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2- FASCÍCULO 2 - ESPORTE_UANE (2)

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GRATUITAESTA PUBLICAÇÃO NÃO PODE SERCOMERCIALIZADA
Pedagogia
do Esporte
Antônio Ricardo Catunda de Oliveira
Lívia Marques Quixadá
2
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
19
CONCEPÇÕES PARA O ENSINO 
E FORMAÇÃO HUMANA PELA 
PEDAGOGIA DO ESPORTE
20
31
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O QUE É A PEDAGOGIA DO 
ESPORTE?
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1. APRESENTAÇÃO
1
Ao participar deste curso já deu um 
grande passo, pois se permitiu atualizar-
-se de práticas pedagógicas e rever as 
decisões didáticas, bem como ampliar 
suas possibilidades de utilização do es-
porte como uma preciosa e eficaz ferra-
menta sociocultural. É preciso valorizar 
a formação contínua para que seja capaz 
de proporcionar uma reviravolta nos am-
bientes diversos onde o esporte está pre-
sente, como: a escola, os projetos sociais, 
os clubes esportivos, os espaços de lazer, 
os centros de formação para atletas de 
alto rendimento, entre outros.
Assim, espero que ao concluir o mó-
dulo você possa demonstrar conheci-
mentos sobre os valores educativos do 
esporte para o desenvolvimento integral 
e para a formação humana; compreender 
como os processos aplicados por meio 
das estratégias encontradas nas diversas 
metodologias de ensino podem ser facili-
tadores para que se pratique o ensino de 
qualidade e a aprendizagem significativa; 
reconhecer na Pedagogia do Esporte uma 
forma de ensinar para a autonomia, para 
competência motora, para a compreen-
são, motivação, participação ativa e reco-
nhecimento do esporte como catalisador 
de competências para a vida e mundo do 
trabalho; utilizar a competição como for-
ma de educar para o respeito às regras, 
para a superação, vencer desafios, apren-
der a lidar com as alegrias e frustrações, 
demonstrar empatia, perseverança; ser 
capaz de planejar uma aula ou treina-
mento utilizando estratégias inovadoras 
e eficazes para a aprendizagem dos alu-
nos e atletas.
O esporte é um dos grandes aliados da educação de crianças e adoles-centes. 
A ONU faz uso regular dos valores 
mobilizadores do esporte para realizar 
missões em ações que englobam a me-
lhoria da saúde e da educação, opor-
tunidades de geração de empregos e a 
promoção da tolerância e respeito pelos 
direitos humanos (Unesco, PNUD, Unicef). 
Pensar o desenvolvimento de uma abor-
dagem contemporânea e pedagógica do 
esporte requer a compreensão de que 
seu uso se dá como ferramenta, logo, re-
quer a intervenção humana qualificada.
Para a formação integral das novas 
gerações, por meio do esporte podemos 
desenvolver valores éticos e morais para 
a participação social, a solidariedade, a 
disciplina, a cooperação entre iguais e 
diferentes e o espírito de equipe, dentre 
outros, desde que trabalhados com essa 
intencionalidade, visto que, o esporte em 
si não desenvolve esses aspectos. O es-
porte poderá, desde que assuma a inten-
cionalidade quando está sendo ensinado, 
contribuir para o desenvolvimento de ha-
bilidades distintas, pois trata-se de uma 
manifestação social e cultural complexa 
e multifacetada, tendo a necessidade de 
ser abordada didática e pedagogicamen-
te para que prevaleça referenciais técni-
co, tático e socioeducativo (RODRIGUES et 
al., 2013). 
É com esse olhar que o(a) convido a 
fazer um exercício que requer adaptabili-
dade e flexibilidade de pensamento, pois 
você fará uso de conhecimentos para 
ampliar a compreensão e a capacidade 
de intervir nesse cenário recheado de 
imprevisibilidade, desafios e conquistas. 
Você se sente preparado? 
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VOCÊ SABIA?
A prática esportiva desenvolve 
respeito, liderança, tolerância, 
persistência, paciência, cumpri-
mento às regras e o jogo limpo, 
portanto, saber ganhar ou perder 
sem impor suas alegrias ou frus-
trações aos adversários (TUBINO, 
2017). Quando bem desenvolvido, 
o esporte melhora a saúde e com-
bate o sedentarismo, melhora a 
postura e aumenta a consciência 
corporal, a imunidade e a resis-
tência muscular, e desenvolve a 
coordenação motora e o sistema 
cognitivo, melhorando o desem-
penho em todas as disciplinas. 
Auxilia no desenvolvimento car-
diorrespiratório, circulação san-
guínea, oxigenação do cérebro, no 
combate ao estresse e à ansie-
dade e proporciona sensação de 
bem-estar.
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2
CONCEPÇÕES PARA O 
ENSINO E FORMAÇÃO 
HUMANA PELA 
PEDAGOGIA DO ESPORTE
O momento atual do Brasil é favorá-vel ao desenvolvimento do esporte por meio das políticas públicas que 
geram programas e projetos capazes de 
atender as camadas menos assistidas da 
população, com a retomada de um Minis-
tério exclusivo para o desenvolvimento de 
ações e com uma gestão que torne o es-
porte acessível a toda a população.
Essas intenções se dirigem direta-
mente a você que é professor de educa-
ção física e/ou participa de programas 
e projetos na área esportiva, em que a 
dimensão educacional não privilegia 
apenas o treinamento dos gestos e fun-
damentos esportivos para os mais ha-
bilidosos. Concebido na perspectiva de 
uma prática pedagógica de qualidade, 
o esporte ensina muito mais que mo-
vimentos e técnicas, proporcionando a 
alunos(as) e atletas o desenvolvimento 
de conhecimentos, habilidades e compe-
tências que ampliam a capacidade para 
a tomada de decisão, resolução de pro-
blemas, pensamento estratégico, valori-
zação de objetivos coletivos, convivência 
pacífica com as diferenças, formação de 
uma cultura de paz, cidadania ativa, além 
da aquisição de valores como justiça, so-
lidariedade e respeito, essenciais para a 
convivência humana. 
Para que a Pedagogia do Esporte seja 
eficaz, uma premissa é que haja a parti-
cipação inclusiva de todos, o tempo todo 
e de todas as formas nas diversas etapas 
do ensino. Os participantes agem sobre a 
sua própria aprendizagem, analisando as 
melhores opções e formas de realização 
e aplicação do que aprendem durante as 
aulas ou treinos, desenvolvendo, inclusi-
ve, uma visão tática e estratégica de jogo. 
Esse aspecto merece destaque ao trazer 
ações pedagógicas centradas na aprendi-
zagem e inclusão dos alunos. Você con-
corda com essa afirmativa? Esses fun-
damentos pedagógicos se alinham com 
os seus? Como lida com a aplicação dos 
métodos de ensino?
SEJA CURIOSO(A)
Busque, inicialmente, o máximo de 
informações por meio de recursos 
como livros ou tecnologias digitais 
sobre o que é Pedagogia do Es-
porte. Importante o conhecimento 
prévio e o hábito de pesquisar.
No livro Recomendação para a Edu-
cação Física Escolar, publicação do Con-
selho Federal de Educação Física/Confef 
(CATUNDA, LAURINDO e SARTORI, 2014), 
essas ações são destacadas ao recomen-
dar para os professores: 
(1) Reconhecer que todos os alunos po-
dem aprender, e que todas as diferenças 
podem ser compreendidas; 
(2) Atender a todos os alunos, respeitan-
do suas diferenças e estimulando-os ao 
maior conhecimento de si e de suas po-
tencialidades, num exercício de ética e 
cidadania; 
(3) Adotar um modelo ativo e inclusivo de 
ensino, que busca o desenvolvimento da 
autonomia, cooperação, participação so-
cial e afirmação de valores e princípios 
éticos e democráticos, qualificando os ní-
veis de aprendizagem; 
(4) Ter a devida consciência e competên-
cia para que as práticas não sejam exclu-
sivas, onde se privilegia os “talentosos” 
em detrimento dos “menos habilidosos”.
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O QUE É?
Cidadania Ativa
Exige a possibilidade da partilha 
entre os elementos de uma comu-
nidade, com benefício mútuo, mas 
também em prol de uma ideia de 
sociedade que se quer promover 
(DARMANIN, 2012). Tomando o 
“Ser Ativo” como o objeto e alvo 
da Educação Física, isso supõe ter 
iniciativa, com decisão, por boas 
causas, sempre enquadradas por 
valores, pressupondo uma dimen-
são atitudinal quese contrapõe à 
inércia, apatia e indolência (SO-
BRAL LEAL, 2016). Implica a dis-
ponibilidade e o desejo individual 
para assumir responsabilidades 
para com o seu desenvolvimento 
pessoal, do meio ambiente, e o da 
sociedade em que se integra.
FICA A DICA
Pedagogia dos Esportes: 
Jogos Coletivos de Invasão
https://www.youtube.com/wat-
ch?v=Pcz4Zb0mKl4
Esporte: um grande aliado 
da educação
https://www.youtube.com/wat-
ch?v=QGX9UhE-7kw
Você está sendo convidado(a) a par-
ticipar de uma viaGem pela Pedagogia 
do Esporte, iniciando pela compreensão 
do valor da Educação, do Professor e da 
Educação Física, como os três pilares in-
tervenientes nesse processo. 
2.1. A Educação
É um processo contínuo para o desen-
volvimento humano e se consolida como 
uma ação social e parte da vida do ser 
humano. Assim sendo [...] qualquer coisa 
que se espere dos jovens quando adul-
tos, deve ser vivida na escola (Dewey). 
A educação funda-se precisamente na 
preocupação de enraizar uma cultura de 
apreço, de valorização e fruição da vida, 
afirma Bento (2015), que relaciona aspec-
tos próprios do esporte à educação, iden-
tificados como um princípio educacional 
a existência do movimento, suor, esforço, 
gols, cestas, pontos, arremessos. Quando 
se corre, salta e luta. Quando agir, fazer 
e experimentar são os verbos preferidos. 
Quando se enfrentam e ultrapassam bar-
reiras e obstáculos. Quando os corpos 
grandes, pequenos, gordos e magros, 
forte e débeis, velozes e lentos são iguais 
no gosto pela ação e pelo uso do esporte. 
Quando há desejo, gosto e oportunidade 
de exercitar e aprender. Quando se vence 
receios, complexos e medos. Quando há 
otimismo e empenho. Tudo isto contribui 
para que, assim como a educação, a prá-
tica esportiva se torne uma necessidade 
vital. E isto é possível! 
https://www.youtube.com/watch?v=Pcz4Zb0mKl4
https://www.youtube.com/watch?v=Pcz4Zb0mKl4
https://www.youtube.com/watch?v=QGX9UhE-7kw
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tiva, as inteligências múltiplas, a ética e a 
estética. A distribuição de papéis, o conví-
vio com as regras, a relação estabelecida 
entre a vitória e o fracasso e, por fim, a 
rivalidade e a cooperação cultivam valo-
res e comportamentos condizentes com 
as próprias bases democráticas da so-
ciedade contemporânea (Unesco, 2013). 
O esporte, devido ao seu potencial para 
o desenvolvimento individual e coletivo, 
é componente essencial para uma edu-
cação de qualidade. Por outro lado, sua 
inobservância ergue barreiras ao fortale-
cimento do tecido social. (Unesco, 2015).
2.3. A Educação Física
A educação física integra os currículos 
desde que a escola foi criada. Existem 
referências sociais e culturais da educa-
ção física no cotidiano de todos os paí-
ses que constituem representações das 
atividades físicas e esportivas, conferin-
do siginificado social, o que lhe impõe a 
condição de legitimada e parte obriga-
tória nos currículos. A educação física 
escolar promove circunstâncias socioe-
ducativas para a formação de jovens fi-
sicamente ativos, capazes de optar por 
uma vida saudável, participar de ativida-
des socialmente relevantes, como o es-
porte, apresentar uma boa autoestima e 
motivação, um maior engajamento como 
cidadã e cidadão, além de proporcionar 
maiores níveis de aprendizagem em to-
das as disciplinas escolares (CATUNDA, 
MARQUES, 2017).
Para o desenvolvimento do esporte 
nas aulas, o protagonismo do aluno deve 
ser real e desafiador, independentemente 
do cenário onde as atividades serão de-
senvolvidas. Com uma intensa interação 
proposta pelos professores, o rompimento 
com o modelo de ensino tradicional, cen-
tralizado no conhecimento e pensamen-
to do professor, aos poucos dá lugar ao 
modelo ativo e reflexivo de ensino, onde o 
aluno, sob mediação atenta e qualificada, 
produz conhecimento e relaciona o que 
aprende como algo significativo e aplicável 
em sua realidade.
Quando aprende as atividades mo-
toras para o esporte, dando o devido 
significado e aplicando-as dentro da im-
previsibilidade com tomada de decisões 
positivas e exitosas, o(a) aluno(a) ou atle-
ta adquire confiança e motivação para 
uma prática esportiva vitalícia. Para uma 
aprendizagem do esporte que valoriza 
os processos educativos, os professores 
agem pela Pedagogia do Esporte. Você 
a conhece? Pois é o que vamos discutir 
nesse módulo, visando ampliar suas pos-
sibilidades didáticas.
2.2. O Professor
O professor pertence à corporação mais 
necessária, generosa e civilizadora de 
quantos que trabalham para satisfazer 
as exigências de um estado democrá-
tico (SAVATER). Pensar uma Pedagogia 
para o Esporte como atividade multicul-
tural impõe sensibilizar e qualificar os 
professores de educação física e técni-
cos desportivos. O esporte é capaz, sob 
orientação especializada, de confrontar 
os participantes com desafios capazes de 
contribuir para o desenvolvimento de ha-
bilidades e competências motoras, poten-
cializar a relação interpessoal e socioafe-
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A Pedagogia do Esporte, para Sca-glia (2014), tem como objeto de estudo e intervenção o processo 
de ensino, vivência, aprendizagem e 
treinamento do esporte, promovendo um 
conhecimento significativo a respeito da 
organização, sistematização, aplicação 
e avaliação das práticas esportivas em 
diversos sentidos e manifestações. São 
ações e intervenções com exigências 
pedagógicas, com a intencionalidade da 
resolução das relações entre teoria e prá-
tica. E sintetiza: “A Pedagogia do esporte 
assume o porquê, o para que, o que e o 
como ensinar esporte em diferentes ce-
nários para distintas faixas etárias”.
Oriunda da Pedagogia Geral e das 
Ciências do Desporto, a Pedagogia do Es-
porte visa compreender, à luz pedagógi-
ca, as diferentes formas de manifestação 
do esporte. É responsável por estudar as 
possibilidades intencionais e funcionais 
da educação por meio do movimento, do 
jogo e do esporte (FERREIRA, 2009). As-
sim, como uma área que interpreta numa 
perspectiva pedagógica as práticas es-
portivas, ocupa-se dos seus movimentos, 
dos jogos e dos aspectos que permeiam o 
ensino, a aprendizagem, o treino, a com-
petição (BENTO, 2006).
O QUE É A PEDAGOGIA 
DO ESPORTE?
PARA REFLETIR
Qual seu posicionamento sobre a 
competição?
Especialmente da Educação Fí-
sica, têm-se apontados os bene-
fícios da atividade esportiva na 
infância, ao mesmo tempo que 
também alertam para o aspecto 
demasiadamente competitivo, 
muitas vezes imputado a essa 
prática. No entanto, por acreditar 
que o esporte favorece o desen-
volvimento humano, ele pode ser 
considerado como importante ele-
mento da cultura, com relevância 
nos programas educativos, mas 
também como um elemento de 
comparação, seleção e competi-
tividade, que conduz, em certas 
circunstâncias, a excessos, sub-
metendo as crianças, durante a 
atividade esportiva, a assumir 
responsabilidades de adultos 
para as quais elas podem não es-
tar preparadas.
3
Continua Scaglia (2014), lançan-
do mão de conhecimentos específicos, 
como: Sociologia, Psicologia do Esporte, 
Aprendizagem Motora, Biomecânica, Teo-
rias e Métodos de Ensino, a Pedagogia do 
Esporte permite reflexões sobre o ensino 
e a aprendizagem dos gestos esportivos, 
das relações interpessoais, como tam-
bém das questões técnicas, táticas, fisio-
lógicas e motoras. A Pedagogia do Espor-
te aborda o mesmo enquanto fenômeno 
sociocultural, e seu trato pedagógico é 
defendido a partir de três referenciais: o 
técnico-tático, o socioeducativo e o histó-
rico-cultural.
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TÉCNICO-TÁTICO SOCIOEDUCATIVO HISTÓRICO-CULTURAL
 ÎEstratégias; 
 ÎAspectos táticos ofensivos, 
defensivos e de transição;
 ÎHabilidades motoras gerais; 
 ÎFundamentos especializados; 
Capacidades biomotoras.
 ÎPromover a discussão de 
princípios, valores e modosde 
comportamento; 
 ÎPropor a troca de papéis ao 
colocar-se no lugar do outro 
(empatia); 
 ÎPromover a participação, 
inclusão, diversificação, a coe-
ducação e a autonomia; 
 ÎConstruir um ambiente favo-
rável para desenvolvimento de 
relações intrapessoais e inter-
pessoais (coletivas); 
 ÎEstabelecer relações entre o 
que acontece na aula de es-
portes com a vida em comu-
nidade.
 ÎHistória das modalidades es-
portivas; 
 ÎEvolução das modalidades; 
 ÎRegras e contexto de suas 
alterações; 
 ÎPrincipais competições em 
nível local, regional, nacional e 
internacional; 
 ÎPersonalidades de cada mo-
dalidade; 
 ÎOutros saberes necessários 
para a compreensão da mo-
dalidade.
O que será definidor para que haja 
motivação, compreensão e conhecimento 
do esporte como atividade multicultural 
capaz de influenciar a formação integral 
das crianças e adolescentes é a condição 
de que os professores e técnicos primem 
por uma qualificação permanente, que 
possibilite a transposição didática do que 
é ensinado para a aplicação cotidiana. 
Que transformem atitudes e comporta-
mentos, promovendo aprendizagem sig-
nificativa para que alunos(as) e atletas 
consigam valorizar o que foi aprendido 
por encontrar relação direta com a apli-
cação no campo real, bem como para o 
desenvolvimento de suas capacidades.
Fonte: Adaptado de Galatti, Darido e Paes (2010), Machado (2012) e Machado, Galatti e Paes (2014)
SAIBA MAIS
Transposição Didática dos Saberes
Uma ideia originária do sociólogo 
Michel Verret (1975) se concretiza 
como um conjunto de ações que 
torna um saber sábio em saber 
ensinável: “Um conteúdo do sa-
ber que foi designado como saber 
a ensinar sofre, a partir daí, um 
conjunto de transformações adap-
tativas que vão torná-lo apto para 
ocupar um lugar entre os objetos 
de ensino. O trabalho que transfor-
ma um objeto do saber a ensinar 
em objeto de ensino é denominado 
de transposição didática” (CHE-
VALLARD, 2001: 20).
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Um Imperativo: O esporte só será 
praticado se for devidamente ensinado e 
aprendido. A aprendizagem não ocorrerá 
de forma natural, precisando de estímu-
los específicos e sob orientação do pro-
fissional de educação física, em um pro-
cesso que se inicia na escola nas aulas de 
educação física e poderá se estender na 
participação em projetos e programas so-
ciais, centros de treinamento, clubes es-
portivos ou fazer parte de um lazer ativo.
SAIBA MAIS
Princípios da Pedagogia dos 
Esportes Coletivos
https://www.youtube.com/wat-
ch?v=QRBHRD5i5jM
Pedagogia do Esporte – Prof. Dr. 
Ademir Costa
https://www.youtube.com/wat-
ch?v=6Omw07GwSXI.
Pedagogia do Jogo na Educação 
Física Escolar - Prof. Dr. Scaglia
https://www.youtube.com/wat-
ch?v=WDU_VD-QpA8
IMPORTANTE
Em trabalhos de iniciação esporti-
va não se pode simplesmente copiar 
modelos de propostas de atividades 
ou de qualquer programa de treina-
mento, pois, são universos diferentes. 
A Pedagogia do Esporte que funda-
menta a orientação esportiva deve 
cuidar para que não seja projetado 
aos iniciantes um modelo ideal de 
atleta que desrespeite as caracterí-
siticas individuais e os sonhos dese-
nhados pelos integrantes.
3.1. Por qual razão a 
Pedagogia do Esporte 
tem na escola um espaço 
privilegiado?
 Î A maioria dos escolares (80%) se 
concentra nas instituições públicas, 
tendo neste ambiente o único espaço 
para a prática orientada e aprendiza-
gem significativa pelo esporte; 
 Î Todos os jovens frequentam obriga-
toriamente a escola; 
 Î Na escola estão os profissionais qua-
lificados para a educação dos jovens; 
 Î A idade escolar representa o me-
lhor período crítico de aprendizagem 
para aquisição de habilidades e com-
petências motoras e sociais; e 
 Î Na escola existe a disciplina de Edu-
cação Física, parte integrante e obri-
gatória do currículo, sendo espaço 
considerado ideal para programas 
com objetivos educativos por meio 
do esporte (CATUNDA, 2015; MAR-
QUES, 2010, MARTINS, 2014).
FIQUE POR DENTRO...
Esporte Educação
https://www.youtube.com/watch?-
v=DbXQmW1wX-U
 
SE LIGA
Orientação pedagógica aos pro-
fessores e técnicos: parte do seu 
olhar cuidadoso e sábio sobre os 
intertesses e as necessidades de 
cada aluno ou atleta, das carac-
terísiticas específicas correspon-
dentes a cada fase da vida espor-
tiva, da compreensão de como o(a) 
aluno(a) aprende e da interpreta-
ção de uma avaliação processual.
https://www.youtube.com/watch?v=QRBHRD5i5jM
https://www.youtube.com/watch?v=QRBHRD5i5jM
https://www.youtube.com/watch?v=6Omw07GwSXI
https://www.youtube.com/watch?v=6Omw07GwSXI
https://www.youtube.com/watch?v=WDU_VD-QpA8
https://www.youtube.com/watch?v=WDU_VD-QpA8
https://www.youtube.com/watch?v=DbXQmW1wX-U
https://www.youtube.com/watch?v=DbXQmW1wX-U
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3.2. Fases dos Movimentos 
Especializados Necessário 
para o Ensino dos Esportes
Sendo a fase reconhecida como madu-
ra para a aprendizagem dos esportes, 
Gallahue (2005) dividiu esta importante 
etapa da vida em estágios:
3.2.1. Estágio Transitório
A partir de 7 anos, a criança começa a 
combinar e aplicar habilidades motoras 
fundamentais ao desempenho especiali-
zado. A família e professores(as) devem 
ajudar as crianças a aumentar o controle 
e competência motora em inúmeras ati-
vidades. Há apenas aplicação dos mo-
vimentos fundamentais de forma mais 
específica e complexa. As crianças estão 
muito ativas e não se deve restringir os 
movimentos.
3.2.2. Estágio de Aplicação: 
Ocorre entre 11 e 13 anos, provocando mu-
danças interessantes. A criança demons-
tra maior satisfação cognitiva, já apresen-
tando a capacidade de tomar decisões e 
fazer escolhas de aprendizado, inclusive, 
escolher ou evitar praticar habilidades 
esportivas, como também a possibilidade 
de fazer autoexame de forças e fraquezas, 
oportunidades e restrições.
3.2.3. Estágio de Utilização 
Permanente
A partir de 14 anos, caso haja aprendiza-
gem no tempo certo, no auge do processo 
de desenvolvimento motor. Etapa carac-
terizada pelo uso de repertório de movi-
mentos adquirido pelo indivíduo ao longo 
de sua vida. É dependente de fatores ex-
ternos, como a igualdade de oportunida-
des de prática, diminuição das barreiras 
sociais e orientação qualificada dos pro-
fissionais de educação física.
REFLEXÃO PARA 
UMA PEDAGOGIA DO 
ESPORTE
 Î Você tem dúvidas quanto à função 
educacional do esporte?
 Î Está claro para você que as 
crianças e adolescentes têm no 
esporte um meio para aprendi-
zagem de valores, de desenvol-
vimento da competência motora 
e a possibilidade de exercerem a 
cidadania ativa?
 Î Para você, o enfoque educativo 
está bem definido e é assumido 
também pelos gestores escolares 
e do esporte?
 Î Qual a sua posição sobre compe-
tição? Os(As) professores(as) pre-
param os jovens para o esporte 
de competição, compreendendo 
como algo inerente à prática es-
portiva?
O balizador para as  intenções 
educativas é oferecer a todas as 
crianças experiências desafiadoras, 
que possam contribuir para a afir-
mação de suas competências (RE-
VERDITO et al., 2008). Para além da 
aprendizagem dos gestos motores, o 
esporte prepara para a vida, como é 
caso das competências consideradas 
importantes para o mundo do traba-
lho e que são possíveis de serem de-
senvolvidas quando se utiliza a Peda-
gogia do Esporte como princípio. Veja: 
trabalho em equipe e comunicação; 
tomada de decisões e liderança; re-
solução de problemas e criatividade; 
gestão do tempo e recursos.
SEJA UM(A) 
PROFESSOR(A) 
REFLEXIVO(A
Você consegue identificar durante as 
aulas e treinamentos esportivos os 
momentos em que essas competên-
cias são exercitadas? Consegue defi-
nir quais delas está experimentando? 
A esse comportamento do(a) profes-
sor(a) denominamos intencionalidade. 
Você planeja definindo qual inten-
cionalidade pretende trabalhar? Identi-
ficando,como faz para avaliar se os(as) 
alunos(as) e atletas estão tendo êxito 
para que possam evoluir nos níveis de 
complexidade das atividades? Concor-
da que esses são aspectos que asse-
guram a existência de aprendizagem?
Para que ocorra a aprendizagem 
dos esportes, é necessário que o ensino 
seja eficaz, promova o desenvolvimento 
das habilidades motoras fundamentais 
e dialogue com a transição para as habi-
lidades motoras especializadas que, ao 
serem desenvolvidas, são aspectos es-
senciais para a aprendizagem do esporte. 
A seguir, a definição desses importantes 
conceitos para o desenvolvimento har-
monioso das crianças e adolescentes:
 Î Movimentos fundamentais: são ten-
tativas orientadas para que as crian-
ças experimentem a capacidade mo-
tora dos seus corpos. Esse período 
é essencial para as descobertas de 
movimentos combinados, por exem-
plo: correr, pular, arremessar, apa-
nhar, andar com firmeza e equilíbrio.
 Î Movimentos especializados, são to-
talmente dependentes de fases ante-
riores. Se aplicam a atividades diárias, 
brincadeiras e nos esportes. Nesta 
etapa, os movimentos básicos estão 
refinados, combinados e elaborados 
para situações de maior exigência.
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REFLITA
Seria possível a aprendizagem dos 
esportes sem a devida aprendizagem 
e aplicação das habilidades motoras 
especializadas? Você sabia que a per-
cepção de competência motora é fun-
damental para a motivação de apren-
der e praticar um esporte?
Pesquise sobre esse conceito e re-
flita sobre a importância em desen-
volver essas competências para a 
aprendizagem dos esportes.
3.3. Metodologias 
Empregadas para o Ensino 
do Esporte
Agora você verá algumas possibilidades 
metodológicas com o objetivo de provo-
car interesse que possa gerar transfor-
mações positivas ou justificar as suas 
práticas pedagógicas atuais. Importa 
motivar sua criatividade e capacidade 
de adaptação a realidades diversas para 
suas aulas ou treinos, que o(a) possibilite 
fazer escolhas eficazes que levem ao êxi-
to no ensino, motivação, compreensão e 
a aprendizagem dos seus(uas) alunos(as) 
e atletas. 
TREINANDO...
Após o estudo, escolha a metodologia 
que mais se aproxima de sua concep-
ção pedagógica e prepare uma aula ou 
treino e experimente. 
Em seguida, escreva sobre a ex-
periência, identificando aspectos posi-
tivos e negativos.
SE LIGA
Não haverá metodologia ou mo-
delo únicos que deem conta de 
um ensino de qualidade.
3.3.1. Método Tradicional ou Analítico/
Tecnicista
Tendo como base os estudos de Scaglia 
(2014), este método é influenciado pelas 
teorias empiristas e inatistas, tendo a 
preocupação principal com o desenvol-
vimento e aperfeiçoamento das técnicas 
do jogo e dos movimentos, por vezes es-
tereotipados. Segundo o autor, o tecnicis-
mo fragmenta o jogo em partes, utilizan-
do o ensino dos fundamentos técnicos 
descontextualizados com a realidade da 
prática esportiva sendo treinados e auto-
matizados pelos(as) alunos(as) e atletas. 
Podemos apresentar como exemplos: en-
fileirar alunos e treinar o passe com ên-
fase na execução do gesto técnico, com 
base em padrões motores de excelência 
de baixa efetividade para iniciantes; for-
mar fila de alunos para realização de 
chutes a gol, arremessos ou bandeja com 
marcações no solo para sincronização 
dos passos.
3.3.2. Novas Tendências em Pedagogia 
do Esporte 
Apresenta uma posição de ruptura com o 
pensamento e modo tradicional de ensi-
no. Para tal mudança, pressupõe-se um 
profissional habilitado e capacitado a 
transformar uma ação motora em pro-
cesso cultural, social e educativo. Expe-
rimentar essas novas tendências, exigirá 
do(a) professor(a) a capacidade de ensi-
nar por meio de competências, como des-
taca Scaglia (2014), requerendo que haja 
análise do processo com base nas com-
petências para o jogo, na inteligência 
interpretativa e na tomada de decisão. 
Isso coloca a ampliação das condutas 
motoras como aspecto prioritário para a 
participação emancipada nos esportes, 
sendo o(a) aluno(a) um(a) participante ati-
vo(a), tendo a consciência de suas ações. 
Para o autor, as diferentes propostas 
metodológicas concebidas em meio às 
influências advindas das novas tendên-
cias em Pedagogia do Esporte tendem a 
valorizar o jogo, sendo os procedimen-
tos didático-metodológicos baseados 
nas relações de cooperação e oposição, 
individuais e coletivas. Existe assim uma 
lógica de que o jogo possibilita a apren-
dizagem pela experimentação perma-
nente e associada às habilidades apren-
didas no próprio contexto vivenciado nas 
aulas ou treinos.
SAIBA MAIS
A Pedagogia do Esporte e as novas 
tendências metodológicas
por Alcides José Scaglia (2014)
https://novaescola.org.br/con-
teudo/246/a-pedagogia-do-es-
porte-e-as-novas-tendencias-
-metodologicas
https://novaescola.org.br/conteudo/246/a-pedagogia-do-esporte-e-as-novas-tendencias-metodologicas
https://novaescola.org.br/conteudo/246/a-pedagogia-do-esporte-e-as-novas-tendencias-metodologicas
https://novaescola.org.br/conteudo/246/a-pedagogia-do-esporte-e-as-novas-tendencias-metodologicas
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3.3.3. Modelo de Educação Desportiva 
Para Mesquita (2012), há simulação de 
aspectos fundamentais dos contextos 
desportivos, nos quais os(as) alunos(as) e 
atletas assumem gradualmente respon-
sabilidades à medida em que avançam 
na aprendizagem. O(A) professor(a) aplica 
estratégias de instrução mais informais, 
valorizando a dimensão humana e cultu-
ral do esporte, reconhecendo a importân-
cia de democratizar a competição, quan-
do assume o compromisso pedagógico 
entre inclusão, competição e aprendiza-
gem. O modelo tem como premissa um 
esporte plural, onde cada um participa de 
acordo com suas possibilidades e interes-
ses. Entende que a competição tem um 
valor esportivo insubstituível, sendo esta 
uma prioridade natural para quem treina.
3.3.4. Teaching Games for 
Understanding (TGfU)
Os autores Bunker e Thorpe (1982) pro-
puseram na Inglaterra a implementação 
de uma proposta pedagógica a partir da 
insatisfação com os modelos pedagógi-
cos esportivos que tinham o tecnicismo 
como principal característica. Apresenta-
ram uma nova concepção para o ensino, 
baseada no entendimento, compreensão, 
reflexão e problematização de elementos 
estruturais dos próprios jogos. A seguir, a 
proposta em seis etapas:
a. De acordo com o nível dos alunos, será 
introduzida uma forma completa ou 
simplificada do jogo, a fim de promo-
ver uma maior apropriação de seu 
funcionamento e o envolvimento inicial 
dos praticantes com os seus proble-
mas;
b. Corresponderá à reflexão sobre 
lógica interna do jogo (regras, dinâ-
mica, funcionamento), na qual os(as) 
próprios(as) alunos(as) fariam suas 
considerações sobre a prática;
c. Referente à conscientização tático-
-estratégica, os(as) alunos(as) seriam 
estimulados(as) a refletir, identificar e 
propor soluções práticas para os pro-
blemas de ataque e defesa do jogo;
d. Compreenderá a contextualização 
da tomada de decisão, por exemplo, 
definições sobre o que se fazer com ou 
sem a posse da bola; onde se colocar 
em determinada situação; como fazer 
determinados movimentos etc.; 
e. Indicará o desenvolvimento das técni-
cas de jogo necessárias para um bom 
desempenho a partir dos problemas 
encontrados em etapas anteriores;
f. Será realizada a avaliação da perfor-
mance dos(as) alunos(as) e a prepara-
ção de um jogo, com maior complexi-
dade, para o início de um novo ciclo.
3.3.5. Modelo Ativo e Reflexivo de 
Ensino (Mare)
Desenvolvido com base em teorias di-
versas da educação e pelo ensino aberto, 
problematizado e híbrido das metodolo-
gias ativas com a intenção de aplicação 
em todos os conteúdos da educação fí-
sica, em particular no ensino do esporte 
(CATUNDA, 2019). Apresenta comoobje-
tivo criar um ambiente educativo adequa-
do e desafiador, que permita desenvolver 
a literacia física para o pleno uso das ca-
pacidades e competências necessárias, 
para que alunos(as) e atletas tenham mo-
tivação, compreensão e confiança para 
aprender e praticar e treinar o esporte 
que desejar. Suas principais característi-
cas são:
a. Traduzido em um modo de ensinar por 
trilhas flexíveis e criativas;
b. Apresenta alta interação para motiva-
ção e engajamento constante dos(as) 
alunos(as);
c. Centrado na realização e cocriação de 
tarefas mediadas pelo(a) professor(a);
d. Valoriza desafios constantes a profes-
sores(as) e alunos(as);
e. Inclusão de todos(as), o tempo todo 
e de todas as formas no processo de 
aprendizagem; 
f. Organização das atividades prioritaria-
mente em grupos, com variações nas 
quantidades de participantes e condi-
ções de desenvolvimento;
g. Aprendizagem por times, incluindo a 
escolha de lideranças pelos(as) alu-
nos(as);
h. Oportunidade permanente para a 
tomada de decisão e resolução de 
problemas;
i. Controle do tempo e manutenção do 
foco para realização das tarefas;
j. Possibilidade aberta e híbrida de es-
tratégias, métodos, técnicas e estilos 
de ensino, mantendo os objetivos a se-
rem alcançados na aula ou no treino;
k. Atenção aos níveis de atividade física e 
engajamento dos alunos.
PARA REFLETIR
Como professor(a) ou técnico(a) 
desportivo(a) é preciso levar em 
consideração o que é imprevisível 
no esporte. Compreender para to-
mar decisões sobre a complexida-
de existente nos jogos, não sendo o 
centro do processo, mas um(a) fa-
cilitador(a) ativo(a), capaz de mo-
bilizar os(as) alunos(as) para o foco 
e resolução coletiva dos desafios 
da prática esportiva.
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AÇÃO POSITIVA +
Durante a prática, proporcione oportu-
nidades para que os(as) alunos(as) e 
atletas pensem e organizem as ações 
para além da execução de movimen-
tos desconectada da realidade e em 
sintonia com a utilização exitosa em 
favor do jogo, do coletivo, do êxito de 
seu grupo e do jogar bem por saber 
fazer a transposição entre o aprendi-
do e o aplicado. 
É preciso fazê-los(as) pensar nas si-
tuações táticas dos jogos e tomar 
decisões positivas e autorais. Não se 
concebe mais, nos dias de hoje, um(a) 
professor(a) direcionando a atividade 
e os(as) alunos(as) somente executan-
do sem a capacidade de interpretação 
dos problemas e as suas formas de 
resolução, criando suas próprias es-
tratégias, que já deveriam ter sido ob-
jeto de experimentação nas aulas ou 
treinos. 
O ensino de forma transmissiva, 
em caso de opção dos(as) professo-
res(as), deverá ser misturado com 
estratégias mais ativas, que possibi-
litem a eles(as) o desenvolvimento 
de autonomia e a capacidade de de-
cisão durante a prática dos esportes.
SAIBA MAIS
Metodologia do Ensino/treinamen-
to dos Esportes Coletivos
https://www.youtube.com/watch?-
v=N5dNtwEPbrc
PARA REFLETIR
É fundamental controlar as ambi-
ções e as ansiedades dos adultos 
pais, técnicos, dirigentes esporti-
vos e todos os demais envolvidos 
com a prática das modalidades 
esportivas, no sentido de impedir 
a criação de um conjunto de unida-
des e forças que venham interferir 
no desenvolvimento da criaça no 
esporte (NISTA-PICCOLO, 1999).
FIQUE ATENTO(A)!
Respeitar as dimensões sensíveis 
dos atletas, presentes nos momen-
tos de treino e de competição, é um 
princípio pedagógico importante 
para o crescimento e continuidade 
da carreira esportiva.
https://www.youtube.com/watch?v=N5dNtwEPbrc
https://www.youtube.com/watch?v=N5dNtwEPbrc
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CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
CATUNDA, R. Relatório de Estágio Pós-Dou-
toral. Universidade de Lisboa, Pt. 2019.
CATUNDA, R., LAURINDO, E. SARTORI, S. Reco-
mendações para a Educação Física 
Escolar. CONFEF, Rio de Janeiro, 2014.
CATUNDA, R., MARQUES, A. Educação Física 
Escolar: referenciais para o ensino de qua-
lidade. Belo Horizonte, Casa da Educação Fí-
sica, 2017.
FREIRE, J. B., SCAGLIA, A. J. Educação como 
Prática Corporal. São Paulo: Scipione, 2003.
GALLAHUE, D. L; OZMUN, J. C; GOODWAY, J. D. 
Compreendendo o desenvolvimento motor: 
bebês, crianças, adolescentes e adultos. 7 
ed. Porto Aalegre-RS: Artmed, 2013.
MOREIRA, W.W., BENTO, J.O. (Orgs.) Citius, Al-
tius, Fortius: Brasil, esportes e jogos olímpi-
cos. Belo Horizonte: Casa da Educação Física, 
2014. In. Os Jogos Olímpicos na Perspectiva 
da Pedagogia do Esporte no Brasil. NISTSA-
-PICOLO, V.L., NUNOMURA, M.
Neste módulo, você recebeu conhe-cimentos sobre os valores educa-tivos do esporte quando trabalha-
do com a intencionalidade de formação 
integral. O esporte, compreendido como 
fenômeno social e cultural, pode ser uti-
lizado com importante ferramenta para 
o desenvolvimento humano. Identifica-
mos que a Educação, o(a) Professor(a) 
e a Educação Física são reconhecidos 
como os três pilares intervenientes no 
processo de ensino dos esportes. Vimos 
também os principais conceitos, tendên-
cias e definições sobre o que é a Pedago-
gia do Esporte. Tivemos a oportunidade 
de comparar as diversas metodologias, 
modelos e estratégias, comparando o 
ensino centrado no tecnicismo e tam-
bém conhecer as novas tendências pe-
dagógicas para o esporte.
E o melhor ainda está porvir. 
Acompanhe!
REFERÊNCIAS
REVERDITO, R. S., SCAGLIA, A. J. Pedagogia do 
Esporte. São Paulo: Phorte, 2009.
SCAGLIA, A. J. O Futebol e as Brincadeiras de 
Bola. São Paulo: Phorte, 2011. 
_____________ . A Pedagogia do Esporte 
e as Novas Tendências Metodológicas. Pu-
blicado em NOVA ESCOLA Edição 273, 01 de 
junho | 2014. https://novaescola.org.br/con-
teudo/246/a-pedagogiado-esporte-e-as-no-
vas-tendencias-metodologicas
TANI, G., BENTO, J. O., PETERSEN, R. D. S. Pe-
dagogia do Desporto. Rio de Janeiro: Guana-
bara Koogan, 2006.
UNESCO. Carta Internacional da Educação Fí-
sica, da Atividade Física e do Esporte, 2015. 
https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/
pf0000235409_por
UNESCO. Valores do Esporte. Brasília: Funda-
ção Vale, Unesco, 2013. 
https://novaescola.org.br/conteudo/246/a-pedagogiado-esporte-e-as-novas-tendencias-metodologicas
https://novaescola.org.br/conteudo/246/a-pedagogiado-esporte-e-as-novas-tendencias-metodologicas
https://novaescola.org.br/conteudo/246/a-pedagogiado-esporte-e-as-novas-tendencias-metodologicas
https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000235409_por
https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000235409_por
AUTORES
Antônio Ricardo Catunda de Oliveira
Possui graduação em Educação Física e 
mestrado em Educação em Saúde, am-
bos pela Universidade de Fortaleza (Uni-
for). Doutor em Ciências da Educação, no 
ramo da Didática do Ensino da Educação 
Física e do Desporto pela Universidade 
de Lisboa, Portugal. Pós-Doutor na espe-
cialidade de Educação para a Saúde, pelo 
Centro de Estudos de Educação e Promo-
ção da Saúde da Universidade de Lisboa, 
Portugal. Professor adjunto da Universi-
dade Estadual do Ceará (Uece). Desen-
volve estudos e pesquisas em Educação 
Física escolar e Metodologias Ativas. 
Criador do Modelo Ativo e Reflexivo de 
Ensino na Educação Física. Presidente da 
Comissão de Educação Física Escolar do 
Confef. Líder do Núcleo de Investigação 
em Atividade Física na Escola (Niafe).
Lívia Marques Quixadá
Graduada em Educação Física pela Uni-
versidade Estadual do Ceará (Uece), com 
especialização em Educação Física Esco-
lar (Uece). Professora e pesquisadora do 
Núcleo de Investigação em Atividade Físi-
ca na Escola (Niafe-Uece).
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Apoio: Patrocínio: Realização:
CONSELHO REGIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA 5ª REGIÃO
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR) Presidente Luciana Dummar Diretor Administrativo-Financeiro André Avelino de Azevedo Gerente-Geral 
Marcos Tardin Gerente Editorial e de Projetos Raymundo Netto Gerente de Audiovisual Chico Marinho Gerente de Marketing & Design 
Andrea Araujo Coordenadora de Projetos Sociais Lia Leite Analistasde Projetos Aurelino Freitas e Fabrícia Góis Analista de Contas 
Narcez Bessa | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (UANE) Gerente Educacional Prof. Dr. Deglaucy Jorge Teixeira Coordenadora 
Pedagógica Profa. Ms. Jôsy Cavalcante Coordenadora de Cursos Esp. Marisa Ferreira Secretária Escolar Iany Campos Desenvolvedora Fron-
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Ribeiro | GESTÃO MULTIDISCIPLINAR DO ESPORTE: PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO Concepção e Coordenadora Geral Valéria Xavier 
Coordenadores de Conteúdo Ricardo Catunda e Valéria Xavier Coordenador Editorial e Revisor Raymundo Netto Projeto Gráfico Andrea Araujo 
Editores de Design Andrea Araujo e Welton Travassos Designer Gráfico Welton Travassos Ilustrador Carlus Campos Analista de Marketing 
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ISBN: 978-65-5383-041-7 (Coleção) | ISBN: 978-65-5383-043-1 (Fascículo 2)
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Todos os direitos desta edição reservados à:
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Artista visual que há mais de 30 anos é 
ilustrador do Jornal O POVO. Na produção 
de suas ilustrações, utiliza várias lingua-
gens como: desenho, pintura, aquarela, 
gravura e fotografia. Ao longo dos anos 
90, além de ganhar diversos prêmios com 
arte gráfica, fez incursões pelas artes 
plásticas participando de diversos Salões 
de Arte. Desde 2014,a xilogravura ocupa 
considerável espaço em sua produção 
chegando a participar do coletivo IN-GRA-
FIKA .Em 2019 funda, com mais 7 artistas 
cearenses, o Ateliê Coletivo Kraft.

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