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Livro-Texto Unidade I TC Pedagogia RELATÓRIO DE PROJETO DE PESQUISA (TCC)

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Prévia do material em texto

Autora: Profa. Lisienne de Morais Navarro G. Silva
Colaboradores: Profa. Silmara Maria Machado
 Prof. Nonato Assis de Miranda
Relatório do Projeto 
de Pesquisa: Apresentação
Professora conteudista: Lisienne de Morais Navarro G. Silva
Lisienne de Morais Navarro G. Silva é graduada em Pedagogia no Centro Universitário das Faculdades 
Metropolitanas Unidas e pós‑graduada em Psicopedagogia pela mesma universidade. Também possui mestrado em 
Psicologia da Educação pela Universidade Cidade de São Paulo, UNICID, e é doutoranda em Psicologia da Educação 
pela Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP.
Atua como professora do Curso de Pedagogia da Universidade Paulista e tem vasta experiência na área da Educação.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
S586t Silva, Lisienne de Morais Navarro Gonçalves
Relatório do Projeto de Pesquisa: apresentação. / Lisienne de 
Morais Gonçalves Silva. – São Paulo: Editora Sol, 2020.
156 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517‑9230.
 1. Trabalhos científicos. 2. Teoria do conhecimento. 3. Projetos. 
I. Título.
CDU 001.8
W504.81 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial:
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Cristina Z. Fraracio
 Michel Apt
 Juliana Mendes
Sumário
Relatório do Projeto de Pesquisa: Apresentação
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 TIPOS DE TRABALHOS CIENTÍFICOS ACADÊMICOS ............................................................................ 11
1.1 A dissertação .......................................................................................................................................... 11
1.2 A tese ......................................................................................................................................................... 11
1.3 Trabalhos de conclusão de curso ................................................................................................... 11
2 MONOGRAFIA CIENTÍFICA OU TRABALHO CIENTÍFICO .................................................................... 11
2.1 O que faz um orientador de TC? .................................................................................................... 14
2.2 Como se organiza um TC?................................................................................................................. 15
3 A TEORIA DO CONHECIMENTO .................................................................................................................. 15
3.1 Epistemologia: definição e produção do conhecimento...................................................... 17
3.1.1 Conhecimento popular ......................................................................................................................... 20
3.1.2 Conhecimento filosófico ...................................................................................................................... 20
3.1.3 Conhecimento religioso (teológico) ................................................................................................ 21
3.1.4 Conhecimento científico ..................................................................................................................... 21
3.2 Definindo ciência .................................................................................................................................. 22
3.2.1 Classificação das ciências e ramos de estudos ........................................................................... 23
3.3 Como produzir conhecimento científico .................................................................................... 23
4 COMO PODEMOS DEFINIR MÉTODO CIENTÍFICO? .............................................................................. 24
4.1 Métodos que proporcionam as bases lógicas de investigação .......................................... 25
4.1.1 Método dedutivo .................................................................................................................................... 25
4.1.2 Método indutivo ..................................................................................................................................... 27
4.1.3 Método hipotético‑dedutivo ............................................................................................................. 28
4.1.4 Método dialético ..................................................................................................................................... 29
4.1.5 Método fenomenológico ..................................................................................................................... 29
4.2 Métodos que indicam os meios técnicos da investigação .................................................. 31
4.2.1 Método observacional .......................................................................................................................... 31
4.2.2 Método comparativo ............................................................................................................................. 31
4.2.3 Método histórico ..................................................................................................................................... 31
4.2.4 Método experimental ............................................................................................................................ 32
4.2.5 Método do “estudo de caso” .............................................................................................................. 32
4.2.6 Método funcionalista ............................................................................................................................ 32
4.2.7 Método estatístico ................................................................................................................................. 32
Unidade II
5 METODOLOGIA DE ESTUDO: INSTRUMENTOS PARA A PRODUÇÃO DA CIÊNCIA .................. 37
5.1 Leitura e processo de leitura ............................................................................................................ 37
5.2 Instrumentos aplicados à leitura interpretativa ...................................................................... 40
5.2.1 Apontamentos e anotações ................................................................................................................ 40
5.2.2 Fichamento ................................................................................................................................................ 40
5.3 Definição dos instrumentos de pesquisa ....................................................................................46
5.4 A internet como ferramenta de pesquisa .................................................................................. 46
5.5 Coleta e seleção de dados ................................................................................................................. 47
6 ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA............................................................................................. 59
6.1 Elementos que compõem o projeto de pesquisa .................................................................... 59
6.2 Elementos pré‑textuais ...................................................................................................................... 62
6.3 Escolha do tema.................................................................................................................................... 67
6.4 Formulação do problema .................................................................................................................. 68
6.5 Enunciado das hipóteses ................................................................................................................... 68
6.5.1 O que são hipóteses? ............................................................................................................................. 68
6.5.2 Como elaborar hipóteses? ................................................................................................................... 68
6.5.3 Classificação das hipóteses ................................................................................................................. 69
6.6 Definição do objetivo .......................................................................................................................... 69
6.7 Justificativa da pesquisa .................................................................................................................... 70
6.8 Introdução ............................................................................................................................................... 70
6.9 Desenvolvimento .................................................................................................................................. 72
6.10 Revisão bibliográfica......................................................................................................................... 72
6.11 Metodologia ......................................................................................................................................... 73
6.12 Cronograma de pesquisa ................................................................................................................ 74
6.13 Recursos ................................................................................................................................................ 75
6.14 Referências bibliográficas .............................................................................................................. 75
7 OS MÉTODOS CIENTÍFICOS PARA APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS ......................................... 76
7.1 Etapas do levantamento amostral ................................................................................................ 77
7.2 Modalidades e metodologias de pesquisas ............................................................................... 78
7.2.1 Pesquisa quantitativa e pesquisa qualitativa .............................................................................. 79
7.2.2 Classificação das pesquisas com base em seus objetivos....................................................... 83
7.2.3 Classificação das pesquisas com base nos procedimentos técnicos utilizados ............. 84
7.2.4 Técnicas de pesquisa ............................................................................................................................. 95
7.3 Formas de apresentação dos resultados ...................................................................................100
7.3.1 Texto ...........................................................................................................................................................100
7.4 Tabelas ....................................................................................................................................................100
7.4.1 Elementos essenciais da tabela .......................................................................................................102
7.4.2 Elementos complementares da tabela .........................................................................................103
7.4.3 Tipos de tabela .......................................................................................................................................104
7.5 Argumentação e discussão dos resultados ..............................................................................109
7.6 A apresentação da conclusão ........................................................................................................110
7.7 A linguagem da monografia ..........................................................................................................112
7.7.1 Linguagem expositiva .........................................................................................................................112
7.7.2 Linguagem descritiva ..........................................................................................................................113
7.7.3 Linguagem analítica ............................................................................................................................113
7.7.4 Linguagem crítica .................................................................................................................................113
7.8 Revisão do trabalho: entendendo seus dados e discussões ..............................................114
7.9 Dicas importantes para antes de começar – passos da pesquisa ...................................114
7.9.1 Especificação do corpus .....................................................................................................................114
7.10 Elementos pós‑textuais .................................................................................................................115
8 A PRODUÇÃO CIENTÍFICA NAS DIVERSAS ÁREAS DO CONHECIMENTO .................................132
8.1 Divulgação científica ........................................................................................................................132
8.2 Comunicação científica ...................................................................................................................132
8.2.1 Aspectos da comunicação científica............................................................................................ 132
8.3 Artigos científicos ..............................................................................................................................133
8.3.1 Estrutura do artigo .............................................................................................................................. 133
8.4 Tipos de artigos científicos .............................................................................................................134
8.4.1 Argumento teórico .............................................................................................................................. 134
8.4.2 Artigo de análise .................................................................................................................................. 134
8.4.3 Artigo classificatório ........................................................................................................................... 134
8.4.4 Informe científico ................................................................................................................................ 134
8.4.5 Resenha crítica .....................................................................................................................................135
8.4.6 Estrutura da resenha .......................................................................................................................... 135
8.5 Conferência ...........................................................................................................................................137
8.5.1 Estrutura .................................................................................................................................................. 137
8.5.2 Apresentação ......................................................................................................................................... 137
8.6 Elaboração de material didático ..................................................................................................137
9
APRESENTAÇÃO
A disciplina Relatório do Projeto de Pesquisa: Apresentação tem como principal objetivo fornecer 
pressupostos básicos de iniciação à pesquisa e do trabalho científico que permitam ao aluno melhor 
convivência acadêmica e aumento do nível de aproveitamento nos estudos e no curso.
Também objetivo conscientizar o estudante da importância da formação de hábitos de estudo 
científico que lhe possibilitem o desenvolvimento de uma vida intelectual disciplinada e sistematizada, 
garantindo‑lhe, assim, maior aproveitamento e produtividade nos estudos.
O aluno será levado a praticar o conteúdo metodológico estudado, por meio de exercícios e 
práticas, com o objetivo de adquirir instrumental adequado à pesquisa e ao trabalho acadêmico. Além 
disso, criará consciência, por meio da instrumentalização da pesquisa e do trabalho científico, de que 
a universidade é por excelência o centro do desenvolvimento do raciocínio lógico e do espírito crítico 
e observador do aluno.
A disciplina tem como objetivos específicos conceituar, diferenciar e relacionar método, técnica, 
método científico, pesquisa, ciência e metodologia científica, além de conceituar pesquisa, bem como 
destacar e identificar as suas modalidades e fases.
Também se pretende: definir, caracterizar e diferenciar os tipos de trabalhos acadêmicos nos cursos 
de graduação; identificar e caracterizar as etapas do trabalho científico e da elaboração do projeto de 
pesquisa; caracterizar e aplicar os processos da técnica de leitura analítica para análise e interpretação 
de textos teóricos e/ou científicos; identificar, distinguir e aplicar as diversas técnicas e instrumentos 
para elaboração do trabalho científico.
Tudo isso com base nas normas de citações e referências da ABNT para a elaboração de trabalhos 
científicos e acadêmicos.
INTRODUÇÃO
Esta disciplina tem o grande objetivo de impulsionar o aluno a desenvolver o senso crítico científico, 
por meio de seu envolvimento no aprendizado da elaboração de um projeto científico, com técnicas 
e instrumentos para produção de ciência. O aluno receberá subsídios para seu desenvolvimento 
intelectual‑científico ao longo do curso, com a elaboração da monografia.
A monografia é um estudo realizado com profundidade e de maneira exaustiva acerca de uma 
determinada questão limitada que irá trazer para a ciência sua contribuição original e pessoal, devendo 
ser realizada sob a coordenação de um professor‑orientador.
Para evidenciar a importância da elaboração de qualquer trabalho, acadêmico ou não, vale ressaltar 
o talento do pesquisador e, mais importante ainda, a constância do trabalho; também têm relevância 
professores qualificados, a grande contribuição de bons livros e, além de tudo, o trabalho metódico, que 
é mais importante para a aprendizagem do que todos os itens já citados.
10
Unidade I
O trabalho científico pode ser definido como uma forma organizada ou estruturada que objetiva 
discutir, identificar e sugerir um novo conhecimento. A teoria do conhecimento é uma explicação e 
interpretação filosófica do conhecimento humano, ou seja, antes de qualquer explicação e interpretação 
do objeto, este deve ser rigorosamente observado e examinado pelo sujeito.
Quando pensamos em conhecimento, logo nos vem à mente em produzir ciência, e então nos 
perguntamos: por que aprender a fazer ciência? Pensando na possibilidade da evolução humana, 
chegamos à conclusão de que, seja qual for o tipo de conhecimento que temos sobre algo, para que ele 
evolua é necessário aprender mais a respeito do tema, e, para ter esse aprendizado, é necessário discutir, 
estimular a criação de novas ideias ou desenvolver o raciocínio crítico científico. É nesse sentido que 
se torna importante aprender a conhecer os caminhos para alcançar as múltiplas respostas para as 
perguntas da vida.
Então, vamos aprender como evolui o nosso conhecimento?
Tendo o conhecimento como a apreensão do objeto pelo sujeito, é importante identificar quando 
a imagem pensada, ou seja, a imagem existente na consciência, coincide com o objeto, pois o único 
conhecimento é aquele baseado na verdade: daí a necessidade de discutirmos o que é verdadeiro e 
o que não é. Dada a importância da busca lógica da verdade baseada no conhecimento científico, o 
material proporcionará ao leitor uma compreensão mais avançada sobre o assunto.
Vamos pensar que, para fazer pesquisa, ou seja, buscar elementos para aprimorar o que já existe 
de conhecido sobre algo (evolução), é necessário utilizarmos ferramentas e fontes para embasar ou 
fundamentar o objeto em estudo. Do mesmo modo, devemos descobrir como realizar de forma adequada 
a leitura dessas fontes de saber e de que forma usar o que realmente é relevante para orientação da 
pesquisa. Dessa forma, este livro‑texto tem por finalidade ajudá‑lo a realizar uma leitura mais facilitada 
e proveitosa dos materiais que embasarão a sua pesquisa, no que se refere a resgatar nas fontes os 
elementos para fundamentar seu estudo, o que o tornará ainda mais interessante!
Você também terá a possibilidade de: entender melhor sobre como estruturar os itens indispensáveis 
na elaboração do projeto de pesquisa; esclarecer mais sobre os tipos e delineamentos mais utilizados 
em pesquisas científicas; conhecer sobre os elementos utilizados para a apresentação dos resultados de 
pesquisas e as formas de facilitar a interpretação dos resultados pelo leitor; conhecer como devem ser 
feitas citações; e elaborar referências bibliográficas utilizando as normas técnicas específicas.
11
RELATÓRIO DO PROJETO DE PESQUISA: APRESENTAÇÃO
Unidade I
Para falar de metodologia de pesquisa, primeiramente, devemos entender as formas existentes de 
trabalho científico acadêmico.
São chamados trabalhos científicos acadêmicos as pesquisas realizadas em instituições de ensino, 
envolvendo alunos de cursos de graduação, especialização, mestrado e doutorado, os quais são avaliados 
por meio da apresentação à instituição, banca, comissão examinadora e outros.
São trabalhos científicos acadêmicos: dissertação, tese e trabalhos similares (trabalho de conclusão de 
curso – TCC, trabalho de conclusão de curso de especialização e/ou aperfeiçoamento e outros). Lembrando 
que todos esses tipos de trabalhos de cunho acadêmico devem ser realizados sob a coordenação de um 
orientador. Veremos a seguir a definição de cada tipo de trabalho científico acadêmico.
1 TIPOS DE TRABALHOS CIENTÍFICOS ACADÊMICOS
1.1 A dissertação
É um estudo científico de tema único e bem‑delimitado em sua extensão, com o objetivo de reunir, 
analisar e interpretar informações. Deve revelar a capacidade de sistematização do aluno e o domínio 
do tema escolhido. Visa à obtenção do título de mestre e é feito sob a coordenação de um orientador 
(doutor).
1.2 A tese
É um estudo científico elaborado com base em investigação original, de tema único e bem‑delimitado 
em sua extensão, com o objetivo de contribuir para a especialidade em questão. Visa à obtenção do título 
de doutor, livre‑docente ou professor titular e é feito sob a coordenação de um orientador (doutor).
1.3 Trabalhos de conclusão de curso
Trabalhos que representam o resultado de estudo sobre um tema, expressandoconhecimento do 
assunto escolhido, emanado de disciplina, módulo, estudo independente, curso, programa e outros. 
Devem ser feitos sob a coordenação de um orientador e visam à obtenção do título de bacharel ou de 
especialista, quando se trata de especialização.
2 MONOGRAFIA CIENTÍFICA OU TRABALHO CIENTÍFICO
A monografia pode ser definida como uma proposta ao final de um curso de graduação; é um 
trabalho de caráter científico e, como tal, deve pautar‑se por normas internacionais que caracterizam 
12
Unidade I
as pesquisas em universidades, congressos etc. Assim, faz‑se necessário que escolhamos uma 
referência bibliográfica sobre questões metodológicas, e, uma vez escolhida, esta deverá ser observada 
rigorosamente na elaboração do trabalho. Como há divergências em relação às questões metodológicas 
e necessidade de, muitas vezes, estabelecermos comparações entre os diferentes autores que tratam 
dessa questão, optamos por organizar o trabalho científico (TC) com base nas orientações da ABNT – 
Associação Brasileira de Normas Técnicas –, utilizada por grande parte das universidades brasileiras. Os 
aspectos a serem observados serão apresentados neste material, em momento oportuno.
Em relação às orientações para o TC, são propostos, para reflexão, alguns tópicos que poderão nortear 
esse trabalho acadêmico:
• o termo monografia remete a um trabalho diferenciado, que se refere a uma escrita de tema 
único, e que deve obedecer a uma estrutura de texto dissertativo e convencer o leitor da sua 
ideia;
• de acordo com Salomon (2001, p. 255), “Mantém‑se assim o sentido etimológico: mono (um só) 
e grafhein (escrever): dissertação a respeito de um assunto único”, tendo o mesmo perfil para 
dissertação ou tese;
• para o TC, o caráter que prevalece é de revisão bibliográfica e de compilação de textos diversos;
• o trabalho monográfico tem como características a delimitação e a profundidade do tema.
É considerado importante, em um projeto de pesquisa, que ele seja escrito em sua versão preliminar e 
que os alunos autores organizem‑se para responder às perguntas que nortearão o trabalho no percurso 
da pesquisa.
Victoriano e Garcia (1996, 1999) trazem uma discussão sobre algumas perguntas que, ao serem 
respondidas, deixarão a proposta de trabalho clara, auxiliando o pesquisador na escolha, delimitação, 
justificativa, objetivo e caminhos a serem seguidos:
1) O que fazer?
Leva o pesquisador à escolha do objeto de pesquisa. Para facilitar o entendimento, vamos trazer 
um exemplo de um trabalho desenvolvido por um aluno do curso de pedagogia: trabalhar a 
leitura das crianças pequenas por intermédio de histórias. Foi escolhido o que será pesquisado.
2) Por que fazer?
Com essa pergunta, encontra‑se a relevância da pesquisa; pode‑ se pensar no que está acontecendo 
em um determinado lugar que necessite dela.
É levantada uma situação‑problema com uma possível resposta e alguns teóricos que apoiarão 
a pesquisa. No caso citado, pode‑se justificar com: pensar na leitura para criança de educação 
13
RELATÓRIO DO PROJETO DE PESQUISA: APRESENTAÇÃO
infantil é pensar na faixa etária e nas características inerentes a ela. Nesse caminho, é fundamental 
que entendamos que a criança, nesse período, necessita ser atraída para a leitura com textos 
ilustrativos e interativos, que sejam reconhecidos como instrumento social e como porta de 
entrada para o mundo leitor.
Justificou‑se, desta maneira, a pesquisa pretendida; percebe‑se a importância do tema. É 
interessante que se entenda que o exemplo aqui apresentado está de forma simplificada, apenas 
para efeito de ilustração.
A pergunta, dentro desse tema, pode ser a seguinte: no universo infantil, como os contos de fadas 
poderão ser utilizados como estratégia incentivadora do hábito da leitura?
A hipótese: acredita‑se que os contos de fadas sejam estratégias facilitadoras para colocar a 
criança em contato com o medo, com a frustração e com a fantasia, contribuindo para o incentivo 
e o desenvolvimento da criança quanto ao gosto pela leitura.
3) Para que fazer?
Vai ao encontro dos objetivos, aonde se pretende chegar com ela. Esses objetivos devem ser 
claros e precisos. Para o tema escolhido temos o seguinte objetivo: foi proposta para atender aos 
questionamentos suscitados, ressaltar a importância da contação de histórias e da leitura icônica, 
para a inserção da criança da Educação Infantil no mundo leitor.
4) Como fazer?
Pergunta que deve ser respondida com o método, caminho a ser percorrido para chegar até a 
resposta da pergunta feita. Nesse exemplo o aluno propôs: o trabalho será realizado a partir de 
pesquisas bibliográficas e de campo, tendo como base a pesquisa‑ação, com crianças da faixa 
etária de cinco anos, que, não tendo domínio da leitura alfabética, já fazem parte do grupo de 
leitores de imagens.
5) Onde fazer?
A pergunta é respondida com o local onde se realizará a pesquisa. Nesse caso: para pesquisa‑ação 
foi escolhida uma instituição educacional municipal, localizada na cidade X do estado de São 
Paulo, onde o público‑alvo atende às expectativas da pesquisa. As atividades foram elaboradas 
e aplicadas abordando a importância da contação de história no universo infantil, sendo 
os focos a observação, a ação, a reação, a interação e a participação dos alunos no processo 
ensino‑aprendizagem.
6) Com o que fazer?
Responde‑se com os recursos humanos e financeiros envolvidos.
14
Unidade I
7) Quando fazer?
Deve‑se apresentar um cronograma.
Esses dois últimos itens deverão ser mencionados quando houver financiamento ou quando se 
necessitar de aprovação de projeto pelo comitê de ética. Representam a organização do trabalho em 
tempo e espaço.
Ao afirmarmos que um TC é um trabalho acadêmico, técnico‑científico, estamos, de certa forma, 
dizendo que esse trabalho tem características diferenciadas e que seu público‑alvo encontra‑se na 
comunidade científica. Quem avalia e atribui relevância aos trabalhos científicos são leitores acostumados 
a trabalhar com pesquisa e a pensar e raciocinar cientificamente. Mas o que isso significa?
É dotado de comportamento científico o aluno que demonstra preocupação com a qualidade 
dos questionamentos que faz em relação ao foco de seu trabalho, que estabelece metas para os 
procedimentos de pesquisa, que não se satisfaz com conclusões do senso comum, mas está sempre em 
busca de explicar e analisar os dados de sua pesquisa.
Comportar‑se cientificamente significa ser criterioso com as conclusões, fundamentando‑as em um 
referencial teórico ou empírico bem‑selecionado e pertinente ao tema. Significa, acima de tudo, ter uma 
visão relativa dos fenômenos, e não absoluta, o que corresponde a estabelecer relações entre eles, e não 
concebê‑los como isolados de um contexto (HÜBNER, 1998).
Assim, espera‑se que os alunos, ao elaborarem seu TC, primem pela qualidade acadêmico‑científica 
de seus textos, sendo criteriosos o bastante para que os resultados de seus trabalhos sejam validados 
pela comunidade científica. Espera‑se que produzam textos coerentes, isentos de julgamentos (isto é, 
sem o uso exagerado de adjetivos), calcados em descrições que possibilitem inferências e tomadas de 
posição equilibradas e fundamentadas.
2.1 O que faz um orientador de TC?
Na orientação do TC atua o professor orientador de conteúdo específico, que acompanha os alunos 
nas discussões sobre o tema escolhido, auxiliando‑os em relação às leituras e à bibliografia indicadas para 
dar sustentação teórica ao trabalho. Algumas características são fundamentais ao professor escolhido 
como orientador de um TC:
• deve ser um incentivador dos alunos, estimulando‑os, para que elaborem um trabalho criativo;
• precisa ser organizado e estabelecer, ao longo do ano, tarefas claras e objetivas ao grupo de 
alunos;
• deve sugerir leituras aos alunos;
15
RELATÓRIO DO PROJETO DE PESQUISA: APRESENTAÇÃO
• poderá indicar aos alunos as modificações a serem efetuadas no trabalho, porém nunca redigir 
trechos do trabalho.É importante ressaltar que um TC é um momento de construção de conhecimentos e exige, portanto, 
que orientandos e orientador mantenham um relacionamento cordial, de confiança, assumindo cada 
qual o seu papel pedagógico. O exercício que se espera na elaboração de um TC tem características 
dialógicas, isto é, orientandos e orientador têm espaço e voz nas discussões, em busca de transformarem 
os conhecimentos já adquiridos. Espera‑se que as decisões a respeito do trabalho sejam tomadas com 
maturidade e sempre de forma compartilhada.
2.2 Como se organiza um TC?
O TC organiza‑se nas seguintes partes:
• capa;
• elementos pré‑textuais ou preliminares;
• elementos textuais;
• elementos pós‑textuais;
3 A TEORIA DO CONHECIMENTO
A teoria do conhecimento tem seu inicio com a seguinte pergunta: podemos ter conhecimento 
exato do mundo que nos cerca? Trata‑se de saber se o mundo é conhecido tal qual é, ou de forma 
diferente do que aparenta ser. Do ponto de vista científico – gnosiologia –, o conhecimento é o reflexo 
e a reprodução do objeto na nossa mente. Dessa forma, do processo do conhecimento participam: os 
sentidos, a razão e a intuição (OLIVEIRA, 2004).
A grande dúvida é saber qual deles é a origem ou a nossa base principal de conhecimentos. Com 
relação ao lugar e à importância dos sentidos, da razão e da intuição no conhecimento da verdade, há 
divergências de opiniões, e na história da filosofia aparecem diferentes doutrinas a respeito disso.
O empirismo “deriva diretamente do ‘empírico’ – palavra que vem do prefixo grego en mais peiran, 
isto é, tentar, que, por sua vez, originou a palavra empeiria, ou experiência, que significa ‘aquilo que 
se experimenta com os sentidos’ atribuindo à mente somente um mero papel de assessor, pois, nessa 
teoria, acredita‑se que tudo passa antes pelo sentido” (MAGALHÃES, 2005, p. 28).
Nossas concepções surgem dos sentidos. Ex: gosto de pera, chocolate... O trovão, o cheiro de uma 
flor... Ao lembrarmos‑nos de um gato, traçaremos a imagem dele pelas experiências que tivemos com ele. 
Gostaremos se tivemos uma boa experiência, ou não, caso a experiência não tenha sido tão agradável. 
Traçaremos esses conceitos pelo que sentimos e vemos, tendo a razão o papel de organizar, ordenar 
adequadamente.
16
Unidade I
O racionalismo é a doutrina que afirma que a razão humana, o pensamento abstrato, é a única fonte 
do conhecimento. O termo vem do latim ratio = razão. Ao contrário dos empiristas, os racionalistas 
afirmam que os nossos sentidos nos enganam e nunca podem conduzir a um conhecimento verdadeiro, 
uma vez que o mundo da experiência encontra‑se em contínua mudança e transformação. É como o 
universo, em constante mutação. Para os racionalistas, um conhecimento é verdadeiro somente quando 
é logicamente necessário e universalmente válido. Esse conhecimento só pode ser alcançado pela razão 
(OLIVEIRA, 2004).
O principal mérito do racionalismo, ao contrário do empirismo, consiste no fato de reforçar a ideia 
do importante papel ativo e criador da razão, do pensamento abstrato, no conhecimento da verdade e 
da essência das coisas.
Lógicas dedutivas e 
indutivas, procedimentos 
racionais.
Possui ideias inatas
Experiências
Conhecimento limitado
Um copo vazio, 
tábua rasa
Mente
Conhecimento
EmpíricoRacional
Figura 1
A intuição, ao contrário do que se pensa, desempenha um papel muito importante no campo 
da ciência, no conhecimento da verdade, e alguns pensadores afirmaram que é possível conhecer 
diretamente a verdade, o absoluto, sem auxílio dos sentidos e da razão, por meio da faculdade irracional 
ou sobrenatural que é a intuição, da qual seriam dotados.
17
RELATÓRIO DO PROJETO DE PESQUISA: APRESENTAÇÃO
Na história da filosofia a intuição tem sido estudada há longo tempo, desde Platão até os nossos 
dias, e a maioria das correntes do nosso século é intuicionista e considera a intuição como órgão ou 
faculdade superior de conhecimento, que nos fornece direta e imediatamente a verdade absoluta. Assim, 
a intuição é um modo de conhecimento que completa as demais espécies e modos de conhecimento 
– sensível e racional. A intuição é uma função especial da mente humana que age pelo pensamento, 
independentemente de a pessoa ser letrada ou não. É um fenômeno psíquico natural que todos os seres 
humanos possuem em maior ou menor grau e outros em menos grau, conforme certas condições de 
religiões ou crenças (OLIVEIRA, 2004).
Portanto, a teoria do conhecimento preocupa‑se em estudar os problemas fundamentais do 
conhecimento e pode ser dividida em três áreas distintas:
1) Gnosiologia – do grego gnosis = conhecimento; e do latim logos = ciência, estudo, tratado.
Essa área preocupa‑se em estudar a essência do conhecimento, uma forma de conhecer a realidade, 
as origens ou fontes do conhecimento, as formas ou espécies da qual se reveste, a validade do 
conhecimento em geral, ou seja, a verdade, e qual o seu critério.
2) Epistemologia – do grego episteme = ciência, ou seja, estuda a validade do conhecimento científico 
das ciências particulares.
3) Metodologia – do grego método, meta = ao longe de: hodós: via, caminho, organização do 
pensamento.
Estuda os meios ou métodos de investigação do pensamento correto e do pensamento verdadeiro que 
visa delimitar um determinado problema, analisar e desenvolver observações, criticá‑las e interpretá‑las 
a partir das relações de causa e efeito. Encontrar os fenômenos que são objetos de estudo, dando‑lhes 
suporte científico para uma monografia, dissertação de mestrado ou tese de doutorado.
3.1 Epistemologia: definição e produção do conhecimento
A epistemologia é o ramo da filosofia que estuda a origem, a estrutura, os métodos e a validade do 
conhecimento, motivo pelo qual ela também é conhecida por filosofia do conhecimento. Ela se debruça 
sobre a questão da possibilidade do conhecimento, isto é, se o ser humano chegará algum dia a atingir 
o conhecimento total e genuíno.
Outro problema que a epistemologia estuda é o dos limites do conhecimento. Dito de outra maneira, 
investiga se existe, realmente, a distinção entre um mundo cognoscível e outro incognoscível. Examina 
ainda a tradicional questão da origem do conhecimento, assim como por meio de quais faculdades 
alcançamos esse conhecimento e se existe, de fato, a priori, o conhecimento humano.
O conhecimento é tido como o conjunto de informações existentes sobre a natureza das coisas e seus 
fins, e essas informações poderiam ser adquiridas por meio de observação, imaginação, interpretação e 
experimentação. É uma adequação do sujeito ao objeto: o que conhecemos das coisas ou dos objetos 
18
Unidade I
depende dos nossos sentidos, pois são eles os instrumentos que nos fazem apreender a maneira de 
ser das coisas ou dos objetos. Dependerá das relações estabelecidas entre o sujeito e o objeto, qual 
significado este tem para a vida dele e a importância de ser notado pelo indivíduo. Conhecer o mundo 
é dar significado e sentido a ele.
Figura 2
Quando falamos de conhecimento científico, o primeiro passo consiste em diferenciá‑lo de 
outros tipos de conhecimento existentes. Comecemos por trazer a definição de conhecimento, de 
Aranha (2005):
Conhecimento pode ser definido como a apreensão do objeto pelo sujeito. 
Todo conhecimento, portanto, pressupõe dois elementos – o sujeito que quer 
conhecer e o objeto a ser conhecido –, que se apresentam dentro de uma 
relação. Isso equivale a dizer que o conhecimento é o ato, o processo pelo 
qual o sujeito se coloca no mundo e, com ele, estabelece uma ligação. Por 
outro lado, o conhecimento é possibilitado pela existência do que se oferece 
a um sujeito apto a conhecê‑lo. Só há saber para o sujeito cognoscente se 
houver um mundo a conhecer, mundo este do qual ele é parte, uma vez 
que o próprio sujeito pode ser objeto de conhecimento. [...] Devemos ainda 
ressaltar que a relação de conhecimento implica transformação tanto do 
sujeito quanto do objeto. O sujeito se transforma mediante o novosaber, 
e o objeto também se transforma, pois o conhecimento lhe dá sentido. 
(ARANHA, 2005, p. 99‑100).
A autora enfatiza que o conhecimento é o resultado da relação entre os dois objetos a serem 
conhecidos, podendo fazer parte de uma determinada cultura e ser transmitido pelas gerações posteriores.
19
RELATÓRIO DO PROJETO DE PESQUISA: APRESENTAÇÃO
Parra Filho e Santos (1998) trazem dois exemplos de conhecimento: o do camponês que, livre de 
conhecimentos mais profundos sobre a agricultura, sabe o momento correto de semear, colher seu 
plantio e cuidar da sua terra, e aquele que conhece e busca entender sobre o processo, fazendo uso 
adequado da tecnologia, utilizando‑se de maquinário e seleção de sementes.
Mesclam‑se nesse exemplo, dois tipos de conhecimento: o primeiro, vulgar ou popular, geralmente típico 
do camponês, transmitido de geração para geração por meio da educação informal e baseado em imitação e 
experiência pessoal, portanto empírico e desprovido de conhecimento sobre a composição do solo, das causas 
do desenvolvimento das plantas, da natureza das pragas, do ciclo reprodutivo dos insetos etc.; o segundo, 
científico, é transmitido por intermédio de treinamento apropriado, sendo um conhecimento obtido de modo 
racional, conduzido por meio de procedimentos científicos. Visa explicar os motivos e como os fenômenos 
ocorrem, na tentativa de evidenciar os fatos que estão correlacionados, numa visão mais globalizante do que 
a relacionada com um simples fato – uma cultura específica, de trigo, por exemplo.
Leigo
Crença
Eu acredito que
Técnico
Pensamento
Busca da solução
Qual o problema?
Como resolver?
Científico
Questionamentos
Quando? Por quê?
Onde? Pesquisa
Figura 3
Dessa forma, de acordo com Lakatos e Marconi (2006), pode‑se verificar que o conhecimento 
científico diferencia‑se do popular ou senso comum muito mais no que se refere a seu contexto 
metodológico do que propriamente a seu conteúdo, ou seja, o modo ou o método e os instrumentos 
utilizados para conhecê‑lo. Essa diferença também ocorre em relação aos conhecimentos filosóficos e 
religiosos (teológicos) (MARCONI; LAKATOS, 2006).
 Lembrete
Conhecimento vulgar ou popular pode ser também denominado como 
senso comum.
20
Unidade I
Trujillo (1974) sistematiza as características dos quatro tipos de conhecimento:
Quadro 1
Conhecimento popular Conhecimento científico Conhecimento filosófico
Conhecimento religioso 
(teológico)
Valorativo
Reflexivo
Assistemático
Verificável
Falível
Inexato
Real (factual)
Contingente
Sistemático
Verificável
Falível
Aproximadamente exato
Valorativo
Racional
Sistemático
Não verificável
Infalível
Exato
Valorativo
Inspiracional
Sistemático
Não verificável
Infalível
Exato
3.1.1 Conhecimento popular
O conhecimento popular, também conhecido como conhecimento do senso comum, é considerado 
prático, pois é adquirido independentemente de estudos científicos, reflexões ou aplicações de métodos. 
É uma aprendizagem informal que ocorre por meio das vivências do cotidiano e das experiências vividas 
ou transmitidas de um indivíduo para o outro. É um conhecimento superficial sobre determinada coisa 
ou objeto.
Exemplo: a chave está emperrando na fechadura e, de tanto experimentarmos abrir a porta, acabamos 
por descobrir (conhecer) um jeito de girar a chave sem emperrar.
3.1.2 Conhecimento filosófico
O conhecimento filosófico não está isolado dos demais tipos de conhecimento, ao contrário, existe 
uma profunda interdependência entre aquele e os demais, como o teológico, o empírico e o científico.
O conhecimento filosófico direciona para a reflexão e conduz à elaboração de princípios e valores 
universais. O conhecimento filosófico, resultado da reflexão filosófica, julga criticamente os valores 
vigentes (em um período qualquer) e propõe outros, portanto ele pode ser delimitado em determinados 
tempo e espaço, pode ser situado dentro de limites historicamente definidos.
Para Gonçalves (2005), o conhecimento filosófico possui as seguintes características: valorativo (suas 
hipóteses não são submetidas à observação); não verificável (suas hipóteses não podem ser confirmadas 
nem rejeitadas); sistemático (suas hipóteses e enunciados visam uma representação coerente da 
realidade estudada); reflexivo (busca a reflexão sobre a origem, o presente e o futuro da humanidade).
Tentando responder a essa indagação, diríamos que filosofar é ter um pensamento mais crítico, é ter 
uma postura diferente no mundo, vendo as coisas que nos rodeiam além da sua aparência.
Exemplo: “O homem é a ponte entre o animal e o além‑homem” (Friedrich Nietzsche).
21
RELATÓRIO DO PROJETO DE PESQUISA: APRESENTAÇÃO
3.1.3 Conhecimento religioso (teológico)
O conhecimento religioso é baseado na fé, na crença em algo superior, divino. Provém das revelações 
dos mistérios ocultos ou do sobrenatural, interpretados como mensagens ou manifestações divinas. Ele 
apresenta respostas para questões que o ser humano não consegue responder com os demais tipos de 
conhecimento.
Exemplo: acreditar que alguém foi curado por um milagre; acreditar em duendes; acreditar em 
reencarnação; acreditar em espíritos etc.
3.1.4 Conhecimento científico
O conhecimento científico prende‑se aos fatos, ou seja, tem uma referência empírica. Procura 
alcançar a verdade dos fatos e/ou objetos, utilizando‑se de pesquisas metódicas e sistemáticas da 
realidade. O pesquisador classifica, compara, aplica métodos, analisa, sintetiza, extrai informações do 
contexto social ou do universo e formula princípios e leis que estruturam o conhecimento universal.
Os três campos de conhecimento científico definidos teoricamente, segundo Jean Piaget, são:
• ciências empírico‑formais: física, química, biologia etc.;
• ciências formais: lógica e matemática;
• ciências hermenêuticas: história, sociologia, antropologia, psicologia etc.
O conhecimento científico tem como principal objetivo esclarecer os elementos que compõem a 
realidade. Seu papel central é descrever os fatos e criar uma conexão lógica e compreensível entre seus 
componentes, oferecendo inteligibilidade aos elementos constitutivos da realidade analisada.
Conhecimento científico produtivo
Intuição
Experimentação
Racionalização
+
+
=
=
=
Criatividade e ideias sobre um 
novo produto ou processo.
Projetar, experimentar, montar, 
testar, construir
Descrever matematicamente, explicar 
por que funciona fisicamente
Figura 4
Exemplo: descobrir uma vacina que evite uma doença; descobrir como se dá a respiração dos 
batráquios.
22
Unidade I
 Saiba mais
Assista ao filme Giordano Bruno, dirigido por Giuliano Montaldo: história 
verídica da vida de Giordano Bruno, filósofo, astrônomo e matemático, 
condenado à morte na fogueira pela Inquisição, em 1600. Verifique como o 
conhecimento científico era visto no século XVII.
3.2 Definindo ciência
Etimologicamente o termo ciência vem do latim scientia que, por sua vez, provém de scire, que 
significa “aprender” ou “conhecer”. Porém, essa definição etimológica não é substancial e diferencial 
para distinguir o conhecimento científico de outros tipos de conhecimento (religioso, filosófico, 
popular etc.).
A ciência é uma forma especial de conhecimento da realidade. Trata‑se de um conhecimento racional, 
portanto reflexivo, sustentado numa lógica racional.
A ciência é popularmente definida, como indicam Goode e Hatt (apud TRUJILLO, 1974), como um 
acúmulo de conhecimentos sistemáticos.
Pode‑se afirmar que ciência é um conjunto de informações sistematicamente organizadas e 
comprovadamente verdadeiras a respeito de um determinado tema. Contudo, existem muitas maneiras 
de pensar, organizar e comprovar os estudos, dependendo do caminho que se segue (método).
Enquadramento na ciência
Utilização de método científico Finalidade científica
Contribuição científica Resultado verificável
Para um trabalho ter validade 
científica é necessário:
Figura 5
Os objetivos da ciência podem ser apresentados como a melhoria da qualidadede vida intelectual e 
material. Para o alcance dos objetivos, são necessárias novas descobertas e novos produtos.
Os princípios da ciência podem ser classificados como: nunca absolutos ou finais, podem ser sempre 
modificados ou substituídos; a exatidão nunca é obtida integralmente, mas sim por meio de modelos 
23
RELATÓRIO DO PROJETO DE PESQUISA: APRESENTAÇÃO
sucessivamente mais próximos; são conhecimentos válidos, até que novas observações e experimentações 
os substituam (FERREIRA, 2008).
3.2.1 Classificação das ciências e ramos de estudos
Não existe uma linguagem única para a classificação das ciências. Sua classificação foi feita por 
diferentes pensadores e estudiosos do assunto. As propostas vêm dos gregos, passando por Comte, com 
o positivismo, Carnap, Wundt, Bunge e outros. Baseada em Bunge, apresenta‑se a seguinte classificação 
das ciências e ramos de estudo (BUNGE, 1974 apud OLIVEIRA, 2004):
Formais
(puras)
Filosofia (lógica)
Matemática
Naturais
Física
Química
Biologia
Sociais
Sintetiza e explica os fatos e 
princípios descobertos sobre o 
universo e seus habitantes.
Utiliza os fatos e princípios 
científicos para fazer coisas 
úteis aos homens.
Sociologia, psicologia social, 
antropologia cultural, geografia, 
direito, administração, 
comunicação social, economia, 
história.
Botânica, medicina, zoologia, 
veternária, agricultura, tec. 
alimentos, enfermagem, ecologia.
Química orgânica, química 
inorgânica, fisico‑química, farmácia 
e bioquímica
Física nuclear, mineralogia, logística, 
militar, geologia, computação, 
engenharia, astronomia.
Factuais
(aplicadas)
Figura 6
3.3 Como produzir conhecimento científico
Partindo do pressuposto de que ciência é o acúmulo de conhecimentos racionais e verificáveis 
adquiridos pelo ser humano sobre seu próprio meio e sobre as ações capazes de transformá‑lo, 
podemos dizer que ela trata da busca, da investigação contínua e incessante de explicações e soluções 
para problemas matemáticos, astronômicos, físicos, químicos, fisiológicos, tecnológicos, sociológicos, 
antropológicos, políticos, educacionais, entre outros.
Como vimos no título anterior, a ciência é constituída pela observação sistemática dos fatos 
por meio da análise e da experimentação, as quais produzem resultados que são validados 
universalmente. Em virtude da constante busca da verdade científica efetuada pelo homem, a 
24
Unidade I
transformação da ciência é permanente, ampliando, aprofundando, detalhando e reformulando 
conhecimentos anteriores.
Assim, para que se possa produzir conhecimento científico, é necessário que se delimite, por meio de 
uma ação descritiva, o objeto do conhecimento. Ou seja, antes de tudo, ele deve ser definido para depois 
poder ser abordado e conhecido cientificamente. Algumas perguntas são essenciais para a delimitação 
do objeto do conhecimento a ser estudado, por exemplo, como esse objeto de estudo foi constituído 
historicamente.
A construção do conhecimento científico deve ser pautada pela definição de procedimentos 
metodológicos. Para que o conhecimento não seja linear, e sim espiral, faz‑se necessário seguir algumas 
etapas:
1ª escolher o que se possa genuinamente classificar como um problema a 
ser resolvido;
2ª procurar e organizar os fatos que sejam mais relevantes para a solução 
do problema;
3ª interpretar os fatos dentro dos paradigmas vigentes, ou reformulá‑los;
4ª testar a validade da solução, isto é, se ela chega a ter elementos de 
“verdade”;
5ª comunicar as investigações e conclusões para a comunidade e colegas;
6ª voltar o olhar para o problema no contexto do conhecimento em geral 
(MAGALHÃES, 2005, p. 239).
4 COMO PODEMOS DEFINIR MÉTODO CIENTÍFICO?
A palavra metodologia vem do grego meta, que significa ao largo ou caminho, e logos – discurso, 
estudo. A metodologia consiste em estudar e avaliar os vários métodos disponíveis, identificando suas 
limitações ou não, em relação às implicações de suas atualizações.
O método é considerado um instrumento do conhecimento que proporciona orientação geral aos 
pesquisadores por meio de um procedimento sistemático para descrição e explicação de um estudo. O 
método científico facilita planejar uma pesquisa, formular hipóteses, coordenar investigações, realizar 
experiências e interpretar os resultados.
25
RELATÓRIO DO PROJETO DE PESQUISA: APRESENTAÇÃO
 Saiba mais
Assista ao filme O Óleo de Lorenzo, dirigido por George Miller. Ele 
aborda um método científico de pesquisa adotado pelos pais de Lorenzo, 
na busca da cura da doença do filho. Uma busca que consiste em ordenar, 
duvidar, dividir e revisar. Um filme interessante para ter uma noção a 
respeito de pesquisa.
4.1 Métodos que proporcionam as bases lógicas de investigação
4.1.1 Método dedutivo
Figura 7 – Descartes (1596‑1650), pensador e filósofo francês
O método dedutivo, de base racionalista (Descartes, Spinoza, Leibniz), pressupõe que apenas a razão 
pode conduzir ao conhecimento verdadeiro.
Segundo Torres (2008), embora encontre larga aplicação em ciências como a física e a matemática, 
algumas objeções ao método dedutivo já foram apresentadas. Uma delas é a de que o raciocínio 
dedutivo permite concluir de maneiras diferentes a mesma afirmação, sem acrescentar informação 
ao que já se sabia.
26
Unidade I
Um exemplo clássico é o silogismo a seguir:
Todo homem é mortal.
Sócrates é homem.
Logo, Sócrates é mortal.
Ora, no momento em que se aceita a verdade da proposição de que todo homem seja mortal (premissa 
maior), a afirmação de que Sócrates é mortal (premissa menor) nada acrescenta ao raciocínio, uma vez 
que a verdade da conclusão já se encontrava implícita no princípio geral a partir do qual se elabora o 
raciocínio (SANTOS FILHO, 2011).
Além disso, com a verdade dependendo das premissas definidas, o raciocínio pode induzir a erro, 
como no caso a seguir:
Todo homem se locomove sobre duas pernas.
Jorge Henrique é homem.
Logo, Jorge Henrique se locomove sobre duas pernas.
Portanto, é método que parte do geral para o particular e encontra larga aplicação em ciências como 
física e matemática. Já nas ciências sociais, seu uso é mais restrito, em virtude da dificuldade para se 
obter argumentos gerais, cuja veracidade não possa ser colocada em dúvida.
Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão deve ser verdadeira, ou seja, toda a informação 
ou o conteúdo fatual da conclusão já estava, pelo menos implicitamente, nas premissas (SANTOS, 2011).
Exemplos:
Dois argumentos condicionais válidos: “afirmação do antecedente” e “negação do 
consequente”.
• Afirmação do antecedente: se p, então q. Ora, p. Então, q.
• Se José tirar nota inferior a 5, será reprovado.
— José tirou nota inferior a 5.
— José será reprovado.
• Se uma criança for frustrada em seus esforços para conseguir algo, então reagirá por 
meio da agressão.
— Ora, esta criança sofreu frustração.
— Então, reagirá com agressão.
27
RELATÓRIO DO PROJETO DE PESQUISA: APRESENTAÇÃO
Negação do consequente: Se p, então q. Ora, não q. Então, não p.
• Se a água ferver, então a temperatura alcança 100°C.
— A temperatura não alcançou 100°C.
— Então, a água não ferverá.
• Se José se sair bem nos exames, então é porque possui conhecimento das matérias.
— Ora, José não tinha nenhum conhecimento das matérias.
— Então, José não se saiu bem nos exames.
Fonte: Rodrigues (2007, p. 17–8).
4.1.2 Método indutivo
Figura 8 – Bacon (1561‑1626), filósofo inglês
Procede inversamente ao dedutivo: parte do particular e coloca a generalização como um produto 
posterior do trabalho de coleta de dados particulares. Passou a ser visto como o método, por excelência, 
das ciências naturais. Não se pode deixar de reconhecer a importância do método indutivo para as 
ciências sociais.
28
Unidade I
Se todas as premissas forem verdadeiras, a conclusão provavelmente será verdadeira, mas não 
necessariamente verdadeira. A conclusão contém informação que não estava, nem implicitamente, nas 
premissas (SANTOS FILHO,2001).
• Exemplo 1:
– O corvo 1 é negro.
– O corvo 2 é negro.
– O corvo 3 é negro.
– O corvo n é negro.
_____________
(Todo) corvo é negro.
• Exemplo 2:
– Cobre conduz energia.
– Zinco conduz energia.
– Cobalto conduz energia.
– Ora, cobre, zinco e cobalto são metais.
____________________
Logo, (todo) metal conduz energia.
Fonte: Rodrigues (2007, p. 12).
4.1.3 Método hipotético-dedutivo
Quando os conhecimentos disponíveis sobre um assunto são insuficientes para a explicação de um 
fenômeno, surge o problema. Para tentar explicar a dificuldade que ele expressa, são formadas hipóteses. 
Das hipóteses deduzem‑se consequências, que deverão ser testadas ou falseadas. Falsear significa tornar 
falsas as consequências deduzidas das hipóteses. Enquanto no método dedutivo procura‑se a todo 
custo confirmar a hipótese, no método hipotético‑dedutivo, ao contrário, procuram‑se evidências para 
derrubá‑la. Tem notável aceitação no campo das ciências naturais. Nas ciências sociais, entretanto, a 
utilização desse método mostra‑se bastante crítica, pois nem sempre podem ser deduzidas consequências 
observadas das hipóteses (GIL, 2007).
29
RELATÓRIO DO PROJETO DE PESQUISA: APRESENTAÇÃO
4.1.4 Método dialético
O método dialético possui várias definições, tais como a hegeliana, a marxista, entre outras. Para 
alguns, consiste em um modo esquemático de explicação da realidade que se baseia em oposições e em 
choques entre situações diversas ou opostas. Diferentemente do método causal, no qual se estabelecem 
relações de causa e efeito entre os fatos (exemplo: a evaporação da água causa a formação de nuvens, 
que, por sua vez, causa as chuvas), o modo dialético busca elementos conflitantes entre dois ou mais 
fatos para explicar uma nova situação decorrente desse conflito.
4.1.5 Método fenomenológico
Esse método consiste em desvendar, em todos os sentidos, o fenômeno que se apresenta e responder 
a questões como: que fenômeno é esse? Por que acontece? Ele se incumbe de entender o que é sabido, 
o que está aqui e agora. Não no passado ou no futuro, mas no presente. Portanto, podemos afirmar que 
não é dedutivo nem indutivo, pois desvela o que está para ser desvelado.
Fenomenologia, do grego phainesthai, significa aquilo que se apresenta ou que se mostra, e logos 
significa explicação, estudo. Tal método afirma a importância dos fenômenos da consciência, os quais 
devem ser estudados em si mesmos – tudo o que podemos saber do mundo resume‑se nesses fenômenos, 
nesses objetos ideais que existem na mente, cada um designado por uma palavra que representa a sua 
essência, sua “significação”.
Isso significa dizer que a fenomenologia é o estudo da consciência e dos objetos da consciência, 
também chamados de experiências de consciência ou, ainda, vivências. Esses objetos, experiências ou 
vivências podem ser assim caracterizados:
• coisas;
• imagens;
• fantasias;
• atos;
• relações;
• pensamentos;
• eventos;
• memórias;
• sentimentos.
30
Unidade I
Partindo desse princípio, pode‑se dizer que tudo o que envolve a fenomenologia está relacionado 
ao chamado processo de intencionalidade, isto é, tudo parte de uma intenção, de uma vontade, de um 
desejo, representado por um objeto real, ou seja, é uma investigação que busca a essência inerente à 
aparência.
É claro que o termo aparência assume duas concepções simetricamente opostas:
1ª) Ato de ocultar a realidade.
2º) Manifestação ou revelação da mesma realidade, isto é, o que manifesta ou revela a própria 
realidade, de modo que encontre nesta a sua verdade, a sua revelação.
Sendo assim, aparência é qualquer coisa de que se tenha consciência. Qualquer coisa que apareça à 
consciência é uma área legítima da investigação filosófica. Além do mais, aparência é uma manifestação 
da essência daquilo de que é a aparência. Logo, a fenomenologia nasceu, grosso modo, como um 
questionamento no modo científico de pensar: uma crítica à metafísica (postura epistemológica que 
fundamenta a técnica moderna de conhecimento), em que, ao fazer esse questionamento, ela nos leva a 
reformular o entendimento a respeito das coisas mais básicas, tais como nossa compreensão de homem 
e de mundo.
Pode‑se dizer então que a fenomenologia orienta o seu olhar para o fenômeno, ou seja, à relação 
sujeito‑objeto (ser no mundo). Isso, em última análise, representa o rompimento do clássico conceito 
sujeito/objeto.
A título de exemplificar e materializar melhor o conceito de fenomenologia, podemos, por exemplo, 
pegar um cântaro e um par de calçados, que são compostos de matéria e forma, nos quais o material – o 
barro e o couro – foram escolhidos em função do uso preciso a que esses utensílios se destinam.
Isso significa que a fenomenologia aborda questões que envolvem, além da intencionalidade para a 
qual foi feita e realizada alguma coisa ou “experiência”, a sua utilidade, praticidade e especificidade, de 
acordo com a utilização de tal “coisa”, mediante várias possibilidades de interpretações e percepções.
Pode‑se dizer então que a fenomenologia nada mais é do que o fato de usar o conhecimento objetivo, 
o mundo real, materializado para tentar explicar e resultar numa compreensão mais clara, objetiva e 
real daquilo que a priori faz parte da nossa mente. De acordo com o grau de acuidade, percepção e 
contexto histórico de cada indivíduo, aliado à sua total individualidade, tem‑se como resultado várias 
possibilidades de interpretações, intuições, significações e percepções, que culminarão em apenas um 
foco, isto é, no objeto em questão, que pode ser “qualquer coisa” (HAAR, 2000).
Resumo das correntes filosóficas que se propõem a explicar como se processa o conhecimento da 
realidade.
31
RELATÓRIO DO PROJETO DE PESQUISA: APRESENTAÇÃO
Indutivo →→ Empirismo → Todo conhecimento provém da experimentação
Dedutivo → Racionalismo → Apenas a razão leva ao conhecimento
Hipotético‑dedutivo → Neopositivismo → Lógica + experimentação = conhecimento
Dialético → Materialismo/idealismo →
Os fenômenos têm aspectos 
contraditórios
Fenomenológico → Fenomenologia → Descrição de uma experiência isolando‑a de suas causas
Figura 9
4.2 Métodos que indicam os meios técnicos da investigação
4.2.1 Método observacional
Para a utilização do método observacional é necessário reunir certas condições, como dispor de 
órgãos sensoriais, preparo intelectual, curiosidade, persistência e paciência. A observação torna‑se uma 
técnica científica quando atende a um objetivo de pesquisa sistematicamente planejado, registrado e 
ligado a proposições mais gerais, além de ser submetido a verificações e controles de validade e precisão.
O método observacional abrange desde as primeiras etapas do estudo até os estágios mais avançados 
e permite aprimorar outros tipos de pesquisa.
4.2.2 Método comparativo
Quando utilizado para explicar fenômenos, fatos ou objetos, o método comparativo permite a análise 
de dados concretos e a dedução dos elementos constantes, abstratos e gerais. Esse método consiste na 
verificação das semelhanças e diferenças de dois ou mais grupos com a finalidade de se detectar o que 
é comum entre eles.
4.2.3 Método histórico
O método histórico consiste na investigação de fatos e acontecimentos ocorridos no passado para 
verificar possíveis projeções de sua influência na atualidade. Esse estudo é feito por meio da descrição 
de fatos ou situações para se chegar à sua explicação segundo paradigmas e categorias políticas, 
econômicas, culturais, sociais, entre outras.
Em quaisquer dos casos, o método histórico examina as coisas ou os eventos desde que tenham 
duração, ou seja, temporalidade.
32
Unidade I
4.2.4 Método experimental
Como diz o nome, esse método envolve o experimento, ou seja, a coleta de dados. Para esse tipo de estudo, é 
necessário fazer o pré‑teste ou o estudo‑piloto. A partir dos dados obtidos, podem ser feitas as correções necessárias.
 Lembrete
Dentre as pesquisas mais comuns realizadas por meio do método 
experimental, temos as pesquisasde laboratório.
4.2.5 Método do “estudo de caso”
O método envolve o estudo analítico intensivo de uma situação particular. Nas ciências sociais, é 
empregado como uma metodologia de estudo que se dedica à coleta de informações sobre um ou vários 
casos específicos. É também considerada uma metodologia qualitativa de estudo porque não se destina 
a obter generalizações do assunto abordado.
 Observação
Os estudos de caso são mais comuns em pesquisas relacionadas a 
pacientes, ou seja, os profissionais da saúde – como enfermeiros, médicos, 
psicólogos – utilizam‑se comumente desse método para entender melhor 
uma determinada doença, sinais e sintomas ou comportamentos pouco 
conhecidos, para aprofundar‑se mais.
4.2.6 Método funcionalista
Esse método baseia‑se mais em uma interpretação dos objetos ou fatos do que propriamente na 
coleta de dados para a investigação. Estuda a sociedade a partir da função que as pessoas têm dentro 
dela, ou seja, é um sistema organizado por atividades.
4.2.7 Método estatístico
O método estatístico fundamenta‑se em um conjunto de procedimentos que se apoia na Teoria da 
Amostragem e, como tal, é indispensável no estudo de certos aspectos da realidade social em que se 
pretenda medir o grau de correlação entre dois ou mais fenômenos.
A principal função do método estatístico é representar e explicar sistematicamente as observações 
quantitativas numéricas relativas a fatores oriundos das ciências.
É importante ressaltar que todo o trabalho de pesquisa deve ser estruturado num planejamento 
adequado ao tema e ao assunto da pesquisa.
33
RELATÓRIO DO PROJETO DE PESQUISA: APRESENTAÇÃO
 Observação
Todo trabalho científico quantitativo, ou seja, trabalhar com números 
de pessoas, animais, plantas ou objetos, precisa ter delimitado um método 
estatístico para análise dos dados.
 Resumo
Nesta unidade foi possível esclarecer um pouco mais sobre a importância 
do estudo da metodologia científica, por meio da descrição dos tipos de 
conhecimento, ou seja, vimos que o conhecimento pode ser construído por 
meio do empirismo, ou seja, conhecimento do senso comum; do conhecimento 
racional, baseado em comprovações concretas; e do conhecimento intuitivo, o 
qual se baseia no sobrenatural, ou seja, não tem possibilidade de ser comprovado. 
Além disso, pudemos discutir sobre as distintas ciências do conhecimento:
1. popular;
2. filosófica;
3. religiosa;
4. científica.
Quando estudamos o conhecimento científico começamos a entender que 
o seu objetivo é a busca da validação do que é verdadeiro ou do que é falso.
Para tanto, é necessário traçar um método, isto é, o caminho que o 
pesquisador tem de percorrer para encontrar as respostas, ou seja, o método 
científico cabível para uma determinada pesquisa.
A construção do conhecimento científico deve ser pautada pela 
definição de procedimentos metodológicos:
• Levantar questionamentos.
• Supor respostas para os questionamentos levantados. Essas respostas 
são identificadas como hipóteses.
• “Testar” as respostas possíveis e as respostas impossíveis. Para que 
essas hipóteses sejam “testadas” é necessário identificar os elementos 
34
Unidade I
que interferem nos fatos identificados. Os elementos que interferem 
nos fatos e, consequentemente, nas hipóteses são chamados de 
variáveis.
• Após a identificação das variáveis e a partir de experimentação e 
coleta de dados, pode‑se chegar a uma constante de resultados.
• Só após a identificação de uma constante de resultados é que se 
podem buscar generalizações e, portanto, o conhecimento resultante 
da interpretação da realidade circundante.
O método científico vai além da descrição de outros métodos; ele 
contém procedimentos que culminarão nas hipóteses e na elaboração de 
regras a serem seguidas para a obtenção de resultados.
 Exercícios
Questão 1. De acordo com a Teoria do Conhecimento e mediante o ponto de vista científico, 
o conhecimento é o reflexo e a reprodução do objeto na nossa mente. Todavia, quando se trata de 
identificar na história da filosofia qual a origem desse conhecimento, aparecem algumas divergências 
de opiniões a respeito disso. Identifique a afirmativa incorreta:
A) O empirismo afirma que a única fonte de conhecimentos é o saber inato.
B) Os racionalistas afirmam que os nossos sentidos nos enganam e nunca podem conduzir a um 
conhecimento verdadeiro, uma vez que o mundo da experiência encontra‑se em contínua 
mudança e transformação.
C) A doutrina da razão tem por princípio que a existência de um conhecimento é verdadeira quando 
é logicamente provada a sua existência universal.
D) Os intuicionistas afirmam que é possível conhecer diretamente a verdade, o absoluto, sem auxílio 
dos sentidos e da razão.
E) A intuição é como órgão ou faculdade superior de conhecimento, que nos fornece direta e 
imediatamente a verdade absoluta.
Resposta correta: alternativa A.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
35
RELATÓRIO DO PROJETO DE PESQUISA: APRESENTAÇÃO
Justificativa: quando pensamos em conhecimento, devemos levar em conta que ele está em todo 
lugar e em toda parte, necessitando ser captado pelos sentidos do sujeito. É a relação entre o sujeito 
cognoscente e um objeto que propicia o conhecer.
O empirismo tem como princípio a capacidade de se aprender o conhecimento de acordo 
com as experiências vividas, ou seja, ninguém nasce com o conhecimento, ele nasce a partir 
das vivências do ser humano. No que se refere à doutrina da razão, esse conhecimento é 
só verdadeiro quando há um motivo lógico para sua existência; já a intuição é forma da 
participação dos nossos sentidos irracionalmente ou sobrenaturalmente no processo de 
conhecimento.
B) Alternativa correta.
Justificativa: os sentidos enganam, pois o mundo do conhecimento está em constante mudança: o 
que está correto hoje pode não estar amanhã, tendo sido transformado.
C) Alternativa correta.
Justificativa: quando é possível ser provado, o conhecimento se torna verdadeiro e universal.
D) Alternativa correta.
Justificativa: a verdade está no juízo moral, na capacidade do conhecimento intuitivo a priori.
E) Alternativa correta.
Justificativa: a intuição não é temporária, e sim permanente; está presente em toda parte do saber.
Questão 2. A Teoria do Conhecimento preocupa‑se em estudar os problemas fundamentais do 
conhecimento e pode ser dividida em três áreas distintas. Sendo assim, aponte qual afirmativa se refere 
à epistemologia:
A) É o ramo da filosofia que estuda os meios de comunicação.
B) Corresponde ao conhecimento empírico.
C) Do grego meta = via ou caminho.
D) Epistemologia = ciência da intuição.
E) Ciência que estuda a validade do conhecimento científico, das ciências particulares.
Resposta correta: alternativa E.
36
Unidade I
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: a epistemologia não é a ciência que estuda os meios de comunicação.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: não corresponde ao conhecimento empírico, haja vista que este é o extraído das 
experiências dos sujeitos.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: do grego meta = via ou caminho é a raiz da palavra metodologia.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: epistemologia não é a ciência da intuição, mas a utiliza para obter a origem do 
conhecimento.
E) Alternativa correta.
Justificativa: a epistemologia é uma das áreas distintas da Teoria do Conhecimento a qual leva 
o pesquisador a validar as verdades, o seja, ela examina ainda a tradicional questão da origem do 
conhecimento, assim como por meio de que faculdades alcançamos esse conhecimento, seja mediante 
o empirismo, a intuição ou a razão.
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