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Geografia Agraria do Brasil _AD2_2_2022 (1)

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CEDERJ/UERJ – GEOGRAFIA 
Disciplina: Geografia Agrária do Brasil – Professor: Luis Felipe Umbelino 
AD2 – 2022.1 
Aluno: 
 
1 – Sabemos que no decorrer do século XIX, principalmente com a Lei de Terras, de 1850, o acesso à terra por parte dos pequenos produtores ficou cada vez mais difícil. Apoiado com a intensificação da globalização, vimos os movimentos de luta pela terra eclodirem em diferentes partes do espaço agrário brasileiro. Diante disso, trace um panorama socioeconômico e político dos principais movimentos sociais brasileiros, analisando como esses movimentos contribuíram para a reorganização do espaço agrário na luta pela Reforma Agrária. 
Com a extinção do tráfico negreiro, foi necessária a implantação da Lei de Terras, pois houve a necessidade de substituir a mão de obra escrava, para tentar minimizar os efeitos da abolição, iniciou-se o incentivo à colonização, fazendo os imigrantes adquirirem lotes de terras do antigo sistema de sesmarias, no caso as terras devolutas. Muitas fortunas foram forjadas através da violência, com destaque para os espaços rurais da Bahia, do Sul e do Sudeste. Os movimentos sociais surgiram com os revolucionários do movimento operário europeu, com objetivo de difundir os ideais de emancipação, são expressões dos conflitos de classe e parte destes, é uma ação coletiva que se baseia na solidariedade, rompendo limites do sistema que ocorre a ação.
O MST foi fundado em 1984, no período da Ditadura Militar, quando o governo brasileiro anunciava um projeto de modernização do campo, que incitava a mecanização, estimulava o uso de pesticida, créditos rurais para latifundiários. Como consequência desse período os trabalhadores rurais foram perdendo espaço para as máquinas e sentiram-se obrigados a migrar para os centros urbanos. Os que ficaram sofrem até hoje com a invisibilidade, falta de incentivo dos governantes, gerando grande miséria. Mesmo que ao longo da história os movimentos sociais rurais tenham tido muitos problemas, é exatamente por isso que a reforma agrária se mantém na pauta da política brasileira.
Tendo apoio político do Partido dos Trabalhadores (PT), o MST, CPT entre outros movimentos, a partir de 1980 a questão da reforma agrária ganha forças na política do país. O MST data suas primeiras ocupações antes mesmo da sua fundação, já movimentando e representando as necessidades crescentes do homem do campo. Foram as lutas e resistências de posseiros e arrendatários que deu origem ao MST. O cenário de origem foram os Estados do Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo, com grande repercussão da mídia para os sangrentos confrontos entre os exilados do campo e os latifundiários. O MST sempre esteve associado à territorialização, devido a isso é nacionalmente consolidado. Muito criticada pela população urbana, que não conhece a importância da territorialização, um movimento que visa reivindicar a reestruturação fundiária brasileira. Tal ocupação é feita em grandes propriedades que não tem produção e são subutilizadas, com o intuito de fomentar a produção de alimentos numa terra que apenas serve para especulação fundiária, que não está previsto em nossa legislação.
2 – Quando falamos das populações tradicionais que fazem parte da construção territorial brasileira e se configuram como importantes grupos humanos de manifestações de resistência na luta pela terra, estamos pensando também em comunidades que têm mantido o seu caráter identitário com o território. Sendo assim, identifique as principais comunidades tradicionais brasileiras, analisando o seu papel histórico na formação do povo brasileiro e suas questões identitárias e de luta pela terra. 
As principais comunidades tradicionais brasileiras são os quilombolas, indígenas, caiçaras, ribeirinhas.
Os indígenas são povos nativos do Brasil, que já existiam antes de qualquer outra cultura que aqui chegou, por esse motivo lhe é garantido o direito de reconhecimento e titulação de suas terras. São exemplo de comunidade tradicional que depende da terra e da prática da sua cultura para a perpetuação da identidade de determinado povo e cultura. Desde 1973, existe o Estatuto do Índio, que reconhece a terra como direito fundamental dos povos indígenas, com a Constituição de 1988, são estabelecidos prazos para a identificação e demarcação das reservas indígenas, porém não é levada em consideração de acordo com a necessidade relatada. O que existem são grupos que vivem isolados em reservas, que não preservam as suas características originais e ainda existem outros problemas. Dando origem a conflitos, com trágicas consequências para os que se envolvem. 
Muitas famílias negras viveram no campo antes e depois da abolição, antes de 1888, suas organizações eram feitas clandestinamente, muitos escravos fugiam e se escondiam em lugares de difícil acesso para que seus senhores, não os encontrassem. Com a abolição quase nada mudou, não havia a escravidão explícita, porém os ex-escravos tinham pouquíssimos direitos ou quase nenhum, lutando sempre por seu sustento. O elemento mais importante da construção da identidade quilombola é o território, que para a comunidade representa a memória de seus antepassados e a cultura resistente às formas mais perversas impressas pela globalização. A identidade se dá através do sentimento de pertencimento, apoiado no território elegido. A reforma agrária para os quilombolas recebe a denominação de reconhecimento de terras, é após o assentamento, titulação das terras. Até hoje apenas duas comunidades quilombolas foram tituladas em todo o estado do Rio de Janeiro, que foi o segundo maior porto de chegada de escravos negros vindos da África, e que o contingente de negros superou o de brancos, infelizmente esses são dados que revelam que os privilégios não são para todos. 
As terras litorâneas foram gradativamente sendo povoadas, dando origem à população caiçara, são comunidades híbridas dos índios, dos colonizadores portugueses e de escravos africanos, se sustentavam nos espaços de interseção das grandes propriedades, os caiçaras, fixaram-se nos estados do Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e São Paulo. 
Os povos ribeirinhos vivem nas beiras dos rios, na região amazônica em sua grande maioria, convivendo com as cheias dos rios, construindo suas residências do tipo palafitas. Se apoiam economicamente na agricultura, do extrativismo vegetal, artesanato, criação de animais, tendo seu principal elo com o rio, onde têm a pesca como sua principal atividade econômica. Em benefício das populações ribeirinhas, em 2009, foi publicada a portaria que disciplina a utilização e o aproveitamento das áreas da União nas várzeas dos rios federais, nos limites da Amazônia Legal. Estabelece que a autorização pode ser concedida em caráter individual ou coletivo, desde que seja comprovada a situação de ribeirinho tradicional em determinada área, o que não é tão fácil comprovar.
É impossível falar dessas comunidades tradicionais, sem que haja uma delimitação de território para tal grupo, a reforma agrária precisa ser discutida , de forma que atenda a todos os grupos que dependem de seu território para não somente subsistir, como manter o seu modo de vida, suas relações e cultura diferenciadas. A Constituição Federal Brasileira reconhece as manifestações culturais populares, indígenas e afro-brasileiras, como patrimônio brasileiro e portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da nossa sociedade, é necessária a consolidação de uma política que contemple, além dos manifestos culturais, as fronteiras territoriais inerentes à essas comunidades.
 
3 – Levando em consideração o processo histórico de formação da fronteira agrícola no Brasil, os seus principais elementos de construção ao longo do tempo, as forças implementadas para a sua expansão, trace um panorama histórico e analítico desse processo, estabelecendo uma relação entre espaço, a população e o processo produtivo. 
Desde a sua formação, o Estado brasileiro, foi visto como um espaço relacionado à expansão dafronteira agrícola mundial, assumindo um papel importante na produção agrícola, suprindo as demandas internacionais. Formado a partir da migração de populações inicialmente internacionais, agregando-se posteriormente a migração de populações de outras partes do país, um movimento que nunca cessou. Movimentos esse definido pelos ciclos econômicos, passados pelo país, a mão-de-obra se deslocava de acordo com as demandas por força de trabalho. Essa dinâmica do deslocamento da população sempre foi a favor das áreas de produção. Não há uma mobilização espontânea, os grupos são “escolhidos" e se locomovem para as novas áreas de produção. 
4 – A expansão da fronteira agrícola brasileira não ocorreu de modo uniforme no espaço, mas dependeu de momentos de intensificação e declínio de determinadas culturas, fazendo com que áreas diferentes exercessem poder de atração econômica e populacional em tempos distintos. Sendo assim, discuta como se estabeleceram os principais estágios de expansão da fronteira agrícola nacional e suas correspondentes correntes migratórias. 
Pode-se considerar como embrião da fronteira agrícola brasileira, a incorporação no período colonial do território destinado à produção de açúcar, depois disso o movimento de expansão desta fronteira agrícola aconteceu a partir de incursões no território em busca de metais preciosos e da ocupação gradativa de áreas interioranas com a pecuária. Inclui-se ainda os sertões de Minas Gerais relacionado à busca dos metais preciosos, e do Nordeste do Brasil ligado à uma atividade complementar à economia açucareira. Já no ciclo do café, a fronteira estabeleceu -se a partir da incorporação de novas terras de produção no eixo estabelecido entre São Paulo e Rio de Janeiro. Com a consolidação do mercado do café no mercado internacional, novas ondas migratórias e novas terras foram incorporadas ao processo produtivo, deslocando-se pelo planalto paulista, indo em direção ao oeste até atingir terras paranaenses. Atrelado ao mercado internacional esteve o processo de expansão da fronteira agrícola ocorrido na Região Norte no final do século XIX, ao início do século XX, direcionado pela produção da borracha. Mobilizando um número significativo de pessoas, em sua maioria nordestinos, a se transferirem para a região, principalmente para o território do Acre. No século XX houve uma maior incorporação de novas áreas à produção agrícola, essa época foi marcada pelos maiores deslocamentos populacionais pelo país. Os nordestinos e sulistas tiveram a participação mais expressiva. Com ramificação em quase todo território nacional os nordestinos tem especial relevância. Com o declínio da economia açucareira houve então o início da sua movimentação inter-regional, no século XX que seu papel tornou-se fundamental para a implantação do processo de desenvolvimento nacional. O governo federal promoveu uma política de substituição da mão-de-obra estrangeira, o que incentivou a vinda de trabalhadores nordestinos para a lavoura cafeeira do Sudeste. O Nordeste já com seu espaço consolidado, tem na dificuldade de acesso a terra de produção e moradia uma das causas que mobiliza a população de se manter em seus lugares, seja por intempéries ou questões sociais, está população se espalhou não somente pelo Sudeste, mas também pelas novas terras incorporadas à produção, entre elas a Região Centro-oeste e da Amazônia. A corrente migratória nordestina dirige -se a partir do século XX à Região Sudeste ,depois à Centro-Oeste e à Amazônia, por outro lado a corrente migratória sulista, direcionou-se a todas as áreas da fronteira agrícola, indo até aos países vizinhos, participando também da incorporação de novas terras agrícolas ao processo produtivo do Paraguai Bolívia e Uruguai. Os precursores foram os imigrantes europeus, fixando-se no Rio Grande do Sul, estrategicamente objetivando ocupar o extremo Sul do país, além da ocupação era necessário pôr as terras em produção, embora uma parte já estivesse ocupada por atividades pastoris, por outro lado era necessário produzir gêneros alimentícios para a suprir a demanda interna. A ocupação projetada pelo poder estatal estimulou a vinda de imigrantes europeus vinculados a produção agrícola, feito em lotes pequenos que foram intensamente explorados pelas famílias que chegavam, levando os solos ao esgotamento, havendo a necessidade do avanço sobre novas terras, através do desbravamento de terras florestais, pondo-se em movimento por toda a região Sul. Os lotes considerados pequenos, aliados ao seu esgotamento impulsionou ainda mais a migração, esse processo gerou um mercado de terras altamente lucrativo.
5 – A incorporação de novas terras no processo produtivo ao longo do século XX foi marcada pela participação de trabalhadores nascidos no Brasil, mas pertencendo a descendência de antigos colonos, principalmente do sul. No entanto, esse processo de mobilização populacional na expansão da fronteira agrícola foi impulsionado por dois modelos de desenvolvimento rural. Cite e analise a importância socioeconômica desses modelos no processo produtivo no país, destacando também como contribuíram para as modificações espaciais no campo brasileiro. 
1- Modelo de desenvolvimento rural atrelado à modernização da agricultura brasileira, cujo processo de concentração de terras na própria região Sul foi crucial para a sua implantação e posterior consolidação.
2- Modelo de desenvolvimento rural que valorizava a incorporação de novas terras ao modelo agroexportador, baseado na produção de commodities.
Constituem-se como março no processo de expansão da fronteira agrícola brasileira, a tecnologia intensiva vinculada à agricultura moderna e à expansão das áreas de plantio da soja. Novas áreas foram escolhidas para possibilitar a expansão do capitalismo, áreas de ecossistemas distintos fizeram parte deste movimento, como o Cerrado é a Amazônia. Porém para que se tornasse realidade, estratégias foram traçadas para mobilizar a população do Sul do Brasil em direção às terras à serem exploradas, vendendo suas propriedades para os vizinhos. Em contrapartida estímulos foram criados para estimular a mobilização dos agricultores para as novas áreas, como a criação de cooperativas que cuidassem da transparência dessas pessoas, expectativa de adquirir grandes porções de terra a baixo custo, viabilização de linha de crédito para implantação de novas unidades produtoras, produção nos moldes da agricultura modernizada integrada com o mercado internacional.
 Com a transferência da população do Sul do Brasil, que foi consolidada a expansão da fronteira agrícola brasileira, além de ocupar as novas terras, deixou sua marca na paisagem, refletindo assim traços da cultura sulista brasileira. Espalhando-se por diferentes regiões do país, promovendo uma aceleração no processo de incorporação de novas áreas à produção agrícola nacional. Cabendo destacar que, no período totalitário, não democrático as questões vinculadas à geopolítica influenciaram no processo de transferência populacional. Durante os anos de 1970, houve o estímulo à ocupação da área Amazônica, ao longo da rodovia Transamazônica. Além do Cerrado, a Amazônia ia sendo ocupada por projetos agropecuários, dificuldades com relação às adversidades ambientais acabaram por conter o processo de expansão sobre a Amazônia Legal, contexto esse que justifica o esforço desprendido na colonização das áreas do Cerradodo Centro-Oeste, do Sul do Maranhão e do Oeste da Bahia. A transferência populacional envolve muitos valores a serem considerados, como valores culturais capitais, tecnologias, espécies vegetais e muito mais. Valores culturais do Sul e Sudeste do país constituem importantes valores à expansão da fronteira. Terras do Norte do Mato Grosso, Rondônia, sul do Pará e Acre transformam -se no foco da ação de incorporação de áreas dos territórios dos estados de Amazônia, sobretudo no sul, Roraima na parte Nordeste e a agregação das terras do sudeste do Pará. A ocupação das novas áreas pertencentes à Região Norte sedá de forma similar à ocorrida anteriormente, quando da ocupação do Cerrado. A ocupação está associada à lógica capitalista empresarial, com foco no cultivo de grãos. Na Região Norte a abertura de estradas, foi de suma importância para possibilitar o fluxo de mercadorias, projetos de desenvolvimento de recursos energéticos e pessoas. O que possibilitou a chegada de novos produtores vinculados a forma de produção moderna, o que provocou conflitos e desmatamentos na região.

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