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Direito Político e Eleitoral

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Tício completará 21 anos em 29 de dezembro de 2018. Foi aprovado em um concurso público para a Polícia Militar do Estado do Pará, tendo assumido o cargo em janeiro de 2016. Ao assumir o cargo, ele se mudou para o Pará com sua família. Ele deseja ser candidato ao cargo de Deputado Estadual no pleito de 2020, e procurou o Partido Democrático Brasileiro (PMB) para se filiar.
Ticio poderia se candidatar a Deputado Estadual, pois este se encontra um militar ativo, e a este não seria exigido o ato da filiação a partidos:
“Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - Se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - Se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. ”
Mas o mesmo comete ato ilícito diante de sua filiação, conforme descreve o artigo 142 da Constituição Brasileira, que rege o serviço militar, segue:
“Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
[...]
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições:
[...]
V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos; ”
Como pretende se candidatar, Tício passou a fazer a segurança de alguns comércios da sua cidade, em seus horários de folga, sem cobrar nada por isso e também em dias de trabalho com a viatura da Polícia. Durante alguns meses, ele conseguiu atender quase todos os bairros de sua cidade com essa segurança gratuita, o que deixou os comerciantes e moradores desses bairros felizes e seguros. Além disso, passou a utilizar a sua viatura para levar moradores em consultas médicas e, algumas vezes, ao trabalho.
Cometendo uma infração de crime eleitoral, a oferta de serviços gratuitos para a promoção de candidato partidário é totalmente proibida conforme vemos a Lei n. 9.504, de 30 de setembro de 1997:
“Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:
IV- Fazer ou permitir uso promocional em favor de candidato, partido político ou coligação, de distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados pelo Poder Público; ”
Ainda que seja permitido o policial fazer segurança privada, Ticio comete infração penal que incorre do artigo 312 do CP., dando fim diverso a coisa que não lhe é devida, podendo este vir a ser preso de dois a doze anos e multado:
“Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. ”

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