Buscar

Resumo - Análise Funcional do Comportamento (NP1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ANÁLISE FUNCIONAL DO COMPORTAMENTO – NP1 
 
 
Matheus Ragazzini | Psicologia | 5º semestre 
MODELO DE CAUSALIDADE 
 No campo das ciências, o que se salienta são 
sistemas explicativos, conjuntos de leis e descrições 
sobre um determinado fenômeno ou evento. 
  Esses sistemas explicativos, por sua vez, 
fundamentam-se em um determinado modelo de 
causalidade, ou seja, um modelo que orienta a 
construção do saber a partir da busca das causas dos 
fenômenos e eventos 
 Na Análise do Comportamento, o modelo de 
causalidade assumido refere-se ao de seleção por 
consequências. 
  Esse modelo tem como base as proposições 
e contribuições de Charles Darwin acerca da evolução 
das espécies. 
 Nesse sentido, cabe dizer que, o comportamento 
trata-se de um fenômeno de múltiplas causas e essas 
causas são construções históricas de inter-relação 
entre organismo e ambiente 
  Determinado, portanto, por três histórias: 
filogenética (a história da espécie), ontogenética (a 
história do desenvolvimento do indivíduo) e cultura (se 
constitui com base nos comportamentos individuais que 
se propagaram entre outros sujeitos). 
 
 Na evolução dos operantes, o ambiente assume, 
primeiramente, o papel selecionador, ou seja, as 
consequências ambientais (estímulos reforçadores) 
selecionam classes de respostas com certas 
características. Além disso, na ocorrência de uma 
classe de respostas selecionada, o ambiente assumirá 
o papel instanciador, isto é, o ambiente tornará 
manifesta uma unidade de operante já selecionada. 
  Ex. Mesmo sabendo jogar futebol, ou seja, 
mesmo que tal operante já tenha sido selecionado 
pelas suas consequências, Rodrigo não joga futebol a 
qualquer momento. Ele emite a resposta de jogar 
futebol (tal instancia é evocada) diante de um convite 
de um colega. 
 
O nível cultural de seleção por consequências e o 
comportamento verbal permitiram que os indivíduos 
pudessem se beneficiar de interações que nem se que 
viveram e que pudessem acessar e conhecer seu 
próprio mundo privado. 
 A linguagem surge a partir da cultura e, 
portanto, o indivíduo usufrui desta para explorar e 
compartilhar seus eventos privados. 
 
OPERAÇÕES MOTIVADORAS 
 Em primeira instancia, ao dar inicio à análise do 
comportamento, salienta-se a diferença entre Universo 
e Ambiente. 
  A partir dos tópicos tratados anteriormente, 
fica evidente que, para a análise do comportamento, o 
ambiente desempenha grande importância no que 
tange aos processos de seleção e função de um 
comportamento. 
 Nesse sentido, portanto, torna-se necessário captar 
“ambiente” como unidade passível de analise. Ou seja, 
é necessário atribuir um conceito que seja capaz de 
torna-lo único. Portanto, ambiente diferencia-se de 
Universo ao passo que: 
  Universo: Tudo aquilo que cerca o indivíduo 
  Ambiente: refere-se à parcela do universo 
que afeta o indivíduo e, portanto, deverá ser 
considerada juntamente com o responder que ele afeta. 
 
 De acordo com Michael (1983) os eventos do 
ambiente exercem duas funções: 
  Evocativas: uma resposta que já existe no 
repertório e tem, momentaneamente, a probabilidade 
alterada (mais ou menos provável) 
  Alteradora de repertório: possui função 
selecionadora, tornando o organismo sensível a 
aspectos do universo. Ou seja, os estímulos presentes 
durante o reforço passam a ser um pedaço sensível do 
ambiente. 
 
 Uma operação motivadora refere-se a todo evento 
ambiental que afeta um operante de duas maneiras: 
ANÁLISE FUNCIONAL DO COMPORTAMENTO – NP1 
 
 
Matheus Ragazzini | Psicologia | 5º semestre 
alterando a efetividade dos estímulos consequentes 
(aumentando ou diminuindo) e modificando a 
frequência da classe de repostas. Ou seja, ora 
evocarão respostas que o indivíduo já aprendeu, ora 
mudarão seu repertório, dependendo da ocasião. 
 
 Operação Motivadora Estabelecedora: aumentam 
momentaneamente a efetividade reforçadora de um 
estímulo, bem como a probabilidade de ocorrência de 
suas respostas reforçadoras. Isto é, aumentam a 
efetividade reforçadora ou diminuem a efetividade 
punidora. 
  Ex. Mãe que passa muito tempo longe de 
casa por conta do trabalho, aumenta o valor reforçador 
de sua presença para seu filho, bem como a 
probabilidade de ele pedir por atenção e carinho. 
 
 Operação Motivadora Abolidora: diminuem 
momentaneamente a efetividade reforçadora de um 
estimulo e a probabilidade de ocorrência de suas 
respostas reforçadoras. Neste caso, diminuem a 
efetividade reforçadora ou aumentam a efetividade 
punidora. 
  Ex. Um universitário fica retido em uma 
matéria, que por sua vez, o leva a trancar o curso. A 
reprovação na matéria (aumento da efetividade 
punidora), portanto, torna o evento “ir à faculdade” 
aversivo, suprimindo a resposta de frequentá-la. 
 
 Operação Motivadora Incondicional: estão ligadas 
diretamente aos reforçadores primários 
  Ex. Diante da privação de água, haverá um 
aumento na frequência de procurar água e diminui a 
frequência de frequentar locais áridos e quentes 

 Operação Motivadora Condicional: relativa aos 
reforçadores condicionados 
  Ex. Uma moça passa numa loja e vê roupas 
que considera lindas, mas não tem dinheiro para 
compra-las. Portanto, haverá um aumento no envio de 
currículos, na busca de empregos. 
EPISÓDIOS EMOCIONAIS E ANSIEDADE 
 O episódio emocional refere-se à relação entre ventos 
ambientais e todas as alterações em um conjunto 
amplo de diferentes classes de repostas, não sendo 
redutível a uma única classe ou atribuível a um único 
conjunto de operações. 
  Uma pessoa que perdeu um jogo em função 
de um erro do juiz. Ele dirá que está com RAIVA 
(emoção). Isso possivelmente significa que: 
1. Respostas que produzem dano ao outro, como 
xingar, reclamar, gritar e socar, terão sua 
probabilidade aumentada 
2. Resposta reflexas, como aumento dos 
batimentos cardíacos, enrubescimento e 
ofegar, serão eliciadas pela punição 
característica pela perda do jogo 
3. A efetividade reforçadora de outros estímulos, 
como a presença da família, poderá diminuir e 
a pessoa poderá relatar que deseja ficar 
sozinha. 
 
 A raiva, nesse sentido, não se refere somente ao 
que a pessoa sente, mas toda alteração no 
repertório total do indivíduo. 
  Portanto, de acordo com Darwich e 
Tourinho, a definição ou nomeação de um episódio 
emocional deveria ser produto não só da 
discriminação das condições corporais 
momentâneas como também da relação de 
contingências entre os estímulos (públicos e 
privados) e as respostas, isto é, da predisposição 
para ação. 
 
 Mas, é importante lembrar que, condições 
corporais fisiologicamente iguais podem estar sob 
controle de diferentes contingências e presentes 
em diferentes episódios emocionais e, nesse 
sentido, são insuficientes para caracterizá-los. 
  Em outras palavras, a emoção deve ser 
analisada em termos de relações entre 
ANÁLISE FUNCIONAL DO COMPORTAMENTO – NP1 
 
 
Matheus Ragazzini | Psicologia | 5º semestre 
organismo e ambiente e não se restringir às 
condições corporais. 
 
Ansiedade 
Ao ser aplicada dentro do contexto clínico, a análise 
do comportamento, além de fornecer bases para o 
entendimento dos episódios emocionais e suas 
implicações, fornece também alicerces para se 
entender determinados tipos de “patologias”. 
 E para tanto, na análise do comportamento, o 
termo ansiedade se refere a um episódio 
emocional no qual há interação entre 
comportamentos operante e respondente. 
  Trata-se não só as respostas respondentes 
de alteração fisiológica, eliciadas por estímulos 
condicionais, mas também a resposta de fuga e 
esquiva de estímulos aversivos condicionados e 
incondicionados. 
 Para um analista do comportamento, a ansiedade 
não seria aquilo que ocorre dentro da pele do 
sujeito, mas sim, toda a relação que envolvetanto 
a situação ansiógena quanto as alterações no 
repertório do sujeito produzidas nessa situação. 
LIBERDADE 
 Como já visto na linha de raciocínio criada neste 
resumo, o comportamento humano deve e será 
tratado como um fenômeno relacional, ou seja, não 
é possível separar o comportamento do ambiente 
em que ele ocorre. 
 
 Portando, decidir é comportar-se e, para tanto, o 
ato de decidir também deve ser causalmente 
explicado. 
  Ou seja, o comportamento de decidir 
também deve ser aprendido, no sentido de ser 
selecionado a partir das consequências (respostas) 
que causa. 
 
 Analisamos o comportamento de decidir na 
medida em que este costuma ser apontado como 
um exemplo claro de que cada ser humano governa 
sua própria vida de maneira autônoma. 
  Contudo, se o comportamento de tomar uma 
decisão pode ser causalmente explicado, o que 
resta de autonomia e de liberdade para este 
mesmo ser humano? 
 
 Para isso, Skinner apresenta uma posição 
marcadamente determinista, ou seja, se quisermos 
aplicar os métodos da ciência no campo das 
questões humanas, o analista do comportamento 
deve assumir que o comportamento é 
completamente determinado, já que, torna-se 
possível prevê-lo e modificá-lo. 
  Portanto, se João tomou a decisão de 
comprar um carro azul e não um carro vermelho, 
essa decisão foi determinada pela sua história de 
contingências. 
 
 No âmbito clínico analítico comportamento, essa 
posição determinista permite dizer que todo 
comportamento tem uma causa específica e, 
portanto, deve ser analisado funcionalmente. 
 
Liberdade como sentimento 
 O sentimento de liberdade também pode ser 
relatado nesse contexto. 
  Quando nosso comportamento é 
positivamente reforçado, sentimos que fazemos o 
que queremos, gostamos ou escolhemos. Não há, 
portanto, sentimento de coerção ou 
obrigatoriedade, há sentimento de liberdade 
 - Matheus cursando Psicologia: 😊 
 - Matheus cursando Exatas: ☹ 
 
Liberdade como autocontrole 
 O Clínico analítico-comportamental, via de regra, 
deve tornar possível um cenário em que seu cliente 
“tome as rédeas de sua vida”, seja autônomo e 
independente, governe o seu cotidiano 
 
ANÁLISE FUNCIONAL DO COMPORTAMENTO – NP1 
 
 
Matheus Ragazzini | Psicologia | 5º semestre 
 Para tal, este comportamento deve passar por um 
certo nível de educação, ou seja, deve ensinar o 
cliente a analisar seu próprio comportamento as 
variáveis que o controlam. 
  Ao fazer isso, o clínico estará gerando em 
seus clientes o que Skinner (1953/65, cap.15) 
denominou autocontrole, isto é, estará 
proporcionando a eles a oportunidade de identificar 
e controlar algumas das variáveis. 
 
 Nesse sentido, o autocontrole também é 
comportamento, ele também é, por si só, efeito de 
causas ambientais – educação. 
 
ANÁLISE FUNCIONAL MOLECULAR 
 A análise funcional molecular envolve a análise 
de contingências pontuais (moleculares) que são 
importantes para a compreensão de 
comportamentos específicos em contextos 
específicos. 
  A sua composição é a base para a 
construção de análises mais amplas, as chamadas 
análises molares. 
 
 O recurso básico para a composição de análises 
moleculares é a tríplice contingência, que envolve 
a identificação de antecedentes, respostas e 
consequências (A: R→C). 
  Além disso, como já vimos aqui, podem ser 
acrescentados efeitos (emocionais e/ou de 
frequência da resposta – operações motivadoras) e 
o processo comportamental envolvido na 
contingência analisada (reforçamento positivo, 
reforçamento negativo, punição positiva, punição 
negativa ou extinção). 
 
Assim sendo, a análise funcional do 
comportamento sendo derivada da ciência do 
comportamento, deve, portanto, seguir 
determinados passos e métodos para chegar a 
uma perspectiva do caso apresentado. Sendo eles: 
1. Identificar a resposta: atividade do organismo, que 
envolve eventos públicos e privados. Em outras 
palavras, o terapeuta identificará desde ações 
publicamente observáveis até respostas 
privadas/encobertas, como pensamentos, sentimentos 
e emoções. 
  Escolhendo respostas que são relevantes ao 
caso, evitando respostas negativas e respostas que 
não estão sob controle de operantes. 
 
2. Identificar antecedentes: ocasião na qual o 
comportamento ocorre. Dividem-se basicamente em 
duas categorias: estímulos discriminativos (SDs) e 
operações estabelecedoras (OEs). 
  Na presença do namorado (SD), o relato 
queixoso de dor da namorada (resposta) é reforçado 
positivamente com atenção e carinho (consequência). 
 
3. Identificar consequências: estímulos no ambiente 
produzidos por uma resposta e que alteram a 
probabilidade de ocorrência dessa resposta no futuro, 
ou seja, trata-se de uma variável independente. 
Destaca-se que, nesse caso, a mudança é no 
ambiente. Podem-se especificar consequências em 
curto, médio e longo prazo. 
 
4. Identificar processos: para cada consequência, 
deve-se especificar qual é a contingência envolvida a 
partir da relação entre a resposta e a consequência 
produzida, ou seja, se o processo caracteriza 
contingência de reforçamento positivo (R+), 
reforçamento negativo (R-), punição positiva (P+), 
punição negativa (P-) ou extinção. 
 
5. Identificar possíveis efeitos: são subprodutos de 
contingências operantes. De acordo com Baum 
(1994/2006), são os efeitos que definem 
comportamentos bem e malsucedidos, de modo que 
uma atividade é tida como bem-sucedida quando é 
reforçada, enquanto atividades malsucedidas são 
aquelas menos reforçadas ou punidas. Assim, os 
ANÁLISE FUNCIONAL DO COMPORTAMENTO – NP1 
 
 
Matheus Ragazzini | Psicologia | 5º semestre 
efeitos são colaterais às contingências, ou seja, são 
produtos da contingência inteira e não determinam 
diretamente a frequência do comportamento no futuro. 
Trata-se de variáveis dependentes, que podem ser de 
dois tipos: 
  Frequência: tendência da frequência da 
resposta sob análise em aumentar ou em diminuir após 
uma determinada consequência. Respostas reforçadas 
tendem a ocorrer com mais frequência, enquanto as 
punidas ou não consequenciadas (em extinção) 
tendem a ocorrer com menos frequência. 
  Emocional: sentimentos, sensações e 
emoções produzidos pelo contato com as 
consequências. Trata-se de mudanças no 
comportamento emocional do próprio indivíduo cujas 
respostas estão sendo analisadas. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BORGES, N. B.; CASSAS, F. A. Clínica analítico 
comportamental: aspectos teóricos e práticos. 
Porto Alegre: ARTMED, 2012. 
 
FARIA, A. K. C. R.; NERY, L. B.; FONSECA, F. N. 
(Orgs.), Teoria e formulação de casos em análise 
comportamental clínica. Porto Alegre: Artmed

Outros materiais