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Gestão da cadeia de suprimentos Bianca Simões de Campos Almeida Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Simone M. P. Vieira – CRB 8a/4771) Almeida, Bianca Simões de Campos Gestão da cadeia de suprimentos / Bianca Simões de Campos Almeida. – São Paulo : Editora Senac São Paulo, 2021. (Série Universitária) Bibliografia. e-ISBN 978-65-5536-933-5 (ePub/2021) e-ISBN 978-65-5536-934-2 (PDF/2021) 1. Logística : Distribuição de produtos 2. Logística empresarial 3. Gerenciamento da cadeia de suprimentos 4. Supply Chain Management I. Título. II. Série. 21-1413t CDD – 658.78 BISAC BUS116000 BUS078000 Índice para catálogo sistemático 1. Logística : Distribuição de produtos 658.78 M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Bianca Simões de Campos Almeida M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Administração Regional do Senac no Estado de São Paulo Presidente do Conselho Regional Abram Szajman Diretor do Departamento Regional Luiz Francisco de A. Salgado Superintendente Universitário e de Desenvolvimento Luiz Carlos Dourado M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Editora Senac São Paulo Conselho Editorial Luiz Francisco de A. Salgado Luiz Carlos Dourado Darcio Sayad Maia Lucila Mara Sbrana Sciotti Luís Américo Tousi Botelho Gerente/Publisher Luís Américo Tousi Botelho (luis.tbotelho@sp.senac.br) Coordenação Editorial/Prospecção Dolores Crisci Manzano (dolores.cmanzano@sp.senac.br) Administrativo grupoedsadministrativo@sp.senac.br Comercial comercial@editorasenacsp.com.br Acompanhamento Pedagógico Otacília da Paz Pereira Designer Educacional Janaina Nascimento Menezes da Silva Revisão Técnica Ana Paula Morais Boteon de Lima Colaboração Josivaldo Petronilo da Silva Preparação e Revisão de Texto Camila Lins Projeto Gráfico Alexandre Lemes da Silva Emília Corrêa Abreu Capa Antonio Carlos De Angelis Editoração Eletrônica Michel Iuiti Navarro Moreno Ilustrações Michel Iuiti Navarro Moreno Imagens Adobe Stock Photos E-pub Ricardo Diana Proibida a reprodução sem autorização expressa. Todos os direitos desta edição reservados à Editora Senac São Paulo Rua 24 de Maio, 208 – 3o andar Centro – CEP 01041-000 – São Paulo – SP Caixa Postal 1120 – CEP 01032-970 – São Paulo – SP Tel. (11) 2187-4450 – Fax (11) 2187-4486 E-mail: editora@sp.senac.br Home page: http://www.livrariasenac.com.br © Editora Senac São Paulo, 2021 Capítulo 1 Introdução ao gerenciamento da cadeia de suprimentos, 7 1 Definição de supply chain management, 8 2 Questões fundamentais da gestão da cadeia de suprimentos, 10 3 Objetivo da cadeia de suprimentos, 17 4 Planejamento da cadeia de suprimentos, 18 Considerações finais, 21 Referências, 22 Capítulo 2 Alinhamento estratégico da cadeia de suprimentos, 23 1 Conhecendo o cliente, 24 2 Conhecendo a cadeia de suprimentos, 29 3 Realizando o alinhamento estratégico, 33 Considerações finais, 36 Referências, 37 Capítulo 3 Operações de fabricação e distribuição em cadeias de suprimentos, 39 1 Gerenciamento do fluxo de produção na cadeia de suprimentos, 40 2 Estratégias de produção na cadeia de suprimentos, 42 3 A fronteira push-pull, 47 Considerações finais, 49 Referências, 49 Capítulo 4 Utilizando a tecnologia da informação e comunicação, 51 1 Relevância e uso da informação, 52 2 Tecnologias aplicadas à gestão da cadeia de suprimentos, 58 Considerações finais, 60 Referências, 60 Capítulo 5 Estratégias de localização, 63 1 Evolução dos estudos de localização industrial, 64 2 Fundamentos da localização espacial de empresas, 68 3 Decisões de localização espacial de empresas, 70 4 Métodos para a determinação da localização, 73 Considerações finais, 78 Referências, 79 Capítulo 6 Estratégias logísticas, 81 1 Estratégias logísticas para suprimentos, 82 2 Estratégias logísticas para embalagens, 87 3 Estratégias logísticas para armazenagem, 89 4 Estratégias logísticas para distribuição e transporte, 92 5 Estratégias logísticas para planejamento, 94 6 Estratégias logísticas para suporte ao planejamento (tecnologia da informação), 96 Considerações finais, 98 Referências, 98 Sumário M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 6 Gestão da cadeia de suprimentos Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Capítulo 7 Custos logísticos e gerenciamento de riscos na cadeia de suprimentos, 101 1 Definição de custo logístico, 102 2 Análise de trade-off, 103 3 Custos logísticos totais na logística integrada, 106 4 Gestão financeira no projeto da cadeia de suprimentos, 110 5 Riscos na cadeia de suprimentos, 113 6 Estratégias de mitigação e contingenciamento na cadeia de suprimentos, 115 Considerações finais, 116 Referências, 117 Capítulo 8 Custeio baseado em atividades e curva ABC, 119 1 O que é activity-based costing (ABC)?, 120 2 Como funcionam os direcionadores de custos?, 122 3 Curva ABC, 126 Considerações finais, 129 Referências, 129 Sobre a autora, 131 7 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 1 Introdução ao gerenciamento da cadeia de suprimentos Neste capítulo iremos apresentar a definição de supply chain ma- nagement, ou cadeia de suprimentos, e tratar de sua importância tanto para a empresa como para o cliente final. Vamos abordar suas questões fundamentais, tratando de produção, estoque, localização e informação e também do gerenciamento estratégico. Ademais, compreenderemos o objetivo de uma cadeia de suprimentos e a extrema necessidade de planejamento das operações. 8 Gestão da cadeia de suprimentos Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 1 Definição de supply chain management Para uma melhor definição de supply chain management (SCM), pre- cisamos entender conceitualmente esse termo. Em resumo, o gerenciamento da cadeia de suprimentos envolve os elos e processos necessários para a obtenção de recursos. De acordo com Chopra e Meindl (2002), a cadeia de suprimentos engloba todos os estágios envolvidos,de forma direta ou indireta, no atendimento de um cliente. Ela traz dinamismo e opera em um fluxo constante de informações, produtos e dinheiro (fundos) entre os dife- rentes estágios. Cada estágio da cadeia de suprimentos executa dife- rentes processos e interage com outros estágios da cadeia. Em paralelo, Marien (1998 apud NOVAES, 2007) complementa a de- finição anterior com o conceito adotado pelo Fórum SCM, realizado na Ohio University: “SCM é a integração dos processos industriais e comer- ciais, partindo do consumidor final e indo até os fornecedores iniciais, gerando produtos, serviços e informações que agreguem valor para o cliente”. NA PRÁTICA Para melhor compreensão desse conceito, podemos trazer um exemplo do nosso dia a dia. Suponha que você precisa ir a uma reunião amanhã e descobre que sua calça preferida está danificada, de modo que você necessita urgente- mente adquirir outra. A supply chain inicia a partir da sua necessidade por essa peça de roupa. O próximo elemento da cadeia é a loja em que você irá comprar a roupa; antes, temos a saída do produto do estoque para a prateleira; ainda an- tes, a saída do fabricante ou do centro de distribuição para esse estoque e o transporte utilizado para a entrega dos produtos ou da matéria-prima até esse fabricante ou distribuidor. 9Introdução ao gerenciamento da cadeia de suprimentos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. A loja que está vendendo a calça disponibiliza o produto na prateleira com seu devido preço, e você, ao adquiri-lo, transfere fundos para a loja. Em paralelo, a loja reverte esses fundos para o ponto de venda e para os fornecedores para reabastecimento do estoque. Na figura 1, é possível observar como funciona esse processo e po- deremos discutir melhor todo esse processo. Figura 1 – Fluxo da cadeia de suprimentos de uma calça Cliente que quer comprar a calça Disponibilização para o cliente do varejo Estoque da loja de varejo Centro de distribuição Indústria Confecção de vestuários Indústria Embalagens plásticas Indústria química (exemplo: petróleo) Atacadista Indústria têxtil Produtor de algodão Transferência de fundos do cliente para a loja de varejo Fundos adquiridos pela loja de varejo Fonte: adaptado de Chopra e Meindl (2002). Podemos identificar, a partir da figura 1, que o real motivo de exis- tir a supply chain é a premissa de atender da melhor forma possível às necessidades do cliente, gerando lucros. Segundo Chopra e Meindl (2002, p. 5): 10 Gestão da cadeia de suprimentos Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .O termo “cadeia de suprimento” representa produtos ou supri- mentos que se deslocam ao longo da seguinte cadeia: fornece- dores, fabricantes, distribuidores, lojistas e clientes. É importante visualizar os fluxos de informações, monetário e de produtos em ambos os sentidos dessa cadeia. O termo também infere que apenas um responsável é envolvido em cada estágio. Na realida- de, um fabricante pode receber material de diversos fornecedores e depois abastecer diversos distribuidores. Portanto, a maioria das cadeias de suprimento é, na verdade, composta por redes. Seria mais correto utilizar um termo como “rede de suprimento” para descrever a estrutura da maioria das cadeias de suprimento. (CHOPRA; MEINDL, 2002, p. 5) PARA SABER MAIS Para compreender melhor, de forma simples e resumida, o que é supply chain e como ela pode fazer toda a diferença em qualquer tipo de negócio, assista ao vídeo “O que é supply chain? (O que é cadeia de suprimen- tos?)”, disponível no canal do Blog Abri Minha Empresa, no YouTube. 2 Questões fundamentais da gestão da cadeia de suprimentos A gestão da cadeia de suprimentos possui um elo em todas as eta- pas do processo. Esses elos também podem ser chamados de fato- res-chave de desempenho. Neste tópico trataremos de forma simples e direta de cada um deles. É importante compreender que o gerencia- mento da cadeia de suprimentos envolve o controle dos fluxos entre os estágios da cadeia para maximizar a lucratividade total (CHOPRA; MEINDL, 2002). Outro ponto importante a ser abordado serão as dificuldades e os entraves que os gestores enfrentam no projeto, no planejamento e na operação da cadeia de suprimentos. 11Introdução ao gerenciamento da cadeia de suprimentos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Idealmente, quando existe um projeto bem desenvolvido e com ges- tão de todas as áreas envolvidas, a cadeia de suprimentos atenderá ao cliente final (que é o seu objetivo) da melhor forma possível, no tempo necessário, com o melhor custo ao consumidor e o maior lucro. Figura 2 – Fatores-chave da cadeia de suprimentos Produção Estoque Localização Transporte Informação 1 2 3 4 5 1 – Produção Quando falamos de produção na cadeia de suprimentos, para con- seguirmos obter os parâmetros de forma adequada, não podemos fo- car apenas na capacidade de produção de uma fábrica e no tempo de execução em si, mas entender o desenvolvimento do projeto como algo maior, unificado e com fluxo de funcionamento de alto desempenho. PARA PENSAR Podemos refletir com um trecho de Ballou (1992, p. 23): Nenhuma firma de produção ou serviços pode operar sem executar atividades logísticas em algum grau. Portanto, todos que desejam subir na carreira executiva precisam ter alguma compreensão dos problemas logísticos e saber como tratá-los. Já parou para imaginar como definir uma estratégia de produção eficaz? Perceba que entender a produção dessa forma torna a perspectiva sobre ela simplesmente mais abrangente. Notou que, para uma tomada de decisão sobre a produção, é necessário observar exatamente os de- mais aspectos envolvidos? 12 Gestão da cadeia de suprimentos Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Agora que entendemos a produção como algo muito maior do que o chão fabril, vamos compreendê-la como um processo sistêmico de entradas (inputs, em inglês), que fazem parte de um processo de trans- formação e que geram as saídas (outputs, em inglês), as quais podem ser produtos e/ou serviços e resíduos/lixo, conforme apresentado na figura 3. Figura 3 – Visão sistêmica Entradas (mão de obra, matérias- -primas, máquinas) Processo de transformação Logística reversa Saídas (produtos, serviços e resíduos) Fonte: adaptado de Pires (2016). Segundo Pires (2016), o processo logístico faz parte do sistema pro- dutivo, no qual temos a entrada dos recursos a serem transformados dentro do ciclo de distribuição dos materiais e, por fim, o escoamento das saídas, quando é preciso lidar com outros pontos externos, como o descarte de resíduos ou produtos com defeito, que voltarão ao início do fluxo. Nesse processo, temos a cadeia de suprimentos e distribuição, que envolve a aquisição de recursos, o processamento e a chegada ao con- sumidor, bem como uma série de atividades que ocorrem nointerior da empresa e que se conectam. 2 – Estoque De acordo com Chopra e Meindl (2002), o estoque nada mais é do que os produtos acabados, em processamento ou a matéria-prima den- tro de uma cadeia de suprimentos. Ele é um fator de extrema impor- tância, pois um nível de estoque adequado poderá atender ao cliente 13Introdução ao gerenciamento da cadeia de suprimentos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. imediatamente, porém, quando muito alto, pode gerar custos extras, sendo, assim, menos eficiente. 3 – Localização (instalações) Chopra e Meindl (2002) definem a localização como o espaço em que o estoque é armazenado, montado ou fabricado, sendo que há dois tipos de instalação: onde o produto está sendo produzido e onde está sendo armazenado. A definição dos locais de instalação influencia dire- tamente a cadeia de suprimentos. A localização deve ser analisada para facilitar tanto a aquisição de insumos quanto a distribuição e movimentação de produtos acaba- dos. Essa decisão terá ligação direta com a eficiência e a responsivi- dade da firma. 4 – Transporte O transporte é o conector da cadeia de suprimentos. Ele será respon- sável pela movimentação do estoque de um ponto a outro. O transporte pode ser único ou multimodal (combinação de dois ou mais modais). Por exemplo: aéreo com rodoviário, ou marítimo com ferroviário, e as- sim por diante. Na figura 4, temos uma representação da participação do transporte na cadeia de suprimentos. Figura 4 – Transporte MANUFATURA VAREJISTA Transporte Transporte Transporte Transporte CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO Fonte: adaptado de Novaes (2007). No Brasil, o modal de transporte mais utilizado é o rodoviário, a des- peito da necessidade de uma manutenção mais adequada de sua infra- estrutura, que infelizmente possui baixa qualidade, elevando os custos de frete. 14 Gestão da cadeia de suprimentos Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Na figura 5, é apresentado um esquema que representa a distribui- ção do sistema logístico brasileiro. Gráfico 1 – Distribuição do sistema logístico brasileiro 65% 15% 11% 5% 4% 0% Rodoviário Ferroviário Cabotagem Hidroviário Dutoviário Aeroviário Fonte: adaptado de EPL (2016). Mesmo que atualmente o Brasil tenha maior investimento aplicado no modal rodoviário e ainda assim ele não tenha o valor mais baixo do mercado, devemos sempre analisar a necessidade da empresa e do cliente para a definição do transporte. De acordo com Ballou (1992), as características dos produtos a se- rem transportados, bem como os prazos e as necessidades do consu- midor, ditam quais são os modais mais apropriados para a movimenta- ção de cada carga em questão. NA PRÁTICA Vamos tratar de uma situação comum e entender variações para a me- lhor decisão de transporte. Uma empresa possui um pedido com prazo de entrega de 30 dias. Essa mesma empresa possui contrato com fornecedores na China e nos Estados Unidos. O valor de venda do fornecedor da China é de US$ 75.000,00 e gerará uma redução de 25% no valor de compra do produto em comparação com o preço dos Estados Unidos: US$ 100.000,00. 15Introdução ao gerenciamento da cadeia de suprimentos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Nesse momento precisamos analisar os cenários de prazo de entrega e custo de transporte, lembrando que ambos os fornecedores possuem os produtos a pronta entrega. Para estimativa de frete, nos baseamos em uma mercadoria com peso bruto de 800 kg e 3,3750 CBM. Tabela 1 – Estimativa de custos e prazos de cada operação EMBARQUE CHINA – VALORES EM USD Etapas do processo Aéreo Seair – marítimo + aéreo (multimodal) Marítimo Transit time (tempo do transporte internacional) 12 dias 26 dias 35 dias Frete internacional $ 10.000,00 $ 6.000,00 $ 500,00 Custo de taxas de destino $ 200,00 $ 300,00 $ 600,00 Valor de armazenagem $ 600,00 $ 600,00 $ 3.000,00 Frete rodoviário brasileiro $ 400,00 $ 390,00 $ 400,00 Total $ 11.200,00 $ 7.290,00 $ 4.500,00 EMBARQUE ESTADOS UNIDOS – VALORES EM USD Etapas do processo Aéreo Seair – marítimo + aéreo (multimodal) Marítimo Transit time (tempo do transporte internacional) 3 dias Não se aplica 20 dias Frete internacional $ 2.000,00 $ – $ 250,00 Custo de taxas de destino $ 200,00 $ – $ 600,00 Valor de armazenagem $ 600,00 $ – $ 3.000,00 Frete rodoviário brasileiro $ 400,00 $ – $ 400,00 Total $ 3.200,00 $ – $ 4.250,00 16 Gestão da cadeia de suprimentos Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Quando iniciamos o estudo de valor logístico e prazo para chegada no Brasil, com a disponibilização na fábrica, podemos identificar alguns pontos importantes. A diferença do valor do produto do fornecedor chinês foi de US$ 25.000,00, um número bem significativo. Porém, podemos observar, nos custos logísticos, que, primeiramente, não há tempo hábil para uti- lizarmos o transporte marítimo, assim, ele já será descartado. Ainda observando o embarque da China, temos mais duas opções: embarque aéreo ou multimodal. No caso do embarque multimodal, o prazo ficará extremamente apertado, pois temos que considerar que, após a chega- da da mercadoria, ainda haverá os processos de entrada no estoque do fornecedor e de emissão de documentos fiscais de venda, para somente depois haver a entrega ao cliente. Portanto, importando do fornecedor chinês, a melhor opção para atender ao prazo do cliente com folga e não correr o risco de ter possíveis atrasos é o embarque aéreo, embora o valor seja muito mais elevado do que o das outras duas opções. Quando partimos para a análise do fornecedor dos Estados Unidos, no- tamos que o valor dos custos e prazos são muito mais baixos e convi- dativos, mas ainda assim a diferença de US$ 25.000,00 do fornecedor chinês resulta em maior vantagem. Valor da mercadoria chinesa + despesas de transporte aéreo: US$ 86.200,00 Valor da mercadoria norte-americana + despesas de transporte aéreo: US$ 103.200,00 5 – Informação A informação é a parte mais importante da cadeia de suprimentos. É a partir dela que a gestão acontece e se desenvolve de maneira mais clara e precisa. Uma falha na comunicação pode gerar grandes prejuí- zos para a empresa. Para Chopra e Meindl (2002), a informação se defi- ne da seguinte forma: Consiste em dados ou análises a respeito de estoque, transporte, instalações e clientes, que fazem parte da cadeia de suprimento. A informação é potencialmente o maior fator-chave de desempe- nho da cadeiade suprimento, pois afeta diretamente cada um dos 17Introdução ao gerenciamento da cadeia de suprimentos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. demais fatores-chave. A informação propicia ao gerenciamento a oportunidade de tornar as cadeias de suprimento mais responsi- vas e eficientes. (CHOPRA; MEINDL, 2002, p. 50) Quando uma empresa obtém informação de demanda, nível de esto- que, tempo de produção, etc., ela poderá se programar em toda a cadeia de suprimentos, negociando com fornecedores de matéria-prima, trans- portadores, armazéns terceirizados, entre outras bases necessárias, e assim terá maior assertividade nas tomadas de decisão, reduzindo cus- tos e atendendo a todos os prazos. Atualmente existem diversos softwares de controle e disponibiliza- ção de informação que auxiliam toda a cadeia de suprimentos. Nos pró- ximos capítulos, abordaremos de maneira mais detalhada as tecnolo- gias dos sistemas de informação. 3 Objetivo da cadeia de suprimentos O grande objetivo da cadeia de suprimentos é o lucro gerado no processo. Quando falamos sobre lucro, não é considerado apenas o custo final do produto ao consumidor final, e sim a subtração entre o valor total da operação dentro da cadeia de suprimentos e o valor total de venda. Quanto mais bem planejada a operação, maior será a eficiência e maior será o lucro para a empresa, levando ao sucesso e ao alcance dos objetivos. De acordo com Chopra e Meindl (2002), o objetivo de toda cadeia de suprimentos é maximizar o valor global gerado, e seu sucesso deve ser mensurado em termos de lucratividade na cadeia inteira, e não em um estágio isolado. Quando demos o exemplo do cliente que precisava de uma calça, você pôde notar que o cliente é o objetivo a ser alcançado e a única 18 Gestão da cadeia de suprimentos Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .fonte de receita real. Ao analisarmos esse exemplo, notamos que esse cliente é o único com fluxo de caixa positivo; os demais custos são pa- gos com parte da receita gerada por esse mesmo cliente. Chopra e Meindl (2002) explicam a importância do gerenciamento adequado desses fluxos: Essa transferência de caixa aumenta os custos da cadeia de su- primento. Todos os fluxos de informação, produtos e fundos ge- ram custos dentro da cadeia. Portanto, o gerenciamento adequado desses fluxos é a chave para o sucesso da cadeia de suprimento. O gerenciamento da cadeia de suprimento envolve o controle dos fluxos entre os estágios da cadeia para maximizar a lucratividade total. (CHOPRA; MEINDL, 2002, p. 6) PARA SABER MAIS Para se aprofundar nos objetivos da cadeia de suprimentos, leia o artigo de Rhebeka Santos sobre o case da Dell Computers, intitulado “Cadeia de suprimentos voltada para o cliente: um estudo de caso da Dell Inc.”. Toda e qualquer estratégia de supply chain relaciona-se aos cinco elos mencionados neste capítulo, não apresentando um fim, e sim um constante fluxo que necessita de análise e planejamento. 4 Planejamento da cadeia de suprimentos Para que possa ser executado o melhor planejamento da cadeia de suprimentos, inicialmente são elaborados e discutidos os principais pontos do projeto a ser desenvolvido; posteriormente, foca-se nos fato- res-chaves relacionados ao planejamento estratégico. 19Introdução ao gerenciamento da cadeia de suprimentos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Chopra e Meindl (2002) definem a fase de planejamento da seguin- te forma: Como resultado dessa fase de planejamento, as empresas defi- nem um conjunto de políticas operacionais que lideram as ope- rações de curto prazo. Para as decisões tomadas durante essa fase, a configuração da cadeia de suprimento, determinada na fase estratégica, é fixa. Essa configuração estabelece restrições den- tro das quais cada planejamento deve ser realizado. As empresas iniciam a fase de planejamento com uma previsão de demanda para o ano seguinte (ou um período de execução semelhante) em diferentes mercados. O planejamento inclui decisões sobre quais mercados deverão ser supridos e de que locais, sobre a construção dos estoques, a terceirização da fabricação, as políticas de reabas- tecimento e estocagem a serem seguidas, as políticas que serão desempenhadas em relação a locais de reserva, no caso de incapa- cidade de atender a um pedido, e a periodicidade e dimensão das campanhas de marketing. (CHOPRA; MEINDL, 2002, p. 7) É importante ressaltar que qualquer ponta solta dentro de um pla- nejamento estratégico poderá gerar falha no processo como um todo, assim, é necessário que sejam observados e levantados os pontos de incerteza da operação, como possíveis atrasos, variação cambial, au- mento de valor de matéria-prima, oscilação ou mudança na demanda no decorrer do projeto. É fundamental que existam períodos de revisão para a tomada de decisões estratégicas e alinhamento. Para termos um panorama mais aprofundado do tema, de acordo com Bowersox et al. (2013), existem três fatores que orientam um pla- nejamento eficaz: visibilidade da cadeia de suprimentos; consideração simultânea de recursos; e utilização de recursos. A visibilidade está relacionada aos recursos e materiais constantes na cadeia. Por exemplo, deve-se saber a quantidade de produtos em estoque para que possa ser feita a reposição de acordo com a necessi- dade de produção ou demanda (atuando sobre as necessidades), além da localização de cada item no estoque. Para isso, é necessário obter um sistema de informação. 20 Gestão da cadeia de suprimentos Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .A consideração simultânea de recursos é o segundo fator, que consi- dera a combinação entre “demanda, capacidade, requisitos de materiais e restrições da cadeia de suprimentos” (BOWERSOX et al., 2013, p. 126). Em outras palavras, essa consideração simultânea abrange nada mais do que os requisitos de qualidade exigidos pelo cliente: prazo de entre- ga, qualidade e quantidade do produto e localização. Quando se mencionam as restrições da cadeia de suprimentos, po- de-se entendê-las como as restrições físicas de produção e instalações. Um gerenciamento eficaz deve levar em consideração tanto os recursos quanto as restrições; sendo assim, é necessária uma análise de custos funcionais que poderão gerar a redução de custos totais. O fator recursos é de extrema importância e deve ser coordenado e mensurado, pois poderá ser aumentado ou diminuído no decorrer do projeto. Todos os recursos devem sempre ser utilizados de maneira racional para maximizar a produção e ao mesmo tempo minimizar os custos. Mais à frente falaremos mais a fundo das estratégias logísticas para planejamento. NA PRÁTICA Vamos entender melhor a importância do planejamento da cadeia de suprimentos, tendo como base o consumidor. Suponha que você fez a compra de uma cadeira para seu home office. O anúncio prometiaentregar o produto em 24 horas. Você notou que o pro- duto custava 10% a mais do que em outro fornecedor, porém o fator que fez com que você fizesse sua escolha foi exatamente o prazo de entrega. Após realizar a compra, você se programou para receber o produto no dia seguinte, mas infelizmente o horário comercial se encerrou e nada foi entregue. Você consegue imaginar o tamanho da sua decepção com a empresa da qual adquiriu o produto? Quão descontente você ficou? O que você faria nesse momento? 21Introdução ao gerenciamento da cadeia de suprimentos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Essa empresa cometeu uma grave falha em um dos elos da cadeia de suprimentos (o transporte), o que pode ter acontecido exatamente pela falta de planejamento entre oferta e demanda. Quando a empresa anunciou o produto com prazo de entrega de 24 ho- ras, porém com valor mais alto do que o do concorrente, ela imaginou que conseguiria ter mais lucro otimizando transporte, mas naquele mo- mento a necessidade de materiais para home office era tão alta e tão ur- gente que a demanda pelo prazo foi maior do que a demanda pelo valor. Nesse case, podemos observar uma falha no planejamento da empresa, amparados por um dos fatores de orientação de planejamento: conside- ração simultânea de recursos e restrições. Considerações finais Com base na leitura deste capítulo, conseguimos entender quão im- portante é a gestão da cadeia de suprimentos para obter uma maior excelência no atendimento ao cliente final. Por mais simples que possa parecer, ela desempenha um papel estratégico, gerando maior competi- tividade para as empresas. Pudemos também identificar seu conceito e seus objetivos e perce- ber que, com um bom planejamento, podemos evitar falhas no proces- so, minimizando perda de receita para a empresa e entregando maior valor ao cliente. PARA PENSAR Quando você for a uma loja adquirir um produto, nacional ou importa- do, imagine todo o processo de gestão envolvido para que ele esteja disponível para você naquele momento. Você ficaria frustrado se não conseguisse achá-lo em um momento de necessidade? 22 Gestão da cadeia de suprimentos Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Referências BALLOU, Ronald H. Logística empresarial, transportes, administração de ma- teriais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1992. BOWERSOX, Donald J. et al. Gestão logística da cadeia de suprimentos. Porto Alegre: Bookman, 2013 CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2002. EMPRESA DE PLANEJAMENTO E LOGÍSTICA (EPL). Plano Nacional de Logística Integrada (2015-2035). Brasília, DF, 2016. Disponível em: https://www.gov. br/agricultura/pt-br/assuntos/camaras-setoriais-tematicas/documentos/ camaras-tematicas/infraestrutura-e-logistica/anos-anteriores/plano-nacional- de-logistica-integrada-pnli-51.pdf. Acesso em: 28 mar. 2021. MARIEN, E. J. Reverse logistics as competitive strategy. Supply Chain Management Review, v. 2, 1998. NOVAES, Antonio Galvão. Logística e gerenciamento da cadeia de distribui- ção: estratégia, operação e avaliação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. O QUE É SUPPLY CHAIN? (O que é cadeia de suprimentos?). [S. l.: s. n.], 2020. 1 vídeo (7 min). Publicado pelo canal Blog Abri Minha Empresa. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Q_uafLixVWY. Acesso em: 26 mar. 2021. PIRES, Silvio Roberto Ignacio. Gestão da cadeia de suprimentos: conceitos, estratégias, práticas e casos. São Paulo: Atlas, 2016. SANTOS, Rhebeka. A cadeia de suprimentos voltada para o cliente: um estudo de caso da Dell Inc. Administradores.com, 17 abr. 2019. Disponível em: https:// administradores.com.br/artigos/cadeia-de-suprimentos-voltada-para-o- cliente-um-estudo-de-caso-da-dell-inc. Acesso em: 28 mar. 2021. 23 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 2 Alinhamento estratégico da cadeia de suprimentos Neste capítulo entenderemos a importância do alinhamento estraté- gico, no que diz respeito tanto às estratégias competitivas quanto aos objetivos que devem ser definidos dentro da empresa. Chopra e Meindl (2016) esclarecem que esse alinhamento se refere à consistência entre as prioridades do cliente, que a estratégia compe- titiva busca satisfazer, e as capacidades que a estratégia da cadeia de suprimentos visa construir, devendo ser considerados três tópicos: 1 – Alinhamento das estratégias competitiva e funcional, que darão suporte à empresa; 2 – As funções na empresa que deverão estruturar proces- sos e recursos para execução das estratégias; 3 – O projeto da cadeia de suprimentos, para que possa dar suporte à estratégia da cadeia de suprimentos. 24 Gestão da cadeia de suprimentos Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Em suma, é necessário que todos os pontos sejam interligados e conversem entre si. Estudaremos alguns casos, na prática, que de- monstrarão a importância do alinhamento estratégico e os pontos de alerta que devem ser considerados. Abordaremos, mais detalhadamente, as três etapas para se obter um alinhamento estratégico: 1 – Conhecer o cliente; 2 – Conhecer a cadeia de suprimentos; 3 – Realizar o alinhamento estratégico propria- mente dito. Para Chopra e Meindl (2016), essas três etapas são definidas da se- guinte forma: 1 – Entender a incerteza do cliente e da cadeia de su- primentos; 2 – Entender as capacidades da cadeia de suprimentos; 3 – Conseguir o alinhamento estratégico. 1 Conhecendo o cliente Como já abordado no capítulo anterior, o foco principal da cadeia de suprimentos é o cliente. Para que a empresa possa elaborar sua estraté- gia, desde a criação do produto, a definição do preço e do local em que irá disponibilizar o produto, até o prazo de entrega, etc., é de extrema importância a análise de perfil, das necessidades e do poder aquisitivo do cliente. Assim, com o público definido, a estratégia poderá ser mais eficiente e assertiva. Quando a empresa inicia o estudo do perfil do cliente, ela precisa iden- tificar todas as suas necessidades dentro do segmento em que atua. NA PRÁTICA Um exemplo que podemos utilizar é o de uma empresa que fornece soluções para segurança de rede. Para simplificar, vamos chamá-la de Security Company. Imagine que a Security Company está fazendo um estudo do seu cliente, e a partir disso começará o levantamento de di- versos pontos para identificar as necessidades a serem atendidas. 25 Alinhamento estratégico da cadeia de suprimentos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. A Security Company inicialmente identifica que possui capacidade de atender empresasde médio e grande porte. A empresa de médio porte necessita de um projeto de baixo custo, po- rém com qualidade, bem definido e que atenda a suas expectativas. Nesse perfil, não há urgência e, consequentemente, há extensão de tem- po para o desenvolvimento do projeto e a aquisição dos produtos, tanto nacionais quanto internacionais. A empresa de grande porte precisará de um projeto ágil, com aplicação imediata e produtos disponíveis a pronta entrega. Com essas informações, podemos inferir que o projeto da empresa mé- dia possui abertura para redução de custos dos produtos, pois não há necessidade de aquisição imediata e é possível obtê-los por encomen- da, o que gera maior poder de negociação com os fornecedores e redu- ção no custo de transporte (como não há urgência, não será necessário um caminhão dedicado, por exemplo). Já no projeto da empresa de grande porte, o custo com transporte e aquisição dos produtos será mais alto, pois há urgência. Para cada perfil de cliente, o alinhamento estratégico terá foco em ne- cessidades particulares. Agora imagine que, ao fechar um projeto com a empresa de grande porte, a Security Company queira reduzir o custo de transporte e resolva utili- zar uma transportadora com baixa frota, incapaz de atendê-los em curto prazo. Imagine um cliente como a Samsung, por exemplo, uma empresa multinacional que necessita de uma segurança de rede extremamente tecnológica e eficaz, deixando toda a sua base em risco por não ter o projeto com os produtos necessários para implantação dentro do prazo definido previamente. É possível compreender quão insatisfeito ficará o cliente por não receber o projeto e os produtos no prazo esperado? De acordo com Chopra e Meindl (2016), as particularidades dos clientes em diferentes segmentos variam. Dentre os aspectos envolvi- dos, estão: • Quantidade de produtos necessários em cada lote: um pedido urgente para consertar uma máquina na linha de produção prova- velmente será pequeno; já um pedido para montar uma nova linha de produção será grande. 26 Gestão da cadeia de suprimentos Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .• Tempo de resposta que os clientes podem tolerar: o tempo de um pedido emergencial será curto; já o tempo de um pedido regu- lar será mais moroso. • Variedade dos produtos necessários: em uma urgência, o cliente poderá desejar que um único fornecedor disponha de todos os produtos que ele deseja; já para um pedido regular, ele poderá ad- quirir os produtos separadamente. • Nível de serviço exigido: quando um cliente efetua um pedido emergencial, ele busca um alto nível de atendimento e disponibili- dade de produtos, podendo recorrer a outro fornecedor caso não seja atendido. Um cliente regular1 não terá esse grau de exigência elevado. • Preço do produto: o cliente que efetua um pedido emergencial geralmente não é sensível ao preço do produto, porém o cliente regular poderá ser. • Taxa desejada de inovação do produto: os clientes que buscam produtos exclusivos podem ter um grau maior de exigência à ino- vação do que um cliente que procura baixo custo. De acordo com Chopra e Meindl (2016), quando analisamos todas as categorias, podemos imaginar que cada uma delas possui sua de- vida importância de modo isolado, porém, cada necessidade do cliente pode ser traduzida para a métrica da incerteza de demanda implícita, que nada mais é do que a incerteza de demanda das necessidades im- postas sobre a cadeia de suprimentos para satisfazer as necessidades do cliente. Devemos ressaltar que a incerteza de demanda é diferente da incer- teza de demanda implícita. A incerteza de demanda se refere à incerteza de demanda para um produto, já a incerteza de demanda implícita está 1 Trata-se de um cliente que compra de forma programada. Não se refere diretamente ao pedido em si. 27 Alinhamento estratégico da cadeia de suprimentos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. ligada à incerteza de demanda imposta sobre a cadeia de suprimentos para satisfazer as necessidades do cliente. Chopra e Meindl (2016) explicam esse evento da seguinte forma: Uma empresa que fornece apenas pedidos emergenciais de um pro- duto enfrentará uma incerteza de demanda implícita mais alta que aquela que fornece o mesmo produto com tempo de execução longo, pois a segunda tem oportunidade para atender os pedidos uniforme- mente durante o tempo de execução. (CHOPRA; MEINDL, 2016, p. 23) A incerteza de demanda e as incertezas das necessidades do cliente a que a cadeia de suprimentos busca atender afetam diretamente a in- certeza de demanda implícita. NA PRÁTICA Compreenderemos na prática como a necessidade do cliente impacta diretamente a incerteza de demanda implícita. Um novo televisor de última geração foi lançado no mercado. Ele pos- sui uma tecnologia exclusiva e novas funcionalidades que não estavam disponíveis nos modelos atuais. Por se tratar de um produto exclusivo, a indústria faz uma previsão de demanda para atender seus clientes, que não está ligada diretamente à incerteza de demanda implícita. Após seu lançamento, a empresa percebe que o televisor foi um suces- so e os clientes começam a ter exigências específicas, como: maior agilidade na entrega, possibilidade de adquirir os produtos em outros pontos de venda ou até mesmo variação do produto ofertado. Todas essas condições causam aumento da incerteza de demanda implícita, pois, além das novas exigências dos clientes, a empresa teve baixa em seu estoque, precisando realinhar suas estratégias para atender às expectativas dos clientes, o que impacta diretamente a ca- deia de suprimentos. O quadro 1 nos ajuda a entender como as necessidades dos clien- tes podem influenciar a incerteza de demanda implícita. 28 Gestão da cadeia de suprimentos Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Quadro 1 – Impacto das necessidades dos clientes sobre a incerteza de demanda implícita NECESSIDADE DO CLIENTE CAUSA INCERTEZA NA DEMANDA IMPLÍCITA PARA... Aumento da variação da quantidade exigida ... aumentar, pois uma maior variação na quantidade exigida implica maior variação na demanda Redução do tempo de espera ... aumentar, pois exige menos tempo para reagir aos pedidos Aumento da variação de produtos exigidos ... aumentar, pois a demanda por produtos torna-se menos previsível Aumento do número de canais pelos quais os produtos podem ser adquiridos ... aumentar, pois a demanda total do cliente por canal torna-se menos previsível Aumento da taxa de inovação ... aumentar, pois novos produtos costumam ter demanda mais incerta Aumento do nível de serviço exigido ... aumentar, pois a empresa precisa lidar com picos incomuns de demanda Fonte: adaptado de Lee (2002) (apud Chopra e Meindl, 2016). Além do impacto causado pelas necessidades do cliente, a incerteza de demanda implícita pode estar ligada a outras características de ofer- ta e demanda do produto. Um produto usual, como os de alimentação básica, não sofrerá alterações significativas em relação à oferta e de-manda, pois terá uma previsão mais assertiva, assim, apresentará uma baixa incerteza de demanda implícita; já um produto novo no mercado, cuja demanda será variável, podendo ter excesso ou baixa de estoque, nesse caso terá alta incerteza de demanda implícita. É importante identificar também a maturidade do produto ofertado: quanto mais novo o produto, maior o impacto na cadeia de suprimen- tos, pois ele estará em constante transformação e poderá sofrer atra- sos na entrega; já um produto com maior maturidade terá uma grande possibilidade de seguir seu cronograma, gerando menor impacto, com baixa incerteza de oferta. 29 Alinhamento estratégico da cadeia de suprimentos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. No quadro 2, podemos compreender como as fontes de oferta im- pactam a incerteza de oferta: Quadro 2 – Impacto da capacidade da fonte de oferta sobre a incerteza de oferta CAPACIDADE DA FONTE DE OFERTA FAZ COM QUE A INCERTEZA NA OFERTA... Interrupções frequentes ... aumente Resultados imprevisíveis e baixos ... aumente Má qualidade ... aumente Capacidade de oferta limitada ... aumente Capacidade de oferta inflexível ... aumente Processo de produção em evolução ... aumente Fonte: adaptado de Lee (2002) (apud Chopra e Meindl, 2016). PARA PENSAR Convidamos você a refletir sobre o impacto da capacidade de oferta sobre a incerteza de oferta. Identifique um produto novo no mercado que você gostaria muito de adquirir. A partir desse pensamento, imagine que, ao adquirir o produto, você detecte falhas no funcionamento, ou mesmo não encontre o produto disponível para ser adquirido em nenhu- ma loja física ou digital. Como você se sentiria como consumidor? 2 Conhecendo a cadeia de suprimentos Para que possamos conhecer a cadeia de suprimentos, iremos iden- tificar sua capacidade, bem como entender como ela pode atender me- lhor à demanda em um ambiente tão incerto. 30 Gestão da cadeia de suprimentos Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . De acordo com Chopra e Meindl (2016), existem características em uma cadeia de suprimentos que influenciam sua responsividade e efi- ciência. A seguir listaremos algumas competências que interferem na responsividade da cadeia de suprimentos: • responder à ampla gama de quantidades solicitadas; • atender com tempo de execução curto; • lidar com grande variedade de produtos; • criar produtos altamente inovadores; • atender a um alto nível de serviço; • manipular a incerteza de oferta. Quanto mais dessas características a cadeia de suprimentos apre- senta, mais responsiva ela é. Porém, devemos considerar que quanto maior a responsividade, maior o custo agregado. Quando nós levan- tamos o ponto de que quanto maior a responsividade, maior o custo, chegamos à eficiência da cadeia de suprimentos, que é influenciada di- retamente pela alta responsividade. Quanto maior o custo da operação, menor será a eficiência. A fronteira eficiente de custo-responsividade demonstra as métricas e os limites estabelecidos entre responsividade e eficiência. Dificilmente uma empresa consegue alcançar o perfeito equilíbrio. Chopra e Meindl (2016) explicam esse ponto: A fronteira eficiente de custo-responsividade é a curva, que mos- tra o menor custo possível para determinado nível de responsivi- dade. Ele é definido com base na tecnologia existente; nem toda empresa é capaz de operar na fronteira eficiente, que representa o desempenho de custo-responsividade das melhores cadeias de suprimentos. Uma empresa que não está na fronteira eficiente pode melhorar sua responsividade e seu desempenho de custo ao atingi-la. De outro lado, uma empresa na fronteira eficiente só pode melhorar sua responsividade aumentando o custo e tornando-se 31 Alinhamento estratégico da cadeia de suprimentos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. menos eficiente. Então ela precisa fazer uma escolha entre eficiên- cia e responsividade. Naturalmente, as empresas na fronteira efi- ciente também estão melhorando continuamente seus processos e mudando a tecnologia para deslocar a própria fronteira eficiente. (CHOPRA; MEINDL, 2016, p. 26 e 27) Figura 1 – Fronteira eficiente de custo-responsividade Responsividade Alta Baixa BaixoAlto Custo Fonte: adaptado de Chopra e Meindl (2016). Figura 2 – O espectro da responsividade Altamente eficiente Usinas de aço integradas Semanas ou meses de cronograma de produção antecipado, com pouca variedade ou flexibilidade Moderadamente eficiente Trajes Hanes Um fabricante tradicional que produz para estocar, com tempo de espera de fabricação de várias semanas Moderadamente responsiva A maior parte da produção automotiva Entrega grande variedade de produtos em algumas semanas Altamente responsiva Seven-Eleven Japan Muda o mix de mercadorias por local e por hora do dia Fonte: adaptado de Chopra e Meindl (2016). 32 Gestão da cadeia de suprimentos Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . NA PRÁTICA Para compreendermos melhor essa fronteira entre a responsividade e a eficiência, bem como a dificuldade que as empresas encontram para conseguir o equilíbrio, trataremos de uma situação que atualmente acontece muito. Quando fazemos pesquisas de produtos na internet, como móveis, po- demos encontrar grandes ofertas em diversos sites – neles existe a possibilidade de pequenas indústrias se cadastrarem para efetuar ven- das como associadas. Essas pequenas empresas, geralmente, possuem produção própria e em baixa escala. A estratégia dessas indústrias, pequenas e pouco co- nhecidas no mercado, é conseguir ofertar um produto razoável com bai- xíssimo custo, obtendo, assim, grande eficiência, já que são reduzidos todos os custos da sua cadeia de suprimentos. Os custos começam a ser reduzidos na linha de produção, já que se inicia a produção do bem apenas quando existe uma compra efetuada. Essa produção, por sua vez, em alguns casos, poderá ser feita por meio de terceirização, evitando maiores custos com mão de obra, pois, caso não haja uma quantidade significativa de pedidos, não haverá custos adicionais nesse quesito. A indústria também poderá reduzir custos no transporte rodoviário para entrega desse material, custos de aluguel (já que não terá necessidade de um ambiente maior para comportar o estoque) e assim por diante. Essas indústrias podem demorar até 60 dias para efetuar a entrega de um produto vendido, e fica a cargo do cliente decidir se o prazo solicita- do atenderá às suas expectativas. Analisando esse modelo de negócio, podemos perceber que essa indús- tria possui alta eficiência, porém praticamente nenhuma responsividade. Para esse modelo de indústria, traçar uma estratégia para aumentar a responsividade e conseguir mantera eficiência é quase impossível, pois qualquer custo adicional na cadeia de suprimentos reduzirá sua eficiência. Quando nos voltamos para uma empresa altamente responsiva, será muito mais fácil encontrar o equilíbrio. Imagine um outro modelo de ne- gócio, a Loja B, por exemplo, que também vende móveis, possui uma loja virtual e tem ótimos preços. Supondo que eles queiram ser ainda mais eficientes, vamos analisar o que poderiam fazer. A Loja B atende todo o Brasil, com média de entrega dos produtos (de- pendendo da região do cliente) de 2 a 6 dias úteis (em torno de 90% mais rápido do que a pequena indústria), opção de frete grátis para al- 33 Alinhamento estratégico da cadeia de suprimentos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. guns produtos e várias lojas físicas. Nesse cenário, ela pode, dentro da sua própria linha de produção, buscar recursos para redução de custos: disponibilizar a opção de retirada do produto que foi vendido on-line em loja física; em virtude do alto fluxo de entregas, terceirizar suas entre- gas com transportadora especializada, negociando o frete; entre outras possibilidades. Por mais que algumas opções de aumento de eficiência possam reduzir a responsividade, a empresa terá uma redução mínima comparada à perda de eficiência que sofrerá a pequena indústria. 3 Realizando o alinhamento estratégico Chopra e Meindl (2016) assim explicam essa terceira e última etapa do alinhamento estratégico: Depois de mapear o nível de incerteza implícita e entender a po- sição da cadeia de suprimentos no espectro de responsividade, a terceira e última etapa é garantir que o grau de responsividade da cadeia seja coerente com a incerteza implícita. O objetivo é visar tanto a alta responsividade para uma cadeia de suprimentos que enfrenta alta incerteza implícita quanto a eficiência para uma ca- deia de suprimentos que enfrenta baixa incerteza implícita. (CHO- PRA; MEINDL, 2016, p. 27) NA PRÁTICA Vamos voltar ao exemplo utilizado anteriormente com a pequena indús- tria e a Loja B. A Loja B é uma grande empresa, que visa a um atendimento rápido e efi- caz, com grande variedade de produtos, alto nível de estoque, além de en- trega muito mais rápida. Assim, a demanda de clientes pode ser caracte- rizada como alta incerteza implícita. Se a Loja B reduzisse a variedade de produtos e aumentasse drasticamente o tempo de entrega para se tornar mais eficiente, ela poderia perder um grande número de clientes. Nesse caso, a necessidade de ser responsiva é muito mais importante. Por outro lado, se a pequena indústria de móveis que possui baixa in- 34 Gestão da cadeia de suprimentos Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . certeza implícita aumentar sua responsividade, disponibilizando mais mão de obra, aumentando seu estoque e oferecendo uma entrega muito mais ágil, também perderá clientes, pois o valor do seu produto ficará muito mais alto. Podemos concluir que quanto maior a incerteza implícita, maior a ne- cessidade de ter responsividade na cadeia de suprimentos. Na figura 3, compreenderemos como esse relacionamento é repre- sentado pela zona de alinhamento estratégico. Chopra e Meindl (2016) complementam que, para um alto nível de desempenho, as empresas devem mover sua estratégia competitiva (e a incerteza implícita resul- tante) e a estratégia da cadeia de suprimentos (e a responsividade re- sultante) em direção à zona de alinhamento estratégico. Figura 3 – Encontrando a zona de alinhamento estratégico Cadeia de suprimentos responsiva Espectro de responsividade Cadeia de suprimentos eficiente Demanda Demanda certa incerta Zo na de al inh am en to es tra tég ico Espectro da incerteza implícita Fonte: adaptado de Chopra e Meindl (2016, p. 28). 35 Alinhamento estratégico da cadeia de suprimentos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. De acordo com Chopra e Meindl (2016), o próximo passo para con- seguir o alinhamento estratégico é designar diferentes papéis a cada estágio da cadeia de suprimentos, lembrando que cada estágio poderá ter um nível diferente. Uma empresa que comercializa grande variedade de produtos, po- rém padronizados, com estoque em nível suficiente para atender seus clientes, contando com fornecedores que atendem à demanda de ma- neira eficaz, poderá não só ter redução da incerteza implícita, como também da incerteza enfrentada na cadeia de suprimentos, obtendo alta responsividade, pois conseguirá negociar com todos os fornece- dores da cadeia de suprimentos. Seus fornecedores, mesmo quando pequenos, terão pedidos programados, poderão atender com prazo es- tabelecido, com custo reduzido e eficiência, o que levará ao alcance, portanto, do equilíbrio necessário. Já uma empresa que revende produtos com baixo nível de estoque consegue ser mais eficaz, porém não consegue uma cadeia de supri- mentos responsiva, pois toda a incerteza implícita estará sobre os om- bros dos fabricantes e fornecedores, e eles deverão ser flexíveis e mui- tas vezes atender a pedidos de urgência, de modo que se tornarão mais responsivos para atender aos pedidos. Portanto, podemos identificar que eficiência e responsividade podem atingir todos os estágios da cadeia de suprimentos, sendo necessários planejamento e alinhamento para que cada nível supra a demanda con- forme o previsto. IMPORTANTE O passo final para obter alinhamento estratégico é combinar a responsi- vidade da cadeia de suprimentos e a incerteza implícita de demanda e oferta. O projeto da cadeia de suprimentos e de todas as estratégias fun- cionais dentro da empresa também precisa dar suporte ao nível de res- ponsividade da cadeia de suprimentos (CHOPRA; MEINDL, 2016, p. 29). 36 Gestão da cadeia de suprimentos Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Quadro 3 – Comparação de cadeias de suprimentos eficientes e responsivas CADEIAS DE SUPRIMENTOS EFICIENTES CADEIAS DE SUPRIMENTOS RESPONSIVAS Objetivo principal Suprir demanda ao menor custo Responder rapidamente à demanda Estratégia de projeto do produto Maximizar o desempenho ao mínimo de custo do produto Criar modularidade para permitir postergação de diferenciação do produto Estratégia de preço Reduzir margens, porque o preço é um fator principal para o cliente Trabalhar com margens maiores, porque o preço não é um fator principal para o cliente Estratégia de manufatura Reduzir custos por meio de alta utilização Manter flexibilidade de capacidade como segurança contra incerteza da demanda/ oferta Estratégia de estoque Minimizar estoque para reduzir custo Manter estoque de segurança para lidar com a incerteza da demanda/oferta Estratégia de tempo esperado (pelo cliente) Reduzir, mas não em detrimento de custos Reduzir agressivamente, mesmo que os custossejam significativos Estratégia de fornecedor Selecionar com base em custo e qualidade Selecionar com base em velocidade, flexibilidade, confiabilidade e qualidade Fonte: adaptado de Chopra e Meindl (2016) e Fisher (1997). Considerações finais Neste capítulo pudemos compreender a importância do alinhamen- to estratégico e como ele está ligado à responsividade e à eficiência da empresa, bem como identificar a incerteza de demanda implícita e seu impacto na cadeia de suprimentos. 37 Alinhamento estratégico da cadeia de suprimentos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Analisamos também exemplos na prática de como o equilíbrio entre eficiência e responsividade é importante. PARA PENSAR Pense em um produto que você adquire com frequência. Tente iden- tificar todos os níveis na cadeia de suprimentos para que ele chegue até você. Agora pense em cada etapa, identifique os pontos em que a empresa que fornece o produto poderia melhorar dentro da cadeia de suprimentos e os pontos a que ela atende com perfeição. Ao fim do processo, verifique se eles possuem baixa ou alta incerteza implícita e se são responsivos ou eficientes. Referências CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2016. FISHER, M. L. Qual é a cadeia de suprimentos certa para o seu produto? Harvard Business Review, mar./abr. 1997. 39 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 3 Operações de fabricação e distribuição em cadeias de suprimentos Neste capítulo serão apresentados os principais elementos que compõem as operações de fabricação e distribuição ao longo da cadeia de suprimentos. Para isso, precisamos inicialmente compreender o ciclo dessa ca- deia. Entender os elementos que o compõem possibilitará um melhor gerenciamento do fluxo de produção em cadeia de suprimentos, e dis- cutiremos a importância de sua integração e as possíveis consequên- cias quando essa integração não ocorre. De acordo com Chopra e Meindl (2016), na visão cíclica da cadeia de suprimentos, os processos são divididos em uma série de ciclos, cada um realizado na interface entre dois estágios sucessivos. 40 Gestão da cadeia de suprimentos Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 1 Gerenciamento do fluxo de produção na cadeia de suprimentos Ballou (1992) explica como o fluxo de produtos ou produção influen- cia a logística de uma organização, sendo que existem atividades que muitas vezes não estão sob o controle de determinados setores: No ato de garantir o fluxo de produtos numa organização, os pro- fissionais de logística podem ter necessidade de coordenar seus esforços com atividades que não estão totalmente sob seu contro- le. A aquisição, suprimento, obtenção, ou qualquer que seja o título dado, é basicamente uma função de compras. A programação da produção é tradicionalmente uma responsabilidade da manufatura ou operação. Apesar disso, a administração destas áreas pode ter impacto significativo nos objetivos logísticos e está mais e mais tornando-se parte das responsabilidades do pessoal de logística. Por isso, estes devem preocupar-se com aqueles aspectos da aqui- sição e da programação da produção que podem afetar o fluxo de materiais. (BALLOU, 1992, p. 236) Tendo em vista todas as influências que uma organização pode so- frer na fabricação de um produto, entraremos no âmbito do gerencia- mento do fluxo de produção. De acordo com Ballou (1992), as principais questões abordadas para execução da produção dentro de uma indús- tria são: quando, onde e quanto produzir. NA PRÁTICA Para entendermos os pontos críticos do fluxo de produção e a importân- cia da sua gestão, utilizaremos como exemplo uma indústria de equipa- mentos de teste de placas de circuito impresso. Essa indústria desenvolve, sob encomenda, equipamentos que pos- suem a funcionalidade de testar placas de circuito impresso, sendo que todos são feitos sob medida para cada cliente, pois cada pedido pos- sui uma especificação de montagem exclusiva, de acordo com o lote de placas que serão testadas. Neste exemplo, a maior preocupação da 41 Operações de fabricação e distribuição em cadeias de suprimentos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. indústria é a aquisição de insumos para produção do equipamento no menor tempo possível e com melhor custo. Geralmente, nesse modelo de indústria, os insumos básicos para pro- dução já estão em estoque, como: a base do equipamento, o esqueleto para montagem das peças, as agulhas e os receptáculos para leitura da placa, etc., porém a aquisição de alguns insumos específicos é neces- sária, pois trata-se de um produto exclusivo e montado especificamente para cada cliente. Nesse cenário, podemos identificar os fatores críticos da dinâmica do fluxo de materiais. De acordo com Ballou (2002), há quatro fatores: en- tradas, lista de materiais, tempo de carência (lead time) e custos. A indústria possui estimativa de demanda tanto da entrada quanto da saída de insumos básicos em um período e sempre verifica o que tem em estoque para que consiga identificar as necessidades de aquisição. Isso gera menor impacto quando o pedido do cliente entra. Os engenhei- ros fazem a lista de materiais em períodos predefinidos, para que pos- sam seguir com a aquisição de insumos para estoque, e o responsável pela aquisição é o setor de compras. Além do controle de estoque e da programação para aquisição de insu- mos, é alocado, para cada pedido, o tempo na linha de produção (tempo de carência), reduzindo, assim, possíveis custos extras. Quando ocor- rem problemas na produção ou a ausência de itens necessários para o processo produtivo, eles terão custos maiores do que o previsto ou serão compensados por outra área. Como a empresa possui boa parte dos itens em estoque, a tendência é que não haja atraso na entrega do produto, pois os itens que faltam na produção (que são específicos do pedido do cliente) podem ser adquiridos enquanto o processo produtivo está em andamento. PARA PENSAR Já imaginou uma indústria sem nenhum gerenciamento de fluxo de pro- dução e quanto isso pode custar? 2 Estratégias de produção na cadeia de suprimentos Para que possamos falar sobre as estratégias de produção na ca- deia de suprimentos, precisamos inicialmente demonstrar em que es- tágio nos encontramos e que aspectos infl uenciam o ciclo da cadeia de suprimentos. Na fi gura 1, apresentamos como os processos são divididos e como cada um está integrado aos quatro ciclos da cadeia. Figura 1 – Ciclo de processos na cadeia de suprimentos Cliente Revendedor Distribuidor Fabricante Fornecedor Ciclo Ciclo Ciclo Ciclo de pedido de de de do cliente reposição produção aquisição Fonte: adaptado de Chopra e Meindl (2016). Como já colocamos, de acordo com Chopra e Meindl (2016), cada ciclo ocorre na interface entre dois estágios sucessivos da cadeia de suprimentos,sendo que nem toda interface terá os quatro ciclos com- pletamente separados. No caso de uma loja revendedora de produtos de terceiros, por exemplo, haverá os quatro ciclos; já uma indústria que produz e vende diretamente ao cliente fi nal não terá o revendedor nem o distribuidor. A disposição da visão cíclica na cadeia de suprimentos é extremamente importante, tanto para decisões operacionais quanto para ajustes de sistema de informação. Gestão da cadeia de suprimentos Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 42 43 Operações de fabricação e distribuição em cadeias de suprimentos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Chopra e Meindl (2002) explicam a interface entre os ciclos. O ciclo de pedido do cliente envolve as interfaces entre cliente e revendedor e seus processos relacionados. Inicia-se a partir da necessidade de um cliente por um produto e do recebimento desse pedido pela empresa. Já o ciclo de reposição ocorre na interface entre o revendedor e o distri- buidor, envolvendo a reposição de estoque do revendedor. A diferença entre o ciclo do pedido do cliente e o do reabastecimento é que este é motivado pelo revendedor, e não diretamente pelo cliente final. O ci- clo de aquisição ocorre na interface entre o distribuidor e o fabricante, envolvendo a reposição de estoque do distribuidor. Nesse caso, ele é acionado pelos pedidos dos clientes. Por último, daremos foco ao ciclo de produção e seu fluxo. O ciclo de produção envolve dois estágios da cadeia de suprimentos, que se referem ao distribuidor e ao fornecedor, englobando todo o processo de reabastecimento no distribuidor. Esse ciclo pode ser acionado tanto pelo pedido do cliente quanto pela projeção de pedidos em determinado período. De acordo com Chopra e Meindl (2002), os processos envolvidos nesse ciclo englobam quatro estágios: • chegada do pedido do distribuidor, varejista ou cliente; • programação para a produção; • fabricação e transporte; • recebimento pelo distribuidor, pelo varejista ou pelo cliente. 44 Gestão da cadeia de suprimentos Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Figura 2 – Ciclo de produção Chegada do pedido do distribuidor Programação para produção Fabricação e transporteRecebimento Fonte: adaptado de Chopra e Meindl (2002). Quando o pedido chega ao fabricante, inicia-se a produção do item ou a separação do produto para entrega. Cada indústria possui um ou mais modos de atender a esse pedido. Existe a indústria que moverá sua linha de produção após a chegada do pedido e aquela que terá esto- que para atendimento da demanda de acordo com previsões, de modo que a venda será compatível com itens de seu estoque. Para que os pedidos possam ser atendidos dentro do prazo estipu- lado e ao menor custo possível, é necessário que a empresa programe sua produção. Essa programação poderá ser de acordo com a deman- da de pedidos ou com a demanda prevista para aquele período, tendo ligação direta com o modelo adotado pela indústria. Após essa etapa de programação, iremos para a fabricação e o transporte, que nada mais é do que produzir com o menor custo possí- vel e entregar dentro do prazo prometido para o cliente, o qual, por sua 45 Operações de fabricação e distribuição em cadeias de suprimentos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. vez, receberá o produto do distribuidor, completando essa etapa, que se reiniciará com um novo pedido. A estratégia de produção deve ser elaborada de acordo com o perfil da indústria e principalmente com o perfil do cliente. Para isso, deverá ser desenvolvida uma base estrutural contendo as principais informações de ambos para análise e decisão. Assim, a demanda poderá ser definida. NA PRÁTICA Para entendermos melhor como é aplicada a estratégia de produção em uma empresa, abordaremos um modelo fictício de microempresa. Nosso case é o de uma pequena lanchonete que produz os próprios sal- gados para vender diretamente ao cliente. Inicialmente, podemos supor que é muito mais simples ter uma estratégia de produção para atender à cadeia de suprimentos, simplesmente por ser um pequeno negócio que comercializa um produto, teoricamente, comum. A lanchonete tem como foco produzir salgados gourmet, apostando em ingredientes de alta qualidade e diversificados. Visa oferecer sabor como diferencial no mercado, tendo como objetivo atingir clientes de alto padrão de uma região nobre da cidade. Sua linha de produção trabalha seis horas por dia, porém presta atendi- mento ao público durante o horário comercial. Buscando maior controle de seu estoque (que é perecível), a empresa possui um sistema de con- trole de entrada e saída de insumos, e também é elaborada, diariamente, uma lista dos insumos necessários. A empresa consegue atender em torno de trezentos clientes por dia, considerando que cada cliente con- sume dois produtos. Após reunião entre os sócios, foi levantada a possibilidade de também atenderem-se clientes de poder aquisitivo mais baixo, na mesma região em que a lanchonete está instalada. Para entender como analisar essa nova estrutura, como deverá ser a estratégia de produção para maximização dos lucros e as complica- ções que poderão aparecer no processo, precisamos analisar o perfil dos clientes: • Cliente 1 – Esse cliente já é consumidor dos produtos da lancho- nete, possui alto grau de exigência em relação à qualidade do 46 Gestão da cadeia de suprimentos Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . produto, ao ambiente e ao atendimento, mas não se preocupa tanto com o preço. • Cliente 2 – Esse cliente ainda não conhece os produtos da lancho- nete e busca um produto bom, porém com preço baixo. Não visa tanto ao luxo do ambiente, mas deseja um preço convidativo. Para que a lanchonete consiga atender ao perfil do cliente 2, será neces- sária uma adequação de todo o escopo da empresa, incluindo a criação de produtos para atender a esse público. Nesse caso, haverá alta incer- teza implícita, redução da eficiência e possível aumento da demanda, gerando impacto no fluxo de produção. Pelo fato de a lanchonete estar em um local privilegiado, há grandes possibilidades de não atingir esse novo público. Por mais que o risco para atender ao novo perfil pareça inviável, os só- cios resolveram elaborar uma nova estratégia de produção, objetivando atender públicos diversos, maximizando os lucros sem reduzir drastica- mente a eficiência. A empresa optou por desenvolver um novo produto – de qualidade, mas
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