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Estratégias para Prevenção e Tratamento de Transtornos Depressivos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS 
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE 
DA FAMÍLIA 
 
 
 
 
 
 
ESTRATÉGIAS ADJUNTAS PARA A PREVENÇÃO E TRATAMENTO 
DE TRANSTORNOS DEPRESSIVOS: IMPORTANCIA DO INCENTIVO 
AO CONVÍVIO SÓCIOCULTURAL 
 
 
 
 
 
 
ANGELITA FERREIRA DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
UBERABA – MG 
2013
 
 
ANGELITA FERREIRA DA SILVA 
 
 
 
ESTRATÉGIAS ADJUNTAS PARA A PREVENÇÃO E TRATAMENTO 
DE TRANSTORNOS DEPRESSIVOS: IMPORTANCIA DO INCENTIVO 
AO CONVÍVIO SÓCIOCULTURAL 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
Curso de Especialização em Atenção Básica em 
Saúde da Família, da Universidade Federal de Minas 
Gerais, para obtenção do Certificado de Especialista. 
 
Orientadora: Profª Flávia Casasanta Marini 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UBERABA – MG 
2013
 
 
ANGELITA FERREIRA DA SILVA 
 
 
ESTRATÉGIAS ADJUNTAS PARA A PREVENÇÃO E TRATAMENTO 
DE TRANSTORNOS DEPRESSIVOS: IMPORTANCIA DO INCENTIVO 
AO CONVÍVIO SÓCIOCULTURAL 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
Curso de Especialização em Atenção Básica em 
Saúde da Família, da Universidade Federal de Minas 
Gerais, para obtenção do Certificado de Especialista. 
 
Orientadora: Profª Flávia Casasanta Marini 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
Flávia Casasanta Marini (orientadora) – UFMG 
 
................................................................ 
 
 
 
 
 
Agradecimentos 
 
A Deus que se fez presente em todos os momentos ao meu lado, segurando a minha mãos, 
dando-me força, sabedoria e segurança. 
A minha orientadora, Profa. Flávia Casasanta Marini, por sua dedicação, paciência e 
contribuição fundamental na construção deste trabalho. 
A todos que contribuíram para a concretização deste trabalho, em especial a minha equipe de 
trabalho do PSF- Marina Gomes da Silva. 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
Dedico a Deus por toda proteção, conforto, sabedoria e força que fez com que eu vencesse 
todas as tribulações, a ti Senhor dedico esse trabalho e a minha vida. 
Aos meus pais amados João Ferreira da Silva e Elenice Maria Rodrigues, pelo amor 
incondicional, a confiança em mim depositada e por terem aberto, com sacrifício e trabalho, 
as portas para os meus estudos. 
A minha sobrinha Camila Ferreira Frizzo por toda dedicação, colaboração e carinho. 
Aos meus colegas de curso Elcimar, Fabíola e Núbia por todo apoio, incentivo, aprendizado 
e companheirismo. 
Ao meu querido Esposo Ataides Júnior por sua paciência amor e cumplicidade, que foi 
primordial para a conclusão deste trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Devia ter amado mais, ter chorado mais 
Ter visto o sol nascer 
Devia ter arriscado mais e até errado mais 
Ter feito o que eu queria fazer 
Queria ter aceitado as pessoas como elas são 
Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração 
Devia ter complicado menos, trabalhado menos 
Ter visto o sol se pôr 
Devia ter me importado menos com problemas pequenos 
Ter morrido de amor 
Queria ter aceitado a vida como ela é 
A cada um cabe alegrias e a tristeza que vier 
 
(Sergio Brito) 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 4ª revisão, da 
American Psychiatry Association a depressão é caracterizada por vários sintomas, dentre eles: 
falta de interesse, tristeza, desânimo, apatia, insegurança, choro persistente, negativismo, 
desesperança, irritabilidade, falta de concentração, autoestima depreciada, sentimentos de 
culpa, sentimentos de impotência, ideias de suicídio, entre outras. De acordo com a 
organização Mundial de Saúde (OMS, 2001), 450 milhões de pessoas no mundo sofrem de 
transtornos mentais. Este estudo teve objetivo de elaborar um plano de ação visando 
possibilitar estratégias adjuntas de atuação no tratamento e na prevenção de transtornos 
depressivos, por meio do incentivo da interação sociocultural, participação de grupos 
operativos e praticas de atividades físicas. Tendo em vista o objetivo deste estudo, a pesquisa 
em questão envolveu dois momentos: primeiramente, uma revisão da literatura narrativa com 
vista ao levantamento do que existe sobre o tema em estudo; e em um segundo momento, a 
construção do plano de ação baseada no diagnóstico situacional do PSF – Marina Gomes da 
Silva e nos achados da primeira etapa. O plano de ação elaborado pela equipe da Unidade 
Marina Gomes da Silva é aplicável, visto que tem trazido benefícios e informações para os 
usuários com transtornos depressivos. 
 
 Palavras chave: Transtornos Mentais. Depressão. Mulheres. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
According to the 4th revision of Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders from 
American Psychiatry Association, depression is characterized by many symptoms such as: 
lack of interest, sadness, discouragement, apathy, insecurity, persistent crying, negativity, lack 
of hope, irritability, lack of concentration, low self-esteem, feelings of guilt, feelings of 
impotence, suicidal ideas, and others. In conformity with World Health Organization (WHO, 
2001), 450 millions of people in the world suffer from mental disorders. This study had the 
objective to elaborate an action plan aimed at enabling action adjunct strategies in treatment 
and prevention of depressive disorder by encouraging socio-cultural interaction, participation 
in operation groups, and the practice of physical activity. Keeping the purpose of this study in 
mind, the research involved two stages: firstly, a review of the narrative literature with the 
objective of a survey of what had already been researched about this topic; and, in a second 
stage, the construction of an action plan based on a situational analysis of PSF - Marina 
Gomes da Silva, and also based on what we found in the first stage. The action plan 
elaborated by the team of Unidade Marina Gomes da Silva is applicable as it has brought 
benefits and information to users with depressive disorders. 
 
Key words: Mental disorders. Depression. Women. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
ADT Antidepressivo Tricíclico 
AVC Acidente Vascular Cerebral 
CID Classificação Internacional de Doenças 
DSM Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 4ª revisão, da American 
Psychiatry Association 
ESF Estratégia Saúde da Família 
IMAO Inibidores da Monoaminoxidade 
ISRS Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina 
NASF Núcleo de Apoio a Saúde da Família 
OMS Organização Mundial da Saúde 
SNC Sistema Nervoso Central 
SUS Sistema Único de Saúde 
TPM Tensão Pré-Menstrual 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO 10 
2 OBJETIVO GERAL 
2.1 Objetivo Específico 
14 
3 METODOLOGIA 15 
4 REVISÃO DA LITERATURA 16 
 4.1 Depressão 
 4.2 Alterações psicossociais 
4.3 Depressão em relação ao gênero 
4.4 Tratamento e controle da depressão 
 
5 PLANO DE AÇÃO 
5.1 Priorização o problema 
5.2 Descrição do problema 
5.3 Explicando o problema em nível individual, social e programático 
5.4 Desenhando a operação/ Ação 
5.5 Identificação dos recursos críticos 
5.6 Gestão do plano 
23 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 27 
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
 Em vários países do mundo o sistema de saúde tem investido na Atenção Básica. O 
fortalecimento deste nível de atenção é de grande importância para a reorganização de 
sistemas de saúde em nações que buscam promover o acesso igualitário aos serviços e ao 
alcance de um ótimo nível de saúde a todas as classes sociais (ROSA, LABATE, 2005). 
 
 Na pratica social os sistemas de serviços de saúde apresentam-se por diferentes formas 
organizacionais. Por muito tempo prevaleceu um modelo assistencial centrado nos cuidados 
médicos e nas ações curativas (modelo fragmentado), que acabou por refletir em atendimentos 
isolados econsequente falta de comunicação, sem o foco em uma atenção contínua de 
referência e contra referência para a comunidade. Este modelo tem sido substituído por um 
modelo assistencial integrado, organizado através de uma rede de pontos de atenção a saúde 
que presta uma assistência continua e integral a uma comunidade definida, com comunicação 
em todos os níveis de atenção a saúde (ROSA, LABATE, 2005). 
 
 No contexto do Sistema Único de Saúde (SUS) a Atenção Primaria constitui-se como 
porta de entrada aos serviços básicos, prestados no âmbito da saúde, uma vez que é através 
dela que o usuário terá o primeiro contato com o profissional (ROSA, LABATE, 2005). 
 
 Atenção Primária é um conjunto de intervenções de saúde no âmbito individual e 
coletivo que engloba: promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação. 
Desenvolve-se por meio do exercício de práticas gerenciais e sanitárias, democráticas e 
participativas, sob a forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios bem 
delimitados, das quais assumem responsabilidade, orienta-se pelos princípios da 
universalidade, acessibilidade, continuidade, integralidade, responsabilidade, humanização, 
vinculo, equidade, e participação social (SILVEIRA, VIEIRA, 2009). 
 
 Dentre as ações propostas está a Estratégia Saúde da Família (ESF). O programa deve 
ser entendido como fortalecedor do processo de mudança do modelo médico-privatista que se 
define por terapêuticas hospitalar e tratamento curativo, para um modelo que busca a atenção 
ao usuário como um todo, ampliar o controle social, resgatar o vinculo entre os profissionais 
de saúde e os usuários do sistema (SILVEIRA, VIEIRA, 2009). 
 
11 
 
 
 O Programa de Saúde da Família deve ser entendido como uma estratégia de 
reorientação do modelo assistencial tendo como princípios: a família como foco de 
abordagem, território definido adscrição de clientela, trabalho em equipe interdisciplinar, 
corresponsabilização, integralidade, resolutividade, intersetorialidade e estímulo à 
participação social. É um processo dinâmico que permite a implementação dos princípios e 
diretrizes da Atenção Primária, devendo se constituir como ponto fundamental para a 
organização da rede de atenção, é o primeiro contato preferencial com a clientela do Sistema 
Único de Saúde (SILVEIRA, VIEIRA, 2009). 
 
 Durante o percurso no curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da 
Família foi solicitada a elaboração do diagnostico situacional da área de abrangência. Nesta 
atividade foi possível a identificação e descrição dos principais problemas da população 
cadastrada. 
 
O diagnostico situacional foi realizado na Unidade de Saúde da Família Marina 
Gomes da Silva, situada no Município de Monte Alegre de Minas. A unidade possui 1057 
famílias cadastradas, sendo 3017 pessoas; destas, 1800 são do sexo feminino, havendo na área 
a predominância de mulheres. 
 
Na unidade são realizadas todas as ações pertinentes ao programa: atendimento 
médico, enfermeiro e cirurgião dentista na unidade e domiciliar, atendimento básico do 
técnico de enfermagem, visitas domiciliares dos agentes comunitários de saúde, atendimento 
da equipo do NASF, e atividades de promoção e prevenção da saúde com palestras, grupos 
operativos e oficinas educativas. 
 
De acordo com o Diagnostico Situacional realizado em conformidade ao módulo de 
Planejamento e Avaliação em Saúde, um dos principais problemas evidenciados foi o 
crescimento indiscriminado de mulheres que apresentam quadros depressivos na área adscrita. 
Trata-se de uma realidade bastante considerável e preocupante, uma vez que constitui um 
grande sofrimento para as pacientes que vivenciam esta situação com consequências diversas 
em suas vidas, além do aumento indiscriminado na procura por psicotrópicos, superlotação na 
unidade e insatisfação por parte dos usuários, que não tem acesso a um atendimento de 
qualidade e específico para a resolução de seus problemas. 
 
 
12 
 
 
De acordo com a organização Mundial de Saúde (OMS, 2001), 450 milhões de 
pessoas no mundo sofrem de transtornos mentais. Os transtornos mentais e de comportamento 
correspondem a 12% da carga mundial de doenças gerais. 
 
 No Brasil, a prevalência de depressão na população geral ao longo da vida é bastante 
significante. Em um estudo internacional, realizado em 18 países, a maior prevalência 
encontrada foi no Brasil, com percentual de 18,4% (VALENTINI et al, 2004). A cada ano, o 
histórico de depressão entre a população aumenta consideravelmente, sendo um dado 
preocupante para a saúde pública (VALENTINI et al, 2004). 
 
 De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 4ª revisão, 
da American Psychiatry Association1 (DSM-IV), a depressão é caracterizada por vários 
sintomas, dentre eles: falta de interesse, tristeza, desânimo, apatia, insegurança, choro 
persistente, negativismo, desesperança, irritabilidade, falta de concentração, autoestima 
depreciada, sentimentos de culpa, sentimentos de impotência, ideias de suicídio, entre outras 
(DSM- IV, 2000). 
 
 Atualmente a depressão tem atingido um número significativo de pessoas nas mais 
diversas faixas etárias, afetando crianças, adolescentes, jovens, adultos e terceira idade. A 
prevalência maior é nos adultos, e algumas pesquisas, considerando gênero, ressaltam que a 
mulher é mais atingida. Como origem, a depressão está associada a fatores tanto genéticos, 
ambientais e à sobreposição dos mesmos. Usualmente o tratamento usado envolve o uso de 
fármacos concomitantemente à psicoterapia (BAHLS, 2003). 
 
 Estudos comprovam que existem grandes diferenças entre homens e mulheres em 
relação aos transtornos mentais. A mulher apresenta vulnerabilidade marcante a sintomas 
ansiosos e depressivos, especialmente associados ao período reprodutivo. A depressão é, 
comprovadamente, a doença que mais causa incapacitação em mulheres, tanto em países 
desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento. No mundo, a morte por suicídio é a 
segunda causa de morte para mulheres na faixa etária de 15 a 44 anos de idade (MARAGNO 
et al , 2006). 
 
 
1 No momento da construção deste trabalho ainda estava em vigor a 4ª edição do DSM, motivo pelo qual 
permanecemos utilizando-o como referência ao invés da 5ª edição, recém-lançada. 
 
13 
 
 
 O tema a ser tratado é de grande importância, uma vez que são graves as 
consequências emocionais que podem afetar não apenas os pacientes, mas também toda a sua 
rede sócio-familiar e suas rotinas diárias. Diante de tais considerações e da realidade 
vivenciada pela Unidade de Saúde da Família Marina Gomes da Silva, a compreensão deste 
fenômeno associado à percepção do crescimento de usuários com transtornos depressivos 
poderá possibilitar o desenvolvimento de um plano de ação com estratégias adjuntas de 
prevenção e tratamento a este transtorno, visando uma melhoria assistencial para estes 
pacientes. 
 Com base na literatura podem-se ressaltar algumas formas de tratamento e controle da 
depressão, sendo as mais evidenciadas as psicoterapias, a utilização de medicamentos ou a 
associação das duas formas (BAHLS, 2003). No entanto, estão sendo trabalhadas formas 
alternativas de tratamento e prevenção destes transtornos através de grupos operativos com o 
foco no incentivo do convívio sociocultural. A convivência em grupo possibilita aos 
indivíduos a reflexão sobre suas formas de pensar e sentir, além de aspectos ligados à sua 
própria maneira de ser, possibilitando alterações em seus hábitos de vida e relacionamento, 
inclusive no que diz respeito ao próprio transtorno. (GAYOTTO, 2003) 
 Frente à importância do estímulo ao convívio sociocultural evidenciado em pacientes 
portadores deste transtorno, a proposta deste trabalho está baseada na construção de um plano 
de ação visando estratégias adjuntas de prevenção e tratamentoda depressão, por meio de 
incentivo da interação sociocultural, participação de grupos operativos e práticas de atividades 
físicas supervisionadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
2 OBJETIVO 
 
 Elaborar um plano de ação visando possibilitar estratégias adjuntas de atuação no 
tratamento e na prevenção de transtornos depressivos, por meio do incentivo da interação 
sociocultural, participação de grupos operativos e praticas de atividades físicas. 
2.1 OBJETIVOS ESPECIFICOS 
 
Possibilitar à população a participação em atividades sócio-recreativas, propiciando assim não 
apenas um acréscimo da motivação pessoal como também interações sociais e os benefícios 
advindos destas relações; 
 
Possibilitar um espaço de informação e orientação à comunidade acerca dos transtornos 
psicológicos, possibilidades de prevenções e intervenções; 
 
Possibilitar a reflexão sobre os riscos do abuso dos medicamentos antidepressivos e 
possibilidades de terapias complementares, visando à redução do uso de medicamento quando 
não prescrito por profissional capacitado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
3 METODOLOGIA 
 
 Tendo em vista o objetivo deste estudo, a pesquisa em questão envolveu dois 
momentos: primeiramente, uma revisão da literatura narrativa com vista ao levantamento do 
que existe sobre o tema em estudo; e em um segundo momento, a construção do plano de 
ação baseada no diagnóstico situacional do PSF – Marina Gomes da Silva e nos achados da 
primeira etapa. 
 
 Para o levantamento dos artigos foi realizada uma busca nas seguintes bases de dados: 
SCIELO, BVS, MEDLINE, LILACS, BDENF, USP e OPAS, através dos descritores 
“Transtornos Mentais”, “Depressão” e “Mulheres”. Foram incluídos neste trabalho artigos 
publicados na língua inglesa e portuguesa, que tenham sido indexados nos referidos bancos de 
dados nos últimos dezoito anos e que retratasse na íntegra a temática referente à pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
4 REVISÃO DA LITERATURA 
 
 
4.1 DEPRESSÃO 
 
 
 De acordo com Kaplan e Sadock (1997), a depressão tem sido registrada desde a 
antiguidade, e descrições do que, agora é chamado de depressão podem ser encontradas em 
muitos textos antigos. Os sintomas descritos por Hipocrates cerca de 400 a.c até os dias atuais 
são os mesmos: sentimentos de tristeza, melancolia e perturbações. 
 
 A literatura afirma que a depressão se tornou um problema de saúde pública no último 
século. O aumento de casos diagnosticados nas unidades de atendimento credenciadas ao SUS 
confirma essa afirmação e revela a necessidade de que as políticas públicas de saúde 
investiguem essa realidade, a fim de se fazerem diagnósticos precisos e intervenções acertadas 
e principalmente a prevenção da mesma (ROUQUAYROL, 2003). 
 
 De acordo com dados estatísticos atualmente existentes, Calábria e Calábria (2005) 
afirma que a depressão é um dos distúrbios mentais mais frequentes nos dias de hoje, sendo 
que de 04 a 24% da população geral vive em depressão. Os autores afirmam ainda que cerca 
de 12 a 15% da população adulta teve ou terá episódios de depressão de severidade clínica 
considerável 
 (CALÁBRIA, CALÁBRIA, 2005). 
 
 Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão se encontra em quarto 
lugar entre as principais doenças do mundo e as expectativas são ainda mais assustadoras. Se 
persistir o aumento registrado até o momento, até o ano de 2020 a depressão será a segunda 
causa de adoecimento mundial, ficando atrás apenas da doença isquêmica cardíaca (OMS, 
2001). 
 
 Apesar de um tema amplamente estudado nos últimos anos, há poucas evidências de 
que a presença da depressão seja associada apenas a mecanismos biológicos, tendo-se 
enfatizado uma combinação de fatores biológicos, sociais e psicológicos (CORDEIRO, 2002). 
 
 Cordeiro (2002) em seus estudos afirma que alguns fatores podem estar 
relacionados à depressão dentre eles, podemos ressaltar os seguintes: a incidência maior no 
17 
 
 
sexo feminino, homens vivendo sozinhos, faixa etária de 20 a 40 anos, perdas parentais antes 
da adolescência, depressão na história familiar, puerpério, violência domestica sofridas por 
mulheres, acontecimentos vitais negativos e residência em área urbana. Outras situações 
também estudadas são as que evidenciam a importância da influência dos hormônios nas 
flutuações e distúrbios do humor, como o ciclo menstrual e a menopausa (BOYLE; 
BOUCHER, 2000). 
 
Também muito citado na literatura como fator de risco para o desenvolvimento da 
depressão é a história pregressa de transtornos psiquiátricos ou psicológicos (BOYLE; 
BOUCHER, 2000). 
 
 Atualmente a depressão é abordada pelas duas classificações de doenças mais 
conhecidas no mundo: a Classificação Internacional de Doenças, 10a. Revisão (CID.10) e o 
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 4ª revisão, da American Psychiatry 
Association (DSM-IV), (BALLONE, NETO, ORTALANI 2002). 
 
 De acordo com o CID-10, a depressão pode ser classificada como um transtorno 
afetivo determinado por alteração do humor ou afeto, com ou sem ansiedade associada 
ou uma Euforia. Esta alteração do humor em geral se acompanha de uma modificação do 
nível global de atividade, e a maioria dos episódios destes transtornos tende a ser recorrentes 
e pode estar relacionada com situações ou fatos estressantes (OMS, 2001). 
 
 Já o DSM-IV (2000), afirma que a depressão pode ser caracterizada como um 
Episódio Depressivo em um período mínimo de duas semanas, ao qual o individuo apresenta 
humor deprimido, perda de interesse ou prazer por quase todas as atividades na maior parte do 
dia, causando prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas relevantes na 
vida. 
 
 Segundo o DSM IV (2000), as classificações dos tipos de depressão são: depressão 
reativa ou secundária, depressão menor ou distimia, depressão maior ou unipolar e depressão 
maior ou psicose maníaco-depressivo. 
 
 A depressão reativa ou secundária surge em resposta a um estresse identificável como 
perdas, reações de luto, doença física, tumores cerebrais, AVC, hipo ou hipertireodismo e a 
utilização de drogas (promazina, barbitúricos, atropina). 
 
18 
 
 
 A depressão menor ou distimia é uma desordem depressiva crônica, durando pelo 
menos 02 anos em adultos e manifesta-se pela presença do transtorno depressivo, em que o 
paciente consegue funcionar socialmente, mas sem experimentar prazer. 
 
 A depressão maior ou unipolar é uma desordem depressiva primária, endógena, e que 
não tem relação causal com situações estressantes, patologias orgânicas ou psiquiátricas, 
caracterizando-se por episódios puramente depressivos em períodos variáveis da vida do 
paciente geneticamente predisposto à doença. Resulta de uma inclinação inata, determinada 
por fatores hereditários e bioquímicos que produzem um distúrbio da neurotransmissão 
central, secundária a um déficit funcional de neurotransmissores (dopamina, noradrenalina 
e/ou serotonina) e/ou a uma alteração transitória de seus receptores ao nível do SNC. Durante 
o episódio, os sintomas depressivos são severos e intensos, impedindo o indivíduo de agir 
normalmente, havendo alto risco de suicídio se não tratado (DSM IV, 2000). 
 
 A depressão bipolar ou psicose maníaco-depressiva, por fim, é uma desordem 
primária, endógena, que se caracteriza por episódios depressivos alternados com fases de 
mania ou de humor normal, com estados de significativa mudança de humor do paciente 
(oscilações cíclicas do humor entre “altos” (mania) e “baixos” (depressão)). Quando 
deprimida, a pessoa pode ter alguns ou todos os sintomas de depressão. Já em mania, torna-se 
falante, eufórica e/ou irritável, cheia de energia, grandiosa. A mania prejudica o raciocínio, a 
crítica (capacidade de julgamento) e o comportamento social, podendo ocasionar graves 
consequências e constrangimentos, pois a pessoaem fase de mania envolve-se facilmente em 
negócios mirabolantes e incertos ou, ainda, em aventuras românticas, tomando atitudes 
precipitadas e inadequadas. Se não tratada, a mania pode piorar, evoluindo para quadro 
psicótico (com delírios e/ou alucinações). Esta desordem afetiva estaria relacionada com um 
distúrbio da neurotransmissão central secundário a um déficit de neurotransmissores ou 
hipossensibilidade de seus receptores na fase depressiva, e a um aumento deste neuro-
hormônios, ou ainda, da hipersensibilidade de seus receptores na fase maníaca (DSM IV, 
2000). 
 
 
4.2 ALTERAÇÕES PSICOSOCIAIS 
 
 
19 
 
 
 O individuo que está com depressão apresenta alterações na funcionalidade da sua 
vida. Independentemente da causa da depressão, o fato é que são inúmeras as alterações 
psicossociais que o indivíduo sofre (DSM IV, 2000). 
 
 De acordo com Kaplan e Sadock (1997), as pessoas nem sempre conseguem perceber 
que estão com depressão, muitas sentem tristeza, cansaço, no entanto, acreditam que é algo 
passageiro, e não procuram tratamento, deixando a doença evoluir, levando até o suicídio. 
 
 Para a sociedade os indivíduos depressivos são rotulados como preguiçosos 
desinteressados e tristes. Muitas vezes não se compreende que a depressão é uma doença. A 
depressão é uma doença que compromete o pensamento, a linguagem, o corpo e o humor. Ela 
compromete a alimentação, o sono e o relacionamento interpessoal. A depressão traz muitos 
danos à vida do individuo e da sua família, pois a pessoa deprimida perde o interesse de viver, 
de trabalhar, de se relacionar com outras pessoas e perde o prazer na prática das atividades 
(DALGALARRONDO, 2000). 
 
 Nos casos mais graves dos quadros depressivos, há a presença de sintomas psicóticos. 
Há uma intensificação das ideias delirantes de conteúdos negativos, de ruína ou miséria 
pessoal, de culpa, de delírio hipocondríaco e ou negação dos órgãos, de delírio de inexistência 
(de si e do mundo), além da presença das alucinações auditivas. A partir de tais alterações, a 
esfera social da vida do indivíduo começa a ficar comprometida (DALGALARRONDO, 
2000). 
 
4.3 DEPRESSÃO RELACIONADA AO GÊNERO 
 
 
 A depressão é uma doença que atinge tanto o sexo feminino como o masculino em 
todas as idades, inclusive em crianças e idosos. Porém ela afeta muito mais frequentemente as 
mulheres, especialmente na fase de maturação sexual, pois há flutuação hormonal. Nessas 
flutuações podem ocorrer TPM (tensão pré-menstrual), menopausa e depressão pós-parto. 
Situações que parecem ser desencadeadoras para a depressão, pois nessas fases as mulheres já 
predispostas à depressão ficam mais vulneráveis a esse mal (ANDRADE, VIANA, 
SILVEIRA, 2006). 
 
 Na idade adulta emergem grandes diferenças entre homens e mulheres em relação aos 
episódios de depressão. A mulher apresenta vulnerabilidade marcante a sintomas ansiosos e 
20 
 
 
depressivos, especialmente associados ao período reprodutivo. A depressão é, 
comprovadamente, a doença que mais causa incapacitação em mulheres, tanto em países 
desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento (ADEODATO et al, 2005). 
 
 Gouveia (2004) afirma que o fato de a mulher apresentar mais diagnostico de 
depressão não é um fator biológico, mas uma construção histórica e social. Percebe-se que no 
decorrer da existência humana há diferentes papéis e expectativas associadas ao homem e a 
mulher. A mulher, neste passo, incorpora o papel de mãe, mulher, chefe de família, e em 
alguns casos chefe de equipe de trabalho. São vários os papéis que a mulher desempenha. 
 
 A situação sociocultural por sua vez, traz um diferencial nas emoções particulares, 
podendo designar atribuições específicas, intensidade nas jornadas de trabalho e mudanças em 
seu comportamento. De acordo com os autores, para o melhor entendimento da ocorrência da 
depressão em mulheres deverá levar em conta muito mais do que simplesmente os sintomas 
expressos por elas. Devem ser considerados os contextos sociais e as forças culturais que 
modelam o cotidiano, que dão significado às relações interpessoais e eventos vividos por 
essas mulheres (ANDRADE; VIANA; SILVEIRA, 2006). 
 
5.2 TRATAMENTOS E CONTROLE DA DEPRESSÃO 
 
 
 A literatura apresenta algumas formas de tratamento para a depressão, porem as mais 
evidenciadas são as psicoterapias, a utilização de medicamentos ou a associação das duas 
formas (BAHLS, 2003). 
 
 Segundo Rubio (2002), o tratamento farmacológico consiste na utilização de 
medicamentos antidepressivos que atuam diretamente no cérebro e seus efeitos terapêuticos 
derivam aparentemente da correção do desequilíbrio químico causador da depressão. No 
Brasil, existe um grande número de psicofármacos antidepressivos, incluindo antidepressivos 
tricíclicos (ADTs), inibidores da monoaminoxidade (IMAOs), inibidores seletivos da 
recaptação da serotonina (ISRSs) os atípicos e os antidepressivos sedativos, como a 
imipramina. (WENDER, MAGNO, 2002). 
 
 Os medicamentos psicotrópicos são de grande importância no tratamento de diversos 
distúrbios psiquiátricos, mas não devem ser prescritos de uma forma indiscriminada, pois 
21 
 
 
sempre deve haver uma reavaliação regular e cuidadosa do estado da paciente (SANTOS, 
2002). 
 
 De forma geral, a indicação para o uso de psicofármacos irá depender do diagnóstico, 
considerando fatores como o tipo de droga, a dosagem, a farmacocinética e a sensibilidade 
individual. A posologia e a duração do tratamento devem ser adequadas para as necessidades 
de cada paciente. A efetividade no tratamento da depressão depende da terapêutica 
empregada, da colaboração do paciente ao tratamento e ainda da participação e apoio das 
famílias destes indivíduos (COUTINHO, COUTINHO, 1999). 
 
 Em relação à psicoterapia a literatura afirma ser o tratamento mais escolhido na 
maioria dos casos de depressão. Este tratamento, na visão do autor, deve dar um suporte 
psicológico contínuo, auxiliando a desmembrar sentimentos e percepções não saudáveis 
presentes nos quadros depressivos (COUTINHO, COUTINHO, 1999). 
 
 De acordo com Thomé (2003), o acompanhamento de um psicoterapeuta é muito 
importante, pois auxilia o indivíduo a lidar com seus conteúdos ambíguos e confusos e os seus 
sentimentos contraditórios de amor e ódio, medo, culpa, alegria, tristeza, onipotência, 
indiferença e insegurança. 
 
 Segundo o DSM IV (2000), em casos de diagnóstico de depressão a terapêutica mais 
indicada é a psicoterapia associada à psicofarmacologia, pois se acredita que estas 
terapêuticas juntas proporcionam um tratamento mais efetivo com prognóstico mais rápido e 
com resultados satisfatórios. 
 
 Um método alternativo, porem muito usado no tratamento dos transtornos depressivos 
são os grupos operativos com atividades físicas, e incentivo do convívio sociocultural, ao 
conviverem em grupo, os indivíduos vão internalizando mutuamente suas formas de pensar e 
sentir, além de aspectos ligados à sua própria maneira de ser. Tais relações vão sendo 
internalizadas, levando as pessoas a refletirem em seu modo de agir (GAYOTTO, 
DOMINGUES, 1996). 
 
 Os grupos operativos têm como característica principal a centralização em um objetivo, 
constituindo-se como um processo de trabalho e um método de investigação. Eles podem cumprir 
uma função terapêutica, uma vez que estão centrados no objetivo que pode ser o aprendizado, a 
22 
 
 
cura, o diagnóstico de dificuldades, caracterizando-se como educativos, terapêuticos, dentre outras 
finalidades (GAYOTTO, DOMINGUES, 1996). 
 
 O grupo é terapêutico quando tem uma tarefa a realizar e, através deste trabalho 
operativo, onde o foco de trabalho está centrado em um objetivo específico, possa esclarecer as 
dificuldades individuais de cada um de seus membros, romper com estereótipos e possibilitar a 
identificação dos obstáculos que impedem o desenvolvimento dos indivíduos, auxiliando-os a 
encontrarcondições próprias de resolver ou se enfrentar com elas (GAYOTTO, DOMINGUES, 
1996). 
 
 Através da participação em grupo, o usuário tem troca de vivências, aprende com as 
experiências mútuas, repensa em sua forma de agir frente às doenças e consequentemente, 
muda seus hábitos (GAYOTTO, DOMINGUES 1996). 
 
 Animação sociocultural é um processo que visa à conscientização dos participantes de 
grupos operativos na prevenção da depressão. É um método de intervenção, destinado a 
estimular as pessoas e os grupos no sentido do autodesenvolvimento e da mobilização das 
faculdades que permitam resoluções criativas para alguns dos seus problemas. É a aquisição 
de capacidade necessária para que as comunidades sejam, elas próprias, agentes de mudança e 
de criatividade cultural (LOPES, 2006). 
 
 Segundo Lopes (2006), o convívio sociocultural para pacientes que apresentam 
transtornos depressivos e idosos institucionalizados surge em resposta a uma ausência ou 
diminuição da sua atividade e das suas relações sociais. Assim, a animação sociocultural vem 
para preencher esse vazio, traz benefícios para o indivíduo e o grupo. A ideia de progresso do 
paciente é concebida através da sua integração e participação voluntária em atividades nas 
quais a cultura torna-se um papel estimulante 
 
 Diante do crescimento de pessoas apresentando transtornos depressivos e todo o mal 
que tem causado a população que reside na área de abrangência da Unidade de Saúde Marina 
Gomes da Silva, vimos que a criação de um plano de ação visando o desenvolvimento de 
grupos operativos, a prática de atividades físicas e o estímulo ao convívio sociocultural pode 
ser benéfico na busca por estratégias alternativas de prevenção e redução deste problema. 
 
 
 
23 
 
 
5 PLANO DE AÇÃO 
 
 De acordo com os autores Campos, Faria e Santos (2010), plano de ação em saúde é 
um conjunto de projetos realizados a partir da seleção de um problema de grande relevância, 
detectado através do diagnostico situacional de uma determinada área de abrangência. 
 
 O plano de ação é formado por etapas de sequencia lógica de atividades a serem 
desenvolvidas e essas etapas devem ser seguidas de forma cronológica para que não 
prejudique o resultado final problema diagnosticado (CAMPOS, FARIA, SANTOS, 2010). 
 
 A organização de um plano de ação tem fundamental importância nos processos de 
trabalho na área da saúde, isso porque a visão multiprofissional da equipe é valorizada e o 
planejamento das ações passa a existir. 
 
 Portanto uma vez realizado e discutido o diagnóstico situacional foi elaborado um 
plano de ação para o problema detectado na unidade Marina Gomes da Silva, no município de 
Monte Alegre de Minas. 
 
5.1 PRIORIZAÇÃO DO PROBLEMA 
 
PROBLEMA IMPORTÂNCIA URGÊNCIA CAPACIDADE DE 
ENFRENTAMENTO 
PELA EQUIPE 
SELEÇÃO 
Falta de água 
tratada 
Alta 10 Fora 6 
Ausência de 
policiamento 
Alta 10 Fora 5 
Carência de uma 
creche no bairro 
Média 7 Fora 4 
Elevado índice 
de pessoas com 
depressão 
Alta 10 Dentro 1 
Grande número 
de usuários que 
procuram a 
unidade como 
demanda 
espontânea 
Média 7 Dentro 2 
Alto número de 
hipertensos 
Alta 10 Dentro 3 
 
 
24 
 
 
5.2 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA 
 
A Unidade de saúde Marina Gomes da Silva possui 2.958 pessoas cadastradas, destas 
163 apresentam transtornos depressivos, sendo que, somente quatro é do sexo masculino. 
Portanto, 5,51% da população total cadastrada apresentam episódios da doença. 
 
DESCRITORES VALORES FONTES 
População 
Cadastrada 
 
2.958 SIAB 
Casos de Depressão 163 Registro ESF Marina 
Gomes da Silva 
Sexo Masculino 4 Registro ESF Marina 
Gomes da Silva 
Sexo Feminino 159 Registro ESF Marina 
Gomes da Silva 
 
5.3 EXPLICANDO O PROBLEMA EM NÍVEL INDIVIDUAL, SOCIAL E 
PROGRAMÁTICO 
 
NÍVEL 
INDIVIDUAL 
NÍVEL SOCIAL NÍVEL PROGRAMÁTICO 
Estilo de vida, 
baixo nível de 
informação; 
Desemprego, 
violência e baixos 
salários; 
Faltam ações estruturantes e 
programas sociais que 
disponham de local para 
realização de atividades 
culturais e recreativas; 
Situação 
socioeconômica 
e cultural 
desfavorável. 
Falta de área de 
lazer e atividades 
recreativas. 
Cursos profissionalizantes para 
qualificar a população e 
proporcionar a inserção no 
mercado de trabalho; 
 Trabalhos sociais voltados para 
os aposentados para tirar os 
mesmos da rotina e evitar o 
adoecimento; 
 
 
 
 
25 
 
 
5.4 DESENHANDO A OPERAÇÃO/ AÇÃO 
 
NÓ 
CRÍTICOS 
OPERAÇÃO/ 
PROJETO 
RESULTADOS 
ESPERADOS 
PRODUTOS 
ESPERADOS 
RECURSOS 
NECESSÁRIOS 
UBS – 
Processo de 
Trabalho 
Oficinas 
Terapêuticas 
para os 
pacientes com 
depressão 
Aumentar o 
número de 
atividades 
recreativas para 
os pacientes 
que já estão 
aposentados 
Oficinas de 
pintura, 
bordado e 
danças 
Divulgação do 
projeto / 
Aquisição dos 
materiais para os 
artesanatos e 
profissionais 
para dar aula 
Falta de Área 
de Lazer 
Lazer na praça Diminuição das 
pessoas 
portadoras de 
depressão e 
ansiedade 
Atividades 
estimuladoras 
e de 
motivação 
pessoal e 
troca de 
experiências 
Solicitar do 
poder público 
uma praça no 
bairro 
Estilo de 
Vida / Nível 
de 
Informação e 
Escolaridade 
Informação 
para todos 
Comunidade 
informada 
sobre os riscos 
das doenças 
psicológicas e 
sobre o abuso 
dos 
medicamentos 
antidepressivos 
Campanhas 
educativas e 
passeatas 
motivacionais 
Capacitação dos 
ACSs e 
profissionais de 
saúde, panfletos 
educativos, 
espaço na rádio 
para divulgação 
 
 
5.5 IDENTIFICAÇÃO DOS RECURSOS CRÍTICOS 
 
OPERAÇÕES RESULTADOS PRODUTOS AÇÕES 
ESTRATÉGICAS 
RESPONSÁVEL 
Oficinas 
Terapêuticas 
para os 
pacientes com 
depressão 
Aumentar o 
número de 
atividades 
recreativas para 
os pacientes 
que já estão 
aposentados 
Oficinas de 
pintura, 
bordado, 
crochê e 
dança 
Convidar 
profissionais 
capacitados para 
participar 
Toda a equipe 
26 
 
 
Lazer na praça Diminuição das 
pessoas 
portadoras de 
depressão e 
ansiedade 
Atividades 
estimuladoras 
e de 
motivação 
pessoal e 
troca de 
experiências 
(caminhada, 
alongamento) 
Apresentar o 
projeto para o 
prefeito 
Toda a equipe 
Informação 
para todos 
Comunidade 
informada 
sobre os riscos 
das doenças 
psicológicas e 
sobre o abuso 
dos 
medicamentos 
antidepressivos 
Campanhas 
educativas e 
passeatas 
motivacionais 
- Toda a equipe 
 
 
5.6 GESTÃO DO PLANO 
 
AÇÃO 
PROGRAMA
DA 
PRODUTO PRAZO SITUAÇÃO 
ATUAL 
 
JUSTIFICATI
VA 
Oficinas 
Terapêuticas 
para os 
pacientes com 
depressão 
Oficinas de 
pintura, 
bordado e 
crochê 
Seis meses Está em fase 
de 
implantação 
Está sendo 
definido os 
dias da semana 
e horários. 
Lazer na praça Atividades 
estimuladoras 
e de 
motivação 
pessoal e troca 
de 
experiências 
Oito meses Não foi 
implantado 
Está em 
processo de 
analise 
Informação 
para todos 
Campanhas 
educativas e 
passeatas 
motivacionais 
Seis meses Foi 
implantado 
- 
 
 
 
 
27 
 
 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Diante do Diagnostico Situacional realizado em conformidade ao módulo de 
Planejamento e Avaliação em Saúde, um dos principais problemas evidenciados na Unidade 
Marina Gomes da Silva foi o crescimento indiscriminado de mulheres que apresentam 
Transtornos depressivos. 
 
 As atividades presentes no plano de ação atuam estrategicamente na prevenção e 
tratamento de transtornos depressivos, incentivando a interação sociocultural, participação de 
grupos operativos e práticas de atividades físicas supervisionadas. Dentre as ações propostas, 
as oficinas terapêuticas de artesanatos já se encontram em fase de implantação pela equipe do 
NASF (Núcleo de Apoio a Saúde da Família) e a área de lazer proposta encontra-se em 
análise pela Secretaria de Obras do Município. Os profissionais de Terapia Ocupacional já 
estão trabalhando com um grupo específico para mulheres com depressão e o produto 
“Informações para Todos” foi implantado comsucesso e está trazendo bons resultados para a 
comunidade como um todo. 
 
 Conclui-se então que o plano de ação elaborado é aplicável, visto que tem trazido 
benefícios e informações para os usuários com transtornos depressivos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
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