pellicano
Mestre em Reabilitação Oral – FOB-USP; Coordenador do curso de especialização em Implantodontia – APCD, 
Regional de Jundiaí; Especialista em Periodontia e Implantodontia. 
marcolino@pellicano.com.br
gorosos de glicemia, interrupção do ato de fumar, semanas an-
tes e após o procedimento, interrupção pré-cirúrgica por sete 
a dez dias do uso de antiplaquetários, controles pré e transci-
rúrgicos da oximetria e pressão arterial de pacientes cardíacos 
ou hipertensos e conscientização de pacientes osteoporóticos, 
usuários de bifosfonatos, do risco de osteonecroses dos ma-
xilares. 
Evidentemente, por promoverem apoptose de osteoclas-
tos, a terapia por bifosfonatos tem sua razão de ser, princi-
palmente em casos de metástases ósseas, doença de Paget e 
osteoporoses severas, mas, infelizmente, a despeito do risco 
de seus efeitos colaterais, observa-se hoje abrangência ainda 
maior em suas prescrições, até mesmo para casos leves de os-
teopenia. 
Se a classe médica sugerisse aos pacientes pelo menos 
tratamento odontológico prévio ao início da terapia com bi-
fosfonatos, provavelmente, teríamos ainda menor incidência 
de osteonecroses. Também, aos cardiopatas é necessária cons-
cientização, mas do papel prejudicial das infl amações crônicas, 
no que diz respeito à deposição de ateromas nas paredes das 
artérias, condição esta conhecida como aterosclerose resultan-
te de níveis aumentados do LDL-colesterol na corrente sanguí-
nea. Constituem-se na principal causa de doença coronariana 
e outras formas de doenças cardíacas. 
Segundo pesquisa recente, a fração LDL do colesterol só 
se torna formadora de ateroma em presença de infl amações e 
dentre estas se evidencia a periodontite, a qual, nesse sentido, 
se torna coadjuvante na progressão da aterosclerose. Em vista 
disso, para estes cardiopatas, o controle da doença periodon-
tal torna-se extremamente importante por evitar obstruções 
arteriais adicionais. 
Para algumas dessas patologias citadas preconiza-se an-
tibioticoterapia profi lática pré-cirúrgica, adequando-a às pos-
síveis condições alérgicas do paciente. Preconiza-se, também, 
neste e nos demais casos citados, sedação consciente com 
benzodiazepínicos, a qual nos proporciona etapas transcirúrgi-
cas bem controladas, otimizando, com certeza, pós-operató-
rios cirúrgicos imediatos e tardios. 
593
Revista PerioNews 2011;5(6):590-4
Mario Groisman (com a colaboração de Eduardo Pinto Ferreira)
Mestre em Ciências Dentais – Universidade de Lund, Suécia; Especialista em Periodontia – Uerj; Especialista em 
Implantodontia – CFO; Professor do curso de Especialização em Implantodontia – São Leopoldo Mandic.
mario@mariogroisman.com.br
As complicações pós-operatórias mais comuns em pro-
cedimentos cirúrgicos orais são dor, edema e, com menor 
frequência, infecção. O uso racional de medicação corticosteroi-
des tem sido indicado para controle de edema do trauma cirúr-
gico. Dexametasona 4,0 mg administrada em dois comprimidos 
uma hora antes do procedimento e um comprimido, de forma 
opcional, seis horas após o procedimento, se mostra efi ciente 
no controle parcial do edema, com eventual desconforto. 
A utilização de antibióticos pré-operatórios tem indicação 
absoluta em condições cardíacas associadas à endocardite in-
fecciosa, a seguir: alto risco – próteses valvares e endocardite 
infecciosa prévia; risco moderado – más-formações cardíacas 
congênitas, cardiomiopatias hipertrófi cas e prolapso de válvula 
mitral com regurgitação. Estas seguem a recomendação da As-
sociação Americana de Cardiologia que prevê, como primeira 
escolha, uso de amoxicilina 2 g (quatro cápsulas de 500 mg) 
uma hora antes do procedimento e, para pacientes alérgicos à 
penicilina, a recomendação é a clindamicina 600 mg (dois com-
primidos de 300 mg) uma hora antes do procedimento.
O uso da antibioticoterapia pré e pós-operatória para pa-
cientes hígidos como protocolo em Implantodontia tem sido 
assunto de grande discussão e contrassensos. A opção como 
conduta tem sido descrita em casos de procedimentos mais 
extensos que envolvam manipulação de enxertos ósseos e seio 
maxilar . 
A avaliação clínica permitirá avaliar pacientes que fazem 
uso corrente de medicamentos sistêmicos relevantes ao pro-
cedimento cirúrgico ambulatorial, tais como anticoagulantes 
orais e antiagregantes plaquetários. Para pacientes portadores 
de cardiopatias que utilizam medicamentos que interferem 
na coagulação é prudente o contato com o médico assistente 
para o ajuste ou suspensão da medicação. Alguns médicos car-
diologistas contraindicam a suspensão da medicação ou ale-
gam ser desnecessário. Geralmente, pacientes usuários diários 
de AAS deverão suspender a medicação pelo menos cinco dias 
antes do procedimento.
Casos de instabilidade sistêmica do paciente podem ser 
temporários, mas situações de comprometimento sistêmico, 
muito graves, podem tornar o procedimento contraindicado, 
quando o risco da cirurgia é maior que seus benefícios e o pa-
ciente necessita de mais cuidados médicos. Podemos destacar: 
1) doenças cardiovasculares graves não controladas; 2) diabetes 
instável; 3) doença renal em estágio fi nal; 4) discrasias sanguí-
neas graves; 5) gestantes em primeiro e terceiro trimestres.
Pacientes sob cuidados médicos devem obedecer aos se-
guintes cuidados: pacientes com história de infarto do miocár-
dio não devem ser atendidos nos primeiros seis meses após o 
evento; pacientes cardiopatas, diabéticos e hipertireoideanos 
moderados, todos controlados, podem ser submetidos a pro-
cedimentos cirúrgicos ambulatoriais que não excedam o limite 
de 40 µg de adrenalina; profi laxia antibiótica aos pacientes com 
riscos de encodardite infecciosa; observar a utilização da medi-
cação anticoagulante.
Idade – extremos de idade devem ser observados.
Diabéticos – o cuidado na manipulação do paciente diabético 
se refere aos eventos relacionados à hipoglicemia, portanto, 
é necessário que este paciente esteja sob controle médico. O 
pós-operatório imediato leva usualmente a limitações alimen-
tares e um período de estresse transoperatório pode diminuir 
a oferta de energia e um aumento da necessidade de glicose, 
podendo haver risco iminente de queda de glicemia. Os pa-
cientes são candidatos à sedação e devem ser orientados a se 
alimentarem normalmente antes do procedimento, além de 
não utilizarem ou diminuir a dose de insulina subcutânea. Por 
possuírem baixa função leucocitária, diabéticos não compen-
sados diante de um processo infeccioso não têm o mesmo po-
der de combate que um paciente saudável, portanto, cuidados 
com terapia antibióticadevem ser observados.
Hipertensão arterial – o paciente hipertenso pode receber tra-
tamento odontológico-cirúrgico eletivo, desde que esteja com-
pensado adequadamente e se respeite a dose máxima de adre-
nalina de 0,1 mg. Pacientes com PA superior a 160/100 mmHg 
podem necessitar de um controle adicional. Um parecer médico 
é importante, pois o paciente obedecerá a critérios individuais 
de acordo com seu cardiologista.
Asma – a ansiedade pode ser fator desencadeante desta con-
dição. Uso de anti-infl amatórios não hormonais podem preci-
pitar crises. O uso de broncodilatadores deve estar disponível.
594
RESUMO
O emprego dos implantes osteointegráveis (IOI) representa atualmente uma 
opção terapêutica viável para pacientes edêntulos parciais ou totais. Embo-
ra a ocorrência da osteointegração apresente previsibilidade comprovada por 
consistentes trabalhos, a instalação de doença peri-implantar infl amatória re-
presenta uma ameaça à estabilidade e à longevidade almejadas. Este trabalho 
se propôs a revisar na literatura aspectos importantes sobre o monitoramento 
e a manutenção da saúde peri-implantar, bem como apresentar condutas te-
rapêuticas indicadas para a doença peri-implantar. Com base nesta revisão, foi 
possível observar a importância de monitoramento e manutenção e considerar 
a Terapia de Suporte Interceptativa e Cumulativa (TSIC) como uma forma racio-
nal e objetiva de conduzir casos de IOI, visando à manutenção da saúde.
Unitermos – Mucosite; Peri-implantite; Monitoramento; Manutenção; Trata-
mento.
ABSTRACT
At present, the use of osseointegratable implants (OII) is a feasible therapeutic 
option for partially or totally edentulous patients. Although the occurrence of 
osteointegration is predictable, as proved by consistent studies, the onset of 
infl ammatory peri-implant diseases represents a threat to the desired stability 
and longevity. The aim of this study was to review important aspects in the 
literature about monitoring and maintenance of peri-implant health, as well 
as to present therapeutic conduct indicated for peri-implant disease. Based 
on this review, it was possible to observe the importance of monitoring and 
maintenance, and consider the Cumulative Interceptive Support Therapy (CIST) 
as a rational and objective manner for conducting cases of OII, with a view to 
maintaining health.
Key Words – Mucositis; Peri-implantitis; Monitoring; Maintenance; Treatment.
Monitoramento, manutenção 
e restabelecimento da saúde 
peri-implantar
*Especialista em Periodontia – ABO/BA.
**Doutora em Ciências Médicas, professora da 
Disciplina de Farmacologia – Escola Bahiana de 
Medicina e Saúde Pública, Salvador, BA, Brasil.
***Mestrando em Periodontia – Unip; Diretor 
Clínico e Científi co – Inepro.
Revisão da literatura
Ana Cristina Rosário Sobreira*
Maria Cecília Fonseca Azoubel**
Fábio José Barbosa Bezerra***
Monitoring, maintenance and 
reestablishing of peri-implant health
Recebido em ago/2011
Aprovado em set/2011
Revista PerioNews 2011;5(6):596-603596
Revista PerioNews 2011;5(6):596-603
 Periodontia
INTRODUÇÃO
O advento da osteointegração na Implantodontia abriu 
novas perspectivas para a reabilitação oral1-2 em pacientes 
edêntulos parciais ou totais e esta tem demonstrado, através 
de estudos longitudinais, tratar-se de uma modalidade tera-
pêutica em que os resultados atingem níveis notórios de su-
cesso3-4.
Apesar disso, ocasionalmente, alguns implantes osseoin-
tegráveis (IOI) são perdidos5. Um dos fatores associado ao seu 
sucesso é a manutenção da saúde peri-implantar e, por esse 
motivo, após três décadas de osseointegração bem sedimen-
tada, a Implantodontia deparou-se com um problema até en-
tão considerado irrelevante: a perda de IOI em decorrência de 
patologias peri-implantares com destruição tecidual6-7.
O maior risco à doença peri-implantar reside na susceti-
bilidade dos tecidos ao ciclo de infecção/infl amação, associa-
do à relação de causa/efeito entre o acúmulo de biofi lme e o 
desenvolvimento de alterações infl amatórias peri-implantares, 
onde os sinais clínicos são semelhantes aos encontrados na 
doença periodontal1,5,7.
Portanto, para a manutenção da saúde peri-implantar 
torna-se imperativa a instituição de um regime efetivo de 
prevenção (monitoramento/manutenção) e quando uma con-
dição patológica for diagnosticada, a intervenção terapêutica 
deve ser iniciada7. Neste contexto, a terapia progressiva de 
manutenção individualizada, específi ca e racional vem sendo 
proposta com o objetivo de prevenir e/ou tratar as doenças 
peri-implantares6.
O objetivo deste artigo foi revisar os conceitos de monito-
ramento/manutenção e discutir a aplicabilidade e a efetividade 
das condutas empregadas para a prevenção e/ou restabeleci-
mento da saúde peri-implantar.
REVISÃO DA LITERATURA
Doença peri-implantar
A doença peri-implantar infl amatória é descrita como 
uma alteração patológica dos tecidos ao redor dos IOI, onde o 
agente etiológico é o biofi lme bacteriano1,8-9, e pode ser clas-
sifi cada como mucosite peri-implantar ou peri-implantite10-11.
A mucosite peri-implantar é um processo infl amatório 
reversível que afeta os tecidos moles ao redor dos IOI, em fun-
ção ou não, sem detecção de perda óssea. Clinicamente, essa 
patologia apresenta características semelhantes à gengivite, 
onde pode ser observado aumento de volume de tecido gen-
gival, sensibilidade dolorosa ao toque e sangramento a sonda-
gem. A progressão da infl amação peri-implantar com perda de 
tecido ósseo de suporte é conhecida como peri-implantite. Tal 
enfermidade pode cursar com: edema, sangramento, eventual 
supuração, alto índice de biofi lme bacteriano, aumento da pro-
fundidade de sondagem, imagem radiográfi ca de reabsorção da 
crista óssea alveolar, aumento do fl uxo do fl uido intrassulcular 
e, em casos avançados, mobilidade6,8,10,12-14 (Figuras 1).
Considerações microbiológicas
Tendo em vista o fator etiológico primário do fracasso dos 
IOI, torna-se indispensável conhecer os patógenos que coloni-
zam as superfícies dos IOI1.
Os microrganismos que colonizam as regiões circunjacentes 
ao IOI saudável são semelhantes aos que povoam os dentes natu-
rais saudáveis10-11,14 e compatíveis com a saúde peri-implantar1,4,14.
Contrariamente, a microbiota associada com a doença 
peri-implantar inclui patógenos relacionados à doença perio-
dontal que apresentam elevada virulência, podendo produzir 
endotoxinas, as quais iniciam uma resposta infl amatória asso-
ciada à doença periodontal e/ou peri-implantar1,4,15-17.
Figuras 1 – Aspecto clínico de mucosite (a) e peri-implantite (b).
A B
597
Revista PerioNews 2011;5(6):596-603
Sobreira ACR • Azoubel MCF • Bezerra FJB
Estudos consistentes sugerem que o biofi lme subgengi-
val de dentes naturais pode infl uenciar a microfl ora subgen-
gival do IOI em pacientes parcialmente edêntulos, servindo 
como reservatórios de patógenos periodontais pelo princípio 
da infecção cruzada18. Segundo importante trabalho1, este as-
pecto microbiológico enfatiza a importância do controle de 
placa bacteriana peri-implantar, antes e após a execução do 
procedimento.
Monitoramento versus manutenção
O procedimento de monitoramento é conceituado como 
um conjunto de índices e técnicas que deve ser empregado 
durante períodos variáveis de proservação, indicando de ma-
neira objetiva e numérica a estabilidade interfacial IOI/osso e 
IOI/tecido mole, enquanto que a manutenção consiste em um 
grupo de técnicas e dispositivos de diferentes níveis de com-
plexidade utilizados em conjunto ou separadamente e que vi-
sam manter a saúde peri-implantar6,15.
Durante o primeiro ano após a instalação do IOI e da pró-
tese, o paciente deve ser rechamado a cada três meses para 
revisão, especialmente se tiver perdido dentes por doença pe-
riodontal. Se 12 meses após a instalação, os IOI estiverem está-
veis e o tecido peri-implantarsaudável, um intervalo de quatro 
a seis meses pode ser implementado18.
Monitoramento da saúde dos tecidos peri-implantares
O monitoramento deve ser realizado de maneira siste-
mática e constar do plano de tratamento inicial como sendo 
parte integrante da terapia reabilitadora e de fundamental 
importância pelo fato de que a coleta periódica de dados de-
monstrará a evolução, fornecendo subsídios para instituição 
de procedimentos adequados de manutenção6,15.
Devido à similaridade entre doença periodontal e peri-im-
plantar, os parâmetros clínicos de saúde/doença empregados 
são os mesmos, sendo estes: índice de placa, índice gengival, 
índice de sangramento a sondagem, profundidade de sonda-
gem, nível de inserção clínica, mobilidade, supuração, nível ou 
densidade óssea em radiografi as e avaliação microbiológica5,11,14.
Índice de placa
O biofi lme se forma nos dentes e em superfícies artifi ciais 
expostas ao meio oral15,18. Diante disto, o monitoramento do 
biofi lme bacteriano através dos índices de placa é de suma im-
portância na prevenção das patologias6.
Determinados índices são utilizados para o registro dos 
níveis de placa, mas todos apresentam a limitação de não 
identifi carem a presença de patologia ou mesmo o nível de 
risco apresentado pelo paciente. Contudo, estatisticamente, 
pacientes com baixos índices de placa tendem a desenvolver, 
em média, menos doença peri-implantar. Por esse motivo, o 
acúmulo de placa ao redor dos IOI sempre deve ser avaliado e 
documentado no prontuário do paciente6,8.
Existem alguns índices de placa que podem ser emprega-
dos para avaliação de dentes e implantes19-21.
A modifi cação de um índice usado para dentes19 tornou 
possível um sistema de índice de placa20 semiquantitativo para 
avaliar o desempenho da higiene oral em implantes através 
dos seguintes escores numéricos: 0 = placa não detectada; 1 = 
placa identifi cada pela sonda colocada próxima à margem do 
IOI; 2 = placa visível a olho nu; 3 = placa em abundância15.
Os valores obtidos denotarão a capacidade de higieni-
zação do paciente, onde níveis reduzidos serão objetivos do 
tratamento de manutenção e níveis elevados poderão estar 
correlacionados com doença peri-implantar6,14.
Índice de sangramento
O índice de sangramento demonstra alterações infl ama-
tórias presentes na doença peri-implantar6,18. Existem dois 
índices que habitualmente são empregados para verifi car o 
sangramento gengival e podem ser utilizados para verifi cação 
do sangramento peri-implantar: o índice gengival e o índice de 
sangramento a sondagem9,22-23.
Um Índice de Sangramento Modifi cado foi proposto20 
para implantes, no qual as avaliações são graduadas com os 
seguintes escores: 0 = sem sangramento quando a sonda pe-
riodontal é inserida ao longo da margem gengival adjacente ao 
IOI; 1 = isolado ponto de sangramento visível; 2 = sangramento 
forma uma confl uente linha vermelha na margem; 3 = sangra-
mento abundante15.
Figura 2 – Sonda de plástico.
598
 Periodontia
Revista PerioNews 2011;5(6):596-603
A presença de faces sangrantes deverá ser comparada 
com índices prévios constantes do prontuário e servirá como 
referência para a evolução clínica do caso, onde ausência de 
sangramento associa-se fortemente à condição de saúde6,11.
Sondagem peri-implantar
A sondagem é um método simples e confi ável para afe-
rições da estabilidade interfacial dos IOI. Apesar disso, alguns 
trabalhos não recomendam a sondagem frequente, devido a 
possibilidade de ocorrer um rompimento entre o epitélio jun-
cional e a superfície do IOI, facilitando a penetração de patóge-
nos no tecido15,18. Seguindo essa premissa, um autor14 afi rmou 
que a sondagem deve ser evitada durante os primeiros três 
meses após a conexão do abutment, no sentido de evitar al-
terações e permitir o estabelecimento do selamento de tecido 
mole e ainda recomendou que após o citado período, o exame 
deve ser executado apenas nas visitas de manutenção.
Para a mensuração peri-implantar são indicadas sondas 
milimetradas plásticas rígidas para não gerar danos à superfície 
de titânio11 (Figura 2). Por sua vez, a mensuração da profundi-
dade de sondagem ao redor dos IOI é muito sensível à variação 
de forças em relação aos dentes naturais14,18; por isso, o uso de 
sondas com carga controlada, variando de 15 a 30 N, apresen-
tará resultados mais confi áveis6,14.
Na condição de saúde, o índice médio de profundidade 
de sondagem é de 3 mm11,15,22-24. Esta afi rmação foi reforçada 
por relevante trabalho16 que relatou que em IOI com sucesso, 
geralmente, a penetração da sonda é de 3 mm e a localização 
do nível de osso peri-implantar pode estar entre 1-1,5 mm api-
cal à posição da extremidade fi nal da sonda11,14.
A sondagem deverá ser realizada em seis faces para cada 
IOI: MV, V, DV, ML, L e DL e os resultados deverão ser registrados 
em milímetros e anotados no prontuário6,9.
Alterações na profundidade de sondagem durante 
os períodos de proservação denotarão presença de bolsa 
peri-implantar devido à perda óssea ou hipertrofi a de tecido 
mole e deverão ser tratados de acordo com terapia de manu-
tenção adequada6.
Supuração
A secreção purulenta é composta por neutrófi los que es-
tão presentes sempre que a doença está ativa. Grande número 
destas células tem sido relacionado à infl amação tecidual, suge-
rindo que a supuração pode ser um sinal de peri-implantite e 
que o processo requer uma terapia anti-infecciosa imediata11,15.
Mobilidade
O íntimo contato entre o osso e o IOI é o maior requisito 
para o sucesso do IOI15. A mobilidade indica defi ciência de os-
seointegração e estágio fi nal da doença peri-implantar e, por-
tanto, serve como um teste diagnóstico específi co na decisão 
da remoção do IOI4,9,15-16.
Figura 4 – Cureta plástica para IOI da Hu-Friedy.
Figura 3 – Aspecto radiográfi co de peri-implantite.
599
Revista PerioNews 2011;5(6):596-603
Sobreira ACR • Azoubel MCF • Bezerra FJB
Exame radiográfi co
A avaliação radiográfi ca periódica é um método clínico 
válido para diagnóstico da saúde periodontal e interfacial IOI/
osso6,14,24. Além disso, é indicada quando a sondagem não pode 
ser usada para avaliar o IOI instalado em áreas estreitas ou com 
falta de acesso devido à instalação protética14.
Atualmente, dispõe-se de técnicas aprimoradas envolven-
do análise digital e também avaliação eletrônica que fornecem 
grande precisão de dados. Porém, no âmbito clínico, técnicas 
simplifi cadas realizadas adequadamente são viáveis e poderão 
ser utilizadas durante o período de proservação de reabilitação 
protética para acompanhamento da adaptação das próteses 
fi xas sobre IOI, identifi cação de nível e condições do osso cir-
cunvizinho9.
Dentre as técnicas disponíveis, a periapical é a preconizada 
quando o objetivo é o detalhamento da interface osso/IOI, po-
dendo ser realizada por fi lme ou imagem digitalizada e permi-
tindo a avaliação de alterações na altura do osso peri-implantar 
e a detecção de defeitos ósseos angulares25. As radiografi as 
periapicais convencionais deverão ser realizadas pela técnica do 
paralelismo9,6,14 (Figura 3).
As radiografi as intraorais digitalizadas apresentam uma 
facilidade de obtenção imediata de imagem, dispensando o 
processamento e a exposição do paciente à radiação. Adicio-
nalmente, possuem como importante recurso a possibilidade 
de diagnosticar regiões de tecido ósseo com maior ou menor 
densidade, através da inversão de cores, podendo indicar áreas 
onde a interface apresenta tecido fi broso ou de baixa qualida-
de6,11,14,25-26.
Lesões recentes podem não ser observadas nas radiogra-
fi as até que se tornem mais avançadas14; porém, as alterações 
clinicamente mais signifi cativas ocorrem no primeiro ano do 
IOI em função. Sendo assim, o controle radiográfi co deve ser 
realizado de seis a 12 meses após a instalação da prótese fi xa 
sobre IOI9. Posteriormente, radiografias de controle em pacien-
tes assintomáticos devem ser realizadas em intervalos de dois/
três anos, ou quando clinicamente necessário, enquanto que os 
dentes naturais devem ser controlados com menor intervalo9. 
Segundo um estudo14, o intervalo que tem sido racionalmen-
te recomendado (na ausência de problemas clínicos) é de um, 
três e cinco anos, com possibilidade de tomadas subsequentes 
a depender da situação clínica apresentada pelo paciente. Já ou-
tro trabalho18 sustenta que as radiografi as devem ser realizadas 
sempre em 12 a 18 meses, durante estas visitas de manutenção.
No primeiro ano, a avaliação do nível cervical da crista óssea 
deverá demonstrar perda óssea fi siológica de aproximadamente 
1,5 mm, com média subsequente anual não superior a 0,1 mm. 
Desse modo, reduções acentuadas no nível da crista óssea indi-
cam patologias peri-implantares e deverão ser tratadas6,18.
Os IOI que falham geralmente exibem radiografi camente 
um espaço radiolúcido que pode ser mínimo ou largo, acom-
panhado de defeito na crista alveolar18.
Testes microbiológicos
O conhecimento da composição do biofi lme bacteriano 
em condições de saúde ou doença contribui sobremaneira 
para a defi nição do risco e instituição de terapia de manu-
tenção adequada. Logo, a análise microbiológica é um recur-
so auxiliar em diagnóstico e tratamento de casos de doenças 
peri-implantares, fornecendo diretrizes para estabelecimento 
do prognóstico e instituição do tratamento mais adequado14.
A identifi cação da qualidade bacteriana presente poderá 
ser feita através de métodos diagnósticos específi cos, exem-
plo: microscopia de contraste de fase ou campo escuro, testes 
enzimáticos, métodos imunológicos, detecção molecular, cul-
tura microbiológica, sondas de DNA, reação de cadeia polime-
rase, anticorpos monoclonais17.
Todo tratamento voltado para o controle qualitativo do 
biofi lme bacteriano deverá ser apoiado em diagnóstico preciso 
do agente etiológico para que o tratamento de manutenção 
instituído possa solucionar o problema6.
Terapia de manutenção do implante
O sucesso do IOI é estreitamente relacionado aos cuidados 
profi ssionais adequados e à cooperação do paciente via cui-
dados preventivos caseiros efetivos14,18. Portanto, é necessário 
A avaliação radiográfi ca periódica 
é um método clínico válido para 
diagnóstico da saúde periodontal 
e interfacial IOI/osso6,14,24. Além 
disso, é indicada quando a 
sondagem não pode ser usada para 
avaliar o IOI instalado em áreas 
estreitas ou com falta de acesso 
devido à instalação protética14.
600
 Periodontia
Revista PerioNews 2011;5(6):596-603
para cada paciente um regime de manutenção individualizado 
com rechamadas regulares visando criterioso monitoramento 
do tecido peri-implantar, da condição da prótese implantossu-
portada, bem como a determinação da complexidade da tera-
pia de manutenção para manter saúde ao redor do IOI6,11,15,18. 
Na literatura existem diversos regimes de manutenção, embo-
ra ainda não tenha sido elucidado qual o mais efetivo7. Dados 
consistentes sugerem um protocolo de rechamadas a cada 
três meses no primeiro ano de instalação dos IOI, pelo fato 
das lesões de mucosite poderem exibir progressão apical após 
três meses de desenvolvimento do biofi lme ao redor dos IOI 
e, após o primeiro ano, a depender dos fatores de risco, com-
prometimento com a higiene oral e achados nos índices de 
monitorização, o intervalo de rechamada poderá ser estendido 
para seis meses se a situação clínica estiver estável10,14.
Alguns autores têm sugerido que reabilitações protéticas 
implantossuportadas com múltiplas unidades devem ser re-
movidas periodicamente com o intuito de acessar mobilidade, 
saúde gengival e estado de higiene oral, porém, esta forma de 
proceder não é universal. Um importante trabalho18 defendeu 
a realização do procedimento e afi rmou que as próteses reti-
das por parafusos devem ser removidas no mínimo uma vez 
por ano para facilitar o acesso ao tecido peri-implantar.
Motivação do paciente
O êxito na motivação do paciente quanto à realização dos 
procedimentos de higiene oral requer que o profi ssional reali-
ze dois passos básicos: o primeiro consiste na orientação sobre 
necessidade, técnica e frequência de uso dos recursos neces-
sários e o segundo consiste no exercício da motivação através 
de conselho, retirada de dúvidas e esclarecimento sobre os re-
sultados positivos obtidos26. É importante que o paciente en-
tenda o seu papel principal como responsável pela sua higiene 
oral e sucesso do IOI11,14.
Higiene oral do paciente
Os pacientes devem ser orientados quanto à higienização 
bucal antes mesmo da instalação do IOI, que deve ser enfatiza-
da em todas as consultas de manutenção. Para tanto, devem ser 
incluídos o uso de dispositivos e técnicas apropriadas para cada 
caso18. As escovas tradicionais ou elétricas devem apresentar cer-
das macias ou extramacias, a cabeça deve ter tamanho pequeno 
ou médio e os pacientes deverão ser orientados a realizar prefe-
rencialmente a Técnica de Bass Modifi cada6,9,18. Embora não exista 
um consenso a esse respeito, acredita-se que seja a mais indi-
cada em pacientes portadores de IOI. Outros recursos também 
são indicados para auxiliar a higienização, a exemplo de escovas 
unitufo, fi o ou fi ta dental, passa fi o, além de escovas interpro-
ximais com haste de náilon ou plástica e dentifrícios com baixa 
abrasividade onde o abrasivo seja o carbonato de cálcio7,14,18.
Durante o período pós-cirúrgico, antissépticos contendo 
digluconato de clorexidina (0,12% ou 0,2%) devem ser utiliza-
dos e, após este período, o uso rotineiro de outros colutórios 
tem sido indicado principalmente para pacientes com incapa-
cidade física7,14,18.
Estas ações de higienização doméstica irão manter a in-
tegridade da superfície transmucosa do IOI, evitando infecção 
peri-implantar, aumentando a longevidade do tratamento11.
Profi laxia profi ssional
A profi laxia profi ssional consiste na remoção de biofi lme 
bacteriano e cálculo da superfície abutment/IOI7. Quando ape-
nas o biofi lme está presente, para removê-lo, deve-se utilizar 
taça de borracha em baixa rotação e uma pasta profi lática com 
baixa abrasividade (exemplo: abutment Glo, Nupro fi ne, óxido 
de estanho, pedra-pomes)6,7,14,18. Alguns autores14,18 defendem 
a ideia de que os sistemas abrasivos com jato de ar apresen-
tam efeito mínimo na superfície de titânio e, por isso, podem 
ser usados na remoção de placa e manchamentos, evitando a 
exposição excessiva e prolongada que pode causar alterações 
indesejáveis. Um estudo6 indicou o uso do jato de bicarbonato 
com pó de baixa abrasividade, com intervalo mínimo de 30 dias 
entre as sessões de profi laxia, seguido de polimento com taça 
de borracha e pasta profi lática de granulação fi na.
No entanto, na presença de cálculo, devem ser utilizadas 
curetas plásticas, de fi bra de carbono, de tefl on, banhadas a 
ouro ou de titânio ao invés de curetas metálicas que podem 
arranhar e alterar a superfície do IOI6,18 (Figura 4). Neste con-
texto, cabe salientar que algumas curetas plásticas são muito 
fl exíveis, difi cultando a remoção do cálculo, ao passo que ins-
trumentos plásticos reforçados com grafi te são mais rígidos e 
podem ser afi ados14. No caso das curetas de ouro, deve-se evi-
tar a afi ação para não expor o metal duro prejudicial à super-
fície do IOI18. Instrumentos ultrassônicos com pontas plásticas 
também são adequados para manutenção dos IOI14,18.
Restabelecimentos da saúde peri-implantar
Uma vez diagnosticada a doença peri-implantar, modali-
dades terapêuticas podem ser implementadas para o restabe-
lecimento da saúde, onde o tipo de abordagem será determi-
nada a partir do monitoramento/manutenção peri-implantar, 
de acordo com a severidade da doença4.
601
Revista PerioNews 2011;5(6):596-603
Sobreira ACR • Azoubel MCF • Bezerra FJB
Terapiaprogressiva de manutenção ou terapia de suporte 
interceptativa e cumulativa (TSIC)
Um relevante trabalho24 sobre o tratamento das doenças 
peri-implantares propôs o seguimento da denominada terapia 
progressiva de manutenção ou terapia de suporte interceptati-
va e cumulativa (TSIC), que fornece diretrizes para o tratamen-
to adequado de tais doenças. Este método baseia-se na detec-
ção precoce da doença para que seja feita a interceptação do 
problema com terapia apropriada. A base para este sistema é a 
rechamada regular do paciente e a partir dos dados coletados 
pelos índices de monitoramento, história clínica pregressa e 
perfi l bioemocional do paciente, são indicados cinco níveis de 
terapia de manutenção progressiva (Tabela 1).
Segundo a TSIC proposta por importante trabalho4, a tera-
pia A envolve estímulo à higiene oral, remoção profi ssional de 
depósitos duros e polimento periódico com taça de borracha 
e pasta profi lática e pode ser empregada em situações clínicas 
onde pode haver ou não placa e sangramento, a profundidade 
de sondagem é inferior a 4 mm e não há perda óssea radio-
gráfi ca. Esta terapia também está indicada para os casos de 
mucosite peri-implantar.
A terapia B envolve os passos clínicos da terapia A com-
binada com a utilização de antissépticos bucais, irrigação in-
trassulcular com clorexidina (0,12% ou 0,2%) e/ou utilização de 
clorexidina tópica nas situações clínicas onde há presença de 
placa e sangramento, secreção purulenta e profundidade de 
sondagem entre 4-5 mm, isto é, nos casos onde há mucosite 
com edema gengival ou peri-implantite com perda óssea leve.
Já na terapia C é possível associar a terapia B com os an-
timicrobianos específi cos, em situações clínicas onde há placa 
e sangramento, com presença ou não de secreção purulenta, 
profundidade de sondagem igual a 5 mm e presença de perda 
óssea radiográfi ca. Nestes casos é recomendável a obtenção 
de amostra microbiológica para constatação da fl ora anaeróbi-
ca e adequada seleção do antimicrobiano. Os fármacos empre-
gados são: tetraciclina, metronidazol, clindamicina, amoxicilina 
com clavulanato de potássio11,24.
A terapia D, por sua vez, envolve os passos da terapia C, 
combinada com procedimentos cirúrgicos (ressectivos ou re-
generativos) e pode ser empregada em situações clínicas 
onde há muita placa, sangramento abundante, podendo ha-
ver ou não pus, profundidade de sondagem maior que 5 mm 
e presença de perda óssea radiográfi ca. Em defeitos ósseos 
horizontais, as técnicas ressectivas são as mais indicadas, en-
quanto a regeneração óssea tem aplicabilidade em defeitos 
infraósseos circunferenciais e defeitos de duas ou três pare-
des24. Evidências experimentais sugerem que a reosseointe-
gração pode ser possível através de procedimentos apropria-
dos de descontaminação da superfície do IOI por jato abrasivo 
e ataque ácido11,24.
Por fi m, a terapia E envolve a terapia D e é indicada em 
casos de perda óssea avançada ou mobilidade, onde o trata-
mento mais apropriado é a explantação preservando o osso 
remanescente para a instalação de um segundo IOI posterior-
mente4,10,24 (Tabela 1).
DISCUSSÃO
O advento da osseointegração na Odontologia, indiscuti-
velmente, vem abrindo novas perspectivas na reabilitação oral 
de pacientes edêntulos totais ou parciais1-2. Os implantes os-
seointegráveis (IOI) atualmente são considerados como terapia 
associada a altos índices de sucesso a longo prazo e represen-
tam uma opção terapêutica viável, vantajosa e segura3,5,10-11,16.
TABELA 1 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA TERAPIA DE SUPORTE INTERCEPTATIVA E CUMULATIVA 
(ADAPTADO DE MOMBELLI; LANG24)
Placa Sangramento Supuração Profundidade de sondagem (mm) Perda óssea Terapia
+ ou - - - < 4 - A
+ + ou - - < 4 - A
++ + + ou - 4-5 + ou - A+B
+++ ++ + ou - 5 + A+B+C
+++ +++ + ou - 5 ++ A+B+C+D
+++ +++ + ou - > 5 +++ E
602
 Periodontia
Revista PerioNews 2011;5(6):596-603
Apesar disso, os tecidos moles e duros peri-implantares 
mostram-se susceptíveis à microrganismos patogênicos, ca-
pazes de gerar um processo imunoinfl amatório que pode se 
manter confi nado à mucosa peri-implantar, sendo denomina-
da mucosite, ou estender-se para tecido ósseo circunjacente, 
caracterizando a peri-implantite5,7,14.
Diante da possível perda do IOI, que está vinculada à frus-
tração de grande expectativa por parte do paciente e altos 
custos inerentes à terapia, há atualmente grande e justifi cada 
preocupação no que diz respeito ao diagnóstico preciso e à 
prevenção de patologias peri-implantares1,4-5,17.
O monitoramento e a manutenção aparecem como con-
dutas cruciais para a obtenção e/ou manutenção da saúde e vi-
sam a garantia da longevidade do IOI. De fato, a literatura cien-
tífi ca correlata sustenta que estes são os únicos meios seguros 
e previsíveis em busca do sucesso almejado4,6-7,15,18.
A Terapia de Manutenção Interceptativa e Cumulativa 
apresenta-se como um recurso racional e que provê diretrizes 
concretas para a instituição do tratamento em função da con-
dição clínica específi ca apresentada por cada paciente6,24.
Apesar do advento de aprimorados recursos/diagnósticos 
e inovadoras modalidades terapêuticas, ainda observa-se a ne-
cessidade de estudos prospectivos e longitudinais, sobretudo 
na área básica, que envolve recursos e técnicas de higiene oral 
e suas particularidades quanto ao uso em IOI, visto que a tera-
pia de remoção de causa é a chave para a prevenção. Adicio-
nalmente, é necessário ponderar sobre a viabilidade clínica de 
alguns recursos terapêuticos, a exemplo de antibióticos para 
uso local ou membranas usadas em regeneração óssea guiada, 
que apresentam alto custo e estão muitas vezes indisponíveis 
no Brasil, fatores que difi cultam o seu emprego. 
CONCLUSÃO
O tratamento com IOI é uma opção terapêutica adequada 
e segura para a reposição de unidades dentárias perdidas, mas 
que precisa ser monitorada, objetivando a detecção precoce 
de alterações e instituição de terapêutica apropriada, visando 
ainda uma fi nalidade maior: a manutenção da saúde e a garan-
tia da longevidade do IOI.
Nota de esclarecimento
Nós, os autores deste trabalho, não recebemos apoio fi nanceiro para pesquisa dado 
por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. 
Nós, ou os membros de nossas famílias, não recebemos honorários de consultoria ou 
fomos pagos como avaliadores por organizações que possam ter ganho ou perda com a 
publicação deste trabalho, não possuímos ações ou investimentos em organizações que 
também possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Não recebemos 
honorários de apresentações vindos de organizações que com fi ns lucrativos possam 
ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho, não estamos empregados pela 
entidade comercial que patrocinou o estudo e também não possuímos patentes ou 
royalties, nem trabalhamos como testemunha especializada, ou realizamos atividades 
para uma entidade com interesse fi nanceiro nesta área.
Endereço para correspondência:
Ana Cristina Rosário Sobreira
Av. Getúlio Vargas, 223 – Sala 104 – Ed. Patrimonial Rabelo – Centro
42800-005 – Camaçari – BA
anacristina_sobreira@yahoo.com.br
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603
Revista PerioNews 2011;5(6):605-10
 Periodontia
RESUMO
A doença periodontal é uma condição infl amatória dos tecidos periodontais. 
É caracterizada pela destruição progressiva dos tecidos que suportam o dente 
na cavidade bucal. Sendo consenso que inúmeros fatores podem infl uenciar 
na progressão e/ou gravidade desta doença. Além disso, são infecções com 
alto potencial para recorrência e, eventualmente, perda dentária. A terapia pe-
riodontal objetiva controlar e/ou eliminar a etiologia microbiana e os fatores 
de riscos contribuintes para susceptibilidade e gravidade da periodontite, im-
pedindo a progressão e a recorrência da doença, preservando a dentição em 
estado de saúde, conforto e função com estética. A terapia de manutenção 
periodontal (TMP) é uma parte integrante da terapia, iniciada após a terapia 
periodontal ativa ser completada em intervalos que variam de acordo com a 
condição e o risco de cada indivíduo. Outro fator importante a considerar em 
relação a periodicidade é o nível de controle do biofi lme dental do indivíduo, ou 
seja, quanto menor este controle, menor deve ser o intervalo para a rechama-
da. Entretanto, sabe-se que indivíduos com doenças crônicas tendem a coope-
rar pobremente, especialmente se a doença não é percebida de forma amea-
çadora, se a terapia consome tempo ou se os sintomas não são perturbadores. 
Assim, o objetivo desta revisão foi avaliar criticamente os estudos realizados 
com o intuito de avaliar o grau de cooperação dos indivíduos durante a TMP.
Unitermos – Doença periodontal; Manutenção periodontal; Cooperação cons-
ciente.
ABSTRACT
Periodontal disease is an infl ammatory condition of periodontal tissues. Is cha-
racterized by progressive destruction of the tissues that support the tooth in 
the oral cavity. There is consensus that many factors that may infl uence the 
progression and/or severity of this disease. Furthermore, they are infections 
with a high potential for recurrence, and eventually tooth loss. Periodontal 
therapy aims to control and/or eliminate microbial etiology and the risk fac-
tors contributors to susceptibility and severity of periodontitis, preventing the 
progression and recurrence of the disease, preserving the dentition in a state 
of health, comfort and function with esthetic. The periodontal maintenance 
therapy (PMT) is an integral part of the therapy, initiated after active perio-
dontal therapy to be completed at intervals that vary depending on condition 
and risk of each individual. Another important factor to consider in relation to 
periodicity is the level of biofi lm control of the individual, in other words, the 
lower this control, the smaller should be the interval for the recall. However 
it is known that individuals with chronic diseases tend to cooperate poorly, 
especially if the disease is not perceived as threatening, if the therapy is time 
consuming or if symptoms are not disturbing. Thus the purpose of this review 
is to critically evaluate the studies in order to evaluate the degree of coopera-
tion of individuals during PMT.
Key Words – Periodontal disease; Periodontal maintenance; Compliance.
Terapia de manutenção 
periodontal e avaliação do 
nível de cooperação dos 
indivíduos
*Mestrandas em Periodontia – Faculdade 
de Odontologia – UFMG.
**Professores de Periodontia – Faculdade 
de Odontologia – UFMG.
Revisão da literatura
Bárbara Nascimento de Albuquerque*
Simone Angélica Faria Amormino*
Lidiane Cristina Machado Costa*
Telma Campos Medeiros Lorentz**
José Eustáquio da Costa**
Fernando Oliveira Costa**
Periodontal maintenance therapy and 
assessment of the level of compliance of 
individuals
Recebido em mar/2011
Aprovado em mar/2011
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de Albuquerque BN • Amormino SAF • Costa LCM • Lorentz TCM • da Costa JE • Costa FO
INTRODUÇÃO
A terapia de manutenção periodontal (TMP) é um progra-
ma de visitas periódicas dos indivíduos que fi nalizaram a tera-
pia ativa com o intuito de prevenir a recorrência da doença1. 
A doença periodontal pode ser defi nida como uma condição 
infl amatória do periodonto de suporte, desencadeada pelo 
acúmulo de bactérias anaeróbias gram negativas, na região 
subgengival e caracterizada pela destruição progressiva dos 
tecidos que suportam os dentes na cavidade bucal1. Assim, a 
doença pode causar defeitos ósseos que podem gerar mobi-
lidade dental, diminuir a função mastigatória ou até mesmo 
levar à perda dentária2.
A terapia de manutenção periodontal tem se mostrado 
efetiva em manter a saúde, quando adaptada para cada caso 
particular. Indivíduos não mantidos em um programa de ma-
nutenção supervisionado subsequente ao tratamento ativo 
mostram sinais óbvios de recorrência da doença periodontal 
(ex.: aumento da profundidade da bolsa periodontal, perda 
óssea, perda dentária). A preservação da saúde periodontal de 
indivíduos tratados requer um programa positivo como aquele 
requerido para a eliminação da doença periodontal3.
Vários estudos clínicos longitudinais sobre o resultado dotratamento periodontal, ressaltam o papel decisivo da TMP no 
sucesso dos casos clínicos4-9. Em todos estes estudos, as pro-
fundidades de sondagens e os níveis de inserção clínica foram 
mantidos como resultado de um cuidadoso programa de ma-
nutenção profi ssional com intervalos de rechamadas variando 
entre três a seis meses.
O objetivo do presente estudo foi realizar uma revisão crí-
tica da literatura acerca da terapia de manutenção periodontal, 
em relação ao grau de cooperação dos indivíduos e o seu re-
fl exo na saúde bucal.
REVISÃO DA LITERATURA
A terapia de manutenção periodontal foi conceituada 
como procedimento para sustentar os resultados da terapia 
inicial através de um sistema de rechamadas periódicas profi s-
sionais e a manutenção de ótimo controle do biofi lme dental 
supra e subgengival, tanto quanto descobrir e remover irritan-
tes que não foram eliminados durante o tratamento e a fase 
de cicatrização10. Outros autores consideraram como fase de 
manutenção o ato de prevenir a perda de inserção11. 
A manutenção periodontal é uma parte integral da terapia 
periodontal para indivíduos com história de doenças periodon-
tais infl amatórias. Iniciada após a terapia periodontal ativa ser 
completada, é uma extensão da mesma, sendo a condição do 
indivíduo o grande indicador, para se determinar os interva-
los entre um atendimento e outro12. Os indivíduos devem ser 
informados sobre o processo da doença, as alternativas tera-
pêuticas, as complicações potenciais e sua responsabilidade no 
tratamento. As consequências do não tratamento devem ser 
explicadas. A falha em cooperar com o programa de manuten-
ção periodontal pode resultar na recorrência da progressão da 
doença13.
Os objetivos terapêuticos da TMP são: minimizar a recor-
rência e a progressão da doença periodontal em indivíduos 
que tenham sido tratados previamente de gengivite e perio-
dontite; reduzir a incidência de perda dentária através do mo-
nitoramento da dentição e qualquer substituição protética dos 
dentes naturais; aumentar a probabilidade de localizar e tratar, 
de uma maneira periódica, outras doenças ou condições en-
contradas dentro da cavidade oral12. 
Para alguns autores não existe um intervalo certo entre 
as visitas dos indivíduos, sendo que o fator mais importante a 
considerar em relação a periodicidade seria o nível de controle 
do biofi lme dental do indivíduo, ou seja, quanto menor este 
controle, menor o espaço de tempo para a rechamada13-14. Al-
guns indivíduos, também, teriam maior tendência à formação 
de cálculo do que outros, necessitando de maior frequência. 
Portanto, o tempo correto deverá ser baseado na atividade da 
doença.
Já outros estudiosos defi nem o intervalo entre as consul-
tas de acordo com classifi cações próprias, que se baseiam em 
atividade da doença, controle do biofi lme dental do indivíduo, 
presença de trabalhos protéticos extensos, sítios com indica-
ção cirúrgica não realizada, entre outras15-16. Há ainda alguns 
que realizam a avaliação da saúde periodontal de acordo com 
o índice de placa, índice gengival, profundidade de sondagem, 
perda de inserção para defi nir os intervalos11.
Dois autores defi niram indiscriminadamente o intervalo 
trimestral para qualquer indivíduo, não importando nenhum 
dos parâmetros anteriormente citados para a individualização 
da TMP dos indivíduos17-18.
Dentre todos os autores já citados, a maioria demonstra 
que não existe um intervalo entre as rechamadas que seja con-
siderado ideal. O correto é planejar os retornos de acordo com 
o risco de cada indivíduo e o grau de acometimento da doen-
ça13-16. Indivíduos que possuem doença com maior gravidade 
devem ser rechamados com intervalo menor e no caso de con-
dições sistêmicas (diabetes, etiologias que contraindicam pro-
606
Revista PerioNews 2011;5(6):605-10
 Periodontia
cedimentos cirúrgicos, menopausa, osteoporose entre outras) 
ou locais (presença de trabalhos protéticos extensos, diastemas, 
grande número de restaurações, entre outras) que difi cultam o 
controle da periodontite.
Terapia de manutenção versus saúde periodontal
Foi realizado um estudo longitudinal por seis anos, para a 
avaliação do efeito da TMP na saúde periodontal. Os indivíduos 
foram submetidos ao tratamento periodontal 
adequado e durante o período de cicatrização 
de dois meses, uma profi laxia dentária profi s-
sional foi feita a cada duas semanas. Após este 
período, dados clínicos foram obtidos e um 
em cada três indivíduos foi afastado da clínica, 
enquanto os outros dois foram incorporados 
em um programa de manutenção profi ssional 
com rechamadas uma vez a cada três meses. 
Estes indivíduos mantiveram uma excelente 
higiene bucal e uma frequência muito baixa de 
sítios com sangramento. Além disso, a profun-
didade de sondagem e o nível de inserção fo-
ram mantidos inalterados por um período de 
seis anos. Em contrapartida, os indivíduos que 
não foram rechamados demonstraram sinais 
óbvios de periodontite recorrente nos reexa-
mes de três e seis anos4.
Através da avaliação de 78 indivíduos, seguidos por um 
programa de manutenção com profi laxia a cada três meses, 
autores concluíram que níveis de inserção e profundidade 
de bolsa após tratamento periodontal poderiam ser manti-
dos perto dos níveis pós-tratamento em um período de sete 
anos, quando profi laxia profi ssional de três em três meses era 
instituída, a despeito das variações inevitáveis na efi cácia do 
controle do biofi lme dental pelo indivíduo. As reduções iniciais 
pós-tratamento nas profundidades de sondagem e variações 
nos níveis de inserção foram mais favoráveis em indivíduos 
com boa higiene bucal do que nos de pobre higiene, mas estas 
diferenças não eram signifi cantes após três ou quatro anos de 
manutenção19.
Em um estudo realizado com 39 indivíduos, por um pe-
ríodo de manutenção de 60 meses, com intervalos de recha-
madas a cada seis meses, concluiu-se que os índices de san-
gramento e de profundidade de sondagem permaneceram 
estáveis durante todo o período. Uma perda gradual de in-
serção a sondagem ocorreu em sítios inicialmente rasos (36%) 
e em sítios vestibulares (36%), do que para sítios inicialmente 
profundos (4%). Observaram, também, uma tendência para 
recidiva dos ganhos iniciais de inserção, para sítios moderada-
mente profundos ou profundos20.
Um estudo longitudinal de 15 anos realizado com 375 
indivíduos adultos avaliou a efi cácia de um programa preven-
tivo, baseado no controle de placa para cárie e DP. Durante o 
curso da pesquisa, nos seis primeiros anos, os indivíduos fo-
ram rechamados uma vez a cada dois/três meses, recebendo 
controle de placa e aplica-
ção tópica de fl uoretos. A 
partir do nono ano do pe-
ríodo do estudo, 95% dos 
participantes retornaram 
para medidas preventivas 
somente uma a duas ve-
zes ao ano. No fi nal dos 
15 anos, relataram que 
ocorreu baixa incidência 
de cárie e quase nenhuma 
perda adicional de tecido 
periodontal de suporte. 
Sugeriram que a melhoria 
do desempenho da HO, o 
uso diário de dentifrícios 
fl uoretados e a limpeza 
profi ssional dos dentes, re-
petida regular e efetivamente, previne a recorrência de doenças 
dentais5. 
Através de estudos realizados em 16 indivíduos, consta-
tou-se que níveis de placa e sangramento a sondagem perma-
neceram constantes no período de manutenção (42 meses). 
Apenas o nível de inserção sofreu ligeiro aumento, observado 
mais em sítios vestibulares do que linguais. O mesmo foi dis-
cernível para sítios proximais e furca. Quando ocorreu supura-
ção, esta foi mais frequente em sítios inicialmente profundos 
do que aumentados de profundidade durante o período de 
terapia de manutenção21.
Foi realizado um estudo retrospectivo em um grupo de 
418 indivíduos que receberam manutenção durante seis anos, 
em intervalos que variavam entre três e seis meses. Esses indi-
víduos foram divididos

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