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Aula 1 - Educação na Antiguidade Clássica

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Educação na Antiguidade Clássica
Descrição: A Antiguidade Clássica, considerando os mundos grego e romano, como base para a compreensão da educação ocidental e relacionada à educação atual.
Propósito: Compreender a importância de olhar para o passado, especificamente para a Antiguidade Clássica, esse período fundamental da história que vai do século VIII a.C. ao século VI d.C., para entender como a educação foi concebida pelas sociedades do período clássico e analisar suas heranças e fundamentos como influência na educação contemporânea.
Objetivos
Módulo 1 --- Educação na Grécia Clássica
Definir as características da educação na Grécia Clássica.
Módulo 2 --- Educação na Roma Clássica
Descrever os elementos que marcaram a educação na Roma Clássica.
Módulo 3 --- Educação na Antiguidade Clássica e educação contemporânea
Identificar traços da educação na Antiguidade Clássica refletidos na educação contemporânea.
Introdução
A Antiguidade Clássica é um longo período da história. Algumas periodizações consideram que seu alcance vai do século VIII a.C. ao século VI d.C. Como você verá neste material, esse período influenciou aspectos que são fundamentas à compreensão da educação ocidental. E você perceberá que os fundamentos da educação grega e romana, entre outros, estão amplamente relacionados à educação atual.
Modulo 1
Educação na Grécia Clássica
Ao final deste módulo, você será capaz de definir as características da educação na Grécia Clássica.
Contexto: Antes de tratarmos especificamente sobre a educação na Grécia Clássica, você precisa conhecer as características e fatos que levaram à formação do que chamamos de mundo grego.
A formação do mundo grego
Neste vídeo, o professor Rodrigo Rainha fala sobre como surgiu o sentimento de identidade entre os gregos
Agora, destacaremos brevemente os ideais de três dos maiores pensadores da filosofia clássica:
Sócrates
Sócrates (469 a.C.–399 a.C.) entendia a filosofia como a procura da verdade, trilhando o caminho da sabedoria.
Com a famosa frase “Conhece a ti mesmo”, o filósofo ateniense impulsionou a busca das verdades universais: o caminho para a prática do bem e da virtude. Em resumo, ele almejava que as pessoas se livrassem das falsas certezas para alcançar a verdade própria do ser humano.
Assim, no século IV a.C., Sócrates criou a maiêutica, método de ensino investigativo que se baseava nas interrogações para dar à luz o conhecimento. 
Maiêutica é um método que tinha duas etapas que destruíam as falsas verdades para criar a universal. São elas:
Vejamos a perspectiva de mais um filósofo clássico.
Platão
A teoria do conhecimento desenvolvida por Platão (429 a.C.–348/347 a.C.) tem como base a convicção de que o mundo sensível em que vivemos é apenas um mundo aparente, incapaz de nos oferecer conhecimento verdadeiro.
Para chegarmos a esse tipo de conhecimento, necessitamos buscar o mundo inteligível, onde está a verdadeira essência das coisas. Assim, o conhecimento se dá a partir da ideia até a realidade.
Para ratificar suas concepções intelectuais, Platão criou o mito da caverna.
Você sabe qual é a história do mito da caverna?
Finalmente, vamos conhecer o último filósofo clássico a ser mencionado neste conteúdo!
Aristóteles
Para Aristóteles (384 a.C.–322 a.C.), somente na pólis o homem se realizava plenamente em busca do bem supremo. No entanto, essa realização não era definitivamente alcançada, pois não estava presa a um tempo específico, mas se refazia — inclusive como sensação —, à medida que o homem decidia por novas determinações em seu ato constitutivo e reconstitutivo.
Aristóteles propõe uma teoria do conhecimento praticamente inversa à teoria de Platão — que foi seu mestre — ao defender que a relação de nossos sentidos com o mundo visível nos possibilita a chegada ao conhecimento. As etapas desse processo de chegada ao conhecimento seriam as seguintes:
Para o pensamento aristotélico, o aprendizado era visto como uma prática política. Somente pelo entendimento do conceito de pólis seria possível compreender seu projeto de educação como canal capaz de desenvolver as condições necessárias para a segurança do regime e para a saúde do Estado. A educação, para Aristóteles, deveria ocupar toda a vida do cidadão desde sua concepção.
Vejamos adiante as responsabilidades que cabiam ao Estado.
	Guiar os cidadãos à prática das virtudes.
	Ocupar-se da educação dos jovens.
	Estabelecer leis que promovessem a educação conforme a moral, voltada à vida política, o que estabelecia seu equilíbrio.
	Tornar a educação um assunto público.
_________________________________________Educação grega
O modelo de escola como conhecemos não existia na Grécia Clássica. O jovem cidadão estava constantemente aprendendo. Conforme a tradição religiosa, a própria família tinha essa responsabilidade de ensinar, e muitas atividades reuniam os gregos em comemoração: esses eram os momentos que faziam a educação acontecer naturalmente.
Os gregos tratavam a educação como um processo de preparação para a vida social. O homem era visto não só como um ser racional, mas como o centro do universo. 
A busca pelo conhecimento e o estudo da natureza, do ser humano e das artes, da observação e da investigação do mundo levaram ao desenvolvimento da filosofia, entendida como a formação do homem, de seu espírito e de sua alma. Assim como o aspecto intelectual, a educação pelas artes era fundamental para gerar esse homem.
Esse processo era resumido pela palavra paideia, que não é possível traduzir em virtude de seus inúmeros significados. Uma boa tentativa, entretanto, é apresentada por Werner Jaeger:
Werner Jaeger
Jaeger (1888-1961) foi um escritor e entusiasta dos estudos clássicos nascido na Prússia, atual território alemão. Possui cerca de 16 publicações, dentre elas, a Paideia: livro de extrema importância na fundamentação da Didática, que foca na estrutura grega clássica de construção do processo da Educação.
Não entendeu ainda o significado de paideia? Então, veja o vídeo a seguir.
A paideia
Neste vídeo, o professor Rodrigo Rainha fala mais um pouco sobre a importância do conceito de paideia.
A educação de cada pólis refletia a forma de organização e os ideais de cada sociedade. Especificaremos, a seguir, os pormenores da educação ateniense e da espartana.
Educação ateniense
O principal objetivo da educação em Atenas era preparar integralmente o cidadão. Vejamos alguns aspectos dessa educação:
Assim, a educação ateniense propiciou o surgimento e o desenvolvimento da filosofia, que pode ser dividida em três fases:
Entendida a educação ateniense, veremos então a educação espartana.
Educação espartana
A educação em Esparta era mais voltada para a formação de soldados para as guerras. Alguns aspectos dessa educação estão elencados a seguir:
Maria Lucia de Arruda Aranha destaca os valores essenciais da educação espartana:
Modulo 2
Educação na Roma Clássica
Ao final deste módulo, você será capaz de descrever os elementos que marcaram a educação na Roma Clássica.
Contexto:Antes de tratar especificamente sobre a educação na Roma Clássica, você precisa conhecer o contexto histórico em que se estabeleceu o Império Romano.
Helenismo
Neste vídeo, o professor Rodrigo Rainha aborda os aspectos e fundamentos do helenismo.
Para compreender a educação no Império Romano, necessitamos buscar alguns elementos entre aqueles conhecidos como seus grandes pensadores: poetas, filósofos e historiadores. Destacaremos três desses ilustres personagens.
Horácio
Além de sua importância como poeta, pois trouxe muito da filosofia grega para Roma por meio de sua poesia, Horácio (65 a.C.–27 a.C.) presenciou o nascimento do Império Romano, sendo contemporâneo de Julio Cesar, Marco Antonio, Cleópatra e Otaviano Augustus.
De sua vasta obra, que influenciou o pensamento romano, podemos destacar uma frase que será reconhecida como a marca do filósofo:
Sapere aude! Ouse saber! 
Séculos mais tarde, Immanuel Kant,um dos fundadores do pensamento contemporâneo, traduziu a frase como: “Tenha coragem de pensar por si mesmo”.
Sêneca
Sêneca (4 a.C–65 d.C.) vivenciou eventos fundamentais na sociedade romana, foi preceptor de Nero na sua infância e seu conselheiro até se tornar imperador. Como filósofo, advogado, dramaturgo e homem público, é considerado um dos mais importantes autores do império.
Além de vasta obra, deixou como herança sua preocupação ética: coerência entre aquilo que pensava e escrevia com aquilo que vivia. Também defendia o conceito de igualdade natural entre os homens —vivia em constante combate à escravidão, tão comum em seu tempo.
Flávio Josefo
Josefo (37d.C.–100 d.C.) foi um historiador judeu tornado cidadão romano. Ele testemunhou eventos fundamentais de seu tempo, todos registrados em suas obras: a expansão definitiva do Império Romano sobre a Palestina, a destruição do Templo de Jerusalém (70 d.C.) e o nascimento do cristianismo.
Vivendo permanentemente dividido, não só como historiador, mas como homem público, deixou relatos fundamentais daquele período, que ainda hoje são fontes preciosas.
Cientes desse contexto, podemos falar em educação romana.
Educação romana
Como podemos perceber, apesar da influência helenística sobre a cultura de Roma, essa sociedade também possuía grandes pensadores que marcaram aquele período e que resistiam à tal influência, na busca de manutenção de suas tradições. Mesmo assim, não identificaremos elementos opostos ao ideal grego de educação.
Em Roma, era esperado que se proporcionasse à criança o saber necessário para o exercício de sua profissão de soldado ou de proprietário rural.
Segundo Mario Alighiero Manacorda:
Mario Alighiero Manacorda
Manacorda (Roma, 1914–2013) foi professor, pedagogo e tradutor de italiano. Na segunda metade do século XX, ocupou posições de prestígio no mundo acadêmico italiano e exerceu uma intensa atividade política.
No século II a.C., o pater familias concedeu à mãe os direitos sobre a educação de seus filhos durante a primeira infância, incluindo as meninas, que também aprendiam os elementos iniciais do alfabeto. A criança crescia em casa, com os colegas, entre os brinquedos e as aprendizagens básicas.
A mulher adquiriu uma autoridade desconhecida na Antiguidade grega. Essa tradição permaneceu por muito tempo, inclusive no século I d.C., conforme destaca Manacorda:
Quintiliano
Marco Fabio Quintiliano (35 – 95), advogado, orador e professor em Roma, é um importante personagem para a Educação Romana também por sua extensa obra Retórica e Oratória.
Então, vamos entender como se dava a formação da criança na Roma Antiga:
Influência grega na educação romana
No início da República, o crescimento do comércio e a expansão de Roma propiciaram transformações na organização da sociedade. Inclusive, aos poucos se consolidou outro modelo de educação mais coerente com o novo momento vivido pelos romanos.
E quem eram esses escravos? A maioria deles veio da Grécia conquistada pelos romanos.
Em Roma, tais escravos gregos ensinaram a própria língua e transmitiram sua cultura aos romanos. Além disso, os etruscos (povo da Etrúria, uma terra antiga da Península Itálica) também foram influenciados pelos gregos, com quem aprenderam o alfabeto.
De modo gradual, a educação tornou-se um ofício praticado, inicialmente, por escravos no interior da família e, em seguida, por libertos na escola.
Nesse período, os mestres eram mais desprezados do que estimados e, muitas vezes, lembrados pelos castigos corporais e pela pobreza. Apesar de sua severidade, é comum encontrarmos relatos de revoltas por parte dos alunos, que até os agrediam fisicamente.
Em seguida, foram criadas as cátedras de retórica nas grandes cidades. Além disso, houve favorecimento e promoção da instituição de escolas municipais de gramática e de retórica nas províncias.
Então, pela primeira vez, os romanos desenvolveram um sistema de ensino: um organismo centralizado que coordenava inúmeras instituições escolares espalhadas por todas as províncias do império, constituídas em caráter oficial pela intervenção do Estado.
Modulo 3
Educação na Antiguidade Clássica e educação contemporânea
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar traços da educação na Antiguidade Clássica refletidos na educação contemporânea.
A herança da Antiguidade Clássica
Para iniciarmos este módulo, precisamos falar da importância do mito da caverna na educação.
O mito da caverna e a educação atemporal
Neste vídeo, o professor Rodrigo Rainha fala sobre o mito da caverna e como ele se relaciona ao conceito de educação sob um viés atemporal.
É provável que você já tenha identificado os elementos que marcam a influência da educação clássica sobre nós. No entanto, gostaríamos de destacar alguns pontos sobre isso, pois é importante que você possa se posicionar diante deles e, assim, repensar a prática educativa que conhece e aquela que assumirá como sua.
Desafios gerais para atual modelo de ensino
Infelizmente, sabemos que não foi apenas as qualidades da educação clássica e a valorização do saber como constituinte do cidadão que herdamos de nossa história. Ainda trazemos muito embates, conflitos e até mesmo a realidade de violência, persistente na sociedade em geral, para dentro da escola.
Mas, com honestidade, identificando nossos erros e acertos nos modelos educacionais adotados até aqui, necessitamos dar passos!
Dentre os inúmeros passos que podemos dar, além de oferecer formação acadêmica de qualidade, é preciso investir esforços para termos um relacionamento sadio e respeitoso entre escola e sociedade e entre professores e alunos.
Importante!
Para que tomemos consciência de como essa tarefa é urgente, observe a tabela abaixo:
Perceba que quase metade dos entrevistados já presenciaram algum tipo de violência de alunos a professores ou funcionários da escola; e quase dois terços presenciaram a violência entre os alunos. Sabemos que a realidade em muitas localidades pode ser ainda mais grave.
Como profissionais da educação — atuais ou futuros — devemos estar atentos às lições da história e da história da educação. Assim, podemos superar essa realidade de violência e fazer da escola um verdadeiro ambiente de segurança, convivência e, claro, educação.
Conclusão
Considerações finais
Se quisermos resumir a importância da educação clássica para o desenvolvimento das práticas educacionais atuais, seja em seu período específico ou por meio da herança deixada a nós, devemos nos concentrar na valorização e no respeito ao conhecimento, ou seja, há algo a ser aprendido. Daí o grande papel da filosofia naquele contexto.
Assim, formar o cidadão, nos tempos clássicos da Grécia e de Roma ou atualmente, é permitir a ele o acesso ao conhecimento e às condições para posicionar-se perante esse mesmo conhecimento e, consequentemente, perante a sociedade em que vive.
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Confira as indicações que separamos especialmente para você!
	Para perceber como Sócrates acreditava que a maiêutica era a melhor forma de instruir o aprendiz, vale conferir o filme Sócrates, de Roberto Rossellini, de 1971.
	Se quiser conhecer um pouco mais sobre Sócrates, leia o livro Apologia de Sócrates, escrito por Platão, que foi seu discípulo.
	Recomendamos o filme 300, baseado em HQ homônimo de Frank Miller.
	O artigo Paradigmas de educação na Antiguidade Greco-Romana, de Manuel Alexandre Junior, na Universidade de Lisboa, traz importante reflexão sobre o assunto.

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