Buscar

teorico 1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Projeto de Graduação: 
Pesquisa
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Victor Barbosa Felix
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Conhecimento Científico e Método Científico
• Classificação do Conhecimento;
• Essência e Limitações do Conhecimento Científico;
• Método Científico: Conceitos;
• Projeto de Pesquisa: Definição e Delimitação do Objeto de Estudo.
 · Apresentar e esclarecer aos alunos os conceitos sobre Conhecimento 
Científico e Método Científico.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Conhecimento Científi co
e Método Científi co
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você 
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Conhecimento Científico e Método Científico
Classificação do Conhecimento
É uma característica do homem construir o conhecimento, ele é próprio da 
humanidade e é consequência de sua história, sendo o resultado de um processo 
onde há o acúmulo de toda a história da vida do ser humano. O conhecimento 
existe devido à necessidade do homem de questionar sobre sua própria existência e 
também devido à sua busca por respostas, isso, pois, o homem tenta compreender 
e explicar o mundo a sua volta. Mas o ser humano não guarda o conhecimento só 
para si, ele busca o compartilhamento do conhecimento com o próximo e para as 
futuras gerações, pois o conhecimento é patrimônio de toda a humanidade, um 
patrimônio histórico e cultural.
Caro aluno, note que, graças ao conhecimento, existe a ciência, a arte e também 
a tecnologia. Assim, com o objetivo de dar sentido ao mundo à sua volta, o homem 
destaca quatro tipos de conhecimentos, sendo eles:
• O conhecimento científico;
• O conhecimento filosófico;
• O conhecimento religioso;
• O senso comum.
A seguir, serão apresentadas as características desses conhecimentos.
O Conhecimento Científico usa a racionalidade para conseguir compreender 
a realidade. É importante que você tenha em mente que com isso é possível 
descobrir as relações entre os fenômenos, descrevendo seu comportamento para 
que seja possível prever os acontecimentos e nos ajudar a agir sobre a natureza, 
sempre almejando benefícios para toda a humanidade. O conhecimento científico 
é capaz de investigar a causa e a constituição do fenômeno, sendo caracterizado 
principalmente por sua capacidade de analisar, explicar, justificar, criar leis e 
predizer eventos futuros.
O Conhecimento Filosófico é resultado de reflexões que o homem faz sobre si 
próprio e sobre a realidade à sua volta. Essas reflexões estão em consonância com 
contextos culturais e podem se modificar com o tempo à medida que se modificam 
também os contextos históricos. 
Desde o início da filosofia, os filósofos questionam-se se a verdade está no objeto 
ou na relação do homem com o objeto. Com isso, percebem-se diversas formas de 
interpretações sobre o que é verdade e qual a validade da verdade, ou seja, cada 
pensador vai responder essas questões de uma forma diferente.
É importante deixar claro que nem todos os pensadores e até mesmo cientistas 
obtêm a mesma conclusão sobre essas questões que envolvem as verdades. Isso 
deve ser visto como um ponto positivo, pois assim possibilita que esses conceitos 
sejam testados inúmeras vezes, sejam comprovados e, assim, são diminuídas as 
margens de erros.
8
9
Você deve ter em mente que é possível pensar de forma filosófica a arte, a ciên-
cia, a religião, o homem etc. 
 O Conhecimento Religioso ou teológico é um tipo de conhecimento baseado 
na Fé, não se baseado na razão. Umas das principais características do conheci-
mento religioso é que ele não aceita questionamentos, exatamente por não se ba-
sear na razão e sim na Fé, isso resulta que a verdade é algo que surge da revelação. 
Esse conhecimento vem da crença em divindades e forças superiores. Como tam-
bém ocorre com o conhecimento filosófico, o conhecimento religioso ou teológico 
não é experimentável, pois é totalmente dependente do exercício de pensar, eles 
são produzidos da necessidade que o homem possuiu de transcendência.
O Senso Comum é um tipo de conhecimento que é produzido das experiências 
acumuladas pelo homem durante sua existência, é resultado das experiências do 
indivíduo, ou seja, aquilo que ele ouviu e viu de outras pessoas, sempre ligado às 
tradições sociais. Esse é um tipo de conhecimento espontâneo, que é resultado 
de opiniões subjetivas sobre fatos e acontecimentos que são formadas em função 
da experiência de cada indivíduo. Também é conhecido como o conhecimento do 
dia a dia e faz parte das tradições de uma sociedade e é simplesmente passado de 
geração a geração.
Com essas informações o aluno pode observar que esse tipo de conhecimento 
não depende de estudos ou pesquisas, ele aborda o fato em si sem se preocupar 
com as causas. Mas nunca pense que por causa disso esse tipo de conhecimento 
não tem valor ou significado, pois ele é a primeira compreensão que temos do 
mundo à nossa volta e ele nos é dado por herança, e graças a ele nós fazemos 
julgamentos, criamos projetos de vida e adquirimos convicções para agir.
Por outro lado, o senso comum é subjetivo e pessoal, é resultado do acúmulo 
de conhecimento e experiências de vida. Assim, deve ser notado que uma opinião 
pessoal não é considerada uma verdade desde que seja demonstrada cientificamente.
Essência e Limitações
do Conhecimento Científico
A ciência dentro do meio acadêmico é um conhecimento sistemático que nos 
leva a conclusões lógicas dos fenômenos físicos, químicos, matemáticos, biológicos, 
sociais e naturais que podem ser demonstradas utilizando a pesquisa. Isso dá uma 
ideia de que a ciência é objetiva, pois ela busca uma comunicação universal com o 
objetivo de divulgar, aumentar as possibilidades da confirmação ou até mesmo da 
refutação do conhecimento. 
Porém, existe um fato que deve ser levado em consideração. Tal fato é de que 
qualquer mensagem, mesmo que seja objetiva, acaba se tornando subjetiva no 
momento que o indivíduo toma consciência de sua existência, pois cada pessoa 
9
UNIDADE Conhecimento Científico e Método Científico
tem sua própria consciência da realidade – claro, baseada em suas experiências 
pessoais. Isso ocorre na divulgação, pois as pessoas, em função de suas experiências 
particulares, interpretam de diversasformas essa mensagem.
Com isso, fica evidente que as verdades científicas não são imutáveis, pois 
variam de acordo com as mudanças sociais, políticas, econômicas e culturais nos 
diversos contextos históricos.
Qual é o Papel da Curiosidade?
Apesar do ser humano sempre ter buscado o conhecimento para interpretar 
a natureza e o mundo que está a sua volta e esse conhecimento ter sido passado 
ao longo das gerações, a alienação não é algo justificável, pois ela se dá quando o 
indivíduo não quer repensar sobre o mundo. 
É natural do homem ser curioso e duvidar das coisas, porém, mesmo a ciência 
experimental tendo sido desenvolvida no século XVII, somente no século XX a 
ciência se tornou não somente um fator histórico e cultural, mas também um 
fator de ordem moral, política e ética. Assim se solidificou a função da curiosidade 
para um cientista, pois existe muitas vezes um confronto com outras teorias já 
estabelecidas; embora isso seja fundamental em muitos momentos para a ciência 
obter o máximo conhecimento de determinada teoria.
O conhecimento científico auxilia a humanidade a melhorar cada vez mais 
qualidade de vida, por resolver problemas que faziam parte das gerações anteriores. 
A curiosidade que desenvolve o espírito científico é uma busca incansável pela 
verdade, consciente dessa necessidade de busca, expondo suas ideias que estão 
sujeitas a críticas, que sejam livres de interesses pessoais e crenças e que não 
aceitem conclusões precipitadas e muitas vezes preconceitos. 
As razões mais evidentes da investigação científica são os esforços por conhecer 
e a busca da verdade, mesmo que não se consiga alcançar todas as respostas.
Método Científico: Conceitos
Até aqui foram vistos conceitos relacionados ao conhecimento científico. Pode 
ser observado que a ciência busca conhecer, interpretar e intervir na realidade de 
forma metódica. A partir daqui, serão apresentados alguns métodos científicos.
Que dizer então do método científico? Poderíamos dizer que é o caminho 
trilhado pelo cientista quando em busca de verdades científicas, mas quais são 
essas verdades científicas? O que é ser cientista? O que é ciência? Existe uma 
ciência única? Quando nos reportamos a uma hipotética linha demarcadora, a 
separar o que julgamos ser uma verdade científica de outras possíveis verdades, 
a que estamos nos referindo? Por essas questões, nota-se que o método tem vital 
10
11
importância, já que é por meio dele que se alcançam as verdades buscadas pela 
humanidade por meio dos pesquisadores.
Qualquer pessoa pode realizar uma experiência que julgue ser bem-sucedida, mas 
sempre necessitará da comprovação científica por meio de provas. Os cientistas só 
aceitarão uma teoria ou descoberta depois que a replicarem ou obtiverem provas 
irrefutáveis até aquele momento. Uma experiência científica só será considerada 
como válida para o mundo da Ciência se for realizada seguindo determinadas 
normas. Os cientistas se esmeram em replicar incontáveis vezes um trabalho até 
terem certeza de que foram obedecidos todos os critérios de cientificidade exigidos 
pela Ciência.
No método científico, a hipótese é o caminho devem levar à formulação de uma 
teoria. O cientista, na sua hipótese, tem dois objetivos: explicar um fato e prever 
outros acontecimentos dele decorrentes. A hipótese deverá ser testada e aplicada 
para que os resultados obtidos pelos pesquisadores comprovem perfeitamente a 
hipótese, então ela será aceita como uma teoria. 
Para simplificar, a hipótese é uma tentativa preliminar de resposta ao problema 
da pesquisa. A hipótese é uma resposta provisória e antecipa algo que será ou não 
confirmado com a pesquisa.
O método científico é composto pelas seguintes fases:
• Observação de um fato;
• Formulação de um problema;
• Proposta de uma hipótese;
• Realização de uma pesquisa para testar a validade da hipótese.
Para maior segurança nas conclusões, toda pesquisa deve ser controlada com 
técnicas que permitam descartar as variáveis que podem mascarar o resultado.
Tipos de Métodos
Existem vários tipos de métodos científicos utilizados pelos cientistas e pesqui-
sadores de diferentes áreas do conhecimento para se chegar a determinados resul-
tados. São eles:
1. Método indutivo: é aquele que parte da observação de casos particulares 
para o estabelecimento de hipóteses de caráter geral. Trata-se do método 
proposto pelos empiristas (Bacon, Hobbes, Locke, Hume), para os quais o 
conhecimento é fundamentado exclusivamente na experiência, sem levar 
em consideração princípios preestabelecidos.
Nesse método, parte-se da observação de fatos ou fenômenos cujas causas se 
desejam conhecer. A seguir, procura-se compará-los com a finalidade de descobrir 
as relações existentes entre eles. Por fim, procede-se à generalização, com base na 
relação verificada entre os fatos ou fenômenos.
11
UNIDADE Conhecimento Científico e Método Científico
Observe o exemplo a seguir:
• João é mortal;
• Paulo é mortal;
• Manoel é mortal;
• Ora, João, Paulo e Manoel são homens;
• Logo, (todos) os homens são mortais.
Conclusões indutivas são perigosas, pois generalizações de premissas verdadeiras 
podem levar a uma falsa conclusão.
2. Método dedutivo: é aquele pelo qual, a partir da observação de um princí-
pio geral, chega-se a conclusões particulares. Parte de princípios reconhe-
cidos como verdadeiros e indiscutíveis e possibilita chegar a conclusões de 
maneira puramente formal, isto é, em virtude unicamente de sua lógica. É o 
método proposto pelos racionalistas (Descartes, Spinoza, Leibniz), segundo 
os quais só a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro, que de-
corre de princípios a priori evidentes e irrecusáveis. Como neste exemplo:
• Todo mamífero é vertebrado;
• Todo homem é mamífero;
• Logo, todo homem é vertebrado.
3. Método hipotético-dedutivo: é aquele pelo qual, mediante a percepção de 
uma lacuna no conhecimento, formula-se uma hipótese e, então, pelo pro-
cesso de observação e inferência dedutiva, testa-se a predição da ocorrência 
de fenômeno abrangido pela hipótese (LAKATOS; MARCONI, 1991).
Pode-se apresentar as etapas do método hipotético-dedutivo da seguinte forma:
a) Problema: quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto 
são insuficientes para a explicação de um fenômeno, surge o problema;
b) Conjecturas: para tentar explicar a dificuldade expressa no problema, 
são formuladas conjecturas ou hipóteses. Para a explicação de um 
fenômeno, surge o problema;
c) Dedução de consequências observadas: das hipóteses formuladas, 
deduzem-se consequências que deverão ser testadas ou falseadas;
d) Tentativa de falseamento: falsear significa tentar tornar falsas as 
consequências deduzidas das hipóteses. Enquanto no método dedutivo 
procura-se a todo custo confirmar a hipóteses, no método hipotético- 
-dedutivo, ao contrário, procuram-se evidências empíricas para derrubá-la;
e) Corroboração: quando não se consegue demonstrar qualquer caso 
concreto capaz de falsear a hipótese, tem-se a sua corroboração, que é 
a confirmação da hipótese, entretanto, essa é considerada provisória. 
12
13
Nesse caso, de acordo com Popper, a hipótese mostra-se válida, pois 
superou todos os testes, mas não defi nitivamente confi rmada, já que a 
qualquer momento poderá surgir um fato que a invalide;
4. Método dialético: procura contestar uma realidade posta, enfatizando 
as suas contradições. Para toda tese, existe uma antítese, que, quando 
contraposta, tende a formar uma síntese. Tal método funda-se numa 
concepção dinâmica da realidade e das relações dialéticas entre sujeito e 
objeto, conhecimento para ação, teoria e prática.
Portanto, o método dialético é contrário a todo conhecimento rígido, pois tudo 
é percebido como em constante mudança.
5. Método fenomenológico: não se limita à descrição dos fenômenos. 
Também é, ao mesmo tempo, tentativa de interpretação dos mesmos, com 
o objetivo de pôr a descoberto os sentidos menos aparentes, os sentidos 
mais fundamentaisque os fenômenos têm. Caracteriza-se por valorizar a 
pesquisa do cotidiano, por tentar resgatar tudo aquilo que, pela rotina, foi 
perdendo relevo e signifi cação, foi fi cando oculto pelo uso, pelo hábito, 
pelo senso comum. Nesse sentido, o enfoque fenomenológico permite 
reeducar, reorientar o olhar que investiga.
O método fenomenológico valoriza, sobretudo, a interpretação do mundo, o 
qual surge intencionalmente à consciência do homem. Assim, pode-se afirmar que, 
na pesquisa de orientação fenomenológica, o sujeito deixa de ser um observador 
imparcial, como pretende a abordagem positivista, para assumir, de certa forma, a 
condição de “ator”. Aliás, um os méritos do método fenomenológico é justamente o 
de questionar os procedimentos positivistas, encarecendo a importância do sujeito 
no processo da construção do conhecimento.
Outra característica marcante da pesquisa fenomenológica é sua recusa à 
caracterização, pretendendo-se, ao contrário, sempre aberta a novas interpretações.
É importante ressaltar que, conforme Masini (1989), alguns autores consideram 
inadequado falar em método fenomenológico. Segundo eles, não haveria tal 
método, mas regras formais de pesquisa voltadas especialmente para o fenômeno 
(aquilo que se mostra como é, que se mostra a si mesmo). Então, não caberia falar 
em método, mas em atitude fenomenológica.
6. Método histórico: específi co das ciências sociais, parte do princípio de que 
as atuais formas de vida social, as instituições e os costumes têm suas raízes 
no passado, sendo, portanto, fundamental pesquisar sua origem para bem 
compreender sua natureza e função. Por exemplo, para se investigar uma 
instituição social como a família e as relações de parentesco, o método 
histórico pesquisa, no passado, os elementos constitutivos dos vários tipos 
de família e as fases de sua evolução social.
13
UNIDADE Conhecimento Científico e Método Científico
Dentro do método histórico, há toda uma diversidade de abordagem. É possível 
aplicar esse método ao estudo de um mesmo tema, porém com enfoques tão 
diferentes quanto o positivista, o fenomenológico, o dialético etc.
Relação entre Método e Técnica
Na investigação científica, os termos método e técnica estão estreitamente 
relacionados e são comumente empregados sem uma compreensão exata da sua 
diferenciação semântica.
Como já foi anteriormente descrito, o método – termo já conhecido na Grécia 
Clássica (méthodos) foi usado por Platão e Aristóteles no sentido de “estudo 
ordenado de uma questão filosófica ou científica”. A palavra pode ser decomposta 
no prefixo metá + hodós, que quer dizer caminho, via, rota. Em sentido genérico 
é, portanto, o caminho pelo qual se chega a um determinado resultado.
Na terminologia científica, método pode ser definido como um conjunto de 
dados e regras de proceder, permitindo atingir um fim previamente determinado. 
Ex.: pesquisa experimental, diagnóstico, operação, tratamento, reação físico-
química ou biológica, prova clínica ou teste de laboratório. Muitos teóricos definem 
método como um conjunto de meios dispostos convenientemente para se chegar 
a um fim.
A palavra técnica vem do grego tékhne, e significa arte. Se o método é o 
caminho, a técnica é o modo de caminhar. Técnica subentende o modo de proceder 
em seus menores detalhes, a operacionalização do método segundo normas 
padronizadas. É resultado da experiência e exige habilidade em sua execução. Um 
mesmo método pode comportar mais de uma técnica.
O método científico inicialmente ocorre do seguinte modo: há um problema que 
desafia a inteligência; o cientista elabora uma hipótese e estabelece as condições 
para seu controle, a fim de confirmá-la ou não; a conclusão é então generalizada, 
ou seja, considerada válida não só para aquela situação, mas para outras similares. 
Além disso, quase nunca se trata de um trabalho solitário o do cientista, pois, hoje 
em dia, cada vez mais as pesquisas são objeto de atenção de grupos especializados 
ligados às universidades, às empresas ou ao Estado. De qualquer forma, a 
objetividade da ciência resulta do julgamento feito pelos membros da comunidade 
científica que avaliam criticamente os procedimentos utilizados e as conclusões, 
divulgadas em revistas especializadas e congressos. 
Assim, dentro da visão do senso comum, a ciência busca compreender a reali-
dade de maneira racional, descobrindo relações universais e necessárias entre os 
fenômenos, o que permite prever os acontecimentos e, consequentemente, tam-
bém agir sobre a natureza. Para tanto, a ciência utiliza métodos rigorosos e atinge 
um tipo de conhecimento sistemático, preciso e objetivo. Entretanto, apesar do 
rigor do método, não é conveniente pensar que a ciência é um conhecimento 
certo e definitivo, pois ela avança em contínuo processo de investigação que 
14
15
supõe alterações à medida que surgem fatos novos, ou quando são inventados 
novos instrumentos.
Por exemplo, nos séculos XVIII e XIX, as leis de Newton foram reformuladas por 
diversos matemáticos que desenvolveram técnicas para aplicá-las de maneira mais 
precisa. No século XX, a teoria da relatividade de Einstein desmentiu a concepção 
clássica que a luz se propaga em linha reta. Isso serve para mostrar o caráter 
provisório do conhecimento científico sem, no entanto, desmerecer a seriedade e 
o rigor do método e dos resultados – ou seja, as leis e as teorias continuam sendo 
de fato hipóteses com diversos graus de confirmação e verificabilidade, podendo 
ser aperfeiçoadas ou superadas.
• A partir da explanação feita acima, será que podemos afirmar que existe um 
método universal?
• Será que os métodos universais devem ser considerados válidos para situações 
diversas? E tendo situações diferentes, podemos qualificá-las como universais?
• Como descrever relações universais por meio de métodos individuais?
• Será que esse tipo de método é realmente válido universalmente?
• Será que podemos nomear o método como sendo universal?
A busca do Conhecimento Científico, como vimos anteriormente, passa por 
diversas etapas. Tais etapas discutiremos a seguir.
Projeto de Pesquisa: Definição e 
Delimitação do Objeto de Estudo
O projeto de pesquisa desempenha várias funções: planeja a elaboração do 
trabalho de conclusão de curso, permite aos orientadores que avaliem o trabalho 
de pesquisa que será realizado e auxilia o aluno para a sistematização organizada 
de uma pesquisa.
Para a elaboração de um projeto de pesquisa é fundamental que o aluno já 
tenha definido o objeto que vai pesquisar, de forma que possa, junto ao orientador, 
delimitar o assunto, de forma a torná-lo mais preciso e claro. Não existe regra 
definida para a escolha do objeto, pode ser feito de acordo com a curiosidade do 
aluno, suas necessidades pessoais ou mesmo por sugestão do orientador. 
Ou seja, é necessário definir com precisão o assunto particular que será tratado, 
pois, quanto maior o domínio que o aluno tiver do tema, mais facilidade terá 
no desenvolvimento do projeto e, posteriormente, na redação do Trabalho de 
Conclusão de Curso.
Após a definição do objeto e delimitação do tema de estudo, o pesquisador deve 
elaborar um projeto de pesquisa; mas, para tal elaboração, é de fundamental impor-
tância a realização de um levantamento de fontes primárias e secundárias de pesquisa.
15
UNIDADE Conhecimento Científico e Método Científico
Projeto de Pesquisa: Levantamento, Leitura e Organização 
das Fontes Primárias e Secundárias de Pesquisa
O pesquisador, após realizar a definição do objeto de estudo e delimitação do 
tema, deverá partir para os próximos passos da pesquisa.
Inicialmente, o estudante deve realizar o levantamento e a organização das fontes 
primárias (jornais, revistas, leis, decretos etc.), que poderão ser localizadas nos dife-
rentes órgãos de documentação (museus, arquivos, bibliotecas, centros de documen-
tação, entre outros) e secundárias de pesquisa (referenciais teóricos e metodológicos).
A leitura e organização desses materiaisauxiliarão o pesquisador a situar o objeto 
de estudo no tempo e no espaço e, ainda, na indicação dos pressupostos que irão 
subsidiar as discussões e análises a que se propõe o estudo.
O diálogo inicial com as fontes primárias e secundárias de pesquisa aponta os 
caminhos para que o pesquisador consiga problematizar o objeto, ou seja, levantar 
questões e/ou hipóteses de pesquisa e, ainda, definir quais os objetivos do trabalho.
Após a definição do objeto, a delimitação do tema e o levantamento inicial das 
fontes de pesquisa, o pesquisador pode partir para o próximo passo da pesquisa, 
que é a elaboração do projeto de pesquisa.
Projeto de Pesquisa: Importância e Aspectos Metodológicos 
(Elementos Constitutivos)
Um projeto de pesquisa, como vimos anteriormente, pode desempenhar várias 
funções, pois define e planeja para o próprio aluno o caminho a ser seguido no 
desenvolvimento do trabalho de pesquisa e reflexão, explicitando as etapas a serem 
alcançadas, os instrumentos e as estratégias a serem usados; disciplina o trabalho e 
organiza o tempo e permite ao orientador avaliar melhor o sentido geral do trabalho.
O projeto de pesquisa é a etapa inicial da elaboração de trabalhos de conclusão 
de curso e, portanto, deve conter alguns elementos essenciais, tais como:
• Título e subtítulo do trabalho;
• Introdução que permita situar e apresentar o tema de pesquisa;
• Justificativa da escolha do tema;
• Objetivos;
• Problematização (questões e/ou hipóteses da pesquisa);
• Metodologia;
• Cronograma de trabalho;
• Bibliografia.
16
17
O título do projeto deve indicar o assunto do trabalho de forma criativa, para 
chamar a atenção para a pesquisa. O subtítulo do projeto deve explicar o assunto 
do trabalho de forma detalhada, ou seja, o título como um todo deve sintetizar o 
conteúdo da pesquisa. Exemplo: A licenciatura em História: avaliação do curso 
de História da Unesp-Franca. Claro, o título pode ser acompanhado ou não de 
subtítulo, mas, no geral, enquanto o título tem caráter mais geral, o subtítulo deli-
mitaria com mais precisão o alcance dos objetivos da pesquisa.
A introdução é a apresentação do assunto da pesquisa, ou seja, é onde 
contextualizamos espacial e temporalmente nosso objeto de estudo, dialogando 
com os trabalhos que já versaram sobre o assunto.
Na justificativa, apresentamos o motivo da escolha do tema, sua relevância 
social e/ou acadêmica (científica). Nesse item, também precisamos dialogar com 
autores/trabalhos que já versaram sobre o assunto, é onde se coloca a gênese do 
problema, explicitando os motivos mais relevantes que levaram à abordagem do 
assunto. Nesse item, o pesquisador expõe os motivos mais significativos que o 
levaram a abordar o tema escolhido.
A argumentação, mediante na qual o pesquisador expõe os motivos que o 
levaram a eleger determinado tema e a importância da contribuição que seu estudo 
pode ensejar, são fatores fundamentais na aceitação da pesquisa por parte de seu 
público-alvo.
Na problematização do projeto, devemos levantar as questões e/ou hipóteses 
da pesquisa. Tais problemas deverão ser investigados durante a pesquisa e, 
posteriormente, respondidos durante a redação do trabalho de conclusão de curso.
Após a problematização do tema, o autor do projeto deve expor os objetivos que 
o trabalho visa atingir, isso é, a situação que se deseja obter ao final da trajetória de 
pesquisa e redação do trabalho de conclusão. Os objetivos devem estar claramente 
definidos, coerentes com o tema proposto, esclarecendo o que se pretende com 
o projeto a partir das hipóteses ou das questões de pesquisa a serem investigadas. 
Na explicitação dos objetivos de uma pesquisa, antecipam-se as contribuições que 
a mesma pretende trazer para o avanço daquela área específica do conhecimento.
No item metodologia, o autor deverá anunciar os materiais (fontes de pesquisa) 
que irá analisar e os procedimentos metodológicos (métodos e técnicas) que irá 
utilizar na elaboração da monografia: trabalho de campo, laboratório, entrevistas, 
pesquisa bibliográfica ou, se for o caso, um estudo que combinará diferentes formas 
de investigação.
A partir daí, devem ser apresentadas e respondidas questões do tipo: Como? 
Com que? Onde? Quando? 
17
UNIDADE Conhecimento Científico e Método Científico
Deverão ser mencionadas, também, as técnicas e instrumentos de pesquisa que 
serão empregados na coleta de dados como, por exemplo: levantamento das fontes 
documentais e bibliográficas, observação, entrevistas, questionários, testes, história 
de vida, análise de conteúdo etc.
O cronograma de trabalho deve apresentar as várias etapas (atividades) do 
desenvolvimento da pesquisa, distribuídas no tempo, ou seja, distribuição das 
tarefas nos períodos do calendário.
18
19
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
O Método Científico e os Tipos de Pesquisa
https://youtu.be/ey9bTshV308
O Mundo de Beakman e o Metodo Científico
https://youtu.be/cJWaVeWQJdw
Conteúdo e conhecimento | Mario Sergio Cortella
https://youtu.be/Y9aImcSqp2U
Teoria do Conhecimento | uma introdução
https://youtu.be/FLmXYm8oVsY
19
UNIDADE Conhecimento Científico e Método Científico
Referências
ALVES, R. A filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo: 
Loyola, 2000.
ANDRADE, M. M. Introdução à metodologia do trabalho científico. São Paulo: 
Atlas, 2003.
BARBOSA, D. Metodologia de estudos e elaboração de monografia. São 
Paulo: Expressão & Arte, 2006.
BARROS, A. J. da S.; LEHFELD, N. A. de S. Fundamentos de metodologia 
científica: um guia para a iniciação científica. São Paulo: Pearson Makron 
Books, 2000.
BASTOS, C.; KELLER, V. Aprendendo a aprender: introdução à metodologia 
científica. Petrópolis: Vozes, 2000.
BIANCHI, A. C. M.; ALVARENGA, M.; BIANCHI, R. Orientação para estágio 
em turismo: trabalhos, projetos e monografias. São Paulo: Pioneira Thomson 
Learning, 2002.
DEMO, P. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000. 
DIONE, J.; LAVILLE, C. A construção do saber. Porto Alegre: UFMG, 2004.
FREIRE-MAIA, N. A ciência por dentro. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2000.
GALLIANO, A. C. O método científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1986.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1989.
HAGUETTE, T. M. F. Metodologias qualitativas na sociologia. Petrópolis: 
Vozes, 2003.
JAPIASSU, H. Nascimento e morte das ciências humanas. Rio de Janeiro: F. 
Alves, 1978.
KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica. 12. ed. Petrópolis: 
Vozes, 1997.
KUHM, T. S. A. Estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1991.
MARION, J. C.; DIAS, R.; TRALDI, M. C. Monografia para os cursos de 
Administração, Contabilidade e Economia. São Paulo: Atlas, 2002.
MÁTTAR NETO, J. A. Metodologia científica na era da informática. São Paulo: 
Saraiva, 2002. 
20
21
SALONON, D. V. Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. São Paulo: 
Cortez, 2000.
VIEIRA, M. P. A.; PEIXOTO, M. R. C.; KHOURY, Y. M. A. A Pesquisa em 
História. São Paulo: Ática, 1998. (Série Princípios)
21

Continue navegando