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1 1 CONTRATOS EM GERAL FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO OSVALDO LUIS NANNICKEL RA – B955GE4 ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS Trabalho apresentado como exigência para a avaliação do Segundo bimestre em disciplinas do curso de Direito da Universidade Paulista sob orientação dos professores do semestre. SOROCABA 2021 2 2 “A coisa mais indispensável a um homem é reconhecer o uso que deve fazer do seu próprio conhecimento.” “A punição que os bons sofrem, quando se recusam a agir, é viver sob o governo dos maus. Platão 3 3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO........................................................,,,,,,,,,,,,.................................,,,,.......5 1. CASO CONCRETO.........................................,,,,,,,,,,,,....................,.................,,,......6 2.ANÁLISE DO CASO CONCRETO.................................................................,,..,....,...7 3. ORIENTAÇÕES AOS CLIENTES ESOLUÇÃO PARA O CASO.............................,..8 4CONCLUSÃO.....................................................................................................,.........9 REFERÊNCIAS........................................................................................................,,....10 4 4 PROBLEMA APRESENTADO Um casal de idosos aluga uma casa em um bairro de periferia. Vivem com sua pequena aposentadoria e quase sempre atrasam o pagamento do aluguel. Um advogado que conhece o casal propõe mover uma ação de isenção de pagamento de locação com base no princípio da função social do contrato, porque ele afirma que quem não tem recursos não precisa cumprir as cláusulas de um contrato, porque o interesse público deve ser sempre superior ao interesse privado. Como o casal de idosos não pode pagar os honorários do advogado, eles procuram a Defensoria Pública para analisar se a solução é viável ou não; TAREFA Como membros da Defensoria Pública, as atividades que o grupo deverá realizar são: 1. Analisar dois ou três autores que escreveram sobre a função social do contrato e resumir o que eles disseram. 2. Pesquisar nos julgados do Tribunal de Justiça de São Paulo se existe algum precedente de aplicação da função social do contrato a contratos de locação residencial. 3. Escrever um texto de até 80 linhas como um parecer jurídico, para definir se é possível ou não aplicar a função social do contrato para embasar pedido de isenção de pagamento de contrato de locação residencial. 4. O texto e a pesquisa de julgados deverão ser postados para avaliação 5 5 INTRODUÇÃO Este trabalho integra as Atividades Práticas Supervisionadas (APS), sendo este semestral, interdisciplinar, extraclasse e em equipe, do Curso de Direito da Universidade Paulista – UNIP – CIDADE/UF. O presente trabalho tem por objetivo principal analisar e apresentar soluções cabíveis no caso exposto regido pelo tema do Contrato em geral e a Função Social do Contrato. O cerne de questão que será analisada primeiramente com base na lei e posteriormente buscando entendimento jurisprudencial para que seja feita dessa forma um aprofundamento em relação ao tema. Por fim, será apresentado um parecer jurídico sobre a possível solução para o caso concreto. 6 6 1. CASO CONCRETO Um casal de idosos aluga uma casa em um bairro de periferia. Vive m com sua pequena aposentadoria e quase sempre atrasam o pagamento do aluguel. Um advogado que conhece o casal propõe mover uma ação de isenção de pagamento de locação com base no princípio social do contrato, por que ele afirma que quem não tem recursos não precisa cumprir as cláusulas de um contrato, porque o interesse público deve ser sempre superior ao interesse privado. Como o casal de idosos não pode pagar os honorários do advogado, eles procuram a Defensoria Pública para analisar se a solução é viável ou não. 2. ANÁLISE DO CASO CONCRETO Apesar de ser um princípio moderno, onde o interprete deve se atentar na aplicação do contrato. A função social serve também como uma limitação aos princípios tradicionais. Uma situação de conflito entre um de autonomia privada e interesse social, deve prevalecer, no entanto Função social do contrato é a relação dos contratantes com a sociedade, pois produz efeitos perante terceiros. A principal consequência jurídica da função social dos contratos é a ineficácia de relações que acaba por ofender interesses sociais, a dignidade da pessoa. Como razão e motivo determinante da liberdade de contratar (rectius -liberdade contratual) inserida no art. 421 do atual Código Civil: “A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.” O Código Civil de 2002, nos traz em seu art. 275 o que se refere as cláusulas “A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.” 7 7 Não há como falar em isenção de pagamento de locação com base no Princípio da função social do contrato, visto que os mesmos firmaram contrato de livre e espontânea vontade, onde estavam cientes de todas as cláusulas e condições descritas no contrato. O presente contrato foi assinado de livre arbítrio pelo casal de idosos, pois os mesmos estavam cientes que seus proventos poderiam não ser suficientes para arcar com os aluguéis. A função social do contrato, como razão e motivo, nos moldes em que está sendo proposta, cai no vazio, no subjetivismo, apta a conduzir à arbitrariedades, dada a sua relatividade, porque o que é social para um poderá não ser para o outro, e em nome do “social”, como função, facilmente instaura-se a insegurança jurídica, adotando-se uma teoria revisionista dos contratos “A concepção social do contrato apresenta-se modernamente como um dos pilares da teoria contratual. Por identidade dialética guarda intimidade com o princípio da “função social da propriedade” previsto na Constituição Federal. Tem por escopo promover a realização de uma justiça comutativa, aplainando as desigualdades substanciais entre os contraentes”.(Carlos Roberto Gonçalves) De acordo com o apresentado acima, fica claro que a função social do contrato tem a função de proteger a dignidade da pessoa humana, atribuindo que todo contrato deve respeitar o princípio da razão social. Importante ressaltar que com a Constituição de 1988 a dignidade da pessoa humana tornou-se o centro do nosso ordenamento jurídico, influenciando de forma direta em nosso Código Civil. “O contrato constituiu uma espécie de negócio jurídico, de natureza bilateral ou plurilateral, dependendo, para a sua formação, do encontro da vontade das partes, por ser ato regulamentador de interesses particulares, reconhecida pela ordem jurídica, que lhe dá força criativa. (DINIZ, 2004, p.23)”. Importante lembrar que a função social é uma cláusula geral que exige elementos compatíveis com a probidade e de boa-fé objetiva. “Trata- se, sem sombra de dúvida, do princípio básico que deve se reger todo o ordenamento normativo no que diz respeito à matéria contratual. 8 8 O contrato, embora aprioristicamente se refira somente às partes pactuantes (relatividade subjetiva), também gera repercussões e – por que não dizer? – deveres jurídicos para terceiros, além da própria sociedade, de forma difusa. (Miranda, revista virtual Direito do Brasil). 3.ORIENTAÇÃO AO CLIENTE E SOLUÇÃO PARA O CASO Diante exposto, procederiaa orientação ao cliente pauta dano que segue: Demonstrar que não há possibilidade visto que o art. 427 do Código Civil de 2002 dispõe que a proposta do contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. Orientar os clientes para um possível acordo com parcelamento dos débitos e pedir um prazo maior para que se possa desocupar o imóvel, por se tratar de idosos e os mesmos não poderiam ser despejados do local visando o que está descrito no Estatuto do Idoso em seu Artigo 37 da Lei nº 10.741 de 01 de outubro de 2003, caput: ”O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública ou privada”. No entanto, a Lei do inquilinato dispõe no artigo 23 que o locatário fica obrigado à: “I - pagar pontualmente o aluguel e os encargos da locação, legal ou contratualmente exigíveis, no prazo estipulado ou, em sua falta, até o sexto dia útil do mês seguinte ao vencido, no imóvel locado, quando outro local não tiver sido indicado no contrato;” Não podendo então, se esquivar da obrigação de adimplir seus débitos referentes ao contrato firmado com o proprietário do imóvel em questão. 9 9 CONCLUSÃO Contrato de locação residencial é o instrumento por meio do qual o proprietário (locador) cede o uso de seu imóvel urbano para que outra pessoa ( locatária) nele resida. O contrato deverá prever os direitos e os deveres de cada uma das partes envolvidas, tais como a responsabilidade pelo pagamento de tributos e a indenização de obras e melhoramentos realizados no imóvel. O aluguel de imóvel residencial, possui algumas peculiaridades e é essencial que as partes firmem um contrato escrito, com a maior clareza e esclarecimentos possíveis, a fim de que sejam evitados transtornos e também tem a finalidade de evitar que as partes enfrentem uma difícil e angustiante Ação de Despejo. A lei do inquilinato descreve direitos e deveres entre as partes durante a vigência do contrato. No caso de problemas com inquilino, como falta de pagamento, é direito do proprietário solicitar o imóvel antes do término de contrato, seja amigável mente ou por meio de ação de despejo, multa e eventualmente inclusão do mesmo no serviço de proteção ao crédito, caso seja solicitado pelo proprietário. O contrato de locação, por ser um dos mais utilizados no âmbito contratual, merece uma análise especial, tanto que o legislador para isto, designou uma lei específica para este tipo de contrato. Finalmente, a adoção da teoria da função social, nebulosa e imprecisa, como expressão de utilidade social, faz com que, na sua imprecisão, a referida relevância jurídica, seja difícil de concretizar-se e estabelecer-se. O que conduz à nulidade do contrato ilicitude do seu objeto. O que se deve buscar é o justo. Ressalta-se a importância do total conhecimento sobre os efeitos do contrato e por consequência não ser surpreendido ao ser executado para o cumprimento de uma obrigação. 10 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GONÇALVES, Car los Roberto. Direito Civil Brasileiro. Volume III: Contratos e Atos Unilaterais. 9.ed., São Paulo: Saraiva, 2012. DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro, volume 3: teoria das obrigações contratuais e extracontratuais. 2 ºedição. São Paulo: Saraiva, 2004.) MIRANDA, Maria Bernadete. Teoria geral dos contratos. Revista Virtual Direito Brasil.2008. Disponível em: HTTP://direitobrasil.adv.br/ artigos/cont.pdf. Acesso em 22 de março de 2021.
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