Buscar

Slides de Aula Unidade I (2)

Prévia do material em texto

Profa. Elaine Nunes
UNIDADE I
Relações Étnico-Raciais
no Brasil
Caberá à disciplina Relações Étnico-raciais no Brasil contribuir para:
 a formação de uma consciência crítica em relação às questões étnico-raciais no Brasil;
 o conhecimento sobre a formação racial do país, problemas, preconceitos e
estruturas autoritárias;
Objetivos gerais da disciplina
 a interpretação e a compreensão das formas de discriminação;
 a avaliação das situações de conflitos interétnicos;
 uma futura prática pedagógica de promoção da igualdade racial na comunidade.
Objetivos gerais da disciplina
Negros e brancos são tratados igualmente em nossa sociedade?
Negros e brancos possuem as mesmas oportunidades de acesso à educação, emprego, saúde 
e outros direitos sociais?
Afinal, somos um povo racista ou não?
Por que precisamos de uma lei que afirme que “o racismo é crime inafiançável”?
Como podemos realizar uma educação das
relações étnico-raciais?
Pense nestas questões
Percebeu como questões complexas estão envolvidas com as relações étnico-raciais? 
 Lei n. 10.639/2003: inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática 
“História e cultura afro-brasileira”.
 Lei n. 11.645, de 10 de março de 2008, inclui no currículo oficial da rede de ensino a 
obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-brasileira e Indígena”.
E então?
 Conceito criado no século XVI: diferenciação biológica dos seres humanos.
 Conceito desconsiderado pela ciência: raça humana.
 Genes > características hereditárias > genótipo/fenótipo.
 Diferença entre genótipo e fenótipo está no fato de que o genótipo refere-se aos genes, e 
o fenótipo, às características físicas, morfológicas e comportamentais.
Conceito de “raça”
Fonte: 
https://dravetfoundation.eu/c
ual-es-la-diferencia-entre-
genotipo-y-fenotipo/
 Raça como construção social: 
 forjada nas tensas relações entre brancos e negros, muitas vezes simuladas 
como harmoniosas; 
 termo utilizado com frequência nas relações sociais brasileiras para informar como 
determinadas características físicas, como cor de pele, tipo de cabelo, entre outras, 
influenciam, interferem e até mesmo determinam o destino e o lugar social dos sujeitos no 
interior da sociedade brasileira. 
(BRASIL, Ministério da Educação, 2004)
“Raça” e “etnia” não são sinônimos!
 “[...] podemos compreender que a identificação de raças é, na realidade, uma construção 
social, política e cultural produzida no interior das relações sociais e de poder ao longo do 
processo histórico. Não significa, de forma alguma, um dado da natureza. É no contexto da 
cultura que nós aprendemos a enxergar as raças. Isso significa que aprendemos a ver 
negros e brancos como diferentes na forma como somos educados e socializados, a ponto 
dessas ditas diferenças serem introjetadas em nossa forma de ser e ver o outro, na nossa 
subjetividade, nas relações sociais mais amplas. [...] É preciso, portanto, saber em que 
situação, por quê, para que e por quem está sendo utilizado o conceito raça, para distinguir 
seu significado.
 Temos que distinguir se a conotação empregada lhe 
atribui um caráter negativo e racista, ou se está sendo 
atribuído um caráter positivo para a compreensão da 
história e o reconhecimento da presença do negro em 
nossa sociedade.”
Fonte: Nilma Bentes (apud MUNANGA; GOMES, 2006).
“Raça” e “etnia” não são sinônimos!
 Histórico: positivismo > justificativa da organização social (meritocracia).
 Histórico: nazismo > superioridade da etnia ariana (neonazista).
 Histórico: grupos eugenistas > contrários à miscigenação.
 Conflito: racismo científico + teoria racionalista (evolucionismo).
 Mito da democracia racial = ideologia da alienação.
Relações Étnico-raciais no Brasil
 História do Brasil: sociedade hierarquizada e autoritária.
 Heranças do Brasil colonial: brancos como colonizadores; índios como população original; 
negros como escravos (escravizados).
 Processo de estigmatização das raças na construção da identidade nacional.
 A mistura de raças no Brasil era vista como um elemento 
negativo que explicaria, inclusive, o porquê de nossas mazelas 
sociais, de nosso fracasso político e de nossa dependência 
econômica (ideia eugenista).
O racismo à brasileira
 1933 – publicação do livro Casa Grande & Senzala, de Gilberto Freyre.
 A partir de então, o racismo no Brasil toma outra configuração: bases para a construção do 
mito da democracia racial.
 Miscigenação: ganha contornos positivos, com ênfase nas qualidades do povo brasileiro 
miscigenado e mestiço.
 Suposta “convivência harmoniosa” entre as três raças: força e 
estatuto de uma ideologia dominante. 
 Cordialidade: outro mito – o brasileiro como “o homem cordial” 
(livro Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Hollanda).
O mito da democracia racial no Brasil
 Hierarquização: existência de etnias humanas com diferentes qualidades e habilidades
(se justifica?). 
 Inferiorização: da hierarquização decorre que uns são considerados superiores aos outros.
 Preconceito: crenças e expectativas de ação que não estão formalizadas.
 Discriminação: ações concretas que diferenciam grupos ou pessoas segundo
critérios raciais.
 Desigualdade: desigualdade de oportunidades (racismo 
institucional – racismo estrutural).
Pressupostos do racismo
As concepções científicas europeias a respeito de raça influenciaram as relações étnico-raciais 
no Brasil, bem como as propostas políticas de supremacia branca. Sendo assim, a respeito do 
racismo no Brasil, podemos afirmar que este sempre foi dotado de grande visibilidade?
a) Sim, desde o processo de escravização, as relações étnico-raciais eram assinaladas por 
princípios de ódio entre senhor e comunidade escravizada.
b) Não, pois nunca existiu prática racista na história do Brasil.
c) Não, pois o racismo no Brasil é velado e se mostra nas relações cotidianas e interpessoais.
d) Sim, a mídia sempre procurou revelar as práticas racistas contra os minorizados.
e) Sim, pois, desde o trabalho articulado dos abolicionistas, o 
racismo é crime na legislação brasileira.
Interatividade 
As concepções científicas europeias a respeito de raça influenciaram as relações étnico-raciais 
no Brasil, bem como as propostas políticas de supremacia branca. Sendo assim, a respeito do 
racismo no Brasil, podemos afirmar que este sempre foi dotado de grande visibilidade?
a) Sim, desde o processo de escravização, as relações étnico-raciais eram assinaladas por 
princípios de ódio entre senhor e comunidade escravizada.
b) Não, pois nunca existiu prática racista na história do Brasil.
c) Não, pois o racismo no Brasil é velado e se mostra nas relações cotidianas e interpessoais.
d) Sim, a mídia sempre procurou revelar as práticas racistas contra os minorizados.
e) Sim, pois, desde o trabalho articulado dos abolicionistas, o 
racismo é crime na legislação brasileira.
Resposta
As questões históricas são fundamentais para compreendermos:
 A inserção dos negros africanos no processo de colonização brasileira.
 As raízes de nossa construção nacional.
 Os fundamentos de nosso “racismo velado”.
Africanidades: alguns aspectos da história africana dos negros no Brasil
 Processo de valorização e resgate da história e da cultura africana e afro-brasileira, a fim de 
desfazer os estereótipos raciais construídos pelos grupos dominantes (diga-se brancos, 
homens, proprietários, livres e ricos).
 Reconstrução histórica por meio de uma perspectiva diferente daquela que temos aprendido 
em nossas escolas durante tanto tempo, que perceba toda a ampla contribuição que os 
africanos tiveram na formação do Brasil.
O conceito de africanidades
As populações africanas dominavam inúmeras tecnologias quando incorporadas à empresa 
colonial portuguesa:
 mão de obra especializada: área têxtil, construção de materiais como madeira e sabão;
 regiões do continente africano destruídaspelos europeus por 400 anos de guerras, 
imposição da dominação ocidental.
Fio da história 
África antes de 1500
 Contexto histórico: século XVI.
 Colonização do Brasil: iniciativa política da monarquia portuguesa.
 Empresa capitalista: patrocinada pela então burguesia comercial.
 Projeto capitalista ambicioso: fazer essa empresa crescer e ser o mais lucrativa possível.
 Capitalismo comercial: monopolista e manufatureiro (envio de 
matérias-primas à Europa).
Heranças coloniais e formação de um país chamado Brasil
 Nossos problemas atuais estão diretamente ligados ao tipo de população que foi enviada 
para cá naquele momento.
 Para povoar um país-continente como o nosso, foram mandados para cá os “piores 
cidadãos” portugueses, indesejados na Europa, como ladrões, bandidos e desocupados de 
todo tipo.
É por isso que nosso país “não deu certo”?
Alguns mitos sobre a formação do Brasil
 Éramos a empresa mais rentável para Portugal na época.
Alguém mandaria para o comando de sua empresa pessoas desqualificadas, desonestas
e incapazes?
Algum empresário em sã consciência seria “inconsequente” o bastante para entregar seu 
negócio a bandidos e malfeitores que levariam tudo a perder?
Claro que não!
Como assim? Pense conosco...
 Homens e mulheres passam a ser enviados ao Brasil.
 Esse país-continente deveria fornecer riquezas o bastante para sustentar os luxos e as 
extravagâncias da Família Real e de sua aristocracia.
 Além disso, era preciso pagar os investimentos feitos pela então burguesia na
empresa colonial.
 Os portugueses começaram a explorar, de todas as 
formas, o território brasileiro, retirando de nossos solos e 
florestas todas as matérias-primas que tivessem algum 
valor no mercado capitalista europeu.
A incumbência de fazer esse país-continente crescer e dar lucro
 No início, a extração do pau-brasil.
 Portugueses em pequeno número com relação à população indígena, que era de 5 milhões 
em 1500.
 Convivência possível entre portugueses e índios até 1530.
 Depois do extrativismo, a agricultura.
 Escassez de mão de obra e de terras: conflito com
tribos indígenas.
 Na guerra dos portugueses com os índios, milhões de índios 
foram dizimados.
A dinâmica de uma colônia de exploração
 Problema: a falta de mão de obra numerosa para a exploração de terras tão extensas.
 Solução: escravização de africanos vindos da Angola e do Congo.
 Como os portugueses já dominavam a arte das navegações, não foi difícil forçar populações 
africanas a se transferirem para o Brasil, submetendo-as a uma das condições de vida e 
trabalho mais desumanas que a história já assistiu.
A solução: escravos africanos!
 1550: começam a chegar ao Brasil os primeiros africanos escravizados.
 Em mais de três séculos: cerca de 3,6 milhões de pessoas foram trazidas para o Brasil para 
o trabalho escravo.
 Isso representava um terço da população africana da época.
 Verdadeira diáspora: deslocamento separou e alterou culturas, línguas, costumes,
religiões etc.
Diáspora e travessia dos escravizados
 Outra forma de transformar seres humanos em coisas: apagar definitivamente toda sua 
herança cultural e histórica, sua origem e sua personalidade.
 A história da África foi apagada e a nova história foi contada sob a perspectiva do 
colonizador.
Omissão da história da África
Baseados na exploração colonial, na economia monopolista mercantil e no trabalho não 
assalariado dos escravizados, os portugueses trouxeram para o Brasil cerca de 4 milhões
de pessoas. 
Quais foram as consequências para os nativos africanos desse contexto social e econômico?
a) Os africanos conseguiram organizar o continente, tornando-o próspero e desenvolvido até 
os dias atuais.
b) O escravismo representou, para o contexto dos negros africanos, uma diáspora entre os 
povoados. Tal condição desestabilizou a estrutura social e familiar dos grupos étnicos da 
África e o próprio continente foi reorganizado na ótica europeia.
c) Em decorrência desse contexto, o continente africano, em 
quase todos os países, até os dias atuais, recebe expressivo 
contingente de refugiados.
d) Houve a expansão desenvolvimentista na exploração de 
metais preciosos.
e) Garantiu-se a estruturação de um governo centralizado no 
autoritarismo continental.
Interatividade 
Baseados na exploração colonial, na economia monopolista mercantil e no trabalho não 
assalariado dos escravizados, os portugueses trouxeram para o Brasil cerca de 4 milhões
de pessoas. 
Quais foram as consequências para os nativos africanos desse contexto social e econômico?
b) O escravismo representou, para o contexto dos negros africanos, uma diáspora entre os 
povoados. Tal condição desestabilizou a estrutura social e familiar dos grupos étnicos da 
África e o próprio continente foi reorganizado na ótica europeia.
 Em decorrência desse contexto, o continente africano, em 
quase todos os países, até os dias atuais, sofre com o 
escravismo e as guerras civis.
Resposta
Fonte: 
http://lecoeurauventre.com
/un-amour-de-bresil
 Resistência passiva: ações não utilizam violência direta, como recusa a trabalhar, trabalhos 
malfeitos, fugas e faltas.
 Resistência ativa: movimentos mais coletivos e violentos, seja pela organização dos 
quilombos, seja por meio das insurreições, guerrilhas, entre outros movimentos realizados 
durante todo o regime escravista no Brasil.
 Importância de ambas as manifestações de resistência contra a escravidão no Brasil: caráter 
extremamente conflituoso na relação senhor/escravo.
A resistência negra: passiva ou ativa?
As revoltas urbanas:
 Revolta dos Alfaiates (Bahia, 1798).
 Revolta dos Malês (Bahia, 1835).
 Cabanagem (Pará, 1835-1840).
 Sabinada (Bahia, 1837-1838).
 Balaiada (Maranhão, 1838-1841).
Os quilombos:
 Seu principal objetivo era a implantação de uma nova forma de 
vida e organização social, diferente da estrutura política 
colonial e escravista. 
 Foram centenas de quilombos espalhados por todos os 
estados do país, que tiveram duração mais curta ou que 
continuam ativos até os dias de hoje.
Alguns exemplos de resistência negra durante a escravidão
Em 14 de março de 1696, o governador de Pernambuco, Caetano de Melo de Castro, escreveu 
ao Rei:
 “Determinei que pusessem sua cabeça em um poste no lugar mais público desta praça, para 
satisfazer os ofendidos e justamente queixosos e atemorizar os negros que 
supersticiosamente julgavam Zumbi um imortal, para que entendessem que esta empresa 
acabava de todo com os Palmares.”
https://www.brasildefato.com.br/2019/11/20/artigo-or-um-grito-forte
A importância dos quilombos 
Zumbi
Fonte: https://www.brasildefato.com.br/2019/11/20/artigo-or-um-grito-forte
 Dandara foi uma guerreira negra do período 
colonial do Brasil.
 Dominava técnicas da capoeira e teria lutado ao 
lado de homens e mulheres nas muitas batalhas 
consequentes a ataques a Palmares.
 Foi esposa de Zumbi dos Palmares e com ele teve três filhos.
 Após ser presa, suicidou-se se jogando de uma pedreira ao 
abismo em 6 de fevereiro de 1694, para não retornar à 
condição de escrava.
Dandara – líder feminina de Palmares
Fonte: 
https://www.fronteiralivre.com.br/uploads/i
mages/2019/09/biografia-dandara-dos-
palmares.jpg
 Movimento organizado pela classe política da ocasião, que procurou trazer pouco ou 
nenhum prejuízo aos senhores de escravos nesse processo de “libertação”.
 A preocupação da elite da época era que a abolição se desse de forma pacífica, sem sustos 
e nem revoluções. 
 Daí, as três grandes leis abolicionistas – Ventre Livre (1871), Sexagenários (1885) e Áurea 
(1888) – terem sido de muito maior benefício para os próprios senhores do que uma nova 
condição para a população negra.
 Entretanto, a abolição foi-nos passada como um presente, 
uma dádiva: “imagem de superação lenta, ordenada, gradual e 
controlada pelo Estado”.
O abolicionismo como um movimentoconservador
 Falta de planejamento do poder público para incorporar a mão de obra negra recém-liberta 
ao novo mercado de trabalho nacional naquele momento.
 O projeto nacional de branqueamento: a Guerra do Paraguai como estratégia de sucção de 
mão de obra negra (cerca de 90.000 negros morreram nessa guerra).
 Tática para branquear a população brasileira e também justificar a política imigrantista, que 
trouxe para o Brasil cerca de 4 milhões de imigrantes brancos a partir de 1808.
O projeto nacional de branqueamento
 Sem possibilidade de trabalho remunerado, os negros recém-“libertos” acabaram se 
instalando nas periferias das cidades, nas regiões mais pobres do Brasil.
 Somando-se a essa “periferização” das populações negras, outras formas de exclusão se 
impuseram, devido a processos discriminatórios e racistas.
 Esses e outros dados ainda são confirmados pelos levantamentos estatísticos atuais.
O processo de marginalização do negro
 Os livros de história do Brasil também colaboraram para “apagar” esse passado africano: 
ausência da perspectiva africana e afro-brasileira.
 Importância de uma lei que obrigue esse resgate histórico e cultural: promoção da igualdade 
racial nas escolas e na sociedade.
 Nossa disciplina colabora com isso, preparando profissionais para uma prática educativa 
consciente e igualitária (ética).
A importância da Lei n. 10.639/2003
 Vasta contribuição africana na formação do Brasil.
Vamos destacar apenas três aspectos:
1. No campo econômico: os negros como força de trabalho não remunerada, ajudando a 
construir as riquezas do país.
2. No campo demográfico: o elevado número de africanos que fizeram parte da
população brasileira.
3. No campo cultural: influência linguística, religiosa e no campo 
das artes, seja por meio de instrumentos musicais, ritmos
ou danças.
A transferência de pensamentos e de tecnologias africanas para territórios 
não africanos
Podemos entender que houve influência africana na formação da sociedade brasileira?
a) Os africanos e os afrodescendentes interviram na formação da sociedade brasileira,
nos campos:
 Econômico: formação da riqueza do país.
 Demográfico: formação da população brasileira.
 Cultural: influência linguística, religiosa, artes.
b) Os africanos e os afrodescendentes não contribuíram na formação da sociedade brasileira, 
pois os escravizados nada tinham a ofertar no desenvolvimento do país.
c) Africanos contribuíram única e exclusivamente no campo religioso, ao criarem as bases das 
religiões ditas de matrizes africanas.
d) Afrodescendentes auxiliaram no fortalecimento da 
diversidade cultural e linguística do país, restringindo sua 
influência aos campos das artes e da gramática.
e) Africanos e afrodescendentes tiveram dificuldades para se 
estabeleceram em terras brasileiras, sendo influenciados 
pela comunidade indígena.
Interatividade 
Podemos entender que houve influência africana na formação da sociedade brasileira?
a) Os africanos e os afrodescendentes interviram na formação da sociedade brasileira,
nos campos:
 Econômico: formação da riqueza do país.
 Demográfico: formação da população brasileira.
 Cultural: influência linguística, religiosa, artes.
b) Os africanos e os afrodescendentes não contribuíram na formação da sociedade brasileira, 
pois os escravizados nada tinham a ofertar no desenvolvimento do país.
c) Africanos contribuíram única e exclusivamente no campo religioso, ao criarem as bases das 
religiões ditas de matrizes africanas.
d) Afrodescendentes auxiliaram no fortalecimento da 
diversidade cultural e linguística do país, restringindo sua 
influência aos campos das artes e da gramática.
e) Africanos e afrodescendentes tiveram dificuldades para se 
estabeleceram em terras brasileiras, sendo influenciados 
pela comunidade indígena.
Resposta
 Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
 Censos – a cada 10 anos, um levantamento completo sobre cada família brasileira.
 PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) – anualmente seleciona apenas uma 
amostra dos domicílios brasileiros para um levantamento parcial.
 Ambos trazem uma visão bastante representativa de nosso 
país e são importantes recursos para que sejam elaboradas 
políticas públicas que encontrem as melhores soluções para 
nossos principais problemas sociais.
A condição dos afrodescendentes na sociedade brasileira
PNAD – 2019 
Fonte: adaptado de: https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/18319-cor-ou-raca
População residente, por cor ou raça (%)
42,7 9,4 46,8 1,1
Branca Preta Parda Amarela Indígena
 Distribuição racial 
por região brasileira, 
2009 (porcentagem).
As diferenças regionais
Fonte: adaptado de: PNAD.
Brasil Sul Sudeste Centro-oeste Norte Nordeste
Brancos 48,2 78,5 56,7 41,7 23,6 28,8
Pretos 6,9 3,6 7,7 6,7 4,7 8,1
Pardos 44,2 17,3 34,6 50,6 71,2 62,7
Amarelos e
indígenas
0,7 0,7 0,9 0,9 0,4 0,3
Brancos Pretos Pardos Amarelos e indígenas
100,00
80,00
60,00
40,00
20,00
0,0
78,5
48,2
56,7
50,6
71,2
62,7
17,3
44,2
6,9
3,6
7,7
34,6 41,7
6,7 4,7 8,1
23,6 28,8
0,7 0,7 0,9 0,9 0,4 0,3
 Analfabetismo: PNAD, 2009 > acima de 15 anos > negros e pardos 13% > brancos 6%. Anos 
de estudo > negros e pardos 7% e brancos 8,5% > consequência > desigualdades no 
mercado de trabalho.
 Mulher afrodescendente: experimenta situações de exclusão, marginalidade e/ou 
discriminação socioeconômica maiores que as mulheres brancas e que os homens bancos e 
negros. Em contrapartida, movimento de empoderamento.
 Quanto mais pobre, piores as condições de vida, menor o 
acesso aos serviços de saúde, bem como ao pré-natal (6% 
brancas, 12,8% negras – não realizaram); consequentemente, 
maior o risco de doenças durante a gravidez e, portanto, maior 
a incidência de mortalidade materna.
Desigualdade racial no sistema educacional e de gênero
 Vítimas (positiva e/ou negativa) dos religiosos: jesuítas e franciscanos.
 Atuação dos bandeirantes.
 Proposta: diversidade étnica e cultural dos povos indígenas > duas línguas indígenas no 
mesmo domicílio.
 Baniwa (2006, p. 122): “[...] a discriminação linguística 
acarreta consequências muito graves. Por um princípio 
pedagógico aceito mundialmente, a língua materna deve ser 
utilizada para alfabetizar e educar as crianças, sobretudo nos 
primeiros anos”.
A condição social dos indígenas no Brasil: desigualdades
Censo – IBGE, 2010:
 População indígena – 817.963.
 Desse total, 502.783 encontram-se na zona rural e 315.180 habitam nos centros urbanos. 
 505 terras indígenas, representando 12,5% do território brasileiro. Desse total de terras, em 
apenas dez apresentam uma população indígena maior que 10.000 habitantes.
 Há mais mulheres nas áreas urbanas e mais homens na zona rural.
 São altas as taxas de fecundidade e mortalidade nas comunidades indígenas, porém os 
indígenas que habitam fora de suas terras apresentam baixa taxa de fecundidade
e mortalidade.
 Apesar de ter melhorado a taxa de alfabetização, as 
comunidades ainda apresentam nível educacional baixo 
quando comparadas à população não indígena.
 52,9% dos indígenas não possuíam nenhum tipo de renda.
Situação da população indígena
Após tantos dados comprovando a condição desfavorável em que se encontram os 
afrodescendentes na sociedade brasileira, você deve estar se perguntando: mas, afinal, será 
possível reverter esse processo perverso?
 Vamos apresentar algumas dessas possibilidades, partindo dos movimentos negros que 
atualmente lutam contra o racismo e por uma outra condição afrodescendente, passando à 
definição de ações afirmativas e suas principais implicações.
Movimentos sociais e ações afirmativas: é possível acelerar o processo
de mudança?
 Promoção de uma outra condição do afrodescendente.
 Tomada de consciência da importância dessas questões.
 Implantação de ações afirmativas.
 Resultado de um longoprocesso histórico: período pré-abolicionista (século XVI ao XIX).
 Os negros, de fato, nunca foram “passivos”, “pacíficos” ou “acomodados”.
O papel do movimento negro contemporâneo na luta contra as 
desigualdades raciais no Brasil 
 Legislação penal: pune todo ato discriminatório, considerando racismo e injúria racial como 
“crimes inafiançáveis”.
 Ações afirmativas que visam promover a igualdade de oportunidades a grupos 
desfavorecidos socialmente (exemplo: política de cotas).
Principais consequências do movimento negro
 Uma “reparação” às perdas de oportunidades vividas pelos negros em consequência de 
políticas segregacionistas.
 Uma “aceleração” na lentidão histórica para a inclusão social a curto prazo dessa população, 
bem como a ascensão de minorias étnicas, raciais e sexuais.
 Medida paliativa, transitória e, portanto, temporária.
Mas o que buscam as ações afirmativas?
 Acelerar um processo histórico.
 Combater a “inércia histórica”.
 Assumir o “racismo institucional” presente no sistema social. 
 Desmontar o “mito da democracia racial”.
Por que as ações afirmativas são realmente necessárias?
Qual é o objetivo das ações afirmativas?
a) Visam promover a igualdade de oportunidades a grupos desfavorecidos socialmente 
(exemplo: política de cotas).
b) Acelerar um processo histórico.
c) Combater a “inércia histórica”.
d) Assumir o “racismo institucional” presente no sistema social. 
e) Todas as alternativas estão corretas.
Interatividade 
Qual é o objetivo das ações afirmativas?
a) Visam promover a igualdade de oportunidades a grupos desfavorecidos socialmente 
(exemplo: política de cotas).
b) Acelerar um processo histórico.
c) Combater a “inércia histórica”.
d) Assumir o “racismo institucional” presente no sistema social. 
e) Todas as alternativas estão corretas.
Resposta
 BANIWA, G. S. L. O índio brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no 
Brasil de hoje. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, 
Alfabetização e Diversidade; Laced/Museu Nacional, 2006. Disponível em: 
https://periodicos.ufpa.br/index.php/amazonica/article/view/168/240. Acesso em: 29 nov.
2022.
Referências
ATÉ A PRÓXIMA!

Continue navegando