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FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA – 2018/2
ATIVIDADE DO 6º/5º SEMESTRES
2. Problema Apresentado
Um casal de idosos aluga uma casa em um bairro de periferia. Vivem com sua pequena aposentadoria e quase sempre atrasam o pagamento do aluguel. Um advogado que conhece o casal propõe mover uma ação de isenção de pagamento de locação com base no princípio da função social do contrato, porque ele afirma que quem não tem recursos não precisa cumprir as cláusulas de um contrato, porque o interesse público deve ser sempre superior ao interesse privado. Como o casal de idosos não pode pagar os honorários do advogado, eles procuram a Defensoria Pública para analisar se a solução é viável ou não.
Como membros da Defensoria Pública, as atividades que o grupo deverá realizar são:
1. Analisar dois ou três autores que escreveram sobre a função social do contrato e resumir o que eles disseram. 
2. Pesquisar nos julgados do Tribunal de Justiça de São Paulo se existe algum precedente de aplicação da função social do contrato a contratos de locação residencial. 
3. Escrever um texto de até 80 linhas como um parecer jurídico, para definir se é possível ou não aplicar a função social do contrato para embasar pedido de isenção de pagamento de contrato de locação residencial.
1-Analisar dois ou três autores que escreveram sobre a função social do contrato e resumir o que eles disseram. 
Carlos Roberto Gonçalves
Fonte: Obra Doutrinário Direito Brasileiro; 3 Contratos e atos unilaterais 2018 15ª edição/De acordo com o Novo Código de processo Civil.
Função Social do Contrato
A Função Social do contrato existe no momento em que é celebrada a relação jurídica entre duas ou mais pessoas criando direitos e obrigações. Segundo Carlos Roberto Gonçalves, o contrato social pode ser visto como “princípio moderno a ser observado pelo intérprete na aplicação dos contratos. Aliado aos princípios tradicionais, como o da autonomia da vontade e da obrigatoriedade, muitas vezes impedindo que estes prevaleçam.”
A função social é como uma forma limitadora da autonomia da vontade, impedindo que a autonomia esteja em confronto com o interesse social. É uma forma de intervenção estatal na confecção e interpretação dos instrumentos contratuais, para que esses tenham além da função de promover os interesses dos contratantes, tenham também importância para toda a sociedade.
Origem
A função social do contrato veio como uma das inovações do Código Civil de 2002 passando a ter uma preocupação mais firme com os aspectos sociais e a função exercida pelo instituto contratual. Os contratos são de indispensável utilidade atualmente, pois grande parte da dinâmica jurídica se realiza através deles. Foi visando uma maior sustentação de prioridades constitucionais como igualdade, dignidade e livre iniciativa por exemplo, e também atendendo a novas necessidades sociais, o código de 2002 trouxe à jurisprudência normas contratuais mais claras, objetivas e restritas do que as do código civil de 1916. A introdução de novos mecanismos que trata da função social dos contratos e o da boa-fé objetiva veio para auxiliar a aplicação do direito contratual.
Mesmo a função social sendo positivada como cláusula geral apenas em 2002 a preocupação e o interesse pela funcionalidade social sempre existiram no cenário jurídico. Antes da regularização destas normas, a função social dos contratos eram apenas ideias peculiarmente liberais.
Carlos Roberto Gonçalves ainda nos diz que, a função social tem como principal função limitar a autonomia da vontade. Historicamente, o direito contratual permitia uma expansão muito grande da vontade das partes, fazendo com que estes possam enquadrar o contrato dentro de suas próprias concepções. Sendo assim, cada um impunha sua vontade de forma exasperada e não se limitavam a outras normas.
Pedro Lenza - Direito Civil Esquematizado
FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO
Segundo Pedro Lenza o Código Civil de 2002 procurou afastar-se das concepções individualistas que nortearam o diploma anterior para seguir orientação compatível com a socialização do direito contemporâneo. O princípio da socialidade por ele adotado reflete a prevalência dos valores coletivos sobre os individuais, sem perda, porém, do valor fundamental da pessoa humana. 
Com efeito, o sentido social é uma das características mais marcantes do novo diploma, em contraste com o sentido individualista que condiciona o Código Beviláqua. Há uma convergência para a realidade contemporânea, com a revisão dos direitos e deveres dos cinco principais personagens do direito privado tradicional, como enfatiza Miguel Reale: o proprietário, o contratante, o empresário, o pai de família e o testador.
Nessa consonância, dispõe o art. 421 do Código Civil: 
“A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.”
 A concepção social do contrato apresenta-se modernamente como um dos pilares da teoria contratual. Por identidade dialética, guarda intimidade com o princípio da “função social da propriedade” previsto na Constituição Federal e tem por escopo promover a realização de uma justiça comutativa, aplainando as desigualdades substanciais entre os contraentes.
Efetivamente, o dispositivo supratranscrito subordina a liberdade contratual à sua função social, com prevalência dos princípios condizentes com a ordem pública. Considerando que o direito de propriedade, que deve ser exercido em conformidade com a sua função social, proclamada na Constituição Federal, viabiliza-se por meio dos contratos, o novo Código estabelece que a liberdade contratual não pode afastar-se daquela função. 
A função social do contrato como condicionante da autonomia da vontade: a função social do contrato constitui, assim, princípio moderno a ser observado pelo intérprete na aplicação dos contratos. Alia-se aos princípios tradicionais, como os da autonomia da vontade e da obrigatoriedade, muitas vezes impedindo que estes prevaleçam. 
Segundo Caio Mário, a função social do contrato serve precipuamente para limitar a autonomia da vontade quando tal autonomia esteja em confronto com o interesse social e este deva prevalecer, ainda que essa limitação possa atingir a própria liberdade de não contratar, como ocorre nas hipóteses de contrato obrigatório. Tal princípio desafia a concepção clássica de que os contratantes tudo podem fazer porque estão no exercício da autonomia da vontade. Essa constatação tem como consequência, por exemplo, possibilitar que terceiros, que não são propriamente partes do contrato, possam nele influir, em razão de serem direta ou indiretamente por ele atingidos. 
Flávio Tartuce
Manual de Direito Civil – Volume Único chega à sua 5.ª edição
O Princípio da função social dos contratos para Flávio Tartuce conceitua-se como regramento em questão como sendo um princípio de ordem pública – art. 2.035, parágrafo único, do Código Civil –, pelo qual o contrato deve ser, necessariamente, interpretado e visualizado de acordo com o contexto da sociedade. 
A palavra função social deve ser visualizada com o sentido de finalidade coletiva, sendo efeito do princípio em questão a mitigação ou relativização da força obrigatória das convenções (pacta sunt servanda).
 Nesse contexto, o contrato não pode ser mais visto como uma bolha, que isola as partes do meio social. Simbologicamente, a função social funciona como uma agulha, que fura a bolha, trazendo uma interpretação social dos pactos. Não se deve mais interpretar os contratos somente de acordo com aquilo que foi assinado pelas partes, mas sim levando-se em conta a realidade social que os circunda. Na realidade, à luz da personalização e constitucionalização do Direito Civil, pode-se afirmar que a real função do contrato não é a segurança jurídica, mas sim atender os interesses da pessoa humana.
 Aprimorando o estudo do tema, faz-se necessária a transcrição do art. 421 do Código Civil de 2002, dispositivo que inaugura o tratamento do tema na atual codificação privada: “A liberdade de contratar será exercidaem razão e nos limites da função social do contrato”. 
Na esteira da melhor doutrina, observa-se que o dispositivo traz dois equívocos técnicos, que possivelmente serão corrigidos pelo outrora Projeto Ricardo Fiuza (PL 6.960/2002), agora PL 699/2011. Acatando as sugestões formuladas por Antônio Junqueira de Azevedo e Álvaro Villaça Azevedo, professores da Universidade de São Paulo, propõe-se mudança no texto, que passaria a ter a seguinte redação: “A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato”.
2- Pesquisar nos julgados do Tribunal de Justiça de São Paulo se existe algum precedente de aplicação da função social do contrato a contratos de locação residencial.
Ao analisar os julgados do Tribunal de Justiça de São Paulo não se encontra nenhum procedente de aplicação da função social do contrato a contratos de locação residencial, pois a pretensão de isenção do pagamento de locação com base no princípio da função social do contrato é inviável, sobretudo porque a função social tem um limite, não pode ela atingir o patrimônio do proprietário. 
A função social dos contratos, como princípio adotado pela nova teoria geral contratualista, ao lado dos princípios da boa-fé objetiva e do equilíbrio contratual, surge para possibilitar a isonomia entre as partes contratantes, visando maior harmonia na relação contratual. Sua aplicabilidade na esfera jurídica viabiliza a igualdade das partes e o equilíbrio contratual.
O autor GAGLIANO, afirma que: “A função social do contrato é, antes de tudo, um princípio jurídico de conteúdo indeterminado, que se compreende na medida em que lhe reconhecemos o precípuo efeito de impor limites à liberdade de contratar, em prol do bem comum”. (GAGLIANO, 2005, p.55).
Vale ressaltar que o contrato é uma relação jurídica obrigacional resultante de um acordo de vontades entre duas ou mais pessoas, onde cada um dos contratantes tem seus direitos e/ou obrigações,portanto, função social do contrato se trata de um princípio que visa regular a relação dos contratantes com a sociedade. Logo sua principal função é proteger o instituto do contrato, buscando verificarse a violação ao princípio da igualdade, consubstanciada em uma relação de desigualdade entre as partes contratantes, aplicando o princípio da função social do contrato, não para proteger a parte hipossuficiente, mas para restabelecer o regular funcionamento do contrato, visando sempre a proteção do Instituto do direito privado. 
A liberdade de contratar será exercida nos limites da função social do contrato, com efeito, a autonomia privada exercida através do contrato deve coexistir harmonicamente com os interesses da sociedade. Segundo JORGE CESA FERREIRA DA SILVA (2004, p. 123):“se adotássemos a ideia da liberdade individual no contrato, como força obrigatória, ele seria fonte geradora de anarquia social”.
De acordo com o Princípio da obrigatoriedade dos Contratos (pacta sunt servanda ou da intangibilidade), uma vez externadas as vontades em contratar, o contrato torna-se obrigatório entre as partes, com força de Lei, devendo suas regras serem cumpridas pelas partes. Segundo Orlando Gomes: “O princípio da força obrigatória dos contratos consubstancia-se na regra de que o contrato é lei entre as partes. Tendo sido celebrado com observância de todos os pressupostos e requisitos, deve ser executado pelas partes como se suas cláusulas fossem preceitos imperativos”. (GOMES, Orlando. Contratos, 7ª ed. Forense, Rio de Janeiro, 1979, p. 40).
Importante frisar ainda que a função social do contrato deve ser analisada sob a premissa de que o contrato “não pode trazer onerosidade excessiva, desproporção e injustiça social, bem como, não pode violar interesses individuais que abranjam a proteção da dignidade humana.” (BASSO, 2008, p.46). Logo, assim como no presente caso, o patrimônio do proprietárionão pode ser atingido. 
3- Escrever um texto de até 80 linhas como um parecer jurídico, para definir se é possível ou não aplicar a função social do contrato para embasar pedido de isenção de pagamento de contrato de locação residencial.
PARECER JURÍDICO
EMENTA
DIREITO CIVIL. Art. 421, do CÓDIGO CIVIL. FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO. PEDIDO DE INSENÇÃO DE PAGEMENTO DE CONTRATO DE LOCAÇÃO RESIDENCIAL. PEDIDO INVIAVEL.
RELATÓRIO 
Trata-se de consulta acerca de um casal de idosos X, referente a uma possível ação judicial de isenção de pagamento de locação com base no princípio da função social do contrato ser viável ou não.
É o relatório, passo a opinar.
FUNDAMENTAÇÃO
Um casal de idosos que vivem com uma pequena aposentaria quase sempre atrasam o pagamento do aluguel. Um advogado que conhece o casal propõe mover possível ação judicial de isenção de pagamento de locação com base no princípio da função social do contrato, afirmando que quem não tem recursos não precisa cumprir as cláusulas de um contrato, pois segundo ele o interesse público deve ser sempre superior ao interesse privado. Como o casal de idosos não pode pagar os honorários advocatícios devido a sua baixa renda, eles procuram saber se a solução é viável ou não.
No tocante a isso, destaca-se que a Função Social do Contrato, como princípio adotado pela nova teoria geral contratualista, ao lado dos princípios da boa-fé objetiva e do equilíbrio contratual, surge para possibilitar a isonomia entre as partes contratantes, visando maior harmonia na relação contratual. Segundo o Código Civil de 2002, ao analisar o seu art. 421 podemos ver que o contrato deixa de se configurar como um mero instrumento privado de manifestação de vontades e passa a ser considerado um verdadeiro garantidor de direitos sociais, tendo em vista garantir a própria dignidade da pessoa humana.
Previsto no art. 421 do Código Civil, é assim delineado: “A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato”.
Para Gonçalves ao se deparar com o artigo declara que a “função social do contrato constitui, assim, princípio moderno a ser observado pelo intérprete na aplicação dos contratos.” (GONÇALVES, 2010, p.25). 
A professora Maria Helena Diniz lembra que o art. 421 vem a manter o princípio da conservação dos contratos quando este tende a reequilibrar a obrigação com base em sua função social. Vê-se que toda atividade negocial, fruto da autonomia de vontades, tem sua origem através do prisma da função social, e a liberdade negocial tem justo limite no interesse social e na proteção a dignidade da pessoa humana.
Essa negociação sempre vai ser limitada pela busca das garantias dos melhores interesses da coletividade, pois o interesse privado não poderá se suplantar pelo interesse da coletividade.
Neste caso nota-se que o pedido de isenção do pagamento de locação com base no princípio da função social do contrato é inviável, tendo em vista que um contrato entre particulares, atinge somente a eles, via de regra, e a função social tem um limite onde não se pode lesar o contratante, pois é como uma forma limitadora da autonomia da vontade, onde impedi que tal autonomia esteja em confronto com o interesse social e é também uma forma de intervenção estatal na confecção e interpretação dos instrumentos contratuais, para que esses tenham além da função de promover os interesses dos contratantes, importância para toda a sociedade.
O princípio da função social dos contratos, importa na necessidade de vislumbrar a relação do contrato com o seu contexto social e não apenas sob o prisma individual, relativo aos contratantes, porque o contrato apresenta consequências, também, em relação à sociedade. Nelson Nery Junior aporta que a função social dos contratos possui a condição de cláusula geral, de modo que: O contrato estará conformado à sua função social quando as partes se pautarem pelos valores da solidariedade (CF, art. 3º, I) e da justiça social (CF, art. 170 caput), da livre-iniciativa, for respeitada a dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), não se ferirem valores ambientais (CDC, 51, XIV) etc. (NERY JUNIOR, 2003, p.336) Por outro lado, o princípio dafunção social será violado, dentre outras, nas hipóteses em que seus efeitos venham a prejudicar os interesses da sociedade, ou mesmo de terceiros que não tenham relação direta ao negócio jurídico pactuado. 
O contrato não apenas deve estar ligado as regras estabelecidas entre as partes, mas também buscar um tratamento idôneo e lealdade onde as partes devem agir de acordo com o principio da boa- fé visando assim a igualdade e o equilíbrio contratual. Na busca deste equilíbrio contratual, o direito terá um papel destacado na busca da delimitação imposta pela lei, que também será legitimadora da autonomia de vontade das partes, passando a proteger determinados interesses, agora não de cunho individual, mas de interesse social.
 Se levarmos em conta a PACTA SUNT SERVANDA PASS onde se entende que o contrato faz lei entre as partes no sentido de que o contrato obriga as partes contratantes nos limites do equilíbrio dos direitos entre elas a fim de garantir segurança jurídica. O que é estabelecido entre as partes deve ser cumprido, se torna algo mas relativizado, ou seja, as partes estão realmente obrigadas a cumprir os seus deveres com seus direitos e garantias. Esses deveres devem ser contratados de maneira equilibrada a preservar o interesse da coletividade e também da própria dignidade da pessoa humana entre os contratantes.
O contrato continua se configurando como instrumento obrigatório, o que as partes estabeleceram como garantias e deveres devem ser cumpridos, mas sempre tendo como ótica de interpretação a questão de se preservar o interesse social como forma de se garantir uma justa adequação dos direitos e deveres estabelecidos entre os contratantes.
CONCLUSÃO
Ante o exposto, concluo que o casal não pode, portanto, se isentar do pagamento de locação se, evidenciado que, de boa-fé, assinaram o contrato como locatários, máxima porque, conforme já ressaltado, a função social possui limite. Deve, portanto, prevalecer o ato jurídico concretizado, juntamente sobre a perspectiva dos princípios contratuais. 
	Pode o casal, entretanto, buscar os meios de ajuda do governo federal que dispõe alguns benefícios sociais, entre eles, o Aluguel Social, regido pela lei nº 8.742/93, juntamente com o decreto nº 6.307/07 que se caracteriza como beneficio voltado aos cidadãos e famílias que vivem em condições sociais de vulnerabilidade ou calamidade pública.
É o Parecer. 
BIBLIOGRAFIA:
· BASSO, Maurício. A função social como elemento da teoria geral dos contratos. 2008. 60 f. Monografia (Bacharelado em Direito)– Universidade do Vale do Itajaí, Tijucas, 2008.
· BITTAR, Carlos Alberto. Os direitos da personalidade. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003
· GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil: contratos: teoria geral. São Paulo: Saraiva, 2005. 
· GAGLIANO, Pablo Stolze. O novo Código Civil e os contratos celebrados antes da sua vigência. Jus Navigandi, Teresina, ano 8, n. 64, 1 abr. 2003. Disponível em: . Acesso em: 21 maio 2011. 
· GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Vol. III. Contratos e Atos Unilaterais. São Paulo: Saraiva, 2010.
· MOTTA, Ivan Dias da; CAVALLINI, Viviane Cristina Rodrigues. O conceito de personalidade no âmbito dos direitos da personalidade. Revista Jurídica Cesumar – Mestrado. Maringá, v. 9, n. 620, p. 619-633, jul./dez. 2009.
· SANTOS, Antonio Jeová. A função social do contrato. São Paulo: Método, 2004.

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