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Liberdade economica e função social do contrato

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UNIVERSIDADE PAULISTA 
 
 
 
 
 
 
APS- LEI DA LIBERDADE ECONÔMICA E A FUNÇÃO 
SOCIAL DO CONTRATO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 
2021 
2 
 
 
ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS - APS 
 
 
O trabalho acadêmico realizado no segundo 
semestre do ano de 2021 do Curso de Direito 
da “Universidade Paulista” (UNIP) — São 
José dos Campos/SP. Retém por 
embasamento às respectivas “Atividades 
Práticas Supervisionadas” (APS), que detém 
por escopo a prática do conhecimento teórico 
adquirido ao longo do semestre. 
 
 
BRUNO SENA LOPES RA: T876710 
GUILHERME RODRIGUES ASSUMPÇÃO RA: N407166 
LEANDRO FELICIANO RA: F003558 
ROBSON COLAÇO DOS SANTOS RA: F061728 
 
 
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 
2021 
3 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................ 4 
2. FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO .........................................................5 
3. INTERPRETAÇÃO SEGUNDO ALEXANDRE FERNANDES ..................6 
4. INTERPRETAÇÃO SEGUNDO MARIA HELENA DINIZ...........................8 
5. PESQUISA DE JURISPRUDÊNCIA 1 ....................................................11 
6. PESQUISA DE JURISPRUDÊNCIA 2.....................................................13 
7. PESQUISA DE JURISPRUDENCIA 3.....................................................14 
8. CONCLUSÃO .........................................................................................18 
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 Buscando da melhor forma o entendimento da Lei n° 13.874 de 2019 lei 
da Liberdade econômica, fizemos a análise profunda da função social do 
contrato que veio junto com o Código civil de 2002. 
 Neste trabalho conterá duas análises com perspectivas distintas dos 
doutrinadores Alexandre Cortez Fernandes defendendo que a função social do 
contrato veio para trazer equivalência entre os interesses individuas com os 
interesses sociais, e Maria Helena Diniz defendendo que a função social do 
contrato está diretamente ligada com a boa-fé objetiva e são princípios 
fundamentais do código civil. 
 Logo após, foram feitas 3 pesquisas de jurisprudência destacando onde 
essa função social é aplicada e a aplicação do art. 421 do Código Civil, onde 
está a principal mudança dessa lei de 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2. A FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO 
 
 O termo de função social do contrato veio junto com a atualização do Novo 
Código Civil, A Lei 10.406/2002. Nada mais é do que um princípio de ordem 
pública do qual tem como principal característica a limitação da liberdade 
contratual. 
 Este termo fica mais explicito no Art. 421, CC. A redação do artigo antes 
da aplicação da Lei 13.874/19, a chamada Lei de Liberdade Econômica, era a 
seguinte: 
 “Art. 421. A liberdade de contratar será exercida 
em razão e nos limites da função social do contrato, 
observado o disposto na Declaração de Direitos de 
Liberdade Econômica. (Redação dada pela Medida 
Provisória nº 881, de 2019).” 
 O Artigo atualizado ficou da seguinte maneira: 
 “Art. 421. A liberdade contratual será exercida 
nos limites da função social do contrato. (Redação dada 
pela Lei nº 13.874, de 2019).” 
 
 A Lei promoveu a alteração no princípio da intervenção mínima e corrige 
também o termo de liberdade de contratar para o termo de liberdade contratual. 
Essa mudança acarreta uma alteração da limitação da função social do contrato, 
pois o termo “liberdade de contratar” carrega consigo a “escolha de pessoas”, ou 
seja, a dignidade humana pode estar envolvida no termo escolhido na redação 
do novo artigo. 
A tal definição da função social do contrato vem junto do entendimento de 
que se deve respeitar acima de tudo a proteção da dignidade da pessoa humana. 
A dignidade da pessoa humana está presente em nosso Artigo 1º, III, em nossa 
Constituição Federal de 1988, ou seja, com esta base, podemos entender melhor 
que a definição social do contrato é algo mais intrínseco e profundo se 
6 
 
comparado a nossa Constituição Federal, do qual rege e norteia o ordenamento 
jurídico brasileiro 
 
3. INTERPRETAÇÃO SEGUNDO ALEXANDRE CORTEZ 
FERNANDES 
 
A função social dos contratos é instrumento de movimentação da cadeia 
econômica e, portanto, de geração e de circulação de riquezas é por intermédio 
dos contratos que a economia se movimenta, eles geram empregos, criam 
oportunidades para promoção do ser humano, nisto que reside a sua função 
social. Dessa função pode-se extrair o princípio da função social que é a norma 
de acordo com a qual os contratos serão celebrados executados e interpretados, 
por outros termos, quando da celebração, quando da execução ou quanto da 
interpretação, deve-se ter em mente que ele é antes de mais nada o instrumento 
de realização da dignidade, primeira das partes, mas não só delas, mas também 
da sociedade na medida em que os contratos movimentam a economia gerando 
e distribuído riqueza. 
Segundo o princípio da função social do contrato ao lado dos próprios 
interesses individuais, perseguido pelo regulamento contratual a interesses 
extras contratuais, socialmente relevante, dignos de tutela jurídica que se 
relacionam com o contrato ou são por eles atingidos, tais interesses dizem 
respeito dentre outros, aos consumidores, a livre concorrência, ao meio 
ambiente e as relações de trabalho, é com base no princípio da função social 
dos contratos que muitos problemas contratuais vão ser solucionados 
Em outras palavras a função social do contrato tem como objetivo garantir 
que a sociedade não tenha seus direitos prejudicados mediante a contratos 
pactuados entre terceiro, onde seu conteúdo pode trazer prejuízo ou perda de 
direito a coletividade, nesse sentido faz-se mister o equilibro constitucional 
garantidor dos interesses da sociedade com preponderância sobre os das partes 
contratantes, uma vez que jamais pode-se aceitar que um contrato Inter partes 
7 
 
que beneficia seus credores e devedores venha sobrepor de forma penosa os 
direitos da sociedade. 
Deste modo a função social do contrato tem como escopo criar uma 
equidade entre a sociedade e o individual, que por sua vez deve abrir mão de 
seu interesse pessoal em prol da sociedade e toda vez que haver algum conflito 
de interesse que possa trazer prejuízos à coletividade está será sempre a 
beneficiaria na solução de tal conflito. 
De acordo com o doutrinador Fernandes a função social do contrato tem 
que estar em harmonia com os interesses da sociedade e sobreposto ao do 
individual das partes contratantes e que ambas devem estar em conformidade 
com a magna carta, porém quando houver contratos onerosos ou que retiram 
direitos da sociedade sempre há de preponderar o interesse da sociedade. 
 
A ideia de função social força concluir que os 
interesses individuais estejam conforme os interesses 
sociais que por sua vez devem estar conectados com a 
constituição. Não é possível juridicamente o conflito entre 
os interesses, vez que os sociais devem prevalecer. Nesse 
sentido, é de se perceber que tal situação ocorrerá sempre, 
pois todo contrato repercute na sociedade. 
No contrato há um entrechoque valorativo – o 
individual versus a coletividade -, o que reclama uma razão 
de equilíbrio. Dessa forma, invoca-se a dialética da 
complementariedade, que vem a eliminar a contradição 
entre a liberdade de contratar como um símbolo do 
individualismo em relação à função social do contrato, uma 
derivação do princípio da socialidade. “A liberdade de 
contratar e socialidade são compreendidas como estrutura 
complementar de bens culturais, afastando a ideia de que 
o social o limita e se contrapõe ao individual. [...] estão 
numarelação permanente e progressiva que impede a 
8 
 
compreensão de um sem o outro, pois formam uma 
unidade concreta da relação que constituem.” 
Sob o prisma liberal, o perfil social do contrato é 
desconsiderado, vez que prepondera a realização 
individual, cingido apenas à ordem pública e aos bons 
costumes. (FERNANDES, p.59) 
 
Portanto levando em consideração a narrativa do doutrinador Fernandes, 
fica evidente que a função social do contrato tem sempre que garantir que o 
individual celebre contratos de diversas naturezas, mas nunca em hipótese 
algum este vem a prejudicar o interesses e costumes da sociedade e que ainda 
o referido pacto firmado não contrarie a constituição. Desta forma pode-se 
afirmar que todos são livres para celebrar qualquer tipo de contrato, porém deve-
se respeitar estritamente as regras da função social do contrato. Conforme está 
previsto na lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002. 
“Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social 
do contrato. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)”, (BRASIL,2002). 
Este tema é abordado cotidianamente pelos tribunais superiores com 
entendimento pacificado no sentido que sempre prevalecerá a boa-fé e o 
interesse do terceiro de acordo com os limites da função social do contrato. 
 
 
4. INTERPRETAÇÃO SEGUNDO MARIA HELENA DINIZ 
 
 O direito no todo está em constante evolução, em compasso com a 
evolução da sociedade, um exemplo é o contrato, instituto de formalização de 
vontades entre as partes, que desde o primeiro contrato firmado até hoje sofreu 
muitas mudanças. O contrato não é mais aquele de força obrigatória e absoluta 
como em outrora, há princípios que o norteiam e que trazem ao contrato algumas 
limitações ao direito de contratar. 
 
9 
 
 Maria Helena Diniz, compreende o contrato da seguinte forma: 
 
 “O contrato constituiu uma espécie de negócio jurídico, de natureza 
bilateral ou plurilateral, dependendo, para a sua formação, do encontro da 
vontade das partes, por ser ato regulamentador de interesses particulares, 
reconhecida pela ordem jurídica, que lhe dá força criativa. (DINIZ, 2004, p.23)” 
 O princípio da função social do contrato não deixa de ser uma mera 
elucidação teórica no contexto atual do direito brasileiro, em razão da evolução 
nos trazer à época dos princípios sociais, de propriedade por exemplo, que antes 
era considerado como absoluto e intangível. O contrato passa a ter uma função 
no seio da sociedade, devendo cumprir os seus objetivos entre os contratantes 
e todos ao seu redor, beneficiários ou não deste contrato. 
 A função social e a boa-fé objetiva são princípios fundamentais do Código 
Civil 2002 - CC. 
 No contrato, as partes estão em posição horizontal, devendo agir com 
boa-fé objetiva, cooperação, honestidade e lealdade. 
 Engloba apenas os contratantes e está nos arts. 422, 113 e 187. 
 Função social do contrato é a relação dos contratantes com a sociedade, 
pois produz efeitos perante terceiros. Bens que a sociedade protege, como o 
meio ambiente, a vida, o trabalho, a segurança, bem como todos os direitos e 
garantias individuais garantidos pela Constituição. 
 A principal consequência jurídica da função social dos contratos é a 
ineficácia de relações que acaba por ofender interesses sociais, a dignidade da 
pessoa. 
 É possível em um contrato ótimo para as partes haver boa-fé. 
 No entanto, esse contrato pode ofender a terceiros, no caso, a sociedade. 
 O contrato ótimo para empresas pode lesar consumidores, afetando, por 
exemplo, a livre iniciativa. Ou seja, satisfaz interesses individuais, mas afeta os 
metaindividuais. 
10 
 
 "Um acidente de veículo cuja causa tenha sido um defeito mecânico 
provoca prejuízo também a terceiro." 
 Esse prejuízo é de consumo e não de trânsito e aplica-se o Código de 
Defesa do Consumidor. 
 Pelo princípio da função social, a seguradora tem que proteger o segurado 
e todas as pessoas por ele prejudicadas. 
 "Uma pessoa que adquire um apto por contrato, mas o terreno hipotecado 
e o construtor não pagam o financiamento. 
 O agente financeiro tem de liberar a escritura porque a hipoteca não atinge 
o adquirente, em razão de dever anexo de protegê-lo, de acordo com a Súmula 
308 Superior Tribunal de Justiça." 
 Em outro caso, quando o contrato satisfaz as partes, não lesa a 
sociedade, mas causa interferência a terceiro, isto é, com acordo de uma das 
partes, outra é prejudica. 
 O prejudicado pode exigir indenização da outra parte à vista da culpa 
subjetiva, e por ausência da boa-fé objetiva. 
 E, do terceiro ofensor por atentar contra boa-fé e função social. 
 A concretização da função social e a boa-fé objetiva serão norteadas 
pelos direitos fundamentais constitucionais. 
 Função social e boa-fé são emanações do princípio constitucional da 
solidariedade. 
 Há, portanto, relatividade dos princípios constitucionais, pois inexistem 
princípios absolutos. 
 Pelo princípio da unicidade da Constituição, faz-se juízo de 
proporcionalidade e de razoabilidade. 
 No caso de uma ocorrência concreta, deve-se verificar qual princípio tem 
maior dimensão, se o princípio da autonomia privada ou o da boa-fé objetiva. 
 Eficácia horizontal dos direitos fundamentais é solidariedade no Código 
Civil, via função social e boa-fé. 
11 
 
 Já a eficácia vertical é a obrigatoriedade de tais direitos para juiz e 
legislador infraconstitucional - CR, art. 5°, § 1o. A autonomia privada continua 
sendo base do direito civil, porém relativizada, como instrumento de realização 
do direito das partes e não de exclusão social. 
 
5. PESQUISA DE JURISPRUDENCIA 1: 
 
"Tribunal de Justiça de Minas Gerais TJ-MG - Apelação 
Cível : AC 0002635-45.2015.8.13.0145 MG - APELAÇÃO 
CÍVEL - AÇÃO COMINATÓRIA C/C INDENIZAÇÃO POR 
DANOS MORAIS - CONTRATO DE SEGURO DE VIDA - 
RESCISÃO UNILATERIAL - COMUNICAÇÃO PRÉVIA - 
AUSÊNCIA - INEXISTÊNCIA DE JUSTIFICATIVA - 
VIOLAÇÃO DA BOA-FÉ OBJETIVA E FUNÇÃO SOCIAL DO 
CONTRATO - DANOS MORAIS CONFIGURADOS. É 
extremamente desleal a conduta da seguradora, que após 
receber o prêmio por anos, enquanto lhe era conveniente, 
cancela a apólice sem qualquer comunicação formal prévia 
e justificativa plausível, violando os princípios da boa fé 
objetiva, da cooperação, da confiança e da lealdade. A 
pessoa idosa que contratara o seguro para resguardar a si e 
a sua família, acreditando estar segurada por seguro de 
vida, quando percebe o rompimento abrupto de tais 
proteções, por vontade unilateral da seguradora ré, sofre 
dano moral, intensa aflição com o desligamento da cobertura 
securitária. A fixação do valor da indenização por danos 
morais pauta-se pela aplicação dos princípios da 
razoabilidade e da proporcionalidade." 
 
12 
 
 Neste caso, confere-se que a função social do contrato foi violada, devido 
à falta de comprometimento da seguradora para com a senhora que havia 
contratado os serviços desta. 
 Fere a boa-fé que lhes foi depositada e mais, os danos causados nas 
particularidades são também vinculados a esse descaso. 
 O crescente número de idosos é visível no Brasil, bem como a 
desvalorização deles. No contexto social capitalista, as pessoas com idade 
avançada, por, na maioria das vezes, estarem afastadas das atividades 
produtivas, são esquecidas pelo governo e pela população. Consequentemente, 
essa parcela de indivíduos é excluída e injustiçada, não sendo respeitada como 
deveria. 
 Na conjuntura atual vigente, a busca pela fabricação excessiva é o 
objetivo central das empresas. Porém, os idosos, por não terem a mesma força 
física que os demais, são suprimidos desse cenário e passam a ter grande tempo 
ocioso, que não é preenchido com atividades governamentais, como tarefas 
culturais voltadas para essa faixa etária. De acordo com a Pesquisa Nacional por 
Amostra de Domicílios (PNAD), apenas 7% do mercado de trabalho éocupado 
por idosos, o que aumenta o isolamento social e diminui o exercício da mente. 
 É imprescindível salientar, ainda, que a sociedade não valoriza a 
sabedoria dos mais velhos e desconsidera a função destes. Primeiramente, há 
uma espera excessiva em hospitais e postos de saúde que ignoram as condições 
de saúde dos idosos. Outrossim, faltam assentos nos transportes coletivos que, 
constantemente, são ocupados por outras pessoas e, em casos mais graves, 
eles são abandonados pelas famílias ou moram nas ruas. Em consequência 
disso, muitos idosos se sentem inúteis e desamparados, o que pode gerar 
depressão e agravar as enfermidades. 
 Vemos com esse descaso da seguradora, fica visível como são carentes 
de boa-fé essas instituições. Consigna-se a função social do contrato no sentido 
de apresentar segurança aqueles que estão em acordo com o estipulado pela 
empresa. 
 
13 
 
6. PESQUISA DE JURISPRUDENCIA 2: 
 
 
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE 
INSTRUMENTO N. 522.731-GO (2003/0086836-7) 
Relator: Ministro Carlos Alberto Menezes Direito 
Agravante: Banco de Crédito Nacional S/A Advogados: 
Raphael de Leandro e Medeiros Rogério Reis de Avelar 
Agravado: Manoel Siqueira Marques Advogados: Frederico 
Carvalho Lopes Micael Heber Mateus EMENTA Agravo 
regimental. Recurso especial não admitido. Hipoteca. 
Construtora. Agente financeiro. Precedentes. 1. A Segunda 
Seção desta Corte, no julgamento do EREsp n. 415.667-
SP, Relator o Ministro Castro Filho, DJ de 21.06.2004, 
consolidou o entendimento de que a garantia hipotecária 
firmada pela construtora com a instituição bancária não 
atinge o terceiro adquirente da unidade autônoma. 2. A 
alegada ausência de oportuno registro do instrumento de 
permuta não afasta o direito do terceiro adquirente, 
baseado na aquisição de boa-fé, conforme entendimento 
consolidado na Súmula n. 84-STJ. 3. Agravo regimental 
desprovido. 
ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos 
em que são partes as acima indicadas, acordam os 
Ministros da Terceira Turma do Superior Tribunal de 
Justiça, por unanimidade, negar provimento ao agravo 
regimental. Os Srs. Ministros Nancy Andrighi, Castro Filho 
e Antônio de Pádua Ribeiro votaram com o Sr. Ministro 
Relator. Ausente, ocasionalmente, o Sr. Ministro Humberto 
Gomes de Barros. Brasília (DF), 14 de setembro de 2004 
(data do julgamento). Ministro Antônio de Pádua Ribeiro, 
Presidente Ministro Carlos Alberto Menezes Direito, 
Relator. (BRASIL, 2004, AGRAVO REGIMENTAL NO 
14 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 522.731-GO 
(2003/0086836-7) 
 
 Nesta jurisprudência supracitada há uma lide que tenta pacificar um 
contrato celebrado entre uma instituição financeira, uma construtora e um cliente 
adquirente de um determinado imóvel, no caso em tela a instituição financeira 
tenta conseguir o direito de recebimento de uma garantia hipotecária pactuada 
com a construtora, pacto este que coloca à disposição da instituição financeira 
determinados bens como garantia de um empréstimo para investimento em um 
empreendimento imobiliário e que o cliente processado é o comprador de um 
desses imóveis que foi objeto de garantia fiduciária. 
Nesse mesmo sentido proclama a Súmula 308 do Supremo Tribunal de 
Justiça. “A hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro, anterior 
ou posterior à celebração da promessa de compra e venda, não tem eficácia 
perante os adquirentes do imóvel”. 
Portanto fica evidente que o contrato celebrado entre a instituição 
financeira e a construtora não atinge o terceiro de boa-fé, uma vez que adquiriu 
o imóvel sem ter conhecimento desta garantia hipotecária e que ainda que se 
soube não tinha nenhuma obrigação com o contrato celebrado. Nesse sentido o 
Superior Tribunal de Justiça entendeu que se aplica a questão da função social 
do contrato, onde o contrato firmado entre a instituição financeira e a construtora 
não atinge o comprador do imóvel. Sendo assim ele não poderá sofrer nenhum 
prejuízo no contrato o qual não é parte interessada, e que deve ser garantido 
todos os direitos como comprador do imóvel, independentemente de cláusulas 
do contrato de garantia hipotecária firmado entre a instituição financeira e a 
construtora. 
 
 
 
 
7. PESQUISA DE JURISPRUDÊNCIA 3 
 
 Abaixo segue um caso concreto na utilização da função social do contrato, 
ou melhor dizendo, do Artigo 421, CC. 
15 
 
 O processo é de um motorista de aplicativo, que durante a alteração de 
cadastro do carro utilizado por um novo do qual havia comprado o seu ID na 
plataforma da empresa foi bloqueado. Na decisão do bloqueio da conta consta 
como compartilhamento de contas e junto a fatos de comprovação de que houve 
esse compartilhamento pela parte ré do processo e de acordo com o contrato 
estabelecido entre as partes, a empresa utilizou como parte de sua defesa o 
Artigo 421, CC, pois o contrato entre as partes é regido pelo Código Civil. 
 O entendimento na decisão final consta como uma parte da relação 
contratual descumpre com um de suas normas estabelecidas em contrato, é 
mantida a decisão de que a parte recorrente é vencida. Segue abaixo a decisão: 
 
“JUIZADO ESPECIAL. DIREITO CIVIL. TRANSPORTE INDIVIDUAL DE 
PASSAGEIROS. APLICATIVO. DESLIGAMENTO DO 
CONDUTOR. RESILIÇÃO UNILATERAL. LIBERDADE 
CONTRATUAL. ARTIGO 421DO CÓDIGO CIVIL. RECURSO CONHECIDO E 
NÃO PROVIDO. 
 
1. Trata-se de recurso interposto pela parte autora em face da sentença que 
julgou improcedentes os pedidos para que fosse efetuado o imediato 
desbloqueio do seu acesso à plataforma da ré, além da condenação ao 
pagamento de lucros cessantes e danos morais. Relata que era motorista do 
aplicativo desde o ano de 2016 trabalhando com veículo alugado, sendo que 
foi surpreendido com o bloqueio da sua conta efetivado no dia seguinte após 
promover a alteração do veículo na plataforma para um novo automóvel que 
adquiriu. Sustenta que a situação caracteriza relação de consumo, sendo que 
não há demonstração de que ocorreu o alegado compartilhamento da sua 
conta. Inclusive, assinala que os documentos juntados pela ré para comprovar 
o alegado apenas indicam o registro de um motorista diverso, sem qualquer 
liame com os fatos nos autos. Assevera que o bloqueio unilateral ofende a 
ampla defesa. 
2. Não incide o CDC na situação indicada nos autos, uma vez que a relação 
entre o motorista e a plataforma virtual de transporte remunerado privado de 
individual de passageiros é regida pelo Código Civil. Precedente: (Acórdão 
16 
 
1098112, 07001468620188070005, Relator: ARNALDO CORRÊA SILVA, 
Segunda Turma Recursal, data de julgamento: 23/5/2018, publicado no DJE: 
28/5/2018. Pág.: Sem Página Cadastrada.). 
3. A parte autora relata que atuava como motorista no aplicativo desde 2016, 
sendo que no dia subsequente à alteração na plataforma quanto ao veículo que 
utiliza foi surpreendido com o bloqueio da sua conta. Por outro lado, a parte ré 
sustenta que teria ocorrido o compartilhamento de contas, juntando aos autos 
fotografias do autor, além da cópia do cadastro de um outro motorista. 
4. Ainda que pela prova acostada pela parte ré não fique claro o alegado 
compartilhamento de contas (uma vez que as fotografias de verificação ID 
29225261, pág. 3 coincidem com a imagem do autor, enquanto que a parte ré 
não elucidou qual a correlação do prontuário ID 29225261, págs. 
4/5 com o autor), destaca-se que a relação entabulada entre as partes possui 
natureza civil, sendo que o artigo 421 do Código Civil assinala a liberdade 
contratual, com a mínima intervenção estatal. A possiblidade de cancelamento 
do acesso ao aplicativo também possui amparo nas cláusulas 8.1 e 8.2 do 
contrato entabulado entre as partes (?8.1. O Motorista Parceiro concorda que 
a 99, à sua livre discrição, poderá suspender ou cancelar sua utilização do 
serviço, incluindo, mas não se limitando: (i) por descumprimento e/ou violação 
destes Termos; (...)(ix) pelo uso inadequado ou abusivo do aplicativo, incluindo 
a utilização por terceiros ou transferência de sua conta (....) 8.2. o motorista 
parceiro concorda que o término de seu acesso ao serviço, por qualquer razão 
constante destes termos, pode ocorrer sem uma notificação prévia e todas as 
informações e dados constantes poderão ser permanentemente apagados.? - 
ID 29225259, p. 9). 5. Portanto, apesar da parte autora questionar o bloqueio 
imediato e as suas razões, além da suposta ofensa à ampla defesa, destaca-
se que independente da motivação da parte ré, a autonomia da vontade na 
liberdade contratual assegura o direito à resilição contratual 
(artigo 473 do Código Civil), sobretudo quando entende que a outra parte na 
relação contratual tenha descumprido alguma norma do seu interesse. 
Demonstrada a pretensão na resilição contratual, não existia necessidade de 
instaurar procedimento mediante ampla defesa para a extinção do vínculo 
contratual, sendo impossível impor à parte ré a manutenção da relação 
17 
 
contratual indesejada, bem como ausente o dever de reparar os supostos 
danos alegados pela parte autora. 
6. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. Sentença mantida. Condeno a 
parte recorrente vencida ao pagamento das custas processuais e dos 
honorários advocatícios que fixo em 10% do valor da causa. Contudo suspendo 
a exigibilidade na forma do art. 98, § 3º, do NCPC. 
7. A súmula de julgamento servirá de acórdão, consoante disposto 
no artigo 46 da Lei nº 9.099/95. 
Acórdão 
CONHECIDO. NÃO PROVIDO. UNÂNIME.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
8. CONCLUSÃO 
 
 
 Conclui-se, após análise, que a Lei de Liberdade Economia - 13.874/2019 
traz consigo, o crescimento econômico brasileiro, visto que em sua 
fundamentação, traz também uma flexibilização comercial. 
 Seus princípios são a boa-fé particular perante o pode público, e 
principalmente o princípio da intervenção mínima citado no parágrafo único do 
art. 421 do CC. Que defende o fato de o Estado intervir o menos possível nas 
relações particulares e seus incisos trazem segurança jurídica às partes 
litigantes. 
 Foi visto também casos em que a boa-fé foi violada em contratos com 
seguradora e uma violação a esses princípios trazidos com a alteração do código 
civil é passível de processo, como visto na nossa primeira pesquisa de 
jurisprudência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
https://www.google.com/amp/s/ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-
civil/funcao-social-do-contrato/amp/ 
 
https://www.conjur.com.br/2020-mar-30/direito-civil-atual-funcao-social-
contratos-lei-liberdade-economica-coronavirus 
 
https://www.migalhas.com.br/depeso/16458/funcao-social-do-contrato-no-
codigo-civil-2002 
 
https://www.migalhas.com.br/amp/quentes/270855/consumidor-idoso-e-
hipervulneravel-e-deve-ser-protegido-pelo-cdc--aponta-especialista 
 
https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-45/indenizacao-por-dano-moral-
do-consumidor-idoso-no-ambito-dos-contratos-de-planos-e-de-seguros-
privados-de-assistencia-a-saude/amp/ 
 
https://tjdf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1315149916/7143650820218070003-
df-0714365-
0820218070003?__cf_chl_captcha_tk__=yvamefZgccisQdlC5ZDhlc5w52C2QL
nvJJCILqgHHBA-1637181236-0-gaNycGzNC-U 
 
https://www.institutoformula.com.br/principais-alteracoes-trazidas-pela-lei-n-13-
874-2019-lei-da-liberdade-economica-no-codigo-civil/ 
 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10704778/artigo-421-da-lei-n-10406-de-10-
de-janeiro-de-2002 
 
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. 
 
BRASIL. Lei n° 13.874 de 20 de setembro de 2019. Institui a Declaração de 
Direitos de Liberdade Econômica

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