Prévia do material em texto
CASO 5: Marcos tem 29 anos, é fisiculturista e há 6 anos participa de competições. No último ano percebeu sensação de agulhadas no MSD durante os treinamentos, porém, sem limitações nos movimentos ou diminuição de força. Apesar de em uma ocasião perceber também palidez na mão direita, não comentou com seu treinador devido à proximidade de uma competição. Nos últimos 6 meses iniciou preparação para nova competição e durante corridas de rotina observou dor nas panturrilhas, impossibilitando de correr mais de 1 km. No entanto, ele pode caminhar normalmente sem sentir dor nas pernas. Nega uso de medicações ou anabolizantes. Ao exame físico: Geral: sp MMSS: pulsos presentes e simétricos MMII: pulsos presentes e simétricos · 29 anos · Parestesia MSD aos exercícios · Palidez na mão aos exercícios → isquemia · Claudicação intermitente na corrida → para de caminhar, porque não consegue (1 km) Hipótese mais provável pelo histórico MMSS: SÍNDROME DO DESFILADEIRO TORÁCICO: · Território subclávio axilar · Quando suspeitar: jovem, sintomas agudos, com sintomas neurológicos e arteriais durante exercício e assintomático ao repouso · Compressão de artéria e veia subclávia e plexo braquial em 3 locais durante o movimento · Plexo braquial, veia e artéria subclávia passam pelo espaço costoclavicular · Músculo escaleno entre feixe anterior e média (no espaço interescaleno), pode fazer compressão da artéria subclávia e do plexo braquial (veia não passa) → comum ter costela anômala = costela cervical (em C7) · Manobra do Escaleno: virar o rosto olhando para baixo em cima do ombro, o que contrai o músculo escaleno e olhar por cima do outro ombro para fazer a extensão, analisar junto ao pulso e/ou auscultar a baixo da clavícula (pode ter estenose/sopro) · Músculo peitoral menor, tem o espaço tóraco clavicular) → pode fazer compressão da artéria e veia subclávia e plexo braquial · Manobra do peitoral: pedir para o paciente estufar o peito, analisar junto ao pulso e/ou auscultar a baixo da clavícula (pode ter estenose/sopro) · Manobra de Wright ou hiperabdução: segurar o braço aberto lateralmente em abdução até 180°, analisar junto ao pulso radial → avaliando se teve redução do pulso ou aparecimento de sintomas neurológicos. Quanto menor o ângulo do sintoma, pior está Exames complementares: · US: ecodoppler arterial e venoso fazendo as manobras para desfiladeiro durante o exame · RX · Eletroneuromiografia → analisar a compressão · Angiotomografia com todas as manobras (na maioria das vezes, o ecodoppler é suficiente) Tratamento: · Tratamento inicial quando não há alteração anatômica: fisioterapia → para melhorar a postura · Perder peso · Se não melhorar e/ou com complicações: retirada cirúrgica da costela cervical e, se não melhorar, tirar primeira costela Dx diferencial (parestesia no membro superior): hérnia de disco, síndrome do túnel do carpo, tromboangeíte (fumantes) MMII: · A dor ocorre porque falta oxigênio, faz respiração anaeróbica e causa um tipo de "cãibra" · Claudicação ao esforço: SÍNDROME DO APRISIONAMENTO DA ARTÉRIA POPLÍTEA · Pode ser assintomático e precisar de muito esforço para desencadear sintomas · Causa: pode ser por variação anatômica que comprime a artéria poplítea e a artéria passando mais medial ao feixe medial do m. gastrocnêmio; feixe muscular medial passa mais lateral à artéria; feixe medial com feixe fibroso; músculo poplíteo posterior à artéria poplítea; compressão da artéria E veia; hipertrofia dos músculos gastrocnêmios Tipo V: mesmo que do I ao IV, só que com a veia Tipo VI: não tem alteração anatômica, apenas hipertrofia exagerada, podendo ser de veia ou artéria Complicações: · Trombose na artéria poplítea · Estenose da artéria poplítea · Embolia de poplítea · Aneurisma de poplítea Dx clínico: · Manobras do aprisionamento: dorsiflexão e extensão do pé (flexão plantar), avaliando o pulso pedioso e pedial posterior, que pode diminuir ou sumir · Repouso volta o pulso normalmente Exames: · EcoDoppler arterial da poplítea, com manobra de aprisionamento da artéria poplítea · Angiotomografia (preferir a ressonância) · Angioressonância com manobras (confirma o tipo de síndrome, pois aparece o músculo) · Arteriografia com manobras Tratamento: · Depende da complicações arteriais e do tipo · Descompressão cirúrgica da artéria poplítea (exceto em tipo VI) se tiver muito incômodo · Se tipo VI: diminuir atividade e esforço; tem risco para trombose CONFERÊNCIA 6: SÍNDROMES COMPRESSIVAS Anatomia: triângulo escalênico Síndrome dos escalenos: fusão dos escalenos, hipertrofia e/ou fibrose podem restringir o espaço, o que gera os sintomas Síndrome costela cervical: costela a mais que desloca o m. escaleno anterior e médio para frente, os aproximando e reduzindo o espaço, gerando a compressão Obs: Veia está para fora do trígono escalênico Espaço costoclavicular: · Já é um espaço estreito fisiologicamente, mas traumas, formação de calo ósseo, tumor de costela ou de clavícula, mesmo que benigno, podem comprimir a região do feixe vásculo nervoso e gerar os sintomas Espaço retrocoracopeitoral *foto* COMPRESSÃO NERVOSA: · Maioria dos sintomas são nervosos, mas quando vascular, é mais perigoso · Sensitivo: dor, parestesia · Motora: atrofia muscular e diminuição de força · Vasomotoras: vaso espasmo, F. Raynaud · Local da compressão: · C5, C6, C7: ombro, pescoço, face externa do braço · C8 e T1: face interna do braço e mão MECANISMO DE COMPRESSÃO ARTERIAL: · Compressão intermitente por trauma (estenose e aneurisma), que é repetitivo e frequente, lesando a parede dos vasos, gerando trombose, com isquemia aguda MECANISMO DE COMPRESSÃO VENOSA: · Compressão intermitente → trauma → estenose → trombose (TPV) DIAGNÓSTICO: · Mulheres jovens longilínea · Profissão e esportes · Traumas recorrentes · Sintomas: · 95% neurológico: parestesias, impotência funcional · 3% arterial: palidez e esfriamento · 2% venoso: cianose e edema · Suspeita clínica é muito importante · Exame físico: biotipo, simetria ombros, aumento de volume, frêmitos, sopros e alteração sensibilidade e motricidade · Manobras: escalenos (Adson), costoclavicular e hiperabdução (Wright) Imagem: · Rx de tórax e coluna cervical: suspeita de calo ósseo, traumas, tumores ósseos · TAC e RNM · EcoDoppler: diz se está comprimindo, mas não quem → é o 1° · Arteriografia Neurofisiológico: eletroneuromiografia → mostra a complexidade da compressão · Obs: não é dx, é para pré-operatório TRATAMENTO CIRÚRGICO: · Costelas cervicais · Alterações ósseas · Complicações vasculares (estenose, aneurisma, embolia, trombose) · Cirurgia: 15% dos casos, com 90% de sucesso inicial e 75% com sucesso após 2 anos CONCLUSÕES: · Anatomia Desfiladeiro Torácico · Suspeita clínica: Dor · Complicações vasculares · Manobras semiológicas · Eco-Doppler e ENMG: confirmam compressão não identificam causa · Causa: Rx, TAC, Ressonância · Tratamento: preferencialmente clínico APRISIONAMENTO DA ARTÉRIA POPLÍTEA · Saber que podem gerar complicações vasculares · Normal é um losango MECANISMO DE COMPRESSÃO: · Compressão intermitente com o espessamento da adventícia → trauma (estenose e aneurisma) por fibrose e fragmentação da camada média → trombose (isquemia aguda) QUANDO SUSPEITAR: · Claudicação intermitente perna e pé, ao repouso · No territória femoropoplíteo · Em jovens → tem pouca colateral, pois não andou muito ou não tem comorbidade (organismo não precisa compensar) · Atividade físicas regulares; atletas ou não · Ausência de fatores de risco para AEO · Pulsos distais normais ao repouso · Desaparecimento dos pulsos distais quando: · Dorsiflexão passiva · Flexão plantar ativa · Compressão venosa TRATAMENTO: Depende do tipo, pode ser por ressecção, parada de exercício físico, separação. CONCLUSÕES: · Paciente jovens · Ao exercício/manobra · Repouso normal · Claudicação intermitente atípica · Manobras semiológicas: dorsiflexão e flexão plantar · EcoDoppler: confirma compressão e não identifica o tipo → turbilhonamento· Causa: TAC e RM → mostra partes moles · Complicação: trombose · Tratamento: cirúrgico image3.png image1.png image2.png