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9 Vascularização do SNC Machado

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· A resistência cerebrovascular depende sobretudo da pressão intracraniana, condição da parede vascular, viscosidade do sangue e calibre dos vasos cerebrais
· O estudo e a localização de diversas funções cerebrais são visiveis por meio da avaliação do fluxo sanguíneo em áreas restritas do cérebro de um indivíduo em condições fisiológicas ou patológicas.
· Para aumentar o fluxo sanguíneo nessas áreas específicas, são feitos ajustes locais pelas próprias arteríolas. Dessa forma, o calibre vascular aumenta com a produção de CO2 local. Além disso, os neurônios liberam óxido nítrico que aumenta a dilatação dos vasos.
VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL DO ENCÉFALO
· O encéfalo é irrigado pelas artérias carótidas internas e vertebrais, originadas no pescoço
· Elas têm, de modo geral, paredes finas, comparáveis às paredes de artérias de mesmo calibre situadas em outras áreas do organismo.
· Artéria carótida interna:
· passa pelo canal carotídeo
· forma um S, o sifão carotídeo
· Divide-se em seus dois ramos terminais: as artérias cerebrais média e anterior, que se subdividem em ramos menores superficiais e profundos, rumo a estruturas internas.
· Além de seus dois ramos terminais, a artéria carótida interna dá os seguintes ramos mais importantes: artéria oftálmica; artéria comunicante posterior (anastomosa-se com a artéria cerebral posterior,ramo da basilar, contribuindo para a formação do polígono de Willis); e artéria carotídea anterior.
· Artéria vertebral e basilar:
· As vertebrais são divididas em esquerda e direita, derivadas das subclávias correspondentes
· Passam dentro dos forames transversos das vértebras cervicais e penetram no crânio pelo forame magno
· Percorrem, a seguir, a face ventral do bulbo e, aproximadamente no nível do sulco bulbo-pontino, fundem-se para constituir um tronco único, a artéria basilar
· As artérias vertebrais dão origem às duas artérias espinhais posteriores e à artéria espinhal anterior que vascularizam a medula. Originam ainda as artérias cerebelares inferiores posteriores, que irrigam a porção inferior e posterior do cerebelo.
· A artéria basilar percorre geralmente o sulco basilar da ponte e termina anteriormente, bifurcando-se para formar as artérias cerebrais posteriores direita e esquerda
· A artéria basilar também emite os ramos: artéria cerebelar anterior; artéria cerebelar inferior anterior; artéria do labirinto; e ramos pontinos
· Polígono de Willis
· formado pelas artérias cerebrais anterior, média e posterior; pela artéria comunicante anterior; e pelas artérias comunicantes posteriores, direita e esquerda
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· Essas anastomoses são apenas potenciais, pois, em condições normais, não há passagem significativa de sangue do sistema vertebral para o carotídeo interno ou vice-versa; e também não há troca de sangue entre as metades esquerda e direita do círculo arterial
· O círculo arterial do cérebro, em casos favoráveis, permite a manutenção de fluxo sanguíneo adequado em todo o cérebro, em casos de obstrução de uma (ou mais) das quatro artérias que o irrigam.
· As artérias cerebrais anterior, média e posterior dão ramos corticais e ramos centrais. 
· Os ramos corticais destinam-se à vascularização do córtex e substância branca subjacente.
· Os ramos centrais emergem do círculo arterial do cérebro, ou seja, da porção proximal de cada uma das artérias cerebrais e das artérias comunicantes. Eles penetram perpendicularmente na base do cérebro e vascularizam o diencéfalo, os núcleos da base e a cápsula interna.
· Artéria cerebral anterior: joelho do corpo caloso + face medial de cada hemisfério
· Artéria cerebral média: sulco lateral + face dorsolateral de cada hemisfério
· Artéria cerebral posterior: pedúnculo cerebral + face inferior do temporal + occipital
· A obstrução de uma das artérias cerebrais anteriores causa, entre outros sintomas, paralisia e diminuição da sensibilidade no membro inferior do lado oposto, decorrente da lesão de partes das áreas corticais motora e sensitiva, que correspondem à perna e se localizam na porção alta dos giros pré e pós-central (lóbulo paracentral).
· Obstruções da artéria cerebral média, quando não são fatais, determinam sintomatologia muito rica, com paralisia e diminuição da sensibilidade do lado oposto do corpo (exceto no membro inferior), podendo haver ainda graves distúrbios da linguagem.
· Obstrução na artéria cerebral posterior causa cegueira em uma parte do campo visual
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VASCULARIZAÇÃO VENOSA DO ENCÉFALO
· Veias do encéfalo → seios da dura máter → drenados para as veias jugulares internas
· As paredes das veias encefálicas são muito finas e praticamente desprovidas de musculatura. Assim, a regulação ativa da circulação venosa se faz por meio: (1) da aspiração feita pela pressão da cavidade torácica; (2) força da gravidade, não sendo necessárias válvulas nessas veias; e (3) força da pulsação das artérias.
· Sistema venoso superficial (córtex e substância branca):
· Face medial e face dorsolateral superior → veias cerebrais superficiais superiores → seio sagital superior
· Face dorsolateral inferior e face inferior → veias cerebrais superficiais inferiores → seios da base e transverso
· OBS: a mais importante das veias cerebrais superficiais inferiores é a veia cerebral média superficial que drena o sulco lateral, terminando no seio cavernoso
· Sistema venoso profundo: (corpo estriado, cápsula interna, diencéfalo e centro branco medular)
· A mais importante é a veia cerebral magna ou veia de Galeno, tronco formado pela confluência das veias cerebrais internas, drena quase todo o sangue do sistema venoso profundo.
· Suas paredes muito finas são facilmente rompidas, o que às vezes ocorre em recém-nascidos como resultado de traumatismos da cabeça durante o parto.
VASCULARIZAÇÃO DA MEDULA
· É irrigada pelas artérias espinhais anterior e posteriores (ramos da artéria vertebral) e pelas artérias radiculares (penetram na medula com os nervos espinhais)
· Artéria espinhal anterior: 
· fica na fissura mediana anterior e vascularizam as colunas e os funículos anterior e lateral da medula;
· Emite as artérias sulcais que penetram no tecido nervoso pelo fundo da fissura mediana anterior
· Artéria espinhal posterior: 
· vascularizam a coluna e o funículo posteriores da medula.
· Artérias radiculares: 
· As artérias radiculares anteriores anastomosam-se com a espinhal anterior, e as artérias radiculares posteriores com as espinhais posteriores
BARREIRAS ENCEFÁLICAS
· Dificultam a passagem de substâncias entre o sangue e o tecido nervoso (barreira hematoencefálica) ou entre o sangue e o liquor (barreira hematoliquórica).
· Barreira hematoencefálica:
· Localiza-se no endotélio dos capilares do SNC
· As células desse endotelio tem propriedades especiais: (1) unidas por junções de oclusão; (2) não possuem fenestrações, áreas finas e permeáveis; e (3) são raras as vesículas que fazem pinocitose
· Barreira hematoliquórica:
· Localiza-se nos plexos corioides
· O epitélio ependimário que reveste os plexos corioides, ao contrário dos demais epitélios ependimários, possui junções oclusivas que unem as células próximo à superficie ventricular e impedem a passagem de macromoléculas, constituindo a base anatômica da barreira hematoliquórica
· No início do desenvolvimento, capilares que penetram no encéfalo têm fenestrações. Com o aumento da idade, substâncias produzidas pelos pés dos astrócitos causam a perda dessas fenestrações. Em razão disso, no feto e no recém-nascido, a barreira hematoencefálica é mais fraca
· Certas áreas podem concentrar certos agentes muito mais do que outras. Por exemplo, certas substâncias penetram facilmente no núcleo caudado e no hipocampo, mas têm dificuldade de penetrar no resto do encéfalo
· Em algumas áreas do cérebro, a barreira hematoencefálica não existe. Nestas áreas, os endotélios são fenestrados e desprovidos de junções oclusivas. Eles se distribuem em volta do IlI e IV ventrículos e por isso são denominados órgãos circunventriculares
· Do ponto de vista funcional, os órgãos circunventriculares podem ser receptoresde sinais químicos do sangue ou relacionados direta ou indiretamente com a secreção de hormônios. Ex: glândula pineal secreta melatonina
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